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A História da 
Saúde e o 
Surgimento da 
Enfermagem no 
Brasil
Profa. Enfa Fabiana F. 
Beserra
Políticas Públicas de Saúde no Brasil
Brasil Colonial e Imperial
• Até a instalação do império não havia nenhum modelo vigente
de saúde.
• Atenção a saúde limitada ao conhecimento da terra e aos
curandeiros.
• Vinda da família real (1808) – necessidade de se criar uma
estrutura sanitária mínima.
• Até 1850: delegação das atribuições sanitárias às juntas
municipais e Controle de navios e saúde dos portos;
• Há carência de profissionais médicos no Brasil Colônia e no
Brasil Império.
• A Botica surge como alternativa aos tratamentos das moléstias
da época – boticários como tratadores de doenças.
Esta Foto de Autor desconhecido está licenciada sob CC BY.
http://obshistoricogeo.blogspot.com/2014/10/o-inicio-da-colonizacao.html
https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/
1889 até 1930
• 15/11: Proclamação da República: organização política típica 
do Estado capitalista;
• A tradição de controle político pelos grandes proprietários (o 
coronelismo) impôs ainda normas de exercício do poder que 
representavam os interesses capitalistas dominantemente 
agrários.
• Cidade do Rio de Janeiro apresentava um quadro sanitário 
caótico caracterizado pela presença de diversas doenças 
graves que acometiam à população, como a varíola, a 
malária, a febre amarela, e posteriormente a peste;
• Os navios estrangeiros não mais queriam atracar no porto 
do Rio de Janeiro em função da situação sanitária existente 
na cidade.
Esta Foto de Autor desconhecido está licenciada sob CC BY-SA.
Marechal Deodoro da Fonseca
https://historiasylvio.blogspot.com/2012/07/proclamacao-da-republica_26.html
https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/
1889 até 1930
• Oswaldo Cruz, nomeado Diretor do Departamento Federal 
de Saúde Pública, que se propôs a erradicar a epidemia de 
febre-amarela na cidade do Rio de Janeiro.
• Atividades de desinfecção e combate ao mosquito-vetor 
são desenvolvidas por “guardas sanitários”, porém com 
exagero a forma como a população era abordada (queima 
de roupas e colchões).
• A onda de insatisfação se agrava com outra medida de 
Oswaldo Cruz, a Lei Federal nº 1261, de 31 de outubro de 
1904, que instituiu a vacinação anti-varíola obrigatória 
para todo o território nacional. Surge, então, um grande 
movimento popular de revolta que ficou conhecido na 
história como a revolta da vacina.
Oswaldo Cruz
1889 até 1930
Previdência Social
 O sistema de Caixas Sociais ou Caixas de Aposentadorias e Pensões 
(CAP’s) foi criado na década de 20 quando promulgada a Lei, nº 4.682 de 
24 de janeiro, de autoria do Deputado Eloy Chaves, no governo de Arthur 
Bernardes. Esta Lei atendeu, em um primeiro momento, aos trabalhadores 
ferroviários e, posteriormente, aos marítimos e estivadores 
(MERCADANTES et al., 2002).
 Em 1930, o sistema já abrangia 47 caixas, com 142.464 segurados ativos, 
8.006 aposentados, e 7.013 pensionistas.
Entre 1930 a 1964
• Em 1953 foi criado o Ministério da Saúde, Lei nº 1920 de 
25/7/1953o, que na verdade limitou-se a um mero desmembramento do 
antigo Ministério da Saúde e Educação sem que isto significasse uma nova 
postura do governo e uma efetiva preocupação em atender aos importantes 
problemas de saúde pública de sua competência.
• Em 1960 foi promulgada a lei 3.807, denominada Lei Orgânica da 
Previdência Social, que veio estabelecer a unificação do regime geral da 
previdência social, destinado a abranger todos os trabalhadores sujeitos ao 
regime da CLT, excluídos os trabalhadores rurais, os empregados 
domésticos e naturalmente os servidores públicos e de autarquias e que 
tivessem regimes próprios de previdência.
O Regime Militar - 1964
• 1967 - implantação do Instituto 
Nacional de Previdência Social (INPS), 
reunindo os seis Institutos de 
Aposentadorias e Pensões, o Serviço 
de Assistência Médica e Domiciliar de 
Urgência (SAMDU) e a 
Superintendência dos Serviços de 
Reabilitação da Previdência Social.
• “Complexo médico-industrial” - 
característica marcante deste período 
(NICZ, 1982).
• Aumento do número de contribuintes 
e número relativamente pequeno de 
aposentados e pensionistas – 
aumento da arrecadação.
• Incentivo a modernização dos 
hospitais e altos investimentos em 
tecnologia. Apoio as organizações 
médico-hospitalares privadas.
O Regime Militar
1974 - Ministério da Previdência 
e Assistência Social. Juntamente 
com este Ministério foi criado o 
Fundo de Apoio ao 
Desenvolvimento Social (FAS) – 
apoia investimentos pesados em 
hospitais privados.
1978 - Instituto Nacional de 
Assistência Médica da 
Previdência Social (INAMPS).
O Movimento da Reforma Sanitária
• O Movimento da Reforma Sanitária, no 
final da década de 70, influenciado pela 
Conferência pela de Alma ATA (1978), 
deixou sua marca e culminou com a VIII 
Conferência Nacional de Saúde em 
1986, propondo que a saúde seja um 
direito do cidadão, um dever do Estado 
e que seja universal o acesso a todos os 
bens e serviços que a promovam e 
recuperem saúde. 
• Deste pensamento resultaram duas das 
principais diretrizes do Sistema Único de 
Saúde (SUS), que são a universalidade 
do acesso e a integralidade das ações.
Nascimento do SUS
Constituição Federal
• A constituinte de 1988 no 
capítulo VIII da Ordem social e na 
secção II referente à Saúde define 
no artigo 196 que:
“A saúde é direito de todos e dever 
do estado, garantindo mediante 
políticas sociais e econômicas que 
visem a redução do risco de 
doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às 
ações e serviços para sua 
promoção, proteção e 
recuperação”.
Constituição Federal art. 196 a 200
• Art. 197. São de relevância pública as ações 
e serviços de saúde, cabendo ao Poder 
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua 
regulamentação, fiscalização e controle, 
devendo sua execução ser feita 
diretamente ou através de terceiros e, 
também, por pessoa física ou jurídica de 
direito privado.
Constituição Federal art. 
196 a 200
• Art. 198: “As ações e serviços públicos de saúde integram uma 
rede regionalizada e hierarquizada, e constituem um sistema único, 
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I. Descentralização , com direção única em cada esfera de governo;
II. Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, 
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III. Participação da comunidade
• Parágrafo único - o sistema único de saúde será financiado , com 
recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes”.
• O Estado deverá assumir explicitamente um política de saúde 
consequente e integrada às demais políticas econômicas e sociais, 
assegurando os meios que permitem efetivá-las”
• Isso será garantido mediante o controle do processo de formulação, 
gestão e avaliação das políticas sociais e econômicas pela população
Constituição Federal 
art. 196 a 200
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
• § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma 
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, 
mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as 
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
• § 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou 
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
• § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais 
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em 
lei.
• § 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a 
remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de 
transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento 
e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de 
comercialização.
Constituição Federal art. 196 a 200
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos 
termosda lei:
• I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse 
para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
• II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as 
de saúde do trabalhador;
• III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
• IV - participar da formulação da política e da execução das ações de 
saneamento básico;
• V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico 
e tecnológico;
• VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor 
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
• VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e 
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
• VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho.
A chegada da Enfermagem ao Brasil
• A história da enfermagem no Brasil remonta ao século 
XIX, período em que o país passava por transformações 
sanitárias e enfrentava desafios de saúde pública.
• A profissão surge como uma simples prestação de 
cuidados aos doentes, realizada por um grupo 
formado, na sua maioria, por escravos, que nesta 
época trabalhavam nos domicílios. 
• Desde o princípio da colonização, a História da 
Enfermagem no Brasil, é marcada pela inclusão e 
abertura das Santas Casas de Misericórdia, que 
tiveram origem em Portugal.
• A primeira Casa de Misericórdia, foi fundada na Vila 
de Santos, em 1543. Em seguida, ainda no século XVI, 
surgiram as do Rio de Janeiro, Vitória, Olinda e Ilhéus. 
Mais tarde Porto Alegre e Curitiba, esta inaugurada 
em 1880, com a presença de D. Pedro II e Dona 
Tereza Cristina.
A chegada da 
Enfermagem ao Brasil
• A terapêutica empregada era à base de ervas 
medicinais minunciosamente descritas. 
• Destaques para Padre Jose de Anchieta e Frei 
Fabiano Cristo, que durante 40 anos exerceu 
atividades de enfermeiro no Convento de 
Santo Antônio do Rio de Janeiro (Séc. XVIII).
• Os escravos tiveram papel relevante, pois 
auxiliavam os religiosos no cuidado aos 
doentes. 
A chegada da Enfermagem ao Brasil
Em 1822, o Brasil tomou as primeiras medidas de proteção à maternidade que se conhecem na legislação mundial, 
graças a atuação de José Bonifácio Andrada e Silva.
Em 1832 organizou-se o ensino médico e criada a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. A escola de parteiras da 
Faculdade de Medicina diplomou no ano seguinte a célebre Madame Durocher, a primeira parteira formada no Brasil.
No começo do século XX, grande número de teses médicas foram apresentadas sobre Higiene Infantil e Escolar, 
demonstrando os resultados obtidos e abrindo horizontes e novas realizações. 
Esse progresso da medicina, entretanto, não teve influência imediata sobre a Enfermagem.
Assim sendo, a história da enfermagem brasileira do tempo do Império, raros nomes se destacaram e, entre eles, 
merece especial menção o de Anna Nery. Ela é peça fundamental na História da Enfermagem no Brasil.
A chegada da Enfermagem ao Brasil
• A pioneira dos movimentos de saúde no Brasil foi Anna Justina 
Ferreira Néry, nascida na Bahia, em 13 de dezembro de 1814.
• Ficou viúva do capitão Isidoro Antônio Néri e viu seus familiares 
mais próximos serem convocados para a Guerra do Paraguai. 
• Solicitou ao presidente poder acompanhar os filhos e o irmão 
ou prestando serviços voluntários nos hospitais do Rio Grande 
do Sul.
• Prestou serviços como voluntária na Guerra do Paraguai de 
1864 a 1870.
• Faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de maio de 1880, aos 66 anos 
de idade.
A chegada da 
Enfermagem ao Brasil
• Anna Nery é considerada a primeira pessoa não-
religiosa a dedicar-se aos cuidados com a saúde de uma 
comunidade ou população. 
• Foi a primeira enfermeira do Brasil. 
• Recebeu a Medalha Geral de Campanha e a Medalha 
Humanitária de primeira classe. 
• O seu maior legado pode ser considerado a abnegação e 
a perseverança na prática do cuidar do próximo, a 
organização sistemática e a humanização no cuidar dos 
doentes 
Primeira Escola Profissional de 
Enfermeiros e Enfermeiras
• 1890 - Fundada na cidade do Rio de 
Janeiro, junto ao Hospital Nacional de 
Alienados do Ministério dos Negócios do 
Interior.
• A formação de pessoal de Enfermagem 
visava atender inicialmente aos hospitais 
civis e militares e, posteriormente, às 
atividades de saúde pública, principiou 
com a criação, pelo governo, 
• Denomina-se hoje “Escola de 
Enfermagem Alfredo Pinto”, 
pertencendo à Universidade do Rio de 
Janeiro – UNI-RIO.
REFERÊNCIAS
• NUNES, ED. Sobre a história da saúde pública: ideias e autores. Rev. Ciência e Saúde 
Coletiva, 5(2), 251-264, 2000.
• POLIGNANO, MV. História das Políticas de Saúde no Brasil: uma pequena revisão. 
Disponível no site: www.multiplasaude.com.br.
• SOU ENFERMAGEM. A história da enfermagem no Brasil. (ver 2023). Disponível em: 
https://www.souenfermagem.com.br/fundamentos/historia-da-enfermagem-no-
brasil/#google_vignette Acesso em 04/04/2024
• TURKIEWICZ, Maria. História da Enfermagem. Paraná, ETECLA, 1995.
http://www.multiplasaude.com.br/
https://www.souenfermagem.com.br/fundamentos/historia-da-enfermagem-no-brasil/#google_vignette
https://www.souenfermagem.com.br/fundamentos/historia-da-enfermagem-no-brasil/#google_vignette
	Slide 1: A História da Saúde e o Surgimento da Enfermagem no Brasil
	Slide 2: Políticas Públicas de Saúde no Brasil
	Slide 3: 1889 até 1930
	Slide 4: 1889 até 1930
	Slide 5: 1889 até 1930
	Slide 6: Entre 1930 a 1964
	Slide 7: O Regime Militar - 1964
	Slide 8: O Regime Militar
	Slide 9: O Movimento da Reforma Sanitária
	Slide 10: Nascimento do SUS
	Slide 11: Constituição Federal art. 196 a 200
	Slide 12: Constituição Federal art. 196 a 200
	Slide 13: Constituição Federal art. 196 a 200
	Slide 14: Constituição Federal art. 196 a 200
	Slide 15: A chegada da Enfermagem ao Brasil
	Slide 16: A chegada da Enfermagem ao Brasil
	Slide 17: A chegada da Enfermagem ao Brasil
	Slide 18: A chegada da Enfermagem ao Brasil
	Slide 19: A chegada da Enfermagem ao Brasil
	Slide 20: Primeira Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras
	Slide 21: REFERÊNCIAS

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