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Evolução da Gestão Ambiental


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Evolução dos conceitos 
de Gestão Ambiental e 
Gestão Social
 
SST
Dondoni, Danielle Calazans
Evolução dos conceitos de Gestão Ambiental e Gestão 
Social / Danielle Calazans Dondoni 
Ano: 2020
nº de p.: 9
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
Evolução dos conceitos 
de Gestão Ambiental e 
Gestão Social
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Apresentação
Nesta unidade, aprenderemos sobre qualidade e gestão socioambiental. Veremos 
como os programas de qualidade nas empresas têm como intuito a melhoria 
dos produtos e processos, requisitos essenciais para sobrevivência no mercado 
globalizado e competitivo. 
Ao associar requisitos da qualidade com ações sociais e ambientais, as 
organizações fortalecem o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, 
observaremos a gestão socioambiental nas empresas e o seu impacto na 
sociedade.
Evolução dos conceitos de gestão 
ambiental e gestão social
O amplo acesso a informações representa um desafio para as empresas, 
considerando que os clientes diretos e a sociedade em um contexto geral tornam-
se mais exigentes. Permanecer no mercado e atuar competitivamente requer a 
integração de fatores, como baixo custo, alto padrão de qualidade e atendimento às 
demandas sociais e ambientais.
Para Nascimento (2007), a década de 1950 marca o início da preocupação com a 
gestão ambiental e a gestão social. Até essa época, o meio ambiente era um local 
de descarte para os resíduos advindos da ação do homem e das indústrias, em 
que acreditava-se que a natureza seria capaz de depurar tudo o que fosse lançado 
no ar, na água e no solo, como representado na figura a seguir. No âmbito social, 
as empresas faziam doações motivadas por aspectos religiosos, culturais ou 
humanitários, conhecidas como ações filantrópicas.
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Representação da poluição do ar
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
As reflexões acerca do tema ambiental foram intensificadas após o acidente de 
Minamata no Japão, no qual estima-se que, entre 1932 e 1968, a empresa Chisso 
Petrochemical tenha lançado no mar 81 toneladas de mercúrio. Os primeiros casos 
de contaminação foram identificados em 1956, e os sintomas incluíam problemas 
no sistema nervoso, paralisia, deformidades, e, em alguns casos, até morte. Mais 
de dois milhões de pessoas podem ter sido contaminadas, por ingestão de peixes 
e frutos do mar, e quase três mil foram diagnosticadas com a doença de Minamata. 
Destacam-se também os seguintes fatos (NASCIMENTO, 2007):
• Década de 1960 
• A autora Rachel Carson publica o livro A Primavera Silenciosa, no 
qual alertava sobre os perigos do uso de pesticidas e poluentes.
• Década de 1970
• Primeira conferência da Organização da Nações Unidas (ONU) para 
o meio ambiente, com participação de 113 países. Evento conhecido 
como Conferência de Estocolmo, na Suécia.
• Acidente na ICMESA, uma indústria de pesticidas em Seveso, na 
Itália, levando à contaminação de 320 hectares de terra.
• Década de 1980
• Acidente na Union Carbide, indústria de pesticidas em Bhopal, na 
Índia, com vazamento de 40 toneladas de gás venenoso.
• Acidente de Chernobil, usina nuclear na Ucrânia, contaminando 
cerca de 150 mil quilômetros quadrados, e tornando inabitável um 
raio de 30 quilômetros ao redor da usina.
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• Assinatura do Protocolo de Montreal, que tinha como objetivo a 
redução da emissão de gases que afetam a camada de ozônio.
• Acidente com o navio petroleiro da Exxon-Valdez, no Alasca, com 
derramamento de 40 milhões de litros de óleo no mar.
• Década de 1990
• Segunda conferência da ONU para o meio ambiente, com participação 
de 172 países. Evento conhecido como Rio 92.
• Assinatura do Protocolo de Quioto, no Japão, que tinha como 
objetivo a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa 
a fim de minimizar as mudanças climáticas.
• Publicação da Norma ISO 14.001 – Sistema de Gestão Ambiental.
• Início do século XXI
• Convenção de Estocolmo, na Suécia, sobre os Poluentes Orgânicos 
Persistentes (POP), na qual determinou-se o controle sobre todo o 
ciclo de uma série de substâncias químicas, desde a produção até 
a destinação final.
• Conferência da ONU sobre ambiente e desenvolvimento sustentável, 
também conhecido como Rio+10, com participação de 189 países, 
cujo objetivo era a adoção de um plano de ação sobre diversos 
temas: a pobreza e a miséria, os recursos naturais e sua gestão, o 
consumo, entre outros.
• Conferência da ONU sobre ambiente e desenvolvimento sustentável, 
também conhecido como Rio+20, com participação de 193 países, 
que teve como temas centrais: economia verde no contexto do 
desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a 
estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
• Acidente na usina nuclear de Fukushima, em Tóquio, no Japão, 
decorrente de um tsunami, que liberou intensa fumaça e material 
radioativo na atmosfera. 
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Representação da gestão ambiental
Fonte: plataforma deduca (2020).
Cronologia
A discussão sobre responsabilidade social das empresas foi iniciada por Howard 
Bowen no seu livro intitulado Social Responsibilities of the Businessman, publicado 
em 1953, o qual destaca que as organizações estão inseridas na sociedade, não 
podendo serem vistas como uma entidade independente dela. Destacam-se 
também os seguintes fatos (NASCIMENTO, 2007):
• Década de 1960
• O autor Joseph McGuire publicou o livro Business and Society, no 
qual apontou que a responsabilidade social não engloba apenas o 
cumprimento de obrigações legais e econômicas; as obrigações 
com a sociedade são compromisso moral.
• Década de 1970
• Publicada a Lei Francesa n.77.697/1977, que determinava a 
divulgação do balanço social voltado para relações de trabalho.
• Publicada a Carta de Dirigentes Cristãos de Empresas, trazendo 
para o Brasil a visão social.
• Década de 1980
• Criado, em 1981, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e 
Econômicas (Ibase).
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• A Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social 
(Fides) desenvolveu um modelo de balanço social com estrutura 
adaptada à realidade do Brasil. 
• Publicado pela empresa estatal Nitrofértil, em 1984, o primeiro 
balanço social.
• Década de 1990
• Criado, em 1998, o selo Ibase/Betinho, certificando as empresas que 
fazem o balanço social conforme o modelo sugerido pelo instituto.
• Publicação da Norma SA 8000 – Responsabilidade Social.
• Publicação da Norma ISO 14001 – Sistema de Gestão de Segurança 
e Saúde Ocupacional.
• Início do século XXI
• Criação do Prêmio Balanço Social, em 2002, que trata de um esforço 
conjunto de cinco instituições (Aberje, Apimec, Ethos, Fides, Ibase), 
cujo objetivo central do Prêmio é difundir a prática do balanço social 
nas empresas.
• Por intermédio do Programa de Apoio a Investimentos Sociais 
(Pais), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES) disponibiliza recursos para implantação, crescimento e 
consolidação de programas de investimentos sociais.
O balanço social é o demonstrativo anual quantitativo e qualitativo 
das ações sociais realizadas interna e externamente. É uma forma 
de apresentar voluntariamente as atividades de uma empresa 
com a sociedade a qual está diretamente relacionada. Tem como 
objetivo a divulgação de aspectos da gestão econômica-social e 
o relacionamento com a comunidade.
Atenção
Em síntese, somente a partir da década de 1990, as organizações passaram a 
adotar normas para a qualidade ambiental, principalmente as da International 
Organization for Standardization (ISO). Nessa mesma época, o papel social das 
empresas passou a ser discutido, consolidando o conceito de Responsabilidade 
Social Corporativa (RSC). 
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A gestão socioambiental
A evolução e a ocorrência de fatos históricos moldaram uma série de conceitos, 
dentre os quais ressalta-se o desenvolvimento sustentável.
Importância da Responsabilidade Socioambiental vem aumentando nos 
últimos anos no Brasil, vem mudando o comportamento das empresas, 
e interesse pelo tema. A Responsabilidade SocioambientalEmpresarial, 
não se limita a ações filantrópicas praticadas pela empresa, ou seja, 
vai muito além da filantropia. A empresa desenvolve programas que 
alinham esses aspectos beneficiando seus públicos interno e externo. 
As ações praticadas pelas empresas, devem estar em consonância com 
o desenvolvimento da sociedade e do meio ambiente. Justifica-se a 
implementação destas ações em busca de oportunidades geradas por 
uma consciência maior sobre as questões sociais e ambientais de gênero; 
a antecipação, evitando regulações restritivas à ação empresarial pelo 
governo, e na diferenciação de seus produtos diante de seus competidores 
menos responsáveis socialmente. (FAGUNDES, 2013)
Diante dos fatos, é de extrema importância nos preocuparmos com a questão 
ambiental independentemente do país que estamos discutindo. Deve-se levar 
em consideração as políticas das empresas, bem como a questão das políticas 
adotadas pelos países para que seja possível atingir metas estipuladas para a 
empresa como um todo.
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Fechamento
Nesta unidade, conseguimos compreender que o acesso a informações pode ajudar 
as empresas a estarem informadas e se adaptarem às normativas estabelecidas 
pelos governos e tratados existentes. A sociedade está cada vez mais exigente 
quando nos referimos às questões ambientais, visto que é de suma importância 
tratarmos esse assunto com prioridade.
Nesse sentido, estudamos e analisamos a cronologia de como ocorreu a 
evolução da gestão ambiental e gestão social, bem como a discussão sobre a 
responsabilidade social das empresas desde a década de 1960 até o início do 
século XXI.
Referências
FAGUNDES, R. M. A Gestão da responsabilidade socioambiental empresarial. 
Administradores, [s. l.], maio 2013. Disponível em: https://administradores.
com.br/artigos/a-gestao-da-responsabilidade-socioambiental-
empresarial#:~:text=Estrat%C3%A9gias%20de%20gest%C3%A3o%20
implementadas%20para,onde%20a%20vari%C3%A1vel%20socioambiental%20fica. 
Acesso em: 12 out. 2020.
NASCIMENTO, L. F. Quando a gestão social e a gestão ambiental se encontram. In: 
XXXI Encontro da ANPAD. Anais [...]. Rio de Janeiro: ANPAD, 2007. Disponível em: 
http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/33/TC%20APS-C3285.pdf. Acesso 
em: 14 out. 2020.
https://administradores.com.br/artigos/a-gestao-da-responsabilidade-socioambiental-empresarial#:~:te
https://administradores.com.br/artigos/a-gestao-da-responsabilidade-socioambiental-empresarial#:~:te
https://administradores.com.br/artigos/a-gestao-da-responsabilidade-socioambiental-empresarial#:~:te
https://administradores.com.br/artigos/a-gestao-da-responsabilidade-socioambiental-empresarial#:~:te
http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/33/TC%20APS-C3285.pdf
Relação entre a qualidade 
e a gestão socioambiental 
nas organizações
 
SST
Rossi, Jessica de Cássia
Relação entre a qualidade e a gestão socioambiental 
nas organizações / Jessica de Cássia Rossi
Ano: 2020
nº de p.: 
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
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Relação entre a qualidade 
e a gestão socioambiental 
nas organizações
Apresentação
Nesta unidade, apresentaremos alguns conceitos acerca da gestão socioambiental 
e da qualidade, relacionando a parte da empresa e a unificação dos fatores 
econômicos, sociais e ambientais. Para isso, entenderemos a interface entre as 
questões ambientais e sociais. 
As normas da série ISO 14000 também serão abordadas a fim de nos ajudarem 
a compreender melhor a gestão ambiental. Ainda com relação a normas, 
observaremos a ISSO 26000, que trata sobre responsabilidade social. Veremos, 
ainda, como os resultados esperados precisam ser obtidos no presente e contribuir 
para o futuro da organização.
Qualidade e gestão
O conceito de desenvolvimento sustentável tem sido continuamente redefinido. 
A definição mais utilizada atualmente é a proposta por John Elkington em 1997, 
denominada como Triple Bottom Line, conhecida, em português, como Tripé da 
Sustentabilidade. Consiste de três dimensões (econômica, social e ambiental) que 
devem estar interligadas para que se atinja o desenvolvimento sustentável.
Tripé da sustentabilidade
Dimensão
Econômica
Dimensão
Ambiental
Desenvolvimento
Dimensão 
Sustentável 
Social
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
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A adoção dos princípios de desenvolvimento sustentável é fundamental para 
a sobrevivência das empresas em um mercado competitivo e cada vez mais 
preocupado com estas questões ambientais e sociais. A Gestão Socioambiental 
Estratégica é definida por Nascimento, Lemos e Mello (2008, p.18) como sendo:
[...] a inserção da variável socioambiental ao longo de todo o processo 
gerencial de planejar, dirigir e controlar, utilizando-se das funções que 
compõem esse processo gerencial, bem como das interações que 
ocorrem no ecossistema do mercado, visando atingir seus objetivos e 
metas da forma mais sustentável possível. 
A implementação dessa gestão trás os seguintes benefícios (NASCIMENTO, 2005):
• oportunidade de melhoria da competitividade;
• desenvolvimento da parceria com fornecedores;
• conscientização e educação dos seus clientes;
• obtenção de certificações e pro atividade frente às ações governamentais;
• melhoria da imagem pública.
Para Pereira (2007), as seguintes normas destacam-se na construção de 
parâmetros internacionais para gestão socioambiental: ISO 9000 (gestão da 
qualidade), ISO 14000 (gestão ambiental), ISO 26000 (norma internacional de 
responsabilidade social), NBR 16001 (norma brasileira de responsabilidade social), 
AA 1000 (relação com os stakeholders), SA 8000 (gestão de saúde ocupacional e 
segurança), BS 8800 (gestão da segurança e saúde no trabalho) e OHSAS 18000 
(gestão de segurança e saúde ocupacional).
Gestão ambiental - série ISO 14000
No contexto ambiental, destaca-se a série ISO 14000, que compreende um conjunto 
de normas desenvolvidas pela International Organization for Standardization 
(ISO), as quais estabelecem diretrizes para a área de gestão ambiental dentro 
de empresas, incluindo itens como auditorias ambientais, rotulagem ambiental, 
comunicação ambiental, análise do ciclo de vida, desempenho ambiental, aspectos 
ambientais e terminologias. No quadro seguinte, são apresentadas as normas 
dessa série:
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Normas que compõem a série ISO 14000
ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental – Requisitos e diretrizes para a sua utilização.
ISO 14004: Sistemas de gestão ambiental – Diretrizes gerais sobre implementação.
ISO 14005: Sistemas de gestão ambiental – Diretrizes para a implementação faseada de um 
sistema de gestão ambiental, incluindo o uso da avaliação do desempenho ambiental.
ISO 14006: Sistemas de gestão ambiental – Diretrizes para a integração do ecodesign.
ISO 14015: Gestão ambiental - Avaliação ambiental de sítios e organizações (AASO).
ISO 14020: Rótulos e declarações ambientais – Princípios gerais.
ISO 14021: Rótulos e declarações ambientais – Autodeclarações ambientais (Rotulagem 
ambiental Tipo II).
ISO 14024: Rótulos e declarações ambientais – Rotulagem ambiental Tipo I – Princípios e 
procedimentos.
ISO 14025: Rótulos e declarações ambientais – Declarações ambientais Tipo III – Princípios e 
procedimentos.
ISO 14031: Gestão ambiental – Avaliação de desempenho ambiental – Diretrizes.
ISO/TS 14033: Gestão ambiental – Informação ambiental quantitativa – Diretrizes e exemplos.
ISO 14040: Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Princípios e enquadramento.
ISO 14044: Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Requisitos e diretrizes.
ISO 14045: Gestão ambiental – Avaliação da ecoeficiência de sistemas de produto – Princípios, 
requisitos e diretrizes.
ISO 14046: Gestão ambiental – Pegada de água – Princípios, requisitos e diretrizes.
ISO/TR 14047: Gestão Ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Exemplos ilustrativos de como 
aplicar a ISO 14044 a situações de avaliação de impactes.
ISO/TS 14048: Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Formato da documentação de 
dados.
ISO/TR14049: Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Exemplos ilustrativos de 
aplicação da ISO 14044 à definição de objetivo e âmbito e análise de inventário.
ISO 14050: Gestão ambiental – Vocabulário.
ISO 14051: Gestão ambiental – Contabilidade de custos de fluxo de materiais – Enquadramento 
geral.
ISO/TR 14062: Gestão ambiental – Integração de aspetos ambientais no design e 
desenvolvimento de produto.
ISO 14063: Gestão ambiental – Comunicação ambiental – Diretrizes e exemplos.
ISO 14064-1: Gases com efeito de estufa – Parte 1: Especificações com diretrizes ao nível da 
organização para a quantificação e comunicação de emissão e remoção de gases com efeito de 
estufa.
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ISO 14064-2: Gases com efeito de estufa – Parte 2: Especificações com orientações ao nível 
do projeto para a quantificação, monitorização e comunicação de emissão e incremento de 
remoção de gases com efeito de estufa.
ISO 14064-3: Gases com efeito de estufa – Parte 3: Especificações com diretrizes ao nível da 
validação e verificação de declarações de gases com efeito de estufa.
ISO 14065: Gases com efeito de estufa – Requisitos para organismos de validação e verificação 
de gases com efeito de estufa para acreditação ou outras formas de reconhecimento.
ISO 14066: Gases com efeito de estufa – Requisitos de competência para equipes de validação 
e verificação de gases com efeito de estufa.
ISO/TS 14067: Gases com efeito de estufa – Pegada de carbono de produtos – Requisitos e 
diretrizes para quantificação e comunicação.
ISO 14069: Gases com efeito de estufa – Quantificação e reporte de emissões de gases com 
efeito de estufa para organizações – Diretrizes para a aplicação da ISO 14064-11 30.
ISO/TS 14071: Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Revisão crítica dos processos e 
competências dos revisores: Requisitos adicionais e diretrizes para a ISO 14044:20061.
ISO/TS 14072: Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Requisitos e diretrizes para 
avaliação do ciclo de vida organizacional.
ISO Guide 64: Guia para abordar questões ambientais nas normas de produto.
ISO 19011: Diretrizes para auditorias a sistemas de gestão.
Fonte: Adaptado de APCER (2016).
Dentre essas normas, destaca-se a ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental, 
ferramenta utilizada para auxiliar empresas a identificar, priorizar e gerenciar 
seus riscos ambientais como parte de sua rotina. Ela requer que as empresas se 
comprometam com a prevenção da poluição e melhorias contínuas, como parte do 
ciclo normal de gestão empresarial (BANAS QUALIDADE, 2016).
Conforme exposto por Carvalho e Paladini (2012), tem como objetivo o equilíbrio 
entre a proteção ambiental e a prevenção da poluição com as necessidades 
socioeconômicas da população, sem intenção de que seja utilizada como barreira 
comercial. É aplicável aos diferentes tipos e tamanhos das organizações, estando 
fundamentada nos seguintes aspectos:
• prevenção ao invés de correção;
• planejamento de todas as atividades, produtos e processos;
• estabelecimento de critérios;
• coordenação e integração entre as partes;
• monitoração contínua;
• melhoria contínua.
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A Associação Portuguesa de Certificação (APCER) publicou um 
guia interpretativo, no qual expõe as mudanças ocorridas na nova 
versão da norma, além de comentar sucintamente cada requisito. 
É um material relevante para quem já conhece a versão antiga da 
norma ou para os que estão tendo o primeiro contato. Acesse o 
guia atravésdo link: https://www.apcergroup.com/images/site/
downloads/Guias/APCER_Guia_ISO_14001_PT.pdf
Saiba mais
Responsabilidade social - ISO 26000
Conforme definido pela ABNT NBR ISO 26000, a essência da responsabilidade social 
é:
A disposição da organização de incorporar considerações socioambientais 
em seus processos decisórios, bem como a accountability pelos 
impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente. 
Isso implica um comportamento transparente e ético que contribua 
para o desenvolvimento sustentável, esteja em conformidade com as 
leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais de 
comportamento. Também implica que a responsabilidade social esteja 
integrada em toda a organização, seja praticada em suas relações e leve 
em conta os interesses das partes interessadas. (ABNT, 2010, p. 6)
A Norma Internacional ISO 26000 fornece orientações sobre conceitos, termos 
e definições relativos à responsabilidade social, tais como: histórico, tendências 
e características; princípios e práticas relativas; temas centrais; integração, 
implementação e promoção de comportamento socialmente responsável em toda 
a organização e por meio de suas políticas e práticas dentro de sua esfera de 
influência; identificação e engajamento de partes interessadas; comunicação de 
compromissos, desempenho; e outras informações referentes à responsabilidade 
social. Essa norma tem a proposta de servir como um importante norte para as 
corporações, sem fins de certificação. 
Os sete princípios da ISO 26000 são:
https://www.apcergroup.com/images/site/downloads/Guias/APCER_Guia_ISO_14001_PT.pdf
https://www.apcergroup.com/images/site/downloads/Guias/APCER_Guia_ISO_14001_PT.pdf
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• responsabilidade;
• transparência;
• comportamento ético;
• consideração pelas partes interessadas;
• legalidade;
• normas internacionais;
• direitos humanos.
Para definir o escopo de sua responsabilidade social, identificar questões relevantes 
e estabelecer as suas prioridades, é recomendado que a organização aborde os 
seguintes temas centrais, apresentados no quadro a seguir:
Temas centrais e questões da responsabilidade social
Temas Centrais Questões
Governança 
organizacional
____________
Direitos humanos
• Diligência devida (duedelligence).
• Situações de risco para os direitos humanos.
• Evitar cumplicidade.
• Resolução de Questão Discriminação e grupos vulneráveis.
• Direitos civis e políticos.
• Direitos econômicos, sociais e culturais.
• Direitos fundamentais do trabalho.
Práticas de trabalho
• Emprego e relações de trabalho.
• Condições de trabalho e proteção social.
• Diálogo social.
• Saúde e segurança no trabalho.
• Desenvolvimento humano e treinamento no local de trabalho.
Meio ambiente
• Prevenção da poluição.
• Uso sustentável de recursos.
• Mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
• Proteção do meio ambiente e da biodiversidade e restauração 
de habitats naturais.
Práticas leais de 
operação
• Práticas anticorrupção.
• Envolvimento político responsável.
• Concorrência leal.
• Promoção da responsabilidade social na cadeia de valor.
• Respeito ao direito de propriedade.
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Questões relativas 
ao consumidor
• Marketing leal, informações factuais e não tendenciosas e 
práticas contratuais justas.
• Proteção à saúde e segurança do consumidor.
• Consumo sustentável.
• Atendimento e suporte ao consumidor e solução de 
reclamações e controvérsias.
• Proteção e privacidade dos dados do consumidor.
• Acesso a serviços essenciais.
• Educação e conscientização.
Envolvimento 
com a 
comunidade e seu 
desenvolvimento
• Envolvimento da comunidade.
• Educação e cultura.
• Geração de emprego e capacitação.
• Desenvolvimento tecnológico e acesso às tecnologias.
• Geração de riqueza e renda.
• Saúde.
• Investimento social.
Fonte: Adaptado ABNT (2010).
A Responsabilidade Social – NBR ISO 16602foi inicialmente publicada em 2004 e 
teve revisão de seus itens em 2012 com base nas diretrizes da norma internacional 
ISO 26000:2010. A NBR 16602 – Responsabilidade Social é uma norma de sistema 
de gestão, passível de auditoria, estruturada em requisitos averiguáveis, que 
permitem a busca da certificação de terceira parte. A definição de responsabilidade 
social apresentada nela é semelhante à apresentada na ISO 26000:
Responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e 
atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento 
ético e transparente que: Contribua para o desenvolvimento sustentável, 
inclusive a saúdee o bem estar da sociedade; leve em consideração as 
expectativas das partes interessadas; esteja em conformidade com a 
legislação aplicável e seja consistente comas normas internacionais de 
comportamento e esteja integrada em toda a organização e seja praticada 
em suas relações. (ABNT, 2012, p.5)
Conforme apresentado pelo INMETRO (BRASIL, [201?]), a ISO 16602 é passível de 
integração com outros requisitos de gestão e define critérios que se aplicam a 
qualquer tipo e porte de organização que deseje: 
• implantar, manter e aprimorar um sistema de gestão da responsabilidade so-
cial;
• assegurar-se de sua conformidade com a legislação aplicável e a sua política 
da responsabilidade social;
• apoiar o engajamento das partes interessadas;
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• demonstrar conformidade com a norma, por meio de autoavaliação e emis-
são da autodeclaração da conformidade;comprovação da conformidade por 
partes interessadas ou partes externas à organização, ou, ainda,por meio da 
certificação do seu sistema de gestão por uma organização externa.
A importância da ISO 16602
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
Aspectos da gestão socioambiental para a sociedade sobre as questões ambientais 
possuem interfaces com as questões sociais e vice-versa. Vamos avaliar um 
conhecido caso de impacto ambiental que provocou também impacto social.
Em 2015, ocorreu a ruptura da barragem de Fundão da empresa Samarco, no 
município de Mariana em Minas Gerais. Foram despejados cerca de55milhões 
de metros cúbicos de rejeitos provenientes da mineração do ferro, atingindo o rio 
Gualaxo do Norte, o rio do Carmo e desaguando no Rio Doce, na cidade de Regência 
no Estado do Espírito Santo.
Se restringirmos a análise para apenas uma das consequências, podemos entender 
a importância da gestão socioambiental. 
Vale ressaltar que a unificação dos sistemas de gestão requer esforços 
consideráveis e tal decisão é tomada pela alta direção, com vistas a uma 
implantação gradual, integrando os objetivos afim de assumir compromissos que 
vão além das obrigações legais.
Deve ainda ser considerado que a unificação desses sistemas de gestão pode 
representar um ganho de eficiência, como, por exemplo, a partir do estudo de um 
determinado processo viabilizou-se a produção de um material com as mesmas 
características qualitativas a partir do uso de recursos de forma planejada, levando 
à produção de menos resíduos.
11
Fechamento
Nesta unidade, conseguimos destacar sobre a aplicabilidade dos sistemas de 
gestão, em virtude das similaridades dos sistemas de gestão da qualidade e 
ambiental. Percebemos que muitas empresas que implementaram programas de 
qualidade também estão à frente em termos de certificação ambiental.
As certificações, ISO 14001, ISO 16602 e ISO 2600, que conseguimos destacar nesta 
unidade se fazem presentes em muitas empresas do nosso dia a dia. Por isso, é 
necessário que você as compreenda e as utilize em sua prática profissional.
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Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO 16001 – 
Diretrizes sobre responsabilidade social. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
______. NBR ISO 26000 – Diretrizes sobre responsabilidade social. Rio de Janeiro: 
ABNT, 2010.
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE CERTIFICAÇÃO (APCER). Guia do Utilizador ISO 
14001:2015.Porto, mar. 2016. Disponível em: http://www.apcergroup.com/portugal/
images/site/graphics/guias/apcer_guia_io14001.pdf. Acesso em:30set. 2020.
BANAS QUALIDADE. Guia dosorganismos de certificação,avaliação e inspeção. 
BanasQualidade, Ano XIII,São Paulo, ed. 13,dez.2016.Disponível em:http://revistas.
banasqualidade.com.br/GOC17/files/assets/common/downloads/publication.pdf. 
Acesso em:30set. 2020.
BRASIL. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA 
(INMETRO). A Norma Nacional – ABNT NBR 16001. [201?]. Disponível em: http://
www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/norma_nacional.asp. 
Acesso em: 30set. 2020.
CARVALHO, M.M.; PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade: Teoria e casos. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier: ABEPRO, 2012. 
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Responsabilidades Sociais 
 SST Luz, Pedro Luiz da
Responsabilidade Social / Pedro Luiz da Luz 
Ano: 2019
nº de p. : 9.
Copyright © 2019. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
Responsabilidades Sociais
3
Apresentação
Neste momento, iremos abordar a Responsabilidade Social e sua interface 
com outras áreas como a ambiental e a qualidade. Estudaremos a ISO 26000, 
considerada um excelente instrumento de tomada de decisão do processo 
produtivo. 
Além disso vamos conhecer os princípios que podem nortear as corporações 
a alcançarem as certificações necessárias para se tornarem um diferencial no 
mercado em que atuam. Fique atento ao texto e às dicas ao longo da leitura. Bons 
estudos!
Responsabilidade Social - ISO 26000
Conforme definido pelo ABNT NBR ISO 26000, a essência da responsabilidade social é:
A disposição da organização de incorporar considerações socioambientais 
em seus processos decisórios, bem como a accountability pelos 
impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio 
ambiente. Isso implica um comportamento transparente e ético que 
contribua para o desenvolvimento sustentável, esteja em conformidade 
com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais 
de comportamento. Também implica que a responsabilidade social esteja 
integrada em toda a organização, seja praticada em suas relações e leve 
em conta os interesses das partes interessadas. (ABNT, 2010, p. 6)
A norma internacional ISO 26000 fornece orientações sobre conceitos, termos e 
definições relativos à responsabilidade social, histórico, tendências e características 
da responsabilidade social; princípios e práticas relativas à responsabilidade social; 
temas centrais e as questões referentes à responsabilidade social; integração, 
implementação e promoção de comportamento socialmente responsável em toda 
a organização e por meio de suas políticas e práticas dentro de sua esfera de 
influência; identificação e engajamento de partes interessadas; comunicação de 
compromissos, desempenho e outras informações referentes à responsabilidade 
4
social. Tem a proposta de servir como um importante norte para as corporações, 
sem fins de certificação. 
Os sete princípios da ISO 26000 são: Responsabilidade; Transparência; 
Comportamento Ético; Consideração pelas partes interessadas; Legalidade; 
Normas Internacionais; Direitos Humanos.
Para definiro escopo de sua responsabilidade social, identificar questões relevantes 
e estabelecer as suas prioridades, é recomendado que a organização aborde os 
seguintes temas centrais, apresentados, a seguir:
Temas centrais e questões da responsabilidade social.
Temas Centrais Questões
Governança organizacional ______
Direitos humanos
• Diligência devida (due delligence).
• Situações de risco para os direitos 
humanos. 
• Evitar cumplicidade.
• Resolução de Questão Discriminação e 
grupos vulneráveis.
• Direitos civis e políticos. 
• Direitos econômicos, sociais e 
culturais. 
• Direitos fundamentais do trabalho.
Práticas de trabalho
• Emprego e relações de trabalho. 
• Condições de trabalho e proteção 
social. 
• Diálogo social.
• Saúde e segurança no trabalho. 
• Desenvolvimento humano e 
treinamento no local de trabalho.
Meio ambiente
• Prevenção da poluição.
• Uso sustentável de recursos. 
• Mitigação e adaptação às mudanças 
climáticas. 
• Proteção do meio ambiente e da 
biodiversidade e restauração de 
habitats naturais.
Práticas leais de operação
• Práticas anticorrupção. 
• Envolvimento político responsável. 
• Concorrência leal. 
• Promoção da responsabilidade social 
na cadeia de valor. 
• Respeito ao direito de propriedade.
5
Questões relativas ao consumidor
• Marketing leal, informações factuais 
e não tendenciosas e práticas 
contratuais justas. 
• Proteção à saúde e segurança do 
consumidor. 
• Consumo sustentável. 
• Atendimento e suporte ao consumidor 
e solução de reclamações e 
controvérsias. 
• Proteção e privacidade dos dados do 
consumidor. 
• Acesso a serviços essenciais. 
• Educação e conscientização.
Envolvimento com a comunidade 
e seu desenvolvimento
• Envolvimento da comunidade. 
• Educação e cultura. 
• Geração de emprego e capacitação.
• Desenvolvimento tecnológico e acesso 
às tecnologias. 
• Geração de riqueza e renda. 
• Saúde.
• Investimento social.
Fonte: Adaptado de ABNT (2010).
Responsabilidade Social – NBR ISO 16602
A norma brasileira ABNT NBR ISO 16602 foi inicialmente publicada em 2004 e teve 
revisão de seus itens em 2012 com base nas diretrizes da norma internacional ISO 
26000:2010. A NBR 16602 – Responsabilidade Social, é uma norma de sistema de 
gestão, passível de auditoria, estruturada em requisitos averiguáveis, que permitem 
a busca da certificação de terceira parte. A definição de responsabilidade social 
apresentada na NBR ISO 16602 é semelhante à apresentada da ISO 26000:
Responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e 
atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento 
ético e transparente que: Contribua para o desenvolvimento sustentável, 
inclusive a saúde e o bem estar da sociedade; leve em consideração as 
expectativas das partes interessadas; esteja em conformidade com a 
legislação aplicável e seja consistente com as normas internacionais de 
comportamento e esteja integrada em toda a organização e seja praticada 
em suas relações. (ABNT, 2012, p. 5)
6
Conforme apresentado pelo INMETRO (2012), A ISO 16602 é passível de integração 
com outros requisitos de gestão e define critérios que se aplicam a qualquer tipo e 
porte de organização que deseje realizar uma das ações especificadas a seguir.
Implantar: 
manter e aprimorar um sistema de gestão da responsabilidade social;
Assegurar-se: 
de sua conformidade com a legislação aplicável e com a sua política da responsabilidade social;
Apoiar: 
o engajamento das partes interessadas;
Demonstrar conformidade com a norma: 
por meio de autoavaliação e emissão da autodeclaração da conformidade; confirmação da 
conformidade por partes interessadas ou partes externas à organização ou ainda por meio da 
certificação do seu sistema de gestão por uma organização externa.
Aspectos da Gestão Socioambiental 
para a Sociedade
As questões ambientais possuem interfaces com as questões sociais e vice-versa. 
Vamos avaliar um conhecido caso de impacto ambiental que provocou também 
impacto social.
Em 2015 ocorreu a ruptura da barragem de Fundão da empresa Samarco, no 
município de Mariana em Minas Gerais. Foram despejados cerca de 55 milhões 
de metros cúbicos de rejeitos provenientes da mineração do ferro, atingindo o rio 
Gualaxo do Norte, o rio do Carmo e desaguando no Rio Doce, na cidade de Regência 
no Espírito Santo. 
Se restringirmos a análise para apenas uma das consequências, podemos entender 
a importância da gestão socioambiental. 
Consequências da poluição.
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Exemplificando: A poluição dos rios atingiu a fauna e a flora, além de restringir o 
uso por banhistas e toda a população que depende dessa água para irrigação ou 
consumo. Se for avaliado somente o impacto ambiental (causa, dano e remediação), 
apenas parte do problema será considerado. É necessário contemplar também como 
pescadores, agricultores e moradores foram afetados, provendo a eles os recursos 
necessários, como abastecimento de água de outra fonte, pagamento de benefícios 
a pescadores, reconstrução de moradia, entre outros.
Interessante observar que a apresentação deste caso não está analisando as 
causas, apenas demostrando que mesmo uma empresa detentora de inúmeras 
certificações, prêmios e intensa participação na sociedade pode ser geradora de 
um impacto socioambiental tão significativo. As ações de reparo, recuperação e 
compensação estão sendo acompanhadas por diversos órgãos estaduais e federal e 
os resultados publicados e divulgados periodicamente para a sociedade por meio de 
reuniões, relatórios e divulgação em rádio, internet e jornal.
Possuir uma certificação ISO não é garantia de que o produto ou 
serviço oferecido pela organização seja o de melhor qualidade, e 
sim que foi desenvolvido de forma padronizada.
Atenção
8
Em virtude das similaridades dos sistemas de gestão da qualidade e do ambiental, 
muitas empresas que implementaram programas de qualidade automaticamente o 
fizeram para a área de meio ambiente, em termos de certificação ambiental.
A unificação dos sistemas de gestão requer esforços consideráveis, devido à 
complexidade e interfaces da área, e tal decisão é tomada pela alta direção e das 
partes interessada na implantação da responsabilidade social. É preciso ressaltar 
que a adoção da Responsabilidade Social é implantada de forma gradual integrando 
os todos objetivos a fim de assumir compromissos que vão além das obrigações 
legais.
Deve ainda ser considerado que a unificação dos sistemas de gestão, pode 
representar um ganho de eficiência, como por exemplo, a partir do estudo de um 
determinado processo viabilizou-se a produção de um material com mesmas 
características qualitativas a partir do uso de recursos de forma planejada levando 
à produção de menos resíduos.
Fechamento
Estudamos os aspectos relevantes a Responsabilidade social de uma empresa ou 
organização, a adoção desse sistema contribui na melhoria da imagem e permitindo 
um melhor destaque no mercado atual. Conhecemos as Normas brasileiras 
aplicadas a temática e suas interfaces com áreas como meio ambiente e qualidade. 
Analisamos um exemplo prático sobre os impactos na área social diante de 
acidentes ambientais, podendo concluir que é preciso uma gestão integrada das 
áreas de interface, pois as questões sociais se inter-relaciona com outras áreas 
como a ambiental e vice-versa.
9
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 16001: Diretrizes sobre 
responsabilidade social. Brasília, 2012. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/
qualidade/responsabilidade_social/norma_nacional.asp. Acesso em: 6 jan. 2020.
______. NBR ISO 26000: Diretrizes sobre responsabilidade social. Brasília, 2010. 
Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/
iso26000.asp. Acesso em: 6 jan. 2020.
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/norma_nacional.asp
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/norma_nacional.asp
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asphttp://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
Análise 
ambiental 
organizacional
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Análise ambiental 
organizacional
Apresentação
Estudaremos, agora, o porquê e como as estratégias devem estar alinhadas a 
um planejamento estratégico empresarial. Mas, antes, vamos aprender sobre a 
Análise Ambiental Organizacional, abordando os ambientes Externo e Interno, e sua 
importância tanto no curto prazo, como no longo prazo.
Veremos que a motivação para a elaboração de um planejamento estratégico da 
organização é essencial para a compreensão da análise e elaboração de cenários 
prospectivos para formulação de estratégias de nível Corporativo, de unidade, 
Tático e de projetos.
Os ambientes das organizações
As declarações da missão e da visão da organização são os alicerces das 
estratégias, mas, para chegarmos a formar essas declarações, é necessário realizar 
análises dos ambientes Interno e Externo de uma organização. O entendimento 
integrado dos ambientes Externo e Interno é fundamental para compreendermos o 
presente e o futuro. O Ambiente Externo passa por mudanças contínuas e rápidas 
que podem influenciar as estratégias das organizações. 
O ambiente geral é composto por fatores de influências, como inovações 
tecnológicas, mudanças nas leis, cenários políticos, bolsa de valores, regulação do 
mercado de câmbio, e outros. Para Certo (2010, p.27) “o ambiente geral é um nível 
de Ambiente Externo a organização, formado por componentes que normalmente 
têm amplo escopo e sobre o qual a organização não tem nenhum controle”. Mas na 
sociedade em geral, é possível classificar em seis os segmentos ou dimensões que 
influenciam o setor (indústria) e as empresas que a compõem. Podem ser 
agrupados em seis Segmentos Ambientais ou Forças Macroambientais.
O ambiente interno é aquele cujo o conjunto de elementos é específico de cada 
organização, por exemplo: a cultura organizacional, a estrutura, as instalações 
física, tecnologia, e os colaboradores. Este ambiente a organização tem total 
controle, e é através desses elementos que a organização busca se adequar ao 
ambiente externo e alcançar os objetivos organizacionais. 
4
Seis Segmentos Ambientais ou Forças Macroambientais
EconômicoEconômico
SocioculturalSociocultural
GlobalGlobal
TecnologiaTecnologia
Político/jurídicoPolítico/jurídico
DemográficoDemográfico
Ambiente de Indústria (setor)
Ameaça de novos entrantes
Poder dos Fornecedores
Poder dos compradores
Produtos substitutos
Intensidade da Rivalidade
Ambiente da concorrência
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Portanto, compreendemos que o Ambiente Externo ou Macroambiental é 
constituído de forças políticas, demográficas, econômicas, culturais, global, 
tecnológica e política e que elas influenciam o setor da indústria. 
Segmentos ambientais ou forças 
macroambientais
Estudaremos, agora, detalhadamente, cada força externa, incluindo Setor 
demográfico, econômico, político/jurídico, sociocultural, tecnológico e o segmento 
geral.
O setor demográfico regional ou de qualquer área geográfica que a empresa está 
inserida, sofre influências e é constituído de elementos, como o tamanho da 
população, a estrutura etária e a distribuição geográfica. Observar as mudanças 
demográficas nas populações coloca em evidência a importância desse segmento 
ambiental, como a verificação da estimativa de vida para tomadas de decisões 
de como incentivar os empregados a trabalharem mais tempo para obterem uma 
aposentadoria melhor.
Na figura a seguir você pode observar os seis segmentos ambientais que 
influenciam o ambiente da indústria (setor) e o ambiente da concorrência. 
Perceba, ao centro da imagem, as ameaças de novos entrantes, o poder de 
fornecedores, o poder de compradores, os produtos substitutos, a intensidade da 
rivalidade e o ambiente da concorrência
5
No país, a principal fonte de informações do segmento demográfico pode ser 
fornecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o IBGE 
(s.d.),
[...] os censos populacionais produzem informações imprescindíveis para 
a definição de políticas públicas e a tomada de decisões de investimento, 
sejam eles provenientes da iniciativa privada ou de qualquer nível do 
governo, e constituem a única fonte de referência sobre a situação da 
vida da população [...].
O setor econômico é uma das forças mais importantes do macroambiente que 
influenciam as organizações quanto à empregabilidade, à renda, aos juros, 
comprometendo investimentos e diretamente a produção e a empregabilidade.
Para Certo (2010, p.27) “o componente econômico indica como os recursos são 
distribuídos e usados no ambiente”. O ambiente econômico deve ser levado em 
conta, pois a demanda de produtos e serviços pode ser afetada por uma economia 
local, cujos fatores macroeconômicos são influenciados pela quantidade de 
emprego, distribuição e taxa de crescimento de renda, taxas de juros, inflação e 
câmbio, nível de produto interno bruto (PIB), logo as empresas estudam o segmento 
econômico porque a qualidade da economia de um país afeta as empresas e as 
indústrias.
Para Certo (2010, p. 27) o segmento político/jurídico:
compreende os elementos relacionados a decisões governamentais. 
Exemplos desses elementos incluem tipo de governo, sua atitude diante 
de várias indústrias, esforços para tentar obter aprovação de projetos por 
grupos interessados, [e outros] [...].
Ainda sobre o segmento político/jurídico, este se constitui de legislações e filosofias 
de regulamentação (definição de regras e normas governamentais). Também 
pode se referir às tendências das leis, dos códigos e de correntes ideológicas e, 
especificamente, podem ser legislações federal, estadual e municipal; legislações 
6
tributárias e trabalhistas; políticas monetárias, fiscal e previdenciária; legislação 
ambiental; regulamentação e desregulamentação de setores específicos. Alguns 
exemplos de informações desse segmento seriam a redução do PIS e COFINS de 
determinados produtos ou o aumento do IPI para carros importados.
Político e Jurídico
Fonte: Deduca, 2020.
No segmento sociocultural, as forças socioculturais estão relacionadas à cultura e 
à sociedade, envolvendo setores gastronômicos, atividades comunitárias e culturais 
de uma região, de um país ou internacional.
Para Certo (2010, p.27) o segmento sociocultural “refere-se às características da 
sociedade na qual se situa a organização. Níveis educacionais, costumes, estilos de 
vida, idade, distribuição geográfica e mobilidade de uma população [...]”.
Alguns exemplos de informações e vantagens do segmento sociocultural seriam:
• Tendências da diversidade da mão de obra: essa diversidade pode trazer
vantagem competitiva, pois equipes heterogêneas são mais eficazes, criati-
vas, inovativas e tomam decisões com maior qualidade.
• Aumento dos trabalhadores ocasionais no setor técnico e profissional (em
meio período, temporários e trabalhadores sob contrato) em toda a economia
mundial. As vantagens seriam a eliminação dos encargos salariais e a não
necessidade de capacitações técnicas específicas. Ou até envolver os cola-
boradores em seu processo educacional e com acesso a recursos culturais
que enriquecem sua formação.
7
Para Certo (2010, p. 27), o setor tecnológico, por sua vez, “inclui novas abordagens 
para a produção de mercadorias e serviços, como procedimentos e equipamentos 
novos. Por exemplo, a tendência contemporânea de utilizar robôs na tentativa de 
melhorar a produtividade [...]”.
O segmento tecnológico constitui-se de inovação de produtos, aplicações dos 
conhecimentos na pesquisa, na indústria e nos diversos setores da organização; 
alguns indicadores relacionados ao desenvolvimento, à posse e ao uso da 
tecnologia:
• Incentivos governamentais para P&D (Pesquisa e desenvolvimento);
• Avanço tecnológico;
• Proteção de marcas e patentes;
• Expansão do campo de pesquisa;
•Nível de desenvolvimento e pesquisa do país.
Tecnologia
Fonte: Deduca, 2020.
Por fim, quanto ao Segmento Geral, este é constituído de acontecimentos políticos 
importantes e mercados globais essenciais que buscam analisar fatores de impacto 
global para as empresas, exemplos: aquecimento global, catástrofes naturais e 
escassez de água.
8
O Segmento Global ou Geral inclui novos mercados relevantes, mercados em 
transformação e eventos políticos internacionais. Exemplos de informações do 
segmento global ou geral seriam:
• Tendência na globalização de terceirização (outsourcing), por exemplo, na 
redução de pessoal de determinadas operações.
• O conhecimento de atributos socioculturais e institucionais dos mercados 
globais são informações essenciais para que as empresas ampliem o alcan-
ce dos seus produtos e serviços, bem como o seu potencial.
• Algumas preocupações que podem afetar as empresas no século XXI: um 
ambiente hipercompetitivo e global, uma concorrência além das empresas 
similares, fronteiras setoriais incertas, uma economia volátil, empresas es-
pecialistas que substituem a integração vertical e as tecnologias que se tor-
nam integradas.
De acordo com as preocupações que podem afetar as empresas, 
comentadas anteriormente, como um ambiente hipercompetitivo 
e global, uma concorrência além das empresas similares etc., o 
que você acha que as organizações poderiam fazer nesses casos? 
Curiosidade
Tendências e macrotendências
São muitas as Macrotendências que podem influenciar as indústrias no mercado 
e na sociedade de modo geral. O quadro a seguir apresenta a relação de algumas 
das principais tendências que se concretizaram e que influenciam os setores 
industriais e a sociedade, como a globalização, a tecnologia, os aspectos culturais 
e a diversidade, os blocos econômicos, as mudanças demográficas, a valorização 
do capital humano, a governança pública e privada, as organização da produção, a 
organização das empresas e a evolução do trabalho.
9
Principais Tendências e Macrotendências
Macrotendências Tendências/Influências
Globalização
Consolida-se como 
uma tendência 
forte neste início de 
século 
Novos posicionamentos de mercado;
Adaptação do modelo de indústria a uma economia multifacetada 
(de vários aspectos e características), plurissegmentada (vários 
segmentos de produtos e serviços) e multidimensional.
Afeta padrões de consumo;
Produção personalizada e segmentada.
Tecnologia Facilita as transações mundiais devido à redução de distâncias;
Aspectos culturais e 
diversidade
Fragmentação, divisão e desconfiança recíproca entre setor 
industrial e sociedade.
Pode haver a formação de sociedades cosmopolitas com 
diversidade estável.
Blocos econômicos
Elimina barreiras alfandegárias;
Facilita o comércio entre países-membros;
Possibilidade de geração de desigualdade social e econômica.
Intensificação do comércio internacional contribui para acordos 
bilaterais e concretização de blocos econômicos.
Mudanças 
demográficas
Sucessivas reduções nas taxas de fecundidade e mortalidade;
Aumento de dez anos na média da idade em muitas regiões do 
planeta;
Desenvolvimento de novos produtos de mercado, segmentação e 
nichos apropriados para uma tendência de uma maior qualidade 
de vida da população mundial.
Valorização do 
capital humano
Investimento pessoal e valorização do indivíduo;
O capital intelectual valendo mais do que o capital financeiro;
Valorização da qualidade de vida;
Mais liberdade para o indivíduo desenvolver o seu potencial.
Governança 
pública e privada
Novos modelos de governança estruturados em ambientes que 
asseguram níveis elevados de transparência, responsabilidade e 
de integridade;
Realização de tomada de decisões e orientações estratégicas nos 
níveis inferiores da hierarquia;
As empresas estão se tornando mais descentralizadas e 
horizontais;
Maior ênfase ao diálogo para a resolução de problemas.
10
Organização da 
produção
Produções fordistas e princípios tayloristas sendo transformados 
em novos modelos de produção (p. ex., modelo enxuto Lean), para 
uma melhor eficiência nos processos produtivos; 
Personalização criativa de produtos e redes de fornecimento 
fluídas;
Capacidade de articulação e desenvolvimento de redes de 
colaboração.
Organização das 
empresas
Transição de organizações integradas verticalmente para 
estabelecimentos mais especializados e formas de organização 
descentralizadas;
Terceirização das atividades não core business (atividades 
não principais ao negócio) e especialização em atividades core 
business (atividade principal do negócio).
Evolução do 
trabalho
Sistemas de trabalho mais participativos e de alto desempenho;
Implicação de maior responsabilidade ao trabalhador;
Descentralização da tomada de decisão;
Equipes colaborativas com alto grau de compartilhamento de 
informação e comunicação.
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Enfim, podemos compreender que as Tendências Macroambientais podem 
influenciar a indústria em vários aspectos de maneira global, tecnológica, cultural, 
econômica, demográfica, humana, na governança pública e privada, na produção e 
organização e na evolução do trabalho. Uma delas que devemos dar destaque são 
as de Tendências Globais, como a de terceirização. 
No momento atual de nosso país, reflita a respeito das novas 
relações de trabalho e quais os desafios para as organizações e 
para os empregados.
Saiba mais
É importante lembrar que os serviços não podem ser terceirizados na sua 
totalidade, pois a empresa pode perder o controle dos processos de negócios.
11
Fechamento
Aprendemos que, para a organização pensar estrategicamente frente aos 
concorrentes, é fundamental analisar os ambientes Interno e Externo desta, em 
função das diversas interferências as quais as empresas não tem como evitar de 
ser atingida.
Vimos que as influências são ocasionadas por seis Segmentos Ambientais que 
influenciam o ambiente da indústria (setor) e o ambiente da concorrência. Para 
isso, estudamos que o Ambiente Externo ou Macroambiental é constituído de forças 
políticas, demográficas, econômicas, culturais, global, tecnológica e política e que 
elas influenciam o setor da indústria. 
Já no ambiente da concorrência, vimos que as ameaças de novos entrantes, o 
poder de fornecedores e de compradores, os produtos substitutos, a intensidade 
da rivalidade e o ambiente da concorrência envolvem as empresas, demandando 
estratégicas na busca de soluções. 
E, por fim, falamos também sobre as Tendências responsáveis por influenciar 
setores industriais e a sociedade, tais como a globalização, os blocos econômicos, 
a tecnologia, os aspectos culturais e a diversidade, entre outras. 
12
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http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=edsmib&AN=edsmib.000003760&lang=pt-br&site=eds
https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/populacao/9662-censo-demografico-2010.html?=
https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/populacao/9662-censo-demografico-2010.html?=
http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=cat03087a&AN=fiu.140857TIT&lang=pt-br&site=eds
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http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=foh&AN=130860854&lang=pt-br&site=eds-live
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Pós-Consumo
 
SST
Campos, Eliete do Carmo Tavares
Pós-Consumo / Eliete do Carmo Tavares Campos
Ano: 2020
nº de p.: 11
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
Pós-Consumo
3
Apresentação
Você já ouviu falar em logística reversa de pós-consumo? Neste material, iremos 
descobrir o que é, quais as especificidades e qual a importância dessa logística, 
que parte do mercado consumidor e vai em direçãoà origem do produto. Com 
isso,objetiva-se realizar o reaproveitamento comercial.
Além disso, conheceremos a legislação que trata da logística reversa e que tem com 
função regular e disciplinar esse tema, além de punir aqueles que descumprirem as 
normas. Por fim, veremos o histórico e a aplicação da Política Nacional de Resíduos 
Sólidos no Brasil.
A logística reversa de pós-consumo
Para entendermos a logística reversa de pós-consumo, precisamos compreender, 
primeiramente, o que são o fluxo direto e o fluxo reverso. O fluxo direto diz 
respeitoao trajeto de entrada de matéria-prima virgem e de sua transformação em 
direçãoao consumidor final. 
Fluxos de produtos
Fonte: Plataforma Deduca (2020).
Por outro lado, os fluxos reversos são aqueles que partem do mercado consumidor, 
ou de algum outro ponto, até a sua origem, com a finalidade de reaproveitamento 
comercial ou produtivo. Para Razzolini Filho e Berté (2009), esse fluxo é um 
desafio em função dos pontos de coletas a serem atingidos nos processos, porém, 
4
organizações que atingirem essa integração com um mínimo de efetividade obterão 
ganhos em relação a seus concorrentes.
Desse modo, alogística reversa de pós-consumo está relacionada à destinação dos 
produtos no fim de sua vida útil ou no fim do uso. Para isso, elaprecisa estabelecer 
medidas em tornodo que será feito com os produtos em ambos os casos. Para 
melhor compreender esse processo, vamos analisar um produto: o celular.
Quando pensamos no celular no fim de uso,temos um item que se tornou, por 
algum motivo, inservível ao consumidor. No âmbito da logística reversa de pós-
consumo,esse produto pode ser coletado pela organização, passando, então, por 
um processo de limpeza e reparos mínimos para poder ser revendido. Esse é o 
conceito de produtos refurbished, ou seja, remanufaturados.
Por exemplo, se você comprou um celular com maiores recursos tecnológicos, 
você pode ser aquela pessoa que troca de aparelho uma vez por ano. Nesse caso, é 
importante observar que esse seu produto poderia ser remanufaturado e utilizado 
por um cliente menos exigente. Esse é o conceito prático da logística reversa de 
pós-consumo.
Você sabe o que fazer com o seu smartphone após a compra de um 
novo modelo? Para descobrir possibilidades, leia a notícia a seguir, 
que apresenta o que algumas organizações estão realizando para 
apoiar a logística reversa de pós-consumo para smartphones: 
https://www.oficinadanet.com.br/post/16144-o-que-fazer-com-
os-smartphones-apos-troca-los-por-modelos-mais-recentes.
Saiba mais
Já para aquele celular que está no fim da vida útil, que não tem possibilidade de 
reutilização pelo seu mau estado de conservação, na logística reversa de pós-
consumo, o seu trajetoserá seguir para o processo de desmontagem, para utilização 
de alguns componentes.
https://www.oficinadanet.com.br/post/16144-o-que-fazer-com-os-smartphones-apos-troca-los-por-modelos-mais-recentes
https://www.oficinadanet.com.br/post/16144-o-que-fazer-com-os-smartphones-apos-troca-los-por-modelos-mais-recentes
5
O ambiente legal da logística reversa
O ambiente legal que trata das questões relacionadas a resíduos está 
intrinsecamente relacionado aos impactos que estes causam ao meio ambiente e 
a seu entorno. Nesse contexto, o tratamento jurídico dado por vários países tem 
por objetivo regulamentar, intervir, orientar, disciplinar e controlar as diversas fases 
diretas e reversas de forma a possibilitar não só o equilíbrio ambiental, mas também 
a redução da exploração de matérias-primas nas fontes e o aumento das condições 
de oferta e demanda por produtos reutilizáveis e/ou recicláveis.
Veja a seguiro que diz aLei n. 12.305, de 2010 (BRASIL, [2020]),a respeito da coleta e 
da disposição final de produtos.
Proibição de lixões e aterros sanitários
O Plano Nacional de Resíduos Sólidosdeve conter “[...] metas para a 
eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à 
emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis” 
(BRASIL, [2020]).
Implantação de coleta e aterros sanitários
“Serão priorizados no acesso aos recursos da União [...] os Municípios 
que: [...] implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas 
ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e 
recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda”(BRASIL, [2020]).
PTB (Product Take Back), ou seja,responsabilidade do fabri-
cante sobre o canal reverso de seus produtos/embalagens
“É instituída a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos 
produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, 
abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os 
consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de 
manejo de resíduos sólidos [...]”(BRASIL, [2020]).
6
Índices mínimos de reciclagem
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos deve conter“[...] metas de redução, 
reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a 
quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente 
adequada”(BRASIL, [2020]).
Além dessas disposições, aLei n. 12.305 ainda trata dos instrumentos da Política 
Nacional de Recursos Sólidos, entre os quais destacam-se os incentivos fiscais, 
financeiros e creditícios, e a
[...] a cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado 
para o desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, 
processos e tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização, tratamento 
de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos. 
(BRASIL, [2020])
Desse modo, nota-se que se antes a responsabilidade sobre a coleta e sobre a 
disposição dos resíduos era exclusiva do poder público, essa tendência tem sido 
modificada com o desenvolvimento da sociedade e dos sistemas de produção. 
O raciocínio que aponta para a responsabilidade de todos, aliado a uma série de 
outras questões de ordem produtiva, tecnológica e filosófica, como a Extensão de 
Responsabilidade de Produto (EPR – Extended Product Responsability), pode ser 
verificado no âmbito dos sistemas de produção e da logística reversa.
A legislação brasileira, além do caráter orientador, regulador e 
disciplinador, possuitambém componentes de sérias punições 
pelo descumprimento das normas.
Atenção
Outra questão importante a se destacar é o nível de participação e intervenção 
governamental sobre as práticas de mercado ou até mesmo sobre o equilíbrio 
deste. Podemos concluir que em economias estabilizadas, osintegrantes da cadeia 
(supply chain) se antecipam e colaboram efetivamente com as instituições públicas, 
visandopropor soluções relacionadas a problemas de desequilíbrios gerados na 
7
sociedade e no meio ambiente. O poder público se torna, então, peça-chave na 
definição de normas, regulamentos, restrições e controle.
A política nacional de resíduos sólidos 
e o planejamento da logística de pós-
consumo
Todos os dias, milhares de toneladas de lixo são depositados em lugares 
impróprios, acumulados em lixões que trazem problemas ambientais, sociais 
e econômicos para as cidades. Para acabar com o manejo inadequado desses 
resíduos sólidos, o Governo Federal instituiu uma política nacional que prevê a não 
geração, a redução, a reutilização e o reaproveitamento de resíduos, assim como a 
disposição final adequada dos rejeitos, ou seja, daquilo que não pode ser reciclado 
ou reutilizado. 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi discutida por mais de vinte 
anos no Congresso Nacional até ser aprovada, em 2010. Ela tem uma forte 
conotação ambiental e traz regras de proteção ao meio ambiente a fim de evitar 
a contaminação ambiental. Ressalta-se, ainda, que um dos propósitos da lei não 
é apenas tirar os lixões e construir aterros, mas, sim, promover o gerenciamento 
adequado dos resíduos, envolvendo toda a sociedade, desde o consumidor até o 
serviço público.
A PNRS cria uma ordem de prioridade na gestão de resíduos sólidos, apresentada 
na figura a seguir.
Ordem de prioridade na gestão de resíduos sólidos
1º Não geração 2º Redução 3º Reutilização 4º Reciclagem 5º Tratamento 6º Disposição 
final
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
Para iniciar os nossos estudos sobre a coleta de resíduos e a legislação vigente, 
você deve se questionar: quais são as diferenças entre resíduos e lixos? As 
confusões em torno desses termos são muito comuns, mas é importante observar 
queeles não são sinônimos. 
8
Lixo remete à ideia de um material sujo e sem serventia; já o 
resíduo passa a ideia de algo que ainda possui algum valor e 
utilidade para alguém. 
Atenção
A Lei n.12.305, que institui a PNRS, estabelece a responsabilidade compartilhada 
entre indústria, comércio, governo e consumidor final sobre os produtos e resíduos. 
Ou seja, o entendimento é de que todos os envolvidos com a disponibilização, o uso 
e a disposição do produto são responsáveis pelo seu impacto ambiental.
Mas o que são, de fato, resíduos sólidos? Segundo a PNRS (BRASIL, [2020]), são 
resíduos sólidos todo
[...] material, substância, objeto ou bem descartado resultante de 
atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, 
se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou 
semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos 
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública 
de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou 
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. 
Para Dourado, Toneto Júnior e Saiani(2014), a implantação da Lei n.12.305 traz 
desafiospara as empresas nacionais, ao mesmo tempo que proporciona uma 
oportunidade de progresso no comportamento ambiental. Em relação a esses 
desafios,Sousa (2013) aponta quealgumas das grandes dificuldades para a 
implantação da logística reversa de pós-consumo no Brasil estão relacionadas aos 
altos custos operacionais (60%) e à alta dispersão geográfica (53%).
Para exemplificar esses desafios, imaginemos um fabricante de eletroeletrônicos 
na zona franca de Manaus.Como ele poderá coletar os produtos pós-consumo? 
De fato, temos aqui uma situação que demandará muito estudo e planejamento da 
empresa.
Além das dificuldades apresentadas, há, ainda, diversas outras, evidenciadas na 
figura a seguir. 
9
Principais dificuldades para a implantação da logística reversa de pós-consumo no Brasil 
Alto custo operacional
Alto dispersão geográfica
Baixo apoio do governo para 
coleta seletiva
Resíduos são itens de baixo valor
Baixa escala de volumes
Dificuldade de interpretar 
a legislação
Cooperativa são pouco estrutura-
das e tem dificuldade de gestão 
Dificuldade para desenvolver 
ações conjuntas
Mercado secundário de baixa 
performance
Não é prioridade da ação 
da empresa
Baixa cooperação da população 
para coleta seletiva
Não há operadores logísticos 
disóníveis no mercado
Dificuldade com tecnologias 
da informação
20%
23%
24%
25%
28%
33%
33%
33%
38%
42%
45%
53%
60%
Fonte: Adaptada de Sousa (2013).
O planejamento da logística reversa de pós-consumo, de maneira geral, precisa ser 
dividido em planejamento estratégico (longo prazo), planejamento tático (médio 
prazo) e planejamento operacional (curto prazo).
Como a logística reversa de pós-consumo está diretamente ligada aos produtos 
que estão ao final da sua vida útil, é necessário estabelecer um plano de coleta e 
transporte desses itens. A complexidade para a logística reversa de pós-consumo 
aumenta quando os resíduos estão dispersos geograficamente nos centros 
urbanos, principalmente quando uma única empresa decide fazer essa logística de 
forma completa.
Uma das formas de reduzir a complexidade do planejamento da logística reversa de 
pós-consumo consiste em estabelecer etapas intermediárias de consolidação para 
o acúmulo, seleção e adensamento, gerenciadas por empresas diferentes.
10
Como exemplo dessas etapas intermediárias, temos os catadores 
de uma determinada associação, que são responsáveis pela coleta 
de eletroeletrônicos e seu acúmulo em uma central. A central de 
triagem, por sua vez, é a responsável pela triagem desse material. 
Uma empresa de transportes é incumbidadetransportar esse 
material já consolidado para a indústria transformadora, que irá, 
então, processar esses materiais e transformá-los em matéria-
prima para a indústria produtora de eletroeletrônicos.
Reflita
Essas diferentes etapas permitem, finalmente, que o transporte atinja maiores 
distâncias com menor tempo.
Fechamento 
Nesta unidade, tivemos a oportunidade de observar a importância da logística 
reversa no Brasil, conhecendo também a legislação que trata da destinação dos 
resíduos sólidos e compreendendo as dificuldades e possibilidades para a logística 
reversa de pós-consumo.
O planejamento da logística reversa de pós-consumo é um processo complexo que 
precisa ser dividido em três etapas, com planejamento estratégico, planejamento 
tático e planejamento operacional. Nesse processo, ainda, estabelecer etapas 
intermediárias para o acúmulo, seleção e adensamento de produtos, gerenciadas 
por empresas diferentes, pode ajudar a sanar problemas relacionados à dispersão 
geográfica de tais itens.
11
Referências
BRASIL. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras 
providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 28 
set. 2020.
DOURADO, J.; TONETO JÚNIOR, R.; SAIANI, C. C. S. (org.). Resíduos sólidos no 
Brasil: oportunidades e desafios da Lei Federal n. 12.305 (Lei de Resíduos Sólidos). 
Barueri: Manole, 2014.
RAZZOLINI FILHO, E.; BERTÉ, R. O reverso da logística e as questões ambientais no 
Brasil. Curitiba: InterSaberes, 2009.
SILVEIRA, D. P. O que fazer com os smartphones, após trocá-los por modelos mais 
recentes?Oficina da Net, Santa Cruz do Sul, 8 mar. 2016. Disponível em: https://
www.oficinadanet.com.br/post/16144-o-que-fazer-com-os-smartphones-apos-
troca-los-por-modelos-mais-recentes. Acesso em: 28 set. 2020.
SOUSA, G. M. Panorama de logística reversa de resíduos pós-consumo no Brasil. 
ILOS, Rio de Janeiro, 10 maio 2013. Disponível em: https://www.ilos.com.br/web/
panorama-de-logistica-reversa-de-residuos-pos-consumo-no-brasil/. Acesso em: 
28 set. 2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm
https://www.oficinadanet.com.br/post/16144-o-que-fazer-com-os-smartphones-apos-troca-los-por-modelos
https://www.oficinadanet.com.br/post/16144-o-que-fazer-com-os-smartphones-apos-troca-los-por-modelos
https://www.oficinadanet.com.br/post/16144-o-que-fazer-com-os-smartphones-apos-troca-los-por-modelos
https://www.ilos.com.br/web/panorama-de-logistica-reversa-de-residuos-pos-consumo-no-brasil/
https://www.ilos.com.br/web/panorama-de-logistica-reversa-de-residuos-pos-consumo-no-brasil/
GOVERNANÇA 
CORPORATIVA E A CULTURA 
ORGANIZACIONAL NAS 
EMPRESAS SOCIALMENTE 
RESPONSÁVEIS
 
SST
Carvalho Machado, Rafael
Governança Corporativa e a cultura organizacional nas 
empresas socialmente responsáveis / Rafael Carvalho 
Machado 
Ano: 2020
nº de p. : 12
Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
Governança Corporativa 
e a cultura organizacional 
nas empresas socialmente 
responsáveis
3
Apresentação
Há mais de duas décadas, discute-se o papel das organizações no desenvolvimento 
da sociedade – e não só no desenvolvimento econômico. Veremos nesta unidade 
formas para definir ações e maneira de encontrar o bem para todos os campos de 
influência da empresa, a chamada Governança Corporativa.
Abordaremos a evolução da Governança Corporativa e como ela chegou e passou 
a fazer parte das empresas brasileiras. Tambem veremos a sua relação com 
sustentabilidade, consciência organizacional, cultura organizacional e o capitalismo 
consciente.
O que é Governança Corporativa
Governança corporativa é, uma forma de direção da empresa que busca privilegiar 
todas as partes interessadas. Essa mudança de perspectiva tira das organizações 
a orientação apenas ao lucro – resultado esperado pelos sócios e acionistas – ou 
ao atingimento de metas – objetivo da diretoria. As partes interessadas incluem, 
além de investidores e funcionários, os credores e sindicatos; faz parte desse 
grupo, também, o governo, representado pela fazenda pública, órgãos regulatórios, 
fiscalização e justiça; e não para por aí, pois são, em última instância, interessados 
todos os setores da sociedade, como a comunidade do entorno da organização, 
movimentos sociais e ONGs. Aos membros dessa grande comunidade que têm 
interesses diversos nas atividades desenvolvidas pela organização, chamamos 
stakeholders, que são os indivíduos, grupos ou organizações que podem afetar, ser 
afetado por ou perceber a si mesmo como afetado por uma decisão, atividade ou 
resultado de um projeto.
Evolução da governança
A discussão da governança corporativa no mundo nasceu nos anos 1980, 
principalmente no Reino Unido e nos Estados Unidos. Nessas economias, a grande 
4
dispersão de capitais das organizações com ações negociadas no mercado aberto 
levou a um poder perverso dos executivos empresariais. 
Escândalos corporativos: 
notadamente no setor financeiro – apontavam que os executivos não dariam 
atenção às demandas de todos os acionistas. Arcabouços regulatórios foram, 
então, aprimorados, a fim de evitar que esse tipo de excesso de poder pudesse 
ser utilizado de forma prejudicial para a sociedade em geral.
Já no início do século XXI, casos emblemáticos, como o da empresa de distribuição 
de energia americana Enron mostravam que a regulação conduzia, em alguns 
casos, a fraudes contábeis e financeiras das companhias. Outros casos, como da 
Worldcom, mostravam que o mito capitalista da gestão moderna deixava a desejar 
no atingimento de um bem comum para a sociedade.
Normas mais rígidas para relatórios contábeis foram criadas, mas de forma 
voluntária. As empresas que não adotassem as normas de transparência em seus 
relatórios, contudo, deveriam explicar o motivo da não adoção. Essa abordagem, 
chamada comply or explain, passou parte do poder regulatório e fiscalizatório para 
as mãos de investidores.
A história da governança corporativa e a política do comply or 
explain é bem explicada em um artigo de Sandra Guerra, uma das 
fundadoras do IBGC, disponível em <https://ideiasustentavel.com.
br/a-trajetoria-da-boa-governanca-corporativa-das-crises-ao-ciclo-
-virtuoso-de-geracao-de-valor/>. 
Saiba mais
Esse escrutínio pelo próprio capital tornou-se ainda mais importante após a crise 
de 2008. Embora aquelas mudanças promovidas dez anos antes não tivessem sido 
suficientes para prevenir novas fraudes, o novo ciclo de aprimoramentos legais 
veio acompanhado de uma preocupação intensa de investidores pela governança 
corporativa. 
5
Os relatórios contábeis precisam explicar suas práticas para os investidores, 
sobretudo quando não seguem práticas de governança
Fonte: Plataforma Deduca (2018)
Evolução da governança no Brasil
Nos anos 1990, o conceito corporate governance passou a circular em alguns 
ambientes de discussão no Brasil. Nessas discussões iniciais, sobre um tema 
completamente desconhecido, formou-se um grupo que tratou de difundir os 
conceitos dessa prática ainda sem nome em português. Trinta e seis executivos, 
conselheiros e pesquisadores fundaram, em 1995, o IBGC.
O caso brasileiro apresenta características bastante específicas. Como o mercado 
de capitais brasileiro não é tão desenvolvido quanto o americano e o britânico, 
não atingimos as etapas de crise que esses mercados enfrentaram. Os executivos 
brasileiros, contudo, perceberam um grande potencial de geração de valor para as 
companhias que dirigiam por meio da adoção de práticas de governança corporativa.
O papel da então Bovespa e da CVM, no início dos anos 2000 foi fundamental para 
essa percepção. Lançado em 2000, o Novo Mercado definia padrões elevados 
de governança corporativa e, dois anos mais tarde, tornou-se referência na 
transparência para novas aberturas de capital no país. Em 2005, outra inovação pela 
bolsa de valores foi o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).
6
Para conhecer mais sobre o Índice de Sustentabilidade 
Empresarial (ISE), acesse: http://www.b3.com.br/pt_br/market-
data-e-indices/indices/indices-de-sustentabilidade/
Atenção
As organizações, diante dessa atenção dos investidores, passaram a divulgar em 
seus relatórios anuais suas ações de sustentabilidade empresarial e governança 
corporativa. Para que os relatórios de sustentabilidade e governança fossem 
transparentes e comparáveis entre as empresas, o modelo proposto pela Global 
Reporting Initiative (GRI), que tem como objetivo padronizar indicadores de 
governança e sustentabilidade, foi adotado no país de forma ampla.
As empresas participantes do ISE apresentaram valorização superior àque las 
que não fizeram parte desse índice. Esse efeito de geração de valor nas grandes 
companhias de capital aberto incentivou também as empresas de capital fechado, 
que passaram a incluir a sustentabilidade e a governança em seu discurso. As ações 
valorizadas pelas metodologias do ISE e GRI difundiram-se sem a necessidade de 
crises de confianças profundas, como as que vimos em outros países.
Cultura da governança
Apesar da pressão de mercado pela governança, pela política de comply or explain, 
a mudança de cultura é um processo que ocorre dentro da organização, não apenas 
como uma resposta estratégica ao mercado.
http://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/indices/indices-de-sustentabilidade/
http://www.b3.com.br/pt_br/market-data-e-indices/indices/indices-de-sustentabilidade/
7
O papel da diretoria
Fonte: Plataforma Deduca (2020)
O propósito da diretoria e a relação da empresa com a sociedade é que indica qual 
o estágio de desenvolvimento da organização em sua governança. Dessa forma, 
é importante analisar mais profundamente qual a relação entre o planejamento 
estratégico e a governança. Nessa relação, os valores da organização têm forte 
influência nos resultados sociais obtidos pela organização.
Refletir sobre a governança 
corporativa, desde o planejamento 
estratégico até a mensuração de 
resultados
As economias ocidentais têm enfrentado, além de

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