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Estado Democrático de Direito

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RESENHA 
ESTADO DEMOCRÁTICO DO DIREITO 
AUTOR: ENIO MORAES DA SILVA 
DISPONÍVEL EM: 
https://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/42/167/ril_v42_n167_p213.pdf 
O presente artigo destaca o Estado Democrático de Direito fazendo uma análise acerca da difícil conceituação nos dias de hoje, diante de tantos âmbitos que ele manifesta e ainda no fato de estar disposto em texto constitucional apenas aumentando a responsabilidade de interpretá-lo. O autor destaca em suma, que não tem a intensão de encontrar uma definição perfeita, ao passo que se trata de um tema em evolução, visto que não se pode trata-lo como algo que se possa teoricamente descrever. 
Assim, considera-se na dinâmica do texto que há uma dicotomia entre direito natural e direito positivo, colocado pelo autor como questionamento se o Estado produz as próprias leis que irão controla-lo. Direito natural como prescreve ações de onde valor não depende do juízo que delas tenham, mas diante do que aos outros parecem boas ou más. Já o positivo, em contraponto, estabelece que antes das ações serem regulados e uma vez reguladas que sejam cumpridas em lei. 
Para o autor, o Estado está em constante evolução e pontado pelo autor, como a ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território. Evolui-se de Estado estamental até Estado Democrático de Direito. 
Em termos simples, a democracia se concentra em como as sociedades selecionam aqueles que detêm o poder, enquanto o Estado de direito se preocupa com a forma como o poder político é exercido. A premissa de que o estado de direito implica que todo cidadão está sujeito e responsável perante a lei, incluindo os legisladores e os que ocupam cargos no governo. Nesse sentido, o Estado de Direito parece encorajar a governança por meio da democracia criada para e pelo povo, tanto quanto contrasta fortemente com os conceitos de ditadura, autocracia e oligarquia, onde aqueles em posições de poder e governança conduzem seus assuntos fora e acima do alcance da lei. 
“Os direitos humanos, o estado de direito e a democracia estão interligados e se reforçam mutuamente e pertencem aos valores e princípios universais e indivisíveis das Nações Unidas, como colocado na Assembleia Geral das Nações Unidas, 2012. 
A construção da democracia e do Estado de direito podem ser processos que se reforçam mutuamente. O Estado de Direito é um fator crítico para o avanço da democracia, enraizado na igualdade de direitos e na responsabilização. Ao fortalecer o estado de direito, protegemos os direitos de todas as pessoas, promovemos a inclusão e limitamos o exercício arbitrário do poder, que são os pilares da democracia moderna. 
Em conclusão, é preciso destacar que Estado de direito significa que nenhum indivíduo, presidente ou cidadão privado, está acima da lei. Os governos democráticos exercem autoridade por meio da lei e estão eles próprios sujeitos às restrições da lei. 
As leis devem expressar a vontade do povo, não os caprichos de reis, ditadores, oficiais militares, líderes religiosos ou partidos políticos autonomeados. Os cidadãos nas democracias estão dispostos a obedecer às leis de sua sociedade, então, porque estão se submetendo às suas próprias regras e regulamentos. A justiça é melhor alcançada quando as leis são estabelecidas pelas próprias pessoas que devem obedecê-las. 
Sob o estado de direito, um sistema de tribunais fortes e independentes deve ter o poder e a autoridade, os recursos e o prestígio para responsabilizar os funcionários do governo, mesmo os principais líderes, pelas leis e regulamentos da nação e por esta razão, os juízes devem ser bem treinados, profissionais, independentes e imparciais. Para cumprir seu papel necessário no sistema jurídico e político, os juízes devem estar comprometidos com os princípios da democracia. 
As leis de uma democracia podem ter muitas fontes: constituições escritas; estatutos e regulamentos; ensinamentos religiosos e éticos; e tradições e práticas culturais. Independentemente da origem, a lei deve consagrar certas disposições para proteger os direitos e liberdades dos cidadãos: Sob a exigência de proteção igual sob a lei, a lei pode não ser aplicável exclusivamente a um único indivíduo ou grupo; os cidadãos devem estar protegidos contra prisões arbitrárias e buscas injustificadas em suas casas ou apreensão de seus bens pessoais. 
Os cidadãos acusados de crimes têm direito a um julgamento rápido e público, juntamente com a oportunidade de confrontar e questionar seus acusadores. Se condenados, não podem ser submetidos a punições cruéis ou incomuns. 
Os cidadãos não podem ser forçados a testemunhar contra si mesmos. Este princípio protege os cidadãos de coerção, abuso ou tortura e reduz muito a tentação da polícia de empregar tais medidas. Além disso, o princípio da legalidade precisa ser observado pela vontade popular e princípios de justiça e da segurança jurídica, a fim de controlar os excessos de produção de leis, promovendo a previsibilidade jurídica.

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