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LESOES MAIS COMUNS NA ODONTOLOGIA (1)

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MANUAL CLÍNICO E TERAPÊUTICO
LESÕES MAIS
COMUNS NA
ODONTOLOGIA
LESÕES MAIS COMUNS
NA ODONTOLOGIA
MANUAL CLÍNICO E TERAPÊUTICO
Professoras Participantes
Ana Catarina Bosh Loivos
Bruna Lavinas Sayed Picciani
Karla Bianca Fernandes da Costa Fontes
Maria Carolina de Lima Jacy Monteiro Barki
Juliana Tristão Werneck
Coordenadora
Professora Adjunta do Departamento de Formação Específica - UFF
Professora de Estomatologia do ISNF/ UFF
Doutora e Mestre em Patologia pela UFF
Especialista em Estomatologia pela UFRJ
Habilitada em Laserterapia pela LELO/ USP
Professora Adjunta do Departamento de Formação Específica - UFF
Professora de Saúde Coletiva do ISNF/ UFF
Doutora em Saude Públical pela ENSP/Fiocruz
Mestrado em Clínica Odontológica pela UFF
Especialização em Saúde Coletiva pela UFRJ.
Especialização em Saúde da Família pela UERJ
Professora Adjunta do Departamento de Formação Específica - UFF
Professora de Estomatologia do ISNF/ UFF
Doutora e Mestre em Patologia pela UFF
Especialista em Estomatologia pela UERJ
Professora Associada do Departamento de Formação Específica - UFF/ISNF
Professora de Estomatologia - UFF/ISNF
Especialista, Mestre e Doutora em Patologia Bucal - UFF
Especialista em Estomatologia - UNIGRANRIO
Habilitada em Laserterapia (LELO/USP) e Ozonioterapia (FACOP)
Professora Adjunta do Departamento de Formação Específica - UFF/ISNF
Professora de Estomatologia - UFF/ISNF
Mestre em Odontologia (Patologia Bucal) - São Leopoldo Mandic
 Doutora em Ciências Odontológicas/Patologia Bucal - São Leopoldo Mandic
Especialista em Estomatologia - UNIGRANRIO
Habilitada em Laserterapia (LELO/USP) e Ozonioterapia (FACOP)
Revisor
Arley Silva Júnior
Especialista em Patologia Oral - UFRJ
Mestre em Patologia Buco dental - UFF
Doutor em Ciências Diagnósticas - Universidade de Baltimore - Maryland 
Pós doc em Medicina Oral - Universidade da Califórnia, São Francisco 
Odontológo da Faculdade de Odontologia da UFRJ
Prof. Associado da UFF
 
COLABORADORES
Graduando em Odontologia - ISNF - Universidade Federal
Fluminense;
- Bolsista do Projeto de Extensão: Manual Clínico e
Terapêutico das lesões mais comuns na Odontologia;
- Membro da Liga Acadêmica de Implantodontia e
Periodontia (LAIMP - UFF/NF).
Graduanda em Odontologia - ISNF- Universidade Federal
Fluminense 
- Voluntária do Projeto de Extensão: Manual Clínico e
Terapêutico das lesões mais comuns na odontologia
- Monitora Voluntária de Patologia Oral (2019)
- Bolsista PIBIC - CNPq (2019)
-Membro Júnior da liga de cirurgia bucomaxilofacial e
estomatologia (LACITE - UFF/NF) (2019)
-Monitora Voluntária de Estomatologia (2021 - 2022)
-Membro da Diretoria da LACITE - UFF/NF (2021 - 2022)
-Monitora Bolsista de Estomatologia (2022)
Graduanda em Odontologia - ISNF- Universidade Federal
Fluminense 
- Bolsista PIBIC - CNPq
- Voluntária do Projeto de Extensão: Manual Clínico e
Terapêutico das lesões mais comuns na odontologia
Graduanda em Odontologia - ISNF- Universidade Federal
Fluminense 
- Voluntária do Projeto de Extensão: Manual Clínico e
Terapêutico das lesões mais comuns na Odontologia
- Monitora Bolsista de Estomatologia 
- Presidente da liga de cirurgia bucomaxilofacial e
estomatologia (LACITE - UFF/NF)
Graduanda em Odontologia - ISNF- Universidade Federal
Fluminense 
- Voluntária do Projeto de Extensão: Manual Clínico e
Terapêutico das lesões mais comuns na Odontologia
- Monitora Voluntária de Estomatologia (2020 e 2021)
- Monitora Bolsista de Biologia celular e molecular (2022)
- Diretora de Ensino da Liga Acadêmica de Cirurgia e
Traumatologia Bucomaxilofacial e Estomatologia (LACITE -
UFF/NF) 
Graduanda em Odontologia - ISNF- Universidade Federal
Fluminense 
- Voluntária do Projeto de Extensão: Manual Clínico e
Terapêutico das lesões mais comuns na odontologia
- Monitora Voluntária de Estomatologia
Graduanda em Odontologia - ISNF- Universidade Federal
Fluminense 
- Voluntária do Projeto de Extensão: Manual Clínico e
Terapêutico das lesões mais comuns na odontologia
- Monitora Voluntária de Estomatologia (2022)
Graduanda em Odontologia - ISNF- Universidade Federal
Fluminense 
- Voluntária do Projeto de Extensão: Manual Clínico e
Terapêutico das lesões mais comuns na odontologia
Graduanda em Odontologia - ISNF- Universidade Federal
Fluminense 
- Voluntária do Projeto de Extensão: Manual Clínico e
Terapêutico das lesões mais comuns na odontologia
- Monitora Voluntária de Estomatologia
Luiza Ornellas
Thainá Cassiano Fernandes
Juliana Leal Furtado
Jade Rocha Vasconcellos Ribeiro
Patrick Cardoso Squitino Mattos 
Beatriz Vasconcellos Ferreira
Nicolly Duarte de Abreu
Izabella de Oliveira Pereira 
Beatriz Guimarães Jardim
Graduanda em Odontologia - ISNF- Universidade Federal
Fluminense 
- Ex- Voluntária do Projeto de Extensão: Manual Clínico e
Terapêutico das lesões mais comuns na odontologia
- Monitora Voluntária de Estomatologia
Graduando em Odontologia - ISNF - Universidade Federal
Fluminense
- Voluntário do Projeto de Extensão: Manual Clínico e
Terapêutico das Lesões Mais Comuns na Odontologia
- Bolsista do PET Odontologia UFF-NF
- Membro Ligante da Liga Acadêmica de Cirurgia e
Traumatologia Bucomaxilofacial e Estomatologia (LACITE -
UFF/NF) 
Matheus Carvalho Teles Filgueiras
Marina Capichoni
PREFÁCIO
 O Manual Clínico e Terapêutico de Lesões na Odontologia é um e-book originado a partir
do projeto fomentado pela Pró-Reitoria de Extensão - Universidade Federal Fluminense
(PROEX-UFF) com as lesões mais prevalentes no Ambulatório de Estomatologia do Instituto de
Saúde de Nova Friburgo (ISNF). 
 Sabe-se que a cavidade oral pode ser acometida por inúmeras lesões que podem ser
diagnosticadas e tratadas pelos próprios Cirurgiões-Dentistas. Logo, reconhecer estas
alterações requer um olhar cuidadoso por parte do profissional, que deve ser capaz de
identificar a anormalidade, assumindo a conduta clínica adequada. No entanto, com a
ausência de políticas públicas de detecção precoce e manejo de lesões orais, somado à
dificuldade do profissional na conduta e diagnóstico do paciente, tem-se um impasse quanto
ao que fazer para auxiliá-lo.
 Diante disso, a equipe do projeto pesquisou na literatura por meio de bases como PubMed,
Periódicos CAPES e redigiu os capítulos com o objetivo de facilitar a detecção, conduta e
tratamento das lesões orais mais prevalentes no cotidiano clínico. Logo, este manual dedica-se
aos profissionais de saúde e graduandos que desejam obter uma melhor conduta clínica, do
diagnóstico ao tratamento, das lesões orais mais comuns na Odontologia. 
Juliana Tristão Werneck
Coordenadora do Projeto
AGRADECIMENTOS
 Os autores do Manual Clínico e Terapêutico de Lesões na Odontologia, agradecem à PROEX
pelo fomento ao projeto, às docentes da disciplina de Estomatologia do ISNF/ UFF pela
experiência proporcionada a partir do acompanhamento da prática clínica, aos discentes
envolvidos no projeto pela elaboração e edição do manual, aos pacientes por autorizarem as
imagens para fins científicos e educativos, aos revisores e editores pela edição e revisão. 
DEDICATÓRIA
 O Manual Clínico e Terapêutico de Lesões na Odontologia foi idealizado a fim de facilitar a
conduta do cirurgião-dentista, dos graduandos em Odontologia e profissionais da saúde
diante de lesões orais mais prevalentes na prática clínica. Este ebook é resultado do projeto
fomentado pela PROEX e dedicado a todos que desejam aprender e otimizar o tratamento dos
nossos pacientes, principalmente os mais carentes da rede pública de saúde . 
Capítulo 01 FIBROMA TRAUMÁTICO Páginas
Marina Capichoni, Thainá Cassiano Fernandes ..................................................................................................................... 01
Capítulo 02 GRANULOMA PIOGÊNICO
Beatriz Vasconcellos e Izabella Oliveira ....................................................................................................................................... 03
Capítulo 03 ÚLCERA TRAUMÁTICA
BeatrizGuimarães Jardim, Nicolly Duarte de Abreu, Patrick Cardoso Squitino Mattos ........................... 07
Capítulo 04 HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA
Luiza Ornellas ................................................................................................................................................................................................ 13
Capítulo 05 CANDIDÍASE ORAL
Beatriz Guimarães Jardim, Nicolly Duarte de Abreu, Patrick Cardoso Squitino Mattos ........................... 16
Capítulo 06 ESTOMATITE PROTÉTICA
Beatriz Vasconcellos Ferreira e Luiza Ornellas ....................................................................................................................... 22
Capítulo 07 HERPES SIMPLES
Nicolly Duarte de Abreu, Patrick Cardoso Squitino Mattos .......................................................................................... 26
Capítulo 08 MUCOCELE
Nicolly Duarte de Abreu, Patrick Cardoso Squitino Mattos .......................................................................................... 30
Capítulo 09 SIALOLITÍASE
Nicolly Duarte de Abreu, Patrick Cardoso Squitino Mattos .......................................................................................... 35
Capítulo 10 PAPILOMA ESCAMOSO
Nicolly Duarte de Abreu, Patrick Cardoso Squitino Mattos .......................................................................................... 38
Capítulo 11 CONDILOMA ACUMINADO
Nicolly Duarte de Abreu, Patrick Cardoso Squitino Mattos .......................................................................................... 41
Capítulo 12 SÍNDROME DA ARDÊNCIA BUCAL
Juliana Leal Furtado e Matheus Carvalho Teles Filgueiras ............................................................................................ 43
Capítulo 13 CISTO DE ERUPÇÃO
Nicolly Duarte de Abreu, Patrick Cardoso Squitino Mattos .......................................................................................... 46
Capítulo 14 QUEILITE ACTÍNICA
Beatriz Vasconcellos e Izabella Oliveira ....................................................................................................................................... 48
Capítulo 15 LEUCOPLASIA
Beatriz Vasconcellos Ferreira e Luiza Ornellas ....................................................................................................................... 52
Capítulo 16 ERITROPLASIA
Beatriz Vasconcellos Ferreira ............................................................................................................................................................. 55
Capítulo 17 CÂNCER ORAL
Beatriz Vasconcellos Ferreira e Luiza Ornellas ....................................................................................................................... 58
Capítulo 18 TÉCNICAS DE BIÓPSIA
Jade Rocha Vasconcellos Ribeiro e Matheus Carvalho Teles Filgueiras ............................................................... 66
Capítulo 19 ACONDICIONAMENTO
Jade Rocha Vasconcellos Ribeiro e Matheus Carvalho Teles Filgueiras ............................................................... 69
Capítulo 20 REQUISIÇÃO HISTOPATOLÓGICA
Jade Rocha Vasconcellos Ribeiro e Matheus Carvalho Teles Filgueiras ............................................................... 71
SUMÁRIO
FIBROMA01
Capítulo
(Fibroma de irritação; Fibroma
traumático; Hiperplasia fibrosa
focal; Nódulo fibroso)
 É discutido se o fibroma é a neoplasia
verdadeira ou uma hiperplasia reacional.
Caracteriza-se por ser uma resposta do tecido
conjuntivo fibroso à irritação local ou trauma
constante e de baixa intensidade (Imagem 1.1),
sendo uma das lesões mais comuns na mucosa
oral. Foi reportado pela primeira vez na literatura
como pólipo fibroso em 1846 (BOUQUOT;
GUNDLACH, 1986). Sua ocorrência pode se dar
em qualquer lugar da boca, sendo comum em
mucosa jugal e ao longo da linha de oclusão.
Normalmente, a lesão se apresenta como um
nódulo de superfície lisa e coloração rosa/
normocrômica. Em alguns casos, a superfície
pode se apresentar branca em decorrência da
hiperceratose, resultante da irritação contínua
(como trauma). Em pacientes negros, o aumento
de volume pode demonstrar uma pigmentação
cinza-acastanhada. Podem apresentar-se mais
redondos ou ovóides, sésseis ou pediculados,
com tamanhos variados, dificilmente
ultrapassando 1,5 cm de diâmetro. Devido ao seu
crescimento lento e gradual, os pacientes
geralmente notam a presença da lesão em boca.
Geralmente é assintomática, a menos que
ocorram ulcerações traumáticas secundárias em
sua superfície. (NEVILLE et al., 2016) 
 Embora na literatura seja mais comum a
descrição de discreta prevalência em mulheres e
restrição a terceira à sexta décadas de vida,
consideramos que o fibroma traumático pode
ocorrer em qualquer sexo ou idade, pois é uma
lesão traumática e de prevalência bastante
variada.
 O diagnóstico é realizado a partir de biópsia
excisional com encaminhamento para análise
histopatológica. A maioria das lesões de fibroma
traumático são características em sua
apresentação, deixando pouca dúvida em seu
diagnóstico (AGARWAL; KHAN; AJAZ, 2017), mas,
apesar disso, o exame microscópico é
importante, já que outras neoplasias benignas e
malignas da mucosa oral podem ser
consideradas no diagnóstico diferencial desta
lesão, como o lipoma, granuloma piogênico, e o
fibroma de células gigantes. (NEVILLE et al.,
2016).
 O tratamento do fibroma ocorre pela remoção
do agente causador do trauma combinado à
excisão cirúrgica, podendo ser com bisturi
convencional, elétrico ou laser de alta potência.
A cirurgia com bisturi convencional é a primeira
escolha pela maior parte dos cirurgiões pois é de
fácil execução, a cicatrização da ferida ocorre em
poucos dias e o pós-operatório é satisfatório. 
1
Características Clínicas
Diagnóstico
Tratamento e Prognóstico
Imagem 1.1 - Fibroma. Lesão normocrômica em borda
lateral de língua direita.
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF
Marina Capichoni Thainá Cassiano Fernandes
2
Capítulo Fibroma01
 A literatura tem apontado o laser diodo como
uma alternativa eficiente para remoção do
fibroma traumático, reduzindo o sangramento
ao longo do procedimento e proporcionando um
ótimo pós cirúrgico, embora a técnica seja
desfavorável pelo alto custo do aparelho e
necessidade de destreza do operador. Este
procedimento precisará de anestesia local prévia
e utilização de um comprimento de onda de
cerca de 810 nm e potência 4 W, o modo de
irradiação será continuado, pelo tempo
necessário para remoção da lesão (BAKHTIARI et
al., 2015; JAIN et al., 2018). 
 É importante salientar que a amostra retirada
na cirurgia deve sempre ser enviada para análise
histopatológica, para confirmar o diagnóstico,
quanto às recidivas, com remoção da causa
traumática são extremamente raras. 
BAKHTIARI, S.; TAHERI, J. BIGOM; SEHATPOUR, M.;
ASNAASHARI, M.; ATTARBASHI MOGHADAM, S. Removal
of an Extra-large Irritation Fibroma With a Combination
of Diode Laser and Scalpel. Journal of Lasers in Medical
Sciences, v. 6, n. 4, p. 182-184, 3 Nov. 2015.
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Referências Bibliográficas
Capítulo
GRANULOMA
PIOGÊNICO
3
 O granuloma piogênico (GP) é um tipo de
hiperplasia inflamatória não neoplásica
ocasionada por traumas crônicos e de baixa
intensidade. Também está relacionado às
alterações hormonais que ocorrem durante a
gestação (Imagem 2.1) (JAFARZADEH,
SANATKHANI e MOHTASHAM, 2006). 
 Segundo a literatura, o granuloma piogênico é
mais comum no sexo feminino e possui ampla
faixa etária abrangendo da segunda a quinta
década de vida e o local mais acometido é a
gengiva superior (BUCHNER, SHNAIDERMAN‐
SHAPIRO e VERED, 2010; CASTRO, BOTELLO e
RIVERA, 2008; SARAVANA, 2009).
 Em relação as características clínicas a maior
parte das lesões possui coloração avermelhada, é
pediculada, apresentando pequeno diâmetro e
na grande maioria dos casos é assintomática,
mas pode apresentar sangramento (Imagem 2.2)
(AVELAR et al., 2008; FORTES et al., 2002) 
Características Clínicas
 O GP é uma das lesões proliferativas mais
comuns. (LEAL et al., 2004) Embora seja uma
lesão hiperplásica não neoplásica, realizar o
diagnóstico adequado é muito importante. 
Somente através do procedimento de biópsia
excisional e posteriormente a análise
histopatológica do espécime que se terá um
diagnóstico preciso. (OLIVEIRA et al., 2012). 
 Esse procedimento é imprescindível já que o
granuloma piogênico é diagnóstico diferencial
de uma série de lesões presente em tecido mole
como a lesão periférica de células gigantes,
fibroma ossificante periférico e fibroma
traumático (Imagem 2.3) (FORTES et al., 2002).
Diagnóstico
02
Imagem 2.2 - Granuloma piogênico. Lesão eritematosa,
lobular, sangrante, em gengiva dos dentes 34/35. 
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF
Imagem 2. 1- Granuloma piogênico. Aumento de volume
eritematoso em fundo de vestíbulo superior.
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF.
Beatriz Vasconcellos Ferreira Izabella de Oliveira Pereira
4
Capítulo Granuloma Piogênico02
 A excisão cirúrgica também permite que a
lesão seja levada ao histopatológico em sua
totalidade e oferece uma baixa taxa de
recorrência. Entretanto, novas abordagens têm
sido discutidas na literatura, abordagens essas
que podem ser preferíveis quando há
impossibilidade de se realizar um tratamento
cirúrgico.
 Outras modalidades também são descritas na
literatura como: a excisão por laser Nd: YAG,
tetradecil sulfato de sódio e escleroterapia,
injeção de etanol ou corticosteróide e laser de
corante pulsado com lâmpada de flash
(JAFARZADEH et al., 2006; GHOLIZADEH et al.,
2020) 
 A crioterapia com nitrogênio líquido, laser de
Co2 e laser de corante pulsado oferecem baixas
taxas de recorrência e são uma destas opções
principalmente quando trata-se de áreas
estéticas ou estruturas vitais. (LEE et al., 2010) 
 De acordo com a literatura, nem todos os
pacientes podem passar por esse procedimento
sendo a intolerância ao frio, urticária ao frio,
crioglobulinemia, agamaglobulinemia,
disfibriogemia, doenças de Raynaud, pioderma
gangrenoso, paciente submetido a hemodiálise
ou terapia imunossupressora, paciente com
alteração plaquetária e casos de mieloma
múltiplo, contra indicações para este
procedimento (BENAGLIA, JARDIM e
MENDONCA, 2014).
 A excisão por laser Nd: YAG promove uma
menor intensidade de sangramento e um tempo
cirúrgico reduzido (RAMEIRO, 2017), e de forma
geral, Vescovi (2010) afirma que essa modalidade
não interfere na análise histopatológica.
 O tetradecil sulfato de sódio utilizado junto à
escleroterapia pode ser, também, uma
alternativa para o tratamento do GP, porém
acredita-se que mais estudos ainda sejam
necessários. A abordagem requer um menor
conhecimento técnico, entretanto é necessário
cuidados com os efeitos colaterais (dor e edema
após a injeção, superficial ulceração e equimoses
leves). Além disso, o uso desta técnica
impossibilita a análise histopatológica.
(ALAKAILLY et al, 2014; RAHMAN H, 2014;
REGMEE et al, 2017)
 Uma das modalidades da crioterapia é a
cirocirurgia, sendo o mecanismo de ação
baseada no uso de baixas temperaturas que
ocasionará uma isquemia local, resultando em
um dano tecidual e por fim a morte celular
(BENAGLIA, JARDIM e MENDONCA, 2014). É uma
técnica segura, eficaz, com pouco ou nenhum
sangramento, poucos casos de infecção
secundária e relativamente indolor (LEOPARD,
1975; LUBRITZ, 1976). Como desvantagens é
possível citar o edema e a possibilidade de lesar
estruturas nobres (LUBRITZ, 1976; ISHIDA e
RAMOS‐E‐SILVA, 1998). 
 O tratamento para o granuloma piogênico
geralmente é simples, por se tratar de uma lesão
causada por agentes irritantes, a cirurgia
excisional, com incisão abaixo do periósteo, 
 raspagem dos dentes adjacentes e a remoção
da causa é a principal linha de tratamento para
evitar a recidiva. (JAFARZADEH et al., 2006)
Tratamento e Prognóstico
Imagem 2.3 - Granuloma piogênico. Lesão em gengiva
na regiào dos dentes 23, 24, 25.
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF.
5
Capítulo Granuloma Piogênico02
3ª SESSÃO dilua o Ethamolin com anestésico em
uma concentração de 25%. Reavaliar o paciente
em 7 ou 14 dias, se necessário, realizar mais
sessões com esta concentração, até redução da
lesão.
O laser de alta potência pode ser utilizado para
remoção do granuloma piogênico, tendo como
vantagens controle da hemostasia, com melhor
visualização do campo operatório e
consequentemente, redução do tempo cirúrgico,
menor desconforto no trans e pós-operatório,
minimizando a quantidade de anestésico, assim
como, melhora da cicatrização. No ambulatório
utiliza-se o laser de diodo Thera Lase surgery
(DMC equipamentos, São Carlos/ SP, Brasil), de
980 nm, Gallium- Indium-Arsenide (InGaAs),
1500mW e com emissão contínua. A técnica
consiste em anestesia infiltrativa ao redor da
lesão, com distância de cerca de 1cm da lesão,
não necessitando de uma grande quantidade de
anestésico, em seguida é feita a “incisão" através 
Fixação do material coletado em
formol 10% com volume de 10
vezes o tamanho da amostra
04
Hemostasia e sutura. Em mucosa, 
é usual utilizar fios de seda 4.0 
Repassar orientações pós-
operatórias 
05
06
Medicação indicada: Oleato de
monoetanolamina - Ethamolin®
 
1ª SESSÃO dilua o Ethamolin com anestésico em
uma concentração de 5%. (Imagem 2.4)
Reavaliar o paciente em 7 ou 14 dias, se
necessário, realizar a 2ª sessão.
2ª SESSÃO dilua o Ethamolin com anestésico em
uma concentração de 10%. Reavaliar o paciente
em 7 ou 14 dias, se necessário, realizar a 3ª sessão.
Protocolo para Excisão Cirúrgica
Realizar a antissepsia do local
Realizar anestesia local de acordo
com a localização do GP
01
02
Realizar uma incisão na base do
granuloma. O bisturi com lâmina
n° 15 é o mais utilizado
03
Imagem 2.4 - Tratamento com a escleroterapia.
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF.
Protocolo de Escleroterapia do
Ambulatório de Estomatologia
ISNF
*Caso seja necessária a realização de novas
sessões, dilua o Ethamolin com anestésico em
uma concentração de 25%. Reavaliar o paciente
em 7 ou 14 dias, se necessário, realizar mais
sessões com esta concentração, até redução da
lesão.
**O medicamento deve ser aplicado lentamente
por pontos na periferia e centro da lesão. Aplicar
0,2 mL por ponto com agulha de insulina, não
ultrapassando 2 mL de solução por sessão.Durante a aplicação na periferia da lesão, a
agulha deve estar voltada para o centro da área.
 
***O paciente deve ser orientado sobre a
possibilidade de ardência ou qualquer outro
desconforto. Deve-se também recomendar o uso
de compressa frio ou gelo (protegendo a pele)
sobre o local de aplicação após a sessão.
Ambulatório Estomatologia
ISNF/ UFF
6
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Referências Bibliográficas
Capítulo Granuloma Piogênico02
do contato da fibra óptica com o tecido,
removendo toda a lesão, sendo esta enviada para
análise histopatológica. O laser de alta potência
além de otimizar a cirurgia favorece à
fotobiomodulação dos tecidos, proporcionando
menor dor e edema e maior bioestímulo de
reparo, tornando o pós operatório mais
confortável.
03
Capítulo
ÚLCERA 
TRAUMÁTICA
7
 As úlceras traumáticas são regiões com perda
de epitélio e/ ou tecido conjuntivo, comumente
associadas a lesões agudas e crônicas da mucosa
oral. As ulcerações podem permanecer por
longos períodos de tempo, mas geralmente
cicatrizam em dias. Além disso, ulcerações
sublinguais semelhantes podem ocorrer em
bebês como resultado do traumatismo crônico
da mucosa pelos dentes decíduos anteriores,
muitas vezes associado à amamentação, sendo
chamadas de doença de Riga-Fede (NEVILLE et
al., 2016).
 Os locais de acometimento mais comuns são
língua, lábios e mucosa jugal (Imagem 3.1) —
sítios que podem ser lesionados pelos dentes. As
lesões da gengiva, palato e fundo de vestíbulo
podem ocorrer por outras fontes de irritação,
como hábitos deletérios, uso de próteses e
aparelhos ortodônticos (LIMA, A. A. S. et al., 2015).
Características Clínicas
 Uma anamnese bem detalhada, seguida de
um exame físico minucioso são fatores
essenciais para encontrar o diagnóstico
adequado, uma vez que, identificando e
removendo o fator causal (irritante), ocorrerá
regressão e minimização da lesão ulcerada,
sendo também uma forma de tratamento (LIMA,
A. A. S. et al., 2015). 
Diagnóstico
 Individualmente, as lesões aparecem como
áreas de eritema circundando uma área central
recoberta por uma membrana fibrinopurulenta
amarelada destacável (Imagem 3.2). 
 Pode estar associada a uma pseudomembrana
esbranquiçada, desenvolvendo uma borda
endurecida branca de hiperceratose,
imediatamente adjacente à área de ulceração
(NEVILLE et al., 2016). A presença da vermelhidão
ao redor da região ulcerada e bordos planos são
características de trauma local, auxiliando na
confirmação do diagnóstico.
Imagem 3.2 - Úlcera Traumática. Área ulcerada com halo
eritematoso, recoberta por membrana fibrinopurulenta
em fundo de vestíbulo superior direito. 
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF.
Imagem 3.1- Úlcera Traumática. Lesão extensa em borda
lateral de língua direita. 
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF.
Nicolly Duarte de Abreu Patrick Cardoso Squitino MattosBeatriz Guimarães Jardim
8
Estomatite
Aftosa
Alergias, predisposição
genética, anormalidades
hematológicas, influências
hormonais, fatores
imunológicos, agentes
infecciosos, deficiências
nutricionais, suspensão do
fumo, estresse (mental e
físico), trauma, além de
desordens sistêmicas.
Maior: Ulceração entre 1 e
3 cm de diâmetro, mais
profunda e irregular,
sendo mais frequente em
mucosa labial, palato mole
e as faces amigdalianas. O
número de lesões pode
variar de um a 10.
Menores curam-se de 7 a
14 dias. Maiores de 2 a 6
semanas. Herpetiformes
de 7 a 10 dias
Menor: Ulceração entre 3 e
10 mm de diâmetro,
principalmente em
mucosa não ceratinizada,
precedidas por uma
mácula eritematosa,
apresentam-se como uma
membrana
fibrinopurulenta
removível, branco-
amarelada, que é
circundada por um halo
eritematoso, com
sintomas prodrômicos
como queimação, prurido
ou pontadas.
Herpetiforme: Ulceração
entre 1 a 3 mm de
diâmetro, apresentam
uma grande quantidade
de tais úlceras e maior
frequência de recidivas,
podendo manifestar até
100 lesões em uma só
recidiva. Apesar de a
mucosa móvel não
ceratinizada ser afetada
com mais frequência,
qualquer superfície da
mucosa oral pode ser
acometida.
Nome da Lesão Características ClínicasFatores Etiológicos Tempo de Evolução
 As úlceras traumáticas agudas são facilmente
diagnosticadas por meio do exame clínico,
incluindo o histórico de trauma no local da lesão.
Contudo, as úlceras traumáticas crônicas
apresentam maior complexidade em seu
diagnóstico, devido ao seu tempo de evolução e
suas características clínicas, como bordas
elevados (REGEZI et al., 2016).
 No entanto, se a lesão evoluir ou não regredir
frente à primeira conduta em cerca de duas
semanas, uma biópsia do tipo incisional deve ser
realizada para verificar o correto diagnóstico, já
que devemos considerar como hipóteses
diagnósticas: estomatite aftosa, sífilis,
tuberculose, paracoccidioidomicosee, com teor
maligno, o carcinoma de células escamosas. 
 [Tabela 1] (NEVILLE et al., 2016)
Tabela 1
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Capítulo Úlcera Traumática03
9
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Nome da Lesão
Sífilis
Tuberculose
Bactéria- Treponema
pallidum, transmitido
sexualmente, durante a
gestação, ou pelo
sangue
Mycobacterium
tuberculosis A
disseminação da
infecção pelo M.
tuberculosis acontece
por pequenas gotículas
transportadas pelo ar,
que carregam o
microrganismo para os
alvéolos pulmonares 
A lesão primária é
denominada cancro,
normalmente são
solitárias e apresentam-se
como pápulas com
ulceração central, de base
clara e indolor (raramente,
como proliferação
vascular semelhante a um
granuloma piogênico). São
frequentes em lábios,
língua, palato, gengiva e
amígdalas.
As lesões orais que podem
surgir como sinal de
tuberculose secundária
são incomuns, porém
quando surgem
acometem principalmente
língua, apresentando-se
como úlceras indolores e
endurecidas que não
cicatrizam. São comuns
sinais e sintomas como:
febre baixa, mal-estar,
anorexia, perda de peso,
aumento de volume dos
linfonodos cervicais,
sudorese noturna e tosse
produtiva,
frequentemente associada
a hemoptise ou dor
torácica. 
De 3 a 8 semanas
Indeterminado
Características ClínicasFatores Etiológicos Tempo de Evolução
Tabela 1
Capítulo Úlcera Traumática03
Paracoccidioi-
domicose
Fungo Paracoccidioides
brasiliensis. Transmitido
por inalação de esporos
fúngicos presentes em
solo contaminado
(atividades agrícolas,
jardinagem,
terraplanagem).
Geralmente, o estágio
inicial da doença é
caracterizado por
infecções pulmonares. As
lesões orais apresentam-
se como ulcerações
eritematosas, com
superfícies similares a
amoras, granulares,
afetando principalmente
mucosa alveolar, gengiva,
palato e língua.
Frequentemente mais de
um sítio da mucosa oral
pode ser afetado
1 ano
10
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Nome da Lesão
Herpes Simples
Vírus HSV do tipo 1 (HSV-
1 ou HHV-1) e HSV do
tipo 2 (HSV- ou HHV-2)
transmissível por meio
do contato com a saliva
infectada ou lesões
ativas, gotículas
respiratórias, água e
objetos contaminados.
As lesões podem ser
reativadas por
imunossupressão,
estresse, gestação, ciclo
menstrual, luz
ultravioleta, idade
avançada, alteração na
temperatura, neoplasias
malignas, doenças
sistêmicas, alergia,
tratamento
odontológico, doenças
respiratórias, febre,
fadiga e trauma.
As lesões intra-orais
geralmente encontram-se
em mucosa ceratinizada,
(gengiva inserida e palato
duro). Apresentam-se
inicialmente como
vesículas, medindo de 1 a 3
mm, que se rompem
rapidamente formando
máculas eritematosas
exibindo em seu centro
área de ulceração
amarelada. Entretanto, as
lesões mais comuns são as
extra-orais, presentes,
principalmente, em
vermelhão de lábio e pele
ao redor.
7 a 10 dias
Características ClínicasFatores Etiológicos Tempo de Evolução
 A remoção da causa é o principal fator de
diagnóstico e tratamento da lesão ulcerada. Nos
pacientes com sintomatologia dolorosa, o uso de
analgésicos tópicos podem ser uma alternativa,
assim como os corticosteróides (ex.:
Triancinolona Acetonida) que devem ser
utilizados 3 vezes ao dia. Sendo esses
considerados de fácil manuseio e tendo um
ótimo custo benefício, embora não devam ser
considerados para uso prolongado (LIMA et al.,
2005). Além disso, a orientação de higiene bucal
é essencial para evitar o agravamento da lesão.
Tratamento e Prognóstico A laserterapia de baixa potência é uma terapia
alternativa, a qual auxilia na analgesia, com ação
anti- inflamatória e reparação de tecidos,
minimizando os efeitos causados pela lesão,
além de atuar também regredindo-a (VALLE et
al., 2016; AGGARWAL et al., 2014). A literatura
aponta sua utilização com comprimentos de
onda tanto 660nm, quanto 880nm, com uma
irradiação pontual e por contato (LAGO et al.,
2021). Ademais, faz-se necessário o
acompanhamento e utilização do laser em mais
de uma sessão. 
Tabela 1
Capítulo Úlcera Traumática03
Carcinoma de
células
escamosas
Possui causa
multifatorial, incluindo
principalmente
tabagismo, alcoolismo,
exposição solar,
deficiência nutricional,
HPV, imunossupressão,
microbiota da cavidade
oral, radiação e
predisposição genética.
Exofítica, aumento de
volume de aparência
nodular, superfície papilar
ou verrucosa, de massa
fungiforme; ou endofítica,
invasiva, escavada,
destrutiva, crateriforme
e/ou ulcerada. As lesões
de características
leucoplásica (mancha
branca), eritroplásica
(mancha vermelha)
eritroleucoplásica
(combinação de áreas
vermelha e branca)
possuem potencial de
malignidade.
Indeterminado
11
 Destaca-se como desvantagem a necessidade
de adquirir o aparelho que tem um custo
relativamente elevado, sendo de difícil acesso
aos profissionais da saúde pública e necessidade
de destreza do operador. Outro fator relevante é
a diversificação de protocolos de laserterapia,
não havendo um consenso, além de ser indicado
apenas quando há certeza do diagnóstico, já que
em lesões malignas e em fase vesicular de
herpes simples pode prejudicar o quadro do
paciente.
 Além disso, tem-se estudado também
fitoterápicos como forma de tratamento das
úlceras traumáticas, tendo como exemplo
soluções que contenham extrato de própolis em
sua composição, que atuaria na cicatrização das
lesões, analgesia e, principalmente, no infiltrado
inflamatório. (GREGÓRIO et al., 2005; MARTINEZ,
2011; LIMA et al., 2005) 
 Por fim, é importante frisar que a úlcera
traumática é uma lesão autolimitante, a qual
regride espontaneamente em cerca de 15 dias.
No caso de crianças, pode prejudicar sua
nutrição, devido à sintomatologia dolorosa que
dificulta sua alimentação. Logo, vale ressaltar a
relevância do tratamento no alívio da dor, visto
que é o principal incômodo dos pacientes.
AGGARWAL, Hersheal. Efficacy of Low-Level Laser
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Referências Bibliográficas
Capítulo ÚlceraTraumática03
Em nosso ambulatório, com o intuito de
promover uma redução significativa da dor,
assim como proporcionar uma cicatrização mais
rápida, dependendo da intensidade da dor do
paciente, geralmente, opta-se por utilizar os
comprimentos de onda vermelho e
infravermelho individualmente. 
Para proporcionar maior bioestímulo de reparo,
irradia-se a úlcera com fonte de laser vermelho,
660nm, Índio-Gálio-Alumínio-Fósforo (InGaAlP),
2J de energia/ponto, 20 segundos/ponto,
100mW, de modo contínuo, com aplicação
pontual e em contato, irradiando toda a
extensão da lesão e distanciando cerca de 1cm
entre os pontos. Para favorecer a analgesia, o
protocolo baseia-se na irradiação com fonte de
laser infravermelho, 808nm, arseneto de gálio-
alumínio (AlGaAs), 4-6J de energia/ponto, 40-60
segundos/ponto, 100mW. A mensuração da dor, 
Ambulatório Estomatologia
ISNF/ UFF
através da Escala Visual Analógica,
imediatamente antes e após a irradiação, é
fundamental para avaliar o protocolo ideal para
o paciente. 
Capítulo
12
Úlcera Traumática03
SHIKANAI-YASUDA, Maria Aparecida et al . II Consenso
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http://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742018000500001
Características Clínicas
 Caracteriza-se como um aumento de volume
do tecido conjuntivo fibroso, devido à má
adaptação de uma prótese removível. É uma
lesão benigna, traumática, exofítica,
normocrômica ou eritematosa, de base séssil ou
pediculada (Imagem 4.1), de consistência fibrosa
e normalmente assintomática (Imagem 4.2 A- C)
(SANTOS; COSTA;SILVA NETO, 2004). 
 Localiza-se na região em que a prótese está
em contato, principalmente na face vestibular
do rebordo alveolar, formando única ou
múltiplas pregas (REGEZI, 2008). Quando está
presente na mucosa palatina, comumente é
causada pelo vácuo de uma câmara de sucção, a
qual se encaixa perfeitamente na lesão. Além
disso, quando eritematosa, pode estar associada
à estomatite protética (capítulo 06) (BASSI;
VIEIRA; GABRIELLI, 1998).
 
13
Luiza Ornellas
Imagem 4.1 - Hiperplasia fibrosa inflamatória em palato.
Nódulo em região de palato duro, do lado esquerdo.
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF.
Imagens 4.2- Hiperplasia fibrosa inflamatória. (A e B)
Nódulos em rebordo inferior em forma de rolete; (C)
Encaixe da prótese total inferior nas lesões. 
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF.
04
Capítulo
HIPERPLASIA
FIBROSA
INFLAMATÓRIA
(Epúlide fissurada)
A
B
C
Capítulo
14
Hiperplasia Fibrosa Inflamatória04
Diagnóstico
Imagem 4.5 - Biópsia excisional. (A) Mucosa
apresentando uma depressão após a remoção da lesão;
(B) Peça cirúrgica.
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF.
Tratamento e Prognóstico
 O diagnóstico é principalmente clínico, sendo
realizada biópsia excisional e avaliação
anatomopatológica para o descarte de
diagnósticos diferenciais, como: lipofibroma,
neurofibroma, granuloma piogênico e fibroma
ossificante periférico (COUTINHO; SANTOS, 1998).
 
 O tratamento baseia-se na realização da
biópsia excisional da lesão, além da substituição
ou reembasamento da prótese, uma vez que
deve-se remover a causa da lesão. Para a total
remoção cirúrgica, inicialmente aplica-se a
anestesia local e, após, utiliza-se o bisturi
convencional, o eletrocautério ou o laser de alta
potência (Imagem 4.5 A e B).
 Com o bisturi convencional, deve-se realizar a
incisão ao redor da lesão, seguindo seu formato
para total excisão. Em seguida, realiza-se a
sutura, a qual será removida de acordo com a
cicatrização. 
 Já com o eletrocautério, inicialmente aciona-
se o eletrodo reto, em potência 7, no modo corte
e remove-se a lesão em sua margem. Após,
pode-se utilizar o eletrodo em alça, no mesmo
modo, sob a forma de raspagem, para obter um
melhor acabamento das feridas operatórias e
remanescentes das hiperplasias. Em seguida,
alterna-se para o modo coagulação, utilizando o
eletrodo apropriado para obter hemostasia das
feridas nos pontos sangrantes, por meio da
eletrocoagulação. Logo, dispensa as suturas,
além de possuir fácil manuseio e apresentar-se
como ótima alternativa principalmente para o
SUS, pelo custo relativamente baixo comparado
ao laser de alta potência, apresentando eficácia
semelhante. (MARTORELLI et al., 2021)
 Com o laser cirúrgico, a luz é incidida em
modo contínuo a fim de realizar a incisão, com
uma potência específica de acordo com o tipo
de laser e luz. Com o laser de dióxido de carbono
(CO2), por exemplo, indica-se o uso entre
9.600nm e 10.600nm, com potência de 6W
(LAGO, 2020). Já com o laser diodo, indica-se o
uso entre 798 nm e 818 nm, com potência de
3,5W. Ambos são usados para obter incisão e
hemostasia local, dispensando suturas.(DE JESUS
et al., 2020)
 Após a cirurgia, o uso da prótese no pós
imediato deve ser avaliado pelo cirurgião
dentista, considerando não só a cicatrização,
mas também possíveis danos estéticos e
funcionais. Além disso, é necessário refazer a
prótese ou reembasá-la. Para o reembasamento
em consultório, utiliza-se a resina soft, enquanto
o cimento de óxido de zinco eugenol é usado
para envio ao laboratório (reacrilização).
Capítulo Hiperplasia Fibrosa Inflamatória04
15
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Beatriz Guimarães Jardim Nicolly Duarte de Abreu
05
Capítulo
CANDIDÍASE
ORAL
Características Clínicas
 A candidíaseé uma doença fúngica causada
principalmente pela infecção da Candida
albicans de forma patogênica. Pode se
apresentar em seis tipos: pseudomembranosa,
eritematosa (atrófica aguda e crônica), crônica
hiperplásica e candidíase associada à queilite
angular e à glossite rombóide mediana (LEWIS,
M. A. O., et al., 1991).
 Pacientes que sofreram mutação fisiológica
(infância e envelhecimento), imunossupressão,
diminuição das células de defesa como
neutrófilos e linfócitos (associado ao HIV,
tratamento de quimioterapia), a administração
prolongada de medicamentos esteroidais e
indivíduos que utilizam próteses dentárias ou
aparelhos ortodônticos são grupo de risco para
candidíase oral. (ANDRIOLE, Vincent T, 1999)
 Os pacientes que fazem o uso constante da
prótese muco-suportada ou prótese dento-
suportada, devem ter o máximo de cuidados
possíveis para evitar que causem danos aos
tecidos da cavidade oral, ao qual a higienização
tanto da prótese quanto do tecido se faz
necessária diariamente. (FALCÃO et al., 2004).
Candidíase Pseudomembranosa 
 A candidíase pseudomembranosa, conhecida
popularmente como “sapinho”, possui como
sítios comuns: mucosa jugal, língua e palato.
Apresenta-se como placas branco-creme
removíveis (destacáveis), halitose e sensação de
queimação. Pode estar associada ao tratamento
com antibióticos e à imunossupressão (Imagens
5.1 A e B).(NEVILLE, 2016);
16
Imagem 5.1 - Candidíase pseudomembranosa. (A)
Placas esbranquiçadas destacáveis e presença de
múltiplas petéquias eritematosas em palato mole. e
palato duro; (B) Placa esbranquiçada destacável em
dorso de língua. 
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF.
A
B
Patrick Cardoso Squitino Mattos
Candidíase Eritematosa 
 A candidíase eritematosa pode apresentar-se
de forma aguda ou crônica, tendo como sítios
mais comuns a região posterior do palato duro,
mucosa jugal e dorso de língua. Caracteriza-se
clinicamente como uma lesão de máculas
vermelhas, com sensação de queimação,
podendo levar a uma perda difusa de papilas
filiformes do dorso da língua. 
17
Fatores associados a esse tipo de cândida
incluem terapias com antibióticos, quando
falamos do tipo atrófica aguda; xerostomia, seja
ela causada por medicamentos, síndrome de
Sjögren ou terapia pós-radiação e
imunossupressão (Imagens 5.2 A-C). (NEVILLE,
2016)
língua e frequentemente assintomática. O
eritema surge devido à perda das papilas
filiformes nessa área. A lesão geralmente é
simétrica e sua superfície varia de lisa a lobulada.
Normalmente a lesão é resolvida com terapia
antifúngica, embora em alguns casos a resolução
seja apenas parcial (Imagens 5.3 A e B). (NEVILLE,
2016).
Imagem 5.2 - Candidíase eritematosa. (A) Máculas
eritematosas em palato duro. (B) Mácula levemente
eritematosa na região medial do palato. (C) Petéquias
eritematosas em palato.
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF.
 Alguns pacientes com Glossite romboidal
mediana, podem também exibir lesões por
Candida em outros sítios, sendo então
denominada Candidíase multifocal crônica. As
áreas que exibem envolvimento são o limite
entre palato duro e mole, comissura labial, além
do dorso da língua. 
 A lesão no palato se apresenta como uma
área eritematosa frequentemente associada a
placas brancas destacáveis, assintomáticas ou
com sensação de queimação, que, quando a
língua está em repouso, entra em contato com a
lesão do dorso da língua, sendo denominada
lesão “beijada”. (NEVILLE, 2016).
Imagem 5.3 - Glossite romboidal mediana. (A) Área
despapilada na região medial de dorso de língua. (B) 
 Área despapilada na região medial posterior de dorso de
língua.
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF.
A
B
A
B
Capítulo Candidíase Oral5
C
Glossite Romboidal Mediana
 A Glossite romboidal mediana é caracterizada
como uma zona eritematosa bem delimitada
localizada na linha média do dorso posterior da
18
Queilite Angular
 A queilite angular é uma manifestação clínica
que pode ser desencadeada pelo fungo Candida,
que acomete a região de comissura labial. A
saliva tende a se acumular nessas áreas,
mantendo-as úmidas, favorecendo uma infecção
pela levedura. Caracteriza-se como lesões
vermelhas eritematosas e fissuradas, podendo
apresentar como sintomatologia ardência. Sem
uma razão aparente, pode ter como fatores
associados imunossupressão e a perda de
dimensão vertical (Imagens 5.4 A e B). (NEVILLE,
2016).
 Em casos em que há leucoplasia associada à
candidíase, a lesão apresenta uma mescla de
áreas vermelhas e brancas, resultando na
chamada “leucoplasia manchada”. O diagnóstico
da candidíase hiperplásica crônica é confirmado
pela presença de hifas de Candida associadas à
lesão, além da resolução completa da lesão após
a terapia antifúngica. (NEVILLE, 2016).
Imagem 5.4 - Queilite angular. (A) Fissuras em
comissura labial com crostas bilateral; (B) Fissuras em
comissura labial bilateral.
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF.
Diagnóstico
 O diagnóstico da candidíase é composto
essencialmente pela avaliação clínica da lesão. A
análise para identificação de áreas eritematosas
e/ou presença de placas esbranquiçadas
destacáveis (removíveis à raspagem) direcionam
seu subtipo.
 Se houver uma placa esbranquiçada, o
direcionamento será dado através da raspagem,
uma vez que a remoção sugere o tipo
pseudomembranosa e a permanência indica a
crônica hiperplásica. 
 Além disso, para a confirmação da etiologia e
do consequente diagnóstico é comum o exame
citopatológico, a qual consiste em um método
não invasivo a partir da coleta por meio de um
esfregaço (NEVILLE, 2016). 
 Neste último tipo, a hiperplásica, geralmente
apresenta também com um aumento de
espessura do epitélio e, por ser diagnóstico
diferencial de lesões que apresentam displasia
epitelial, carcinoma de células escamosas e
leucoplasia, por exemplo, a biópsia incisional,
apesar de invasiva, é indicada.
 Se a região estiver eritematosa (avermelhada)
na localização correspondente à prótese do
paciente, pode caracterizar a candidíase atrófica
aguda. 
 Se a localização for no palato e na língua com
despapilamento local, pode indicar a candidíase
atrófica crônica, também conhecida como lesão
beijada.
 Caso haja uma região atrófica em dorso de
língua e na região posterior, pode caracterizar a
glossite romboidal mediana. 
 Quando a lesão localiza-se na comissura
bucal e a etiologia for fúngica, corresponderá à
queilite angular.
Capítulo Candidíase Oral5
Candidíase Hiperplásica Crônica
(Leucoplasia por Cândida)
 
 A candidíase hiperplásica crônica é a forma de
candidíase menos comum e caracteriza-se como
uma mancha branca que não pode ser removida
por raspagem. Essa lesão, geralmente, localiza-se
na mucosa jugal e não pode ser diferenciada
clinicamente de uma leucoplasia. 
A
B
Capítulo Candidíase Oral5
19
 O cetoconazol é um medicamento antifúngico
que possui boa absorção pelo trato
gastrintestinal e por isso é utilizado como
tratamento sistêmico para a candidíase.
Entretanto, apresenta desvantagens, já que não
é indicado que os pacientes tomem antiácidos
ou agentes bloqueadores de H2, para não
comprometer a acidez do trato gastrointestinal;
aproximadamente um em 10.000 indivíduos
sofre toxicidade hepática idiossincrática
associada ao fármaco, e por essa razão, a US
Food and Drug Administration (FDA) afirma que
o cetoconazol não deve ser utilizado como
tratamento inicial da candidíase. Além de
apresentar interações medicamentosas com
macrolídeos (p.ex., eritromicina), podendo
causar arritmias cardíacas potencialmente fatais.
(NEVILLE, 2016). São geralmente utilizados
comprimidos de 200mg, com posologia de 1
comprimido ao dia, durante 7-14 dias. (DE
ANDRADE, 2014).
Nistatina
 A nistatina é o medicamento de primeira
escolha para o tratamento da candidíase em
pacientes usuários de prótese ou irradiados na
região da cabeça e pescoço, por não ser
absorvida pelo trato gastrintestinal, tendo assim
um bom perfil de segurança. É geralmente
utilizada na concentraçãode 1.000.000.000
UI/ml para uso tópico. A posologia indicada é de
5-10 ml, 4 vezes ao dia, para uso durante 7-14
dias, podendo se estender até 21 dias. É indicado
que o paciente retenha a solução na boca
durante 1-2 minutos antes de iniciar o bochecho.
(DE ANDRADE, 2014)
Miconazol
 O miconazol é um componente Azólico, de
apresentação gel em bisnaga com 40g sendo
comercializado como Daktarin®. O profissional
deve recomendar ao paciente que aplique o
medicamento sobre a área afetada com o auxílio
de uma gaze 3 vezes ao dia, durante 7 à 14 dias. O
miconazol não é indicado para pacientes que
fazem uso da varfarina, uma vez que
potencialiaza o seu efeito anticoagulante (DE
ANDRADE, 2014).
Fluconazol
 Este agente antifúngico tem como modo de
ação sistêmica, sendo considerado da classe dos
Azóis. Sua apresentação são cápsulas variando
entre 50, 100 ou 150 mg. O fluconazol deve ser
administrado como dose única diária. A dose
recomendada de fluconazol para candidíase de
mucosa é de 3 mg/kg uma vez por dia. Uma dose
de ataque de 6 mg/kg pode ser utilizada no
primeiro dia para alcançar os níveis de equilíbrio
(steady state) mais rapidamente. Mostra-se bem
absorvido sistemicamente, não necessitando de
um ambiente ácido. É preciso maior atenção
para possíveis interações medicamentosas,
porque eles potencializam os efeitos da
fenitoína, a qual é uma medicação
anticonvulsivante dos compostos de varfarina
(anticoagulante) e das sulfonilureias (agentes
hipoglicêmicos orais) (DE ANDRADE, 2014).
Itraconazol
 O itraconazol é um fármaco de uso sistêmico
que apresenta-se em cápsulas de 100 mg, via
oral, com posologia de 1 cápsula a cada 24h
durante 14 dias contínuos. Por ser um
antifúngico com eficácia equivalente à do
clotrimazol e do fluconazol, é contraindicado
para os pacientes que tomam eritromicina,
triazolam e midazolam, devido a interações
medicamentosas
Terapia Fotodinâmica
 A terapia fotodinâmica é utilizada como
tratamento para diversas patologias na
Odontologia, incluindo as infecções fúngicas.
Consiste em uma nova abordagem que pode
substituir o uso de agentes antimicrobianos, os
quais podem desenvolver resistência dos
microrganismos e alteração da microbiota oral e
gastrointestinal (WILSON, 1994). Essa alternativa
de tratamento utiliza uma fonte de luz aliada a
uma substância fotossensibilizadora para
destruir as células microbianas (Imagem 5.5).
(DONNELLY, 2008). 
Tratamento e Prognóstico Cetoconazol
Capítulo
20
Candidíase Oral5
Imagem 5.5 - Aplicação de TFD para tratamento de
queilite angular. (A) Aplicação do azul de metileno a
0,01%; (B) Aplicação do laser de baixa potência vermelho.
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF.
A
B
Ozonioterapia
 O ozônio apresenta um significativo efeito
sobre leveduras do gênero Candida, logo,
estudos têm sugerido a terapia com ozônio
como uma alternativa de atenuar sua infecção.
 Atualmente, propõe-se que a variação de 10 a
80 μg/mL de ozônio seja benéfica, levando a
efeitos positivos e sem toxicidade, dependendo
do tecido, demonstrados in vitro e in vivo em
modelos animais. Nos estudos em seres 
 humanos, a faixa de dose segura varia entre 15 e
50 μg/mL e depende do tipo e objetivo do
tratamento, bem como do local de aplicação
(Pivotto et al., 2020).
 Apesar de seus benefícios, novas investigações e
comparações de perfil de toxicidade, por meio
de ensaios laboratoriais e clínicos, são
necessários para estabelecer corretos protocolos
de uso. (ROQUE; LOTH; BAEZA, 2021)
 
Produtos Naturais
 A literatura tem apontado o potencial de
produtos naturais (mel, óleos essenciais, extratos
de plantas e probióticos/prebióticos) como
agentes antifúngicos. Tais produtos seriam
interessantes por conta do baixo custo e por
serem naturais. Apesar disso, todos esses estudos
ainda são preliminares e precisam ser
explorados, mas podem ser uma boa fonte de
novos medicamentos antifúngicos para tratar a
candidíase oral. (RODRIGUES, RODRIGUES,
HENRIQUES, 2019) .
Ambulatório Estomatologia
ISNF/ UFF
 A candidíase pode ser tratada através de
antifúngicos orais ou tópicos (solução oral de
nistatina 100.000 U.I./ gel oral de Miconazol 2%),
ozonioterapia, ou, preferencialmente, através da
terapia fotodinâmica antimicrobiana. Esta
técnica consiste em: secagem da área com gaze;
aplicação do fotossensibilizador azul de
metileno a 0,01% (podendo ser sob a forma de
gel ou líquido); aguardar 5 minutos como tempo
de pré-irradiação; remoção do excesso de azul
de metileno a 0,01% com gaze; irradiação da
área com fonte de luz vermelha, 660nm,
InGaAlP, 9J de energia/ponto, 90
segundos/ponto, 100mW, de modo contínuo,
com aplicação pontual e em contato, irradiando
toda a extensão da lesão e distanciando cerca de
1cm entre os pontos. As sessões precisam ser
repetidas até a remissão completa da lesão.
Além da terapia fotodinâmica antimicrobiana,
como orientação para uso domiciliar, utiliza-se a
ozonioterapia (caso o paciente não apresente
contra-indicações) através da aplicação de óleo
de girassol (ou de oliva) ozonizado, 2 vezes ao
dia, até a remissão completa da lesão. 
 
Capítulo
21
Candidíase Oral5
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Imagem 5.6- Aplicação de TFD em mucosa e prótese. (A)
mucosa de palato com azul de metileno a 0,01%; (B)
aplicação de laser de baixa intensidade na mucosa; (C)
aplicação de azul de metileno 0,01% na prótese; (D)
aplicação de laser de baixa intensidade na prótese.
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF
B
D
C
A
http://dx.doi.org/10.2174/0929867325666180601102333
Beatriz Vasconcellos Ferreira Luiza Ornellas
06
Capítulo
ESTOMATITE
PROTÉTICA
Características Clínicas
 A estomatite protética é uma inflamação
localizadana mucosa abaixo das próteses
removíveis parciais ou totais (YARBOROUGH et
al., 2016). Newton realizou uma classificação
dessa desordem em 1962 e segundo o autor o
Grau I apresenta eritemas pontuais, Grau II
eritema difuso envolvendo grande parte ou toda
a mucosa e o Grau III hiperplasia papilar
inflamatória (HANNAH et al., 2017). A Tabela 2
abaixo esquematiza essa classificação.
Tabela 2 - Características clínicas de acordo com o grau
da Estomatite Protética. Fonte: Próprio autor.
Grau
Grau I
Grau II
Grau III
Eritemas pontuais
Eritemas difusos
Hiperplasia papilar
inflamatória
Característica
 O mais comum é ser assintomática, no
entanto, é possível observar sintomas como
sangramento na mucosa, sensação de ardência,
dor, halitose, sensação de boca seca e sabor
desagradável (ARENDORF e WALKER, 1987).
Possui etiologia multifatorial envolvendo
infecção por Candida spp., próteses mal
adaptadas, trauma, tabagismo, próteses usadas
durante muitos anos, alergia causada pelo
material da prótese, uso contínuo da prótese e
principalmente cuidados inadequados e higiene
deficiente. (GENDREAU e LOEWY, 2011; HANNAH
et al., 2017)
 Devido a variedade de fatores etiológicos é
importante realizar o reconhecimento para um
tratamento mais individualizado e direcionado
(Imagens 6.1 A, B, C, D) .
22
A
B
C
Capítulo
23
Estomatite Protética06
Imagem 6.1 (A, B, C, D)- Estomatite Protética Grau I. (A)
Palato duro sob a área chapeável da prótese com áreas
avermelhadas; (B) palato e rebordo superior bastante
avermelhados e um pouco edemaciados por conta das
lesões; (C) petéquias difusas por todo palato duro,
conferindo o avermelhado sem delimitações; (D)
petéquias em palato duro. 
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF
Diagnóstico
 O diagnóstico da estomatite protética pode
ser realizado clinicamente e conta com o auxílio
de exames laboratoriais como cultura
microbiológica, citopatologia e exames
imunológicos (JEGANATHAN e LIN, 1992),
principalmente para excluir outros diagnósticos.
Apesar das diversas possibilidades o mais
comum é o diagnóstico ser realizado de forma
clínica sendo os exames realizados para fins de
pesquisa na maioria dos casos.
Tratamento e prognóstico
 As abordagens mais conhecidas para o
tratamento são a remoção de fatores
traumáticos, correção das próteses, emprego de
medicamentos e correta higienização. Dessa
forma, é importante que o cirurgião-dentista
forneça instruções adequadas sobre cuidados
com as próteses em casa e marque consultas de
retorno para avaliar e reforçar a higiene, visando
preservar a saúde do tecido que suporta a
prótese. (JEGANATHAN e LIN, 1992; GENDREAU e
LOEWY, 2011; YARBOROUGH et al., 2016).
 No estudo de Hannah et al., (2017) os autores
estabelecem cuidados com a prótese para os
pacientes como: remove-la sempre que possível,
dormir sem a mesma, higienizá-la, assim como a
mucosa, duas vezes por dia com clorexidina,
dieta com menor ingestão de carboidrato, deixar
a prótese imersa em clorexidina durante 15
minutos e de um dia para o outro na água. 
 
 Cuidados periódicos com os dentes naturais
presentes, 
Limpar todas as superfícies da prótese por
dentro e por fora após todas as refeições
principalmente no período noturno, 
Utilizar escova de cerdas duras, sabão de
coco ou neutro
Remover as próteses no período noturno ou
algumas horas por dia. Enquanto isso deixa-
la em um recipiente com água oxigenada a
10 V, água sanitária ou Corega Tabs® diluido
em água, na proporção de uma colher de
sobremesa para meio copo de água.
Antes de colocar a prótese na boca é
necessário escová-la para remover os
resíduos de líquido de limpeza
Comparecer em consultas de revisão com o
dentista a cada seis meses 
O dentista deve realizar aconselhamento quanto
a dieta e higienização, corrigir ou substituir as
próteses se necessário e consultas de revisão. 
 O Ambulatório de Estomatologia INSF
confere aos pacientes com estomatite protética
as seguintes instruções:
 Em relação à terapia medicamentosa, a
primeira linha de escolha são as suspensões com
base de Nistatina, Anfotericina B, Miconazol e
Fluconazol. Nos casos de pacientes não
colaborativos se faz necessário o emprego de
antifúngicos sistêmicos sendo o Fluconazol e o
Itraconazol os mais utilizados (SHARMA e
SHARMA, 2015). De acordo com a literatura as
desvantagens do tratamento com antifúngico é
a resistência, a hepatotoxicidade e o fato de
muito dos antifúngicos atuarem como
fungiostáticos e não fungicidas o que dificulta a
remissão total (WHITE, MARR e BOWDEN, 1998;
LEITE, PIVA e MARTINS-FILHO, 2015). No entanto,
é necessário compreender que a utilização da
medicação deveria estar associada ao exame
citopatológico positivo para candidíase, o que
nem sempre ocorre. 
 A revisão sistemática de Fang, Huang e Ding
(2021) teve como objetivo investigar a eficácia
dos antifúngicos na candidíase oral. Segundo
esse estudo, o Fluconazol foi o medicamento
responsável pela maior redução da infecção
fúngica na cavidade oral, demonstrando assim a
maior eficácia entre os medicamen-
D
tos avaliados. 
Capítulo
24
 Buscando entender se substâncias naturais
tópicas como por exemplo própolis, chá verde e
gengibre são eficazes e seguras em comparação
com os antifúngicos convencionais no
tratamento da estomatite protética, a revisão
sistemática de Silveira et al. (2021) aponta que
apesar da melhora dos aspectos clínicos, ainda
há pouca certeza no corpo de evidências de que
os produtos naturais podem ser usados 
adequadamente no tratamento da estomatite
protética, sendo necessário futuros ensaios
clínicos randomizados e bem desenhados.
 Devido às desvantagens da terapia
medicamentosa e os avanços na área
biomédicas a literatura relata novas formas de
tratamento como a utilização de lasers (SHARMA
e SHARMA, 2015; YARBOROUGH et al., 2016) e a
ozonioterapia (MURAKAMI et al., 1996).
 A terapia fotodinâmica utiliza-se da
combinação entre um agente
fotossensibilizador, uma fonte de luz que possua
um comprimento de onda correto e a presença
de oxigênio o que origina a formação de
espécies reativas de oxigênio as quais causam a
inativação microbiana tendo como
consequência a morte dos microrganismos.
Devido seu mecanismo de ação não foi
mencionado na literatura casos de resistência à
terapia fotodinâmica ou efeitos mutagênicos nas
células humanas (DONELLY, MCCARRON e
TUNNEY, 2008; DOVIGO et al., 2010). 
 O protocolo adotado pelo ambulatório de
Estomatologia ISNF para terapia fotodinâmica
nos casos de estomatite protética é o mesmo
para candidíase quando o paciente utiliza
prótese total, e será descrito a seguir:
Secagem da mucosa e da superfície
interna da prótese com gaze estéril01
Aplicação da solução de azul de
metileno a 0,01%02
Aguardar 5 minutos03
Remoção do excesso do azul de
metileno a 0,01%04
Irradiação com fonte de laser
Arseneto de Gálio e Alumínio
(GaAlAs), de comprimento de onda
de 660nm (MMOptics, Brasil), 9J de
energia/ponto, densidade de energia
de 225J/cm2, 90 segundos/ponto,
100mW, modo contínuo, aplicação
pontual distanciando 1 cm entre os
pontos
05
Estomatite Protética06
Ozonioterapia
 A ozonioterapia vem se destacando na
odontologia. Em diversos tratamentos o ozônio é
utilizado já que possui efeito bactericida,
virucida e fungicida. Isso ocorre decorrente da
alta atividade oxidativa e seres como bactérias,
fungos e vírus não possuem sistemas complexos
de reparo de estruturas nobres (OLIVEIRA e
MENDES, 2009; BOCCI, 2006; PATTANAIK et al.,
2011).
 Crastechini et al.(2018) em seu estudo com
testes in vitro, analisou o efeito do óleo
ozonizado sobre os níveis orais de Candida spp.
em pacientes com estomatite protética. Como
resultado, observou-se que o óleo de oliva
ozonizado mostra-se promissor como uma nova
alternativa para o controle do biofilme em
pacientes com estomatite protética. 
Ambulatório Estomatologia
ISNF/ UFF
 Diante das inúmeras causas de estomatite
protética, torna-se relevante identificar a
presença de candidíase, uma vez que nem
semprea estomatite protética tem associação
com esse fungo. Na presença ou na ausência da
possibilidade dessa associação, pode optar pelas
terapias citadas no item candidíase (vide
Capítulo 5). Caso seja realizado a terapia
fotodinâmica antimicrobiana, os antifúngicos
tópicos ou a ozonioterapia através do oléo de
girassol ozonizado, as terapias precisam ser
realizadas tanto na mucosa oral subjacente à
prótese quanto na superfície interna da prótese
que fica em contato com a mucosa. Vale
ressaltar que a adequada orientação de higiene
oral e da prótese precisa ser enfatizada para o
sucesso do tratamento. 
Capítulo
25
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Estomatite Protética06
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 Os diagnósticos diferenciais para o herpes
simples podem variar desde úlcera traumática,
estomatite aftosa, herpes zoster e eritema
multiforme (quando a lesão não for uniforme),
até infecções mucocutâneas, como o impetigo,
pé-mão-boca e herpangina. (STOOPLER, 2005).
26
 O herpes labial é uma doença infecto-
contagiosa comum causada pelo vírus herpes
simples tipo 1 (HSV-1) e caracteriza-se
clinicamente por lesões extragenitais,
disseminando-se através da saliva infectada,
lesões periorais ativas, gotículas respiratórias,
água e objetos contaminados. Já o vírus herpes
simples tipo 2 (HSV-2) está relacionado a lesões
perigenitais.(NEVILLE, 2016) (TRINDADE et al.,
2007).
 Geralmente esse vírus se mantém em estado de
latência nas células neurais atingidas e replica-se
nas células epiteliais, sendo reativado sob
estímulos de luz UV, traumas, períodos
menstruais, imunodepressão e estresse.
 Apresenta-se clinicamente como múltiplas e
pequenas pápulas eritematosas, formando
agrupamentos de vesículas preenchidas por
líquido (Imagens 7.1 A- D) , as quais se rompem e
formam crostas dentro de aproximadamente
dois dias (Imagem 7.2 A e B). Os sítios mais
acometidos são lábios e pele adjacentes, embora
possam acometer outras regiões, como palato
(Imagem 7.3).
Características Clínicas
Diagnóstico
 O diagnóstico é realizado a partir de um
adequado exame clínico. Para lesões atípicas,
pode ser complementado pela cultura/biópsia
de vesículas intactas, sorologia entre 4 a 8 dias
após o período de exposição ou exame
citopatológico, (NEVILLE, 2016) que é simples,
rápido e barato. 
Nicolly Duarte de Abreu Patrick Cardoso Squitino Mattos
07
Capítulo
HERPES
SIMPLES
A
B
C
27
Capítulo Herpes Simples07
Imagem 7.2 - Lesão de herpes simples em estágio de
crostas. (A) Lesão em lábio superior; (B) Lesão em região
perioral. 
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF
Imagem 7.3 - Lesão de herpes simples em palato mole.
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF
Tratamento e Prognóstico
 Sendo o herpes labial uma doença
autolimitante, alguns tratamentos paliativos
podem ser utilizados, a fim de minimizar os
sintomas dolorosos e suprimir a replicação viral.
 Ao iniciarem os sintomas prodrômicos, como:
dormência, pontadas, prurido, eritema e dor, o
medicamento de escolha principal é o Aciclovir,
uma vez que possui ação antiviral seletiva e
potente. O uso via oral de 200 mg, adulto e
pediátrico, é indicado cinco vezes ao dia,
pulando a dose noturna, durante dez dias em
caso de episódio inicial, e durante cinco dias, em
caso de episódio recorrente. Também há a
versão tópica de 50 mg que pode ser aplicada
em lábio e pele adjacente até a regressão da
lesão. (SANTOS et al., 2012)
 Se não houver resposta eficaz ao tratamento
com esse fármaco entre 5 a 10 dias, existe a
possibilidade das lesões serem formas
resistentes. Nessa situação, inicialmente pode-se
aumentar as doses do primeiro tratamento e,
caso haja falha na intervenção, deve-se utilizar o
hexaidrato fosfonoformato trissódio (Foscarnet).
(NEVILLE, 2016)
 O laser de baixa intensidade deve ser usado
apenas na ausência de vesículas, uma vez que
auxilia na cicatrização com ação analgésica e
anti inflamatória. (SANTOS et al., 2012). O
protocolo para o uso do laser varia de acordo
com a fase na qual a lesão se manifesta, como
indicado na Tabela 3.
Imagens 7.1- Lesões de herpes simples em estágio
vesicular. (A) Em lábio inferior; (B) Em lábio inferior
esquerdo; (C) Em lábio superior esquerdo e (D) Em lábio
inferior direito. 
Fonte: Ambulatório de Estomatologia do ISNF - UFF
D
A
B
28
PROTOCOLO DE LASERTERAPIA / TFD
Fase
P
R
O
D
R
Ô
M
I
C
A
 
P
R
É
-
V
E
S
I
C
U
L
A
R
 
U
L
C
E
R
A
D
A
V
E
S
I
C
U
L
A
R
Dormência,
pontadas,
prurido,
eritema e dor
Eritema
intenso e
edemaciado
Vesículas
Lesões
ulceradas
Inibir o
desenvolvimento
subsequente da
lesão
Diminuição do
edema e dor
Estimular a
cicatrização
Estimular a
cicatrização
Vermelho:
660 nm
Vermelho:
660 nm
Vermelho:
660 nm
Vermelho:
660 nm
120 J/cm2
(40mW e
2 minutos)
ou 4,8 J
por ponto
30J/cm2
(40mW,
30
segundos)
ou 1,2 J
por ponto
40J/cm2
(40 mW e
40
segundos)
ou 1,6 J
por ponto
10J/cm2
(40mW, 10
segundos)
ou 0,4 J
por ponto
20 J/cm2
(40 mW,
20
segundos)
ou 0,8J
por ponto
10 J/cm2
(40 mW e
10
segundos)
ou 0,4 J
de energia
total por
ponto
Um único
ponto
central
Um ponto
central e 4
ou 5 pontos
periféricos
Um ponto
central