Buscar

ATIVIDADE PREVIDENCIÁRIO


Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI 
CURSO: DIREITO 
MATRÍCULA: 18205074 
ALUNA: ANA ABIGAIL BARROS GUIMARÃES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PESCADORES ARTESANAIS E 
MARISQUEIRAS 
POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA 
2024 
Política de Assistência Social 
 
O processo de inclusão da Assistência Social na Constituição Federal pode ser interpretado 
como uma concessão tácita por parte das elites políticas, uma vez que não foi resultado de uma 
mobilização popular tão intensa quanto outras áreas, como a Previdência Social e a Saúde. Essa 
falta de mobilização pode ser atribuída a uma série de fatores, incluindo a fragmentação e a 
desorganização dos movimentos sociais da época, bem como a própria estratégia das elites 
políticas em controlar o processo constituinte e garantir a manutenção de seus interesses. 
No entanto, a inclusão da Assistência Social na Constituição também pode ser vista como uma 
estratégia das elites políticas para garantir e legitimar sua governança. Ao reconhecer a 
Assistência Social como um direito constitucional, o Estado busca assegurar uma base mínima 
de proteção social para os segmentos mais empobrecidos da população, ao mesmo tempo em 
que evita conflitos sociais mais amplos e mantém sua hegemonia. 
Nesse sentido, a Assistência Social desempenha um papel duplo: ela produz efeitos concretos 
ao atender às necessidades básicas dos mais vulneráveis, mas também produz efeitos 
simbólicos ao legitimar a atuação do Estado e das elites políticas. No entanto, essa inclusão 
não resolve por si só os problemas estruturais que geram a pobreza e a vulnerabilidade social, 
nem garante a efetivação dos direitos sociais previstos na Constituição. 
Ante ao exposto, segue entendimento jurisprudencial sobre o assunto narrado: 
MANDADO DE SEGURANÇA - CONTRIBUIÇÃO 
PREVIDENCIÁRIA - QUOTA PATRONAL - ENTIDADE DE 
FINS ASSISTENCIAIS, FILANTRÓPICOS E 
EDUCACIONAIS - IMUNIDADE (CF, ART. 195, § 7º) - 
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. - A Associação 
Paulista da Igreja Adventista do Sétimo Dia, por qualificar-se 
como entidade beneficente de assistência social - e por também 
atender, de modo integral, as exigências estabelecidas em lei - 
tem direito irrecusável ao benefício extraordinário da imunidade 
subjetiva relativa às contribuições pertinentes à seguridade 
social. - A cláusula inscrita no art. 195, § 7º, da Carta Política - 
não obstante referir-se impropriamente à isenção de contribuição 
para a seguridade social - , contemplou as entidades beneficentes 
de assistência social, com o favor constitucional da imunidade 
tributária, desde que por elas preenchidos os requisitos fixados 
em lei. A jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal 
Federal já identificou, na cláusula inscrita no art. 195, § 7º, da 
Constituição da República, a existência de uma típica garantia 
de imunidade (e não de simples isenção) estabelecida em favor 
das entidades beneficentes de assistência social. Precedente: RTJ 
137/965. - Tratando-se de imunidade - que decorre, em função 
de sua natureza mesma, do próprio texto constitucional -, revela- 
se evidente a absoluta impossibilidade jurídica de a autoridade 
executiva, mediante deliberação de índole administrativa, 
restringir a eficácia do preceito inscrito no art. 195, § 7º, da Carta 
Política, para, em função de exegese que claramente distorce a 
teleologia da prerrogativa fundamental em Referência, negar, à 
entidade beneficente de assistência social que satisfaz os 
requisitos da lei, o benefício que lhe é assegurado no mais 
elevado plano normativo. 
(RMS 22192, Relator(a): CELSO DE MELLO, Primeira Turma, 
julgado em 28-11-1995, DJ 19-12-1996 PP-51802 EMENT 
VOL-01855-01 PP-00154) 
Assim, é importante problematizar os impasses e desafios enfrentados pela Assistência Social 
como política pública. Isso inclui questões como a fragilidade dos serviços oferecidos, a falta 
de recursos financeiros adequados, a burocracia e a falta de coordenação entre os diferentes 
níveis de governo, bem como a necessidade de uma abordagem mais integrada e participativa 
no planejamento e implementação das políticas sociais. 
Portanto, uma análise crítica da inclusão da Assistência Social na Constituição Federal de 1988 
nos permite compreender não apenas as razões por trás dessa decisão, mas também os desafios 
e contradições que permeiam a implementação dessa política pública no contexto brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pescadores artesanais e marisqueiras 
 
O estudo descrito destaca uma lacuna de grande significância no acesso aos benefícios 
previdenciários por parte de uma população quilombola tradicional envolvida na pesca 
artesanal e mariscagem no Nordeste do Brasil. Embora esses trabalhadores se enquadrem nos 
critérios de segurados especiais do Regime Geral de Previdência Social, a maioria deles não 
recebe nenhum tipo de benefício previdenciário. 
Essa situação revela uma discrepância entre os direitos previstos na legislação e a realidade 
enfrentada por essas comunidades tradicionais. Apesar de se submeterem a condições de 
trabalho exaustivas e de enfrentarem diversos riscos ocupacionais, como exposição a 
substâncias químicas, ruído e radiação solar, muitos desses trabalhadores não conseguem obter 
rendimentos que garantam sua subsistência familiar. 
Essa falta de acesso aos benefícios previdenciários pode ser atribuída a uma série de fatores, 
incluindo a falta de informação sobre os direitos previdenciários, dificuldades no processo de 
solicitação dos benefícios, e até mesmo obstáculos burocráticos que dificultam o acesso das 
comunidades tradicionais aos serviços previdenciários. 
Para a necessidade de frizar o que se entende, segue jurisprudência onde se trata sobre o assunto 
em destaque: 
Tribunal Regional Federal da 5 Região TRF-5 - Apelação 
/ Reexame Necessário: APELREXX XXXXX- 
86.2004.4.05.8100 CE XXXXX-86.2004.4.05.8100. 
Relator Desembargador Federal Paulo Roberto de 
Oliveira Lima 
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. 
PESCADOR ARTESANAL. APOSENTADORIA POR 
IDADE. INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATE- 
RIAL. COMPLÇÃO DO CONVENCIMENTO POR 
MEIO DE PROVA TESTE- MUNHAL. CONCESSÃO 
DO BENEFÍCIO. JUROS DE MORA. 
1. Comprovados o exercício e o tempo de atividade 
pesqueira artesanal da autora por meio de razoável início 
de prova material (certidão emitida pelo IBAMA, carteira 
de registro profissional perante o IBAMA, qualificando- 
a como pescadora profissional, documento emitido pela 
Colônia de Pescadores z-9 de Jacaúna, no qual consta a 
atividade de marisqueira), corroborado através da prova 
testemunhal, não se verificam restrições à concessão da 
aposentadoria por idade; 
2. O Superior Tribunal de Justiça já pacificou o 
entendimento no sentido de que os juros moratórios, a 
partir da vigência da Medida provisória nº 2.180- 35/01, 
são devidos no percentual de 0,5% ao mês, a contar da 
citação (Sú- mula 204 STJ); 
3. Apelação e remessa oficial parcialmente providas. 
Diante desse cenário, torna-se evidente a necessidade de adequação da legislação 
previdenciária, de forma a tornar o acesso aos benefícios mais justo e inclusivo para as 
comunidades tradicionais envolvidas na pesca artesanal e na mariscagem. Isso pode envolver 
a simplificação dos procedimentos de solicitação de benefícios, a implementação de políticas 
de educação previdenciária direcionadas a essas comunidades e o fortalecimento dos 
mecanismos de fiscalização e garantia de direitos. 
Além disso, é fundamental que haja uma maior sensibilização por parte das autoridades 
governamentais e da sociedade em geral sobre as condições de trabalho e as necessidades 
específicas dessas comunidades, a fim de promover uma abordagem mais inclusiva e equitativa 
no que diz respeito àproteção social desses trabalhadores.

Mais conteúdos dessa disciplina