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Prévia do material em texto

Professor Esp Erison de Moraes Valério 
LIVRO DO APOCALIPSE E LIVRO DO APOCALIPSE E 
ESCATOLOGIA ESCATOLOGIA 
 REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
 DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
 DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto 
 DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
 DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel 
 SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho 
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Caroline da Silva Marques
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante 
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 Eduardo Alves de Oliveira 
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Kauê Berto
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt
 Carlos Firmino de Oliveira
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO Carlos Eduardo da Silva
 DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos 
 André Oliveira 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
V164L Valério, Erison de Moraes
 Livro do Apocalipse e escatologia/ Erison de Moraes Valério.
 Paranavaí: EduFatecie, 2023.
 117 p.
 1.Bíblia - Profecias. 2. Escatologia. I. Centro Universitário
 UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. 
 CDD:23.ed. 242.2
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9 /1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas dos bancos de imagens 
Shutterstock .
2023W by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
Prof. Esp. Erison de Moraes Valério
●	 Bacharel	em	Teologia	(UniFil);
●	 Especialista	em	Teologia	Sistemática	Contextualizada	(Fabapar);
●	 Especialista	em	Teologia	e	Interpretação	Bíblica	(Fabapar);
●	 Especializando	em	Docência	no	Ensino	Superior	(Unicesumar);
	● Professor	de	Apocalipse	e	Escatologia	no	Curso	de	Teologia	EAD	(UniFate-
cie);
	● Professor	de	Noções	de	Grego	e	Hebraico	no	Curso	de	Teologia	EAD	(Uni-
Fatecie);
	● Professor	de	Grego	e	Exegese	do	Novo	Testamento	do	Curso	de	Bacharel	em	
Teologia	e	Tecnólogo	em	Ministério	Pastoral	EAD	(UniFil);
	● Professor	de	Hebraico	e	Exegese	do	Antigo	Testamento	do	Curso	de	Bacharel	
em	Teologia	e	Tecnólogo	em	Ministério	Pastoral	EAD	(UniFil);
	● Professor	do	Seminário	Teológico	Rogate	(Str),	nas	disciplinas:	Teologia	Sis-
temática,	 Interpretação	Bíblica,	História	do	Cristianismo,	Homilética,	Geografia	e	
Cultura	Bíblica,	Caráter	e	Integridade.
Trabalhou	como	coordenador	do	curso	de	Teologia	com	Aperfeiçoamento	ministe-
rial	do	Seminário	Teológico	Rogate,	onde	é	professor	desde	2018.
Na	área	de	pesquisa	dedica-se	aos	estudos	em	Interpretação	bíblica,	exegese,	e	Teo-
logia	Sistemática.	É	pastor	ordenado	desde	2018	e	atua	na	área	pastoral	e	ensino	teológico.
CURRÍCULO LATTES:	http://lattes.cnpq.br/4074326759508240
AUTOR
http://lattes.cnpq.br/4074326759508240
4
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá Aluno (a)! Bem-vindo (a)!
Iniciaremos	nossos	estudos	sobre	literatura	bíblica	que	mais	desperta	curiosidade	
e	atenção,	afinal	se	trata	de	assuntos	que	na	Teologia	são	conhecidos	como	estudo	das	
“últimas	coisas”.	Espero	que	este	material,	proporcione	o	crescimento	saudável	e	acrescente	
o	conhecimento	necessário	para	sua	formação.
O	 assunto,	 Apocalipse	 e	 Escatologia,	 é	 de	 suma	 importância	 para	 construir	
no	 estudante,	 os	 princípios	 necessários	 para	 a	 carreira	 teológica.	 Afinal,	 existe	 uma	
complexidade	de	assuntos	que	os	envolvem	tal	ciência	que	são	interdependentes	de	outras	
disciplinas.	A	interconexão	que	o	tema	faz	com	outras	frentes	teológicas,	acontece	tanto	nos	
estudos	sistemáticos	como	a	Cristologia,	Eclesiologia,	Teontologia,	como	entre	os	demais	
livros	da	Bíblia	como	Daniel,	Ezequiel,	Mateus,	Marcos	e	algumas	cartas	pastorais.	
Nosso	material	fornecerá	subsídios	necessários	para	entender	de	forma	panorâmica	
todas	as	vertentes	que	formam	essa	área.
Na	 unidade	 I,	 vamos	 aprender	 sobre	 os	 posicionamentos	 a	 respeito	 da	 autoria	
do	 Livro	 de	 Apocalipse,	 os	 panoramas	 histórico-cultural	 e	 religioso	 que	 auxiliarão	 na	
compreensão	da	situação	histórica	em	que	foi	produzida	a	obra.	Por	fim,	será	apresentado	
a	você	a	teologia	do	livro	do	Apocalipse,	com	uma	abordagem	das	temáticas	pertinentes	a	
mensagem.
Já	na	Unidade	II,	você	 irá	aprender	um	pouco	mais	sobre	o	 livro	do	Apocalipse,	
mais	especificamente	nas	formas	de	interpretação,	e	na	estrutura	do	livro.		 A	 partir	 do	
conhecimento	da	estrutura	que	se	forma	o	livro,	é	possível	realizar	um	esboço	exegético	
das	temáticas	do	livro.
Em	seguida,	na	Unidade	III,	estudaremos	a	respeito	da	Escatologia	Individual	com	
os	pontos	de	vista	a	respeito	da	Morte,	Estado	Intermediário	e	Ressurreição.	Bem	como,	
as	posições	teológicas	a	respeito	do	arrebatamento	e	do	Reino	Milenar,	que	foram	sendo	
formalizadas	ao	longo	da	história	pelos	estudiosos.
Na	Unidade	IV,	finalizaremos	o	conteúdo	da	disciplina	com	a	abordagem	do	papel	de	
Israel	e	a	Igreja	no	panorama	escatológico,	as	perspectivas	a	respeito	da	grande	tribulação.	
Estudaremos	também	a	respeito	do	Juízo	Eterno,	Galardão	e	Estado	Eterno.
Bons Estudos!
SUMÁRIO
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Plano de Estudos
 ● Autoria;
 ● Propósito do Livro;
 ● O Contexto Histórico-Cultural;
 ● Teologia do Livro.
Objetivos da Aprendizagem
 ●Compreender as perspectivas sobre a autoria e data da escrita do livro;
 ●Estudar a respeito do propósito da composição do livro;
 ●Entender a importância do contexto histórico cultural na interpretação do 
Apocalipse;
 ●Analisar os conceitos teológicos que envolvem a literatura do Apocalipse.
1UNIDADEUNIDADEProfessor Esp. Erison de Moraes Valério
APOCALIPSEAPOCALIPSE
7UNIDADE 1 APOCALIPSE
INTRODUÇÃO
Olá, tudo bem? Seja bem-vindo a nossa Unidade I.
Nesta	oportunidade,	estudaremos	o	Panorama	do	Apocalipse	de	João.	Esperoque	
você	esteja	com	boas	expectativas	para	essa	jornada	que	vamos	iniciar.	Gostariaque	esta	
introdução	aumentasse	 ainda	mais	 seus	 anseios	 para	 aprender	 um	pouco	maissobre	 a	
literatura	 apocalíptica	 do	Novo	Testamento.O	 livro	 de	Apocalipse	 traz	 consigo	a	 história	
da	consumação	da	 redenção	final.O	Reino	do	Eterno	Deus	é	estabelecido	perante	 toda	
a	 criação.	Apesar	 dos	 Evangelhose	Epístolas	 conterem	 grande	 número	 de	 profecias,	 o	
Apocalipse	é	o	único	livro	do	NovoTestamento	que	dá	ênfase	principalmente	aos	aconte-
cimentos	proféticos.	É	conhecidocomo	Apocalipse	por	conta	da	transliteração	da	palavra	
apokalypsis,	que	significa“revelação”.
A	linguagem	do	livro	desperta	a	atenção	e	a	curiosidade	por	relatar	uma	série	de-
visões.	Além	disso,	possui	uma	linguagem	repleta	de	símbolos	e	figuras	quepotencializam	
nosso	interesse.	A	pergunta	que	persiste	é:	Como	entender	a	mensagemdo	Apocalipse?	
Afinal,	 quem	 nunca	 tentou	 compreender	 sua	mensagem	 e	 se	 deparoucom	 obstáculos?	
Para	 transpor	esses	obstáculos,	é	necessário	aprender	ascircunstâncias	em	que	o	 livro	
foi	produzido.	Buscando	compreender	esse	panorama	queenvolve	a	história,	a	cultura	e	
a	literatura,	podemos	obter	sucesso.Portanto,	neste	primeiro	tópico	da	Unidade	I,	 iremos	
conhecer	sobre	asperspectivas	que	envolvem	a	autoria	do	livro	e	o	local	em	que	acontecem	
as	revelações.No	segundo	tópico,	vamos	analisar	o	propósito	do	livro	e	os	motivos	pelos	
quaisfoi	 escrito.	 Na	 ocasião,	 buscaremos	 os	 acontecimentos	 históricos,	 que	motivaram	
arevelação	e	a	escrita	da	literatura	apocalíptica.Já	no	terceiro	tópico,	o	objetivo	é	aprender	
sobre	o	contexto	histórico-cultural	e	avivência	religiosa	no	período	histórico	das	sete	igrejas	
da	Ásia	Menor.	A	vida	cotidianada	igreja,	as	seitas	heréticas	e	a	perseguição	pelo	Império	
Romano	estão	entre	osassuntos	abordados.Finalizando	no	quarto	tópico,	avançamos	co-
nhecendo	a	teologia	do	Livro	de
Apocalipse	em	sua	mensagem	central,	 estilos	 literários	e	análises	 comparativas	
entreoutras	literaturas	apocalípticas	não	canônicas.
Então, vamos lá! Bons Estudos!
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8UNIDADE 1 APOCALIPSE
AUTORIA E DATA 1
TÓPICO
O	autor	do	Apocalipse	se	identifica	simplesmente	como	João:	“Revelação	deJesus	
Cristo,	que	Deus	lhe	deu	para	mostrar	aos	seus	servos	as	coisas	que	brevementedevem	
acontecer;	e,	enviando-as	pelo	seu	anjo,	as	notificou	a	seu	servo	João”	(BÍBLIA,Apocalipse	
1.1,	ARA,	2004).
Embora	residente	na	Ásia	Menor	(ou,	antes,	Ásia	proconsular),	João	assumeposi-
ção	de	influência	entre	as	igrejas	na	região.	A	tradição	atribui	que	João,	o	filho	deZebedeu	
que	 permaneceu	 em	 Éfeso,	 era	 a	mesma	 pessoa	 identificada	 como	 “João,	 oapóstolo”.	
Como	autor,	foi	ele	que	teria	recebido	a	revelação,	produzindo	os	escritos	doApocalipse.
Segundo	afirma	LADD	(1986,	p.8),	como	é	apresentado	“o	estilo	do	livropodemos	
deduzir	que	ele	era	um	cristão	de	origem	hebraica,	conhecendo	de	ponta	aponta	o	Antigo	
Testamento.	A	igreja	dos	primeiros	tempos	em	geral	o	aceitou	comosendo	o	apóstolo	de	
Jesus	Cristo,	o	autor	do	quarto	Evangelho.”
Existem	muitas	similaridades	notáveis	de	pensamento	e	redação	entre	oEvangelho,	
segundo	João	e	o	Apocalipse.	As	particularidades,	também	demonstram	o
reconhecimento	de	alguma	ligação	na	autoria	dos	dois	livros.	O	estilo,	a	simetria	de
Apocalipse	demonstra	que	ele	foi	escrito	por	um	único	autor,	quatro	vezes	denomi-
nado“João”	(Ap.	1.1,4,9;	22.8).
Por	causa	de	seu	conteúdo	e	de	sua	referência	às	sete	igrejas,	o	Apocalipsecirculou	
rapidamente	e	se	tornou	bastante	conhecido	e	aceito	na	Igreja	primitiva.	Ele	erafrequente-
mente	mencionado	e	citado	pelos	escritores	cristãos	dos	séculos	II	e	III.
9UNIDADE 1 APOCALIPSE
Posteriormente,	sendo	 recebido	como	parte	do	cânon	dos	 livros	do	Novo	Testa-
mento.Apesar	das	evidências	apontarem	para	o	apóstolo	João	ser	o	autor	doApocalipse,	
existem	dois	posicionamentos	que	se	opõem	em	relação	à	sua	autoria.Desde	o	 início,	o	
Apocalipse	foi	considerado	uma	obra	autêntica	do	apóstoloJoão,	que	escreveu	um	Evan-
gelho	e	três	epístolas.	Isso	foi	sustentado	como	verdadeiropor	Justino,	o	Mártir,	o	Pastor	de	
Hermas,	Melito,	Irineu,	o	Cânon	Muratoriano,Tertuliano,	Clemente	de	Alexandria	e	Orígenes	
(OSBOURNE,	2014).Esse	ponto	de	vista	foi	amplamente	aceito	até	a	metade	do	terceiro	
século.	Apartir	deste	momento,	Dionísio	apresenta	vários	argumentos	contra	a	autoria	de	
João	ao
Apocalipse.	Ele	observou	uma	clara	diferença	no	estilo	entre	Apocalipse	e	os	livros	
queeram	reconhecidos	como	joaninos.	Sua	conclusão	era	que	Apocalipse	poderia	ter	si-
doescrito	por	um	“João	diferente”.
Segundo	seus	argumentos,	as	evidências	 internas	apontariam	algumasdivergên-
cias	do	ponto	de	vista	tradicional.	O	primeiro	posicionamento	contrário	à	autoriade	João,	
fundamenta-se	 na	 diferença	 contida	 em	 relação	 à	 linguagem	 grega	 quandocomparada	
ao	Evangelho	de	João.	Segundo	Guthrie	 (Citado	por	Osbourne,	2014,	p.	4),o	autor	 “faz	
oposição	entre	nominativos	e	outros	casos,	usa	particípios	de	formairregular,	forma	orações	
fragmentadas,	acrescenta	pronomes	desnecessários,	 fazmistura	de	gêneros,	números	e	
casos,	além	de	introduzir	diversas	construções	nadacomuns”.
Conforme	Champlim,	a	linguagem	do	grego	contida	nas	duas	obras,	possuialgumas	
diferenças:
O	grego	do	evangelho	de	João	é	simples,	quase	infantil,	emboragramatical-
mente	 correto.	Mas	 o	 grego	 do	 livro	 de	Apocalipse	 é	 bárbaro,	 commuitos	
desacordos	quanto	ao	gênero,	além	de	erros	verbais.	Foi	escrito	poralgum	
judeu	 que	 tinha	 o	 grego	 como	 sua	 segunda	 língua,	 o	 qual	 não	 seinteres-
sava	especialmente	pelos	casos	gregos,	pela	concordância	em	gênero,etc.	
Pensava	ele	em	hebraico,	e	algumas	de	suas	declarações	só	podem	ser-
compreendidas	quando	é	reconstituído	um	‘hebraico	tentativo’	(ou	aramaico)
(CHAMPLIM,	2002,	p.	354).
Em	segundo	lugar,	observa-se	também	diferenças	no	vocabulário	e	expressõesusa-
das.	No	mais,	o	conteúdo	teológico	desse	livro	difere	de	outros	escritos	de	João	emrelação	
à	ênfase	e	a	apresentação.	E	em	última	instância,	os	outros	escritos	de	Joãoevitam	o	uso	
de	seu	nome,	mas	nesse	livro	ele	é	encontrado	quatro	vezes	(Osbourne,2014).Analisando	
que,	essas	dificuldades	possam	apresentar	alguma	divergência	naautoria	de	João,	obser-
vemos	dois	fatores	importantes:
Primeiro,	é	perceptível	inúmeras	semelhanças	notáveis	entre	Apocalipse	e	os
10UNIDADE 1 APOCALIPSE
outros	livros	tradicionalmente	associados	ao	apóstolo	João.	Como	exemplo,	acon-
tece	ouso	distinto	dos	termos	“verbo,	cordeiro,	verdade”	e	o	desenvolvimento	cuidadoso	
detemas	como	“luz	e	trevas”,	“amor	e	ódio”,	“bem	e	mal”.
FIGURA 1 – JOÃO NA ILHA DE PATMOS
Depois	nota-se	que,	muitas	das	diferenças	podem	ser	explicadas	pelascircunstân-
cias	incomuns	do	livro.	Devido	à	complexidade	do	conteúdo	apocalíptico,	aescrita	reivindica	
um	tratamento	diferenciado.	O	conteúdo	transmitido	a	João	não	foi	porreflexão,	mas	sim	
através	de	uma	série	de	visões	arrebatadoras	e	espetaculares.	Algunsestudiosos	também	
aceitam	a	possibilidade	de	João	ter	um	escriba	para	suavizar	o	estilogrego	na	sua	forma	
de	escrita.	Porém,	o	exílio	em	Patmos	era	um	obstáculo	para	uso	detal	escriba	quando	
produziu	o	Apocalipse.
11UNIDADE 1 APOCALIPSE
Assim,	a	evidência	interna,	embora	problemática,	não	precisa	anular	o	forte	eantigo	
testemunho	externo	da	origem	apostólica	desse	importante	livro.A	respeito	da	possibilidade	
de	outro	 “João”	 ter	escrito	o	Apocalipse,	Osbourne(p.	2)	afirma	que,	 “certamente	é	uma	
possibilidade,	mas	ela	dependede	uma	decisãomais	 importante:	será	que	as	diferenças	
entre	o	Evangelho	e	Apocalipse	são	tãoextraordinárias	a	ponto	de	exigirem	dois	autores	
distintos?”
Existem	evidências	que	possam	sustentar	a	literatura	do	Apocalipse	do	NovoTes-
tamento,	como	resultado	da	escrita	do	apóstolo	João.	Quanto	às	diferenças	quepossam	
conter	 o	Apocalipse	 e	 o	 quarto	 Evangelho,	 tornam-se	 insuficientes	 quandocomparadas	
com	as	similaridades.	Conforme	já	citado	anteriormente,	existem	evidênciashistóricas	da	
aceitação	apostólica	pelos	pais	da	igreja	primitiva	(Justino	Mártir,	Irineu	deLion,	Tertuliano,	
Clemente	de	Alexandria).	Tal	quesito	era	 fundamental	para	que	o	 livrofosse	considerado	
canônico	(divinamente	inspirado).
Segundo	os	estudiosos,	semelhanças	entre	o	Evangelho	e	Apocalipse	sãosuficien-
tes	para	fundamentar	essa	decisão.	João	e	Apocalipse	são	os	únicos	dois	livrosdo	Novo	
Testamento	que	defendem	a	divindade	de	Cristo,	 com	base	no	 “tema	daunidade”	 entre	
Deus	e	Jesus.	Segundo	Ozanne	(Citado	por	Osbourne,	2014,	p.6),	no
Apocalipse	“[...]	encontra	uma	série	de	termos	comuns	a	João	e	Apocalipse:	‘con-
quistar’,‘guardar	a	palavra’,	‘guardar	os	mandamentos’,	‘habitar’,	‘sinal’,	‘testemunho’,‘ver-
dadeiro’.”	 Por	 conclusão,	 defende	 que	 os	 elementos	 linguísticos	 e	 gramaticaisindicam	
grande	compatibilidade	entre	o	Evangelho	de	João	e	o	Apocalipse(OSBOURNE,	2014).
Algumas	explicações	são	atribuídas	para	elucidar	as	possíveis	diferençaslinguísti-
cas	entre	as	duas	obras,	como	a	presença	de	um	escrevente,	que	poderia	terauxiliado	na	
construção	de	do	gênero	apocalíptico,	além	dos	efeitos	que	as	visõesteriam	provocado	no	
autor	no	momento	em	que	registrava.Segundo	Osbourne	(2014,	p.	5),	as	“[...]	profundas	
experiências	 de	 visõesrecebidas	 em	 êxtase,	 logicamente	 afetariam	 o	 estilo	 do	 texto	 de	
uma	pessoa	 [...],	percebe	que,	entre	João	e	Apocalipse,	existe	a	mesma	quantidade	de	
semelhanças	e	dediferenças.	Provavelmente,	o	livro	de	Apocalipse	foi	escrito	por	volta	de	
95	a	96	DC,durante	a	última	metade	do	reino	do	Imperador	Domiciano,	o	último	dos	doze	
CésaresRomanos.
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12UNIDADE 1 APOCALIPSE
 2 PROPÓSITO DO LIVRO
TÓPICO
O	propósito	do	livro	de	Apocalipse	revela-se	no	prólogo,	quando	afirma:	“[...]	que-
Deus	lhe	deu	para	mostrar	aos	seus	servos	as	coisas	que	em	breve	devem	acontecer,	eque	
ele,	enviando	por	intermédio	do	seu	anjo,	notificou	ao	seu	servo	João”	(BÍBLIA,Apocalipse	
1,1	ARA,	1993).
Apesar	 da	 grande	 maioria	 de	 seu	 conteúdo	 conter	 descrições	 de	
acontecimentosfuturos,	percebemos	um	propósito	histórico	e	contextual.A	Revelação	de	
João	 acontece	 no	momento	 em	 que	 os	 cristãos,	 pela	 sua	 fé	 noCristo	 ressurreto	 como	
Senhor,	 eram	 alvos	 das	 perseguições	 do	 império	 Romano.	 Apreocupação	 contida	 na	
revelação,	 direcionada	 aos	 leitores	 primários	 das	 sete	 igrejas	 daÁsia,	 é	 proporcionar	
consolo,	esperança,	encorajamento	e	estimulá-los	a	permaneceremfiéis	no	tempo	obscuro	
que	viviam	de	perseguição	e	sofrimento.Casagrande	(2017,	p.	177),	corrobora	com	a	ideia	
e	propósito	da	escrita	emtrazer	consolo	e	esperança	à	 igreja,	 [...]	ele	desperta	o	 leitor	a	
esperança.	Tais	visõesrevelam	que	o	futuro	não	está	perdido,	pelo	contrário,	será	vitorioso	
sobre	 todas	 asvicissitudes”.	 Porém,	 a	 mensagem	 também	 possuía	 objetivos	 futuros,	
conforme	oescritor	revela:	“Escreve,	pois,	as	coisas	que	viste,	e	as	que	são,	e	as	que	hão	
deacontecer	depois	destas”	(BÍBLIA,	Apocalipse	1,1	ARA,	1993).
Além	de	um	desígnio	histórico	para	o	contexto	da	época,	o	Apocalipse	possuium	
propósito	superior	demonstrando	a	soberania	de	Deus	durante	toda	a	história.	Apromessa	
de	Deus	em	uma	redenção	 total	e	 futura,	cujos	acontecimentos	culminaramem	torno	de	
Sua	pessoa.	A	autoridade	universal	de	Cristo	é	apresentada	em	todo	o	livro,como	o	“Alfa	e	
o	Ômega”	(Ap.	1.8	e	22.13)	de	toda	a	humanidade.
13UNIDADE 1 APOCALIPSE
Outros	 propósitos	 do	 livro	 são	 associados	 ao	 propósito	 principal,	 fazendo	
ligaçãoentre	os	acontecimentos	presentes	e	futuros.
Primeiro,	durante	todo	o	livro,	o	próprio	Jesus	Cristo	alerta	para	os	princípiosmorais	
e	a	retidão	que	devem	ser	mantidos	por	parte	da	igreja.	As	promessas	de	reinovindouro	
contêm	essas	exortações,	em	expressões	como,	“Venho	sem	demora.
Conserva	o	que	 tens,	para	que	ninguém	 tome	a	 tua	coroa”	 (BÍBLIA,	Apocalipse	
3.11,ARA,	 1993).	 “Ao	 que	 vencer,	 eu	 lhe	 concederei	 que	 se	 assente	 comigo	 no	 meu	
trono”(BÍBLIA,	 Apocalipse	 3.21,	 ARA,	 1993).	 “[...],	 para	 que	 lhes	 assistam	 o	 direito	 à	
árvore	 davida,	 e	 entrem	 na	 cidade	 pelas	 portas.	 Fora	 ficam	 os	 cães,	 os	 feiticeiros,	 os	
impuros,	osassassinos,	os	idólatras	e	todo	aquele	que	ama	e	pratica	a	mentira”	(BÍBLIA,	
Apocalipse22.14-15,	ARA,	1993).
Segundo	 Champlim	 (2002,	 p.	 220),	 o	 autor	 “[...]	 tencionava	 ensinar	 muitas	
liçõesmorais	 à	 igreja,	 corrigindo	 vários	 lapsos	 e	 erros,	 além	 de	 encorajar	 as	 igrejas	 da	
ÁsiaMenor,	e	através	disso,	a	igreja	cristã	inteira.”	Portanto,	o	autor	revela	as	promessas	
derestauração	 completa	 por	 conta	 da	 vinda	 do	 Senhor	 (gr.	 parousia),	 concomitante	
àquelesque	guardarem	sua	fé	no	Salvador.
Em	segundo	lugar,	intentava	para	os	eventos	dos	“últimos	dias”	e	a	condiçõesque	
circundavam	 os	 acontecimentos	 horrendos	 relacionados	 a	 grande	 tribulação.Estudiosos	
afirmam	 que	 João	 acreditava	 que	 tais	 acontecimentos	 ocorreram	 naquelestempos	
apostólicos,	por	conta	da	terrível	perseguição	que	viviam	sob	o	Império	Romano.
Afinal,	 não	 se	 pode	 atualizar	 tal	 mensagem	 para	 a	 contemporaneidade,	 sem	
entenderseus	objetivos	para	a	época	em	questão.
Pohl	(1996,	p.14)	afirma,	“com	toda	a	certeza	a	palavra	profética	também	sealonga	
para	além	daquela	época,	mas	a	interpretação	do	Apocalipse	forçosamentefracassará	se	
sua	importância	para	os	primeiros	destinatários	for	negligenciada”.
Com	 a	 finalidade	 de	 compreensão	 de	 seu	 propósito	 universal,	 é	 imprescindível	
oconhecimento	 do	 contexto	 oriundos	 da	 escrita	 do	 livro	 de	 Apocalipse.	 Desta	
forma,descortinará	as	circunstâncias	de	sua	revelação.
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O CONTEXTO HISTÓRICO-
CULTURAL
TÓPICO
UNIDADE 1 APOCALIPSE 14
 3
O	apóstolo	João,	inicia	seu	texto	com	uma	mensagem	oriunda	do	próprio	Cristores-
surreto	às	sete	igrejas	da	província	romana	da	Ásia.	A	série	de	mensagens	àsigrejas,	inicia	
nos	capítulos	2	e	3.	Começam	com	a	igreja	em	Éfeso,	uma	das	cidadesmais	importantes	
da	região,	e	prosseguem	em	sentido	horário,	finalizando	com	a	igrejaem	Laodicéia.	Cada	
mensagem	possuía	em	seu	conteúdo,	um	significado	particular	aigreja	que	foi	direcionada,	
porém,	elas	possuíam	uma	relevância	para	a	igreja	em	suauniversalidade,	“quem	tem	ouvi-
dos,	ouça	o	que	o	Espírito	diz	às	igrejas”	(BÍBLIA,Apocalipse	2.7,	ARA,	1993).
3.1 O Culto ao Imperador Romano e a Perseguição
O	culto	ao	imperador	é	uma	realidade	no	período	histórico	que	governou	oscésares.	
Nos	anos	que	seguiram	após	a	morte	de	Cristo,	ocorreram	perseguiçõesexclusivas	e	com	
destino	aos	cristãos.	Contudo,	o	apóstolo	João,	vislumbrou	uma	novarealidade	em	relação	
à	imposição	ao	culto	do	imperador	e	preparou	a	igreja	para	estanova	realidade.
Desde	86	d.C.,	o	imperador	Domiciano,	exige	para	si	a	veneração	como	deus,orde-
nando	que	se	referisse	a	ele	como	“dominus	et	deus”	(Senhor	e	Deus).	A	atribuiçãodivina	
requer	a	sua	própria	pessoa,	 tudo	que	é	 inerente	a	Deus.	Tal	confissãodemonstrava	um	
teste	de	lealdade.
[...]	É	possível	que	alguns	cristãos	tentaram	evitar	a	situação	difícil	em	que	
isso
os	colocava	refugiando-se	nas	sinagogas,	onde,nesse	aspecto,	ainda	se
aplicavam	algumas	exceções	legais	tradicionais	concedidas	aos	judeus.	Isso
15UNIDADE 1 APOCALIPSE
talvez	ajude	a	explicar	as	visíveis	tensões	entre	judeus	e	cristãos	nas	cartas	
às
sete	igrejas	(CARSON;	MOO;	MORRIS;	2007,	p.	529).
Com	 relação	 a	Domiciano,	 Pohl,	 (1996,	 p.	 15)	 declara:	 "no	 ano	 86	 deter-
minou,como	 primeiro	 imperador	 romano,	 ser	 oficialmente	 chamado	 de	Deus,	 o	 Senhor.	
Seupalácio	era	considerado	um	santuário,	seu	trono	uma	sede	divina”.
Por	conta	disso,	o	cristianismo	torna-se	uma	religião	perseguida.	O	estilo	de	vidados	
cristãos	é	contrário	à	cultura	do	império.	Como	consequência,	praticavam	o	cultomonoteísta	
e	não	aceitavam	o	culto	ao	imperador.	Por	isso,	tornam-se	inimigos	doImpério	Romano.
FIGURA 2: DE PEDRO NA IGREJA DE SAN PABLO POR ANTONIO GLACERAN E JERÔNIMO DE 
MORA (1596).
Viver	o	cristianismo	nessa	época	tornou-se	um	perigo	mortal.	Por	conta	da	suafé,	
poderiam	perder	seus	bens	e	sofrer	martírio	mediante	uma	simples	acusação.
O	testemunho	eficaz	de	João	sobre	Cristo,	levou	as	autoridades	romanas	aexilarem	
na	pequena	e	solitária	ilha	de	Patmos,	no	mar	Egeu	(Ap.	1.9).
Essa	ilha	de	rocha	vulcânica	era	um	dos	muitos	lugares	para	onde	os	romanosbaniam	
os	criminosos	transgressores	políticos.
16UNIDADE 1 APOCALIPSE
3.2 A Religião
O	livro	do	Apocalipse	apresenta	um	retrato	religioso	e	social,	que	proporciona	aoleitor	
um	ótimo	panorama	do	contexto.	Percebe-se	que	as	sete	igrejas	da	Ásia,	sofriamhostilidade	
por	dois	aspectos	distintos	—	no	âmbito	judaico	e	pelo	Império	Romano.
As	relações	entre	a	religião	judaica	e	a	igreja,	que	não	foram	cordiais	desde	oinício,	
se	agravaram	nos	últimos	vinte	anos	do	século	I.	O	judaísmo	desfrutava	deprerrogativas	
especiais	que	os	romanos	 favoreciam	somente	aos	 judeus:	a	 liberdadepara	exercer	seu	
culto	monoteísta	 não	 adorando	 os	 deuses	 romanos,	 nem	participandodos	 cultos	 greco-
romanos.	O	cristianismo	era	considerado	uma	ramificação	do	judaísmo,e	se	favoreceu	desse	
privilégio	até	a	Revolta	Judaica	(66-70	d.C.).	O	judaísmo,	porém,procurava	gradativamente	
romper	as	ligações	com	o	cristianismo,	com	o	objetivo	defazer	com	que	o	Império	Romano	
declarasse,	que	o	cristianismo	não	estava	desobrigadoem	prestar	culto	ao	imperador.
Os	 cristãos	 padeciam	 com	 a	 intimidação	 econômica	 e	 social	 para	 envolver-se	
noestilo	de	vida	romana,	incluindo	as	organizações	de	classe,	festas	e	cultos	idólatras,além	
do	culto	ao	imperador.
Quando	os	cristãos	se	recusavam	a	participar,	naturalmente	atraíam	muitaantipatia.	
Essa	situação	se	reflete	nas	sete	cartas,	na	“tribulação”	que	os	cristãos	deEsmirna	estavam	
experimentando	(Ap.	2.9).	A	tribulação	se	intensificara	a	ponto	deserem	presos	e	mortos	
(Ap.	2.10;	13.10).
O	Apocalipse	apresenta	uma	realidade	que	contrariava	a	vivência	predominanteno	
mundo	romano.	Numa	esfera	transcendente,	a	igreja	apostólica	era	parte	de	umacontracul-
tura	e	estava	disposta	a	sofrer	por	ela.
Por	conta	disso	os	cristãos	eram	também	odiados	por	muitos,	pois	suas	vidascons-
tituíam	permanente	condenação	dos	costumes	e	da	conduta	moral	dos	pagãos.
Em	toda	parte,	havia	muita	coisa	que	distinguia	um	cristão	dos	vizinhos	pagãos.
Eles	se	tratavam	mutuamente	por	irmãos	em	Cristo,	e	realmente	agiam	como	irmãos.Cui-
davam	diligentemente	dos	órfãos,	dos	doentes,	das	viúvas,	dos	desamparados.	Ascoletas	
e	a	administração	dos	fundos	de	caridade	constituíam	uma	das	partes	maisimportantes	da	
vida	dessas	igrejas	primitivas.	Dentro	da	Igreja	todas	as	distinções	foramabolidas.	Escravos	
e	senhores	foram	nivelados.	As	mulheres	alcançaram	uma	posiçãode	honra	e	de	influência	
que	jamais	haviam	conseguido	na	sociedade	profana.
Distinguiam-se	também	os	cristãos	por	um	fervor	e	pureza	moral	jamais	conhecidos	
emqualquer	parte.Duas	influências	levaram	os	cristãos	do	primeiro	século	a	cair	em	alguns	
errosdoutrinários,	que	de	certo	modo,	ameaçavam	a	pureza	do	Evangelho.	
17UNIDADE 1 APOCALIPSE
Nas	 sete	 cartas	 àsigrejas	 da	 Ásia,	 percebemos	 algumas	 repreensões	 oriundas	
do	 Cristo	 Ressurreto,	 pelaadesão	 a	 algumas	 dessas	 práticas	 que	 assolavam	 a	 igreja.	
Provavelmente,	 cristãojudeus	 provenientes	 de	 Jerusalém	 buscavam	 incorporar	 ao	
Cristianismo	 regras	 ecerimônias	 exigidas	 pela	 Lei	 judaica.	 Eles	 foram	 nomeados	 de	
“judaizantes”.	Essadivergência	doutrinária	foi	tratada	nas	décadas	anteriores,	em	Atos	15,	
por	conta	dogrande	número	de	conversões	em	Antioquia.	A	questão	buscava	entender,	se	
um	judeuconvertido	ao	cristianismo	deveria	cumprir	alguns	preceitos	do	Judaísmo.
A	decisão	do	Concílio	de	Jerusalém,	descrito	em	Atos	15,	resultou	que,	o	judeunão	
necessitaria	cumprir	os	ritos	da	lei	judaica	ao	aderir	ao	Cristianismo.	Vejamos:
Pois	pareceu	bem	ao	Espírito	Santo	e	a	nós	não	vos	 impor	maior	encargo	
além
destas	coisas	essenciais:	que	vos	abstenhais	das	coisas	sacrificadas	a	ído-
los,
bem	como	do	sangue,	da	carne	de	animais	sufocados	e	das	relações	sexuais
ilícitas;	destas	coisas	fareis	bem	se	vos	guardardes	(BÍBLIA,	Atos	15.28,29,
ARA,	1993).
A	divergência	com	a	doutrina	dos	judeus	é	perceptível	em	todo	NovoTestamento.	
Eles	se	tornaram	o	maior	adversário	dos	cristãos,	além	de	causarem	muitasadversidades	
e	superarem	os	romanos.	Os	judeus	promoviam	ações	contra	os	cristãosjunto	ao	império,	
uma	vez	que	este	recebia	a	denúncia	perseguia	os	cristãos.
Na	carta	à	igreja	de	Esmirna,	em	Apocalipse	2.9,	Jesus	Cristo	utiliza	o	termo“sinagoga	
de	Satanás”,	com	referência	“a	blasfêmia	dos	que	se	dizem	judeus,	mas	nãosão”.	Segundo	
Osbourne	(2014,	p.	145),	[...]	a	alegação	desses	judeus	de	serem	povode	Deus	é	anulada	
pelo	fato	de	eles	serem	instrumentos	de	Satanás	contra	o	verdadeiropovo	de	Deus,	a	igreja.	
Essa	afirmação	é	feita	com	frequência	no	Novo	Testamento.”
A	 palavra	 “blasfêmia”	 (gr.	 βλασφημίαν)	 empregado	 nesta	 descrição,	 pode	
terreferência	 a	 difamação	 da	 pessoa	 de	Cristo	 e	 seus	 discípulos,	 por	 parte	 dos	 judeus	
daépoca.	Champlim	em	sua	obra	Novo	testamento	Interpretado,	cometa	acerca	dosignificado	
mais	exato	desta	afirmação:
Justino	Mártir	acusou	que	os	judeus,	nas	suas	sinagogas,	amaldiçoavam	em
público	a	todos	quantos	confiassem	em	Cristo.	Tertuliano	mostra-nos	como	
os
judeus	instigaram	ativamente	a	perseguição	contra	os	cristãos	e,	Eusébio	em
sua	História	Eclesiástica,	demonstra	a	mesma	coisa	(CHAMPLIM,	2002,	p.	
396).
18UNIDADE 1 APOCALIPSE
3.3 Doutrinas divergentes ao Cristianismo
3.3.1 O Gnosticismo
Encontramos	no	Novo	Testamento	advertências	solenes	contra	os	erros	dochamado	
Gnosticismo.	Esta	seita	surgiu	no	século	I,	tornando-se	muito	poderosa	nosséculos	vindouros.	
Seus	ensinamentos	construíam	uma	estranha	mistura	de	ideiascristãs,	judaicas	e	pagãs.	
Por	 combinar	 tais	 preceitos,	 era	 confundido	 com	 algumaspráticas	 cristãs,	 ocasionando	
problemas	doutrinários	expressivos	à	igreja	dos	primeirosséculos.
Seus	 ideais	 consistem	 em	 alcançar	 um	 conhecimento	 autêntico	 maior,	
quepossibilitaria	a	salvação.	Através	de	uma	sabedoria	esotérica	proveniente	das	religiõesde	
mistério	dos	gregos,	afirmavam	que	aqueles	que	tinham	contato	com	o	material,	demodo	
nenhum	poderiam	alcançar	algo	espiritual.	O	objetivo	era	a	salvação	da	alma.Champlim	
(2006,	p.	919),	explica	que	a	alma	“[...]	é	a	parte	imaterial	do	homem,	destemundo	material,	
incluindo	nossos	corpos	físicos,	seria	inerentemente	má,	totalmenteincapaz	de	redenção”.
Seus	preceitos	distanciavam-se	da	doutrina	cristã,	pois	negava	que	Deus	fosseo	
Criador	do	mundo	e	dos	homens,	como	também	negava	que	Cristo	tivesse	tido	umavida	
física	real.
3.3.2 A doutrina de Balaão
A	doutrina	refere-se	ao	profeta	gentio	Balaão	consultado	por	Balaque,	rei	deMoabe	
que	 ordenou	 proferir	 maldição	 ao	 povo	 hebreu.	 Essa	 história	 se	 encontra	 no	 Livrode	
Números	capítulos	22	ao	24.	Fazendo	oposição	a	Balaque,	o	profeta	Balaãopronunciou	
várias	 bênçãos,	 porém,	 o	 livrode	Números	 25.1-3,	 descreve	 os	 israelitassucumbindo	 a	
imoralidade,	com	mulheres	pagãs	e	à	idolatria	pela	adoração	a	Baal:
Ora,	Israel	demorava-se	em	Sitim,	e	o	povo	começou	a	prostituir-se	com	as	
filhas
de	Moabe,	pois	elas	convidaram	o	povo	aos	sacrifícios	dos	seus	deuses;	e	o
povo	comeu,	e	 inclinou-se	aos	seus	deuses.	Porquanto,	 Israel	se	 juntou	a	
Baal-
Peor,	a	ira	do	Senhor	acendeu-se	contra	ele	(BÍBLIA,	Números	25.1-3,	ARA,
1993).
Segundo	Champlim	(2002,	p.	402),	Balaão	conduziu	os	hebreus	a	união	com	opa-
ganismo:	 “[...]	por	não	poder	 ‘amaldiçoar’	ao	povo	de	 Israel,	Balaão	 tentou	corrompê-lo,	
e	 isso	 levando	 seus	 varões	 a	 ter	 relações	 sexuais	 com	mulheres	moabitas”.Tal	 pecado	
foi	atribuído	ao	conselho	do	profeta	gentio:	“Eis	que	estas	foram	asque,	por	conselho	de	
19UNIDADE 1 APOCALIPSE
Balaão,	fizeram	que	os	filhos	de	Israel	pecassem	contra	o	Senhorno	caso	de	Peor,	pelo	que	
houve	a	praga	entre	a	congregação	do	Senhor”	(Bíblia,Números	31.16,	ARA,	1993).
No	contexto	do	Apocalipse,	a	doutrina	de	Balaão	refere-se	aos	praticantes	daimo-
ralidade	sexual	e	a	liberalidade	à	prática	da	idolatria	comum	aos	pagãos.
A	imoralidade	tornou	-se	algo	desejável,	como	se	tivesse	‘finalidades	boas’	no
seio	da	igreja	cristã.	Em	outras	palavras,	a	‘mentalidade	pagã’,	no	tocante	às
questões	sexuais	e	outras,	tornou-se	a	mentalidade	prática	e	a	doutrina	da	
igreja
dali	(CHAMPLIM,	2002,	p.	402).
As	palavras	gregas	utilizadas	na	passagem	de	apocalipse	2.14	(gr.	βαλεῖνσκάνδαλον,	
balein	skandalon,	“pedra	de	tropeço”),	possui	o	sentido	de	induzir	alguém	aprática	de	apos-
tasia,	ou	seja,	induzir	alguém	ao	erro.	Osbourne	(2014,	p.159),	interpretatal	passagem	da	
seguinte	 forma:	 “Os	dois	aspectos	de	seu	 ‘ensino’,	 idolatria	eimoralidade,	se	 relacionam	
mais	com	a	prática	do	que	com	a	doutrina	[...].
O	autor	do	livro	descreve	as	práticas	dos	seguidores	de	Balão,	fazendoreferência	a	
“comer	das	coisas	sacrificadas	a	ídolos”,	“praticar	idolatria”	e	“seprostituírem”.	Tais	atitudes	
remanescentes,	foram	consideradas	proibidas	aos	novosconvertidos	gentios	pelo	Concílio	
de	Jerusalém	conforme	Atos	15.	É	bem	provável	queos	seguidores	da	doutrina	de	Balaão	
procuravam	incorporar	esses	comportamentos	noCristianismo.
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 4 TEOLOGIA DO LIVRO DE 
APOCALIPSE
TÓPICO
UNIDADE 1 APOCALIPSE 20
O	tema	 teológico	central	do	Apocalipse	é	a	soberania	de	Deus	nos	eventos	ao-
longo	da	história.	Percebemos	essa	evidência,	através	dos	relatos	de	suatranscendência	
em	relação	ao	mundo	criado.	O	 título	 “Todo-Poderoso”,	ocorre	novevezes	designando	a	
onipotência	de	Deus,	não	somente	na	história	da	humanidade,	masem	relação	às	forças	do	
mal	(OSBOURNE,	2014).
O	controle	universal	do	Todo-Poderoso	é	declarado	nas	expressões	queaparecem	
ao	longo	do	livro,	como,	“daquele	que	é,	e	que	era,	e	que	há	de	vir”	(Ap.	1.8)e,	“Eu	sou	o	Alfa	
e	o	Ômega,	diz	o	Senhor	Deus,	aquele	que	é,	e	que	era,	e	que	há	devir,	o	Todo-Poderoso”.
	Além	de	que:
Os	primeiros	capítulos	colocam	lado	a	lado	dois	cenários:	celestial	(cap.	1;	
4;	5;7)	e	terreno	(cap.	2;	3;	6;	8;	9).	Os	cenários	do	céu	tipificam	adoração,	
alegria,paz	e	 triunfo,	ao	passo	que	os	da	 terra	evocam	dificuldades,	caos,	
apostasia	ejuízo	(OSBOURNE,	2014,	p.35).
A	Cristologia	no	livro,	reflete	a	obra	final	através	da	unificação	das	bênçãos	desua	
obra	redentora.	Nos	três	primeiros	capítulos	encontramos	as	descrições	em	torno	doCristo	
Glorificado.
O	 livro	 retrata	 Jesus	Cristo	 como	 “a	Fiel	 e	 verdadeira	Testemunha”	 (Ap	1.5),ex-
pressão	também	utilizada	nos	capítulos	(3.14)	na	carta	a	Laodicéia	e,	por	fim,	em(19.11)	
atribuindo	a	ele	a	qualidade	de	verdadeiro.
21UNIDADE 1 APOCALIPSE
O	termo	grego	aqui	traduzido	por	testemunha,	também	pode	significar	‘már-
tir’embora	seu	significado	original	fosse,	realmente,	“testemunha”.	O	presen-
te	textonão	parece	indicar	a	ideia	de	“mártir”.	Testemunha,	porém,	é	palavra	
que	secoaduna	com	as	exigências	do	contexto.	É	mister	que	uma	testemu-
nha	sejainerentemente	veraz	e	fiel,	 cumprindo	sua	missão	segundo	essas	
qualidadespessoais.	Uma	testemunha	de	nada	vale,	se	não	disser	a	verdade	
(CHAMPLIM,2002,	p.	430).
O	primogênito	dentre	os	mortos	refere-se	a	sua	morte	e	ressurreição,	sendo	oprimei-
ro	dos	mortos	a	ressurgir	e	ser	glorificado,	abre	caminho	para	os	demais.	Assim,podemos	
trazer	dois	destaques	em	especial:
[...]	 Jesus	é	soberano	sobre	a	vida	e	a	morte,	 ideia	que	nos	prepara	para	
verJesus	como	o	juiz	escatológico	(20.14;	21.4),	uma	autoridade	que	elecom-
partilha	com	o	Pai,	e	também	é	o	protótipo	daqueles	que	com	ele	haverão	
deressuscitar	(2.7,11;	20.6;	22.2,3,14,17)	(OSBOURNE,	2014,	p.	39).
O	 título	 de	 “Cordeiro”	 é	 aplicado	 a	Cristo	 no	 livro	 de	Apocalipse	 29	 vezes,	 das	
30menções	encontradas	no	Novo	Testamento.	Osbourne	(2014,	p.	39),	declara	que	“é	um-
título	que	se	volta	totalmente	para	a	grandiosa	vitória	escatológica	de	Cristo	comocordeiro	
pascal	sobre	a	cruz.”	A	primeira	citação	acontece	no	capítulo	5.16:	 “um	Cordeiroem	pé,	
como	se	tivesse	sido	morto”,	retratando	a	obra	redentora	na	cruz.
Portanto,	a	soberania	de	Deus	confere	ao	Salvador	ressurreto	autoridade	como“a-
quele	que	reina	sobre	os	reis	da	terra”.	São	eles,	os	inimigos	de	Cristo	(Ap	10.11;17.18)	
que	serão	derrotados	por	ele	(6.15;	18.9;	19.18)	e	no	final	levarão	sua	glória	paraa	Nova	
Jerusalém,	em	Apocalipse	21.24	(OSBOURNE,	2014).
Outra	característica	manifesta	no	livro	é	o	encorajamento	à	fidelidade	por	partedos	
santos.	A	ética	e	a	moralidade	são	condutoras	da	mensagem	apocalíptica.	Éintrínseco,	não	
apenas	os	incentivos,	mas	advertências	ao	homem	mudar	de	atitude.	EmApocalipse	1.19,	
a	perseverança	é	atestada	pelo	autor	em	sua	prisão	na	ilha	de	Patmos.
A	primeira	menção	acontece	na	mensagem	dirigida	à	Éfeso,	em	Apocalipse2.2,3,	
como	um	elogio	à	perseverança	em	suportar	os	“homens	maus”,	ou	seja,	os	falsosmestres.	
Na	igreja	de	Tiatira,	em	Apocalipse	2.19,	a	perseverança	é	enaltecida	pelasobras	realizadas.
A	perseverança	na	mensagem	das	sete	igrejas	da	Ásia	referem-se	aosvencedores,	
ou	aos	vitoriosos.	Aos	que	mantêm	o	testemunho	fiel	e	verdadeiro,	sãodirigidas	as	promes-
sas	escatológicas:
●	“O	que	vencer,	de	modo	algum	sofrerá	o	dado	da	segunda	morte”
(BÍBLIA,	Apocalipse	2,11	ARA,	1993);
22UNIDADE 1 APOCALIPSE
●	“Ao	que	vencer	darei	do	maná	escondido,	e	lhe	darei	uma	pedra	branca,	e
na	pedra	um	novo	nome	escrito,	o	qual	ninguém	conhece	senão	aquele
que	o	recebe”	(BÍBLIA,	Apocalipse	2,17	ARA,	1993);
●	“E	ao	que	guardar	as	minhas	obras	até	o	fim,	eu	lhe	darei	autoridade
sobre	as	nações”	(BÍBLIA,	Apocalipse	2,26	ARA,	1993);
●	“O	que	vencer	será	assim	vestido	de	vestes	brancas,	e	de	maneira
nenhuma	riscarei	o	seu	nome	do	livro	da	vida;	antes	confessarei	o	seu
nome	diante	de	meu	Pai	e	diante	dos	seus	anjos”	(BÍBLIA,	Apocalipse	3,5
ARA,	1993);
●	“A	quem	vencer,	eu	o	farei	coluna	no	templo	do	meu	Deus,	donde	jamais
sairá;	e	escreverei	sobre	ele	o	nome	do	meu	Deus,	e	o	nome	da	cidade
do	meu	Deus,	a	nova	Jerusalém,	que	desce	do	céu,	da	parte	do	meu
Deus,	e	também	o	meu	novo	nome”	((BÍBLIA,	Apocalipse	3,12	ARA,
1993);
●	Ao	vencer,	eu	lhe	concederei	que	se	assente	comigo	no	meu	trono”
(BÍBLIA,	Apocalipse	3.21	ARA,	1993).
Em	 outras	 passagens	 no	 livro	 de	 Apocalipse,	 são	 mencionados	 aqueles	
queperseveraram,	e	estes	receberão	a	coroa	por	manter	a	santidade	e	os	princípios	morais	
do	Eterno:
Aquele	que	 vencer	 herdará	estas	 coisas;	 e	eu	 serei	 seu	Deus,	 e	ele	 será	
meufilho.	Mas,	quanto	aos	medrosos,	e	aos	incrédulos,	e	aos	abomináveis,	
e	aoshomicidas,	e	aos	adúlteros,	e	aos	feiticeiros,	e	aos	idólatras,	e	a	todos	
osmentirosos,	a	sua	parte	será	no	lago	ardente	de	fogo	e	enxofre,	que	é	a	
segundamorte	(BÍBLIA,	Apocalipse	21.7-8,	ARA,	1993).
4.1 O estilo literárioO	início	do	livro	de	Apocalipse,	transparece	distinguir	três	estilos	literários:“apocalipse”,	
“profecia”	e	 “epístola”.	Existem	estudiosos	defensores	de	cada	um	dosestilos,	 com	uma	
importância	ímpar	dentro	da	literatura	do	Apocalipse.
Embora	reconheça	claramente	a	diversidade	entre	a	profecia	e	o	estiloapocalíptico	
como	dois	gêneros	literários,	a	semelhança	leva	os	estudiosos	a	afirmaremque	o	apocalíptico	
seria	uma	espécie	de	“continuidade”	da	profecia.	Esta	nova	forma	deexpressão	ocorre	como	
um	“substituto”	que	ocorreu	no	judaísmo,	depois	do	períodoprofético.
Há	uma	diferença	notável	entre	as	duas	quanto	à	forma.	Via	de	regra,	a	profeciaera	
composta	de	oráculos	breves,	orais	e	frequentemente	poéticos,	que	eramproclamados	e	
23UNIDADE 1 APOCALIPSE
só	mais	 tarde	 escritos.	O	 apocalíptico	 era	 literário	 quanto	 à	 forma	 desdeo	 princípio.	 “A	
profecia	tem	certo	tom	de	otimismo	(se	a	nação	se	arrepender,	nãohaverá	julgamento),	mas	
a	apocalíptica	tende	a	ser	pessimista	(a	única	esperança	estáno	futuro	e	não	no	presente)”	
(OSBOURNE,	2014,	p.	14).
Além	 disso,	 o	 livro	 contém	 em	 sua	 literatura,	 a	 forma	 epistolar	 na	 mensagem	
asigrejas	da	Ásia	nos	capítulos	2	e	3.	É	predominante	na	linguagem,	a	conjugação	doverbo	
em	 terceira	 pessoa,	 como	 característica	 da	 mensagem	 profética	 de	 Jesus	 Cristo.Por	
exemplo:	“Isto	diz	aquele	que	tem	na	sua	destra	as	sete	estrelas,	que	anda	no	meiodos	
sete	candeeiros	de	ouro”	(BÍBLIA,	Apocalipse	2.1	ARA,	1993).
É	 manifesto	 que	 o	Apocalipse	 é	 reconhecido	 com	 o	 estilo	 apocalíptico,	 apesar	
deconter	outros	aspectos	literários.
A	 apocalíptica	 tenta	 chegar	 aonde	 à	 profecia	 não	 mais	 consegue,	 ou	
melhor,	éuma	profecia	de	longo	alcance	que	tenta	trazer	o	céu	para	a	terra	
ou	 levaralguém	 para	 espiar	 o	 céu	 e	 contar	 para	 os	 demais	 por	 meio	 de	
visões”(CASAGRANDE,	2017,	p.128).
O	apóstolo	João,	autor	do	Apocalipse	do	Novo	Testamento,	apresenta	umalinguagem	
que	aparenta	o	dualismo,	de	conflito	entre	as	 forças	do	bem	e	do	mal.	Adiferença	entre	
os	outros	apocalipses	judaicos	e	pseudoepigráficos,	está	na	abordagemdada	a	soberania	
e	 transcendência	 de	Deus	 em	 relação	 aos	 poderes	 demoníacos.	Alémdisso	 a	 literatura	
apocalíptica	 de	 João,	 possui	 uma	 linguagem	 que	 contém	 símbolos	 que,outrora,	 são	
interpretados	pelo	próprio	autor:	“e	foi	precipitado	o	grande	dragão,	a	antigaserpente,	que	
se	chama	o	Diabo	e	Satanás,	que	engana	todo	o	mundo;	foi	precipitadona	terra,	e	os	seus	
anjos	foram	precipitados	com	ele”	(BÍBLIA,	Apocalipse	12.9,	ARA,1993).
4.2 Canonicidade do livro
O	Apocalipse	do	Novo	Testamento	é	assegurado	como	obra	canônica(divinamente	
inspirado)	e	apostólica,	desde	a	época	mais	antiga	da	história	da	igreja,com	início	em	Her-
mas,	no	início	do	século	II	d.C,	até	Orígenes,	no	começo	do	século	IIId.C.
O	livro	de	Apocalipse	possuía	grande	aceitação	como	qualquer	outro	livro	doNovo	
Testamento,	porém,	houve	aqueles	que	o	rejeitaram.	Por	exemplo,	Apocalipse	nãoconstava	
na	lista	do	cânon	do	Concílio	de	Laodicéia	no	Ano	de	360	d.C.,	além	de	nãoser	incluído	nas	
liturgias	da	igreja	oriental	da	Peshita,	a	Bíblia	siríaca.	(OSBOURNE,2014).
Acerca	dessas	rejeições	da	canonicidade	do	livro,	D.A	Carson	e	Leon	Morrisafir-
mam	que:
24UNIDADE 1 APOCALIPSE
[...]	essas	rejeições	de	Apocalipse	ocorridas	aqui	e	ali	na	igreja	ocidental	nãoafe-
taram	sua	canonicidade,	e	a	partir	do	momento	não	há,	no	Ocidente,nenhuma	sombra	de	
dúvida	quanto	à	plena	condição	canônica	de	Apocalipse(CARSON;	MORRIS,	2007,	p.	536).
No	Concílio	que	aconteceu	em	Cartago	no	ano	de	397	d.C,	Atanásio	inclui	oApo-
calipse	de	João	como	sendo	parte	do	Cânon	oficial	do	Novo	Testamento,	formandoassim,	
vinte	e	sete	livros	canônicos.	Posteriormente,	ocorre	uma	maior	aceitação	do	livrono	oriente	
e,	no	ano	de	680	d.C.,	o	Apocalipse	foi	considerado	canônico	no	Concílio	de	Constantinopla.
4.3 Literaturas apocalípticas não canônicas
A	 teologia	 encontrada	 no	 Apocalipse	 do	 cânon	 do	 Novo	 Testamento,	
éconsideravelmente	diferente	dos	apocalipses	não	canônicos.	O	Apocalipse	de	João,assim	
como	 os	 outros	 não	 canônicos,	 foram	 escritos	 em	 épocas	 de	 perseguição.Entretanto,	
os	 não	 canônicos	 possuem	 uma	 narrativa	 que	 evidencia	 a	 pior	 situação	 desua	 cultura	
contemporânea,	mas	não	atribui	esses	eventos	a	Deus.
O	Apocalipse	de	João	é	repleto	de	fé	e	esperança,	de	cânticos	de	alegria	pelacerteza	
da	 vitória	 final.	 Em	 contrapartida,	 os	 apocalipses	 pseudoepígrafos,	 revelavamsomente	
uma	 avaliação	 pessimista	 da	 cultura	 contemporânea.	 O	 termo“pseudoepigráficos”,	 “[...]	
significa	 que	 ‘em	 honra’	 a	 alguma	 antiga	 personalidadefamosa,	 um	 livro	 foi	 escrito	 por	
outrem,	aproveitando-se	do	prestígio	do	nome	daquelapersonalidade,	a	fim	de	perpetuar	
sua	tradição”	(CHAMPLIM,	2002	p.	352).
Neste	tipo	de	literatura	apocalíptica,	a	maldade	predominava	em	qualqueroportunidade,	
remetendo	a	 ideia	de	 triunfo	sobre	o	povo	de	Deus.	O	controle	 totalaparentava	 ter	sido	
obtido	pelos	poderes	demoníacos.Essas	literaturas	não	inspiradas	consideravam	um	tipo	
de	dualismo,	poisapresentavam	os	acontecimentos	apocalípticos	como	um	conflito	cósmico	
entre	o	bem	eo	mal.
As	literaturas	apocalípticas	não-canônicas	mais	conhecidas	são:
●	O	livro	de	Enoque,	que	é	geralmente	designado	como	I	Enoque,	erao	mais	impor-
tante	dos	livros	pseudoepigráficos.	Vejamos	o	que	afirma	CliftonAllen	em	seu	comentário	
bíblico:
[...]	Deus	lhe	havia	dado	a	revelação	e	um	anjo	lhe	havia	mostrado	uma	visão	
ehavia	explicado	 tudo	o	que	viria	a	acontecer	no	 futuro.	Os	anjos	haviam-
seenamorado	 das	 filhas	 dos	 homens,	 e	 por	 isso	 haviam	 caído	 à	 terra	 e	
causado	omal	entre	os	homens.	[...]	Ele	perscrutou	o	Sheol,	e	discerniu	as	
suas	divisões.Uma	desordenada	curiosidade	a	respeito	do	calendário	levou	
25UNIDADE 1 APOCALIPSE
a	uma	divisão	dahistória	em	dez	períodos,	dos	quais	o	sétimo,	caracterizado	
pela	apostasia,	haviachegado.	O	oitavo	período	era	esperado	para	 logo,	e	
seria	cheio	de	justiça.	Osímpios	seriam	destruídos	durante	a	nona	era,	em	
preparação	para	a	décima,	quetraria	novos	céus	e	 terra	 (ALLEN,	1987,	p.	
286).
●	Os	Testamentos	dos	Doze	Patriarcas	haviam	sido	escritos	no
período	de	109-107	a.C.	Tipicamente	pseudepigráficas,	apresenta-se	como	sendo
escrito	pelos	doze	filhos	de	Jacó;
●	O	Apocalipse	de	Esdras,	que	recebe	a	nomenclatura	de	IV	Esdras.
Consiste	de	sete	visões	supostamente	tidas	por	Esdras	na	Babilônia,	mas,	na
verdade,	relacionadas	com	a	última	parte	do	primeiro	século	cristão.	Retrata	o
pensamento	judeu	à	luz	da	queda	de	Jerusalém	diante	dos	romanos,	em	70	d.C.
4.4 Diferenças importantes
As	diferenças	entre	o	Apocalipse	de	João	e	os	outros	apocalipses	não	canônicos-
são	mais	acentuadas	do	que	as	possíveis	similaridades.	Vejamos:
●	No	apocalipse	de	João,	o	conflito	dualista	é	apresentado	de	um	ponto	de
vista	inferior	a	pessoa	de	Deus,	e	nunca	se	abdica	da	soberania	do	Deus	Eterno.
A	transcendência	de	Deus,	apresentada	é	sublime	e	remete	a	exaltação.
Portanto,	não	apresenta	indícios	de	ausência	ou	desinteresse	de	Deus	em
relação	a	criação,	como	sugere	algumas	obras	apocalípticas	pseudoepigráficas;
●	A	linguagem	de	mistério	que	possam	remeter	a	incompreensão	no	livro,
não	apontam	para	o	esoterismo	dos	apocalipses	não-canônicos.	O	autor	se
empenha	para	que	haja	entendimento	apesar	da	complexidade	de	seu	conteúdo
(BROADMAN,	1987);
●	Um	dos	critérios	de	canonicidade	é	que	seu	autor	seja	conhecido.	No	caso
do	Apocalipse,	o	autor	é	João.	Ele	utiliza	o	seu	nome	no	início	do	livro	e	escreve
aos	cristãos	das	sete	igrejas	da	Ásia,	que	anteriormente	o	conheciam.	As
literaturas	pseudoepigráficas	utilizavam	o	nome	de	um	autor,	que	em	sua
maioria,	constituía	vários	autores.	Portanto,	o	Apocalipse	de	João	não	é
pseudoepígrafo;
26UNIDADE 1 APOCALIPSE
●	O	Apocalipse	de	João	demonstra	a	obra	redentora	em	uma	linguagem
cristológica	quedifere	do	apocalípticos	que	apresentam	elementos	do	judaísmo;
●	Em	relação	aos	conceitos	morais	e	éticos,	Broadman	afirma:
“Uma	 ênfase	 diferente	 acerca	 da	 ética	 é	 perceptível.	 Os	 profetas	 tinham	
umaprofunda	apreciação	pelas	escolhas	e	pelo	procedimento	dos	homens	
comofatores	determinantes	do	futuro.	Os	apocalípticos,	crendo	que	o	futuro	
já	 haviasido	 determinado	 conforme	 outros	 padrões,	 surpreendentemente	
ficavam	adesejar	em	termos	de	exortações	de	natureza	ética”	(BROADMAN,	
p.	288);
●	O	sofrimento	da	humanidade	tem	uma	abordagem	diferente	quando
relacionado	às	literaturas	apocalípticas	não-canônicas.	Nota-se	uma	espécie	de
dualismo	com	o	confronto	entre	a	ordem	e	o	caos,	o	pecado	e	a	queda	dos
homens	e	dos	anjos.	Além	disso,	ocorre	o	conflito	de	Deus	e	seus	exércitos
celestiais,	contra	Satanás	e	seus	anjos.	Além	disso,	a	resultante	do	sofrimento
ocorre	através	da	atuação	dos	poderes	malignos,	tomando	o	ser	humano	como
sendo	indefeso;
●	A	revelação	do	Apocalipse	de	João,	revela	um	conceito	divergente	acerca
do	sofrimento.	As	decisões	morais	baseadas	na	fé	do	Salvador	Ressurreto,
podem	vencer	o	sofrimento.	A	obra	redentora	de	Cristo	obteve	a	vitória	sobre	o
pecado	e	aqueles	que	permanecem	fiéis,	podem	desfrutar	da	vitória	final	apesar
do	sofrimento.	João	estabelece	equilíbrio	entre	a	história	da	queda	do	homem	e
seus	sofrimentos	com	a	esperança	escatológica.	Tal	conceito	de	esperança	e
vitória	final	é	ausente	nos	apocalipses	não-canônicos	(BROADMAN,	1987);
●	Inúmeros	apocalipses	judaicos	e	cristãos	não-canônicos	propiciam	uma
fonte	literária	ampla.	Porém,	O	livro	de	Daniel	é	a	fonte	mais	importante	de
informação	para	a	interpretação	do	Apocalipse	de	João,	visto	que	ele	oferece
uma	similaridade	grande	com	as	figuras	utilizadas	pelo	seu	autor	João.
Os	dois	grandes	livros	que	contém	similaridades	são	Daniel	e	Apocalipse.	Porémnu-
merosas	passagens	apocalípticas	aparecem	na	Bíblia,	tais	como	Isaías	24-27,	Marcos13	e	
II	Tessalonicenses	2:1-12.	Os	Evangelhos	do	Novo	Testamento	têm	um	aspecto	fortemente	
apocalíptico.
27UNIDADE 1 APOCALIPSE
Você	sabia	que	é	possível	visitar	a	ilha	onde	João	escreveu	o	Apocalipse?	Naprová-
vel	localização	descrita	no	capítulo	1	e	versículo	9,	existe	uma	gruta	que	segundoa	tradição	
local,	acredita	ser	o	local	exato	onde	foi	escrito	o	Apocalipse.	Apesar	de	nãohaver	compro-
vação	que	o	local	seja	exatamente	onde	acontecem	as	revelações,	o	vídeodisponível	no	
link	abaixo	mostra	detalhes	dessa	fascinante	ilha.	Acesse	o	Link:https://www.youtube.com/
watch?v=7rjHt7wjj0A
Para	cada	carta	às	sete	igrejas	da	Ásia,	o	nome	e	a	representação	de	JesusCristo	
possuem	uma	aplicação	 prática	 para	 a	 realidade	 que	 viviam.	Citações	 como:	 “Istodiz	 o	
primeiro	 e	 o	 último,	 que	 foi	morto	 e	 reviveu”,	 “aquele	 que	 tem	 a	 espada	 aguda	 dedois	
gumes”,	demonstram	o	senhorio	e	a	soberania	do	Salvador,	além	de	trazer	umaexortação	
aos	seus	ouvintes.
Fonte: O	Autor	(2022).
https://www.youtube.com/watch?v=7rjHt7wjj0A 
https://www.youtube.com/watch?v=7rjHt7wjj0A 
28UNIDADE 1 APOCALIPSE
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estamos	 encerrando	 nossa	 primeira	 unidade	 de	 estudo.	 Meu	 desejo	 é	 que	
vocêstenham	aprendido	bastante	sobre	o	panorama	do	Apocalipse.	Entendo	que	o	assunto	
écomplexo	e	demanda	muito	mais	dedicação	e	pesquisa.	Com	a	finalidade	de	aprofundarseus	
conhecimentos,	 incentivo	 que	 se	 aprofundem	 um	 pouco	 mais	 no	 assunto,	 atravésde	
artigos	científicos,	dicionários	teológicos,	enciclopédias,	livros	e	obras	sistemáticas.Como	
consequência,	 você	 terá	 mais	 ferramentas	 para	 obter	 uma	 interpretação	 saudávelda	
mensagem	do	livro.
Sendo	 assim,	 vamos	 finalizar	 alguns	 assuntos	 tratados,	 como	 por	 exemplo	
aperseguição	dos	cristãos	e	a	religião	da	igreja	primitiva.	Estudamos	o	propósito	e	asquestões	
que	 impulsionaram	 João	 a	 escrita	 do	 texto.	A	 revelação	 acontece	 no	momentoem	 que	
os	cristãos	passavam	por	perseguições	pelo	 império,	portanto,	conseguimosidentificar	o	
propósito	histórico	da	 revelação	do	Apocalipse.	Jesus	Cristo	se	dirige,primeiramente,	às	
sete	 igrejas	 da	 Ásia	 com	 uma	 mensagem	 contextual	 para	 suarealidade.	 Encontramos	
momentos	de	repreensão,	conforto	e	elogios.
Porém	 a	 mensagem	 traz	 revelações	 através	 das	 visões,	 que	 apontam	
paraacontecimentos	 majestosos	 que	 provavelmente	 acontecerão	 no	 futuro,	 ou	 seja,	
odesfecho	 da	 história	 da	 redenção	 com	 o	Reino	Eterno.	 Sobre	 este	 assunto	 falaremos	
umpouco	mais	na	Unidade	II.
A	mensagem	teológica	do	Apocalipse	trata	como	tema	central	a	soberania	deDeus	
nos	momentos	de	perseguição,	até	o	momento	final.	A	obra	redentora	de	Cristoressurreto	é	
apresentada	em	diversos	pontos	da	obra,	como	Deus	sublime	e	exaltado.	Oestilo	apocalíptico	
presente	 na	 obra,	 apresenta	 o	 juízo	 não	 de	 forma	 pessimista,	 sob	 aperspectiva	 de	 um	
Deus	ausente	e	distante.	Além	disso,	revela	a	intenção	dealinhamento	moral	segundo	seus	
princípios,	com	a	mensagem	de	arrependimento	parasalvação	que	sobrepõe	o	sofrimento.
Espero que tenha sido um tempo proveitoso e desejo a você ótimos estudos!
Até a próxima unidade!
29UNIDADE 1 APOCALIPSE
LEITURA COMPLEMENTAR
O chamado para o martírio em Apocalipse: as sete igrejas da Ásia
O	artigo	traz	uma	abordagem	importante	sobre	o	martírio	e	a	perseguiçãopresentes	
no	contexto	da	escrita	do	Apocalipse,	em	especial	as	sete	igrejas	da	Ásia.	Otrabalho	elucida	
questões	básicas	dos	motivos	da	perseguição	e	o	posicionamento	doscristãos	da	época	em	
relação	ao	martírio.
Fonte:	 LIMA,	LEANDRO	A.	O	chamado	para	o	martírio	em	Apocalipse:	 as	 sete	
igrejas	da	Ásia.	FidesReformata.	São	Paulo:	Editora	Mackenzie,	v.	26,	n.	1,	2021.Disponível	
em:	 https://cpaj.mackenzie.br/wp-content/uploads/2021/07/Fides-26-1-1-O-Chamado-pa-
ra-o-Martirio-em-Apocalipse-Leandro-Lima.pdf	Acesso	em:	13	out.	2022.
https://cpaj.mackenzie.br/wp-content/uploads/2021/07/Fides-26-1-1-O-Chamado-para-o-Martirio-em-Apocalipse-Leandro-Lima.pdf
https://cpaj.mackenzie.br/wp-content/uploads/2021/07/Fides-26-1-1-O-Chamado-para-o-Martirio-em-Apocalipse-Leandro-Lima.pdf
30UNIDADE 1 APOCALIPSE
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO
Título: Apocalipse para todos
Autor: N.T. Wright.
Editora: Thomas Nelson Brasil.
Sinopse: Muitos consideram Apocalipse o livro mais difícil do 
Novo Testamento. Eleestá cheio de imagens estranhas, sinis-
tras e, às vezes, violentas. Como resultado, aspessoas que se 
sentem seguras nos Evangelhos, em Atos e nas Cartas Paulinas 
seveem pisando em ovos em torno do último livro da Bíblia, com 
a sensação de que nãopertencem a esse lugar. Mas elas perten-
cem! Apocalipse oferece uma das visões maisclaras e nítidas a 
respeito do propósito final de Deus para toda a criação. Nesse 
livrovemos como as poderosas forças do mal podem ser e estão 
sendo derrubadas por meioda vitória de Jesus, o Messias, que 
continua a inspirar e fortalecer seus seguidoresatualmente.
FILME
Título: O Apocalipse
Ano: 2000.
Sinopse: 90 d.C. O Imperador Romano Domitiano lançou uma 
campanha bárbara
contra os cristãos. Mantido como refém pelos romanos na ilha 
de Patmos, o velho
apóstolo João luta para salvar a Cristandade da extinção, en-
viando cartas às
comunidades cristãs. Determinada pela vontade de conhecer 
a última testemunha vivada paixão de Cristo, a jovem cristã 
Irene consegue ter acesso à cela de João.Confiando-lhe suas 
anotações escritas de suas visões, João implora a Irene para 
queespalhe a mensagem entre os cristãos. Estas visões formam 
o conteúdo do Livro dasRevelações. Para alguns, elas evocam o 
fim do mundo, para outros, apontam para asdificuldades espi-
rituais que os cristãos enfrentam em todas as épocas.
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Plano de Estudos
 ● Métodos de Interpretação;
 ● Estrutura;
 ● Esboço Exegético do Livro.
Objetivos da Aprendizagem
 ●Estudar os métodos de interpretação para o livro de Apocalipse;
 ●Compreender a estrutura do livro e suas abordagens;
 ●Entender a mensagem e as divisões através de um esboço exegético do 
Apocalipse.
2UNIDADEUNIDADE
INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURAINTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA
Professor Esp Erison de Moraes Valério
DO LIVRO DE APOCALIPSE DO LIVRO DE APOCALIPSE 
32UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
INTRODUÇÃO 
Olá, tudo bem? Seja bem-vindo a mais uma unidade de estudo!
Vamos	aprender	um	pouco	mais	sobre	o	Apocalipse	e	os	assuntos	escatológicos.	
Para	lidarmos	com	este	assunto	que,	naturalmente	é	motivo	de	interpretações	que	partem	
de	pressuposições,	precisamos	conhecer	as	mais	diversas	abordagens	exegéticas	para	
não	cair	em	tentação.	Como	obra	literária	o	livro	é	repleto	de	particularidades	como	lingua-
gem	simbólica,	figuras	e	termos	complexos	da	língua	grega.	O	desafio	para	o	estudante	de	
teologia	é	analisar	as	linhas	de	pensamento	quanto	a	interpretação,	estruturando	o	conteú-
do	com	a	finalidade	de	extrair	seu	significado.	Em	se	tratando	de	Apocalipse,	essa	tarefa	
demanda	dedicação,	pois	estamos	buscando	compreender	um	dos	livros	mais	difíceis	do	
Novo	Testamento.
No	primeiro	 tópico,	 estudaremos	os	métodos	de	 interpretação	que	 se	 formaram	
ao	longo	da	história.	Entre	eles,	o	método	preterista	que	entende	os	eventos	do	livro	como	
exclusivos	a	época	apostólica	de	João;	o	método	histórico	que	tenta	amoldar	as	revelações	
com	 o	 curso	 da	 história	 da	 humanidade;	 o	 método	 futurista	 busca	 o	 cumprimento	 das	
profecias	em	momentos	que	ainda	estão	por	vir	e,	por	fim	a	visão	idealista	que	entendem	a	
mensagem	fora	da	linha	temporal.
Já	no	segundo	tópico	aprenderemos	os	pontos	de	vista	sobre	a	estruturação	do	
texto	do	Apocalipse	que	estão	 interligados	com	a	 linha	de	 interpretação	adotada.	Como	
podemos	 entender	 a	 ordem	 dos	 acontecimentos	 do	 livro?	 É	 sequencial	 ou	 através	 de	
paralelos?	Vamos	aprender	cada	uma	delas!
Finalizando	 o	 conteúdo	 da	 unidade,	 compreenderemos	 a	 mensagem	 em	 suas	
particularidades	através	de	um	esboço	exegético,	eu	irá	tratar	os	mais	diversos	assuntos	
do	Apocalipse.
Desejo a todos bons estudos e sucesso em mais essa etapa! Vamos lá!
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33UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
 1
TÓPICO
MÉTODOS DE 
INTERPRETAÇÃO
Para	a	 interpretação	do	Livro	do	Apocalipse	de	João,	veremos	as	mais	diversas	
frentes	que	se	dedicam	a	estudá-lo.	Alguns	fatores	se	apresentam	como	influenciadores	
para	a	exegese	do	Apocalipse	e	da	Bíblia	como	um	todo.	Ao	longo	da	história	as	tradições	
religiosas	construíram	formas	particulares	de	fazer	análise	interpretativa	de	vários	assuntos	
bíblicos.	Vamos	conhecê-las!
1.1 Método Preterista
O	método	preterista	tem	por	pressuposto	principal	que	os	episódios	e	particularidades	
do	livro	de	Apocalipse,	referem-se	ao	período	vivido	pelos	apóstolos	e	não	tem	relação	com	
o	 futuro.	Com	 referência	 a	 visão	 preterista,	Osbourne	 afirma	 que	 “[...]	 os	 símbolos	 são	
referências	 a	 acontecimentos	 do	 primeiro	 século	 vivenciados	 pelos	 primeiros	 leitores,	 a	
quem	João	está	dizendo	como	Deus	haverá	de	livrá-los	de	seus	opressores”	(OSBOURNE,	
2014,	p.	21).
Segundo	o	método,	todas	as	passagens	do	livro	fazem	referência	a	acontecimen-
tos	 que	 teriam	 ocorrido	 naquele	 período.	Ainda	 exemplificando,	 o	Apocalipse	 expressa	
as	esperanças	dos	cristãos	primitivos	da	Ásia.	Eles	em	breve	seriam	libertados	dos	seus	
sofrimentos	sob	o	domínio	dos	romanos	(LADD,	1986).
Três	vertentes	principais	são	próprias	do	método	preterista.	A	primeira	associa	os	
acontecimentos	relatados	no	livro	do	Apocalipse	com	a	igreja	e	as	perseguições	de	Roma	no	
primeiro	século.	Como	exemplo	de	interpretação	preterista,	podemos	citar	a	associação	de	
Roma	aos	eventos	descritos	no	livro.	“A	besta,	desse	modo,	poderia	ser	o	Império	Romano	
34UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
ou	o	imperador,	e	os	selos,	trombetas	e	taças	seriam	juízos	que	Deus	está	derramando	(ou	
logo	derramará)	sobre	a	própria	Roma”	(OSBOURNE,	2014,	p.	21,	22).	
A	segunda	vertente	preterista	é	oriunda	de	estudiosos	críticos	como	Yarbro	Collins	
e	L.	Thompson.	Seus	pressupostos	se	baseiam	que	a	teologia	escatológica	do	 livro	não	
aponta	numa	linha	temporal	para	o	futuro,	mas	na	ressignificação	do	presente.		A	simbolo-
gia	contida	no	livro	possibilitaria	a	suposição	de	duas	realidades	alternativas	entre	as	quais	
os	intérpretes	precisam	definir:	a	perspectiva	transcendente	que	envolve	Deus	e	a	igreja	
ou,	o	mundo	secular	romano.
O	terceiro	aspecto	preterista	acredita	que	o	livro	do	Apocalipse	de	João	teria	sido	
produzido	antes	do	ano	70	d.C.	As	profecias	contidas	no	livro	teriam	relação	com	a	queda	
de	Jerusalém	pelo	 juízo	divino.	Essa	terrível	consequência	 foi	decorrente	da	rejeição	do	
Messias	pelo	povo	de	Israel.	Seguindo	seus	conceitos,	a	batalha	do	Armagedon	se	refere	
ao	cerco	da	capital	de	Israel	no	ano	70	d.C.	A	besta	do	Apocalipse	seria	o	Império	Romano	
(OSBOURNE,	2014).	
Para	dar	credibilidade	a	esta	última	vertente,	encontramos	um	problema	na	data-
ção	do	livro	de	Apocalipse,	que	teria	que	ter	sido	escrito	antes	da	destruição	de	Jerusalém.	
Porém,	a	data	aproximada	e	aceita	pela	maioria	dos	estudiosos	seria	entre	os	anos	de	95	
a	96	d.C.
Além	 dessas	 vertentes,	 precisamos	 destacar	 duas	 alas	 do	 preterismo.	 Simon	
Kiskemaker,	citando	o	autor	Phillip	Schaff	relaciona	como	“ala	direita”	e	“ala	esquerda”.	A	ala	
direita	ensina	que	o	Apocalipse	é	divinamente	inspirado	e	tem	um	elevado	posicionamento	
em	 relação	 as	 Escrituras.	 No	 caso	 da	 ala	 esquerda,	 existe	 uma	 rejeição	 da	 inspiração	
das	Escrituras,	colocando	o	Apocalipse	de	João	similar	aos	apocalipses	pseudoepígrafos	
(KISKEMAKER,	2004).
	
Schaff	define	a	ala	direita	como	aqueles	“que	reconhecem	uma	profecia	real	
e	verdade	permanente	no	livro	[do	Apocalipse]”,	e	a	ala	esquerda	como	os	
que	o	consideram	como	“um	sonho	de	um	visionário	que	foi	falsificado	pelos	
eventos”.	Guthrie	(SCHAFF,	1950,	citado	por	OSBOURNE,	2014,	p.	61).
Resumindo,	o	método	preterista	afirma	que	todo	registro	do	Apocalipse	acontece	
na	época	de	seus	autores,	portanto,	para	nós	isso	já	aconteceu	no	passado.
35UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
1.2 Método Histórico
Esta	forma	de	abordagem	na	interpretação	busca	moldar	os	acontecimentos	do	livro	
durante	várias	épocas	distintas	da	história	da	humanidade.	Os	eventos	descritos	se	referem	
à	uma	abordagem	progressiva	em	relação	ao	início,	até	o	destino	da	igreja	e	do	mundo.	
Seus	adeptos	afirmam	o	cumprimento	em	parte	de	algumas	profecias,	e	outras	estariam	
ainda	por	cumprir.	Além	de	buscar	encaixar	algumas	dessas	profecias	e	seu	cumprimento	
no	tempo	presente.
“A	história	secular	e	a	história	religiosa	estão	entrelaçadas,	e	os	proponentes	têm	
tentado	interpretar	os	eventos	de	seu	próprio	período	da	história	como	predito	no	Apocalip-
se”	(SILVA,	2020,	p.15).
Joaquim	de	Fiore,	no	séculoXXII,	foi	quem	instaurou	este	método,	quando	alegou	
receber	uma	visão	que	mostrava	os	1260	dias	descritos	no	Apocalipse	uma	profecia	dos	
acontecimentos	da	história	ocidental,	iniciando	nos	tempos	apostólicos	até	o	presente.	
[...]	há	 intérpretes	que	aplicam	o	 livro	à	 Igreja	Ocidental,	 como	se	a	 Igreja	
Oriental	não	existisse.	Além	do	mais,	os	adeptos	do	ponto	de	vista	histórico	
às	vezes	recorrem	a	interpretações	triviais	que	são	não	apenas	fantasiosas,	
mas	que	estão	desonrando	a	Escritura	(KISKEMAKER,	2004,	p.	63).
	Posteriormente,	os	Franciscanos,	uma	ordem	mendicante	dentro	da	Igreja	Católica,	
aderiu	a	proposição	de	Joaquim	interpretando	a	revelação	do	livro	de	Apocalipse	da	mesma	
forma.	Eles	indicavam	o	cumprimento	da	profecia	com	relação	a	Roma	e	seu	paganismo	da	
época	(pela	corrupção	existente	na	igreja)	(OSBOURNE,	2014).
No	século	XVI,	a	reforma	protestante	através	dos	reformadores	Lutero	e	Calvino,	
aderiu	 ao	método	 apontando	 o	 papa	 como	 o	Anticristo.	A	 visão	 clássica	 dos	 dispensa-
cionalistas	 utilizou	 essa	 interpretação,	 associando	a	mensagem	às	 sete	 igrejas	 da	Ásia	
com	sete	períodos	da	era	da	igreja.	(OSBOURNE,	2014).	Os	dispensacionalistas	também	
entenderam	o	Apocalipse	capítulos	2	ao	19,	que	incluem	os	sete	selos,	as	sete	trombetas,	
as	 sete	 taças	 e	 os	 capítulos	 parentéticos,	 com	 o	 desenvolvimento	 da	 história	 da	 igreja	
ao	longo	dos	séculos.	Como	consequência	a	Besta	e	o	Anticristo	foram	associados	como	
sendo	o	Papa,	Napoleão,	Mussolini	ou	Hitler.	(SILVA,	2020)
O	método	apresenta	alguns	pontos	fracos,	pela	necessidade	de	ser	reformulado	
a	cada	período	em	que	falha	a	associação	com	eventos	e	personagens.	Grant	Osbourne	
afirma	em	seu	comentário	exegético	do	Apocalipse	que:	
Em	virtude	de	 sua	 fragilidade	 intrínseca	 (a	 identificação	 com	a	história	 da	
igreja	apenas	ocidental,	a	especulação	inerente	contida	nos	paralelos	traça-
36UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
dos	com	a	história	mundial),	o	fato	de	precisar	ser	reformulada	a	cada	novo	
período	histórico,	a	total	falta	de	relevância	do	texto	para	João	e	para	seus	
primeiros	leitores	(OSBOURNE,	2014,	p.	21).
1.3 Método Futurista
Os	primeiros	pais	da	igreja	como	Justino,	Irineu	e	Hipólito,	se	valiam	deste	método.	
Porém,	este	método	deixou	de	ser	evidência	na	história	do	cristianismo	por	mais	de	um	
século.	Isso	aconteceu	em	decorrência	da	ascensão	do	método	alegórico	de	interpretação,	
que	enxergava	algumas	passagens	de	forma	excessivamente	figurada.	Além	disso,	a	visão	
amilenista	predominou	após	Agostinho,	sobrepujando	o	método	(OSBOURNE,	2014).
A	interpretação	futurista	dos	escritos	do	Apocalipse	apresenta	seus	pressupostos	
na	maior	parte	do	livro.	Essa	perspectiva	se	inicia	no	capítulo	4	versículos	1,	como	aconte-
cimentos	que	ainda	estão	por	vir.	Os	adeptos	dessa	linha	de	interpretação	propõem	que	as	
profecias	do	Apocalipse	acontecerão	num	período	anterior,	durante	e	logo	após	o	retorno	
de	Jesus	ao	mundo.	
Segundo	afirma	Simon	Kiskemaker,	“[...]	o	escritor	do	Apocalipse,	ao	longo	de	todo	
o	livro,	aponta	para	o	dia	do	regresso	de	Cristo.	O	elemento	profético	é	um	componente	
inegável	 [...]”	 (KISKEMAKER,	2004,	p.	64).	A	mensagem	é	de	perspectiva	profética	com	
cumprimento	 futuro,	 tendo	em	vista	que	o	autor	escreve	concretizando	o	grande	Dia	do	
Senhor,	onde	acontecerá	o	retorno	prometido.
Os	futuristas	destacam	o	teor	da	mensagem	de	João,	associando	algumas	coisas	
que	 aconteceram	 no	 presente	 e	 outras	 que	 sucederão	 no	 futuro.	 	 Na	 última	 parte	 de	
Apocalipse	 4.1,	 João	 escreve:	 “Sobe	 aqui,	 e	mostrar-te-ei	 as	 coisas	 que	 depois	 destas	
devem	acontecer”	(BÍBLIA,	Apocalipse	4:1,	ARA,	1993).
Portanto,	essa	passagem	apresentaria	dois	momentos.	Primeiro	se	refere	às	coisas	
que	aconteceram	no	presente	(na	época	que	João	vivia).	Num	segundo	momento,	aquilo	
que	estava	previsto	para	acontecer	no	futuro	“as	coisas	que	devem	acontecer”.
O	método	exegético	utilizado	pelos	futuristas	é	o	literal	que	considera	a	parte	final	
do	livro	como	um	testemunho	das	coisas	do	fim,	inclusive	com	consequências	cósmicas.	
Como	ponto	positivo,	o	método	reconhece	que	existem	acontecimentos	futuros	pela	des-
crição	do	texto,	porém,	alguns	problemas	exegéticos	podem	aparecer	por	conta	da	visão	
futurista.	“Um	deles	é	que	ela	faz	com	que	os	três	primeiros	capítulos	do	Apocalipse	venham	
a	ser	irrelevantes	para	a	Igreja	contemporânea”	(KISKEMAKER,	2004,	p.	64).	Assim	sendo,	
os	 assuntos	pertinentes	 à	mensagem	de	Cristo	 para	 as	 sete	 igrejas	 da	Ásia	Menor,	 se	
restringem	unicamente	ao	momento	histórico	que	acontecem.	Esse	pensamento	não	dá	
margem	para	aplicar	o	sentido	teológico	da	mensagem	em	nossos	dias.	Tal	posicionamento	
37UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
pode	negligenciar	a	mensagem	apocalíptica	para	a	época	do	Século	I,	dando	margem	às	
especulações.
Existem	 duas	 vertentes	 deste	método:	 o	 dispensacionalismo	 e	 o	 pré-milenismo	
clássico.	Os	dispensacionalistas	crêem	que	Deus	conduz	a	história	por	alguns	estágios	
que	se	concentram	na	eleição	de	seu	povo.	O	momento	histórico	que	vivemos	compreende	
a	era	da	igreja,	ou	seja,	um	interlúdio	onde	a	atuação	da	igreja	acontece,	até	que	haja	um	
avivamento	nacional	entre	povo	judeu,	que	rejeitou	o	Salvador.		No	final	da	era	da	igreja	
aconteceria	o	arrebatamento,	e	 inicia-se	a	grande	 tribulação	que	duraria	sete	anos	 (Ap.	
13).		No	final	desse	período	se	reserva	a	parousia,	com	a	volta	de	Cristo	para	o	julgamento,	
seguido	de	um	milênio	literal	(Ap	20.1-10),	o	julgamento	do	grande	trono	branco	(Ap.	20.11-
15)	e	o	início	do	estado	eterno	(Ap	21.1-22.5).		
O	pré-milenismo	clássico	é	semelhante,	exceto	pelos	períodos	das	dispensações.	
“Há	somente	uma	volta	de	Cristo,	após	o	período	da	tribulação	(Mt	24.29-31;	cf.	Ap	19.11-
21),	e	toda	a	igreja,	não	somente	a	nação	de	Israel,	passará	pelo	período	de	tribulação”	
(OSBOURNE,	2014,	p.	23).
FIGURA 1 – OS MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DO APOCALIPSE
		
Fonte:	O	Autor	(2022).
1.1 Método Idealista
O	método	idealista	é	bastante	propagado	e	defende	que	os	símbolos	contidos	no	
livro	não	estão	relacionados	com	situações	que	acontecem	na	linha	do	tempo	histórica,	mas	
com	princípios	espirituais	atemporais.	O	autor	não	teria	recebido	na	ilha	de	Patmos	a	visão	
da	Igreja	no	futuro	ou	acontecimentos	relacionados	ao	final	dos	tempos,	mas	que	fortificam	
os	cristãos	nos	conflitos	que	enfrentavam.	Eles	 interpretam	o	Apocalipse	de	João,	como	
uma	obra	cujos	princípios	apontam	Jesus	Cristo	vitorioso	com	seu	povo,	derrotando	Satanás	
e	seus	anjos.	Os	idealistas	dão	evidência	aos	princípios	apresentados	na	mensagem	do	
Apocalipse,	como	aplicações	aos	cristãos	de	todos	os	momentos	na	história.	
38UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
Representa	a	batalha	entre	o	bem	e	o	mal,	a	igreja	e	o	mundo	de	todas	as	épocas	
da	história	da	igreja	(OSBORNE,	2014).
Os	sete	selos,	as	sete	trombetas	e	as	sete	taças	apresentam	os	julgamentos	de	
Deus	aos	pecadores	ao	longo	da	história.	A	Besta	aponta	aos	impérios	que	aparecem	ou	se	
relacionam	com	a	história	no	âmbito	bíblico,	e	seus	governantes	contrários	aos	princípios	
bíblicos.
Segundo	o	método,	“o	Apocalipse	não	é	uma	história	de	eventos	que	tenham	ocor-
rido	no	passado	ou	uma	profecia	de	eventos	que	se	concretizarão	no	futuro.	É	um	livro	que	
enche	o	povo	de	Deus	com	conforto	e	motivação	para	suportar	até	o	fim”	(KISKEMAKER,	
2004,	p.	65).
O	 ponto	 positivo	 dessa	 linha	 de	 pensamento,	 está	 na	 abordagem	da	mensagem	
teológica	central	que	apresenta	o	Apocalipse	e	a	sua	importância	para	a	igreja	no	âmbito	uni-
versal.	Além	disso,	considera	possível	a	interpretação	dos	símbolos	contidos	no	livro.	O	ponto	
negativo	é		que	não	faz	associações	históricas	e	não	considera	os	aspectos	relacionados	ao	
futuro	de	algumas	profecias.	Em	suma,	os	assuntos	não	possuem	relação	com	a	história.QUADRO 1 - EXEMPLO DOS MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
Fonte: Voltemos	 ao	 Evangelho.	 Disponível	 em:	 https://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/08/
quatro-interpretacoes-de-apocalipse-teologia-visual/	Acesso	em	28	Set	2022.
39UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
1.2 Considerações finais 
O	método	 literal	 associado	 ao	 contexto	 em	 que	 foram	 produzidos,	 seguidos	 da	
observação	de	possíveis	alegorias	existentes,	dos	simbolismos,	constituem	uma	forma	de	
interpretação	a	ser	observada.	Afinal,	valorizam	o	texto	como	fonte	principal	e	o	objeto	do	
estudo	exegético.	
Para	 o	 estudo	 saudável	 das	 Escrituras,	 o	 pesquisador	 deve	 estar	 livre	 dos	
pressupostos	que	induzem	a	resultados	que	não	estão	claramente	descritos	no	livro.	
“A	 história	 da	 interpretação	 mostra-nos	 que	 a	 adoção	 do	 método	 correto	 de	
interpretação	não	garante	necessariamente	conclusões	corretas	pelos	usuários	do	método”	
(PENTECOST,	2012,	p.	52).
Afinal,	qual	método	é	correto	e	importante	adotarmos?
Antes	de	obtermos	essa	resposta,	é	necessário	apontar	que	a	Bíblia	é	um	livro	di-
vinamente	 inspirado.	Registra	a	história	da	revelação	progressiva	e	do	plano	redentivo	do	
Criador,	desde	o	Gênesis	ao	 livro	de	Apocalipse.	Em	segundo	 lugar,	 também	se	 trata	de	
uma	obra	literária,	com	diversos	gêneros	e	narrativas,	separadas	por	séculos	em	seus	mais	
diversos	autores.	Portanto,	também	deve	ser	tratada	como	obra	literária,	passível	de	estudos	
exegéticos	com	a	finalidade	de	obter	o	sentido	contextual	pretendido	pelos	seus	autores.	
Para	alcançar	esse	objetivo,	precisamos	analisar	o	texto	abstendo-se	de	paradigmas	
e	adições	de	pressuposições	ao	texto.	O	Apocalipse	contém	diversas	narrativas	históricas,	
passagens	que	contém	simbolismos	próprios	do	seu	estilo	literário.	Cabe	a	nós	identificarmos	
o	que	é	literal	e	o	que	é	figurado,	para	que	assim	seja	alcançado	o	sentido	correto.	
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40UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
 2 ESTRUTURA
TÓPICO
A	 estrutura	 do	Apocalipse	 possui	 diversas	 abordagens	 que	 dependem	 da	 linha	
de	interpretação	que	é	adotada.	Em	geral,	existem	diversas	formas	que	os	intérpretes	do	
Apocalipse	adotam	para	esboçar	o	livro.	Em	relação	aos	outros	livros	bíblicos,	o	Apocalipse	
de	João	possui	o	maior	número	dessas	variações.	Vamos	conhecer	algumas	delas:
Com	 a	 abordagem	 de	 estrutura sequencial	 os	 assuntos	 aparecem	 em	 ordem	
sucessiva,	 dando	 entendimento	 cronológico	 aos	 eventos	 em	 momentos	 diferentes	 da	
história.	Cada	visão	recebida	pelo	autor,	dá	continuação	cronológica	ao	evento	anterior.	Por	
exemplo,	a	partir	da	abertura	do	último	selo,	desenvolve-se	a	série	de	julgamentos	pelas	
trombetas,	e	a	última	trombeta	inicia	a	sucessão	dos	juízos	das	taças,	progredindo	até	o	
ponto	final	do	livro.	
Outra	forma	conhecida	é	a	de	estrutura de paralelos progressivos	(recapitulativa),	
onde	 o	 conteúdo	 do	 livro	 é	 dividido	 em	 seções	 que,	mais	 tarde,	 recapitulam	 os	 temas	
abordados	ao	longo	do	livro	em	forma	de	paralelos.	Assim,	conforme	acontece	o	paralelo	
da	passagem,	novos	elementos	são	incluídos	no	texto.	Podemos	ressaltar	que,	seria	uma	
história	contada	por	diversos	ângulos.	Os	maiores	 idealizadores	da	 leitura	de	paralelos,	
como	chave	para	compreender	o	livro	do	Apocalipse	foram	William	Hendriksen	e	C.H.	Giblin	
(OSBOURNE,	2014).
Além	disso,	existem	algumas	outras	formas	que	têm	sido	usadas	para	estruturar	o	
livro,	como:	
41UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
A Estrutura de quiasmos
As	composições	literárias	baseadas	no	quiasmo	são	construídas	de	tal	forma	que	a	
primeira	parte	do	texto	combina	com	a	última,	a	segunda	parte	combina	com	a	penúltima,	etc.
Perceba	no	exemplo	abaixo	como	os	elementos	são	repetidos	em	ordem	inversa:	
A-B-C-C-B-A 
QUADRO 2 – EXEMPLO DE QUIASMOS EM JOSUÉ 1.5-9
Fonte:	Adaptado	de	Texto	Bíblico	(BIBLIA,	Josué	1.5-9,	ARA,	1993).
Desta	 forma,	os	estudiosos	estruturam	os	capítulos	do	 livro	de	Apocalipse	nesta	
forma	de	quiasmos,	na	tentativa	de	compreender	sua	estrutura	literária.
42UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
FIGURA 2 – MODELO ESTRUTURAL DE QUIASMOS
	
Fonte: O	Autor	(2022).
Como	exemplo	de	estrutura	e	esboço	do	 livro,	segue	um	padrão	e	exegético	do	
Apocalipse	como	obra	literária,	apresentando	os	assuntos	conforme	se	encontram	na	or-
dem	dos	capítulos	do	livro.	Vejamos:
I.	Prólogo	(1.1-8);
II.	Mensagens	às	igrejas	(1.9—3.22);
		A.	A	primeira	visão	(1.9-20);
		B.	Cartas	às	sete	igrejas	(2.1—3.22);
			1.	Carta	a	Éfeso	(2.1-7);
			2.	Carta	a	Esmirna	(2.8-11);
			3.	Carta	a	Pérgamo	(2.12-17);
			4.	Carta	a	Tiatira	(2.18-29);
			5.	Carta	a	Sardes	(3.1-6);
			6.	Carta	a	Filadélfia	(3.7-13);
			7.	Carta	a	Laodiceia	(3.14-22);
III.	Deus	em	majestade	e	em	juízo	(4.1—16.21);
		A.	A	soberania	de	Deus	no	juízo	(4.1—11.19);
			1.	A	visão	da	sala	do	trono	—	Deus	e	o	Cordeiro	no	céu	(4.1—5.14);
		a.	Deus,	em	seu	trono	(4.1-11);
		b.	Cristo,	o	Cordeiro,	digno	de	abrir	os	selos	(5.1-14);
			2.	Os	selos	são	abertos	(6.1—8.1);
		a.	Os	seis	primeiros	selos	(6.1-17);
43UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
		b.	Primeiro	interlúdio:	os	santos	na	terra	e	no	céu	(7.1-17);
				i.	Os	santos	são	selados	(7.1-8);
				ii.	Uma	grande	multidão	no	céu	(7.9-17);
		c.	O	sétimo	selo	(8.1);
	3.	As	sete	trombetas	(8.2—11.19);
		a.	Introdução	aos	juízos	das	trombetas	(8.2-6);
		b.	As	primeiras	quatro	trombetas	(8.7-12);
		c.	A	quinta	trombeta	e	o	primeiro	“aí”	(8.13—9.11);
		d.	A	sexta	trombeta	(9.12-21);
		e.	Interlúdio:	profecia	e	testemunho	(10.1—11.13);
			i.	João	e	o	livrinho	(10.1-11);
			ii.	João	mede	o	templo	e	o	altar	(11.1,2);
			iii.	Ministério,	morte	e	ressurreição	das	duas	testemunhas	(11.3-13);
		f.	A	sétima	trombeta	(11.14-19);
		B.	O	grande	conflito	entre	Deus	e	as	forças	do	mal	(12.1—16.21);
1.	Interlúdio:	descrição	do	grande	conflito	(12.1—14.20);
		a.	O	conflito	entre	o	dragão	e	Deus	e	seu	povo	(12.1—13.18);
			i.	A	mulher	e	o	dragão	(12.1-6);
			ii.	A	guerra	no	céu	(12.7-12);
			iii.	A	guerra	na	terra	(12.13-17);
			iv.	As	duas	bestas	fazem	guerra	(12.18—13.18);
(1)	A	besta	que	veio	do	mar	—	o	Anticristo	(12.18—13.10);
(2)	A	besta	que	veio	da	terra	—	o	falso	profeta	(13.11-18);
		b.	O	cântico	dos	144	mil	(14.1-5);
		c.	A	mensagem	dos	três	anjos	(14.6-13);
		d.	A	colheita	na	terra	(14.14-20);
		2.	O	auge	do	grande	conflito	(15.1—16.21);
		a.	Introdução	às	taças	—	os	anjos	com	as	últimas	pragas	(15.1-8);
		b.	Os	últimos	sete	juízos	—	as	taças	(16.1-21);
IV	-	O	juízo	final	(17.1—20.15);
		A.	A	destruição	da	grande	Babilônia	(17.1—19.5);
			1.	A	grande	prostituta	montada	sobre	a	besta	vermelha	(17.1-18);
			2.	A	queda	da	grande	Babilônia	(18.1-24);
			3.	O	cântico	de	alegria	por	causa	do	justo	juízo	de	Deus	(19.1-5);
		B.	A	vitória	final:	o	fim	do	império	do	mal	na	parousia	(19.6-21);
44UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
		C.	O	reinado	de	Cristo	por	mil	anos	e	a	destruição	final	de	Satanás	(20.1-10);
		D.	O	julgamento	do	grande	trono	branco	(20.11-15);
V-	O	novo	céu	e	a	nova	terra	(21.1—22.5);
		A.	O	advento	do	novo	céu	e	da	nova	terra	(21.1-8);
		B.	A	Nova	Jerusalém	como	o	Lugar	Santíssimo	(21.9-27);
		C.	A	Nova	Jerusalém	como	o	último	Éden	(22.1-5);
VI.	Epílogo	(22.6-21).
Fonte:	Adaptado	de	(OSBOURNE,	2014,	p.	33,34)
	
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 3 ESBOÇO EXEGÉTICO DO LIVRO
TÓPICO
UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 45
Ap. 1.1-3 -	O	Apocalipse	de	João	tem	início	revelando	a	autoridade	proveniente	do	
próprio	Jesus	Cristo.	Essa	declaraçãoímpar	acontece	exclusivamente	no	Apocalipse	em	
relação	às	outras	obras	do	Novo	Testamento.	
“O	processo	pelo	qual	essa	revelação	chegou	à	igreja	teve	quatro	estágios.	Deusa	
transmitiu	a	Jesus;	este	a	passou	aos	anjos;	os	anjos	foram	mediadores	da	revelação	a	
João;	e	João	a	registrou	por	escrito	para	as	igrejas”		(OSBOURNE,	2014,	p.	58).
O	termo	grego	(ha	dei	genesthai	en	tachei,)	“as	coisas	que	em	breve	devem	acon-
tecer”,	demonstram	o	conteúdo	da	revelação	e	o	controle	divino	acerca	dos	acontecimentos	
do	futuro.	A	bem-aventurança,	é	recompensa	para	aqueles	que	ouvirem	a	mensagem,	tanto	
pública	para	as	igrejas	locais,	quanto	para	aqueles	que	lerem	em	todas	as	épocas.	
Ap. 1.4-8	–	Neste	período	ocorre	a	saudação	às	sete	igrejas	da	Ásia	Menor,	que	
receberiam	num	primeiro	momento	a	revelação.	Vemos	a	evidência	da	natureza	gloriosa	
de	Jesus	Cristo,	além	de	sua	obra	de	redenção.	O	Alfa	e	o	Ômega,	demonstra	o	poder	
e	a	dignidade	como	verdadeiro	alvo	da	adoração,	contrastando	com	a	autoproclamação	
de	 divindade	 por	 parte	 dos	 imperadores	 romanos,	 como	Domiciano,	 que	 reivindicava	 a	
adoração	de	seus	súditos.
O	versículo	8	deste	capítulo,	apresenta	a	soberania	de	Deus	durante	a	história	da	
humanidade,	o	controle	dos	poderes	cósmicos	e	o	clímax	por	conta	de	sua	vinda.
Ap 1.9-18	–	Nos	versículos	de	9	a	11	acontece	a	descrição	da	situação	de	João	e	
sua	solicitude	com	aqueles	que	sofriam	perseguição	como	experiências	em	comum.
46UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
	A	expressão	ho	adelphos	hymon	kai	synkoinonos,	que	 traduzido	do	grego	quer	
dizer	 “vosso	 irmão	e	companheiro”,	 condiz	 com	quem	é	solidário	 com	o	sofrimento	dos	
destinatários.
O	versículo	9,	 “[...]	 situa	o	 lugar	 onde	 foi	 recebida	a	 visão,	 a	 ilha	de	Patmos,	 a	
cinquenta	 e	 seis	 quilômetros	 ao	 largo	 da	 costa	 da	 Ásia	Menor	 (moderna	 Turquia)	 [...]”	
(CHAMPLIM,	2002,	p.	360).
Os	versículos	10	mostra	o	estado	profético	que	o	autor	se	encontrava.	Em	espírito	
(gr.	en	pneumati)	é	uma	expressão	que	ocorre	quatro	vezes	em	Apocalipse:
-	“Eu	fui	arrebatado	no	Espírito	no	dia	do	Senhor”	(BÍBLIA,	Apocalipse	1.10,	ARA,	
1993).
-	“E	logo	fui	arrebatado	em	espírito	[...]”	(BÍBLIA,	Apocalipse	4.2,	ARA,	1993).
-	 “E	 levou-me	em	espírito	a	um	deserto,	e	vi	uma	mulher	assentada	sobre	uma	
besta	de	cor	de	escarlata”	(BÍBLIA,	Apocalipse	17.3,	ARA,	1993).
-	“E	levou-me	em	espírito	a	um	grande	e	alto	monte,	e	mostrou-me	a	grande	cidade,	
a	santa	Jerusalém”	(BÍBLIA,	Apocalipse	21.10,	ARA,	1993).
Dos	versículos	12	a	16	percebemos	a	visão	do	Cristo	Glorificado	que	ocorre	em	dois	
momentos.	Primeiro,	mostra	a	imagem	total	e	detalhada	dos	aspectos	gloriosos	revelados	
a	João.	Num	segundo	momento,	essa	 revelação	é	dirigida	pormenorizada	a	cada	 igreja	
segundo	a	realidade	que	viviam.
Apocalipse 2.1 a 3.22	-	Nesta	seção,	a	mensagem	é	dirigida	às	sete	igrejas	da	Ásia	
Menor,	que	foram	os	que	primeiro	receberam	o	 livro.	Cada	carta	descreve	as	condições	
vividas	pelas	igrejas	em	seus	contextos.	
QUADRO 3 – A REVELAÇÃO DE CRISTO AS IGREJAS DA ÁSIA MENOR
Fonte: Adaptado	de	Kiskemaker	(2004,	p.	146).
47UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
A	estrutura	literária	das	cartas	é	apresentada	por	estudiosos	da	crítica	da	forma,	
como	uma	aproximação	com	algumas	variações	que	ocorrem	em	cada	carta.	Existe	um	
equilíbrio	na	estrutura	apesar	dos	elementos	variarem	na	ordem	proposta,	como	as	“con-
clusões”	e	os	“desafios”.
QUADRO 4 – ESTRUTURA LITERÁRIA DAS SETE IGREJAS DA ÁSIA MENOR
Fonte:	Osbourne	(2014,	p.	117)
As	 cartas	 endereçadas	às	 igrejas	 de	Esmirna	e	Filadélfia,	 não	é	 apontado	pelo	
autor	nenhum	ponto	fraco.	A	carta	a	Laodiceia	não	possui	nenhum	ponto	qualitativo.	Outro	
detalhe	é	que,	na	maioria	das	cartas,	os	pontos	fortes	são	enaltecidos	por	Cristo	com	a	
expressão	“conheço	suas	obras”.	Em	Laodiceia	a	expressão	é	empregada	para	destacar	
os	pontos	fracos.		
Apocalipse 4.1–5.14.	Depois	da	mensagem	das	igrejas	da	Ásia	começa	a	revela-
ção	das	coisas	que	breve	hão	de	acontecer.	Os	estudiosos	que	aderem	a	divisão	estrutural	
do	Apocalipse	 em	 visões,	 atribuem	 os	 acontecimentos	 do	 capítulo	 4,	 como	 o	 início	 da	
destruição	das	forças	malignas,	da	morte	e	de	Satanás	(LADD,	1986).	A	soberania	de	Deus	
é	apresentada	pelo	autor	como	absoluta	em	meio	a	terrível	batalha,	que	incluem	os	“habi-
tantes	do	céu”	e	na	terra	os	que	seguem	a	besta.	A	conclusão	acontece	no	capitulo	16.11.	
“A	segunda	visão	é	semelhante	a	primeira,	mas	com	uma	diferença	importante:	em	
1.10,11,	João	estava	em	Patmos,	enquanto	aqui	ele	é	levado	para	o	próprio	céu.”	
48UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
A	palavra	que	aparece	mais	vezes	neste	capítulo	é	“trono”	(gr.	thronos)	que	aparece	
treze	vezes	nos	11	versículos.	Seu	emprego	tem	o	propósito	de	demonstrar	que	Deus	é	o	
supremo	governante	deste	universo.	
[…]	 Θρόνος	 (thronos,	 trono)	 é	 uma	 das	 ênfases	 principais	 no	 livro,	
contrapondo	o	“trono	de	Deus”	ao	“trono”	de	Satanás	e,	provavelmente	nesse	
capítulo,com	o	trono	de	César	também	[…].	Originalmente	designado	como	
uma	cadeira	para	convidados	especiais,	o	“trono”	se	tornou	um	símbolo	da	
majestade	soberana	do	rei.	Ele	significava	 tanto	governo	como	 julgamento	
(OSBOURNE,	2014,	p.	250).
A	visão	continua	detalhando	de	uma	forma	bem	particular,	o	trono	de	Deus	e	sua	
majestade,	em	relação	aos	outros	relatos	do	Apocalipse.	
O	capítulo	5	é	uma	continuação	da	visão	do	trono,	Deus	está	sobre	seu	trono	e	
tem	um	livro	escrito	por	dentro	e	por	fora	na	palma	de	sua	mão	direita.	Aqui,	o	livro	está	
“sobre	a”	(έπί,	epi)	em	vez	de	“na”	(ἐν,	en)	mão	de	Deus.	Possivelmente	faz	referência	de	
estar	“sobre”	a	palma	aberta	da	mão	de	Deus.	Ele	é	quem	abre	o	rolo	na	passagem	de	
Ezequiel	2.10,	porém	aqui	o	Cristo	ressurreto	é	achado	digno	de	abrir	e	desatar	os	selos	
desvendando	os	assuntos	subsequentes.
Apocalipse 6.1-17	-	A	divisão	que	narra	os	sete	selos,	engloba	todo	o	capítulo	6	e	o	
primeiro	versículo	do	capítulo	8.	Seis	selos	são	detalhados	de	forma	sequencial	no	capítulo	
6,	e	o	último	selo	é	visto	no	capítulo	8.1,	proclamando	o	silêncio	no	céu	pelos	eventos	que	
estavam	por	vir.	
Os	cinco	primeiros	selos	abertos,	 iniciam	 juízos	 terríveis	 representados	por	quartos	
cavaleiros.	Suas	representações	incluem	fome,	guerra	e	peste	que	são	derramados	no	mundo.
Entre	o	sexto	e	o	sétimo	selo,	o	capítulo	exerce	a	função	de	interlúdio.
Apocalipse 7.1-17 -	O	capítulo	sete	é	nomeado	pelos	estudiosos	como	um	“pa-
rêntese”	que	destaca	os	mártires	que	receberão	selos,	cujo	número	é	representado	pelos	
cento	e	quarenta	e	quatro	mil	(CHAMPLIM,	2002).
 Apocalipse 8.1-13	-.	O	oitavo	capítulo	retoma	com	a	abertura	do	sétimo	selo,	que	
a	partir	dele,	inicia	as	sete	trombetas.	São	quatro	trombetas	que	continuam	os	julgamentos	
sobre	a	terra.	As	três	últimas	trombetas	possuem	algumas	particularidades	em	relação	aos	
outros	 juízos,	pois	acrescentam	em	seu	anncio	a	advertência	profética:	 “Ai,	ai,	ai”.	Além	
disso,	 são	mais	 conhecidos	 como	 “ais”,	 do	 que	 juízo	 de	 trombetas´.	 São	mais	 severos	
por	 ferirem	diretamente	 os	 ímpios.	A	 palavra	 grega	Ούαί	 (gr.	 ai),	 assemelha-se	 ao	 som	
produzido	por	uma	águia	e	“são	interjeições	exclamativas	que	chamam	a	atenção.	Mas	são	
comumente	usadas	em	situações	de	desespero	ou	na	vinda	de	um	juízo”	(OSBOURNE,	
2014,	p.	405).
49UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
Apocalipse	9.1-21	O	capítulo	finaliza	os	juízos	da	quinta	e	sexta	trombetas,	com	a	
destruição	de	um	terço	da	população	da	terra.	
A	quinta	trombeta	(9.1-11)	discorre	sobre	a	abertura	do	abismo	e	a	terrível	invasão	
dos	gafanhotos	que	irão	torturar	os	habitantes	do	mundo	durante	cinco	meses.
A	nuvem	de	fumaça	que	sai	do	poço,	por	conta	de	sua	abertura,	é	tão	densa	que	
encobre	o	sol	e	o	céu.	Em	Êxodo	19.18,	percebemos	a	conexão	sobrenatural	com	a	fumaça	
por	conta	dapresença	de	Yaweh:	“e	todo	o	monte	Sinai	fumegava,	porque	o	Senhor	descera	
sobre	ele	em	fogo;	e	a	sua	fumaça	subiu	como	fumaça	de	uma	fornalha,	e	todo	o	monte	
tremia	grandemente”	(BÍBLIA,	Êxodo	19.18,	ARA,	1993).
A	sexta	trombeta	apresenta	cavalos	que	inflijam	danos	com	sua	“boca”.	Suas	carac-
terísticas	são	claramente	sobrenaturais	e	bestiais	com	a	finalidade	de	destruir	e	atormentar.	
Os	habitantes	não	se	arrependeram	mediante	os	mais	terríveis	flagelos	sofridos.
Apocalipse 10.1-11
O	autor	pausa	novamente	a	descrição	das	trombetas	para	apresentar	o	julgamento	
mediante	a	aparição	de	um	livrinho.	O	conteúdo	do	livro	refere-se	a	total	condenação	dos	
ímpios.	
Era	‘doce’	em	sua	boca,	quando	o	comia,	porque	os	poderes	malignos	ha-
veriam	de	ser	transformados,	o	que	será	benéfico	para	toda	a	criação.	Mas	
era	‘amargo’	em	seu	estômago,	porque	falava	de	terrores	que	serão	sofridos	
pelos	homens	(CHAMPLIM,	2002,	p.	360).
Apocalipse 11.1-19 –	O	capítulo	11	também	apresenta	um	episódio	parentético,	
ou	seja,	que	pausa	os	eventos	descritos	ao	longo	do	livro.	As	duas	testemunhas	atuarão	
durante	1260	dias,	serão	mortas	e	 ressuscitarão,	demonstrando	que	o	Anticristo	matará	
aqueles	que	não	aceitarem	servi-lo.
A	sétima	trombeta	é	relatada	de	Ap.11:15-19	resultando	os	juízos	finais	das	taças	
de	ira,	com	suas	sete	condenações.
Apocalipse 12.1-17 e 13.1-18	-	Os	capítulos	doze	e	treze	descreve	sete	importantes	
personagens	para	os	acontecimentos	que	estão	por	vir.	Os	personagens	são:	a	mulher,	o	dra-
gão,	o	filho	da	mulher,	o	Arcanjo	Miguel	e	sua	luta	no	âmbito	celestial	com	as	forças	do	mal,	
resultando	na	queda	de	Satanás	e	seus	poderes	angelicais;	o	remanescente	judaico,	a	“besta	
que	saiu	do	mar”	e	a	besta	que	saiu	da	terra	que	falava	como	o	dragão	(CHAMPLIM,	2002).
Apocalipse 14.1-20	-	O	capítulo	catorze	apresenta	o	cântico	das	144	mil.	A	descri-
ção	se	concentra	no	período	final	da	história,	com	aqueles	que	possuem	o	sinal	do	Anticristo	
na	testa,	contrastando	com	os	144	mil	que	permaneceram	fieis	e	têm	o	nome	do	Cordeiro	
e	de	Deus.	
50UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
Os	versículos	de	14	à	20,	relatam	a	ira	de	Deus	derramada	em	juízo,	[...]	a	referên-
cia	à	seara	é	um	símbolo	do	juízo	vindouro.	Isso	é	evidente	à	luz	do	corte	e	do	ajuntamento	
dos	cachos	de	uvas	que	são	 lançados	no	grande	 lagar	da	 ira	de	Deus”	(KISKEMAKER,	
2004,	p.	527).
Apocalipse 15.1-8	 -	O	décimo	quinto	capítulo	 introduz	os	relatos	dos	juízos	das	
sete	taças.	O	autor	menciona	os	sete	anjos	empunhando	as	derradeiras	sete	pragas	sobre	
a	terra.	Este	último	componente	finaliza	o	ciclo	que	se	conecta	com	os	selos	e	as	trombetas.	
João	contempla	o	futuro	e	o	resultado	quando	tudo	terminar.	A	vitória	é	celebrada	
por	um	cântico	definido	por	 “cântico	de	Moisés”	e	cântico	do	Cordeiro,	por	aqueles	que	
resistiram	ao	poder	da	besta.
Apocalipse 16.1-21	–	As	sete	taças	se	iniciam	nesse	novo	período	da	narrativa.	Os	
severos	 julgamentos	destinados	aos	 impiedosos	demonstram	a	 ira	de	Deus.	Os	primeiros	
selos	e	taças	possuem	algumas	similaridades	em	seus	objetivos,	lembrando	que	ocorre	uma	
intensificação	da	gravidade	e	intensidade	dos	juízos	com	as	taças.		Veja	no	quadro	abaixo.
QUADRO 5 – COMPARAÇÃO ENTRE AS TROMBETAS E TAÇAS
Fonte:	Adaptado	de	(KISKEMAKER,	2004,	p.	349)	e	(OSBOURNE,	2014,	p.380).
Apocalipse 17.1-18 e 18.1-24	–	Como	resultado	das	sete	taças	surgem	as	conde-
nações	cujo	alvo	é	a	grande	prostituta	descrita	nos	versículos	3	ao	6.	Vejamos	o	versículo	5:	
“e	na	sua	testa	estava	escrito	o	nome:	Mistério,	a	grande	babilônia,	a	mãe	das	prostituições	
e	abominações	da	terra”	(BIBLIA,	Apocalipse	17:5,	ARA,	1993).
51UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
	Em	relação	à	visão,	o	autor	é	conduzido	ao	céu	numa	situação	semelhante	aos	
paralelos	 no	Antigo	 Testamento.	 “Há	 paralelos	 veterotestamentários,	 pois	 o	 Espírito	 de	
Deus	conduziu	Ezequiel	a	Jerusalém,	a	Babilônia,	ao	vale	de	ossos	secos	e	ao	templo	do	
Senhor	(Ez	3.12,	14;	8.3;	11.1,	24;	37.1;	43.5)”	(KISKEMAKER,	2004,	p.	584).
Apocalipse 19.1-21.	O	 início	do	capítulo	descreve	os	hinos	de	ação	de	graças,	
festejando	a	queda	da	Babilônia	pelos	julgamentos	de	Deus.	O	cântico	de	aleluia	reúne	as	
hostes	celestiais	na	celebração:	os	vinte	e	quatro	anciãos	e	as	multidões	como	a	voz	de	
muitas	águas	(Ap.	19.4-6).
Os	versículos	seguintes	(Ap.19.7-10)	é	seguido	pelo	cântico	que	antecede	as	bodas	
do	Cordeiro	com	sua	noiva	como	recompensa	para	os	justos	pelas	suas	obras.
Na	seção	que	engloba	os	versículos	11	ao	21,	vemos	o	relato	da	vinda	de	Cristo.	
No	Apocalipse	de	João	encontramos	a	descrição	dos	céus	abertos	em	duas	ocasiões	(4.1	e	
19.11-12).	Nesta	ocasião	a	visão	mostra	que	o	céu	está	aberto	não	para	a	entrada	de	João	
(como	aconteceu	em	Ap.	4.1),	mas	para	que	o	Senhor	e	seus	exércitos	saiam	da	batalha.
A	“parousia”	ou	segundo	advento	de	Cristo,	apresenta	diversos	eventos	gloriosos	
que	seguem	até	o	final	do	capítulo	20:
●	 Jesus	Cristo	soberano	(Ap.	19:11-16);	
●	 A	vitória	de	Cristo	sobre	o	anticristo	(Ap.	19:17-21);	
●	 A	prisão	de	Satanás	por	mil	anos	(Ap.	20:1-3);	
●	 A	instituição	do	reino	milenar	de	Cristo	(Ap.	20:4-6).	
No capítulo 20.1-15:
	● Visão	de	Gogue	e	Magogue	derrotados	e	lançados	no	lago	de	fogo.	juntamen-
te	com	Satanás,	o	que	assinalará	o	fim	de	sua	era	e	governo	(Ap.	20:7-10);	
	● Desaparecimento	dos	céus	e	da	terra	e	o	julgamento	e	o	grande	trono	branco	
(Ap.	20:11-15);	
	● Visão	da	nova	criação	e	da	era	eterna	de	Deus	 (Ap.	21:1-8)	 (CHAMPLIM,	
2002).
As	revelações	dão	continuidade	às	condenações	nos	capítulos	17	e	18.	A	primeira	
é	a	destruição	de	Babilônia;	a	segunda	é	a	condenação	da	besta;	a	terceira	é	a	condenação	
do	 falso	 profeta.	A	 quarta	 é	 a	 condenação	dos	 reis	 que	apoiam	o	anticristo.	O	 capítulo	
vinte	encerra	as	condenações	com	o	julgamento	de	Gogue	e	Magogue,	seguida	da	sexta	
condenação:	Satanás,	o	inferno	e	a	morte	sendo	lançados	no	lago	de	fogo.	Na	sétima	e	
última,	os	incrédulos	e	aliados	de	Satanás	e	do	anticristo.
52UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
Apocalipse capítulos 21 e 22.	Finalizando	a	 revelação	do	Apocalipse	vemos	a	
criação	de	novos	céus	e	nova	 terra,	a	Nova	Jerusalém	celestial	 como	capital	e	morada	
eterna.	 Em	Apocalipse.	 22:6-21	 percebe-se	 a	mensagem	 final	 do	Novo	Testamento,	 si-
nalizando	que	a	volta	de	Cristo	acontecerá	em	breve.	Ele	é	o	Alfa	e	o	Ômega,	chama	ao	
arrependimento	e	adverte	contra	as	subversões	do	livro	da	profecia	de	Apocalipse.
53UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
Sete	 bem-aventuranças	 perpassam,	 como	 um	 fio,	 o	 Livro	 do	 Apocalipse.	 São	
proclamações	solenes	da	proximidade	do	Reino	de	Deus.	Mesmo	em	outro	gênero	literário,	
o	Apocalipse	 de	 São	 João	 também	 é	 boa	 nova,	 também	 é	 Evangelho.	O	 número	 sete	
combina	com	a	arquitetura	fundante	do	livro.
Fonte:	CASAGRANDE,	M.	Escritos	Joaninos	e	Apocalipse.	Curitiba:	Intersaberes,	p.195,		2017.
Não	conseguimos	fugir	de	nossas	pressuposições,	mas	podemos	estar	plenamente	
conscientes	delas	e	fazê-las	se	sujeitar	à	verdade	revelada	na	Bíblia.	Em	nenhum	campo,	
essa	tentação	de	permitir	que	as	pressuposições	determinem	o	conteúdo	da	interpretação	
é	mais	forte	do	que	na	escatologia.
Fonte:	STURZ,	R.	J.	Teologia	Sistemática.	São	Paulo:	Vida	Nova,	p.	762,	2012.
	
54UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Encerramos	nossa	segunda	unidade!	Como	você	está	avançando	no	conhecimento	
do	Apocalipse?	Espero	que	você	esteja	aprendendo	muito.	No	momento	dessas	últimas	
considerações,	penso	em	quão	importante	se	torna	o	conhecimento	do	Apocalipse.	
Nossa	apostila	serve	como	base	para	uma	busca	mais	profunda.	Cabe	a	você	decidir	
se	 conectar	 com	o	 conhecimento.	Apresentamos	 linhas	 de	 pensamento,	 que	 trouxeram	
importantes	abordagens	exegéticas	a	serem	aplicadas	ao	livro.	Nossoobjetivo	não	é	fazer	
apologia	a	nenhuma	delas,	mas	que	você	tenha	o	senso	critico	de	analisar	e	decidir	qual	
é	mais	adequada.	Porém,	aconselho	você	a	não	adotar	nenhuma	vertente	sem	as	devidas	
análises	de	pontos	fortes	e	fracos.	Busque	através	de	uma	interpretação	saudável	extrair	o	
propósito	de	cada	um	deles,	e	a	maneira	como	se	relacionam	com	o	texto.	
A	estrutura	do	texto	apresenta	o	fluxo	de	pensamento	contido	na	revelação	dada	ao	
autor.	Apesar	de	termos	várias	opiniões	de	estudiosos	a	respeito	da	unidade	estrutural	do	
livro,	podemos	aprofundar	ainda	mais	no	conhecimento,	com	o	auxílio	de	gráficos	e	leitura	
adequados.	Portanto,	se	proponha	ler	o	livro	inteiro	para	aprender	ainda	mais.
O	que	estudamos	até	aqui	fará	ligação	com	os	conteúdos	de	Escatologia	que	virão	
a	seguir.	Reveja	o	que	foi	aprendido	e	dedique	ainda	mais	pesquisando	e	estudando	as	
formas	de	analisar	o	Apocalipse.	O	livro	possui	ligações	importantes	com	os	demais	livros	
do	Antigo	e	Novo	Testamento,	afinal	a	escatologia	abrange	uma	enormidade	de	passagens.	
O	próprio	Jesus	Cristo	pregava	sua	mensagem	com	âmbito	escatológico.
Na	próxima	unidade	daremos	início	ao	estudo	da	Escatologia	e	sua	relação	com	o	
Apocalipse.	Será	um	tempo	muito	produtivo.	
Espero ter ajudado vocês. Nos vemos na próxima unidade.
Até mais!
	
55UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
LEITURA COMPLEMENTAR
 O Apocalipse Cânon, simbolismo, doutrina e parâmetro de avaliação histórica
O	artigo	traz	um	panorama	histórico	e	cultural	do	livro	do	Apocalipse	abordando	as	
particularidades	do	estilo	literário,	bem	como,	os	simbolismos	contidos	em	sua	mensagem.	
O	autor	aborda	como	interpretar	as	figuras	numéricas	contidas	no	livro.
Fonte:	AGUIAR,	H.	H.	O	Apocalipse.	Canon	simbolismo,	doutrina	e	parâmetro	de	
avaliação	histórica.	Brasília:	Revista	Informação	Legislativa,	n.	178,	abr./jun,	2008.	Dispo-
nível	 em	 https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/160252/Apocalipse.pdf?se-
quence=1.	Acesso	em	20	set.	2022.
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/160252/Apocalipse.pdf?sequence=1
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/160252/Apocalipse.pdf?sequence=1
56UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO
Título: Apocalipse e Escatologia
Autor: Antonio Carlos da Silva.
Editora: Contentus.
Sinopse: Este livro discute diversos temas escatológicos com 
base na literatura apocalíptica. Aborda a influência de pensa-
mentos dispensacionalistas no estudo da escatologia e estuda 
algumas alianças de Deus com a humanidade. Também são 
trabalhados métodos de interpretação do Apocalipse, teorias 
sobre o arrebatamento e sinais da vinda de Jesus.
	
FILME/VÍDEO
Título: Entendendo o Apocalipse
Ano: 2022.
Sinopse: Neste vídeo o Prof. Luiz Sayão, teólogo, linguista, 
tradutor bíblico e hebraísta brasileiro, traz um panorama histó-
rico do livro, além de apresentar os métodos de interpretação 
referentes às análises do livro de Apocalipse.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=wYkOBjEENfk&-
t=1809s 
https://www.youtube.com/watch?v=wYkOBjEENfk&t=1809s 
https://www.youtube.com/watch?v=wYkOBjEENfk&t=1809s 
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Plano de Estudos
 ● Escatologia individual (Pontos de vista acerca da Morte e Estado Interme-
diário);
 ● Posições teológicas acerca do Arrebatamento;
 ● Posições teológicas acerca do Milênio; 
 ● Ressurreição. 
Objetivos da Aprendizagem
 ●Analisar as principais abordagens acerca da Morte e Estado Intermediário;
 ●Estudar os pontos de vista acerca do Arrebatamento;
 ●Aprender as visões teológicas sobre o Milênio;
 ●Conceituar a respeito da ressurreição dos mortos.
3UNIDADEUNIDADE
AVALIAÇÃOAVALIAÇÃO
Professor Esp Erison de Moraes Valério
58UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
INTRODUÇÃO
Olá,	tudo	bem?	Seja	bem-vindo	a	mais	uma	unidade	de	aprendizado	nos	estudos	
do	Apocalipse	e	Escatologia!
Nesta	 oportunidade	 daremos	 início	 aos	 estudos	 sistemáticos	 da	 Escatologia,	
cujo	 significado	 é	 o	 estudo	 das	 últimas	 coisas.	Assim	 como	 o	 livro	 de	Apocalipse,	 um	
livro	 basicamente	 escatológico,	 o	 assunto	 é	 alvo	 de	 vários	 tipos	 de	 pressupostos	 e	
interpretações.	 Ao	 longo	 da	 história	 do	 cristianismo	 várias	 correntes	 formularam	 suas	
doutrinas	e	pensamentos	acerca	do	arrebatamento,	milênio,	ressurreição,	dentre	tantos.
Nosso	objetivo	neste	estudo	é	trazer	as	diversas	linhas	de	pensamento	e	como	elas	
se	posicionam	em	seus	pressupostos,	sem	fazer	apologia	a	nenhum	deles.
No	primeiro	tópico,	estudaremos	os	tipos	distintos	de	morte	e	as	principais	linhas	
de	pensamento	acerca	do	estado	intermediário.	Nesta	abordagem,	aprenderemos	o	estado	
das	almas	após	a	morte	e	o	local	onde	elas	se	encontram	aguardando	a	ressurreição.
Já	no	segundo	tópico,	aprenderemos	as	linhas	de	pensamento	que	se	ocupam	na	
explicação	da	doutrina	do	arrebatamento	e	suas	bases	bíblicas	para	seus	pressupostos.	
Além	disso,	vamos	entender	as	posições	que	defendem	a	duplicidade	da	vinda	de	Cristo	
em	momentos	distintos.
As	posições	teológicas	que	tentam	explicar	como	acontecerá	o	Reino	Milenar,	são	
objeto	de	estudo	no	terceiro	tópico.	Analisaremos	as	diversas	linhas	que	tentam	entender	o	
posicionamento	cronológico	acerca	do	momento	que	acontecerá	o	milênio.
Por	 último,	 buscaremos	entender	 a	 respeito	 das	 ressurreições	dos	 justos	e	 dos	
ímpios,	a	natureza	dos	corpos	ressurretos,	bem	como,	as	linhas	de	pensamento	a	respeito	
do	momento	de	cada	acontecimento.	
Lembrando	que	a	Escatologia	é	um	assunto	complexo,	que	se	estende	não	somente	
ao	livro	de	Apocalipse,	mas	a	maioria	dos	livros	do	Antigo	e	Novo	Testamento.
Espero que seja um tempo proveitoso de aprendizado.
Bons Estudos!
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59UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
ESCATOLOGIA INDIVIDUAL 
(PONTOS DE VISTA ACERCA 
DA MORTE E ESTADO 
INTERMEDIÁRIO)
 1
TÓPICO
Ao	 longo	da	 história	 da	 igreja,	 não	 houve	 consenso	entre	 todas	 as	 religiões	 do	
mundo	a	respeito	da	morte	e	a	situação	que	envolve	onde	as	almas	e	onde	estarão	após	
morte.	Vamos	aprender	neste	estudo	as	mais	 conhecidas	abordagens	sobre	o	assunto,	
sem	fazer	apologia	a	qualquer	um	deles.	Então,	vamos	iniciar	nosso	aprendizado.
1.1 Morte
No	grego	a	palavra	que	define	a	morte	é	thanathos,	que	tem	o	significado	de	sepa-
ração.	Ela	separa	as	partes	materiais	e	imateriais	do	ser	humano.	A	matéria	volta	ao	pó	e	a	
parte	imaterial	separa-se	e	vai	ao	mundo	dos	mortos.	“E	o	pó	volte	à	terra,	como	o	era,	e	o	
espírito	volte	a	Deus,	que	o	deu”	(BÍBLIA	ONLINE,	Eclesiastes	12:7,	ARA,	1993).
A	morte	ainda	é	uma	realidade	para	todos	os	seres	humanos,	sendo	oriunda	de	um	
resultado	de	viver	em	no	mundo	caído	onde	os	efeitos	do	pecado	culminam	na	morte	física,	
não	são	removidos.	Mesmo	os	que	são	santificados	em	Cristo	experimentam	o	efeito	da	
morte	natural.
A	experiência	relacionada	à	morte	está	entre	os	outros	resultadosda	queda.	Tais	
consequências	acontecem	nos	nossos	corpos	físicos	e	são	um	sinal	da	realidade	da	morte	
no	mundo.	Os	que	creem	em	Deus	e	os	que	não	creem,	 inevitavelmente	passarão	pela	
experiência	 do	 envelhecimento,	 lesões,	 doenças	 e	 desastres	 naturais.	Afinal,	 o	 "último	
inimigo"	ainda	não	foi	destruído.	
Diante	de	tal	cenário,	o	homem	mantém	em	si	o	desejo	pela	vida,	porque	não	foi	
criado	para	morrer.	
60UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
“[...]	o	desejo	de	imortalidade	é	mais	do	que	instinto	de	sobrevivência	ou	es-
forço	por	manter-se	no	ser,	e	está	presente	só	no	coração	humano,	desejo	
que	é	uma	abertura	e	uma	contradição	radical:	o	ser	humano	deseja	viver	
para	sempre	e	sabe-se	mortal	 e	 sem	possibilidade	de	se	dar	 imortalidade	
(SUZIN,	2018,	p.	102).
Richard	J.	Sturz	afirma,	que	o	ser	humano	não	se	preocupa	em	pensar	na	morte:	
“Todo	mundo	se	acha	‘imortal’,	imortal	no	sentido	de	que	empurramos	a	morte	para	algum	
canto	 da	 nossa	 mente,	 como	 algo	 que	 não	 nos	 ocorrerá	 senão	 daqui	 a	 muito	 tempo”	
(STURZ,	2012,	p.	699).
Segundo	as	Escrituras,	a	vida	e	a	morte	não	devem	ser	entendidos	como	existir	ou	
o	fim	da	existência,	mas	são	duas	formas	de	existência.	
Quando	 o	 homem	pecou	 pela	 primeira	 vez	 no	 Jardim	 no	Éden,	 estabeleceu-se	
o	domínio	da	morte.	Assim	todos	os	homens	pecaram:	“mas	da	árvore	do	conhecimento	
do	bem	e	do	mal,	dessa	não	comerás;	porque	no	dia	em	que	dela	comeres,	certamente	
morrerás”	(BÍBLIA	ONLINE,	Gênesis	2.17,	ARA,	1993).
A	morte	é	o	salário	do	pecado,	conforme	afirmam	as	Escrituras:	“Portanto,	como	
por	um	homem	entrou	o	pecado	no	mundo,	e	pelo	pecado	a	morte,	assim	também	a	morte	
passou	a	todos	os	homens	por	isso	que	todos	pecaram”	(BÍBLIA	ONLINE,	Romanos	5.12,	
ARA,	1993).
O	salário	requerido	pelo	pecado	é	merecidamente	a	morte.	A	Bíblia	nos	comunica	
que	a	morte	não	é	a	simples	cessação	da	existência	física,	mas	é	uma	consequência	do-
lorosa	pela	prática	do	pecado	e	seu	pagamento,	a	sua	justa	retribuição.	Quando	morre,	o	
pecador	está	ceifando	na	forma	de	corrupção	aquilo	que	plantou	na	forma	de	pecado.
“Cada	um,	porém,	é	 tentado,	quando	atraído	e	engodado	pela	sua	própria	
concupiscência;	então	a	concupiscência,	havendo	concebido,	dá	à	luz	o	pe-
cado;	 e	 o	 pecado,	 sendo	 consumado,	 gera	 a	morte”	 (Bíblia	Online,	 Tiago	
1:14-15,	ARA,	1993).
Pois	 todos	os	nossos	dias	vão	passando	na	 tua	 indignação;	passamos	os	
nossos	anos	como	um	conto	que	se	conta.	Os	dias	da	nossa	vida	chegam	a	
setenta	anos,	e	se	alguns,	pela	sua	robustez,	chegam	a	oitenta	anos,	o	or-
gulho	deles	é	canseira	e	enfado,	pois	cedo	se	corta	e	vamos	voando	(Bíblia	
Online,	Salmos	90:9,10,	ARA,	1993).
Relacionado	ao	ser	humano,	a	morte,	é	um	termo	usado	na	Bíblia	para	descrever	
3	tipos	de	situações:
61UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
1.1.1 Morte espiritual
A	morte	espiritual	é	relatada	nas	Escrituras	corresponde	a	separação	entre	os	seres	
humanos	e	Deus,	sendo	que	este	é	o	atual	estado	de	todos	os	perdidos	em	seus	pecados	
e	delitos.
O	termo	bíblico	“morte	no	pecado”	é	uma	definição	para	a	“morte	espiritual”.		Sig-
nifica	estar	debaixo	do	pecado,	sob	o	seu	domínio:	“[...]	estando	vós	mortos	em	ofensas	e	
pecados,	em	que	noutro	tempo	andastes	segundo	o	curso	deste	mundo”	(Efésios	2:1,2).
O	seu	efeito	acontece	no	presente	e	no	futuro.	No	presente,	refere-se	a	uma	con-
dição	temporal	de	quem	está	separado	da	vida	de	Deus.	Conforme	o	relato	de	Paulo	aos	
Efésios:	“Entenebrecidos	no	entendimento,	separados	da	vida	de	Deus	pela	ignorância	que	
há	neles,	pela	dureza	do	seu	coração”	(Efésios	4:18).
No	futuro,	refere-se	ao	estado	de	eterna	separação	de	Deus,	o	que	acontecerá	no	
Juízo	Final:	“E	irão	estes	para	o	tormento	eterno”	(Mt	25:46).
1.1.2 Morte física 
É	a	separação	 temporária	entre	o	corpo,	a	alma	e	o	espírito.	Melhor	seria	dizer	
separação	entre	o	corpo	da	alma	mais	o	espírito.	Porque	tanto	a	alma	como	o	espírito	são	
imortais.	“Então	Raquel,	ao	sair-lhe	a	alma	(porque	morreu),	chamou	ao	filho	Benôni;	mas	
seu	pai	chamou-lhe	Benjamim”	(Gn	35:18).
“Porque,	assim	como	o	corpo	sem	o	espírito	está	morto,	assim	também	a	fé	sem	
obras	é	morta”	(Tiago	2:26).
O	 significado	 da	 morte	 física	 para	 a	 humanidade	 em	 geral	 é	 uma	 experiência	
inevitável.
Porque	o	que	sucede	aos	filhos	dos	homens,	 isso	mesmo	também	sucede	
aos	animais,	e	lhes	sucede	a	mesma	coisa;	como	morre	um,	assim	morre	o	
outro;	e	todos	têm	o	mesmo	fôlego,	e	a	vantagem	dos	homens	sobre	os	ani-
mais	não	é	nenhuma,	porque	todos	são	vaidade.	Todos	vão	para	um	lugar;	
todos	foram	feitos	do	pó,	e	todos	voltarão	ao	pó	(Ec	3:19,20).
A	morte	física	é	caracterizada	pelo	término	da	vida	biológica,	como	resultado	lógico,	
a	dissolução	e	corrupção	total	do	corpo:	“e	o	pó	volte	para	a	terra	como	o	era,	e	o	espírito	
volte	a	Deus	que	o	deu”	(Ec	12:7).
Segundo	 as	Escrituras,	 para	 os	 perdidos	 é	 a	 perda	 de	 tudo	 o	 que	 possuem,	 e	
consideram	ser	valorosos.
Há	um	grave	mal	que	vi	debaixo	do	sol,	e	atrai	enfermidades:	as	 riquezas	
que	os	seus	donos	guardam	para	o	seu	próprio	dano;	porque	as	mesmas	
riquezas	se	perdem	por	qualquer	má	ventura,	e	havendo	algum	filho	nada	lhe	
fica	na	sua	mão.	Como	saiu	do	ventre	de	sua	mãe,	assim	nu	tornará,	indo-se	
como	veio;	e	nada	tomará	do	seu	trabalho,	que	possa	levar	na	sua	mão	(Ec	
5:13-15).
62UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
1.1.3 Segunda morte, a morte eterna
Strong	afirma	em	sua	Teologia	Sistemática,	que	a	morte	é	a	continuação	da	morte	
espiritual:	“a	segunda	morte	é	a	continuação	da	morte	espiritual	em	outra	existência	sem	
limite	de	tempo”	(STRONG,	2003,	p.	1719).	Isso	não	quer	dizer	que	esta	segunda	morte	
representa	a	destruição	de	todos	os	ímpios	eternamente,	como	apresentam	algumas	dou-
trinas	que	não	possuem	respaldo	das	Escrituras	Sagradas.	
A	morte	espiritual,	na	realidade,	significa	separação	eterna	e	definitiva	de	Deus.	A	
morte	eterna	leva	o	indivíduo	perdido	ao	seu	estado	final	e	permanente.	
	O	mar	entregou	os	mortos	que	nele	havia;	e	a	morte	e	o	 inferno	 (hades)	
entregaram	os	mortos	que	neles	havia;	e	foram	julgados,	cada	um	segundo	
as	suas	obras.	E	a	morte	e	o	inferno	(hades)	foram	lançados	no	lago	de	fogo.	
Esta	é	a	segunda	morte,	o	lago	de	fogo.	E	todo	aquele	que	não	foi	achado	
inscrito	no	livro	da	vida,	foi	lançado	no	lago	de	fogo	(Ap	20:13-15).
Mas,	 quanto	 aos	 medrosos,	 e	 aos	 incrédulos,	 e	 aos	 abomináveis,	 e	 aos	
homicidas,	e	aos	adúlteros,	e	aos	 feiticeiros,	e	aos	 idólatras,	e	a	 todos	os	
mentirosos,	 a	 sua	 parte	 será	 no	 lago	 ardente	 de	 fogo	 e	 enxofre,	 que	 é	 a	
segunda	morte	(Ap	21:8).
1.2 O Estado Intermediário
Na	maioria	das	 religiões,	culturas,	épocas,	crenças	ou	povos,	o	questionamento	
sobre	o	que	acontece	após	a	morte	 física,	sempre	rendeu	grande	especulação.	Charles	
Hodge	declara	que	“[...]	as	divergências	existentes	entres	os	cristãos	não	são	acerca	da	
realidade	de	um	estado	intermediário,	mas	acerca	de	sua	natureza”	(HODGE,	2001,	p.1554).	
A	pergunta	que	preocupa	a	maioria	delas,	que	historicamente	existiram	desde	os	
primeiros	séculos	da	humanidade	é:	“onde	estão	os	mortos?”
Os	gregos	antigos	assumem	a	posição	que	os	mortos	partiam	para	as	“Ilhas	dos	
Bem-Aventurados”,	que	por	ocasião	aguardavam	um	julgamento	de	três	enviados	do	mundo	
subterrâneo.	Se	a	pessoa	mantivesse	sua	bondade	durante	a	vida	e	fosse	reconhecida	pelos	
juízes	tal	retidão,	então,	era	permitida	a	entrada	no	paraíso	denominado	Campos	Elíseos.	
De	acordo	com	a	mitologia	grega,	os	mortos	permaneciam	em	um	lugar	de	atmosfera	doce	
e	agradável	com	música	e	luz.	As	almas	boas	viveriam	ali	para	sempre,	entre	as	alegrias	
simples	de	flores	e	campinas	verdejantes.
Os	romanos,	segundo	seus	pressupostos,	buscavam	entender	a	eternidade	como	
uma	espécie	de	espelho	desta	vida.	Já	para	os	muçulmanos	a	morte	traz,	tanto	recompensas,	
quanto	punições.	Na	visão	dos	hindus	e	budistas,	as	almas	retornam	por	diversasvezes	ao	
mundo	dos	vivos	até	que	mereçam	a	bem-aventurança	da	eternidade.
63UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
Para	entendermos	o	tão	importante	tema	teológico	escatológico,	vamos	abordar	os	
mais	importantes	pontos	de	vista	que	envolvem	o	estado	intermediário.	Vamos	a	eles!
1.2.1 O Conceito bíblico sobre o estado intermediário
O	que	ensinam	as	Escrituras	acerca	do	estado	da	alma	do	crente	imediatamente	
depois	da	morte?	Não	é	próprio	decidir	esta	questão	sobre	bases	psicológicas,	argumentando	
que	a	natureza	da	alma	é	tal	que	não	pode	reter	sua	individualidade	nem	personalidade	
quando	se	separa	do	corpo;	ou	que	é	mera	função	do	cérebro	(HODGE,	2001).	
Na	visão	teológica	cristã,	todas	as	especulações	ou	teorias	caem	em	descrédito,	no	
caso	de	contraposição	daquilo	que	está	exegeticamente	expresso	nas	Escrituras.	
1.2.1.1 O Sheol e o Hades
Vamos	entender	o	que	a	Bíblia	ensina	acerca	do	lugar	que,	de	maneira	genérica,	
vão	os	mortos.	Dois	termos	são	utilizados	para	designar	o	lugar	dos	mortos.	
No	Antigo	Testamento,	escrito	majoritariamente	em	hebraico,	utiliza-se	a	palavra	
	palavra	da	utilizam	se	bíblicas	traduções	das	maioria	A	lugar.	este	relatar	para	(Sheol)	לואש
“inferno”,	“morte”,	“sepultura”	para	traduzir	a	palavra	Sheol.	Vejamos	alguns	exemplos	de	
tradução	em	português	que	aparecem	sublinhados:
“Pois	não	deixarás	a	minha	alma	no	inferno,	nem	permitirás	que	o	teu	Santo	veja	
corrupção”	(BIBLIA,	Salmos	16:10,	ARC,	1995).
“Pois	tu	não	deixarás	minha	alma	entre	os	mortos,	nem	permitirás	que	teu	santo	
apodreça	no	túmulo”	(BIBLIA,	Salmos	16:10,	NVT,	2016).
	“O	Senhor	é	o	que	tira	a	vida	e	a	dá;	faz	descer	à sepultura	e	faz	tornar	a	subir	dela”	
(BIBLIA,	1	Samuel	2.6,	ACF,	1994).
No	grego	do	Novo	Testamento,	a	palavra	utilizada	para	identificar	o	 lugar	de	ha-
bitação	dos	mortos	é	Ἀδης	(hades),	que	por	vezes	também	é	traduzido	por	sepultura,	ou	
inferno:	“pois	não	deixarás	a	minha	alma	no	inferno,	nem	permitirás	que	o	teu	Santo	veja	a	
corrupção”	(BIBLIA,	Atos	2.27,	ACF,	1994).
Não	 se	 refere	 a	 sepultura	 onde	 os	 corpos	 são	 enterrados	 quando	 morrem.	As	
línguas	originais,	tanto	o	grego	quanto	o	hebraico,	utilizam	palavras	específicas	para	identi-
ficá-las.	No	hebraico	a	palavra	“queber”	significa	sepultura.	No	grego	a	palavra	“Mnemeion”	
identifica	a	sepultura	com	o	sentido	de	túmulo.
A	palavra	inferno	é	popularmente	associada	ao	lugar	de	punição	e	sofrimento.	As	
Escrituras	afirmam	que	este	lugar	existe,	porém	não	se	deve	entender	que	Hades	e	Sheol	
significa	isso.	O	inferno	final	é	referenciado	pela	nomenclatura	“lago	de	fogo”,	onde	o	próprio	
64UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
Hades	será	lançado	nele.	Vamos	conferir	a	citação	de	Apocalipse:	“E	a	morte	e	o	hades	
foram	lançados	no	lago	de	fogo.	Esta	é	a	segunda	morte,	o	lago	de	fogo.	E	todo	aquele	que	
não	foi	achado	inscrito	no	livro	da	vida,	foi	lançado	no	lago	de	fogo”	(BÍBLIA,	Apocalipse	
20.14-15,	ARA,	1993).		
1.2.1.3 O Sheol e o estado de consciência.
Segundo	os	pressupostos	bíblicos	escatológicos,	a	alma	preserva	sua	existência	
consciente,	bem	sua	faculdade	de	interagir	e	de	receber	ações,	no	momento	da	separação	
do	corpo.	Os	mortos,	não	perdem	sua	existência	e	consciência.	Vamos	estudar	algumas	
passagens	que	pressupõem	a	existência	contínua,	de	forma	individual	e	pessoal	da	alma	
depois	da	morte.
E,	havendo	aberto	o	quinto	selo,	vi	debaixo	do	altar	as	almas	dos	que	foram	
mortos	por	amor	da	palavra	de	Deus	e	por	amor	do	testemunho	que	deram.	
E	clamavam	com	grande	voz,	dizendo:	Até	quando,	ó	verdadeiro	e	santo	Do-
minador,	não	julgas	e	vingas	o	nosso	sangue	dos	que	habitam	sobre	a	terra?	
(BÍBLIA,	Apocalipse	6:9,10,	ACF,	1994).
Na	passagem	da	visão	de	João	no	Apocalipse,	o	relato	afirma	sobre	o	clamor	de	um	
estado	consciente	de	intercessão	junto	a	Deus.	Segundo	Norman	Geisler	“[...]	a	alma	(ima-
terial)	conscientemente	sobrevive	à	morte	desligada	do	corpo	(material),	com	que	espera	
reunir-se	na	ressurreição”	(GEISLER,	2010,	p.	688).
Na	Carta	aos	Filipenses,	o	apóstolo	Paulo	ensina	que	o	homem	que	serve	a	Cristo,	
quando	é	separado	da	carne	por	conta	da	morte,	 "estará	com	Cristo”	em	um	estado	de	
consciência.	“Mas	de	ambos	os	lados	estou	em	aperto,	tendo	desejo	de	partir,	e	estar	com	
Cristo,	porque	isto	é	ainda	muito	melhor.	Mas	julgo	mais	necessário,	por	amor	de	vós,	ficar	
na	carne”	(BÍBLIA,	Filipenses	1:23,24,	ACF,	1994).
Para	Geisler,	“[...]	a	inconsciência	entre	a	morte	e	a	ressurreição	dificilmente	pode	
ser	descrita	como	uma	condição	“muito	melhor”;	a	não-existência	é	um	estado	de	nada,	de	
vazio”	(GEISLER,	2010,	p.	687).
O	Evangelho	de	Lucas,	consta	a	história	do	Rico	e	Lázaro	no	capítulo	13,	onde	
o	 próprio	 Jesus	Cristo,	 apresenta	 detalhes	 importantes	 a	 serem	observados,	 acerca	 da	
consciência	no	Hades.
E	aconteceu	que	o	mendigo	morreu	e	foi	levado	pelos	anjos	para	o	seio	de	
Abraão;	 e	morreu	 também	o	 rico	e	 foi	 sepultado.	E,	 no	Hades,	 ergueu	os	
olhos,	estando	em	tormentos,	e	viu	ao	longe	Abraão	e	Lázaro,	no	seu	seio.	
E,	clamando,	disse:	Pai	Abraão,	tem	misericórdia	de	mim,	e	envia-me	Lázaro,	
para	que	molhe	na	água	a	ponta	do	dedo	e	me	refresque	a	língua,	porque	es-
tou	atormentado	nesta	chama.	Disse,	porém,	Abraão:	Filho,	lembra-te	de	que	
65UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
em	tua	vida	recebeste	os	teus	bens,	e	Lázaro	de	igual	modo	os	males;	agora,	
porém,	ele	aqui	é	consolado,	e	tu	atormentado.	E	além	disso,	entre	nós	e	vós	
está	posto	um	grande	abismo,	de	sorte	que	os	que	quisessem	passar	daqui	
para	vós	não	poderiam,	nem	os	de	lá	passar	para	nós	(BÍBLIA,	Lucas	16:22-
26,	ARC,	1995).
Esta	 passagem	 retrata	 a	 morte	 do	 mendigo	 e	 Lázaro	 apresentando	 detalhes	
importantes	para	análise	exegética.	Primeiro,	percebemos	os	detalhes	referentes	ao	Hades,	
que	apresenta	dois	lugares	distintos.	Um	lugar	de	consolo	chamado	de	“Seio	de	Abraão”	e,	
outro	lugar	com	muitos	tormentos	separados	por	um	abismo	intransponível.	Em	segundo	
lugar,	percebemos	o	estado	consciente	do	rico	que	estava	“vendo”	Abraão	e	Lázaro,	como	
também,	tinha	consciência	de	seus	tormentos	enquanto	“clamava”.	Além	disso,	ele	tinha	
consciência	daqueles	que	eram	consolados	(gr.	parakletai)	o	oposto	atormentado.
FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO FIGURATIVA DO SHEOL/HADES
	
Fonte: O	Autor,	2022.	Adaptado	de	fotos	Pixabay.
Nesta	história	do	rico	e	Lázaro,	a	afirmação	do	rico	era	que	sofria	muito	no	fogo	(v.	
24).	A	palavra	grega	odynaō,	significa	sofrer	“agonia	física”.	Isso	é	tão	acentuado	que	ele	
não	queria	que	seus	familiares	fossem	a	um	lugar	como	aquele	(STURZ,	2012).
Sturz	afirma	que:	
[...]	provavelmente	não	era	um	fogo	 literal,	uma	vez	que	nem	ele	nem	seu	
corpo	eram	consumidos	pelas	labaredas.	Mas	o	rico	entendia	que	era	fogo.	
A	percepção	é	real,	a	dor	e	a	agonia	são	reais,	mas	como	no	caso	da	‘sar-
ça	ardente’	o	corpo	não	é	consumido.	Observamos	que,	por	extensão,	esse	
mesmo	odynaō	também	pode	referir-se	a	dores	mentais	e	espirituais	reais	(At	
20.38)	(STURZ,	2012,	p.	749).
66UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
Normam	Geisler	em	sua	Teologia	Sistemática	também	afirma	que,	“[...]	esta	passa-
gem	retrata	não	somente	a	felicidade	consciente	das	almas	salvas	e	desencarnadas,	mas	
também	o	lamento	consciente	das	não-salvas”	(GEISLER,	2010,	p.	686).
A	Bíblia	ensina	que	após	a	morte	e	antes	da	ressurreição	final,	a	alma	e	o	espírito	
humano	permanecem	conscientes	apesar	da	destruição	do	corpo	sem	vida.	A	aniquilação	
da	alma	ou	um	suposto	estado	de	 inconsciência	não	são	perceptíveis	pelas	descrições	
bíblicas.
1.2.2 Doutrina Católica sobre o estado intermediário
A	doutrina	católica	acerca	do	estado	em	que	se	encontram	as	almas	após	a	morte,	
se	divide	em	três	linhas	de	pensamento	e	suas	particularidades.	Vamos	aprender	um	pouco	
dessas	doutrinas	e	como	elas	ensinam	a	situação	da	alma	após	a	morte.
1.2.2.1 O Limbus Patrum
Também	conhecido	como	 “limbo	dos	pais”,	é	um	 lugar	queequivale	ao	Seio	de	
Abraão.	Os	estudiosos	que	defendem	esse	pressuposto	adotam	a	doutrina	judaica	quanto	
à	situação	dos	mortos	no	período	do	Antigo	Testamento.	Creem	que	as	almas	dos	justos,	
antes	da	encarnação	de	Cristo,	desceram	ao	Sheol,	e	permaneciam	na	espera	da	con-
sumação	 da	 obra	 do	Salvador.	No	momento	 em	 que	 Jesus	 consumou	 sua	 redenção	 e	
ressuscitou	foi	ao	Hades,	libertou	as	almas	dos	patriarcas	rumando	vitoriosos	ao	paraíso.	
Tal	ponto	de	vista	entra	em	contradição	com	sua	doutrina	dos	sacramentos	salvífi-
cos,	que	afirmam	ser	os	únicos	meios	que	as	bênçãos	da	salvação	alcançam	a	humanidade.	
Portanto,	os	sacramentos	representados	na	antiga	dispensação	personificavam	a	graça,	
porém	não	a	transmitiram.	Por	conclusão,	os	que	morreram	antes	da	encarnação	de	Jesus	
Cristo	não	seriam	salvos	(HODGE,	2001).
1.2.2.2 O Limbus Infantum
Conhecido	também	como	o	limbo	de	Infantes,	refere-se	ao	lugar	que	abriga	as	almas	
das	crianças	que	morrem	sem	o	batismo.	Essa	doutrina	trata	que	as	crianças	que	morrem	
sem	o	batismo,	ou	ainda	depois	que	participam	dele,	não	são	acolhidas	nos	céus.	Portanto,	
em	nenhum	momento	usufruirão	os	benefícios	da	redenção.	Esta	doutrina	é	explicitamente	
declarada	assumida	pelos	teólogos	romanistas	e	perceptível	nos	símbolos	da	igreja.
O	cardeal	Gousset,	defende	que	o	pecado	original,	cuja	descendência	de	Adão	foi	
toda	corrompida,	tendo	como	terrível	consequência,	a	morte	da	alma.	O	resultado	na	vida	
terrena	é	a	ignorância	e	perturbação	do	entendimento,	levando-os	a	ter	sua	vontade	detur-
67UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
pada	para	aquilo	que	é	espiritualmente	agradável.	Assim,	sem	o	favor	da	graça	divina,	esta	
rebelião	conduz	o	pecador	à	morte	do	corpo.	Charles	Hodge	apresenta	os	pressupostos	
acerca	desta	doutrina	e	suas	consequências	na	vida	futura	como	sendo:	“[...]	a	exclusão	do	
reino	do	céu,	a	privação	da	vida	eterna,	da	visão	beatífica;	“ninguém	pode	entrar	no	reino	de	
Deus	a	menos	que	nasça	de	novo	em	Jesus	Cristo,	pelo	batismo”	(HODGE,	2001,	p.	1569).
Os	teólogos	romanistas	apresentam	duas	linhas	de	pensamento	como	evidência	
bíblica	desta	doutrina.	A	primeira	tem	origem	na	doutrina	do	pecado	original,	que	produziu	a	
culpa	e	morte	espiritual	em	todos	os	homens	em	todas	as	épocas.	Desta	forma,	a	solução	
para	libertar	a	humanidade	desta	terrível	consequência	é	o	batismo.	Por	ser	sacramento	
salvífico,	os	que	não	participam	do	batismo	permanecem	na	condenação	e	culpa	pelos	
seus	pecados.	Em	segundo	lugar,	os	teólogos	defendem	que	a	declaração	contida	no	texto	
do	Evangelho	de	João	3.5,	afirma	que	os	não	batizados	não	alcançam	a	salvação:	 “Na	
verdade,	te	digo	que	aquele	que	não	nascer	da	água	e	do	Espírito	não	pode	entrar	no	Reino	
de	Deus”	(BÍBLIA,	João	3.5.	ARC,	1995).
No	ano	de	2007,	a	Comissão	Internacional	da	Igreja	Católica	publicou	um	documento	
que	aboliu	a	doutrina	do	limbo	para	as	crianças	que	não	seriam	salvas	caso	não	fossem	bati-
zadas.	O	documento	assinado	pelo	Papa	Bento	XVI,	chamado	de	“A	esperança	de	salvação	
para	bebês	que	morrem	sem	ser	batizados”,	encerra	definitivamente	essa	questão:	
A	graça	é	totalmente	gratuita,	enquanto	é	sempre	puro	dom	de	Deus.	A	condenação,	
ao	contrário,	é	merecida,	porque	é	consequência	da	livre	escolha	humana.	A	criança	que	
morre	depois	de	ter	sido	batizada	é	salva	pela	graça	de	Deus	e	mediante	a	intercessão	da	
Igreja,	com	ou	sem	a	sua	cooperação	(COMISSÃO	TEOLÓGICA	INTERNACIONAL,	2007,	
não	paginado).
1.2.2.3 O Purgatório
A	 doutrina	 do	 purgatório	 tem	 seus	 fundamentos	 nos	 preceitos	 católico-romano,	
desta	 forma,	 vamos	analisá-la	 de	maneira	 contextual	 do	dogma	católico.	O	Catolicismo	
Romano	baseia	seu	credo	no	purgatório	na	tradição	e	nas	Escrituras.
Na	teologia	católica,	a	condição	da	alma	após	a	morte	é	consciente	a	respeito	de	
sua	condição	diante	de	Deus,	que	através	de	um	julgamento	após	a	morte	vai	determinar	
seu	destino.	Os	que	morrem	em	estado	de	perfeita	graça	e	penitência,	alcançam	a	purifi-
cação	e	vão	diretamente	aos	céus.	Aqueles	que	estão	em	paz	com	a	igreja	em	estado	de	
graça,	porém,	não	estão	perfeitamente	purificados,	vão	para	o	purgatório.
68UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
Joseph	Pohle,	(1917,	p.	18,	apud	ERICKSON,	2015,	p.	1124)	define	o	purgatório	
por	“[...]	um	estágio	de	castigo	temporário	para	aqueles	que,	partindo	desta	vida	na	graça	
de	Deus,	não	são	totalmente	livres	de	pecados	veniais	ou	ainda	não	pagaram	plenamente	
a	penitência	devida	às	suas	transgressões”.
A	respeito	do	purgatório	os	teólogos	católicos	ensinam	que:
É	um	lugar	de	sofrimento	causado	por	fogo	material,	cujo	propósito	é	a	purificação	
e	a	expiação	dos	pecados.
A	duração	e	a	intensidade	dos	sofrimentos	do	purgatório	são	na	proporção	da	culpa	
e	impureza	dos	pecadores.	
Não	existe	limite	conhecido	para	o	tempo	de	permanência	da	alma	no	purgatório.	
Com	exceção	para	o	dia	do	juízo,	os	que	morreram	podem	ficar	em	estado	de	sofrimento	
por	horas	ou	até	milhares	de	anos	(HODGE,	2001).
Existe	a	possibilidade	de	auxílio	às	almas	que	se	encontram	no	purgatório	dimi-
nuindo	o	tempo	e	a	intensidade	do	sofrimento	pelas	orações	dos	santos	e	pelo	sacrifício	da	
missa.	As	autoridades	da	Igreja	têm	a	prerrogativa	de	remissão	total	ou	parcial	das	almas	
que	ali	se	encontram	(HODGE,	2001).
FIGURA 2 - O ALÍVIO DA AJUDA DA ORAÇÃO ÀS ALMAS NO PURGATÓRIO - IGREJA MA-
RIENKIRCHE EM VIENNA NA ÁUSTRIA
69UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
	A	obra	de	Cristo	promoveu	a	 libertação	somente	da	 “teatus	culpa”	e	da	conse-
quência	de	morte	eterna.	O	pecador	deve	ter	todos	os	seus	pecados	cometidos	depois	do	
batismo,	satisfeitos	pelas	penitências	e	através	de	boas	obras.		
O	sacrifício	propiciatório	da	eucaristia	 tem	a	finalidade	de	garantir	o	perdão	dos	
pecados	após	o	batismo	segundo	a	vontade	do	sacerdote.	Desta	forma,	o	sacerdote	que	
quiser	trazer	benefício	à	alguma	alma	no	purgatório,	ela	terá	a	bem-aventurança.
O	papa,	legítimo	vigário	de	Cristo	na	humanidade,	tem	perfeito	poder	para	perdoar	
os	pecados	e	eximir	os	pecadores	da	obrigação	de	realizar	retratação	por	suas	ofensas	
(HODGE,	2001).	Millard	Erickson	afirma	que	é	possível	encontrar	
[...]	 uma	 clara	 afirmação	 dessa	 doutrina	 no	Decreto	 de	União	 adotado	 no	
Concílio	de	Florença,	em	1439:	‘as	almas	são	purificadas	por	aflições	no	pur-
gatório	depois	da	morte,	a	fim	de	que	sejam	resgatadas	dessas	aflições,	elas	
são	beneficiadas	pelos	votos	da	fé	viva,	isto	é,	o	sacrifício	da	missa,	orações,	
esmolas	e	outra	obras	de	piedade	(ERICKSON,	2015,	p.	1125).
Os	reformadores	rejeitaram	a	doutrina	do	purgatório	afirmando	que	ela	não	possuía	
bases	bíblicas	suficientes	para	fundamentar	seus	preceitos.	Segundo	eles	haveria	contra-
pontos	importantes	com	a	doutrina	de	justificação	pela	graça	no	sacrifício	de	Jesus	Cristo.	
Segundo	Ferreira	e	Myatt:	“eles	sustentavam	que	os	que	morriam	no	Senhor	ingressavam	
imediatamente	na	bem-aventurança	do	céu,	ao	passo	que	os	que	morriam	em	seus	peca-
dos	eram	enviados	imediatamente	para	o	inferno”	(FERREIRA;	MYATT,	2007,	p.	1054).
	
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70UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
 2 POSIÇÕES TEOLÓGICAS ACERCA 
DO ARREBATAMENTO
TÓPICO
Neste	tópico	trataremos	sobre	as	questões	que	envolvem	o	arrebatamento	e	as	prin-
cipais	discussões	teológicas	que	se	posicionam	a	respeito	de	“quando”	tal	evento	acontecerá.
Essa	questão	do	momento	no	qual	o	arrebatamento	aconteceria,	ocupa	discussões	
desde	os	tempos	apostólicos.	Na	passagem	de	Atos	1.6-7,	os	discípulos	indagaram	a	Jesus	
quando	aconteceria	a	restauração	do	reino	por	conta	do	seu	retorno:
Aqueles,	pois,	que	se	haviam	reunido	perguntaram-lhe,	dizendo:	Senhor,	res-
taurarás	tu	neste	tempo	o	reino	a	Israel?	E	disse-lhes:	Não	vos	pertence	sa-
ber	os	tempos	ou	asestações	que	o	Pai	estabeleceu	pelo	seu	próprio	poder	
(BIBLIA,	Atos	1.6,7,	ARC,	1995).
A	própria	Escritura	apresenta	nas	mais	diversas	passagens,	o	ensino	do	retorno	do	
Messias	e	o	estabelecimento	do	Reino	de	Deus.	Percebe-se	tanto	nos	Evangelhos,	pelo	
ensino	de	Cristo,	quanto	nas	cartas	dos	apóstolos	nos	mais	diversos	contextos.	Vejamos	
alguns	textos	escriturísticos	que	tratam	do	assunto:
Porém	daquele	Dia	e	hora	ninguém	sabe,	nem	os	anjos	dos	céus,	nem	o	
Filho,	mas	unicamente	meu	Pai.	E,	como	foi	nos	dias	de	Noé,	assim	será	tam-
bém	a	vinda	do	Filho	do	Homem.	Porquanto,	assim	como,	nos	dias	anteriores	
ao	dilúvio,	comiam,	bebiam,	casavam	e	davam-se	em	casamento,	até	ao	dia	
em	que	Noé	entrou	na	arca,	e	não	o	perceberam,	até	que	veio	o	dilúvio,	e	
os	levou	a	todos,	assim	será	também	a	vinda	do	Filho	do	Homem	(BÍBLIA,	
Mateus	24:36-39,	ARC,	1995).
71UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
Porque	o	mesmo	Senhor	descerá	do	céu	com	alarido,	e	com	voz	de	arcanjo,	
e	 com	 a	 trombeta	 de	 Deus;	 e	 os	 que	 morreram	 em	 Cristo	 ressuscitarão	
primeiro;
depois,	 nós,	 os	 que	 ficarmos	 vivos,	 seremos	 arrebatados	 juntamente	 com	
eles	nas	nuvens,	a	encontrar	o	Senhor	nos	ares,	e	assim	estaremos	sempre	
com	o	Senhor	(BÍBLIA,	1	Tessalonicenses	4:16,17,	ARC,	1995).
O	Senhor	não	retarda	a	sua	promessa,	ainda	que	alguns	a	tenham	por	tardia;	
mas	é	longânimo	para	convosco,	não	querendo	que	alguns	se	percam,	senão	
que	todos	venham	a	arrepender-se.	Mas	o	Dia	do	Senhor	virá	como	o	ladrão	
de	noite,	no	qual	os	céus	passarão	com	grande	estrondo,	e	os	elementos,	
ardendo,	se	desfarão,	e	a	terra	e	as	obras	que	nela	há	se	queimarão	(BÍBLIA,	
2	Pedro	3:9,10,	ARC,	1995).
No	Novo	Testamento,	 a	 segunda	 vinda	 de	Cristo	 é	 citada	 318	 vezes.	 Portanto,	
enquanto	os	debates	escatológicos	especulam	o	“quando”	isso	ocorrerá,	a	Bíblia	apresenta	
claramente	que	certamente	Ele	voltará.	Essa	é	a	base	da	esperança	do	cristianismo.	O	
próprio	Jesus,	em	seu	discurso	sobre	o	fim,	afirma	que	voltará	no	texto	de	Mateus	24	e	25.	
Em	Atos	1.10-11,	dois	homens	vestidos	de	branco	relatam	seu	retorno:	“[...]	Varões	galileus,	
por	que	estais	olhando	para	o	céu?	Esse	Jesus,	que	dentre	vós	foi	recebido	em	cima	no	
céu,	há	de	vir	assim	como	para	o	céu	o	vistes	ir”	(BÍBLIA,	Atos	1:11,	ARC,	1995).	
O	apóstolo	Paulo	 escreve	 em	suas	 cartas	 sobre	 a	 esperança	 da	 vinda.	 “Mas	a	
nossa	cidade	está	nos	céus,	onde	também	esperamos	o	Salvador,	o	Senhor	Jesus	Cristo”	
(BÍBLIA,	 Filipenses	 3.20,	ARC,	 1995).	 Essa	 esperança	 foi	 presente	 em	 todo	 o	 trabalho	
apostólico	durante	os	primeiros	séculos	do	cristianismo.
Por	muito	tempo	na	história	do	cristianismo,	não	se	perdeu	a	esperança	da	vinda	
de	Cristo.	As	divergências	escatológicas	surgiram	e	 formaram	seus	pensamentos	sobre	
a	cronologia	dos	eventos	escatológicos	e	da	consumação	dos	séculos.	Algumas	dessas	
questões	poderão	ser	melhor	compreendidas,	através	do	estudo	dos	princípios	e	pressu-
postos	que	envolvem	cada	uma.	Vamos	estudá-las!
2.1 Arrebatamento pré-tribulacionista
A	visão	pré-tribulacionista	consiste	basicamente	no	arrebatamento	antes	do	período	
da	grande	 tribulação	que	aconteceu	durante	sete	anos.	Essa	preservação	da	 tribulação	
é	sustentada	pela	passagem	bíblica	de	Apocalipse	3.10	(ARC,	1995):	 [...]	 também	eu	te	
guardarei	da	hora	da	tentação	que	há	de	vir	sobre	todo	o	mundo,	para	tentar	os	que	habitam	
na	terra”.	Afinal	a	grande	tribulação	será	o	período	da	ira	de	Deus	sobre	a	terra,	e	a	igreja	
não	passaria	por	tal	julgamento	(SILVA,	2020,	p.	63).
72UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
Nesta	visão	a	vinda	de	Cristo	acontecerá	em	duas	fases	distintas.	Em	uma	passa-
gem	demonstra	que	o	encontro	com	Cristo	será	“nos	ares”	(1	Ts	4.17),	em	outra,	vemos	que	
ele	pisará	na	terra	(Zc	14.4).	Uma	passagem	afirma	que	virá	em	secreto,	“como	ladrão”	(1	
Ts	5.2)	em	outro	livro	vemos	que	“todo	olho	o	verá”	(Ap	1.7).	
Um	grupo	de	teólogos	conservadores	defendem	que	a	vinda	de	Cristo	acontecerá	
em	duas	fases	distintas.	Num	primeiro	momento,	aconteceria	o	arrebatamento	da	Igreja	fiel	
que	aguarda	a	recompensa	pela	sua	fidelidade.	Segundo	Erickson,	o	arrebatamento	“[...]	será	
secreto;	não	será	percebido	por	ninguém	exceto	pela	igreja”	(ERICKSON,	2015,	p.	1136).
A	vinda	de	Jesus	neste	segundo	momento,	se	refere	a	uma	vinda	gloriosa,	com	
a	manifestação	 física	e	pessoal	acompanhada	de	seus	anjos	e	 santos,	 conforme	 relata	
Apocalipse	capítulo	19.
Um	terceiro	aspecto	importante	a	analisar	é	a	iminência	do	arrebatamento.	“Estes	
ensinos	sugerem	que	a	volta	de	Cristo	poderia	ocorrer	a	qualquer	momento.	Se	tais	eventos	
como	a	tribulação	devem	acontecer	primeiro,	é	difícil	perceber	a	razão	de	dizer	‘não	sabeis	
a	hora”	(ERICKSON,	1986,	p.	116).	
2.2 Arrebatamento midi-tribulacionista
O	 ensino	 Miditribulacionista	 defende	 que	 a	 igreja	 estará	 presente	 na	 grande	
tribulação	aqui	na	terra,	mas	depois	de	três	anos	e	meio	ela	será	arrebatada.	A	preservação	
da	igreja	se	dará	no	pior	período	tribulacional.
A	visão	miditribulacional	defende	que	a	igreja	será	a	arrebatada	no	momento	que	
soar	 a	 sétima	 trombeta	 em	Apocalipse	 11.15	 (SILVA,	 2020).	Da	mesma	maneira	 que	 o	
pré-tribulacionismo	afirma,	 a	 igreja	 não	passaria	 pela	 tribulação	daqueles	dias,	 afinal,	 a	
ira	de	Deus	não	é	para	a	 igreja.	A	diferença	está	em	quando	poderia	ser	considerada	a	
tribulação,	que	para	eles	será	no	meio	do	período	de	sete	anos.
Erickson	apresenta	alguns	argumentos	a	respeito	desse	pensamento:	
A	igreja	deve	aguardar	dos	céus	o	seu	(de	Deus)	Filho,	a	quem	ele	ressus-
citou	dentre	os	mortos,	Jesus	que	nos	livra	da	ira	vindoura	(1	Ts	1.10;	cf	Mt	
3.7;	Lc	3.7).	“Deus	não	nos	destinou	para	a	ira,	mas	para	alcançar	a	salvação	
mediante	nosso	Senhor	Jesus	Cristo”	(ERICKSON,	1986,	p.	134).	
2.3 Arrebatamento pós-tribulacionista
O	ensino	pós-tribulacionista	teve	bastante	aceitação	na	história	do	cristianismo.	Seu	
principal	pressuposto	é	que	a	igreja	participará	da	grande	tribulação,	mas	não	será	alvo	da	
ira	divina.	Ao	final	deste	período,	a	igreja	se	encontra	nos	ares	com	Cristo	e	o	acompanhará	
73UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
na	sua	vinda	gloriosa,	conforme	Millard	Erickson:	“[...]	os	crentes	serão	arrebatados	para	
um	encontro	com	o	Senhor	no	fim	da	tribulação	e,	imediatamente,	o	acompanharão	na	sua	
descida	triunfante	para	a	terra”	(ERICKSON,	1986,	p.	126).
Os	juízos	profetizados	alcançarão	somente	com	os	não	cristãos	de	todos	os	lugares	
do	planeta.	Segundo	essa	linha	de	pensamento,	os	fatos	acontecerão	semelhantemente	
aos	hebreus	no	Egito.	Vamos	verificar	a	passagem	de	Êxodo:	E	naquele	dia,	eu	separarei	a	
terra	de	Gósen,	em	que	meu	povo	habita,	a	fim	de	que	nela	não	haja	enxames	de	moscas,	
para	que	saibas	que	eu	sou	o	Senhor	no	meio	desta	terra	(BÍBLIA,	Êxodo	8.22,	ARC,	1995).	
Em	Êxodo	9.26	vemos	o	mesmo	livramento:	“Somente	na	terra	de	Gósen,	onde	estavam	os	
israelitas,	não	caiu	granizo”	(BÍBLIA,	Êxodo	9.26,	NVI,	2001).
Para	se	obter	uma	decisão	razoável	acerca	de	cada	ponto	de	vista	é	necessário	
responder:	qual	deles	apresenta	mais	sustentabilidade	bíblica?	Para	isso	é	preciso	dedica-
ção,	com	uma	exegese	livre	de	paradigmas	para	se	chegar	a	uma	conclusão.	Com	relação	
a	tribulação,	Geisler	afirma:	“[...]	dentro	da	ortodoxia,	não	alcança	uma	certeza	absoluta,	
nem	mesmo	moral.	Simplesmente,	não	existem	evidências	suficientes	para	dirimir	todas	as	
dúvidas	neste	assunto”	(GEISLER,	2010,	p.	1037).
FIGURA 2 – RESUMO DAS VISÕES ACERCA DO ARREBATAMENTO
	
Fonte:	Adaptado	de	NETO	(2019,	p.	149-155).
	
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 3 POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
ACERCA DO MILÊNIO
TÓPICO
UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 74
Neste	tópico	trataremos	de	um	importante	tema	na	escatologia,	o	Reino	Milenar	de	
Cristo.Nossa	análise	tratará	basicamente	das	três	principais	visões	que	envolvem	o	tema:	
o	pré	milenismo,	o	pós-milenismo	e	o	amilenismo.
O	 texto	 que	 diverge	 opiniões	 é	 o	 de	Apocalipse	 20.1-10,	 que	 fala	 da	 prisão	 de	
Satanás	e	depois	de	algum	tempo	será	solto	para	enganar	as	nações.	A	questão	está	na	
interpretação	do	texto,	se	deve	ser	literal	ou	de	forma	simbólica.	“Os	que	interpretam	de	
forma	 literal	 são	 chamados	 de	 pré-milenistas,	 e	 os	 que	 interpretam	 de	 forma	 simbólica	
estão	divididos	em	dois	grupos:	os	amilenistas	e	os	pós-milenistas”	(NETO,	2019,	p.127).	
3.1 Pré-milenismo
Consiste	numa	visão	muito	aceita	entre	os	círculos	teológicos	mais	conservadores,	
tornando	o	pré-milenismo	muito	popular.	
O	primeiro	pressuposto	 importante	para	uma	abordagem	é	o	 fato	de	crerem	em	
um	 reino	 na	 terra,	 em	 que	 Jesus	 estabelece	 o	 seu	 reinado	 por	 conta	 de	 sua	 vinda	 no	
final	do	período	da	grande	tribulação.	Outra	questão	importante,	é	que	esse	reino	milenar	
acontecerá	logo	após	a	grande	tribulação.
75UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
FIGURA 4 – VISÃO PRÉ-MILENISTA
	
Fonte:	Neto	(2019,	p.135).
A	cronologia	dos	eventos	seria	o	término	do	período	tribulacional	de	sete	anos,	a	
vinda	gloriosa	de	Cristo,	com	o	julgamento	da	obra	dos	santos	salvos	e	o	início	do	período	
de	mil	anos.	Segundo	José	Ribeiro	Neto,	ao	final	do	período	“[...]	os	ímpios	são	julgados,	
Satanás	será	solto	temporariamente	para	enganar	as	nações,	mas	por	fim	ele	e	todos	os	
ímpios	serão	lançados	no	lago	de	fogo”	(NETO,	2019,	p.	68).
3.2 Pós-milenismo
Nesta	visão,	muito	difundida	no	século	XVI,	o	milênio	tem	a	ver	com	uma	época	
conquistada	pelos	esforços	e	serviço	da	igreja.	Será	um	tempo	de	paz	e	abundância	mar-
cada	pelo	aumento	do	período	atual	da	igreja	(NETO,	2019).
Um	dos	pressupostos	mais	importantes	dessa	visão	é	a	propagação	do	Evange-
lho	a	um	nível	que	culminará	na	conversão	do	mundo.	Depois	disso,	acontece	a	volta	de	
Cristo.	Conforme	Erickson,	“essa	interpretação	se	tornaria	predominante	no	pensamento	
escatológico	durante	toda	a	Idade	Média.	[...]	Os	mil	anos	iniciaram	com	a	vinda	de	Cristo”	
(ERICKSON,	1986,	p.	1150).
O	período	do	milênio	seria	grande,	porém	não	seria	literalmente	de	mil	anos.	Ela	
não	se	baseia	na	passagem	de	Apocalipse	20,	que	os	pré-milenistas	defendem.	
FIGURA 5 – VISÃO PÓS-MILENISTA
	
Fonte:	Neto	(2019,	p.133).
76UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
3.3 Amilenismo
O	amilenismo	é	bem	simples	de	compreender,	suas	ideias	defendem	que	não	ha-
verá	milênio,	tampouco	reinado	de	Jesus	Cristo	na	terra.	
Outro	 ponto	 importante	 está	 na	 questão	 das	 ressurreições,	 que	 acontecem	 em	
dois	momentos:	a	primeira	é	espiritual	e	a	segunda	é	física	e	espiritual.	Segundo		Millard	
Erickson,		“[...]	em	Apocalipse	20.4-5:	 'Viveram	(a	primeira	ressurreição)	e	reinaram	com	
Cristo	durante	os	mil	anos.	O	restante	dos	mortos	não	reviveram	até	que	se	completassem	
os	mil	anos	(a	segunda	ressureição)”	(ERICKSON,	1986,	p.	65).
FIGURA 4 – VISÃO AMILENISTA
	
Fonte: Neto	(2019,	p.128).
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 4 RESSURREIÇÃO
TÓPICO
UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 77
A	ressurreição	 representa	uma	doutrina	básica	do	cristianismo	que	representa	a	
esperança	da	eternidade	futura.	A	obra	da	redenção	seria	incompleta	se	a	ressurreição	de	
Cristo	não	tivesse	ocorrido,	afinal	a	ressurreição	do	Salvador	outorga	a	aprovação	de	Deus	
ao	seu	sacrifício.	
Segundo	Richard	Sturz,	a	ressurreição	de	Jesus	está	no	centro	da	mensagem	do	
Novo	Testamento:	“A	ressurreição	é	o	fato	central	para	o	qual	todos	convergem	e	do	qual	
tudo	se	irradia”	(STURZ,	2012	p.	717).
Na	 época	 de	 Jesus,	 o	 grupo	 religioso	 dos	 saduceus	 eram	 contra	 a	 doutrina	 da	
ressurreição	e	da	existência	da	alma	após	a	morte.	O	Salvador	argumenta	sobre	o	assunto:	
E,	acerca	dos	mortos	que	houverem	de	ressuscitar,	não	tendes	lido	no	livro	
de	Moisés	como	Deus	lhe	falou	na	sarça,	dizendo:	Eu	sou	o	Deus	de	Abraão,	
e	o	Deus	de	Isaque,	e	o	Deus	de	Jacó?	Ora,	Deus	não	é	de	mortos,	mas	sim	
é	Deus	de	vivos.	Por	isso,	vós	errais	muito	(BÍBLIA,	Marcos	12.26,27,	ARC,	
1995).
A	afirmação	de	Marta	a	Jesus	na	passagem	de	Jo	11.24-25	a	respeito	de	Lázaro,	
demonstra	a	crença	na	ressurreição	dos	mortos	pelos	judeus	da	época	(STURZ,	2012).
No	Antigo	Testamento	vemos	a	declaração	a	 respeito	da	 ressurreição.	 “Os	 teus	
mortos	viverão,	os	teus	mortos	ressuscitarão;	despertai	e	exultai,	vós	que	habitais	no	pó,	
porque	o	teu	orvalho,	ó	Deus,	será	como	o	orvalho	das	ervas,	e	a	terra	lançará	de	si	os	
mortos	(BÍBLIA,	Isaías	26.19,	ARC,	1995).
Outras	passagens	demonstram	a	doutrina	da	ressurreição	do	Antigo	Testamento	
(Ez	37.12-14;	Dn	12.2;	Sl	49.15).
78UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
4.1 O tempo da ressurreição
Na	passagem	de	Atos	24.15,	parece	indicar	duas	ressurreições	distintas:	As	dos	
justos	e	injustos:	“Tendo	esperança	em	Deus,	como	estes	mesmos	também	esperam,	de	
que	há	de	haver	ressurreição	de	mortos,	tanto	dos	justos	como	dos	injustos''	(BÍBLIA,	Atos	
24:15,	ARC,	1995).
Na	visão	de	Paulo	aos	Coríntios	percebemos	a	comparação	entre	a	Colheita	do	
Antigo	Testamento	com	a	ressurreição	dos	mortos	em	3	momentos	diferentes:	
Mas,	agora,	Cristo	 ressuscitou	dos	mortos	e	 foi	 feito	as	primícias	dos	que	
dormem.	Porque,	assim	como	a	morte	veio	por	um	homem,	também	a	ressur-
reição	dos	mortos	veio	por	um	homem.	Porque,	assim	como	todos	morrem	
em	Adão,	assim	também	todos	serão	vivificados	em	Cristo.	Mas	cada	um	por	
sua	ordem:	Cristo,	as	primícias;	depois,	os	que	são	de	Cristo,	na	sua	vinda.	
Depois,	virá	o	fim,	quando	tiver	entregado	o	Reino	a	Deus,	ao	Pai,	e	quando	
houver	aniquilado	todo	império	e	toda	potestade	e	força	(BÍBLIA,	1	Coríntios	
15:20-24,	ARC,	1995).
No	versículo	23,	Paulo	apresenta	a	forma	como	isso	aconteceria	com	a	expressão:	
“cada	um	por	sua	ordem”:	com	Cristo,	na	sua	vinda	e	no	fim.
Os	defensores	da	ordem	proposta	por	Paulo,	afirmam	que	a	expressão	“as	primícias	
com	Cristo”	é	uma	alusão	geral	a	todos	salvos	no	período	do	Antigo	Testamento.	Já	os	“que	
são	de	Cristo,	na	sua	vinda”	aconteceria	a	ressurreição	no	arrebatamento	(independente-
mente	da	posição	adotada).	Por	fim,	aqueles	que	se	mantiveram	fiéis	serão	resgatados	por	
conta	da	vinda	gloriosa	de	Jesus,	no	final	do	período	da	tribulação	(PENTECOST,	2012).
A	ressurreição	dos	ímpios	aconteceria	no	final	do	reino	milenar,	por	conta	do	julga-
mento	do	grande	trono	branco.	Segundo	os	defensores	dessa	interpretação,	o	julgamento	
final	se	encontra	no	livro	de	Apocalipse	20.11-15.	
Segundo	Erickson	(2015,	p.	1145),	“as	Escrituras	afirmam	especificamente	que	o	
juízo	ocorrerá	depois	da	segunda	vinda”.	Vamos	ler	a	passagem	de	Mateus	16.27:	“Pois	o	
Filho	do	homem	virá	na	glória	de	seu	Pai,	com	os	seus	anjos,	e	então	recompensará	a	cada	
um	de	acordo	com	o	que	tenha	feito	(BÍBLIA,	Mateus	16.27,	NVI,	2001).
As	Escrituras	 descrevem	outro	momento	 da	 ressurreição,	 no	 que	 se	 refere	 aos	
incrédulos.	Essa	é	a	segunda	ressurreição,	ou	a	segunda	morte.	Vamos	a	elas:	“E	os	que	
fizeram	o	bem	sairão	para	a	ressurreição	da	vida;	e	os	que	fizeram	o	mal,	para	a	ressurrei-
ção	da	condenação”	(BÍBLIA,	João	5:29,	ARC,	1995).
79UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
Vi	um	grande	trono	branco	e	aquele	que	nele	se	assenta,	de	cuja	presença	fugiram	
a	terra	e	o	céu,	e	não	se	achou	lugar	para	eles.	Vi	 também	os	mortos,	os	grandes	e	os	
pequenos,	postos	em	pé	diante	do	trono	[...]	Deu	o	mar	aos	mortos	que	nele	estavam.	A	
morte	e	o	além	entregaram	os	mortos	que	neles	havia...	(Ap	20.11-13).
4.1 O Sheol/Hades após a ressurreição de Cristo 
Alguns	teólogos	afirmam	que	a	partir	da	ressurreição	Jesus,	os	justos	não	descerão	
mais	ao	Hades.	Diversas	passagens	afirmam	a	condição	de	mudançado	local	ao	céu,	por	
vezes	identificado	como	“paraíso”.
Entre	as	passagens	que	corroboram	essa	ideia	está	o	relato	do	ladrão	arrependido	
na	crucificação:	“em	verdade,	te	digo	que	hoje	estarás	comigo	no	Paraíso”	(BÍBLIA,	Lucas	
23.43,	ARC,	1995).	Nessa	linha	de	pensamento	o	apóstolo	Paulo	afirma:	
Pelo	que	diz:	Subindo	ao	alto,	 levou	cativo	o	cativeiro	e	deu	dons	aos	ho-
mens.	Ora,	isto	—	ele	subiu	—	que	é,	senão	que	também,	antes,	tinha	des-
cido	às	partes	mais	baixas	da	terra?	Aquele	que	desceu	é	também	o	mesmo	
que	subiu	acima	de	 todos	os	céus,	para	cumprir	 todas	as	coisas	 (BÍBLIA,	
Efésios	4:8-10,	ARC,	1995).
Pressupõe	que	Jesus,	no	momento	da	ressurreição,	encaminhou	aos	Céus	os	fiéis	
do	Antigo	Testamento	que	se	encontravam	no	“seio	de	Abraão”.	 	Norman	Geisler	afirma	
que:	“não	existe	evidência	bíblica,	nem	fora	da	Bíblia,	de	que	os	espíritos	dos	santos	do	
Antigo	Testamento,	depois	da	morte,	 tivessem	 ido	a	qualquer	outro	 lugar,	exceto	o	céu,	
entre	a	morte	e	a	ressurreição”	(GEISLER,	2010,	p.	690).
Em	Apocalipse	6.9,10,	vemos	um	relato	semelhante,	onde	as	almas	dos	mártires	
da	Grande	Tribulação	aguardam	no	céu,	 “debaixo	do	altar”,	esperando	o	fim	do	período	
tribulacional	para	ressuscitarem.
4.2 A natureza dos corpos ressurretos
O	pressuposto	em	relação	a	forma	dos	corpos	ressuscitados,	tem	por	referência	
as	evidências	nas	Escrituras	a	respeito	do	corpo	ressurreto	de	Cristo.	Os	estudiosos	têm	
esse	parâmetro	no	que	diz	 respeito	às	ressurreições:	Às	vezes	se	presume	que	nossos	
corpos	novos	serão	exatamente	como	o	de	Jesus	no	período	imediatamente	posterior	a	sua	
ressurreição.	O	seu	corpo	evidentemente	carregava	as	marcas	físicas	de	sua	crucificação	
e	podia	ser	visto	e	tocado	(ERICKSON,	2015,	p.	1143).
Na	passagem	de	João	21.9-15,	 traz	a	 ideia	de	que	poderia	 ter	comido	com	seu	
discípulo	Simão	Pedro.
80UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
O	interesse	pelo	inferno	atingiu	seu	ápice	na	Idade	Média,	quando	os	artistas	da	
época	sentiam	um	certo	deleite,	conforme	se	supõe,	ao	retratar	os	justos	observando	os	
pecadores	sendo	atormentados	pelo	fogo	do	inferno	e	por	outros	tipos	de	tortura.O	retrato	
mais	 impressionante	da	visão	medieval	do	 inferno	é	feito	por	Dante,	noprimeiro	dos	três	
livros	que	compõe	a	Divina	Comédia.	Dante	retrata	o	inferno	como	nove	círculos,	existentes	
no	centro	da	terra,	onde	habita	Satanás.	No	portão	do	inferno,	Dante	nota	a	presença	de	
uma	inscrição:	“Abandonem	a	esperança,todos	aqueles	que	aqui	entram!”.
Fonte:	MCGRATH,	Alister	E.	Teologia	Sistemática	Histórica	e	Filosófica:	Uma	introdução	à	teologia	cristã.	
São	Paulo:	Sheed,	2055,	p.	638	
	
Em	nossa	sociedade	moderna,	o	julgamento	divino	acaba	sendo	indiferente	para	
muitos	 que	 deixam	 de	 dar	 relevância	 necessária	 para	 questões	 importantes,	 como	 o	
Céu	e	o	Inferno.	Levar	esses	conhecimentos	ao	próximo	e	advertir	as	pessoas	sobre	as	
consequências	de	seus	atos	é	uma	das	muitas	missões	daqueles	que	pretendem	levar	a	
Palavra	de	Deus	adiante.	
Fonte:	OLSEMANN,	Alexandre.	Escatologia.	Curitiba:	Contentus,	2020.	p.	8.	Disponível	em:	https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/
Publicacao/188314	Acesso	em	13	Out	2022.
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/188314
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/188314
81UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Encerramos	mais	uma	unidade	de	estudo,	com	o	início	dos	estudos	sistemáticos	
em	Escatologia.	
Meu	 desejo	 é	 que	 você	 tenha	 acrescentado	 ao	 seu	 conhecimento	 teológico	
importantes	 informações	 sobre	 a	 “doutrina	 das	 últimas	 coisas”.	Aconselho	 que	 o	 aluno	
continue	 estudando	 este	 importante	 assunto	 através	 de	 autores	 que	 tratam	 de	 forma	
responsável	os	mais	diversos	assuntos	aqui	abordados.	
As	 divergências	 contidas	 nos	 estudos	 escatológicos	 se	 concentram	 na	 forma	
de	 interpretar	das	passagens	bíblicas.	Alguns	autores	entendem	de	 forma	 literal,	 outros	
interpretam	 simbolicamente	 os	 textos.	 Como	 devemos	 nos	 posicionar	 a	 respeito	 disto?	
Os	 textos	são	 literais?	São	simbolismos?	A	priori,	a	 interpretação	de	qualquer	parte	das	
Escrituras	 vem	 da	 identificação	 do	 estilo	 que	 cada	 passagem	 se	 propõe.	 É	 necessário	
identificar	cada	passagem	em	particular	e	que	tipo	de	interpretação	ela	se	encaixa,	tratando	
textos	literais	como	literais	e,	textos	simbólicos	como	sendo	simbólicos.	
É	uma	tarefa	difícil	tal	prática,	pois	partimos	de	nossas	tradições	religiosas	para	a	
compreensão	das	Escrituras.	O	desafio	é	deixar	de	lado	nossas	preconcepções	e	buscar	
extrair	o	sentido	exegético	proveniente	do	próprio	texto.	
Em	relação	aos	temas	estudados	aqui,	como	morte	e	estado	intermediário,	o	ar-
rebatamento	e	o	milênio,	fazem	um	panorama	inicial	de	ligação	para	a	próxima	unidade.	
Na	unidade	final	de	nossa	disciplina	vamos	buscar	compreender	as	questões	de	Israel	e	
a	 Igreja	no	plano	escatológico.	Num	segundo	momento	abordaremos	acerca	da	grande	
tribulação,	com	seus	personagens	e	os	acontecimentos	importantes	do	período,	além	de,	
contextualizar	a	doutrina	do	juízo	e	galardão	culminando	no	estado	de	eternidade.
Crie boas expectativas, pois será um tempo prazeroso de estudo e aprendizado.
Nos encontramos na próxima oportunidade! Até lá!
	
	
82UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
LEITURA COMPLEMENTAR
Teologia e história da escatologia e da apocalíptica
Este	artigo	objetiva	estudar	a	origem,	a	natureza	e	o	desenvolvimento	da	escatologia	
e	da	apocalíptica	no	judaísmo	pós-exílio	durante	os	séculos	III	e	II	a.C.	Tem	como	referencial	
teórico	 duas	 análises	 científicas	 sobre	 os	 dois	 fenômenos:	 a	 análise	 histórico-crítica	 de	
Friedrich	Dingermann	e	a	análise	a	partir	da	história	das	religiões	feita	por	Johann	Maier.
Fonte: JESUS,	J.	M.	Teologia	e	história	da	escatologia	e	da	apocalíptica.	Revista	
Eletrônica	Espaço	Teológico.	Vol.	10,	n.	18,	jul/dez,	2016,	p.	100-111.	Disponível	em:		https://
revistas.pucsp.br/index.php/reveleteo/article/download/31211/21660/83519	Acesso	em	19	
Out	2022.	
https://revistas.pucsp.br/index.php/reveleteo/article/download/31211/21660/83519
https://revistas.pucsp.br/index.php/reveleteo/article/download/31211/21660/83519
83UNIDADE 3 ESCATOLOGIA - POSIÇÕES TEOLÓGICAS 
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO
Título: Teologia Sistemática
Autor: Charles Hodge.
Editora: Hagnos.
Sinopse: A obra faz uma abordagem ampliada dentro da teolo-
gia sistemática, citando autores da Patrística, Reforma, Liberais 
e neo-ortodoxos, católicos romanos e ao mesmo tempo o autor 
aborda inúmeras escolas filosóficas, da psicologia e da socio-
logia. Apresenta ao leitor reflexão doutrinária profunda sobre 
todos os assuntos teológicos e um índice temático e biográfico 
que torna a obra confiável, funcional e respeitável a todo que 
investe no estudo aprofundado da teologia cristã. 
FILME/VÍDEO
Título: O Arrebatamento
Ano: 1999.
Sinopse: Michael enfrenta muitas barreiras para sustentar sua 
fé num mundo onde as inconsistências do mundo anticristão 
evidenciam os sinais apocalípticos da Bíblia. A esposa se sente 
traída pela dedicação de sua fé, e a sua sogra acha que ele per-
deu a razão. Através de visões e uma experiência íntima com 
Deus, ele anuncia a todos sobre o arrebatamento, mas a difi-
culdade que o incrédulo tem de enxergar a realidade também 
é um cumprimento profético.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=zOwo5H6io0E 
 https://www.youtube.com/watch?v=zOwo5H6io0E 
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Plano de Estudos
 ● Israel e a igreja;
 ● A Grande Tribulação;
 ● O Juízo e Galardão (recompensa e condenação);
 ● O Estado Eterno.
Objetivos da Aprendizagem
 ●Contextualizar os pontos de vista escatológicos acerca de Israel e a igreja;
 ●Aprender os conceitos e características principais da grande tribulação;
 ●Estudar as definições sobre o juízo eterno e a eternidade.
4UNIDADEUNIDADE
ESCATOLOGIAESCATOLOGIA
Professor Esp Erison de Moraes Valério
PARTE FINALPARTE FINAL
85UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
INTRODUÇÃO
Olá aluno (a), tudo bem? Seja bem-vindo! Vamos iniciar mais uma unidade de 
estudo em Escatologia.
Tratar	dos	assuntos	relacionados	à	escatologia	proporciona	momentos	de	profunda	
reflexão	para	o	estudante,	pois	estamos	em	contato	com	temas	que	estão	relacionados	com	
o	futuro	da	humanidade	e	o	destino	eterno	dos	justos	e	ímpios.	Isso	tem	sido	causa	de	uma	
enormidade	de	discussões	que	buscam	contextualizar	seus	desdobramentos.	Aprender	de	
forma	 isenta	demanda	desassociar	os	pressupostos	culturais	e	religiosos,	e	voltar-se	ao	
ponto	epistemológico	da	pesquisa.	Portanto,	nesta	nossa	última	unidade	trataremos	dos	
assuntos	utilizando	o	método	exegético	buscando	o	sentido	extraído	dos	textos	bíblicos,	
apresentando	as	diversas	linhas	que	se	formaram	na	história.
Com	base	nisso,	aprenderemos	no	primeiro	 tópico	a	 relação	entre	 Israel	e	a	 igreja	
ao	 longo	do	plano	escatológico	histórico.	As	diversas	 teorias	 formulam	suas	convicções	na	
questão	da	substituição	ou	permanência	de	Israel	como	nação	representante	do	reino	de	Deus.
No	segundo	tópico,	estudaremos	as	perspectivas	que	envolvem	o	período	conhecido	
como	a	grande	tribulação.	Entre	os	temas	abordados	estão	a	questão	da	duração	do	período	
tribulacional,	as	bestas	do	Apocalipse	e	sua	atuação:	o	anticristo	e	o	falso	profeta,	os	juízos	
reservados	ao	período	determinado.	
Prosseguindo	no	terceiro	tópico,	avançaremos	com	uma	abordagem	sobre	o	juízo	
eterno	na	perspectiva	do	destino	final	da	humanidade.	Os	julgamentos	finais	são	inevitáveis	
na	perspectiva	bíblica	e	buscaremos	abordá-los	segundo	os	pontos	de	vista	existentes.	
Para	 encerrar	 a	 unidade,	 estudaremos	 sobre	 o	 estado	 eterno	 e	 seus	 conceitos	
sobre	 os	 novos	 céus	 e	 nova	 terra,	 a	 Nova	 Jerusalém	 e	 a	 condição	 de	 restauração	 da	
comunhão	do	novo	homem	com	Deus.	
Desejo ao aluno (a) que seja um tempo proveitoso de aprendizado!
Até mais!
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86UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
ISRAEL E A IGREJA 1
TÓPICO
As	questões	que	envolvem	Israel	e	a	Igreja	nos	estudos	escatológicos	ganharam	
a	atenção	de	estudiosos	de	diversas	frentes	que	procuram	construir	linhas	de	pensamento	
acerca	do	assunto.	A	fim	de	orientar	tão	importante	estudo,	precisamos	abordar	cada	visão	
trazendo	um	entendimento	claro	sobre	a	diversidade	de	opções	que	se	apresentam.	Primei-
ro,	vamos	entender	um	pouco	a	história	de	Israel.
O	Antigo	Testamento	narra	a	história	dos	hebreus,	desde	a	chamada	de	Abraão	
até	a	construção	de	Israel	como	nação.	A	promessa	de	Deus	feita	a	Abraão	possuía	um	
princípio:	“[...]	em	ti	serão	benditas	todas	as	famílias	da	terra”	(BÍBLIA,	Gênesis	12.3,	ARC,	
1995).	Deus	deseja	que	seu	povo	escolhido	 fosse	uma	nação	de	sacerdotes	que	alcan-
çariam	 todos	 os	 povos,	 demonstrando	 e	 testemunhando	a	 grandeza	 de	 seu	Deus.	 “[...]	
se	 diligentemente	 ouvirdes	 a	minha	 voz	 e	 guardardes	 o	meu	 concerto,	 então,	 sereis	 a	
minha	propriedade	peculiar	dentre	todos	os	povos;	porque	toda	a	terra	é	minha.	E	vós	me	
sereis	reino	sacerdotal	e	povo	santo.	Estas	são	as	palavras	que	falarás	aos	filhos	de	Israel	
(BÍBLIA,	Êxodo	19.5-6,	ARC,	1995).
Portanto,	 independente	da	 linha	 teológica	que	os	estudiosos	defendem,	o	que	é	
unanimidade	é	o	amor	e	o	propósito	divino	ao	povo	e	a	nação	de	Israel.
Podemos	dividir	a	história	de	Israel	com	alguns	pontos	importantes:	a	convocação	
de	Abraão,	a	história	dos	patriarcas	(os	filhos	de	Abraão),	a	multiplicação	do	povo	hebreu	
no	Egito,	a	trajetória	do	povo	liberto	da	escravidão	do	Egito	até	Canaã,	o	período	monár-
quico	até	a	divisão	de	Israel	em	reino	do	norte	e	sul,	o	período	dos	profetas,	o	cativeiro	
na	babilônia,	a	volta	do	remanescente	do	exílio	e,	depois	de	alguns	séculos	a	chegada	do	
87UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
Messias.	A	partir	desse	momento,	vemos	a	história	de	Israel	no	Novo	Testamento,	onde	o	
Messias	diz:	“[...]	eu	não	fui	enviado	senão	às	ovelhas	perdidas	da	casa	de	Israel	(BÍBLIA,	
Mateus	15.24,	ARC,	1995).
FIGURA 1 – JERUSALÉM PALCO DE EVENTOS ESCATOLÓGICOS
A	questão	ganha	robustez	entre	as	linhas	teológicas	que	buscam	entender	o	papel	
de	Israel	e	da	igreja,	quando	o	povo	alvo	da	primeira	atuação	do	Cristo	encarnado	o	rejeita	
como	Messias.	Vamos	entender	algumas	delas:
1.2 Posições das dispensações
Os	defensores	das	dispensações	são	responsáveis	por	algumas	vertentes	acerca	de	
Israel	e	a	igreja	no	plano	escatológico.	Para	compreender	melhor	esses	pensamentos,	pre-
cisamos	questionar:	Afinal,	o	que	significa	“dispensação”?	Por	que	precisamos	estudá-las?
Na	perspectiva	bíblica,	o	“[...]	termo	dispensação	empregado	no	Novo	Testamento	
pode	ser	entendido	no	sentido	amplo	de	administração	e,	de	forma	mais	específica,	a	admi-
nistração	divina”	(EDITORA	INTERSABERES,	2016,	p.	104).	Em	outras	palavras,	o	uso	do	
termo	dispensação	foi	empregado	para	representar	épocas	históricas	diferentes	a	respeito	
da	humanidade,	“[...]	em	que	Deus	trata	os	seres	humanos	de	uma	forma	distinta”	(NETO,	
2019,	p.	168).
Da	criação	até	a	consumação	dos	séculos	da	história	da	humanidade,	os	propó-
sitos	de	Deus	e	seus	tratamentos	com	o	homem	foram	divididos	em	sete	dispensações:	
da	inocência,	da	consciência,	do	governo	humano,	patriarcal,	da	Lei,	da	graça	e	do	Reino.	
Vamos	analisar	a	seguir	as	dispensações	que	buscam	entender	a	relação	Israel	e	a	igreja.
88UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
1.2.1 Teoria da substituição 
É	uma	vertente	do	dispensacionalismo	clássico	que	entende	que	Deus	 tem	dois	
povos	distintos:	 Israel	e	a	 Igreja.	As	mais	 importantes	dispensações	dentre	as	sete	que	
vimos	anteriormente,	seriam	as	dispensações	da	lei,	a	dispensação	da	graça	e	por	último,	a	
dispensação	do	reino.	Essa	ideia	apresenta	que	Deus	tem	dois	propósitos	separados	para	
tratar	primeiro	Israel	e	depois,	da	igreja.	
Segundo	afirma	Millard	Erickson	sobre	esse	ponto	de	vista,	“Israel	foi	tratado	como	
nação	em	contraste	com	os	gentios	depois	de	a	igreja	ter	sido	estabelecida	no	Pentecoste”	
(ERICKSON,	1986,	p.	142).	Os	estudiosos	que	defendem	essa	ideia	se	baseiam	em	algu-
mas	passagens	bíblicas,	como	Atos	3.12:	“E,	quando	Pedro	viu	isto,	disse	ao	povo:	Varões	
israelitas,	por	que	vos	maravilhais	disto?	Ou,	por	que	olhais	tanto	para	nós,	como	se	por	
nossa	própria	virtude	ou	santidade	fizéssemos	andar	este	homem?”	 (BÍBLIA,	Atos	3.12,	
ARC,	1995).
Outra	passagem	bíblica	utilizada	para	fazer	distinção	entre	Israel	e	a	igreja,	está	na	
Primeira	Carta	de	Paulo	aos	Coríntios:	“Portai-vos	de	modo	que	não	deis	escândalo	nem	
aos	judeus,	nem	aos	gregos,	nem	à	igreja	de	Deus”	(BÍBLIA,	1	Coríntios	10.32,	ARC,	1995).
Sob	a	premissa	de	dois	povos	distintos,	consideram	que	a	igreja	não	possui	menção	
no	Antigo	Testamento,	portanto,	sua	atuação	é	evidenciada	depois	do	Pentecostes	através	
da	pregação	do	Evangelho	que	começa	em	Israel	e	avança	a	todas	asnações	da	terra.
Essa	ideia	traz	consigo	a	visão	pré-milenista	que	acredita	no	arrebatamento	pré-
-tribulacionista.	A	 igreja	 cumprirá	 sua	missão	 no	 período	 reconhecido	 como	 “parêntese	
profético”	que	se	refere	ao	intervalo	entre	a	sexagésima	nona	e	a	septuagésima	semana	da	
profecia	de	Daniel	9.24-27.	
	A	 interpretação	 dispensacionista	 da	 profecia,	 também	conhecida	 como	Setenta	
Semanas	de	Daniel,	fala	da	substituição	temporária	de	Israel	no	plano	de	escatologia,	por	
conta	da	rejeição	do	Messias.	Esse	período	abrange	desde	a	morte	do	Messias	até	o	arre-
batamento	da	igreja,	dando	início	ao	período	da	septuagésima	semana	que	compreende	a	
grande	tribulação.	Vejamos	a	passagem	do	livro	de	Daniel:
E,	depois	das	sessenta	e	duas	semanas,	será	tirado	o	Messias	e	não	será	
mais;	e	o	povo	do	príncipe,	que	há	de	vir,	destruirá	a	cidade	e	o	santuário,	e	
o	seu	fim	será	com	uma	inundação;	e	até	ao	fim	haverá	guerra;	estão	deter-
minadas	assolações.
E	ele	firmará	um	concerto	com	muitos	por	uma	semana;	e,	na	metade	da	se-
mana,	fará	cessar	o	sacrifício	e	a	oferta	de	manjares;	e	sobre	a	asa	das	abo-
89UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
minações	virá	o	assolador,	e	isso	até	à	consumação;	e	o	que	está	determina-
do	será	derramado	sobre	o	assolador	(BÍBLIA,	Daniel	9.26,27,	ARC,	1995).
Alguns	baseiam	a	teoria	da	substituição	temporária	de	Israel	pela	igreja,	na	pará-
bola	dos	 lavradores	maus	em	Mateus	21.33-46.	O	versículo	43	relata	que	o	Reino	seria	
dado	a	uma	nova	nação:	“Portanto,	eu	vos	digo	que	o	Reino	de	Deus	vos	será	tirado	e	será	
dado	a	uma	nação	que	dê	os	seus	frutos”	(BÌBLIA,	Mateus	21.43,	ARC,	1995).	Porém	não	
há	consenso	entre	os	estudiosos	e	qual	momento	isso	teria	ocorrido	(ERICKSON,	1986).	
Millard	Erickson	afirma	que	a	substituição	de	Israel	não	é	definitiva,	apenas	tempo-
rária:	“Para	Israel,	no	entanto,	o	reino	foi	simplesmente	adiado	e	será	oferecido	de	novo	ao	
povo	de	Deus,	depois	de	ser	completado	o	tempo	dos	gentios.	Deus	não	se	esqueceu	do	
seu	povo	Israel	nem	o	substituiu	pela	igreja”	(ERICKSON,	1986,	p.	146).	
Para	o	apóstolo	Paulo,	a	 igreja	não	deve	entender	que	Deus	tenha	abandonado	
Israel.	Depois	da	igreja	ter	completado	o	tempo	dos	gentios,	acontecerá	um	período	em	que	
Israel	será	enxertado	novamente.	“[...]	que	o	endurecimento	veio	em	parte	sobre	Israel,	até	
que	a	plenitude	dos	gentios	tenha	entrado.	E,	assim,	todo	o	Israel	será	salvo,	como	está	
escrito:	De	Sião	virá	o	Libertador,	e	desviará	de	Jacó	as	impiedades”	(BÍBLIA,	Romanos	
11:25-26,	ARC,	1995).
A	respeito	de	Israel	não	ser	substituída	definitivamente	pela	igreja,	Walter	Brunelli	
em	sua	Teologia	Sistemática	afirma:	“Apesar	da	sua	situação	de	incredulidade	em	relação	
a	Cristo,	Paulo	exalta	a	posição	dos	judeus	lembrando	que	eles	são	o	tronco	da	oliveira	no	
qual	a	Igreja	está	enxertada.	Esse	fato	deve	nos	manter	em	humilde	temor	diante	de	Deus	
(Rm	11.18-21)”	(BRUNELLI,	2016,	p.	221).
O	Reino	milênio	é	o	período	reservado	para	o	cumprimento	literal	das	promessas	
feitas	por	Deus	ao	seu	povo	Israel.	
1.2.2 Teoria da dispensação progressiva
O	dispensacionalismo	progressivo	consiste	em	uma	mudança	de	perspectiva	da	
visão	dispensacionalista	da	substituição	de	Israel	pela	igreja.	Contudo,	a	visão	dispensa-
cionalista	tradicional	ainda	possui	muitos	adeptos.	
Este	pressuposto	defende	que	Israel	foi	substituído	pela	igreja	completamente.	Os	
judeus	encontram	a	salvação	individual	quando	creem	em	Cristo,	mas	Israel	como	nação	e	
os	judeus	como	povo,	não	exercem	nenhum	papel	na	história	da	redenção	humana.
O	conceito	dispensacionalista	tradicional	separa	os	períodos	da	lei,	da	graça	e	do	
reino.	Porém,	aqueles	que	defendem	a	visão	progressiva	acreditam	em	uma	consolidação	
da	atuação	de	Deus.	Craig	A.	Blaising	afirma:
90UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
[...]	os	dispensacionalistas	progressivos	consideram	a	igreja	como	algo	que	
está	em	continuidade	com	a	obra	de	Deus	em	Israel,	como	algo	que	inau-
gura	as	promessas	dadas	no	Antigo	Testamento,	particularmente	em	Isaías,	
Jeremias	e	Ezequiel.	A	 igreja	não	deve	ser	 vista	 como	um	novo	grupo	de	
pessoas,	mas	sim,	como	a	humanidade	redimida,	incluindo	judeus	e	gentios	
(BLAISING;	BOCK,	2000,	P.	48-49,	apud	ERICKSON,	1986,	p.	148).
A	relação	entre	Israel,	o	povo	de	Deus	no	Antigo	Testamento,	e	a	igreja	no	Novo	Tes-
tamento	possui	maior	abrangência	como	um	desenvolvimento	orgânico	e	contínuo	do	que	
uma	substituição	radical.	Nos	momentos	em	que	Israel	praticava	a	idolatria	desobedecendo	
o	pacto	divino,	Deus	sempre	manteve	um	remanescente	dentre	o	povo	que	permanecia	em	
fidelidade.	Conforme	essa	visão,	o	povo	de	Israel	que	rejeita	a	Cristo,	não	faz	parte	desse	
remanescente	fiel.	No	dia	de	Pentecoste	o	verdadeiro	Israel	remanescente	creu	em	Cristo,	
foi	revestido	do	Espírito	Santo	e	se	tornou	a	igreja	no	Novo	Testamento.
1.3 Teoria da Aliança
Essa	teoria	é	também	conhecida	como	a	“teologia	dos	dois	pactos”,	pressupõe	a	
existência	de	duas	alianças	separadas:	a	aliança	entre	Deus	e	Israel	e	outra	aliança	com	
a	 Igreja	 de	 Jesus	Cristo.	Essa	 posição	 se	 opõem	à	 ideia	 de	 um	único	 caminho	 para	 a	
redenção	pela	fé	em	Jesus	Cristo,	tanto	para	judeus	quanto	para	gentios.	
Essa	proposta	se	contrapõe	ao	dispensacionalismo,	enxergando	o	plano	de	reden-
ção	da	humanidade	em	duas	alianças,	subdivididas	ao	longo	da	história.
A	 aliança	 da	 criação,	 também	 conhecida	 como	 “pacto	 das	 obras”,	 iniciou-se	 no	
jardim	do	Éden.	A	obediência	por	parte	de	Adão	e	Eva,	garantia	a	recompensa	da	eterni-
dade	e	a	comunhão	com	Deus.	Os	termos	da	aliança	podem	ser	percebidos	na	passagem	
de	Gênesis	2.16-17:	“E	ordenou	o	Senhor	Deus	ao	homem,	dizendo:	De	toda	árvore	do	
jardim	comerás	livremente,	mas	da	árvore	da	ciência	do	bem	e	do	mal,	dela	não	comerás;	
porque,	 no	dia	 em	que	dela	 comeres,	 certamente	morrerás.”	 (BÍBLIA,	Gênesis	 2.16-17,	
ARC,	1995).	Contudo,	o	primeiro	casal	quebra	a	aliança	e,	como	consequência,	a	morte	e	o	
pecado	atingem	toda	a	criação	que	agora	precisa	de	um	mediador.	A	partir	desse	momento,	
Deus	através	de	sua	misericórdia	inicia	a	aliança	da	graça	que	garante	a	salvação	com	a	
promessa	de	um	redentor	vindouro.	
A	 teologia	 da	 aliança	 afirma	 que	 o	 pacto	 da	 graça	 é	 único,	 e	 todas	 as	 demais	
alianças	encontradas	nas	Escrituras	são	alianças	subdivididas	e	compreendem	diferentes	
perspectivas	de	um	único	pacto.	Todas	as	alianças	do	Antigo	Testamento,	como	a	Abraâmi-
ca	e	a	Mosaica	fazem	parte	progressivamente	da	aliança	da	graça.	
91UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
Finalizando	a	exposição	da	 teologia	dos	pactos,	o	 relacionamento	de	Deus	com	
seu	 povo	 de	 forma	 progressiva,	 primeiro	 com	Abraão,	 depois	 com	os	 patriarcas	 e	 com	
Israel	através	da	aliança	mosaica,	permanece	até	os	dias	atuais	de	forma	separada.	Desta	
forma	a	aliança	é	mantida	com	Israel,	o	povo	escolhido	de	Deus.	Por	outro	lado,	no	Novo	
Testamento,	a	 igreja	permanece	separada	desta	aliança	de	 Israel,	experimentando	uma	
aliança	por	meio	do	sacrifício	redentivo	de	Jesus	Cristo	(PENTECOST,	2012).
Portanto,	 as	promessas	 concernentes	à	 vida	eterna	 são	garantidas	a	 Israel	 e	à	
igreja	mediante	as	duas	alianças	distintas.
. . . . . . . . . . . . . . . . 
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. 
92UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
 2 A GRANDE TRIBULAÇÃO
TÓPICO
Para	analisar	este	período,	que	será	o	mais	terrível	na	história	da	humanidade,	fa-
remos	uma	análise	inicial	das	passagens	bíblicas	que	abordam	o	tema.	Apesar	de	algumas	
linhas	teológicas	preteristas	não	acreditarem	que	será	um	evento	literal	e	futuro,	a	Bíblia	
associa	os	eventos	deste	período	como	os	mais	 terríveis	esperados:	 “porque,	naqueles	
dias,	 haverá	uma	aflição	 tal,	 qual	 nunca	houve	desde	o	princípio	da	 criação,	 que	Deus	
criou,	até	agora,	nem	jamais	haverá”	(BÍBLIA,	Marcos13:19,	ARC,	1995).	No	Evangelho	de	
Mateus,	vemos	detalhes	desse	período:
Quando,	pois,	virdes	que	a	abominação	da	desolação,	de	que	falou	o	profeta	
Daniel,	está	no	lugar	santo	(quem	lê,	que	entenda),	então,	os	que	estiverem	
na	Judéia,	que	 fujam	para	os	montes;	e	quem	estiver	sobre	o	 telhado	não	
desça	a	tirar	alguma	coisa	de	sua	casa;	e	quem	estiver	no	campo	não	volte	
atrás	a	buscar	as	suas	vestes.	Mas	ai	das	grávidas	e	das	que	amamentarem	
naqueles	dias!	E	orai	para	que	a	vossa	fuga	não	aconteça	no	inverno	nem	
no	sábado,	porque	haverá,	então,	grande	aflição,	como	nunca	houve	desde	o	
princípio	do	mundo	até	agora,	nem	tampouco	haverá	jamais	(BÍBLIA,	Mateus	
24:15-21,	ARC,	1995).
A	palavra	na	língua	grega	que	se	refere	a	grande	tribulação,	é	θλίψις	(gr.	tlipsis)	que	
aparecem	em	algumas	passagens	do	Novo	Testamento,	como	angustia,	aflição,	perseguição.	
2.1 O tempo da grande tribulação
Segundo	os	estudiosos	pré-milenistas	a	grande	tribulação	tem	início	no	momento	
em	que	aparece	o	assolador,	um	proeminente	líder	global	que	fará	uma	aliança	com	Israel	
por	sete	anos.	Além	disso,	virá	com	a	permissão	de	oferecer	sacrifícios	no	templo	reerguido	
em	Jerusalém:	“E	ele	firmará	um	concerto	com	muitos	por	uma	semana;	e,	na	metade	da	
93UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
semana,	fará	cessar	o	sacrifício	e	a	oferta	de	manjares;	e	sobre	a	asa	das	abominações	virá	
o	assolador	[...]”	(BÍBLIA,	Daniel	9.27,	ARC,	1995).
Em	 relação	a	palavra	 “semanas”,	 alguns	 teólogos	entendem	que	a	palavra	 cor-
respondente	no	hebraico	é	ַעֻבְׁש	 (hb.	 shabua),	 que	 significa	 “sete”	 ou	 “período	de	 sete”.	
Segundo	Silva,	“pode	ter	o	sentido	de	um	‘sete’	de	dias	como	também	um	‘sete’	de	anos.	
Precisamente	nesta	profecia	tem	o	sentido	profético	de	anos	e	não	de	dias”	(SILVA,	p.	178).
No	Antigo	Testamento,	vemos	na	passagem,	que	Jacó	trabalhou	sete	anos	por	Lia,	
depois	mais	sete	anos	por	Raquel,	o	uso	da	palavra	shabua	(Gênesis	29.21-30).	Perceba	
que	 neste	 texto,	 Labão	 fala	 dos	 sete	 anos	 de	 trabalho	 de	 Jacó	 como	 sendo	 semanas:	
“cumpre	a	semana	desta;	então	te	daremos	também	a	outra,	pelo	serviço	que	ainda	outros	
sete	anos	servires	comigo.	E	Jacó	fez	assim	e	cumpriu	a	semana	desta;	então,	lhe	deu	por	
mulher	Raquel,	sua	filha”	(BÍBLIA,	Gênesis	29.27-28,	ARC,	1995).
Outra	importante	questão	a	ser	analisada	está	no	fato	de	que	este	período	de	sete	
anos	tribulacional,	será	dividido	na	metade	dando	início	a	perseguição	de	Israel.	Vamos	ver	
algumas	passagens	que	demonstram	isso:
“Um	tempo,	e	tempos,	e	metade	de	um	tempo”	(cada	tempo	representa	um	ano):	
“E	proferirá	palavras	contra	o	Altíssimo,	e	destruirá	os	santos	do	Altíssimo,	e	cuidará	em	
mudar	os	tempos	e	a	lei;	e	eles	serão	entregues	nas	suas	mãos	por	um	tempo,	e	tempos,	
e	metade	de	um	tempo	(BÍBLIA,	Daniel	7.25,	ARC,	1995).
O	mesmo	termo	é	utilizado	no	livro	de	Apocalipse:	“e	foram	dadas	à	mulher	duas	
asas	de	grande	águia,	para	que	voasse	para	o	deserto,	ao	seu	lugar,	onde	é	sustentada	por	
um	tempo,	e	tempos,	e	metade	de	um	tempo,	fora	da	vista	da	serpente	(BÍBLIA,	Apocalipse	
12.14,	ARC,	1995).
Outro	 termo	 utilizado	 é	 “42	meses”,	 que	 compreendem	 exatamente	 a	 3	 anos	 e	
meio:	“E	deixa	o	átrio	que	está	fora	do	templo	e	não	o	meças;	porque	foi	dado	às	nações,	e	
pisarão	a	Cidade	Santa	por	quarenta	e	dois	meses”	(BÍBLIA,	Apocalipse	11.2,	ARC,	1995).
“E	foi-lhe	dada	uma	boca	para	proferir	grandes	coisas	e	blasfêmias;	e	deu-se-lhe	
poder	para	continuar	por	quarenta	e	dois	meses”	(BÍBLIA,	Apocalipse	13.5,	ARC,	1995).
Por	fim,	algumas	passagens	utilizam-se	de	1260	dias:	 “E	darei	poder	às	minhas	
duas	testemunhas,	e	profetizarão	por	mil	duzentos	e	sessenta	dias,	vestidas	de	pano	de	
saco”	(BÍBLIA,	Apocalipse	11.3,	ARC,	1995).
“E	a	mulher	fugiu	para	o	deserto,	onde	já	tinha	lugar	preparado	por	Deus	para	que	ali	
fosse	alimentada	durante	mil	duzentos	e	sessenta	dias”	(BÍBLIA,	Apocalipse	12.6,	ARC,	1995).
94UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
Expondo	ainda	o	pensamento	pré-tribulacionista,	o	Anticristo	irá	encerrar	os	sacrifí-
cios	e	as	ofertas	oferecidos	no	templo	em	Israel	(Dn	9.27),	estabelecendo	uma	imagem	de	
adoração	a	si	mesmo	com	pena	de	morte	para	quem	não	o	fizesse:	
E	engana	os	que	habitam	na	terra	com	sinais	que	lhe	foi	permitido	que	fizesse	
em	presença	da	besta,	dizendo	aos	que	habitam	na	terra	que	fizessem	uma	
imagem	à	besta	que	recebera	a	ferida	da	espada	e	vivia.	E	foi-lhe	concedido	
que	desse	espírito	à	imagem	da	besta,	para	que	também	a	imagem	da	besta	
falasse,	e	fizesse	que	fossem	mortos	todos	os	que	não	adorassem	a	imagem	
da	besta	(BÍBLIA,	Apocalipse	13.14-15,	ARC,	1995).
Ninguém	de	maneira	alguma	vos	engane;	porque	não	será	assim	sem	que	
antes	venha	a	apostasia,	e	se	manifeste	o	homem	do	pecado,	o	filho	da	per-
dição,	o	qual	se	opõe,	e	se	levanta	contra	tudo	o	que	se	chama	Deus,	ou	se	
adora;	de	sorte	que	se	assentará,	como	Deus,	no	templo	de	Deus,	querendo	
parecer	Deus	(BÍBLIA,	2	Tessalonicenses	2.3-4,	ARC,	1995).
No	segundo	período	de	três	anos	e	meio,	culminará	com	os	juízos	de	Deus	(no	qual	
trataremos	detalhadamente	mais	a	frente)	com	a	abertura	dos	selos,	toque	das	trombetas	
e	a	ira	derramada	pelas	taças.	
Os	pré-tribulacionistas	creem	que	este	período	será	finalizado	com	a	volta	de	Cristo	
visível	a	todos	os	homens	(GRUDEM,	2001).	Isto	baseado	na	passagem	de	Mateus	24.29-30:	
E,	logo	depois	da	aflição	daqueles	dias,	o	sol	escurecerá,	e	a	lua	não	dará	a	
sua	luz,	e	as	estrelas	cairão	do	céu,	e	as	potências	dos	céus	serão	abaladas.	
Então	aparecerá	no	céu	o	sinal	do	Filho	do	homem;	e	todas	as	tribos	da	terra	
se	 lamentarão,	e	verão	o	Filho	do	homem,	vindo	sobre	as	nuvens	do	céu,	
com	poder	e	grande	glória	(BÍBLIA,	Mateus	24.29-30,	ARC,	1995).
Os	pré-tribulacionistas	também	afirmam	que	a	nação	de	Israel,	perseguida	nesse	
período,	será	salva	da	destruição	completa	pela	ação	de	Deus,	conforme	a	interpretação	
das	passagens	de	Zc	12.4-8;	14.4.	Explicando	este	argumento,	Charles	Hodge	afirma:	“e	
assim	as	Escrituras,	tais	como	são	geralmente	compreendidas	na	igreja,	[...]	também	que	
haverá	a	 conversão	nacional	 dos	 judeus;	mas	não	se	deve	 inferir-se	 isso	que	 todos	os	
pagãos	o	todos	os	judeus	hão	de	se	tornar	verdadeiros	cristãos”	(HODGE,	2001,	p.	1617).
2.1.1 Visão preterista
O	preterismo,	que	deriva	da	palavra	do	latim	“preter”	(passado)	é	uma	visão	teo-
lógica	da	Escatologia	que	entende	que	os	eventos	descritos	por	Jesus	no	Evangelho	de	
Mateus	capítulos	24	e	25,	e	em	Apocalipse	já	se	cumpriam	no	passado	(GEISLER,	2010,	
p.	1015).
95UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
Existem	duas	subdivisões	no	pensamento	preterista:	 o	preterismo	moderado	ou	
parcial	e	o	preterismo	extremo.	
O	preterismo	parcial,	defendido	pelos	teólogos	Gary	DeMar,	R.	C.	Sproul,	Kenneth	
Gentry,	estabelece	que	a	segunda	vinda	de	Cristo	e	a	ressurreição	ainda	estão	por	vir.	Porém,	
as	profecias	do	Sermão	do	Monte	das	Oliveira	(Mt	24-25)	e	em	Apocalipse	capítulos	6-18,	já	
foram	cumpridos	no	século	1,	no	ano	70	d.C,	com	a	queda	de	Jerusalém	(GEISLER,	2010).
O	preterismo	extremo	afirma	que	 todas	as	profecias	do	Novo	Testamento,	 já	estão	
cumpridas,	inclusive	a	Segunda	vinda,	a	ressurreição	dos	mortos	e	a	grande	tribulação,	que	
teria	acontecido	por	conta	da	guerra	ocorrida	antes	da	destruição	de	Jerusalém	no	ano	70	d.C.
2.1.2 Conclusão
O	 preterismo	 busca	 uma	 perspectiva	 do	 passado	 acerca	 dos	 acontecimentos	
escatológicos	ao	longo	das	Escrituras.	Como	contraponto	do	preterismo	encontramos	os	
pontos	de	vistas	futuristas,	que	afirmam	que	o	cumprimento	de	profecias	relacionadas	com	
a	Grande	Tribulação,	a	Segunda	Vinda	de	Cristo	e	o	Reino	milenar,	ainda	não	se	cumpri-
ram.	Em	relação	ao	tempo	dos	acontecimentos	desse	terrível	período,	não	é	aconselhável	
assumir	um	determinado	pensamento	sem	interpretar	corretamente	as	passagens	bíblicas	
buscando	o	sentido	pretendido	pelo	autor.
O	livro	do	Apocalipse	relata	a	Grande	Tribulação	noscapítulos	6	a	18,	conectando	
com	os	eventos	subsequentes	a	Segunda	Vinda	de	Cristo	e	a	ressurreição	final,	(19	à	22),	
como	eventos	futuros.	O	apóstolo	Paulo	alerta	Timóteo	sobre	o	ensino	daqueles	que	afirmam	
que	a	 ressurreição	 já	 tivera	 ocorrido:	 “os	 quais	 se	desviaram	da	 verdade,	 dizendo	que	a	
ressurreição	era	já	feita,	e	perverteram	a	fé	de	alguns”	(BÍBLIA,	2	Timóteo	2:18,	ARC,	1995)
Em	segundo	lugar,	a	história	do	cristianismo	não	registra	a	concretização	literal	no	
ano	70	d.C.	para	os	episódios	descritos	em	Mateus	24	e	25.	Vamos	elencar	algumas	delas	
levando	em	consideração	a	interpretação	literal	que	se	presta	a	este	texto:	As	estrelas	não	
caíram	do	céu	(Mt	24.29);	O	Filho	do	Homem	ainda	não	veio	“sobre	as	nuvens	do	céu,	com	
poder	e	grande	glória”	(Mt	24.30);	o	templo	ainda	não	foi	profanado	com	“a	abominação	da	
desolação”	(Mt	24.15);	Cristo	ainda	não	concretizou	o	Seu	reino,	separando	as	ovelhas	de	
bodes	em	seu	juízo	eterno	(Mt	25.34-41),	enviando	estes	últimos	para	o	lugar	onde	haverá	
pranto	e	ranger	dentes	(Mt	25.41)	(GESLER,	2010).
Os	estudos	são	diversos	e	em	muitos	casos	ocorre	a	preocupação	do	“quando”	isso	
deve	acontecer.	Porém	as	Escrituras	não	apresentaram	 fatos	especificando	o	momento	
exato	de	sua	ocorrência.
96UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
2.2 O Anticristo e o Falso profeta
Para	 iniciar	 a	 grande	 batalha	 final	 contra	 Deus	 e	 seus	 fiéis,	 Satanás	 reproduz	
uma	espécie	de	“trindade”	em	imitação	ao	Deus	Pai,	o	Filho	e	o	Espírito	Santo.	O	dragão,	
identificado	por	João:	 “e	 foi	precipitado	o	grande	dragão,	a	antiga	serpente,	chamada	o	
Diabo,	e	Satanás,	que	engana	todo	o	mundo	[...]”	(Ap.	12:9),	a	besta	que	emerge	do	mar	(o	
Anticristo)	e	a	besta	que	sai	da	terra	ou	o	falso	profeta.
As	expressões	“anticristo”	e	“pseudocristo”	são	mencionadas	pela	primeira	vez	na	segun-
da	metade	do	primeiro	século.	O	prefixo	“anti”,	tem	o	significado	original	“no	lugar	de”,	“contra”.
Na	perspectiva	bíblica,	o	termo	“anticristo”	é	exatamente	mencionado	na	primeira	
Epístola	de	João:	“filhinhos,	é	já	a	última	hora;	e,	como	ouvistes	que	vem	o	anticristo”	(1	
João	2:18).	Neste	momento,	encontramos	o	 termo	em	diversas	passagens	dos	escritos	
joaninos	(1	Jo	2.18,	22;	4.3,	2	Jo	7).
Na	expressão	contida	na	passagem	de	1	João	2.18:	“[...]	como	ouviste	que	vem	
o	anticristo”,	 traz	o	entendimento	que	na	 tradição	da	 igreja	primitiva	 já	compreendiam	a	
existência	do	Anticristo.	Provavelmente	essas	tradições	são	provenientes	nos	ensinos	de	
Jesus	Cristo	em	Mateus	capítulo	24,	além	de	algumas	cartas	do	Novo	Testamento	serem	
conhecidas	por	conterem	conteúdo	que	descrevam	o	Anticristo,	como	na	segunda	carta	de	
Paulo	aos	Tessalonicenses:	“porque	não	será	assim	sem	que	antes	venha	a	apostasia,	e	
se	manifeste	o	homem	do	pecado,	o	filho	da	perdição,	[...]”	(BÍBLIA,	2	Tessalonicenses	2.3,	
ARC,	1995).
No	contexto	histórico	da	produção	das	cartas	de	João,	a	igreja	sofria	com	doutrinas	
heréticas	como	o	gnosticismo.	A	menção	plural	de	“anticristos”	em	1	João	2.8	se	referia	
aos	 chefes	 gnósticos.	 Seus	 preceitos	 negavam	a	 humanidade	 de	Cristo,	 afinal	 o	 corpo	
era	mal	e	não	poderia	ser	habitado	pelo	Filho	de	Deus.	Segundo	eles,	no	 lugar	de	uma	
encarnação,	 na	 Páscoa	 acontece	 a	 fusão	 da	 identidade	 (logos)	 e	 o	 homem	 Jesus.	Os	
gnósticos	indicavam	um	“aeon”,	uma	propagação	da	essência	angelical	de	Deus,	através	
de	diversos	mediadores,	salvadores	ou	ainda	divindades	 inferiores,	que	assumiram	esta	
função.	Baseado	nisso,	eles	afirmavam	que	Cristo	nunca	tinha	encarnado.
As	Escrituras	descrevem	com	algumas	particularidades	a	respeito	da	representação	
do	Anticristo.	Se	concluirmos	que	a	pessoa	citada	é	perfeitamente	representada	por	seu	
desejo	de	ser	Cristo,	corretamente	podemos	compará-lo	com	a	besta	citada	em	Apocalipse	
13.1-10	(CHAFER,	2003,	p.	25).
Mais	 especificamente	 no	 texto	 de	 Apocalipse	 13.13-14,	 demonstra	 suas	 obras	
miraculosas	 que	 exigem	 sua	 posição.	O	 autor	 se	 baseia	 como	 “obra	 de	Satanás”,	 cuja	
atuação	será	por	meio	do	engano.	
97UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
E	faz	grandes	sinais,	de	maneira	que	até	fogo	faz	descer	do	céu	à	terra,	à	
vista	dos	homens.	E	engana	os	que	habitam	na	terra	com	sinais	que	lhe	foi	
permitido	que	fizesse	em	presença	da	besta,	dizendo	aos	que	habitam	na	
terra	que	fizessem	uma	imagem	à	besta	que	recebera	a	ferida	da	espada	e	
vivia	(BÍBLIA,	Apocalipse	13:13-14,	ARC,	1995).
O	apóstolo	Paulo	fala	aos	Tessalonicenses	sobre	a	atitude	do	homem	do	pecado	
“[...]	e	se	manifeste	o	homem	do	pecado,	o	filho	da	perdição,	o	qual	se	opõe,	e	se	levanta	
contra	tudo	o	que	se	chama	Deus,	ou	se	adora;	de	sorte	que	se	assentará,	como	Deus,	no	
templo	de	Deus,	querendo	parecer	Deus”	(BÍBLIA,	2	Tessalonicenses	2:3-4,	ARC,	1995).
FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO DA VISÃO DE APOCALIPSE 13.1-10
O	segundo	personagem	da	trindade	que	se	opõe	a	Deus	aparece	como	a	“besta	
da	terra”	(Ap.	13.11-18),	conhecido	como	o	falso	profeta	segundo	relato	em	Ap	16.13:	“E	
da	boca	do	dragão,	e	da	boca	da	besta,	e	da	boca	do	falso	profeta	vi	sair	 três	espíritos	
imundos”	(BÍBLIA,	Apocalipse	16:13,	ARC,	1995).
O	objetivo	do	falso	profeta	é	enganar	através	dos	seus	sinais	e	milagres	levando	o	
mundo	a	adorar	o	Anticristo.	Possui	uma	função	mais	religiosa	que	a	besta	do	mar.	Vamos	
analisar	a	descrição	bíblica	contida	no	texto	de	Apocalipse	13.11-18.
João	descreve	a	visão	da	besta	como	quem	tem	[...]	dois	chifres	semelhantes	aos	
de	um	cordeiro;	e	falava	como	o	dragão”	(BÍBLIA,	Apocalipse	13:11,	ARC,	1995).
98UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
Suas	ações	são	descritas	no	versículo	12	do	mesmo	capítulo,	o	falso	profeta	exerce	
o	poder	da	primeira	besta:	“E	exerce	todo	o	poder	da	primeira	besta	na	sua	presença,	e	faz	
que	a	terra	e	os	que	nela	habitam	adorem	a	primeira	besta	[...]”	(BÌBLIA,	Apocalipse	13:12,	
ARC,	1995).	Seus	milagres	enganam	e	promovem	a	adoração	a	primeira	besta	que	saiu	da	
areia	do	mar:	
E	faz	grandes	sinais,	de	maneira	que	até	fogo	faz	descer	do	céu	à	terra,	à	vis-
ta	dos	homens.	E	engana	os	que	habitam	na	terra	com	sinais	que	lhe	foi	per-
mitido	que	fizesse	em	presença	da	besta,	dizendo	aos	que	habitam	na	terra	
que	fizessem	uma	imagem	à	besta	que	recebera	a	ferida	da	espada	e	vivia.	
E	foi-lhe	concedido	que	desse	espírito	à	imagem	da	besta,	para	que	também	
a	imagem	da	besta	falasse,	e	fizesse	que	fossem	mortos	todos	os	que	não	
adorassem	a	imagem	da	besta	(BÍBLIA,	Apocalipse	13:13-15,	ARC,	1995).
Conforme	Kiskemaker	(2004,	p.	493),	“o	grande	imitador	realiza	milagres	compa-
ráveis	aos	feitos	por	servos	de	Deus.	Por	exemplo,	os	sinais	que	Elias	realizou	foram	de	
fato	maravilhosos.”	Esses	sinais	provocam	uma	espécie	de	testificação,	embora	falsa,	da	
divindade	da	besta	que	leva	a	humanidade	ao	engano.
Sobre	a	marca	da	besta	descrita	nos	versículos	16	e	17,	Osbourne	relata	em	seu	
comentário	exegético	que,	“[...]	quando	a	segunda	besta	‘faz’	todos	receberem	o	χαραγμα	
(charagma,	sinal)	para	 identificar	sua	fidelidade	para	com	o	Anticristo.	A	ênfase	está	em	
παντας	 (pantas,	 todos),	 significando	 todo	 ser	 humano,	 crente	 e	 descrente	 (OSBORNE,	
2014,	p.	579).	 “E	 faz	que	a	 todos,	pequenos	e	grandes,	 ricos	e	pobres,	 livres	e	servos,	
lhes	seja	posto	um	sinal	na	sua	mão	direita,	ou	nas	suas	testas,	para	que	ninguém	possa	
comprar	ou	vender,	senão	aquele	que	tiver	o	sinal,	ou	o	nome	da	besta,	ou	o	número	do	seu	
nome”	(BÍBLIA,	Apocalipse	13:16,17,	ARC,	1995).
Novamente	notamos	uma	 imitação	com	os	fiéis	a	Jesus	que	 recebem	nas	suas	
testas	(22.14),	e	os	não	salvos	recebem	a	marca	da	besta	na	testa.	
Provavelmente	a	passagem	de	maior	especulação	em	toda	a	Escritura,	seja	Apo-
calipse	13.18	que	fala	da	marca	da	besta.	A	“gematria”	era	uma	antiga	prática	que	consiste	
no	fato	das	letras	do	alfabeto	serem	utilizadas	como	números.	“[...]	cada	nome	ou	palavra	
hebraicos	tinham	também	um	significado	numérico	e	os	antigosrabinos	faziam	conexões	
curiosas	entre	palavras	ou	expressões	que	tinham	o	mesmo	valor	numérico”	(KISKEMAKER,	
2014,	p.	581).	Provavelmente,	o	número	relatado	por	João,	faz	referência	a	um	nome	e	não	
a	um	termo.	O	que	não	é	condizente	com	uma	metodologia	exegética	saudável,	é	atribuir	
tal	referência	a	algum	personagem	que	venha	de	algum	momento	da	história.
O	final	do	período	tribulacional	é	marcado	pela	destruição	final	das	duas	bestas	de	
Apocalipse	13,	pela	vinda	gloriosa	e	visível	do	Filho	de	Deus	à	terra.	Vejamos	o	relato	de	
99UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
João:	“E	a	besta	foi	presa,	e	com	ela	o	falso	profeta,	que	diante	dela	fizera	os	sinais,	com	
que	enganou	os	que	receberam	o	sinal	da	besta,	e	adoraram	a	sua	imagem.	Estes	dois	
foram	lançados	vivos	no	lago	de	fogo	que	arde	com	enxofre”	(BÍBLIA,	Apocalipse	19.20,	
ARC,	1995).
2.3 Os eventos da grande tribulação
Os	 estudiosos	 defensores	 do	 pré-milenismo,	 defendem	 que	 o	 período	 real	 da	
grande	tribulação	compreende	os	relatos	entre	Apocalipse	capítulos	6	e	18.	Existem	duas	
posições	que	buscam	ordenar	os	sete	selos,	trombetas	e	as	taças:	a	perspectiva	de	eventos	
simultâneos	e	a	perspectiva	de	eventos	sequenciais.
2.3.1 A perspectiva de eventos simultâneos 
A	partir	do	entendimento	desta	visão,	cada	série	dos	sete	(os	selos,	as	trombetas	e	
as	taças)	acontece	de	forma	simultânea	uma	com	a	outra.	As	ocorrências	abrangeram	os	
mesmos	motivos	e	encerraram	no	final	do	período	tribulacional	com	a	abertura	do	sétimo	
evento	de	cada	série.
Segundo	eles,	em	primeiro	lugar	existem	algumas	correspondências	entre	a	ordem	
dos	eventos	em	cada	série.	Entretanto,	percebe-se	algumas	diferenças	 importantes,	por	
exemplo:	não	existe	uma	correspondência	total	entre	o	primeiro,	o	quinto	e	o	sétimo	selo	
em	relação	às	trombetas.	
Conforme	relata	Geisler	(2010,	p.	988)	“Segundo,	está	escrito	que	o	sétimo	juízo,	
em	todas	as	séries,	é	o	fim	da	Tribulação	(cf.	6.16,17;	11.15;	16.17)”.
QUADRO 1 – COMPARAÇÃO ENTRE OS SELOS, TROMBETAS E TAÇAS
Fonte: O	Autor	(2022).
Não	é	possível	correlacionar	alguma	correspondência	literal	com	os	últimos	even-
tos	de	cada	série.	As	 trombetas	se	 iniciam	no	último	selo	e	as	 taças	estão	contidas	na	
última	 trombeta.	 	Aqueles	que	se	opõem	a	este	ponto	de	vista	afirmam	que	embora	os	
100UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
acontecimentos	pareçam	ser	iguais,	a	proporção	dos	juízos	e	sua	natureza	são	diferentes	
(GEISLER,	2010).	A	intensidade	dos	juízos	das	taças	é	maior	que	a	dos	selos	e	trombetas.
2.3.1 A perspectiva de eventos em sequência
A	sequência	dos	eventos	da	grande	tribulação,	ganha	defensores	que	afirmam	que	
os	selos,	trombetas	e	taças,	acontecem	uma	depois	da	outra.	Os	argumentos	exegéticos	
podem	ser	entendidos	de	forma	prática,	através	de	expressões	que	indicam	a	continuidade.	
Expressões	como	 “vi”	e	 “olhei”,	ou	ainda	 “ouvi”,	associado	com	 termos	que	 indicam	um	
futuro,	como	“depois	disso”,	 resultam	nessa	conclusão.	 Isso	se	repete	nos	capítulos	pa-
rentéticos,	que	fazem	uma	pausa	nos	relatos,	porém	continuam	sequencialmente	os	fatos.	
Os	estudiosos	defensores	da	sequência	dos	juízos	também	se	baseiam	no	fato	das	
taças	serem	denominadas	a	“consumação”	da	ira	de	Deus	(GEISLER,	2010).	Vejamos	o	
que	diz	em	Ap	15.1:	“E	vi	outro	grande	e	admirável	sinal	no	céu:	sete	anjos	que	tinham	as	
sete	últimas	pragas,	porque	nelas	é	consumada	a	ira	de	Deus”	(BÍBLIA,	Apocalipse	15.1,	
ARC,	1995).
Portanto,	 a	 intensidade	 e	 abrangência	 demonstra	 uma	 sucessão	 nos	 eventos,	
mostrando	que	as	trombetas	não	poderiam	ocorrer	simultaneamente	com	as	taças:	“[...]	a	
segunda	trombeta	irá	matar	somente	a	terça	parte	das	criaturas	do	mar	(8.9),	ao	passo	que	
a	segunda	taça	irá	matar	toda	alma	vivente	no	mar	(16.3)”	(GEISLER,	2010,	p.	989).
	
. . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . 
. . . . . 
. 
 3 O JUÍZO E GALARDÃO 
(RECOMPENSA E CONDENAÇÃO)
TÓPICO
UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL 101
O	tema	central	da	escatologia	é	a	segunda	vinda	de	Cristo,	com	alguns	desdobra-
mentos	como	a	ressurreição	e	o	juízo	por	conta	dela.	Neste	tópico	vamos	aprender	sobre	
o	juízo	eterno,	também	denominado	julgamento	final,	tanto	para	os	salvos,	quanto	para	os	
separados	de	Cristo.	Afinal,	o	que	acontece	com	os	ímpios	e	com	os	justos?	O	que	está	
reservado	para	eles?	Vamos	entender	todas	estas	questões.
3.1 Fundamento bíblico para o juízo eterno
As	Escrituras	em	sua	 totalidade	afirmam	que	haverá	um	 juízo	eterno.	No	Antigo	
Testamento	os	profetas	utilizavam	o	termo	“o	Dia	do	Senhor”	para	se	referir	ao	julgamento:	
“O	sol	se	converterá	em	trevas,	e	a	lua,	em	sangue,	antes	que	venha	o	grande	e	terrível	dia	
do	Senhor”	(BÍBLIA,	Joel	2:31,	ARC,	1995).	Porém,	temos	poucos	detalhes	desse	assunto	
por	conta	do	Antigo	Testamento	não	conter	uma	doutrina	totalmente	formulada	acerca	da	
morte	e	estado	dos	mortos.
No	Novo	Testamento	o	juízo	eterno	faz	parte	da	doutrina	fundamental	do	cristianis-
mo.	A	carta	aos	Hebreus	afirma	sua	importância:	
“Pelo	que,	deixando	os	rudimentos	da	doutrina	de	Cristo,	prossigamos	até	a	
perfeição,	não	lançando	de	novo	o	fundamento	do	arrependimento	de	obras	
mortas	e	de	 fé	em	Deus,	e	da	doutrina	dos	batismos,	e	da	 imposição	das	
mãos,	 e	 da	 ressurreição	 dos	mortos,	 e	 do	 juízo	 eterno”	 (BÍBLIA,	Hebreus	
6:1,2,	ARC,	1995).
102UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
Todos	os	seres	humanos	serão	julgados,	tanto	os	justos	quanto	os	injustos	conforme	
a	suas	obras.	“Porque	Deus	há	de	trazer	a	juízo	toda	obra	e	até	tudo	o	que	está	encoberto,	
quer	seja	bom,	quer	seja	mau”	(BÍBLIA,	Eclesiastes	12:14,	ARC,	1995).
O	livro	de	Apocalipse	relata	com	detalhes	esse	momento	após	da	vinda	gloriosa	de	
Cristo:	
E	vi	os	mortos,	grandes	e	pequenos,	que	estavam	diante	do	trono,	e	abriram-
-se	os	livros.	E	abriu-se	outro	livro,	que	é	o	da	vida.	E	os	mortos	foram	julga-
dos	pelas	coisas	que	estavam	escritas	nos	livros,	segundo	as	suas	obras.	E	
deu	o	mar	aos	mortos	que	nele	havia;	e	a	morte	e	o	inferno	deram	os	mortos	
que	neles	havia;	e	foram	julgados	cada	um	segundo	as	suas	obras.	(BÍBLIA,	
Apocalipse	20:12,13,	ARC,	1995)
Os	anjos	maus	também	serão	alvo	do	juízo	reservado	para	a	condenação:	“Porque,	
se	Deus	não	perdoou	aos	anjos	que	pecaram,	mas,	havendo-os	 lançado	no	 inferno,	os	
entregou	às	cadeias	da	escuridão,	ficando	reservados	para	o	Juízo”	(BÍBLIA,	2	Pedro	2:4,	
ARC,	1995).
A	finalidade	do	 julgamento	final	será	de	 retribuir	a	cada	um,	com	base	em	suas	
obras,	ou	seja,	será	um	julgamento	de	retribuição.	“[...]	e	foram	julgados	cada	um	segundo	
as	suas	obras”	(BÍBLIA,	Apocalipse	20.13,	ARC,	1995).
Para	os	que	possuem	o	nome	no	livro	da	vida,	essa	recompensa	será	a	vida	eterna,	
não	por	seus	próprios	méritos,	mas	como	dom	gratuito	de	Deus	por	Cristo.	“Porque	o	salário	
do	pecado	é	a	morte,	mas	o	dom	gratuito	de	Deus	é	a	vida	eterna,	por	Cristo	Jesus,	nosso	
Senhor”	(BÍBLIA,	Romanos	6:23,	ARC,	1995).	Além	disso,	haverá	recompensa	pelas	obras	
que	forem	aprovadas,	cuja	recompensa	será	os	galardões	(1	Co	3.14-15).
3.2 Pontos de vista acerca da duração do juízo
A	respeito	da	duração	do	castigo	futuro	reservado	aos	ímpios,	muitos	pressupostos	
que	buscam	entender	sobre	o	assunto	se	desenvolveram	ao	longo	da	história	do	cristianis-
mo.	Vamos	estudar	o	que	cada	um	defende.
Em	primeiro	lugar,	na	igreja	primitiva	surge	um	ponto	de	vista	que	defendia	a	res-
tauração	final	de	todos	os	homens,	conhecido	como	restauracionismo.	Essa	doutrina	de	
Orígenes	acredita	que	o	propósito	do	castigo	proveniente	do	 juízo	é	reformar.	 	Segundo	
essa	ideia,	haverá	um	momento	em	que	todos	os	pecadores	ficarão	livres	de	toda	a	corrup-
ção	e	poderão	usufruir	de	comunhão	com	Deus.
Uma	segunda	linha	de	pensamento	afirma	que	o	castigo	é	apenas	figurado	e	hipo-
tético.	Os	ímpios	sofrerão	castigo	pela	eternidade	se	continuarema	pecar	eternamente.	A	
atuação	do	Espírito	Santo	poderá	mudá-los	através	de	sua	insistência		na	conversão	dos	
103UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
homens	no	mundo	vindouro.	Assim,	muitos	poderão	se	arrepender	e	voltar	a	Deus	ao	longo	
da	eternidade	(HODGE,	2001).
O	aniquilacionismo	defende	que	a	recompensa	dos	justos	é	a	vida	eterna	com	Deus	e	
o	destino	dos	ímpios	afastados	do	Criador	é	a	extinção	da	vida,	ou	seja,	o	fim	da	consciência.	
Essa	morte	será	eterna	sem	a	possibilidade	de	voltar	à	existência.	(HODGE,	2001).
A	doutrina	comum	aplicada	pelo	cristianismo	é	a	existência	consciente	da	alma	tan-
to	daqueles	que	estão	em	castigo,	quanto	aos	salvos	por	toda	a	eternidade,	não	existindo	
a	possibilidade	de	arrependimento	nem	reabilitação	na	eternidade.	
Nas	Escrituras	o	apóstolo	Paulo	fala	aos	tessalonicenses	acerca	do	 juízo	eterno	
quando	afirma:	“como	labareda	de	fogo,	tomando	vingança	dos	que	não	conhecem	a	Deus	
e	dos	que	não	obedecem	ao	evangelho	de	nosso	Senhor	Jesus	Cristo;	os	quais,	por	casti-
go,	padecerão	eterna	perdição,	ante	a	face	do	Senhor	e	a	glória	do	seu	poder”	(BÍBLIA,	2	
Tessalonicenses	1.8-9,	ARC,	1995).
Jesus	Cristo	ensina	sobre	a	duração	dos	tormentos:	“E	irão	estes	para	o	tormento	
eterno,	mas	os	justos,	para	a	vida	eterna”	(BÍBLIA,	Mateus	25:46,	ARC,	1995).	A	doutrina	da	
perpetuidade	dos	castigos	foi	ensinada	pelos	judeus	e	no	tempo	de	Cristo,	sendo	defendida	
pela	Igreja	Cristã,	pelos	gregos,	latinos	e	os	grupos	da	religião	protestante.	
3.3 Galardão: a recompensa dos justos
Como	vimos	anteriormente,	a	Bíblia	afirma	que	todos	serão	julgados	tanto	justos	como	
ímpios.	Porém,	o	juízo	se	diferencia	para	os	ímpios	e	para	os	justos	com	julgamentos	separados.	
O	julgamento	para	os	que	foram	salvos,	não	se	refere	a	salvação	ou	condenação	e	
sim	para	galardoar	as	pessoas	por	suas	obras	em	Cristo.	Vejamos	alguns	relatos	bíblicos:
	“[...]	quem	é	justo	faça	justiça	ainda;	e	quem	é	santo	seja	santificado	ainda.	E	eis	
que	cedo	venho,	e	o	meu	galardão	está	comigo	para	dar	a	cada	um	segundo	a	sua	obra”	
(Ap.	22.11-12)
“Porque	todos	devemos	comparecer	ante	o	tribunal	de	Cristo,	para	que	cada	um	
receba	segundo	o	que	tiver	feito	por	meio	do	corpo,	ou	bem	ou	mal”	(2	Co	5:10)
Os	justos	serão	julgados	após	a	sua	ressurreição	para	receber	os	galardões	(Hb	
9.27),	esse	momento	é	conhecido	como	o	Tribunal	de	Cristo.	Segundo	as	diversas	posições	
que	envolvem	o	pensamento	pré-milenista,	esse	evento	acontece	antes	da	vinda	gloriosa	
de	Cristo	no	final	da	grande	tribulação	e	antes	do	milênio	(STURZ,	2012).
O	 tribunal	de	Cristo	 tem	por	base	a	vida	e	as	obras	 realizadas	pelos	 justos	que	
serão	preservadas	ou	queimadas,	conforme	relato	de	1	Co	3.12-15:
104UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
E,	se	alguém	sobre	este	fundamento	formar	um	edifício	de	ouro,	prata,	pe-
dras	 preciosas,	madeira,	 feno,	 palha,	 a	 obra	 de	 cada	 um	 se	manifestará;	
na	verdade,	o	Dia	a	declarará,	porque	pelo	fogo	será	descoberta;	e	o	fogo	
provará	qual	seja	a	obra	de	cada	um.	Se	a	obra	que	alguém	edificou	nessa	
parte	permanecer,	esse	receberá	galardão.	Se	a	obra	de	alguém	se	queimar,	
sofrerá	detrimento;	mas	o	tal	será	salvo,	todavia	como	pelo	fogo	(BÍBLIA,	1	
Coríntios	3:12-15,	ARC,	1995).
3.3.1 As Bodas do Cordeiro
A	relação	da	igreja	e	o	Messias	Ressurreto	é	comparada	por	diversas	vezes	a	um	
casamento,	com	o	uso	dos	 termos	“noivo”	para	Cristo	e	 “noiva”	para	a	 igreja.	Jesus	 faz	
referência	a	si	próprio	como	o	noivo	(Mc	2.19,20).	
Segundo	 relato	 de	 Grant	 Osborne,	 “o	 contrato	 de	 casamento	 era	 elaborado	 e	
assinado	antes	do	noivado	e,	no	período	entre	ele	e	o	casamento,	as	duas	partes	eram	
consideradas	marido	e	mulher”	(OSBORNE,	2014,	p.	752).
Os	judeus	também	criam	no	banquete	messiânico	baseado	na	passagem	de	Isaías	
25.6:	“E	o	Senhor	dos	Exércitos	dará,	neste	monte,	a	todos	os	povos	uma	festa	com	animais	
gordos,	uma	festa	com	vinhos	puros,	com	tutanos	gordos	e	com	vinhos	puros,	bem	purifica-
dos”	(BÍBLIA,	Isaías	25:6,	ARC,	1995).	Tal	tema	perdurou	nos	tempos	intertestamentários	
até	o	Novo	Testamento.
Os	escritores	do	Novo	Testamento	fazem	menção	a	esses	termos,	bem	como,	a	
imagem	das	bodas	em	celebração	à	união	da	 igreja	 com	Cristo.	O	 texto	de	Apocalipse	
19.6-9	faz	menção	desse	momento:
Regozijemo-nos,	e	alegremo-nos,	e	demos-lhe	glória,	porque	vindas	são	as	
bodas	do	Cordeiro,	e	já	a	sua	esposa	se	aprontou.	E	foi-lhe	dado	que	se	ves-
tisse	de	linho	fino,	puro	e	resplandecente;	porque	o	linho	fino	são	as	justiças	
dos	santos.	E	disse-me:	Escreve:	Bem-aventurados	aqueles	que	são	cha-
mados	à	ceia	das	bodas	do	Cordeiro.	E	disse-me:	estas	são	as	verdadeiras	
palavras	de	Deus	(BÍBLIA,	Apocalipse	19:7-9,	ARC,	1995).
Correlacionando	esta	passagem	com	o	restante	do	Novo	Testamento,	vemos	algu-
mas	parábolas	que	mostram	a	celebração	de	bodas	de	casamento.	Em	Mateus	22.1-14,	
onde	fala	que	“o	Reino	dos	céus	é	semelhante	a	um	certo	rei	que	celebrou	as	bodas	de	seu	
filho”	(BÍBLIA,	Mateus	22:2,	ARC,	1995).
Muitas	outras	passagens	das	Escrituras	fazem	menção	as	bodas,	do	noivo	e	da	
noiva:	O	banquete	com	as	doze	tribos	(Lc	22.27-30);	os	servos	vigilantes	(Lc	12.36-40);	a	
parábola	das	dez	virgens	(Mt	25.1-13);	As	vestes	de	casamento	da	noiva	(Is	61.10);	Jesus	
o	noivo	(Mc	2.19,20).
. . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . 
. . . . . 
. 
 4O ESTADO ETERNO
TÓPICO
UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL 105
A	condição	futura	que	se	reserva	a	humanidade	está	estritamente	relacionada	com	
esta	vida.	Suas	decisões	o	afetarão	por	toda	eternidade.	Para	os	que	são	justificados	pela	
obra	redentiva	de	Cristo	terão	a	morada	eterna.	Para	os	ímpios	significa	o	banimento	da	
presença	celestial.
O	termo	Estado	Eterno,	significa	o	momento	final	de	consumação	da	eternidade,	
descrita	 logo	após	a	vinda	de	Cristo	em	Apocalipse	19,	e	o	 julgamento	do	grande	 trono	
branco	em	Apocalipse	22.
4.1 Os novos céus e sua natureza
A	natureza	no	novo	céu	é	perceptível	pela	presença	de	Deus,	quando	é	relacionado	
no	livro	de	Apocalipse	ao	tabernáculo	do	Antigo	Testamento	(ERICKSON,	2015).	“E	ouvi	
uma	grande	voz	do	céu,	que	dizia:	Eis	aqui	o	tabernáculo	de	Deus	com	os	homens,	pois	
com	eles	habitará,	e	eles	serão	o	seu	povo,	e	o	mesmo	Deus	estará	com	eles	e	será	o	seu	
Deus	(BÍBLIA,	Apocalipse	21:3,	ARC,	1995).
O	conhecimento	de	Deus	será	perfeito,	e	com	relação	a	isso	“tradição	católica	deu	
muito	 valor	 a	 ideia	 de	 que,	 no	 céu,	 teremos	 uma	 visão	 beatífica	 de	Deus”(ERICKSON,	
2015,	p.	1170).
Paulo	caracteriza	esse	conhecimento	parcial	de	Deus	nesta	vida:	“Amados,	agora	
somos	filhos	de	Deus,	e	ainda	não	manifestamos	o	que	havemos	de	ser.	Mas	sabemos	que,	
quando	ele	se	manifestar,	seremos	semelhantes	a	ele;	porque	assim	como	é	o	veremos”	
(BÍBLIA,	1	João	3:2,	ARC,	1995).
106UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
Os	novos	céus	possuem	as	características	de	ausência	do	mal	em	todas	as	suas	
representações,	pois	o	próprio	Deus	“[...]	limpará	de	seus	olhos	toda	lágrima,	e	não	haverá	
mais	morte,	nem	pranto,	nem	clamor,	nem	dor,	porque	já	as	primeiras	coisas	são	passadas”	
(BÍBLIA,	Apocalipse	21:4,	ARC,	1995).
Nova	Jerusalém	é	uma	cidade	gloriosa	que	faz	parte	da	descrição	dessa	nova	con-
dição	celestial.	Suas	ruas	são	feitas	de	ouro	puro	e	decoradas	pedras	preciosas	e	descerá	
dos	céus	da	parte	de	Deus:	
E	a	fábrica	do	seu	muro	era	de	jaspe,	e	a	cidade,	de	ouro	puro,	semelhante	
a	vidro	puro.	E	os	fundamentos	do	muro	da	cidade	estavam	adornados	de	
toda	 pedra	 preciosa.	O	 primeiro	 fundamento	 era	 jaspe;	 o	 segundo,	 safira;	
o	 terceiro,	 calcedônia;	 o	 quarto,	 esmeralda”	 (BÍBLIA,	Apocalipse	21.18-19,	
ARC,	1995).
Não	há	consenso	em	relação	à	linguagem	figurativa	que	João	utiliza,	porém	o	intér-
prete	deve	entender	que	são	materiais	valiosos	e	que	remetem	à	realeza.
FIGURA 03 – REPRESENTAÇÃO DA NOVAJERUSALÉM (AP 22)
Os	luminares	dos	céus	criados	para	governar	o	dia	e	a	noite	em	Gênesis	1.14-18,	
já	não	existem	mais,	demonstrando	a	glória	e	grandeza	contida	neste	lugar.	“A	cidade	não	
necessita	de	sol	nem	de	lua,	para	que	nela	resplandeçam,	porque	a	glória	de	Deus	a	tem	
alumiado,	e	o	Cordeiro	é	a	sua	lâmpada”	(BÍBLIA,	Apocalipse	21.23,	ARC,	1995).
Sturz	(2012,	p.	751)	afirma,	que	“toda	a	vida	e	atividade	girarão	em	torno	dele''.	“Ele	
mesmo	é	a	luz	do	céu.”
A	comunhão	com	Deus	é	descrita	na	passagem	será	sem	restrições.	Durante	o	pro-
cesso	de	revelação	progressiva	de	Deus	na	história,	as	Escrituras	afirmam	que	o	homem	
não	poderia	ter	comunhão	com	Deus	por	conta	do	pecado:	“[...]	Não	poderás	ver	a	minha	
107UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
face,	porquanto	homem	nenhum	verá	a	minha	face	e	viverá”	(BÍBLIA,	Êxodo	33.20,	ARC,	
1995).	Com	a	restauração	no	Estado	Eterno	essa	condição	se	reverte	ao	ponto	de	vê-lo	
“face	a	face”:	E	verão	o	seu	rosto,	e	na	sua	testa	estará	o	seu	nome”	(BÍBLIA,	Apocalipse	
22.4,	ARC,	1995).
O	propósito	de	Deus	com	o	jardim	do	Éden,	era	ter	uma	aliança	com	o	homem,	a	
fim	de	que	ele	pudesse	usufruir	da	comunhão	e	cuidar	do	jardim.	Quando	desobedeceram	
tomando	o	fruto	que	Deus	tinha	proibido	perdem	a	comunhão.	A	morte	e	o	pecado	atingem	
toda	a	criação.	“No	livro	de	Apocalipse,	esse	jardim	desce	novamente	para	se	unir	à	terra	
renovada	e	agora	é	parte	da	cidade	eterna.	O	Éden	não	somente	é	restaurado,	como	tam-
bém	é	elevado	e	ampliado	para	o	povo	de	Deus	na	eternidade”	(OSBORNE,	2014,	p.	849).
As	expressões	novo	céu	e	nova	terra	decretam	o	fim	do	passado	da	humanidade,	
e	 fazem	com	os	que	creram	nas	Escrituras	Sagradas	mergulhem	no	estado	eterno.	Os	
labores	experimentados	em	vida	pelos	personagens	bíblicos	e	extra-bíblicos	ao	longo	da	
história	humana	foram	uma	semeadura.
Fonte: SILVA,	Antonio.	Apocalipse	e	Escatologia.	Curitiba:	Contentus,	2020,	p.	93.
	
Em	relação	ao	texto	de	Apocalipse	5,	“a	escolha	do	Cordeiro	feita	por	Deus	significa	
que	ele	não	se	volta	para	os	poderosos,	mas	para	as	vítimas,	não	para	o	forte,	mas	para	
o	fraco,	dando	outro	rosto	ao	‘sucesso’	e	ao	‘exercício	do	poder’.	Esta	é	uma	mensagem	
importantíssima	 para	 ‘uma	 cultura	 de	 auto	 engrandecimento'.	Apocalipse	 desmascara	 a	
cultura	humana	e	a	violência	que	ela	institucionaliza.”
Fonte:	OSBORNE,	Grant	R.	Apocalipse:	comentário	exegético.	São	Paulo:	Vida	Nova,	2014,	p.	297-298.
	
109UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Encerramos nossa última unidade de estudo em Apocalipse e Escatologia!
 
Em	todo	o	período	de	aprendizado	espero	que	você	tenha	acrescentado	aos	seus	
conhecimentos	 teológicos,	 informações	 importantes	 para	 a	 construção	 de	 sua	 carreira	
acadêmica.	
A	escatologia	traz	consigo	muitas	barreiras	a	serem	transpostas,	que	principalmente	
se	 concentram	 não	 em	 finalizar	 discussões	 intermináveis	 acerca	 do	 arrebatamento,	
tribulação	e	milênio,	mas	em	buscar	o	entendimento	do	que	pode	ser	respondido	claramente	
pelas	Escrituras	Sagradas.	
Os	temas	aqui	apresentados	como	a	questão	de	Israel	e	a	Igreja	e	seu	papel	na	linha	
do	tempo	escatológica,	a	grande	tribulação,	a	eternidade	e	os	juízos	passam	por	linhas	de	
pensamentos	que	envolvem	a	filosofia,	a	religião	e	a	cultura	popular.	Não	somos	os	únicos	
na	busca	do	entendimento	desses	temas.	Os	gregos	buscaram	entender	a	eternidade,	os	
romanos	a	entendiam	como	um	espelho	da	vida,	para	os	hindus	e	os	budistas	as	almas	
retornam	ao	mundo.	Portanto	o	estudo	demanda	muita	dedicação	e	pesquisa	para	elucidar	
tantas	questões.
Com	 isso	 podemos	 dizer	 que	 o	 estudo	 escatológico	 também	 abrange	 os	 mais	
diversos	conhecimentos	nas	áreas	teológicas	como	cristologia,	Soteriologia,	eclesiologia,	
etc.;	afinal	tratamos	de	assuntos	referentes	à	igreja,	salvação	eterna	e	juízo.	Como	podemos	
aprender	 de	 forma	 eficaz	 diante	 de	 tantos	 assuntos	 e	 desafios?	 Simplesmente	 dando	
continuidade	aos	estudos	através	de	pesquisas	durante	o	curso	de	teologia	e,	ainda	mais,	
indo	além	deste	período.	
Finalizando,	 aproveite	 todo	 aprendizado	 desta	 unidade	 e	 prossiga	 na	 busca	 do	
conhecimento.	Espero	ter	contribuído	para	o	seu	crescimento	em	tão	importante	assunto	
da	teologia.	
Nos vemos em uma próxima oportunidade!
Até logo!
110UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
LEITURA COMPLEMENTAR
Artigo: A	questão	da	temporalidade	escatológica
Autor: Laerte	Tardeli	Hellwig	Voss
Link de acesso:	https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/34543/34543_3.PDF
Resenha:	Em	Oscar	Cullmann,	uma	proposta	significativa	para	resolver	o	problema	
da	polarização	da	temporalidade	escatológica.	Cullmann,	a	partir	de	sua	exegese	do	Novo	
Testamento,	vê	como	o	Reino	de	Deus	e	suas	promessas	reivindicam	uma	dupla	aplicação	
temporal,	um	aspecto	já	inaugurado	na	pessoa	e	obra	de	Jesus	Cristo,	já	presente	entre	
nós,	e	outro	ainda	não	consumado,	o	qual	é	esperado	para	o	futuro,	para	a	parusia.	Nascia	
o	insight	já	e	ainda	não.	
Fonte: VOSS,	Laerte	Tardeli	Hellwig.	A	questão	da	temporalidade	escatológica.	In:	
VOSS,	Laerte	Tardeli	Hellwig.	A	tensão	já	e	ainda	não	em	Oscar	Cullmann:	possibilidades	e	
implicações	para	a	missão	da	igreja.	Rio	de	Janeiro:	PUC-RIO,	Departamento	de	Teologia,	
2018.	Disponível	em:	https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/34543/34543_3.PDF	.	Acesso	04	
Nov	2022.	
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/34543/34543_3.PDF
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/34543/34543_3.PDF
111UNIDADE 4 ESCATOLOGIA - PARTE FINAL
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO 
Título: Apocalipse: Comentário Exegético
Autor: Grant R. Osborne.
Editora: Vida Nova.
Sinopse: O Comentário de Osborne sobre Apocalipse tem como 
alvo interpretar o texto e, ao mesmo tempo, apresentar aos 
leitores as perspectivas da erudição contemporânea de ma-
neira clara e acessível. O autor analisa diversas abordagens de 
comentaristas quanto a se Apocalipse se refere principalmente 
ao passado ou aos eventos que ainda estão no futuro.
	
FILME/VÍDEO
Título: Profecias do Fim do Mundo
Ano: 2021
Sinopse: O Apocalipse, o livro mais impressionante e extremo 
da Bíblia, é um texto sagrado que profetiza o final dos tempos. 
Que segredos estão ocultos em suas páginas? Quanto tempo de 
vida resta à espécie humana? Segundo vários especialistas, dos 
sete selos que compõem o Apocalipse, cinco já foram abertos, 
e agora o sexto está prestes a se abrir, trazendo a destruição de 
grande parte da população mundial. Mas, afinal, o Apocalipse é 
o melhor roteiro de um filme de ficção ou é realmente um aviso 
de um final anunciado?
Link: https://www.youtube.com/watch?v=Xhsk_MI9FJo 
https://www.youtube.com/watch?v=Xhsk_MI9FJo 
112
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GEISLER,	Norman.	Teologia	Sistemática:	Introdução	à	Teologia,	a	Deus,	a	Bíblia	e	a	
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CONCLUSÃO GERAL
Nesta	disciplina,	trouxe	os	assuntos	mais	relevantes	sobre	o	livro	de	Apocalipse	e	
o	Estudo	das	últimas	coisas.	Nesta	oportunidade	abordamos	os	mais	diversos	conceitos	e	
definições,	que	puderam	elucidar	as	mais	diversas	questões	acerca	da	autoria	do	Apocalipse	
de	João,	as	abordagens	teológicas	e	ênfases	contidas	nele,	além	de	perscrutar	as	formas	de	
interpretar	o	conteúdo,	as	principais	visões	que	buscam	entender	as	estruturas	do	livro.
Destacamos	também	a	importância	histórica	do	contexto	que	envolve	a	revelação	
do	 Apocalipse,	 que	 elucida	 as	 questões	 mais	 importantes,	 tanto	 das	 Sete	 Igrejas	 da	
Ásia	quanto	da	situação	do	autor	no	momento	da	 revelação.	Além	disso,	destacamos	a	
perseguição	por	parte	do	Império	Romano	e	as	seitas	religiosas	e	suas	práticas	heréticas.
Em	Escatologia	tratamos	sobre	um	assunto	impopular	para	a	maioria	das	pessoas,	a	
morte	e	o	estado	intermediário.	Diversas	perspectivas	religiosas	formularam	suas	visões	ao	
longo	da	história,	desta	forma	abordamos	suas	principais	linhas	de	pensamento	buscando	
esclarecê-las.	
Tratamos	também	sobre	as	principais	linhas	teológicas	a	respeito	do	arrebatamento,	
o	Reino	Milenar,	a	Grande	Tribulação,	a	ressurreição	dos	mortos	e	o	Estado	Eterno.	Esse	
olhar	 para	 essas	 linhas	 teológicas,	 nos	 fazem	estudar	 o	 assunto	 com	um	olhar	 bíblico,	
exegético,	deixando	de	lado	os	paradigmas	religiosos	e	opiniões	pessoais.	
A	partir	de	agora	temos	que	nos	posicionar	como	estudantes	de	teologia,	no	sentido	
de	 aprofundamento	 desses	 importantes	 conceitos.	 Afinal,	 a	 pesquisa	 deste	 importante	
conteúdo	demanda	tempo	pela	sua	complexidade.
Espero	 ter	 contribuído	 para	 seu	 crescimento	 e	 conhecimento	 desta	 importante	
temática:	o	Apocalipse	de	João	e	a	Escatologia.
Muito obrigado. Nos vemos numa próxima oportunidade!
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