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Direito Administrativo: Questões Práticas

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CURSO DE DIREITO
NÚCLEO PEDAGÓGICO DE AGUA BOA - MT
ATIVIDADE III
	I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
	Curso: Bacharelado em Direito
	Disciplina: Direito Administrativo I
	Docente: Dra. LIANE AMÉLIA CHAVES
	Entrega da atividade: 16/04/2021
	Discente: Fabiano Rubim da Silveira
QUESTÃO I:
Os bens de uso comum do povo, em regra não são cobrados, todavia aceitam usos privativos, usos especiais e mesmo usos “dominicais” (exploração econômica) em favor do proprietário ou de terceiros. O uso múltiplo é inerente à destinação dos bens de uso comum do povo, mas isso não impede outras espécies de uso, inclusive com exclusividade e de modo aprazado ou não. Esses tipos de uso secundário serão possíveis, respeitada a função primária do bem, o de servir ao povo. Sendo que a vinculação do bem a esse uso comum deve sempre prevalecer, principalmente quando outros usos entrem em choque com a finalidade primária constante da afetação tácita ou jurídica.
Exemplo: prestadora estatal de serviços de energia que necessita de logradouros públicos locais para prestar suas atividades em nome da União. O uso é especial e secundário de um bem de uso comum municipal. Se ao Município fosse lícito negar o acesso ao bem, ele aniquilaria a possibilidade de prestação de um serviço público federal. Daí que não lhe cabe vedar o acesso ao bem quando não haja outro que o substitua (por motivos fáticos ou econômicos). Cumpre-lhe tão somente determinar como será esse uso – se a infraestrutura será aérea ou subterrânea.
QUESTÃO II:
	A construção em terrenos de marinha por se tratarem, frequentemente, de áreas de preservação permanente, deve ser autorizada, e, como parte dos requisitos para a autorização, obedecer à legislação ambiental. Logo, quem possui títulos de ocupação da área de marinha e pretende construir, deve possuir autorização da União para construir no local. Frise-se que não deter tal autorização, implica na penalidade de demolição da construção, conforme se extrai do art. 6º do Decreto-lei nº 2.398/87.
	Para isso, o interessado em construir em terreno de marinha deve procurar os órgãos públicos municipais para verificar a viabilidade de construção, que deve obedecer ao plano diretor municipal, além disso, respeitar a legislação ambiental e códigos de obras. Em alguns casos, será necessário adicionar o licenciamento ambiental.
QUESTÃO III:
A princípio, eles podem ser revistos a qualquer tempo. Todavia a revisão pela administração pública dos seus atos é algo de vem sendo aceito pelo nosso sistema jurídico pátrio e consubstanciado nas Súmulas 473 e 346 do STF. Sendo que, em outubro de 2019, o Supremo Tribunal Federal veio a julgar o Tema 839 de repercussão geral e reconheceu a possibilidade de um ato administrativo, caso evidenciada a violação direta ao texto constitucional, ser anulado pela Administração Pública mesmo quando decorrido o prazo decadencial previsto na Lei nº 9.784/1999.
QUESTÃO IV:
	A ADPF pode ser compreendida, na sua modalidade mais conhecida, como uma ação do controle concentrado, destinada a combater o desrespeito aos conteúdos mais importantes da Constituição, praticados por atos normativos ou não normativos, quando não houver outro meio eficaz. Seria, portanto, uma espécie de "ADI residual", usada quando outros instrumentos similares não puderem resolver o problema. 
	No caso em tela, vejo duas hipóteses, de forma técnica que podem “afastar” a ADPF, pois há outros meio de coerção disponíveis para reverter os atos administrativos emanados pelo Executivo. Assim como uma ação direta contra o Presidente por sua conduta, por vezes, irresponsável, incitando esses comportamentos, sem necessidade, aos mais incautos. Sem mencionar a “vagueza” de termos quando relacionados à descrição de quais ações, assim como os conceitos de fundamentação científica e aprovação de protocolos, visto não termos nenhum, até hoje, com 100% de eficácia.
QUESTÃO V: 
Possui competência, o Congresso Nacional, para sustar atos normativos do Poder Executivo eivados de vícios. Exorbitar do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. É entendimento o seguinte precedente do STF sobre a matéria: “O abuso de poder regulamentar, especialmente nos casos em que o Estado atua contra legem ou praeter legem, não só expõe o ato transgressor ao controle jurisdicional, mas viabiliza, até mesmo, tal a gravidade desse comportamento governamental, o exercício, pelo Congresso Nacional, da competência extraordinária que lhe confere o art. 49, V, da Constituição da República e que lhe permite "sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (...)"
	
	
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