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PRINCÍPIOS DA PERCEPÇÃO MUSICAL AULA 6 Prof. Alysson Siqueira 2 CONVERSA INICIAL Leituras e ditados melódicos em compasso simples A melodia é o elemento estrutural que nos permite identificar as composições musicais. Se cantarolarmos uma canção como “Samba Lêlê” estaremos reproduzindo sua melodia. Tecnicamente, podemos dizer que ela é um “conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva” (MED, 1996, p. 11), ou conceber que ela é o elemento estrutural da música que agrega as dimensões de duração e altura do som, ou seja, melodia possui ritmo e alturas. Em aulas anteriores, fizemos exercícios de leitura rítmica, desconsiderando alturas. Também praticamos a leitura de alturas usando apenas uma divisão rítmica elementar. Desenvolvendo a complexidade rítmica concomitantemente com a das alturas, teremos os exercícios de leitura melódica. Finalizamos com exercícios de ditado: rítmicos e de alturas. Nesta aula, vamos praticar esses ditados em todos os temas. Em nossos estudos, estamos utilizando apenas compassos simples, ou seja, aqueles em que a unidade tempo coincide com o pulso. Especificamente, utilizaremos 2 por 4, 3 por 4 e 4 por 4. Compassos compostos e irregulares serão estudados futuramente. As leituras e os ditados melódicos desta aula têm o objetivo de agregar todo o conhecimento tratado nesta disciplina. As leituras rítmicas e de alturas das aulas anteriores se fundirão, as referências de intervalos serão importantes para a precisão nos saltos de altura, os arpejos de acordes aparecerão no decorrer das melodias e até mesmo os modos serão a solução para certas situações que vão aparecer. Portanto, realize com calma os exercícios, repita- os se preciso, buscando sempre melhorar o percentual de acerto. TEMA 1 – TONALIDADE MAIOR: 4 POR 4 Anteriormente, compreendemos que a tonalidade maior se estabelece quando se usa a escala maior natural, ou escala diatônica, ou modo jônio como base para a criação musical. Assim sendo, os exercícios que seguem se baseiam na escala maior, mas serão propostos em diferentes tonalidades. Você pode solfejar com o nome das notas, com os números dos graus da escala ou 3 com o fonema de sua preferência. Os títulos do exercício dizem algo sobre seu teor, mas sua função principal é facilitar a comunicação no processo pedagógico. Alguns exercícios são concebidos por meio da variação de uma pequena melodia – o que não impede que os compassos ou trechos da melodia base se repitam. 1.1 Aquecimento maior 1 1.2 Aquecimento maior 2 1.3 Variação simples 1 1.4 Variação simples 2 1.5 Variação total 4 1.6 Apertando o passo 1.7 Saltitando maior 1.8 Três variações 1.9 Novo tom 1.10 Ligando os pontos 5 TEMA 2 – TONALIDADE MAIOR: 3 POR 4 Seguindo os mesmos princípios do tema anterior, vamos solfejar em compasso 3 por 4. 2.1 Aquecimento maior 3 2.2 Aquecimento maior 4 2.3 Primeiros saltos 2.4 Largo e curto 2.5 Caminhando maior 1 6 2.6 Caminhando maior 2 2.7 Grandes saltos 2.8 Mudando o tom maior 2.9 Ligando em modo maior TEMA 3 – TONALIDADE MENOR: 4 POR 4 Nos mesmos moldes dos temas anteriores, vamos solfejar em compasso 4 por 4, em tonalidades menores. 7 3.1 Aquecimento menor 1 3.2 Aquecimento menor 2 3.3 Variação simples menor 1 3.4 Variação simples menor 2 3.5 Variação total menor 8 3.6 Apertando o passo menor 3.7 Saltitando menor 3.8 Três variações menores 3.9 Novo tom menor 3.10 Ligando os pontos – menor 9 TEMA 4 – TONALIDADE MENOR: 3 POR 4 Os exercícios de solfejo a seguir estão em tonalidades menores e em fórmula de compasso 3 por 4. 4.1 Aquecimento menor 3 4.2 Aquecimento menor 4 4.3 Primeiros saltos 4.4 Largo e curto menor 4.5 Caminhando menor 1 10 4.6 Caminhando menor 2 4.7 Grandes saltos menores 4.8 Mudando o tom menor 2 4.9 Ligando em modo menor TEMA 5 – RITMOS BRASILEIROS EM 2 POR 4 Os exercícios de leitura a seguir foram concebidos em fórmula de compasso 2 por 4 e são inspirados em elementos encontrados na música popular brasileira. Os três primeiros buscam demonstrar como a fusão da música 11 europeia, representada pela polca, com a africana, representada pelo lundu, resultou no maxixe – que é a base para diversos estilos musicais brasileiros. A célula rítmica que fundamenta o maxixe é a mesma do baião. No exercício a seguir, foram utilizados princípios modais para a melhor caracterização do estilo musical nordestino. O exercício seguinte é baseado na rítmica de Samba Lêlê e utiliza material melódico bastante presente no gênero samba. Também inspirados no samba, especificamente em duas levadas distintas de agogô, seguem os dois próximos exercícios de leitura em compasso 2 por 4. 12 NA PRÁTICA Apesar da aula ser prática por excelência, trazemos nesta seção mais uma proposição que vai auxiliar no seu desenvolvimento. Uma das atividades que mais exigem da nossa percepção musical é a transcrição de melodias, que consiste em ouvir uma música, quantas vezes for preciso, e escrever suas notas musicais em partitura. Trouxemos três sugestões para você exercitar, com gabaritos ao final do material. Acesse a resposta apenas depois de completar sua transcrição. Esperamos que estas três transcrições constituam apenas uma primeira experiência nesta atividade e que você, dentro do seu universo musical, faça disso um hábito. Ouça as músicas e transcreva nas pautas a seguir. ÁUDIO 1 – melodia de “Bambu” ÁUDIO 2 – melodia de “Fui passear na ponte” http://aud.grupouninter.com.br/2020/JAN/10202000129-P01.mp3 http://aud.grupouninter.com.br/2020/JAN/10202000129-P19.mp3 13 ÁUDIO 3 – melodia de “Capelinha de Melão” FINALIZANDO Chegamos ao final da aula. Se este foi seu primeiro contato com atividades de percepção, esperamos que tenha chegado a este ponto reconhecendo escalas e acordes maiores e menores, identificando, solfejando e transcrevendo melodias simples; enfim, que tenha desenvolvido seu entendimento da música e seus elementos constituintes. No entanto, se você já teve experiência anterior com percepção, esperamos que você tenha avançado no processo de memorização musical – quanto mais referências sonoras associadas a elementos teóricos acumulamos, mais compreendemos a música. Por fim, a percepção musical não se aguça apenas com exercícios concebidos para isso. As atividades diárias do músico, como tocar e ensinar instrumentos, cantar, preparar aulas, fazer transcrições, estudar uma partitura, entre outras, contribuem para seu desenvolvimento. Quanto mais cientes estivermos disso, melhor poderemos aproveitar nosso cotidiano para o crescimento da nossa percepção musical. http://aud.grupouninter.com.br/2020/JAN/10202000129-P02.mp3 14 REFERÊNCIA MED, B. Teoria da música. 4. ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Musimed, 1996. 15 GABARITO