Buscar

Crítica Literária no Século XIX

Prévia do material em texto

TÓPICO 03: A CRÍTICA NO SÉCULO XIX
A partir do século XVIII, a prática da crítica modifica-se em relação à 
sua matriz antiga que se pautava nas convenções tradicionalmente aceitas 
sem questionamento, passa a considerar a análise livre e racional não apenas 
de textos, mas de questões de diversas naturezas, como o gosto, o 
conhecimento, os eventos da história. O melhor e mais influente exemplo 
deste posicionamento apoiado na filosofia é sem dúvida as três Críticas de 
Kant: a da razão pura (1781), a da razão prática (1788) e a da faculdade de 
julgar (1790).
Assim, a crítica, fortalecida na centúria iluminista, aos poucos liberta-se 
da tutela normativa exercida pela Retórica e Poética para, no século XIX, 
com o advento do Romantismo propagador do conceito de que a arte 
literária, como fruto da atividade intelectual do gênio, é viva, dinâmica e 
original.
O MÉTODO DE SAINTE-BEUVE
VERSÃO TEXTUAL
O método de Sainte-Beuve marca o início da crítica moderna, por 
inaugurar crítica de jornal e propor um método mais próximo da 
ciência. Ele partia do conhecimento da vida dos autores para entender 
a obra. Acreditando poder traçar "retratos" destes através de suas 
análises biográficas, procura assumir diante da obra literária uma 
postura isenta, desprovida de qualquer sistema ou norma. No ensaio 
"De la méthode en Critique", de 1847, Sainte-Beuve explica, a partir da 
teoria natural dos grupos, os autores e as obras literárias. Ele faz uma 
espécie de sistematização de comportamentos com caráter científico, 
mas fundamentado em uma "essência da ordem psicológica do 
autor" (AGUIAR E SILVA, 1973). Seja como for, estabeleceu um liame 
entre a crítica subjetivista (romântica) e a objetivista (científica).
OLHANDO DE PERTO
Proust, em Contre Sainte-Beuve (1908), faz uma análise crítica 
refutando a teoria de que a biografia é o instrumento mais importante 
para entender o trabalho de um artista.
CRÍTICA CIENTÍFICA
Hipolite Taine é o principal pensador da chamada crítica científica. 
Defensor do racionalismo, Taine não aceitava que o fundamento de 
qualquer criação artística se restringisse à área da psicologia, para ele, 
abrangia outras áreas do saber, principalmente a da sociologia. Assim, o 
método crítico defendido por ele, de penhor positivista, rejeitava qualquer 
subjetivismo e partia de uma concepção sociológica da literatura: 
TEORIA DA LITERATURA II
AULA 01: A ABORDAGEM DO TEXTO LITERÁRIO - DA ANTIGUIDADE AO SÉCULO XIX
10
	Combinarenumerar.pdf
	TeoriadaLiteraturaII_aula_01.pdf
	03.pdf