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Ásia de Monções: Aspectos Humanos e Econômicos


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Ásia de Monções: aspectos humanos e econômicos
Aspectos populacionais e da diversidade étnica
A Ásia Meridional é uma das regiões mais populosas e mais povoadas (maiores densidades) do mundo, destacando-se quatro dos sete países mais populosos: a Índia (2º), com 1,252 bilhão de habitantes, a Indonésia (4º), com 249,9 mi, o Paquistão (6º), com 182,1 mi e Bangladesh (7º), com 156,6 milhões.
Nos vales e deltas de rios, litoral e ilhas encontramos altíssimas densidades demográficas, que constituem os “formigueiros humanos", como as Ilhas de Java, Maldivas e Cingapura. Esta, com quase 7 mil hab/km2, é o segundo país mais povoado, após Mônaco, na Europa, com quase 17 mil hab/km2. Bangladesh e Ilhas Maldivas apresentam densidades em torno de 1 mil hab/km2.
Com uma população tão numerosa, a região caracteriza-se por enorme profusão de grupos linguísticos, culturas, etnias e traços raciais. Quanto à cor da pele, que não é o único traço, nem o mais importante para caracterizar a diversidade étnica, destacamos pelo menos quatro grupos: os brancos, de origem indo-europeia, representados pela maioria indiana e paquistanesa; os amarelos representados pelos malaios – filipinos e indonésios –, e pelos indochineses – vietnamitas, tailandeses, cambojanos e birmaneses; e os negros da etnia dravidiana, que compõem parte da população do Sri Lanka, e tâmeis do sudeste da Índia.A grande desigualdade social é marcante nessa região subdesenvolvida do planeta, onde com exceção de Cingapura, que tem um dos maiores IDHs – Índice de Desenvolvimento Humano da região, a maioria da população é pobre e desta, grande parcela vive em condições abaixo dos níveis aceitáveis de pobreza, enquanto uma minoria concentra boa parte da renda produzida na região.
 A diversidade religiosa
Bramanismo ou hinduísmo – É o comportamento filosófico-religioso da maioria dos indianos. É uma das religiões mais antigas da Terra, tem perto de 3.500 anos, resultado da junção da religião de povos brancos emigrados do norte com as religiões dos habitantes locais. Prega o que se chama "transmigração da alma", ou seja, a alma evolui de animal até atingir o homem, passando por várias castas. Este é um dos motivos por que os indianos não se alimentam de carne de gado, considerado um animal sagrado.
Outro aspecto é o crescimento populacional que, para a religião, é uma forma de o homem mais facilmente atingir o "paraíso". Com isso a Índia, atualmente com 1,1 bilhão de habitantes, 340 hab/km2 possui grande quantidade de pessoas na região dos rios Ganges e Bramaputra. Essa enorme população enfrenta problemas como a falta de assistência médica, escolar e até alimentar. Os governos tentam o controle da natalidade feito em clínicas, mas, mesmo assim, o comportamento religioso é um grande entrave.
Islamismo – Introduzida por conquistadores religiosos que partiram do Oriente Médio, a religião islâmica estabeleceu-se principalmente no Paquistão, Bangladesh e Indonésia.
Também contrária ao controle da natalidade, essa religião tem sido um entrave a uma atuação governamental maior. Assim, Bangladesh (vales do Ganges e Bramaputra) possui uma densidade demográfica de 1.000 hab/km2, uma das maiores do mundo.
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Sikhismo – Um sincretismo religioso que reúne preceitos tanto da religião hinduísta, destituídos de certos aspectos politeístas, como do islamismo. Surgiu a partir da liderança do guru Nanak, que mostrou que ambas as religiões se distanciaram dos princípios de Deus, paz e amor na humanidade, fundamentando a nova religião em valores universais: amor, liberdade, dignidade, tolerância, harmonia, caridade e sacrifício. Os sikhs são maioria no estado do Punjab, a Noroeste da Índia, próximo à região da Caxemira e do Paquistão. Lutam por independência em relação à Índia, mas os governos hinduístas fazem dura repressão a esse movimento separatista, principalmente após o assassinato, efetivado por um sikh, da premier indiana Indira Gandhi, na década de 1970.
Budismo – Outra religião importante em países como o Nepal, Butão, Mianmar e Tailândia, foi criada a partir da filosofia de Sidarta Gautama, o Buda (o Iluminado), que dizia ser a humildade e a pobreza material o caminho mais rápido para o "nirvana". Essa é também uma das justificativas para a pobreza dos povos dessas regiões.
Lamaísmo – Religião dos lamas (monges budistas) derivada do budismo e hinduísmo, cultuada entre os povos do Himalaia. Adota a filosofia budista, reverenciando santos e demônios das montanhas. Surge principalmente no Nepal e no Tibete, onde Lhasa é a cidade sagrada. Atualmente, o Dalai-Lama, líder religioso tibetano, vive no exílio e reivindica autonomia cultural e religiosa do Tibet em relação à China. Proposta recusada até o momento.A região possui diversas etnias, desde indo-europeus (brancos) até indochineses (mongóis, chineses etc.), e também diversas línguas.
 Aspectos econômicos
Agricultura
Apesar de ser a principal atividade econômica da região, o seu rendimento é pequeno devido à falta de infra-estrutura (máquinas, adubos). Os principais sistemas de cultivo são o de subsistência, que utiliza as técnicas intensivas de jardinagem e terraceamento, e plantation.
Jardinagem – Agricultura de subsistência, geralmente destinada à produção de alimentos voltada para o consumo local. É a técnica mais utilizada, desenvolvida em pequenas propriedades, geralmente ao longo dos rios, emprega numerosa mão de obra, com cuidados manuais meticulosos e pouco emprego de adubos e maquinários. O principal plantio é o de cereais: arroz (base da alimentação), sorgo (milhete), trigo, chá e amendoim, cultivados nos vales do Ganges e Bramaputra, entre a Índia e Bangladesh.
Plantation – Monocultura tropical, desenvolvida em grandes propriedades, com produção geralmente voltada para a indústria e exportação. Emprega mão de obra assalariada, tecnologia avançada e obtém grande produtividade. Destacam-se a produção de cana-de açúcar e algodão, na Índia, borracha, café e cacau, na Malásia e Indonésia.
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