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APOSTILA LIVRO DO APOCALIPSE E ESCATOLOGIA

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Prévia do material em texto

Professor Esp Erison de Moraes Valério 
LIVRO DO APOCALIPSE E LIVRO DO APOCALIPSE E 
ESCATOLOGIA ESCATOLOGIA 
 REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
 DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
 DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto 
 DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
 DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel 
 SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho 
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Caroline da Silva Marques
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante 
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 Eduardo Alves de Oliveira 
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Kauê Berto
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt
 Carlos Firmino de Oliveira
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO Carlos Eduardo da Silva
 DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos 
 André Oliveira 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
V164L Valério, Erison de Moraes
 Livro do Apocalipse e escatologia/ Erison de Moraes Valério.
 Paranavaí: EduFatecie, 2023.
 117 p.
 1.Bíblia - Profecias. 2. Escatologia. I. Centro Universitário
 UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. 
 CDD:23.ed. 242.2
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9 /1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas dos bancos de imagens 
Shutterstock .
2023W by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
Prof. Esp. Erison de Moraes Valério
●	 Bacharel	em	Teologia	(UniFil);
●	 Especialista	em	Teologia	Sistemática	Contextualizada	(Fabapar);
●	 Especialista	em	Teologia	e	Interpretação	Bíblica	(Fabapar);
●	 Especializando	em	Docência	no	Ensino	Superior	(Unicesumar);
	● Professor	de	Apocalipse	e	Escatologia	no	Curso	de	Teologia	EAD	(UniFate-
cie);
	● Professor	de	Noções	de	Grego	e	Hebraico	no	Curso	de	Teologia	EAD	(Uni-
Fatecie);
	● Professor	de	Grego	e	Exegese	do	Novo	Testamento	do	Curso	de	Bacharel	em	
Teologia	e	Tecnólogo	em	Ministério	Pastoral	EAD	(UniFil);
	● Professor	de	Hebraico	e	Exegese	do	Antigo	Testamento	do	Curso	de	Bacharel	
em	Teologia	e	Tecnólogo	em	Ministério	Pastoral	EAD	(UniFil);
	● Professor	do	Seminário	Teológico	Rogate	(Str),	nas	disciplinas:	Teologia	Sis-
temática,	 Interpretação	Bíblica,	História	do	Cristianismo,	Homilética,	Geografia	e	
Cultura	Bíblica,	Caráter	e	Integridade.
Trabalhou	como	coordenador	do	curso	de	Teologia	com	Aperfeiçoamento	ministe-
rial	do	Seminário	Teológico	Rogate,	onde	é	professor	desde	2018.
Na	área	de	pesquisa	dedica-se	aos	estudos	em	Interpretação	bíblica,	exegese,	e	Teo-
logia	Sistemática.	É	pastor	ordenado	desde	2018	e	atua	na	área	pastoral	e	ensino	teológico.
CURRÍCULO LATTES:	http://lattes.cnpq.br/4074326759508240
AUTOR
http://lattes.cnpq.br/4074326759508240
4
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá Aluno (a)! Bem-vindo (a)!
Iniciaremos	nossos	estudos	sobre	literatura	bíblica	que	mais	desperta	curiosidade	
e	atenção,	afinal	se	trata	de	assuntos	que	na	Teologia	são	conhecidos	como	estudo	das	
“últimas	coisas”.	Espero	que	este	material,	proporcione	o	crescimento	saudável	e	acrescente	
o	conhecimento	necessário	para	sua	formação.
O	 assunto,	 Apocalipse	 e	 Escatologia,	 é	 de	 suma	 importância	 para	 construir	
no	 estudante,	 os	 princípios	 necessários	 para	 a	 carreira	 teológica.	 Afinal,	 existe	 uma	
complexidade	de	assuntos	que	os	envolvem	tal	ciência	que	são	interdependentes	de	outras	
disciplinas.	A	interconexão	que	o	tema	faz	com	outras	frentes	teológicas,	acontece	tanto	nos	
estudos	sistemáticos	como	a	Cristologia,	Eclesiologia,	Teontologia,	como	entre	os	demais	
livros	da	Bíblia	como	Daniel,	Ezequiel,	Mateus,	Marcos	e	algumas	cartas	pastorais.	
Nosso	material	fornecerá	subsídios	necessários	para	entender	de	forma	panorâmica	
todas	as	vertentes	que	formam	essa	área.
Na	 unidade	 I,	 vamos	 aprender	 sobre	 os	 posicionamentos	 a	 respeito	 da	 autoria	
do	 Livro	 de	 Apocalipse,	 os	 panoramas	 histórico-cultural	 e	 religioso	 que	 auxiliarão	 na	
compreensão	da	situação	histórica	em	que	foi	produzida	a	obra.	Por	fim,	será	apresentado	
a	você	a	teologia	do	livro	do	Apocalipse,	com	uma	abordagem	das	temáticas	pertinentes	a	
mensagem.
Já	na	Unidade	II,	você	 irá	aprender	um	pouco	mais	sobre	o	 livro	do	Apocalipse,	
mais	especificamente	nas	formas	de	interpretação,	e	na	estrutura	do	livro.		 A	 partir	 do	
conhecimento	da	estrutura	que	se	forma	o	livro,	é	possível	realizar	um	esboço	exegético	
das	temáticas	do	livro.
Em	seguida,	na	Unidade	III,	estudaremos	a	respeito	da	Escatologia	Individual	com	
os	pontos	de	vista	a	respeito	da	Morte,	Estado	Intermediário	e	Ressurreição.	Bem	como,	
as	posições	teológicas	a	respeito	do	arrebatamento	e	do	Reino	Milenar,	que	foram	sendo	
formalizadas	ao	longo	da	história	pelos	estudiosos.
Na	Unidade	IV,	finalizaremos	o	conteúdo	da	disciplina	com	a	abordagem	do	papel	de	
Israel	e	a	Igreja	no	panorama	escatológico,	as	perspectivas	a	respeito	da	grande	tribulação.	
Estudaremos	também	a	respeito	do	Juízo	Eterno,	Galardão	e	Estado	Eterno.
Bons Estudos!
SUMÁRIO
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Plano de Estudos
 ● Autoria;
 ● Propósito do Livro;
 ● O Contexto Histórico-Cultural;
 ● Teologia do Livro.
Objetivos da Aprendizagem
 ●Compreender as perspectivas sobre a autoria e data da escrita do livro;
 ●Estudar a respeito do propósito da composição do livro;
 ●Entender a importância do contexto histórico cultural na interpretação do 
Apocalipse;
 ●Analisar os conceitos teológicos que envolvem a literatura do Apocalipse.
1UNIDADEUNIDADEProfessor Esp. Erison de Moraes Valério
APOCALIPSEAPOCALIPSE
7UNIDADE 1 APOCALIPSE
INTRODUÇÃO
Olá, tudo bem? Seja bem-vindo a nossa Unidade I.
Nesta	oportunidade,	estudaremos	o	Panorama	do	Apocalipse	de	João.	Esperoque	
você	esteja	com	boas	expectativas	para	essa	jornada	que	vamos	iniciar.	Gostariaque	esta	
introdução	aumentasse	 ainda	mais	 seus	 anseios	 para	 aprender	 um	pouco	maissobre	 a	
literatura	 apocalíptica	 do	Novo	Testamento.O	 livro	 de	Apocalipse	 traz	 consigo	a	 história	
da	consumação	da	 redenção	final.O	Reino	do	Eterno	Deus	é	estabelecido	perante	 toda	
a	 criação.	Apesar	 dos	 Evangelhose	Epístolas	 conterem	 grande	 número	 de	 profecias,	 o	
Apocalipse	é	o	único	livro	do	NovoTestamento	que	dá	ênfase	principalmente	aos	aconte-
cimentos	proféticos.	É	conhecidocomo	Apocalipse	por	conta	da	transliteração	da	palavra	
apokalypsis,	que	significa“revelação”.
A	linguagem	do	livro	desperta	a	atenção	e	a	curiosidade	por	relatar	uma	série	de-
visões.	Além	disso,	possui	uma	linguagem	repleta	de	símbolos	e	figuras	quepotencializam	
nosso	interesse.	A	pergunta	que	persiste	é:	Como	entender	a	mensagemdo	Apocalipse?	
Afinal,	 quem	 nunca	 tentou	 compreender	 sua	mensagem	 e	 se	 deparoucom	 obstáculos?	
Para	 transpor	esses	obstáculos,	é	necessário	aprender	ascircunstâncias	em	que	o	 livro	
foi	produzido.	Buscando	compreender	esse	panorama	queenvolve	a	história,	a	cultura	e	
a	literatura,	podemos	obter	sucesso.Portanto,	neste	primeiro	tópico	da	Unidade	I,	 iremos	
conhecer	sobre	asperspectivas	que	envolvem	a	autoria	do	livro	e	o	local	em	que	acontecem	
as	revelações.No	segundo	tópico,	vamos	analisar	o	propósito	do	livro	e	os	motivos	pelos	
quaisfoi	 escrito.	 Na	 ocasião,	 buscaremos	 os	 acontecimentos	 históricos,	 que	motivaram	
arevelação	e	a	escrita	da	literatura	apocalíptica.Já	no	terceiro	tópico,	o	objetivo	é	aprender	
sobre	o	contexto	histórico-cultural	e	avivência	religiosa	no	período	histórico	das	sete	igrejas	
da	Ásia	Menor.	A	vida	cotidianada	igreja,	as	seitas	heréticas	e	a	perseguição	pelo	Império	
Romano	estão	entre	osassuntos	abordados.Finalizando	no	quarto	tópico,	avançamos	co-
nhecendo	a	teologia	do	Livro	de
Apocalipse	em	sua	mensagem	central,	 estilos	 literários	e	análises	 comparativas	
entreoutras	literaturas	apocalípticas	não	canônicas.
Então, vamos lá! Bons Estudos!
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8UNIDADE 1 APOCALIPSE
AUTORIA E DATA 1
TÓPICO
O	autor	do	Apocalipse	se	identifica	simplesmente	como	João:	“Revelação	deJesus	
Cristo,	que	Deus	lhe	deu	para	mostrar	aos	seus	servos	as	coisas	que	brevementedevem	
acontecer;	e,	enviando-as	pelo	seu	anjo,	as	notificou	a	seu	servo	João”	(BÍBLIA,Apocalipse	
1.1,	ARA,	2004).
Embora	residente	na	Ásia	Menor	(ou,	antes,	Ásia	proconsular),	João	assumeposi-
ção	de	influência	entre	as	igrejas	na	região.	A	tradição	atribui	que	João,	o	filho	deZebedeu	
que	 permaneceu	 em	 Éfeso,	 era	 a	mesma	 pessoa	 identificada	 como	 “João,	 oapóstolo”.	
Como	autor,	foi	ele	que	teria	recebido	a	revelação,	produzindo	os	escritos	doApocalipse.
Segundo	afirma	LADD	(1986,	p.8),	como	é	apresentado	“o	estilo	do	livropodemos	
deduzir	que	ele	era	um	cristão	de	origem	hebraica,	conhecendo	de	ponta	aponta	o	Antigo	
Testamento.	A	igreja	dos	primeiros	tempos	em	geral	o	aceitou	comosendo	o	apóstolo	de	
Jesus	Cristo,	o	autor	do	quarto	Evangelho.”
Existem	muitas	similaridades	notáveis	de	pensamento	e	redação	entre	oEvangelho,	
segundo	João	e	o	Apocalipse.	As	particularidades,	também	demonstram	o
reconhecimento	de	alguma	ligação	na	autoria	dos	dois	livros.	O	estilo,	a	simetria	de
Apocalipse	demonstra	que	ele	foi	escrito	por	um	único	autor,	quatro	vezes	denomi-
nado“João”	(Ap.	1.1,4,9;	22.8).
Por	causa	de	seu	conteúdo	e	de	sua	referência	às	sete	igrejas,	o	Apocalipsecirculou	
rapidamente	e	se	tornou	bastante	conhecido	e	aceito	na	Igreja	primitiva.	Ele	erafrequente-
mente	mencionado	e	citado	pelos	escritores	cristãos	dos	séculos	II	e	III.
9UNIDADE 1 APOCALIPSE
Posteriormente,	sendo	 recebido	como	parte	do	cânon	dos	 livros	do	Novo	Testa-
mento.Apesar	das	evidências	apontarem	para	o	apóstolo	João	ser	o	autor	doApocalipse,	
existem	dois	posicionamentos	que	se	opõem	em	relação	à	sua	autoria.Desde	o	 início,	o	
Apocalipse	foi	considerado	uma	obra	autêntica	do	apóstoloJoão,	que	escreveu	um	Evan-
gelho	e	três	epístolas.	Isso	foi	sustentado	como	verdadeiropor	Justino,	o	Mártir,	o	Pastor	de	
Hermas,	Melito,	Irineu,	o	Cânon	Muratoriano,Tertuliano,	Clemente	de	Alexandria	e	Orígenes	
(OSBOURNE,	2014).Esse	ponto	de	vista	foi	amplamente	aceito	até	a	metade	do	terceiro	
século.	Apartir	deste	momento,	Dionísio	apresenta	vários	argumentos	contra	a	autoria	de	
João	ao
Apocalipse.	Ele	observou	uma	clara	diferença	no	estilo	entre	Apocalipse	e	os	livros	
queeram	reconhecidos	como	joaninos.	Sua	conclusão	era	que	Apocalipse	poderia	ter	si-
doescrito	por	um	“João	diferente”.
Segundo	seus	argumentos,	as	evidências	 internas	apontariam	algumasdivergên-
cias	do	ponto	de	vista	tradicional.	O	primeiro	posicionamento	contrário	à	autoriade	João,	
fundamenta-se	 na	 diferença	 contida	 em	 relação	 à	 linguagem	 grega	 quandocomparada	
ao	Evangelho	de	João.	Segundo	Guthrie	 (Citado	por	Osbourne,	2014,	p.	4),o	autor	 “faz	
oposição	entre	nominativos	e	outros	casos,	usa	particípios	de	formairregular,	forma	orações	
fragmentadas,	acrescenta	pronomes	desnecessários,	 fazmistura	de	gêneros,	números	e	
casos,	além	de	introduzir	diversas	construções	nadacomuns”.
Conforme	Champlim,	a	linguagem	do	grego	contida	nas	duas	obras,	possuialgumas	
diferenças:
O	grego	do	evangelho	de	João	é	simples,	quase	infantil,	emboragramatical-
mente	 correto.	Mas	 o	 grego	 do	 livro	 de	Apocalipse	 é	 bárbaro,	 commuitos	
desacordos	quanto	ao	gênero,	além	de	erros	verbais.	Foi	escrito	poralgum	
judeu	 que	 tinha	 o	 grego	 como	 sua	 segunda	 língua,	 o	 qual	 não	 seinteres-
sava	especialmente	pelos	casos	gregos,	pela	concordância	em	gênero,etc.	
Pensava	ele	em	hebraico,	e	algumas	de	suas	declarações	só	podem	ser-
compreendidas	quando	é	reconstituído	um	‘hebraico	tentativo’	(ou	aramaico)
(CHAMPLIM,	2002,	p.	354).
Em	segundo	lugar,	observa-se	também	diferenças	no	vocabulário	e	expressõesusa-
das.	No	mais,	o	conteúdo	teológico	desse	livro	difere	de	outros	escritos	de	João	emrelação	
à	ênfase	e	a	apresentação.	E	em	última	instância,	os	outros	escritos	de	Joãoevitam	o	uso	
de	seu	nome,	mas	nesse	livro	ele	é	encontrado	quatro	vezes	(Osbourne,2014).Analisando	
que,	essas	dificuldades	possam	apresentar	alguma	divergência	naautoria	de	João,	obser-
vemos	dois	fatores	importantes:
Primeiro,	é	perceptível	inúmeras	semelhanças	notáveis	entre	Apocalipse	e	os
10UNIDADE 1 APOCALIPSE
outros	livros	tradicionalmente	associados	ao	apóstolo	João.	Como	exemplo,	acon-
tece	ouso	distinto	dos	termos	“verbo,	cordeiro,	verdade”	e	o	desenvolvimento	cuidadoso	
detemas	como	“luz	e	trevas”,	“amor	e	ódio”,	“bem	e	mal”.
FIGURA 1 – JOÃO NA ILHA DE PATMOS
Depois	nota-se	que,	muitas	das	diferenças	podem	ser	explicadas	pelascircunstân-
cias	incomuns	do	livro.	Devido	à	complexidade	do	conteúdo	apocalíptico,	aescrita	reivindica	
um	tratamento	diferenciado.	O	conteúdo	transmitido	a	João	não	foi	porreflexão,	mas	sim	
através	de	uma	série	de	visões	arrebatadoras	e	espetaculares.	Algunsestudiosos	também	
aceitam	a	possibilidade	de	João	ter	um	escriba	para	suavizar	o	estilogrego	na	sua	forma	
de	escrita.	Porém,	o	exílio	em	Patmos	era	um	obstáculo	para	uso	detal	escriba	quando	
produziu	o	Apocalipse.
11UNIDADE 1 APOCALIPSE
Assim,	a	evidência	interna,	embora	problemática,	não	precisa	anular	o	forte	eantigo	
testemunho	externo	da	origem	apostólica	desse	importante	livro.A	respeito	da	possibilidade	
de	outro	 “João”	 ter	escrito	o	Apocalipse,	Osbourne(p.	2)	afirma	que,	 “certamente	é	uma	
possibilidade,	mas	ela	dependede	uma	decisãomais	 importante:	será	que	as	diferenças	
entre	o	Evangelho	e	Apocalipse	são	tãoextraordinárias	a	ponto	de	exigirem	dois	autores	
distintos?”
Existem	evidências	que	possam	sustentar	a	literatura	do	Apocalipse	do	NovoTes-
tamento,	como	resultado	da	escrita	do	apóstolo	João.	Quanto	às	diferenças	quepossam	
conter	 o	Apocalipse	 e	 o	 quarto	 Evangelho,	 tornam-se	 insuficientes	 quandocomparadas	
com	as	similaridades.	Conforme	já	citado	anteriormente,	existem	evidênciashistóricas	da	
aceitação	apostólica	pelos	pais	da	igreja	primitiva	(Justino	Mártir,	Irineu	deLion,	Tertuliano,	
Clemente	de	Alexandria).	Tal	quesito	era	 fundamental	para	que	o	 livrofosse	considerado	
canônico	(divinamente	inspirado).
Segundo	os	estudiosos,	semelhanças	entre	o	Evangelho	e	Apocalipse	sãosuficien-
tes	para	fundamentar	essa	decisão.	João	e	Apocalipse	são	os	únicos	dois	livrosdo	Novo	
Testamento	que	defendem	a	divindade	de	Cristo,	 com	base	no	 “tema	daunidade”	 entre	
Deus	e	Jesus.	Segundo	Ozanne	(Citado	por	Osbourne,	2014,	p.6),	no
Apocalipse	“[...]	encontra	uma	série	de	termos	comuns	a	João	e	Apocalipse:	‘con-
quistar’,‘guardar	a	palavra’,	‘guardar	os	mandamentos’,	‘habitar’,	‘sinal’,	‘testemunho’,‘ver-
dadeiro’.”	 Por	 conclusão,	 defende	 que	 os	 elementos	 linguísticos	 e	 gramaticaisindicam	
grande	compatibilidade	entre	o	Evangelho	de	João	e	o	Apocalipse(OSBOURNE,	2014).
Algumas	explicações	são	atribuídas	para	elucidar	as	possíveis	diferençaslinguísti-
cas	entre	as	duas	obras,	como	a	presença	de	um	escrevente,	que	poderia	terauxiliado	na	
construção	de	do	gênero	apocalíptico,	além	dos	efeitos	que	as	visõesteriam	provocado	no	
autor	no	momento	em	que	registrava.Segundo	Osbourne	(2014,	p.	5),	as	“[...]	profundas	
experiências	 de	 visõesrecebidas	 em	 êxtase,	 logicamente	 afetariam	 o	 estilo	 do	 texto	 de	
uma	pessoa	 [...],	percebe	que,	entre	João	e	Apocalipse,	existe	a	mesma	quantidade	de	
semelhanças	e	dediferenças.	Provavelmente,	o	livro	de	Apocalipse	foi	escrito	por	volta	de	
95	a	96	DC,durante	a	última	metade	do	reino	do	Imperador	Domiciano,	o	último	dos	doze	
CésaresRomanos.
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12UNIDADE 1 APOCALIPSE
 2 PROPÓSITO DO LIVRO
TÓPICO
O	propósito	do	livro	de	Apocalipse	revela-se	no	prólogo,	quando	afirma:	“[...]	que-
Deus	lhe	deu	para	mostrar	aos	seus	servos	as	coisas	que	em	breve	devem	acontecer,	eque	
ele,	enviando	por	intermédio	do	seu	anjo,	notificou	ao	seu	servo	João”	(BÍBLIA,Apocalipse	
1,1	ARA,	1993).
Apesar	 da	 grande	 maioria	 de	 seu	 conteúdo	 conter	 descrições	 de	
acontecimentosfuturos,	percebemos	um	propósito	histórico	e	contextual.A	Revelação	de	
João	 acontece	 no	momento	 em	 que	 os	 cristãos,	 pela	 sua	 fé	 noCristo	 ressurreto	 como	
Senhor,	 eram	 alvos	 das	 perseguições	 do	 império	 Romano.	 Apreocupação	 contida	 na	
revelação,	 direcionada	 aos	 leitores	 primários	 das	 sete	 igrejas	 daÁsia,	 é	 proporcionar	
consolo,	esperança,	encorajamento	e	estimulá-los	a	permaneceremfiéis	no	tempo	obscuro	
que	viviam	de	perseguição	e	sofrimento.Casagrande	(2017,	p.	177),	corrobora	com	a	ideia	
e	propósito	da	escrita	emtrazer	consolo	e	esperança	à	 igreja,	 [...]	ele	desperta	o	 leitor	a	
esperança.	Tais	visõesrevelam	que	o	futuro	não	está	perdido,	pelo	contrário,	será	vitorioso	
sobre	 todas	 asvicissitudes”.	 Porém,	 a	 mensagem	 também	 possuía	 objetivos	 futuros,	
conforme	oescritor	revela:	“Escreve,	pois,	as	coisas	que	viste,	e	as	que	são,	e	as	que	hão	
deacontecer	depois	destas”	(BÍBLIA,	Apocalipse	1,1	ARA,	1993).
Além	de	um	desígnio	histórico	para	o	contexto	da	época,	o	Apocalipse	possuium	
propósito	superior	demonstrando	a	soberania	de	Deus	durante	toda	a	história.	Apromessa	
de	Deus	em	uma	redenção	 total	e	 futura,	cujos	acontecimentos	culminaramem	torno	de	
Sua	pessoa.	A	autoridade	universal	de	Cristo	é	apresentada	em	todo	o	livro,como	o	“Alfa	e	
o	Ômega”	(Ap.	1.8	e	22.13)	de	toda	a	humanidade.
13UNIDADE 1 APOCALIPSE
Outros	 propósitos	 do	 livro	 são	 associados	 ao	 propósito	 principal,	 fazendo	
ligaçãoentre	os	acontecimentos	presentes	e	futuros.
Primeiro,	durante	todo	o	livro,	o	próprio	Jesus	Cristo	alerta	para	os	princípiosmorais	
e	a	retidão	que	devem	ser	mantidos	por	parte	da	igreja.	As	promessas	de	reinovindouro	
contêm	essas	exortações,	em	expressões	como,	“Venho	sem	demora.
Conserva	o	que	 tens,	para	que	ninguém	 tome	a	 tua	coroa”	 (BÍBLIA,	Apocalipse	
3.11,ARA,	 1993).	 “Ao	 que	 vencer,	 eu	 lhe	 concederei	 que	 se	 assente	 comigo	 no	 meu	
trono”(BÍBLIA,	 Apocalipse	 3.21,	 ARA,	 1993).	 “[...],	 para	 que	 lhes	 assistam	 o	 direito	 à	
árvore	 davida,	 e	 entrem	 na	 cidade	 pelas	 portas.	 Fora	 ficam	 os	 cães,	 os	 feiticeiros,	 os	
impuros,	osassassinos,	os	idólatras	e	todo	aquele	que	ama	e	pratica	a	mentira”	(BÍBLIA,	
Apocalipse22.14-15,	ARA,	1993).
Segundo	 Champlim	 (2002,	 p.	 220),	 o	 autor	 “[...]	 tencionava	 ensinar	 muitas	
liçõesmorais	 à	 igreja,	 corrigindo	 vários	 lapsos	 e	 erros,	 além	 de	 encorajar	 as	 igrejas	 da	
ÁsiaMenor,	e	através	disso,	a	igreja	cristã	inteira.”	Portanto,	o	autor	revela	as	promessas	
derestauração	 completa	 por	 conta	 da	 vinda	 do	 Senhor	 (gr.	 parousia),	 concomitante	
àquelesque	guardarem	sua	fé	no	Salvador.
Em	segundo	lugar,	intentava	para	os	eventos	dos	“últimos	dias”	e	a	condiçõesque	
circundavam	 os	 acontecimentos	 horrendos	 relacionados	 a	 grande	 tribulação.Estudiosos	
afirmam	 que	 João	 acreditava	 que	 tais	 acontecimentos	 ocorreram	 naquelestempos	
apostólicos,	por	conta	da	terrível	perseguição	que	viviam	sob	o	Império	Romano.
Afinal,	 não	 se	 pode	 atualizar	 tal	 mensagem	 para	 a	 contemporaneidade,	 sem	
entenderseus	objetivos	para	a	época	em	questão.
Pohl	(1996,	p.14)	afirma,	“com	toda	a	certeza	a	palavra	profética	também	sealonga	
para	além	daquela	época,	mas	a	interpretação	do	Apocalipse	forçosamentefracassará	se	
sua	importância	para	os	primeiros	destinatários	for	negligenciada”.
Com	 a	 finalidade	 de	 compreensão	 de	 seu	 propósito	 universal,	 é	 imprescindível	
oconhecimento	 do	 contexto	 oriundos	 da	 escrita	 do	 livro	 de	 Apocalipse.	 Desta	
forma,descortinará	as	circunstâncias	de	sua	revelação.
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O CONTEXTO HISTÓRICO-
CULTURAL
TÓPICO
UNIDADE 1 APOCALIPSE 14
 3
O	apóstolo	João,	inicia	seu	texto	com	uma	mensagem	oriunda	do	próprio	Cristores-
surreto	às	sete	igrejas	da	província	romana	da	Ásia.	A	série	de	mensagens	àsigrejas,	inicia	
nos	capítulos	2	e	3.	Começam	com	a	igreja	em	Éfeso,	uma	das	cidadesmais	importantes	
da	região,	e	prosseguem	em	sentido	horário,	finalizando	com	a	igrejaem	Laodicéia.	Cada	
mensagem	possuía	em	seu	conteúdo,	um	significado	particular	aigreja	que	foi	direcionada,	
porém,	elas	possuíam	uma	relevância	para	a	igreja	em	suauniversalidade,	“quem	tem	ouvi-
dos,	ouça	o	que	o	Espírito	diz	às	igrejas”	(BÍBLIA,Apocalipse	2.7,	ARA,	1993).
3.1 O Culto ao Imperador Romano e a Perseguição
O	culto	ao	imperador	é	uma	realidade	no	período	histórico	que	governou	oscésares.	
Nos	anos	que	seguiram	após	a	morte	de	Cristo,	ocorreram	perseguiçõesexclusivas	e	com	
destino	aos	cristãos.	Contudo,	o	apóstolo	João,	vislumbrou	uma	novarealidade	em	relação	
à	imposição	ao	culto	do	imperador	e	preparou	a	igreja	para	estanova	realidade.
Desde	86	d.C.,	o	imperador	Domiciano,	exige	para	si	a	veneração	como	deus,orde-
nando	que	se	referisse	a	ele	como	“dominus	et	deus”	(Senhor	e	Deus).	A	atribuiçãodivina	
requer	a	sua	própria	pessoa,	 tudo	que	é	 inerente	a	Deus.	Tal	confissãodemonstrava	um	
teste	de	lealdade.
[...]	É	possível	que	alguns	cristãos	tentaram	evitar	a	situação	difícil	em	que	
isso
os	colocava	refugiando-se	nas	sinagogas,	onde,nesse	aspecto,	ainda	se
aplicavam	algumas	exceções	legais	tradicionais	concedidas	aos	judeus.	Isso
15UNIDADE 1 APOCALIPSE
talvez	ajude	a	explicar	as	visíveis	tensões	entre	judeus	e	cristãos	nas	cartas	
às
sete	igrejas	(CARSON;	MOO;	MORRIS;	2007,	p.	529).
Com	 relação	 a	Domiciano,	 Pohl,	 (1996,	 p.	 15)	 declara:	 "no	 ano	 86	 deter-
minou,como	 primeiro	 imperador	 romano,	 ser	 oficialmente	 chamado	 de	Deus,	 o	 Senhor.	
Seupalácio	era	considerado	um	santuário,	seu	trono	uma	sede	divina”.
Por	conta	disso,	o	cristianismo	torna-se	uma	religião	perseguida.	O	estilo	de	vidados	
cristãos	é	contrário	à	cultura	do	império.	Como	consequência,	praticavam	o	cultomonoteísta	
e	não	aceitavam	o	culto	ao	imperador.	Por	isso,	tornam-se	inimigos	doImpério	Romano.
FIGURA 2: DE PEDRO NA IGREJA DE SAN PABLO POR ANTONIO GLACERAN E JERÔNIMO DE 
MORA (1596).
Viver	o	cristianismo	nessa	época	tornou-se	um	perigo	mortal.	Por	conta	da	suafé,	
poderiam	perder	seus	bens	e	sofrer	martírio	mediante	uma	simples	acusação.
O	testemunho	eficaz	de	João	sobre	Cristo,	levou	as	autoridades	romanas	aexilarem	
na	pequena	e	solitária	ilha	de	Patmos,	no	mar	Egeu	(Ap.	1.9).
Essa	ilha	de	rocha	vulcânica	era	um	dos	muitos	lugares	para	onde	os	romanosbaniam	
os	criminosos	transgressores	políticos.
16UNIDADE 1 APOCALIPSE
3.2 A Religião
O	livro	do	Apocalipse	apresenta	um	retrato	religioso	e	social,	que	proporciona	aoleitor	
um	ótimo	panorama	do	contexto.	Percebe-se	que	as	sete	igrejas	da	Ásia,	sofriamhostilidade	
por	dois	aspectos	distintos	—	no	âmbito	judaico	e	pelo	Império	Romano.
As	relações	entre	a	religião	judaica	e	a	igreja,	que	não	foram	cordiais	desde	oinício,	
se	agravaram	nos	últimos	vinte	anos	do	século	I.	O	judaísmo	desfrutava	deprerrogativas	
especiais	que	os	romanos	 favoreciam	somente	aos	 judeus:	a	 liberdadepara	exercer	seu	
culto	monoteísta	 não	 adorando	 os	 deuses	 romanos,	 nem	participandodos	 cultos	 greco-
romanos.	O	cristianismo	era	considerado	uma	ramificação	do	judaísmo,e	se	favoreceu	desse	
privilégio	até	a	Revolta	Judaica	(66-70	d.C.).	O	judaísmo,	porém,procurava	gradativamente	
romper	as	ligações	com	o	cristianismo,	com	o	objetivo	defazer	com	que	o	Império	Romano	
declarasse,	que	o	cristianismo	não	estava	desobrigadoem	prestar	culto	ao	imperador.
Os	 cristãos	 padeciam	 com	 a	 intimidação	 econômica	 e	 social	 para	 envolver-se	
noestilo	de	vida	romana,	incluindo	as	organizações	de	classe,	festas	e	cultos	idólatras,além	
do	culto	ao	imperador.
Quando	os	cristãos	se	recusavam	a	participar,	naturalmente	atraíam	muitaantipatia.	
Essa	situação	se	reflete	nas	sete	cartas,	na	“tribulação”	que	os	cristãos	deEsmirna	estavam	
experimentando	(Ap.	2.9).	A	tribulação	se	intensificara	a	ponto	deserem	presos	e	mortos	
(Ap.	2.10;	13.10).
O	Apocalipse	apresenta	uma	realidade	que	contrariava	a	vivência	predominanteno	
mundo	romano.	Numa	esfera	transcendente,	a	igreja	apostólica	era	parte	de	umacontracul-
tura	e	estava	disposta	a	sofrer	por	ela.
Por	conta	disso	os	cristãos	eram	também	odiados	por	muitos,	pois	suas	vidascons-
tituíam	permanente	condenação	dos	costumes	e	da	conduta	moral	dos	pagãos.
Em	toda	parte,	havia	muita	coisa	que	distinguia	um	cristão	dos	vizinhos	pagãos.
Eles	se	tratavam	mutuamente	por	irmãos	em	Cristo,	e	realmente	agiam	como	irmãos.Cui-
davam	diligentemente	dos	órfãos,	dos	doentes,	das	viúvas,	dos	desamparados.	Ascoletas	
e	a	administração	dos	fundos	de	caridade	constituíam	uma	das	partes	maisimportantes	da	
vida	dessas	igrejas	primitivas.	Dentro	da	Igreja	todas	as	distinções	foramabolidas.	Escravos	
e	senhores	foram	nivelados.	As	mulheres	alcançaram	uma	posiçãode	honra	e	de	influência	
que	jamais	haviam	conseguido	na	sociedade	profana.
Distinguiam-se	também	os	cristãos	por	um	fervor	e	pureza	moral	jamais	conhecidos	
emqualquer	parte.Duas	influências	levaram	os	cristãos	do	primeiro	século	a	cair	em	alguns	
errosdoutrinários,	que	de	certo	modo,	ameaçavam	a	pureza	do	Evangelho.	
17UNIDADE 1 APOCALIPSE
Nas	 sete	 cartas	 àsigrejas	 da	 Ásia,	 percebemos	 algumas	 repreensões	 oriundas	
do	 Cristo	 Ressurreto,	 pelaadesão	 a	 algumas	 dessas	 práticas	 que	 assolavam	 a	 igreja.	
Provavelmente,	 cristãojudeus	 provenientes	 de	 Jerusalém	 buscavam	 incorporar	 ao	
Cristianismo	 regras	 ecerimônias	 exigidas	 pela	 Lei	 judaica.	 Eles	 foram	 nomeados	 de	
“judaizantes”.	Essadivergência	doutrinária	foi	tratada	nas	décadas	anteriores,	em	Atos	15,	
por	conta	dogrande	número	de	conversões	em	Antioquia.	A	questão	buscava	entender,	se	
um	judeuconvertido	ao	cristianismo	deveria	cumprir	alguns	preceitos	do	Judaísmo.
A	decisão	do	Concílio	de	Jerusalém,	descrito	em	Atos	15,	resultou	que,	o	judeunão	
necessitaria	cumprir	os	ritos	da	lei	judaica	ao	aderir	ao	Cristianismo.	Vejamos:
Pois	pareceu	bem	ao	Espírito	Santo	e	a	nós	não	vos	 impor	maior	encargo	
além
destas	coisas	essenciais:	que	vos	abstenhais	das	coisas	sacrificadas	a	ído-
los,
bem	como	do	sangue,	da	carne	de	animais	sufocados	e	das	relações	sexuais
ilícitas;	destas	coisas	fareis	bem	se	vos	guardardes	(BÍBLIA,	Atos	15.28,29,
ARA,	1993).
A	divergência	com	a	doutrina	dos	judeus	é	perceptível	em	todo	NovoTestamento.	
Eles	se	tornaram	o	maior	adversário	dos	cristãos,	além	de	causarem	muitasadversidades	
e	superarem	os	romanos.	Os	judeus	promoviam	ações	contra	os	cristãosjunto	ao	império,	
uma	vez	que	este	recebia	a	denúncia	perseguia	os	cristãos.
Na	carta	à	igreja	de	Esmirna,	em	Apocalipse	2.9,	Jesus	Cristo	utiliza	o	termo“sinagoga	
de	Satanás”,	com	referência	“a	blasfêmia	dos	que	se	dizem	judeus,	mas	nãosão”.	Segundo	
Osbourne	(2014,	p.	145),	[...]	a	alegação	desses	judeus	de	serem	povode	Deus	é	anulada	
pelo	fato	de	eles	serem	instrumentos	de	Satanás	contra	o	verdadeiropovo	de	Deus,	a	igreja.	
Essa	afirmação	é	feita	com	frequência	no	Novo	Testamento.”
A	 palavra	 “blasfêmia”	 (gr.	 βλασφημίαν)	 empregado	 nesta	 descrição,	 pode	
terreferência	 a	 difamação	 da	 pessoa	 de	Cristo	 e	 seus	 discípulos,	 por	 parte	 dos	 judeus	
daépoca.	Champlim	em	sua	obra	Novo	testamento	Interpretado,	cometa	acerca	dosignificado	
mais	exato	desta	afirmação:
Justino	Mártir	acusou	que	os	judeus,	nas	suas	sinagogas,	amaldiçoavam	em
público	a	todos	quantos	confiassem	em	Cristo.	Tertuliano	mostra-nos	como	
os
judeus	instigaram	ativamente	a	perseguição	contra	os	cristãos	e,	Eusébio	em
sua	História	Eclesiástica,	demonstra	a	mesma	coisa	(CHAMPLIM,	2002,	p.	
396).
18UNIDADE 1 APOCALIPSE
3.3 Doutrinas divergentes ao Cristianismo
3.3.1 O Gnosticismo
Encontramos	no	Novo	Testamento	advertências	solenes	contra	os	erros	dochamado	
Gnosticismo.	Esta	seita	surgiu	no	século	I,	tornando-se	muito	poderosa	nosséculos	vindouros.	
Seus	ensinamentos	construíam	uma	estranha	mistura	de	ideiascristãs,	judaicas	e	pagãs.	
Por	 combinar	 tais	 preceitos,	 era	 confundido	 com	 algumaspráticas	 cristãs,	 ocasionando	
problemas	doutrinários	expressivos	à	igreja	dos	primeirosséculos.
Seus	 ideais	 consistem	 em	 alcançar	 um	 conhecimento	 autêntico	 maior,	
quepossibilitaria	a	salvação.	Através	de	uma	sabedoria	esotérica	proveniente	das	religiõesde	
mistério	dos	gregos,	afirmavam	que	aqueles	que	tinham	contato	com	o	material,	demodo	
nenhum	poderiam	alcançar	algo	espiritual.	O	objetivo	era	a	salvação	da	alma.Champlim	
(2006,	p.	919),	explica	que	a	alma	“[...]	é	a	parte	imaterial	do	homem,	destemundo	material,	
incluindo	nossos	corpos	físicos,	seria	inerentemente	má,	totalmenteincapaz	de	redenção”.
Seus	preceitos	distanciavam-se	da	doutrina	cristã,	pois	negava	que	Deus	fosseo	
Criador	do	mundo	e	dos	homens,	como	também	negava	que	Cristo	tivesse	tido	umavida	
física	real.
3.3.2 A doutrina de Balaão
A	doutrina	refere-se	ao	profeta	gentio	Balaão	consultado	por	Balaque,	rei	deMoabe	
que	 ordenou	 proferir	 maldição	 ao	 povo	 hebreu.	 Essa	 história	 se	 encontra	 no	 Livrode	
Números	capítulos	22	ao	24.	Fazendo	oposição	a	Balaque,	o	profeta	Balaãopronunciou	
várias	 bênçãos,	 porém,	 o	 livrode	Números	 25.1-3,	 descreve	 os	 israelitassucumbindo	 a	
imoralidade,	com	mulheres	pagãs	e	à	idolatria	pela	adoração	a	Baal:
Ora,	Israel	demorava-se	em	Sitim,	e	o	povo	começou	a	prostituir-se	com	as	
filhas
de	Moabe,	pois	elas	convidaram	o	povo	aos	sacrifícios	dos	seus	deuses;	e	o
povo	comeu,	e	 inclinou-se	aos	seus	deuses.	Porquanto,	 Israel	se	 juntou	a	
Baal-
Peor,	a	ira	do	Senhor	acendeu-se	contra	ele	(BÍBLIA,	Números	25.1-3,	ARA,
1993).
Segundo	Champlim	(2002,	p.	402),	Balaão	conduziu	os	hebreus	a	união	com	opa-
ganismo:	 “[...]	por	não	poder	 ‘amaldiçoar’	ao	povo	de	 Israel,	Balaão	 tentou	corrompê-lo,	
e	 isso	 levando	 seus	 varões	 a	 ter	 relações	 sexuais	 com	mulheres	moabitas”.Tal	 pecado	
foi	atribuído	ao	conselho	do	profeta	gentio:	“Eis	que	estas	foram	asque,	por	conselho	de	
19UNIDADE 1 APOCALIPSE
Balaão,	fizeram	que	os	filhos	de	Israel	pecassem	contra	o	Senhorno	caso	de	Peor,	pelo	que	
houve	a	praga	entre	a	congregação	do	Senhor”	(Bíblia,Números	31.16,	ARA,	1993).
No	contexto	do	Apocalipse,	a	doutrina	de	Balaão	refere-se	aos	praticantes	daimo-
ralidade	sexual	e	a	liberalidade	à	prática	da	idolatria	comum	aos	pagãos.
A	imoralidade	tornou	-se	algo	desejável,	como	se	tivesse	‘finalidades	boas’	no
seio	da	igreja	cristã.	Em	outras	palavras,	a	‘mentalidade	pagã’,	no	tocante	às
questões	sexuais	e	outras,	tornou-se	a	mentalidade	prática	e	a	doutrina	da	
igreja
dali	(CHAMPLIM,	2002,	p.	402).
As	palavras	gregas	utilizadas	na	passagem	de	apocalipse	2.14	(gr.	βαλεῖνσκάνδαλον,	
balein	skandalon,	“pedra	de	tropeço”),	possui	o	sentido	de	induzir	alguém	aprática	de	apos-
tasia,	ou	seja,	induzir	alguém	ao	erro.	Osbourne	(2014,	p.159),	interpretatal	passagem	da	
seguinte	 forma:	 “Os	dois	aspectos	de	seu	 ‘ensino’,	 idolatria	eimoralidade,	se	 relacionam	
mais	com	a	prática	do	que	com	a	doutrina	[...].
O	autor	do	livro	descreve	as	práticas	dos	seguidores	de	Balão,	fazendoreferência	a	
“comer	das	coisas	sacrificadas	a	ídolos”,	“praticar	idolatria”	e	“seprostituírem”.	Tais	atitudes	
remanescentes,	foram	consideradas	proibidas	aos	novosconvertidos	gentios	pelo	Concílio	
de	Jerusalém	conforme	Atos	15.	É	bem	provável	queos	seguidores	da	doutrina	de	Balaão	
procuravam	incorporar	esses	comportamentos	noCristianismo.
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 4 TEOLOGIA DO LIVRO DE 
APOCALIPSE
TÓPICO
UNIDADE 1 APOCALIPSE 20
O	tema	 teológico	central	do	Apocalipse	é	a	soberania	de	Deus	nos	eventos	ao-
longo	da	história.	Percebemos	essa	evidência,	através	dos	relatos	de	suatranscendência	
em	relação	ao	mundo	criado.	O	 título	 “Todo-Poderoso”,	ocorre	novevezes	designando	a	
onipotência	de	Deus,	não	somente	na	história	da	humanidade,	masem	relação	às	forças	do	
mal	(OSBOURNE,	2014).
O	controle	universal	do	Todo-Poderoso	é	declarado	nas	expressões	queaparecem	
ao	longo	do	livro,	como,	“daquele	que	é,	e	que	era,	e	que	há	de	vir”	(Ap.	1.8)e,	“Eu	sou	o	Alfa	
e	o	Ômega,	diz	o	Senhor	Deus,	aquele	que	é,	e	que	era,	e	que	há	devir,	o	Todo-Poderoso”.
	Além	de	que:
Os	primeiros	capítulos	colocam	lado	a	lado	dois	cenários:	celestial	(cap.	1;	
4;	5;7)	e	terreno	(cap.	2;	3;	6;	8;	9).	Os	cenários	do	céu	tipificam	adoração,	
alegria,paz	e	 triunfo,	ao	passo	que	os	da	 terra	evocam	dificuldades,	caos,	
apostasia	ejuízo	(OSBOURNE,	2014,	p.35).
A	Cristologia	no	livro,	reflete	a	obra	final	através	da	unificação	das	bênçãos	desua	
obra	redentora.	Nos	três	primeiros	capítulos	encontramos	as	descrições	em	torno	doCristo	
Glorificado.
O	 livro	 retrata	 Jesus	Cristo	 como	 “a	Fiel	 e	 verdadeira	Testemunha”	 (Ap	1.5),ex-
pressão	também	utilizada	nos	capítulos	(3.14)	na	carta	a	Laodicéia	e,	por	fim,	em(19.11)	
atribuindo	a	ele	a	qualidade	de	verdadeiro.
21UNIDADE 1 APOCALIPSE
O	termo	grego	aqui	traduzido	por	testemunha,	também	pode	significar	‘már-
tir’embora	seu	significado	original	fosse,	realmente,	“testemunha”.	O	presen-
te	textonão	parece	indicar	a	ideia	de	“mártir”.	Testemunha,	porém,	é	palavra	
que	secoaduna	com	as	exigências	do	contexto.	É	mister	que	uma	testemu-
nha	sejainerentemente	veraz	e	fiel,	 cumprindo	sua	missão	segundo	essas	
qualidadespessoais.	Uma	testemunha	de	nada	vale,	se	não	disser	a	verdade	
(CHAMPLIM,2002,	p.	430).
O	primogênito	dentre	os	mortos	refere-se	a	sua	morte	e	ressurreição,	sendo	oprimei-
ro	dos	mortos	a	ressurgir	e	ser	glorificado,	abre	caminho	para	os	demais.	Assim,podemos	
trazer	dois	destaques	em	especial:
[...]	 Jesus	é	soberano	sobre	a	vida	e	a	morte,	 ideia	que	nos	prepara	para	
verJesus	como	o	juiz	escatológico	(20.14;	21.4),	uma	autoridade	que	elecom-
partilha	com	o	Pai,	e	também	é	o	protótipo	daqueles	que	com	ele	haverão	
deressuscitar	(2.7,11;	20.6;	22.2,3,14,17)	(OSBOURNE,	2014,	p.	39).
O	 título	 de	 “Cordeiro”	 é	 aplicado	 a	Cristo	 no	 livro	 de	Apocalipse	 29	 vezes,	 das	
30menções	encontradas	no	Novo	Testamento.	Osbourne	(2014,	p.	39),	declara	que	“é	um-
título	que	se	volta	totalmente	para	a	grandiosa	vitória	escatológica	de	Cristo	comocordeiro	
pascal	sobre	a	cruz.”	A	primeira	citação	acontece	no	capítulo	5.16:	 “um	Cordeiroem	pé,	
como	se	tivesse	sido	morto”,	retratando	a	obra	redentora	na	cruz.
Portanto,	a	soberania	de	Deus	confere	ao	Salvador	ressurreto	autoridade	como“a-
quele	que	reina	sobre	os	reis	da	terra”.	São	eles,	os	inimigos	de	Cristo	(Ap	10.11;17.18)	
que	serão	derrotados	por	ele	(6.15;	18.9;	19.18)	e	no	final	levarão	sua	glória	paraa	Nova	
Jerusalém,	em	Apocalipse	21.24	(OSBOURNE,	2014).
Outra	característica	manifesta	no	livro	é	o	encorajamento	à	fidelidade	por	partedos	
santos.	A	ética	e	a	moralidade	são	condutoras	da	mensagem	apocalíptica.	Éintrínseco,	não	
apenas	os	incentivos,	mas	advertências	ao	homem	mudar	de	atitude.	EmApocalipse	1.19,	
a	perseverança	é	atestada	pelo	autor	em	sua	prisão	na	ilha	de	Patmos.
A	primeira	menção	acontece	na	mensagem	dirigida	à	Éfeso,	em	Apocalipse2.2,3,	
como	um	elogio	à	perseverança	em	suportar	os	“homens	maus”,	ou	seja,	os	falsosmestres.	
Na	igreja	de	Tiatira,	em	Apocalipse	2.19,	a	perseverança	é	enaltecida	pelasobras	realizadas.
A	perseverança	na	mensagem	das	sete	igrejas	da	Ásia	referem-se	aosvencedores,	
ou	aos	vitoriosos.	Aos	que	mantêm	o	testemunho	fiel	e	verdadeiro,	sãodirigidas	as	promes-
sas	escatológicas:
●	“O	que	vencer,	de	modo	algum	sofrerá	o	dado	da	segunda	morte”
(BÍBLIA,	Apocalipse	2,11	ARA,	1993);
22UNIDADE 1 APOCALIPSE
●	“Ao	que	vencer	darei	do	maná	escondido,	e	lhe	darei	uma	pedra	branca,	e
na	pedra	um	novo	nome	escrito,	o	qual	ninguém	conhece	senão	aquele
que	o	recebe”	(BÍBLIA,	Apocalipse	2,17	ARA,	1993);
●	“E	ao	que	guardar	as	minhas	obras	até	o	fim,	eu	lhe	darei	autoridade
sobre	as	nações”	(BÍBLIA,	Apocalipse	2,26	ARA,	1993);
●	“O	que	vencer	será	assim	vestido	de	vestes	brancas,	e	de	maneira
nenhuma	riscarei	o	seu	nome	do	livro	da	vida;	antes	confessarei	o	seu
nome	diante	de	meu	Pai	e	diante	dos	seus	anjos”	(BÍBLIA,	Apocalipse	3,5
ARA,	1993);
●	“A	quem	vencer,	eu	o	farei	coluna	no	templo	do	meu	Deus,	donde	jamais
sairá;	e	escreverei	sobre	ele	o	nome	do	meu	Deus,	e	o	nome	da	cidade
do	meu	Deus,	a	nova	Jerusalém,	que	desce	do	céu,	da	parte	do	meu
Deus,	e	também	o	meu	novo	nome”	((BÍBLIA,	Apocalipse	3,12	ARA,
1993);
●	Ao	vencer,	eu	lhe	concederei	que	se	assente	comigo	no	meu	trono”
(BÍBLIA,	Apocalipse	3.21	ARA,	1993).
Em	 outras	 passagens	 no	 livro	 de	 Apocalipse,	 são	 mencionados	 aqueles	
queperseveraram,	e	estes	receberão	a	coroa	por	manter	a	santidade	e	os	princípios	morais	
do	Eterno:
Aquele	que	 vencer	 herdará	estas	 coisas;	 e	eu	 serei	 seu	Deus,	 e	ele	 será	
meufilho.	Mas,	quanto	aos	medrosos,	e	aos	incrédulos,	e	aos	abomináveis,	
e	aoshomicidas,	e	aos	adúlteros,	e	aos	feiticeiros,	e	aos	idólatras,	e	a	todos	
osmentirosos,	a	sua	parte	será	no	lago	ardente	de	fogo	e	enxofre,	que	é	a	
segundamorte	(BÍBLIA,	Apocalipse	21.7-8,	ARA,	1993).
4.1 O estilo literárioO	início	do	livro	de	Apocalipse,	transparece	distinguir	três	estilos	literários:“apocalipse”,	
“profecia”	e	 “epístola”.	Existem	estudiosos	defensores	de	cada	um	dosestilos,	 com	uma	
importância	ímpar	dentro	da	literatura	do	Apocalipse.
Embora	reconheça	claramente	a	diversidade	entre	a	profecia	e	o	estiloapocalíptico	
como	dois	gêneros	literários,	a	semelhança	leva	os	estudiosos	a	afirmaremque	o	apocalíptico	
seria	uma	espécie	de	“continuidade”	da	profecia.	Esta	nova	forma	deexpressão	ocorre	como	
um	“substituto”	que	ocorreu	no	judaísmo,	depois	do	períodoprofético.
Há	uma	diferença	notável	entre	as	duas	quanto	à	forma.	Via	de	regra,	a	profeciaera	
composta	de	oráculos	breves,	orais	e	frequentemente	poéticos,	que	eramproclamados	e	
23UNIDADE 1 APOCALIPSE
só	mais	 tarde	 escritos.	O	 apocalíptico	 era	 literário	 quanto	 à	 forma	 desdeo	 princípio.	 “A	
profecia	tem	certo	tom	de	otimismo	(se	a	nação	se	arrepender,	nãohaverá	julgamento),	mas	
a	apocalíptica	tende	a	ser	pessimista	(a	única	esperança	estáno	futuro	e	não	no	presente)”	
(OSBOURNE,	2014,	p.	14).
Além	 disso,	 o	 livro	 contém	 em	 sua	 literatura,	 a	 forma	 epistolar	 na	 mensagem	
asigrejas	da	Ásia	nos	capítulos	2	e	3.	É	predominante	na	linguagem,	a	conjugação	doverbo	
em	 terceira	 pessoa,	 como	 característica	 da	 mensagem	 profética	 de	 Jesus	 Cristo.Por	
exemplo:	“Isto	diz	aquele	que	tem	na	sua	destra	as	sete	estrelas,	que	anda	no	meiodos	
sete	candeeiros	de	ouro”	(BÍBLIA,	Apocalipse	2.1	ARA,	1993).
É	 manifesto	 que	 o	Apocalipse	 é	 reconhecido	 com	 o	 estilo	 apocalíptico,	 apesar	
deconter	outros	aspectos	literários.
A	 apocalíptica	 tenta	 chegar	 aonde	 à	 profecia	 não	 mais	 consegue,	 ou	
melhor,	éuma	profecia	de	longo	alcance	que	tenta	trazer	o	céu	para	a	terra	
ou	 levaralguém	 para	 espiar	 o	 céu	 e	 contar	 para	 os	 demais	 por	 meio	 de	
visões”(CASAGRANDE,	2017,	p.128).
O	apóstolo	João,	autor	do	Apocalipse	do	Novo	Testamento,	apresenta	umalinguagem	
que	aparenta	o	dualismo,	de	conflito	entre	as	 forças	do	bem	e	do	mal.	Adiferença	entre	
os	outros	apocalipses	judaicos	e	pseudoepigráficos,	está	na	abordagemdada	a	soberania	
e	 transcendência	 de	Deus	 em	 relação	 aos	 poderes	 demoníacos.	Alémdisso	 a	 literatura	
apocalíptica	 de	 João,	 possui	 uma	 linguagem	 que	 contém	 símbolos	 que,outrora,	 são	
interpretados	pelo	próprio	autor:	“e	foi	precipitado	o	grande	dragão,	a	antigaserpente,	que	
se	chama	o	Diabo	e	Satanás,	que	engana	todo	o	mundo;	foi	precipitadona	terra,	e	os	seus	
anjos	foram	precipitados	com	ele”	(BÍBLIA,	Apocalipse	12.9,	ARA,1993).
4.2 Canonicidade do livro
O	Apocalipse	do	Novo	Testamento	é	assegurado	como	obra	canônica(divinamente	
inspirado)	e	apostólica,	desde	a	época	mais	antiga	da	história	da	igreja,com	início	em	Her-
mas,	no	início	do	século	II	d.C,	até	Orígenes,	no	começo	do	século	IIId.C.
O	livro	de	Apocalipse	possuía	grande	aceitação	como	qualquer	outro	livro	doNovo	
Testamento,	porém,	houve	aqueles	que	o	rejeitaram.	Por	exemplo,	Apocalipse	nãoconstava	
na	lista	do	cânon	do	Concílio	de	Laodicéia	no	Ano	de	360	d.C.,	além	de	nãoser	incluído	nas	
liturgias	da	igreja	oriental	da	Peshita,	a	Bíblia	siríaca.	(OSBOURNE,2014).
Acerca	dessas	rejeições	da	canonicidade	do	livro,	D.A	Carson	e	Leon	Morrisafir-
mam	que:
24UNIDADE 1 APOCALIPSE
[...]	essas	rejeições	de	Apocalipse	ocorridas	aqui	e	ali	na	igreja	ocidental	nãoafe-
taram	sua	canonicidade,	e	a	partir	do	momento	não	há,	no	Ocidente,nenhuma	sombra	de	
dúvida	quanto	à	plena	condição	canônica	de	Apocalipse(CARSON;	MORRIS,	2007,	p.	536).
No	Concílio	que	aconteceu	em	Cartago	no	ano	de	397	d.C,	Atanásio	inclui	oApo-
calipse	de	João	como	sendo	parte	do	Cânon	oficial	do	Novo	Testamento,	formandoassim,	
vinte	e	sete	livros	canônicos.	Posteriormente,	ocorre	uma	maior	aceitação	do	livrono	oriente	
e,	no	ano	de	680	d.C.,	o	Apocalipse	foi	considerado	canônico	no	Concílio	de	Constantinopla.
4.3 Literaturas apocalípticas não canônicas
A	 teologia	 encontrada	 no	 Apocalipse	 do	 cânon	 do	 Novo	 Testamento,	
éconsideravelmente	diferente	dos	apocalipses	não	canônicos.	O	Apocalipse	de	João,assim	
como	 os	 outros	 não	 canônicos,	 foram	 escritos	 em	 épocas	 de	 perseguição.Entretanto,	
os	 não	 canônicos	 possuem	 uma	 narrativa	 que	 evidencia	 a	 pior	 situação	 desua	 cultura	
contemporânea,	mas	não	atribui	esses	eventos	a	Deus.
O	Apocalipse	de	João	é	repleto	de	fé	e	esperança,	de	cânticos	de	alegria	pelacerteza	
da	 vitória	 final.	 Em	 contrapartida,	 os	 apocalipses	 pseudoepígrafos,	 revelavamsomente	
uma	 avaliação	 pessimista	 da	 cultura	 contemporânea.	 O	 termo“pseudoepigráficos”,	 “[...]	
significa	 que	 ‘em	 honra’	 a	 alguma	 antiga	 personalidadefamosa,	 um	 livro	 foi	 escrito	 por	
outrem,	aproveitando-se	do	prestígio	do	nome	daquelapersonalidade,	a	fim	de	perpetuar	
sua	tradição”	(CHAMPLIM,	2002	p.	352).
Neste	tipo	de	literatura	apocalíptica,	a	maldade	predominava	em	qualqueroportunidade,	
remetendo	a	 ideia	de	 triunfo	sobre	o	povo	de	Deus.	O	controle	 totalaparentava	 ter	sido	
obtido	pelos	poderes	demoníacos.Essas	literaturas	não	inspiradas	consideravam	um	tipo	
de	dualismo,	poisapresentavam	os	acontecimentos	apocalípticos	como	um	conflito	cósmico	
entre	o	bem	eo	mal.
As	literaturas	apocalípticas	não-canônicas	mais	conhecidas	são:
●	O	livro	de	Enoque,	que	é	geralmente	designado	como	I	Enoque,	erao	mais	impor-
tante	dos	livros	pseudoepigráficos.	Vejamos	o	que	afirma	CliftonAllen	em	seu	comentário	
bíblico:
[...]	Deus	lhe	havia	dado	a	revelação	e	um	anjo	lhe	havia	mostrado	uma	visão	
ehavia	explicado	 tudo	o	que	viria	a	acontecer	no	 futuro.	Os	anjos	haviam-
seenamorado	 das	 filhas	 dos	 homens,	 e	 por	 isso	 haviam	 caído	 à	 terra	 e	
causado	omal	entre	os	homens.	[...]	Ele	perscrutou	o	Sheol,	e	discerniu	as	
suas	divisões.Uma	desordenada	curiosidade	a	respeito	do	calendário	levou	
25UNIDADE 1 APOCALIPSE
a	uma	divisão	dahistória	em	dez	períodos,	dos	quais	o	sétimo,	caracterizado	
pela	apostasia,	haviachegado.	O	oitavo	período	era	esperado	para	 logo,	e	
seria	cheio	de	justiça.	Osímpios	seriam	destruídos	durante	a	nona	era,	em	
preparação	para	a	décima,	quetraria	novos	céus	e	 terra	 (ALLEN,	1987,	p.	
286).
●	Os	Testamentos	dos	Doze	Patriarcas	haviam	sido	escritos	no
período	de	109-107	a.C.	Tipicamente	pseudepigráficas,	apresenta-se	como	sendo
escrito	pelos	doze	filhos	de	Jacó;
●	O	Apocalipse	de	Esdras,	que	recebe	a	nomenclatura	de	IV	Esdras.
Consiste	de	sete	visões	supostamente	tidas	por	Esdras	na	Babilônia,	mas,	na
verdade,	relacionadas	com	a	última	parte	do	primeiro	século	cristão.	Retrata	o
pensamento	judeu	à	luz	da	queda	de	Jerusalém	diante	dos	romanos,	em	70	d.C.
4.4 Diferenças importantes
As	diferenças	entre	o	Apocalipse	de	João	e	os	outros	apocalipses	não	canônicos-
são	mais	acentuadas	do	que	as	possíveis	similaridades.	Vejamos:
●	No	apocalipse	de	João,	o	conflito	dualista	é	apresentado	de	um	ponto	de
vista	inferior	a	pessoa	de	Deus,	e	nunca	se	abdica	da	soberania	do	Deus	Eterno.
A	transcendência	de	Deus,	apresentada	é	sublime	e	remete	a	exaltação.
Portanto,	não	apresenta	indícios	de	ausência	ou	desinteresse	de	Deus	em
relação	a	criação,	como	sugere	algumas	obras	apocalípticas	pseudoepigráficas;
●	A	linguagem	de	mistério	que	possam	remeter	a	incompreensão	no	livro,
não	apontam	para	o	esoterismo	dos	apocalipses	não-canônicos.	O	autor	se
empenha	para	que	haja	entendimento	apesar	da	complexidade	de	seu	conteúdo
(BROADMAN,	1987);
●	Um	dos	critérios	de	canonicidade	é	que	seu	autor	seja	conhecido.	No	caso
do	Apocalipse,	o	autor	é	João.	Ele	utiliza	o	seu	nome	no	início	do	livro	e	escreve
aos	cristãos	das	sete	igrejas	da	Ásia,	que	anteriormente	o	conheciam.	As
literaturas	pseudoepigráficas	utilizavam	o	nome	de	um	autor,	que	em	sua
maioria,	constituía	vários	autores.	Portanto,	o	Apocalipse	de	João	não	é
pseudoepígrafo;
26UNIDADE 1 APOCALIPSE
●	O	Apocalipse	de	João	demonstra	a	obra	redentora	em	uma	linguagem
cristológica	quedifere	do	apocalípticos	que	apresentam	elementos	do	judaísmo;
●	Em	relação	aos	conceitos	morais	e	éticos,	Broadman	afirma:
“Uma	 ênfase	 diferente	 acerca	 da	 ética	 é	 perceptível.	 Os	 profetas	 tinham	
umaprofunda	apreciação	pelas	escolhas	e	pelo	procedimento	dos	homens	
comofatores	determinantes	do	futuro.	Os	apocalípticos,	crendo	que	o	futuro	
já	 haviasido	 determinado	 conforme	 outros	 padrões,	 surpreendentemente	
ficavam	adesejar	em	termos	de	exortações	de	natureza	ética”	(BROADMAN,	
p.	288);
●	O	sofrimento	da	humanidade	tem	uma	abordagem	diferente	quando
relacionado	às	literaturas	apocalípticas	não-canônicas.	Nota-se	uma	espécie	de
dualismo	com	o	confronto	entre	a	ordem	e	o	caos,	o	pecado	e	a	queda	dos
homens	e	dos	anjos.	Além	disso,	ocorre	o	conflito	de	Deus	e	seus	exércitos
celestiais,	contra	Satanás	e	seus	anjos.	Além	disso,	a	resultante	do	sofrimento
ocorre	através	da	atuação	dos	poderes	malignos,	tomando	o	ser	humano	como
sendo	indefeso;
●	A	revelação	do	Apocalipse	de	João,	revela	um	conceito	divergente	acerca
do	sofrimento.	As	decisões	morais	baseadas	na	fé	do	Salvador	Ressurreto,
podem	vencer	o	sofrimento.	A	obra	redentora	de	Cristo	obteve	a	vitória	sobre	o
pecado	e	aqueles	que	permanecem	fiéis,	podem	desfrutar	da	vitória	final	apesar
do	sofrimento.	João	estabelece	equilíbrio	entre	a	história	da	queda	do	homem	e
seus	sofrimentos	com	a	esperança	escatológica.	Tal	conceito	de	esperança	e
vitória	final	é	ausente	nos	apocalipses	não-canônicos	(BROADMAN,	1987);
●	Inúmeros	apocalipses	judaicos	e	cristãos	não-canônicos	propiciam	uma
fonte	literária	ampla.	Porém,	O	livro	de	Daniel	é	a	fonte	mais	importante	de
informação	para	a	interpretação	do	Apocalipse	de	João,	visto	que	ele	oferece
uma	similaridade	grande	com	as	figuras	utilizadas	pelo	seu	autor	João.
Os	dois	grandes	livros	que	contém	similaridades	são	Daniel	e	Apocalipse.	Porémnu-
merosas	passagens	apocalípticas	aparecem	na	Bíblia,	tais	como	Isaías	24-27,	Marcos13	e	
II	Tessalonicenses	2:1-12.	Os	Evangelhos	do	Novo	Testamento	têm	um	aspecto	fortemente	
apocalíptico.
27UNIDADE 1 APOCALIPSE
Você	sabia	que	é	possível	visitar	a	ilha	onde	João	escreveu	o	Apocalipse?	Naprová-
vel	localização	descrita	no	capítulo	1	e	versículo	9,	existe	uma	gruta	que	segundoa	tradição	
local,	acredita	ser	o	local	exato	onde	foi	escrito	o	Apocalipse.	Apesar	de	nãohaver	compro-
vação	que	o	local	seja	exatamente	onde	acontecem	as	revelações,	o	vídeodisponível	no	
link	abaixo	mostra	detalhes	dessa	fascinante	ilha.	Acesse	o	Link:https://www.youtube.com/
watch?v=7rjHt7wjj0A
Para	cada	carta	às	sete	igrejas	da	Ásia,	o	nome	e	a	representação	de	JesusCristo	
possuem	uma	aplicação	 prática	 para	 a	 realidade	 que	 viviam.	Citações	 como:	 “Istodiz	 o	
primeiro	 e	 o	 último,	 que	 foi	morto	 e	 reviveu”,	 “aquele	 que	 tem	 a	 espada	 aguda	 dedois	
gumes”,	demonstram	o	senhorio	e	a	soberania	do	Salvador,	além	de	trazer	umaexortação	
aos	seus	ouvintes.
Fonte: O	Autor	(2022).
https://www.youtube.com/watch?v=7rjHt7wjj0A 
https://www.youtube.com/watch?v=7rjHt7wjj0A 
28UNIDADE 1 APOCALIPSE
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estamos	 encerrando	 nossa	 primeira	 unidade	 de	 estudo.	 Meu	 desejo	 é	 que	
vocêstenham	aprendido	bastante	sobre	o	panorama	do	Apocalipse.	Entendo	que	o	assunto	
écomplexo	e	demanda	muito	mais	dedicação	e	pesquisa.	Com	a	finalidade	de	aprofundarseus	
conhecimentos,	 incentivo	 que	 se	 aprofundem	 um	 pouco	 mais	 no	 assunto,	 atravésde	
artigos	científicos,	dicionários	teológicos,	enciclopédias,	livros	e	obras	sistemáticas.Como	
consequência,	 você	 terá	 mais	 ferramentas	 para	 obter	 uma	 interpretação	 saudávelda	
mensagem	do	livro.
Sendo	 assim,	 vamos	 finalizar	 alguns	 assuntos	 tratados,	 como	 por	 exemplo	
aperseguição	dos	cristãos	e	a	religião	da	igreja	primitiva.	Estudamos	o	propósito	e	asquestões	
que	 impulsionaram	 João	 a	 escrita	 do	 texto.	A	 revelação	 acontece	 no	momentoem	 que	
os	cristãos	passavam	por	perseguições	pelo	 império,	portanto,	conseguimosidentificar	o	
propósito	histórico	da	 revelação	do	Apocalipse.	Jesus	Cristo	se	dirige,primeiramente,	às	
sete	 igrejas	 da	 Ásia	 com	 uma	 mensagem	 contextual	 para	 suarealidade.	 Encontramos	
momentos	de	repreensão,	conforto	e	elogios.
Porém	 a	 mensagem	 traz	 revelações	 através	 das	 visões,	 que	 apontam	
paraacontecimentos	 majestosos	 que	 provavelmente	 acontecerão	 no	 futuro,	 ou	 seja,	
odesfecho	 da	 história	 da	 redenção	 com	 o	Reino	Eterno.	 Sobre	 este	 assunto	 falaremos	
umpouco	mais	na	Unidade	II.
A	mensagem	teológica	do	Apocalipse	trata	como	tema	central	a	soberania	deDeus	
nos	momentos	de	perseguição,	até	o	momento	final.	A	obra	redentora	de	Cristoressurreto	é	
apresentada	em	diversos	pontos	da	obra,	como	Deus	sublime	e	exaltado.	Oestilo	apocalíptico	
presente	 na	 obra,	 apresenta	 o	 juízo	 não	 de	 forma	 pessimista,	 sob	 aperspectiva	 de	 um	
Deus	ausente	e	distante.	Além	disso,	revela	a	intenção	dealinhamento	moral	segundo	seus	
princípios,	com	a	mensagem	de	arrependimento	parasalvação	que	sobrepõe	o	sofrimento.
Espero que tenha sido um tempo proveitoso e desejo a você ótimos estudos!
Até a próxima unidade!
29UNIDADE 1 APOCALIPSE
LEITURA COMPLEMENTAR
O chamado para o martírio em Apocalipse: as sete igrejas da Ásia
O	artigo	traz	uma	abordagem	importante	sobre	o	martírio	e	a	perseguiçãopresentes	
no	contexto	da	escrita	do	Apocalipse,	em	especial	as	sete	igrejas	da	Ásia.	Otrabalho	elucida	
questões	básicas	dos	motivos	da	perseguição	e	o	posicionamento	doscristãos	da	época	em	
relação	ao	martírio.
Fonte:	 LIMA,	LEANDRO	A.	O	chamado	para	o	martírio	em	Apocalipse:	 as	 sete	
igrejas	da	Ásia.	FidesReformata.	São	Paulo:	Editora	Mackenzie,	v.	26,	n.	1,	2021.Disponível	
em:	 https://cpaj.mackenzie.br/wp-content/uploads/2021/07/Fides-26-1-1-O-Chamado-pa-
ra-o-Martirio-em-Apocalipse-Leandro-Lima.pdf	Acesso	em:	13	out.	2022.
https://cpaj.mackenzie.br/wp-content/uploads/2021/07/Fides-26-1-1-O-Chamado-para-o-Martirio-em-Apocalipse-Leandro-Lima.pdf
https://cpaj.mackenzie.br/wp-content/uploads/2021/07/Fides-26-1-1-O-Chamado-para-o-Martirio-em-Apocalipse-Leandro-Lima.pdf
30UNIDADE 1 APOCALIPSE
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO
Título: Apocalipse para todos
Autor: N.T. Wright.
Editora: Thomas Nelson Brasil.
Sinopse: Muitos consideram Apocalipse o livro mais difícil do 
Novo Testamento. Eleestá cheio de imagens estranhas, sinis-
tras e, às vezes, violentas. Como resultado, aspessoas que se 
sentem seguras nos Evangelhos, em Atos e nas Cartas Paulinas 
seveem pisando em ovos em torno do último livro da Bíblia, com 
a sensação de que nãopertencem a esse lugar. Mas elas perten-
cem! Apocalipse oferece uma das visões maisclaras e nítidas a 
respeito do propósito final de Deus para toda a criação. Nesse 
livrovemos como as poderosas forças do mal podem ser e estão 
sendo derrubadas por meioda vitória de Jesus, o Messias, que 
continua a inspirar e fortalecer seus seguidoresatualmente.
FILME
Título: O Apocalipse
Ano: 2000.
Sinopse: 90 d.C. O Imperador Romano Domitiano lançou uma 
campanha bárbara
contra os cristãos. Mantido como refém pelos romanos na ilha 
de Patmos, o velho
apóstolo João luta para salvar a Cristandade da extinção, en-
viando cartas às
comunidades cristãs. Determinada pela vontade de conhecer 
a última testemunha vivada paixão de Cristo, a jovem cristã 
Irene consegue ter acesso à cela de João.Confiando-lhe suas 
anotações escritas de suas visões, João implora a Irene para 
queespalhe a mensagem entre os cristãos. Estas visões formam 
o conteúdo do Livro dasRevelações. Para alguns, elas evocam o 
fim do mundo, para outros, apontam para asdificuldades espi-
rituais que os cristãos enfrentam em todas as épocas.
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Plano de Estudos
 ● Métodos de Interpretação;
 ● Estrutura;
 ● Esboço Exegético do Livro.
Objetivos da Aprendizagem
 ●Estudar os métodos de interpretação para o livro de Apocalipse;
 ●Compreender a estrutura do livro e suas abordagens;
 ●Entender a mensagem e as divisões através de um esboço exegético do 
Apocalipse.
2UNIDADEUNIDADE
INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURAINTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA
Professor Esp Erison de Moraes Valério
DO LIVRO DE APOCALIPSE DO LIVRO DE APOCALIPSE 
32UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
INTRODUÇÃO 
Olá, tudo bem? Seja bem-vindo a mais uma unidade de estudo!
Vamos	aprender	um	pouco	mais	sobre	o	Apocalipse	e	os	assuntos	escatológicos.	
Para	lidarmos	com	este	assunto	que,	naturalmente	é	motivo	de	interpretações	que	partem	
de	pressuposições,	precisamos	conhecer	as	mais	diversas	abordagens	exegéticas	para	
não	cair	em	tentação.	Como	obra	literária	o	livro	é	repleto	de	particularidades	como	lingua-
gem	simbólica,	figuras	e	termos	complexos	da	língua	grega.	O	desafio	para	o	estudante	de	
teologia	é	analisar	as	linhas	de	pensamento	quanto	a	interpretação,	estruturando	o	conteú-
do	com	a	finalidade	de	extrair	seu	significado.	Em	se	tratando	de	Apocalipse,	essa	tarefa	
demanda	dedicação,	pois	estamos	buscando	compreender	um	dos	livros	mais	difíceis	do	
Novo	Testamento.
No	primeiro	 tópico,	 estudaremos	os	métodos	de	 interpretação	que	 se	 formaram	
ao	longo	da	história.	Entre	eles,	o	método	preterista	que	entende	os	eventos	do	livro	como	
exclusivos	a	época	apostólica	de	João;	o	método	histórico	que	tenta	amoldar	as	revelações	
com	 o	 curso	 da	 história	 da	 humanidade;	 o	 método	 futurista	 busca	 o	 cumprimento	 das	
profecias	em	momentos	que	ainda	estão	por	vir	e,	por	fim	a	visão	idealista	que	entendem	a	
mensagem	fora	da	linha	temporal.
Já	no	segundo	tópico	aprenderemos	os	pontos	de	vista	sobre	a	estruturação	do	
texto	do	Apocalipse	que	estão	 interligados	com	a	 linha	de	 interpretação	adotada.	Como	
podemos	 entender	 a	 ordem	 dos	 acontecimentos	 do	 livro?	 É	 sequencial	 ou	 através	 de	
paralelos?	Vamos	aprender	cada	uma	delas!
Finalizando	 o	 conteúdo	 da	 unidade,	 compreenderemos	 a	 mensagem	 em	 suas	
particularidades	através	de	um	esboço	exegético,	eu	irá	tratar	os	mais	diversos	assuntos	
do	Apocalipse.
Desejo a todos bons estudos e sucesso em mais essa etapa! Vamos lá!
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33UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
 1
TÓPICO
MÉTODOS DE 
INTERPRETAÇÃO
Para	a	 interpretação	do	Livro	do	Apocalipse	de	João,	veremos	as	mais	diversas	
frentes	que	se	dedicam	a	estudá-lo.	Alguns	fatores	se	apresentam	como	influenciadores	
para	a	exegese	do	Apocalipse	e	da	Bíblia	como	um	todo.	Ao	longo	da	história	as	tradições	
religiosas	construíram	formas	particulares	de	fazer	análise	interpretativa	de	vários	assuntos	
bíblicos.	Vamos	conhecê-las!
1.1 Método Preterista
O	método	preterista	tem	por	pressuposto	principal	que	os	episódios	e	particularidades	
do	livro	de	Apocalipse,	referem-se	ao	período	vivido	pelos	apóstolos	e	não	tem	relação	com	
o	 futuro.	Com	 referência	 a	 visão	 preterista,	Osbourne	 afirma	 que	 “[...]	 os	 símbolos	 são	
referências	 a	 acontecimentos	 do	 primeiro	 século	 vivenciados	 pelos	 primeiros	 leitores,	 a	
quem	João	está	dizendo	como	Deus	haverá	de	livrá-los	de	seus	opressores”	(OSBOURNE,	
2014,	p.	21).
Segundo	o	método,	todas	as	passagens	do	livro	fazem	referência	a	acontecimen-
tos	 que	 teriam	 ocorrido	 naquele	 período.	Ainda	 exemplificando,	 o	Apocalipse	 expressa	
as	esperanças	dos	cristãos	primitivos	da	Ásia.	Eles	em	breve	seriam	libertados	dos	seus	
sofrimentos	sob	o	domínio	dos	romanos	(LADD,	1986).
Três	vertentes	principais	são	próprias	do	método	preterista.	A	primeira	associa	os	
acontecimentos	relatados	no	livro	do	Apocalipse	com	a	igreja	e	as	perseguições	de	Roma	no	
primeiro	século.	Como	exemplo	de	interpretação	preterista,	podemos	citar	a	associação	de	
Roma	aos	eventos	descritos	no	livro.	“A	besta,	desse	modo,	poderia	ser	o	Império	Romano	
34UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
ou	o	imperador,	e	os	selos,	trombetas	e	taças	seriam	juízos	que	Deus	está	derramando	(ou	
logo	derramará)	sobre	a	própria	Roma”	(OSBOURNE,	2014,	p.	21,	22).	
A	segunda	vertente	preterista	é	oriunda	de	estudiosos	críticos	como	Yarbro	Collins	
e	L.	Thompson.	Seus	pressupostos	se	baseiam	que	a	teologia	escatológica	do	 livro	não	
aponta	numa	linha	temporal	para	o	futuro,	mas	na	ressignificação	do	presente.		A	simbolo-
gia	contida	no	livro	possibilitaria	a	suposição	de	duas	realidades	alternativas	entre	as	quais	
os	intérpretes	precisam	definir:	a	perspectiva	transcendente	que	envolve	Deus	e	a	igreja	
ou,	o	mundo	secular	romano.
O	terceiro	aspecto	preterista	acredita	que	o	livro	do	Apocalipse	de	João	teria	sido	
produzido	antes	do	ano	70	d.C.	As	profecias	contidas	no	livro	teriam	relação	com	a	queda	
de	Jerusalém	pelo	 juízo	divino.	Essa	terrível	consequência	 foi	decorrente	da	rejeição	do	
Messias	pelo	povo	de	Israel.	Seguindo	seus	conceitos,	a	batalha	do	Armagedon	se	refere	
ao	cerco	da	capital	de	Israel	no	ano	70	d.C.	A	besta	do	Apocalipse	seria	o	Império	Romano	
(OSBOURNE,	2014).	
Para	dar	credibilidade	a	esta	última	vertente,	encontramos	um	problema	na	data-
ção	do	livro	de	Apocalipse,	que	teria	que	ter	sido	escrito	antes	da	destruição	de	Jerusalém.	
Porém,	a	data	aproximada	e	aceita	pela	maioria	dos	estudiosos	seria	entre	os	anos	de	95	
a	96	d.C.
Além	 dessas	 vertentes,	 precisamos	 destacar	 duas	 alas	 do	 preterismo.	 Simon	
Kiskemaker,	citando	o	autor	Phillip	Schaff	relaciona	como	“ala	direita”	e	“ala	esquerda”.	A	ala	
direita	ensina	que	o	Apocalipse	é	divinamente	inspirado	e	tem	um	elevado	posicionamento	
em	 relação	 as	 Escrituras.	 No	 caso	 da	 ala	 esquerda,	 existe	 uma	 rejeição	 da	 inspiração	
das	Escrituras,	colocando	o	Apocalipse	de	João	similar	aos	apocalipses	pseudoepígrafos	
(KISKEMAKER,	2004).
	
Schaff	define	a	ala	direita	como	aqueles	“que	reconhecem	uma	profecia	real	
e	verdade	permanente	no	livro	[do	Apocalipse]”,	e	a	ala	esquerda	como	os	
que	o	consideram	como	“um	sonho	de	um	visionário	que	foi	falsificado	pelos	
eventos”.	Guthrie	(SCHAFF,	1950,	citado	por	OSBOURNE,	2014,	p.	61).
Resumindo,	o	método	preterista	afirma	que	todo	registro	do	Apocalipse	acontece	
na	época	de	seus	autores,	portanto,	para	nós	isso	já	aconteceu	no	passado.
35UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
1.2 Método Histórico
Esta	forma	de	abordagem	na	interpretação	busca	moldar	os	acontecimentos	do	livro	
durante	várias	épocas	distintas	da	história	da	humanidade.	Os	eventos	descritos	se	referem	
à	uma	abordagem	progressiva	em	relação	ao	início,	até	o	destino	da	igreja	e	do	mundo.	
Seus	adeptos	afirmam	o	cumprimento	em	parte	de	algumas	profecias,	e	outras	estariam	
ainda	por	cumprir.	Além	de	buscar	encaixar	algumas	dessas	profecias	e	seu	cumprimento	
no	tempo	presente.
“A	história	secular	e	a	história	religiosa	estão	entrelaçadas,	e	os	proponentes	têm	
tentado	interpretar	os	eventos	de	seu	próprio	período	da	história	como	predito	no	Apocalip-
se”	(SILVA,	2020,	p.15).
Joaquim	de	Fiore,	no	séculoXXII,	foi	quem	instaurou	este	método,	quando	alegou	
receber	uma	visão	que	mostrava	os	1260	dias	descritos	no	Apocalipse	uma	profecia	dos	
acontecimentos	da	história	ocidental,	iniciando	nos	tempos	apostólicos	até	o	presente.	
[...]	há	 intérpretes	que	aplicam	o	 livro	à	 Igreja	Ocidental,	 como	se	a	 Igreja	
Oriental	não	existisse.	Além	do	mais,	os	adeptos	do	ponto	de	vista	histórico	
às	vezes	recorrem	a	interpretações	triviais	que	são	não	apenas	fantasiosas,	
mas	que	estão	desonrando	a	Escritura	(KISKEMAKER,	2004,	p.	63).
	Posteriormente,	os	Franciscanos,	uma	ordem	mendicante	dentro	da	Igreja	Católica,	
aderiu	a	proposição	de	Joaquim	interpretando	a	revelação	do	livro	de	Apocalipse	da	mesma	
forma.	Eles	indicavam	o	cumprimento	da	profecia	com	relação	a	Roma	e	seu	paganismo	da	
época	(pela	corrupção	existente	na	igreja)	(OSBOURNE,	2014).
No	século	XVI,	a	reforma	protestante	através	dos	reformadores	Lutero	e	Calvino,	
aderiu	 ao	método	 apontando	 o	 papa	 como	 o	Anticristo.	A	 visão	 clássica	 dos	 dispensa-
cionalistas	 utilizou	 essa	 interpretação,	 associando	a	mensagem	às	 sete	 igrejas	 da	Ásia	
com	sete	períodos	da	era	da	igreja.	(OSBOURNE,	2014).	Os	dispensacionalistas	também	
entenderam	o	Apocalipse	capítulos	2	ao	19,	que	incluem	os	sete	selos,	as	sete	trombetas,	
as	 sete	 taças	 e	 os	 capítulos	 parentéticos,	 com	 o	 desenvolvimento	 da	 história	 da	 igreja	
ao	longo	dos	séculos.	Como	consequência	a	Besta	e	o	Anticristo	foram	associados	como	
sendo	o	Papa,	Napoleão,	Mussolini	ou	Hitler.	(SILVA,	2020)
O	método	apresenta	alguns	pontos	fracos,	pela	necessidade	de	ser	reformulado	
a	cada	período	em	que	falha	a	associação	com	eventos	e	personagens.	Grant	Osbourne	
afirma	em	seu	comentário	exegético	do	Apocalipse	que:	
Em	virtude	de	 sua	 fragilidade	 intrínseca	 (a	 identificação	 com	a	história	 da	
igreja	apenas	ocidental,	a	especulação	inerente	contida	nos	paralelos	traça-
36UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
dos	com	a	história	mundial),	o	fato	de	precisar	ser	reformulada	a	cada	novo	
período	histórico,	a	total	falta	de	relevância	do	texto	para	João	e	para	seus	
primeiros	leitores	(OSBOURNE,	2014,	p.	21).
1.3 Método Futurista
Os	primeiros	pais	da	igreja	como	Justino,	Irineu	e	Hipólito,	se	valiam	deste	método.	
Porém,	este	método	deixou	de	ser	evidência	na	história	do	cristianismo	por	mais	de	um	
século.	Isso	aconteceu	em	decorrência	da	ascensão	do	método	alegórico	de	interpretação,	
que	enxergava	algumas	passagens	de	forma	excessivamente	figurada.	Além	disso,	a	visão	
amilenista	predominou	após	Agostinho,	sobrepujando	o	método	(OSBOURNE,	2014).
A	interpretação	futurista	dos	escritos	do	Apocalipse	apresenta	seus	pressupostos	
na	maior	parte	do	livro.	Essa	perspectiva	se	inicia	no	capítulo	4	versículos	1,	como	aconte-
cimentos	que	ainda	estão	por	vir.	Os	adeptos	dessa	linha	de	interpretação	propõem	que	as	
profecias	do	Apocalipse	acontecerão	num	período	anterior,	durante	e	logo	após	o	retorno	
de	Jesus	ao	mundo.	
Segundo	afirma	Simon	Kiskemaker,	“[...]	o	escritor	do	Apocalipse,	ao	longo	de	todo	
o	livro,	aponta	para	o	dia	do	regresso	de	Cristo.	O	elemento	profético	é	um	componente	
inegável	 [...]”	 (KISKEMAKER,	2004,	p.	64).	A	mensagem	é	de	perspectiva	profética	com	
cumprimento	 futuro,	 tendo	em	vista	que	o	autor	escreve	concretizando	o	grande	Dia	do	
Senhor,	onde	acontecerá	o	retorno	prometido.
Os	futuristas	destacam	o	teor	da	mensagem	de	João,	associando	algumas	coisas	
que	 aconteceram	 no	 presente	 e	 outras	 que	 sucederão	 no	 futuro.	 	 Na	 última	 parte	 de	
Apocalipse	 4.1,	 João	 escreve:	 “Sobe	 aqui,	 e	mostrar-te-ei	 as	 coisas	 que	 depois	 destas	
devem	acontecer”	(BÍBLIA,	Apocalipse	4:1,	ARA,	1993).
Portanto,	essa	passagem	apresentaria	dois	momentos.	Primeiro	se	refere	às	coisas	
que	aconteceram	no	presente	(na	época	que	João	vivia).	Num	segundo	momento,	aquilo	
que	estava	previsto	para	acontecer	no	futuro	“as	coisas	que	devem	acontecer”.
O	método	exegético	utilizado	pelos	futuristas	é	o	literal	que	considera	a	parte	final	
do	livro	como	um	testemunho	das	coisas	do	fim,	inclusive	com	consequências	cósmicas.	
Como	ponto	positivo,	o	método	reconhece	que	existem	acontecimentos	futuros	pela	des-
crição	do	texto,	porém,	alguns	problemas	exegéticos	podem	aparecer	por	conta	da	visão	
futurista.	“Um	deles	é	que	ela	faz	com	que	os	três	primeiros	capítulos	do	Apocalipse	venham	
a	ser	irrelevantes	para	a	Igreja	contemporânea”	(KISKEMAKER,	2004,	p.	64).	Assim	sendo,	
os	 assuntos	pertinentes	 à	mensagem	de	Cristo	 para	 as	 sete	 igrejas	 da	Ásia	Menor,	 se	
restringem	unicamente	ao	momento	histórico	que	acontecem.	Esse	pensamento	não	dá	
margem	para	aplicar	o	sentido	teológico	da	mensagem	em	nossos	dias.	Tal	posicionamento	
37UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
pode	negligenciar	a	mensagem	apocalíptica	para	a	época	do	Século	I,	dando	margem	às	
especulações.
Existem	 duas	 vertentes	 deste	método:	 o	 dispensacionalismo	 e	 o	 pré-milenismo	
clássico.	Os	dispensacionalistas	crêem	que	Deus	conduz	a	história	por	alguns	estágios	
que	se	concentram	na	eleição	de	seu	povo.	O	momento	histórico	que	vivemos	compreende	
a	era	da	igreja,	ou	seja,	um	interlúdio	onde	a	atuação	da	igreja	acontece,	até	que	haja	um	
avivamento	nacional	entre	povo	judeu,	que	rejeitou	o	Salvador.		No	final	da	era	da	igreja	
aconteceria	o	arrebatamento,	e	 inicia-se	a	grande	 tribulação	que	duraria	sete	anos	 (Ap.	
13).		No	final	desse	período	se	reserva	a	parousia,	com	a	volta	de	Cristo	para	o	julgamento,	
seguido	de	um	milênio	literal	(Ap	20.1-10),	o	julgamento	do	grande	trono	branco	(Ap.	20.11-
15)	e	o	início	do	estado	eterno	(Ap	21.1-22.5).		
O	pré-milenismo	clássico	é	semelhante,	exceto	pelos	períodos	das	dispensações.	
“Há	somente	uma	volta	de	Cristo,	após	o	período	da	tribulação	(Mt	24.29-31;	cf.	Ap	19.11-
21),	e	toda	a	igreja,	não	somente	a	nação	de	Israel,	passará	pelo	período	de	tribulação”	
(OSBOURNE,	2014,	p.	23).
FIGURA 1 – OS MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DO APOCALIPSE
		
Fonte:	O	Autor	(2022).
1.1 Método Idealista
O	método	idealista	é	bastante	propagado	e	defende	que	os	símbolos	contidos	no	
livro	não	estão	relacionados	com	situações	que	acontecem	na	linha	do	tempo	histórica,	mas	
com	princípios	espirituais	atemporais.	O	autor	não	teria	recebido	na	ilha	de	Patmos	a	visão	
da	Igreja	no	futuro	ou	acontecimentos	relacionados	ao	final	dos	tempos,	mas	que	fortificam	
os	cristãos	nos	conflitos	que	enfrentavam.	Eles	 interpretam	o	Apocalipse	de	João,	como	
uma	obra	cujos	princípios	apontam	Jesus	Cristo	vitorioso	com	seu	povo,	derrotando	Satanás	
e	seus	anjos.	Os	idealistas	dão	evidência	aos	princípios	apresentados	na	mensagem	do	
Apocalipse,	como	aplicações	aos	cristãos	de	todos	os	momentos	na	história.	
38UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
Representa	a	batalha	entre	o	bem	e	o	mal,	a	igreja	e	o	mundo	de	todas	as	épocas	
da	história	da	igreja	(OSBORNE,	2014).
Os	sete	selos,	as	sete	trombetas	e	as	sete	taças	apresentam	os	julgamentos	de	
Deus	aos	pecadores	ao	longo	da	história.	A	Besta	aponta	aos	impérios	que	aparecem	ou	se	
relacionam	com	a	história	no	âmbito	bíblico,	e	seus	governantes	contrários	aos	princípios	
bíblicos.
Segundo	o	método,	“o	Apocalipse	não	é	uma	história	de	eventos	que	tenham	ocor-
rido	no	passado	ou	uma	profecia	de	eventos	que	se	concretizarão	no	futuro.	É	um	livro	que	
enche	o	povo	de	Deus	com	conforto	e	motivação	para	suportar	até	o	fim”	(KISKEMAKER,	
2004,	p.	65).
O	 ponto	 positivo	 dessa	 linha	 de	 pensamento,	 está	 na	 abordagem	da	mensagem	
teológica	central	que	apresenta	o	Apocalipse	e	a	sua	importância	para	a	igreja	no	âmbito	uni-
versal.	Além	disso,	considera	possível	a	interpretação	dos	símbolos	contidos	no	livro.	O	ponto	
negativo	é		que	não	faz	associações	históricas	e	não	considera	os	aspectos	relacionados	ao	
futuro	de	algumas	profecias.	Em	suma,	os	assuntos	não	possuem	relação	com	a	história.QUADRO 1 - EXEMPLO DOS MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
Fonte: Voltemos	 ao	 Evangelho.	 Disponível	 em:	 https://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/08/
quatro-interpretacoes-de-apocalipse-teologia-visual/	Acesso	em	28	Set	2022.
39UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
1.2 Considerações finais 
O	método	 literal	 associado	 ao	 contexto	 em	 que	 foram	 produzidos,	 seguidos	 da	
observação	de	possíveis	alegorias	existentes,	dos	simbolismos,	constituem	uma	forma	de	
interpretação	a	ser	observada.	Afinal,	valorizam	o	texto	como	fonte	principal	e	o	objeto	do	
estudo	exegético.	
Para	 o	 estudo	 saudável	 das	 Escrituras,	 o	 pesquisador	 deve	 estar	 livre	 dos	
pressupostos	que	induzem	a	resultados	que	não	estão	claramente	descritos	no	livro.	
“A	 história	 da	 interpretação	 mostra-nos	 que	 a	 adoção	 do	 método	 correto	 de	
interpretação	não	garante	necessariamente	conclusões	corretas	pelos	usuários	do	método”	
(PENTECOST,	2012,	p.	52).
Afinal,	qual	método	é	correto	e	importante	adotarmos?
Antes	de	obtermos	essa	resposta,	é	necessário	apontar	que	a	Bíblia	é	um	livro	di-
vinamente	 inspirado.	Registra	a	história	da	revelação	progressiva	e	do	plano	redentivo	do	
Criador,	desde	o	Gênesis	ao	 livro	de	Apocalipse.	Em	segundo	 lugar,	 também	se	 trata	de	
uma	obra	literária,	com	diversos	gêneros	e	narrativas,	separadas	por	séculos	em	seus	mais	
diversos	autores.	Portanto,	também	deve	ser	tratada	como	obra	literária,	passível	de	estudos	
exegéticos	com	a	finalidade	de	obter	o	sentido	contextual	pretendido	pelos	seus	autores.	
Para	alcançar	esse	objetivo,	precisamos	analisar	o	texto	abstendo-se	de	paradigmas	
e	adições	de	pressuposições	ao	texto.	O	Apocalipse	contém	diversas	narrativas	históricas,	
passagens	que	contém	simbolismos	próprios	do	seu	estilo	literário.	Cabe	a	nós	identificarmos	
o	que	é	literal	e	o	que	é	figurado,	para	que	assim	seja	alcançado	o	sentido	correto.	
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40UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
 2 ESTRUTURA
TÓPICO
A	 estrutura	 do	Apocalipse	 possui	 diversas	 abordagens	 que	 dependem	 da	 linha	
de	interpretação	que	é	adotada.	Em	geral,	existem	diversas	formas	que	os	intérpretes	do	
Apocalipse	adotam	para	esboçar	o	livro.	Em	relação	aos	outros	livros	bíblicos,	o	Apocalipse	
de	João	possui	o	maior	número	dessas	variações.	Vamos	conhecer	algumas	delas:
Com	 a	 abordagem	 de	 estrutura sequencial	 os	 assuntos	 aparecem	 em	 ordem	
sucessiva,	 dando	 entendimento	 cronológico	 aos	 eventos	 em	 momentos	 diferentes	 da	
história.	Cada	visão	recebida	pelo	autor,	dá	continuação	cronológica	ao	evento	anterior.	Por	
exemplo,	a	partir	da	abertura	do	último	selo,	desenvolve-se	a	série	de	julgamentos	pelas	
trombetas,	e	a	última	trombeta	inicia	a	sucessão	dos	juízos	das	taças,	progredindo	até	o	
ponto	final	do	livro.	
Outra	forma	conhecida	é	a	de	estrutura de paralelos progressivos	(recapitulativa),	
onde	 o	 conteúdo	 do	 livro	 é	 dividido	 em	 seções	 que,	mais	 tarde,	 recapitulam	 os	 temas	
abordados	ao	longo	do	livro	em	forma	de	paralelos.	Assim,	conforme	acontece	o	paralelo	
da	passagem,	novos	elementos	são	incluídos	no	texto.	Podemos	ressaltar	que,	seria	uma	
história	contada	por	diversos	ângulos.	Os	maiores	 idealizadores	da	 leitura	de	paralelos,	
como	chave	para	compreender	o	livro	do	Apocalipse	foram	William	Hendriksen	e	C.H.	Giblin	
(OSBOURNE,	2014).
Além	disso,	existem	algumas	outras	formas	que	têm	sido	usadas	para	estruturar	o	
livro,	como:	
41UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
A Estrutura de quiasmos
As	composições	literárias	baseadas	no	quiasmo	são	construídas	de	tal	forma	que	a	
primeira	parte	do	texto	combina	com	a	última,	a	segunda	parte	combina	com	a	penúltima,	etc.
Perceba	no	exemplo	abaixo	como	os	elementos	são	repetidos	em	ordem	inversa:	
A-B-C-C-B-A 
QUADRO 2 – EXEMPLO DE QUIASMOS EM JOSUÉ 1.5-9
Fonte:	Adaptado	de	Texto	Bíblico	(BIBLIA,	Josué	1.5-9,	ARA,	1993).
Desta	 forma,	os	estudiosos	estruturam	os	capítulos	do	 livro	de	Apocalipse	nesta	
forma	de	quiasmos,	na	tentativa	de	compreender	sua	estrutura	literária.
42UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
FIGURA 2 – MODELO ESTRUTURAL DE QUIASMOS
	
Fonte: O	Autor	(2022).
Como	exemplo	de	estrutura	e	esboço	do	 livro,	segue	um	padrão	e	exegético	do	
Apocalipse	como	obra	literária,	apresentando	os	assuntos	conforme	se	encontram	na	or-
dem	dos	capítulos	do	livro.	Vejamos:
I.	Prólogo	(1.1-8);
II.	Mensagens	às	igrejas	(1.9—3.22);
		A.	A	primeira	visão	(1.9-20);
		B.	Cartas	às	sete	igrejas	(2.1—3.22);
			1.	Carta	a	Éfeso	(2.1-7);
			2.	Carta	a	Esmirna	(2.8-11);
			3.	Carta	a	Pérgamo	(2.12-17);
			4.	Carta	a	Tiatira	(2.18-29);
			5.	Carta	a	Sardes	(3.1-6);
			6.	Carta	a	Filadélfia	(3.7-13);
			7.	Carta	a	Laodiceia	(3.14-22);
III.	Deus	em	majestade	e	em	juízo	(4.1—16.21);
		A.	A	soberania	de	Deus	no	juízo	(4.1—11.19);
			1.	A	visão	da	sala	do	trono	—	Deus	e	o	Cordeiro	no	céu	(4.1—5.14);
		a.	Deus,	em	seu	trono	(4.1-11);
		b.	Cristo,	o	Cordeiro,	digno	de	abrir	os	selos	(5.1-14);
			2.	Os	selos	são	abertos	(6.1—8.1);
		a.	Os	seis	primeiros	selos	(6.1-17);
43UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
		b.	Primeiro	interlúdio:	os	santos	na	terra	e	no	céu	(7.1-17);
				i.	Os	santos	são	selados	(7.1-8);
				ii.	Uma	grande	multidão	no	céu	(7.9-17);
		c.	O	sétimo	selo	(8.1);
	3.	As	sete	trombetas	(8.2—11.19);
		a.	Introdução	aos	juízos	das	trombetas	(8.2-6);
		b.	As	primeiras	quatro	trombetas	(8.7-12);
		c.	A	quinta	trombeta	e	o	primeiro	“aí”	(8.13—9.11);
		d.	A	sexta	trombeta	(9.12-21);
		e.	Interlúdio:	profecia	e	testemunho	(10.1—11.13);
			i.	João	e	o	livrinho	(10.1-11);
			ii.	João	mede	o	templo	e	o	altar	(11.1,2);
			iii.	Ministério,	morte	e	ressurreição	das	duas	testemunhas	(11.3-13);
		f.	A	sétima	trombeta	(11.14-19);
		B.	O	grande	conflito	entre	Deus	e	as	forças	do	mal	(12.1—16.21);
1.	Interlúdio:	descrição	do	grande	conflito	(12.1—14.20);
		a.	O	conflito	entre	o	dragão	e	Deus	e	seu	povo	(12.1—13.18);
			i.	A	mulher	e	o	dragão	(12.1-6);
			ii.	A	guerra	no	céu	(12.7-12);
			iii.	A	guerra	na	terra	(12.13-17);
			iv.	As	duas	bestas	fazem	guerra	(12.18—13.18);
(1)	A	besta	que	veio	do	mar	—	o	Anticristo	(12.18—13.10);
(2)	A	besta	que	veio	da	terra	—	o	falso	profeta	(13.11-18);
		b.	O	cântico	dos	144	mil	(14.1-5);
		c.	A	mensagem	dos	três	anjos	(14.6-13);
		d.	A	colheita	na	terra	(14.14-20);
		2.	O	auge	do	grande	conflito	(15.1—16.21);
		a.	Introdução	às	taças	—	os	anjos	com	as	últimas	pragas	(15.1-8);
		b.	Os	últimos	sete	juízos	—	as	taças	(16.1-21);
IV	-	O	juízo	final	(17.1—20.15);
		A.	A	destruição	da	grande	Babilônia	(17.1—19.5);
			1.	A	grande	prostituta	montada	sobre	a	besta	vermelha	(17.1-18);
			2.	A	queda	da	grande	Babilônia	(18.1-24);
			3.	O	cântico	de	alegria	por	causa	do	justo	juízo	de	Deus	(19.1-5);
		B.	A	vitória	final:	o	fim	do	império	do	mal	na	parousia	(19.6-21);
44UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 
		C.	O	reinado	de	Cristo	por	mil	anos	e	a	destruição	final	de	Satanás	(20.1-10);
		D.	O	julgamento	do	grande	trono	branco	(20.11-15);
V-	O	novo	céu	e	a	nova	terra	(21.1—22.5);
		A.	O	advento	do	novo	céu	e	da	nova	terra	(21.1-8);
		B.	A	Nova	Jerusalém	como	o	Lugar	Santíssimo	(21.9-27);
		C.	A	Nova	Jerusalém	como	o	último	Éden	(22.1-5);
VI.	Epílogo	(22.6-21).
Fonte:	Adaptado	de	(OSBOURNE,	2014,	p.	33,34)
	
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 3 ESBOÇO EXEGÉTICO DO LIVRO
TÓPICO
UNIDADE 2 INTERPRETAÇÃO E ESTRUTURA DO LIVRO DE APOCALIPSE 45
Ap. 1.1-3 -	O	Apocalipse	de	João	tem	início	revelando	a	autoridade	proveniente	do	
próprio	Jesus	Cristo.	Essa	declaração

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