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Como implantar um sistema de gestão da qualidade SST SCHIRIGATTI, J. Como implantar um sistema de gestão da qualidade / Jackson Schirigatti Ano: 2020 nº de p.: 9 páginas Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. 3 Como implantar um sistema de gestão da qualidade Apresentação Nessa unidade, trabalharemos o passo a passo de como implantar um sistema de gestão da qualidade em uma organização. Para tal, ressaltaremos as etapas usadas para que se possa implantar de forma efetiva esse sistema, sendo: Avaliação preliminar de gestão da qualidade; Levantamento de necessidades; Projeto do sistema de qualidade e Auditoria de certificação. Também serão discutidos os modelos de qualidade ISO de referência da qualidade CMMI e modelo de melhoria de processo de software MPS-BR e, além do mais, as características dos projetos, entendendo que são entregues dois tipos de projetos, os produtos chamados de tangíveis e os produtos que são chamados de intangíveis. Como implantar um sistema de gestão da qualidade A implantação de um sistema de gestão da qualidade é definida em quatro etapas. Contudo, é necessário realizar uma avaliação preliminar das práticas de gestão da qualidade na organização, para uma visão mais clara do processo. Etapas de avaliação Etapa I Avaliação preliminar de gestão da qualidade; Etapa II Levantamento de necessidades; Etapa III Projeto do sistema de qualidade; Etapa IV Implantação e execução do sistema de qualidade Etapa V Auditoria de certificação. Fonte: Organizado pelo autor 4 Vejamos, agora, o que são cada uma dessas etapas: Primeira etapa: definir coordenador e comitê de qualidade. A formação dos envolvidos deve ser realizada com um representante da direção da organização e outro funcionário que represente a direção da qualidade. Após a definição dos representantes, é necessária uma avaliação da gestão da qualidade existente na organização, sobre as práticas de qualidade nas estruturas de processos existentes etc. Segunda etapa: identificar as atividades críticas para a garantia da qualidade por meio do mapeamento de processos críticos da organização (visto no estudo de modelagem e mapeamento de processos). Terceira etapa: definir a política e os objetivos da qualidade (comunicação e conscientização dos funcionários). Também é realizada a estruturação do sistema documental, ou seja, a padronização de documentação do sistema da qualidade, critérios de codificação dos documentos e outros critérios para a elaboração, aprovação, validação e distribuição. Depois, devem-se definir os procedimentos e as instruções do sistema de qualidade em uma primeira versão do manual, contendo o propósito e conteúdo da normalização. Tais procedimentos seguem a sequência: (1) realização do produto; (2) produto não conforme; (3) gestão de recursos físicos; (4) gestão de recursos humanos; (5) procedimento de auditoria interna; (6) análise crítica para a melhoria contínua do sistema; (7) ação corretiva e ação preventiva. Quarta etapa: implantação do sistema, que envolve treinamentos nos procedimentos e instruções de trabalho, implantação dos sistemas e instruções, revisão dos procedimentos e documentação, treinamento dos auditores e auditoria interna, e análise das auditorias e definição dos planos de ação, bem como o acompanhamento das ações de melhoria. 5 Quinta etapa: concluído o processo de implantação do sistema de qualidade mediante certificação, deve-se definir o organismo certificador, o planejamento e a realização da auditoria externa e as devidas ações para a melhoria do sistema. Já compreendidas quais são as etapas do processo de implantação do sistema de gestão da qualidade, veremos agora que existem alguns modelos específicos para a integração de metodologias e boas práticas de desenvolvimento de software. Modelos de qualidade ISO de referência da qualidade CMMI e modelo de melhoria de processo de software MPS-BR Além dos modelos ISO 9126 e ISO 12207, que tratam da qualidade do processo de desenvolvimento do produto de software, outros modelos surgiram nas últimas décadas com uma série de melhores práticas para a tecnologia da informação. Dentro do escopo de modelos de referência para o desenvolvimento de software, estão o CMMI (Capability Maturity Model Integration) e o MPS-BR-SW (modelo brasileiro do processo de software). Antes de estudarmos as melhores práticas de processo de software, vejamos os conceitos de gestão de projetos e as metodologias tradicionais e ágeis de software. Assim, poderemos compreender os modelos de referência de boas práticas de desenvolvimento de produtos e projetos de sistema de software. Atualmente, as organizações estão preocupadas com as execuções de suas atividades rotineiras e com os seus projetos de sistemas, negócios, infraestrutura, linhas de produção, softwares etc. Por isso, hoje são imprescindíveis o entendimento e a utilização das boas práticas e métodos eficientes de gerenciamento de projetos, em diversos segmentos de mercado e negócios, adaptando e combinando as diferentes metodologias 6 e orientações, como a do PMI (Project Management Institute), PRINCE2, ISO 21500:2012 e outras orientações de gerenciamento de projetos. A norma ABNT ISO 21500:2012 fornece diretrizes para o gerenciamento de projetos e pode ser usada por qualquer tipo de organização, incluindo públicas, privadas ou organizações comunitárias, e para qualquer tipo de projeto, independentemente de complexidade, tamanho ou duração. Já o PRINCE2 é um método de gerenciamento de projetos não proprietário genérico. É um framework completo para o projeto, isolando o gerenciamento com o esforço do projeto. Curiosidade Característica dos projetos Na administração moderna de projetos, são realizadas entregas de produtos tangíveis e intangíveis. As entregas tangíveis são de produtos físicos, como construção civil, fabricação de produtos e equipamentos, implantação de redes de comunicação com relação à infraestrutura cambiável e de equipamentos. Setor Industrial, que produz máquinas, equipamentos, e bens de consumo Fonte: Plataforma Deduca (2020). 7 E chamamos de intangíveis os produtos que estão relacionados ao conceito da informação, como pesquisa e desenvolvimento, consultoria, software, projetos de análise de sistemas e banco de dados (parte lógica do projeto, como a modelagem e diagramação). Conhecimento a partir de pesquisa e desenvolvimento Fonte: Plataforma Deduca (2020). Apesar das definições de projetos que apresentam características de temporariedade e singularidade, existem outros aspectos que caracterizam os projetos: Complexidade: quantidade de variáveis que contém, como as relações humanas (complexidade relacional, ligada ao comportamento); Incerteza: desconhecimento sobre os objetivos, escopo, prazos e métodos (falta de informação necessária). Quanto maior o desconhecimento desses componentes, maiores são os riscos e as incertezas; 8 Grau de familiaridade: ou de maturidade, está ligado à familiaridade com projetos, ferramentas e requisitos para a administração dos projetos. O grau de familiaridade é o componente que aumenta o grau de complexidade e incerteza em um projeto na organização; Contexto e dificuldade: questões técnicas (grau de dificuldade de construção de um produto). Fechamento Concluímos que, para que se possa produzir um projeto, são necessárias quatro etapas: avaliação da gestão da qualidade já existente na organização ; identificação dos requisitos do cliente; definição da política e dos objetivos da qualidade, treinamentos nos procedimentos e instruções de trabalho, e a certificação. Quanto aos modelos de qualidade, destacam-se, além dos modelos ISO 9126 e ISO 12207 que são referência para o desenvolvimento de software, o CMMI (Capability Maturity Model Integration) e o MPS-BR-SW (modelo brasileiro do processo de software). Para finalizar, estudamosque o projeto necessita de determinadas características para ser válido, entendendo que é possível entregar produtos tangíveis e produtos intangíveis. 9 Referências FERNANDES, A. R.; ABREU, V. F. de. Implantando a governança de TI: da estratégia à gestão de processos e serviços. 4. ed. [S.l.]: Editora Brasport, 2014. OLIVEIRA, O. J. Gestão da qualidade: tópicos avançados. São Paulo: Cengage, 2012.