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MONOGRAFIA_ATUALIZADA

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 Organização Sete de Setembro de Cultura e Ensino Ltda.
Faculdade Sete de Setembro - Curso Bacharelado em Direito
Rivelto rosa PAULINO
 UMA ANALISE DO ARTIGO 28 DA LEI 11.343/06
PAULO AFONSO – BA.
NOVEMBRO– 2013
Rivelto Rosa PAULINO
UMA ANALISE DO ARTIGO 28 DA LEI 11.343/06
Monografia apresentada a Faculdade Sete de Setembro, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharelado em Direito.
Professor Orientador: 
________________________________________
Professor: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
PAULO AFONSO – BA.
NOVEMBRO 2013
 Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem Ele, nada seria possível. 
A minha esposa Jaqueline Marques Farias meu presente, sem ela nenhum sonho seria possível ou valeria a pena.
 Aos meus filhos Raíssa, Afterkan e Naeza aos quais dedico minha vida.
AGRADECIMENTOS
Primeiro agradeço a Deus, divino e misericordioso; aos meus pais, Helena Rosa de Sá e João Paulino Neto, que sempre acreditaram na educação como um caminho para o melhoramento humano, por esse motivo nunca mediram esforços para manter todos os filhos em contato com os ensinamentos educacionais.
Não poderia deixar de agradecer aos grandes mestres que me orientaram a trilhar novos caminhos, principalmente os orientadores da monografia, onde incansavelmente tirava todas as duvidas que surgia no decorre da mesma.
Aos meus colegas de turma, que apesar das indiferenças conseguimos chegar à reta final do curso juntos, em especial Lucimar Pereira Gomes, Sarah Greice e Denir Morais Ferraz por ter me ajudado a trilhar esse árduo caminho. 
A Geancleide Macêdo, minha amiga, que abriu meu olhar para uma atuação compromissada e que sempre acreditou no meu potencial.
Enfim todos aqueles que direta ou indiretamente me deram forças para que juntos pudéssemos realizar um sonho de forma real.
SUMÁRIO
1Introdução ............................................................................................................. 06
2. O problema das Drogas........................................................................................ 09
2.1 Aspectos Histórico e Cultural da Criminalização das Drogas ...........................09
3.Algumas Definições Pertinentes........................................................................12
3.1Drogas ilícitas.......................................................................................12
3.2 Crime ..................................................................................................12
3.3 Direito Penal.............................................................................................13
3.4 Intervenção Mínimado Direito Penal........................................................14
3.5 Conceito Jurídicode Possede Droga Ilícitapara Consumo Pessoal..........15
 3.6 Tráfico ......................................................................................................16
 3.7 habito........................................................................................................16
 3.8 Abuso.......................................................................................................16
 3.9 Adição......................................................................................................16
 3.10 Dependência.........................................................................................17
 3.11 Tolerância..............................................................................................17
 3.12 Abstinência............................................................................................17
 3.13 Maconha. .............................................................................................17
 3.14 Cocaína ................................................................................................18
 3.15 Crack .................................................................................................. 19
 3.16 Drogas: Um Problema de Saúde Pública? ........................................... 20 
 4. A Nova Lei Sobre Drogas ................................................................................24
 4.1 Constitucionalidade do artigo 28.............................................................28 
5.Usuário de Drogas: Descriminalização ou Despenalização?................................ 31
6.Considerações Finais...........................................................................................39
7.Bibliografia ..........................................................................................................41
 
RESUMO
Este trabalho vem expor a discórdia arguida pelo art. 28 da lei 11.343/06, onde se difundiu as duas vertentes tendo como pontos principais a descriminalização ou despenalização para o porte ou posse de drogas para consumo pessoal, procurando esclarecimento no nosso ordenamento jurídico e seus doutrinadores, grifando também o ponto de vista do usuário de drogas, levando em consideração a sanção aplicada pelo juiz e outros órgãos extrajudiciais, regulamentados pela lei em dissertação, pretende-se entender através deste trabalho a definição jurídica de usuário de drogas. Através do método de estudo intitulado como bibliográfico. Em se tratando da questão arguida pelo art. 28 da lei 11.343/06 verificou-se que no contexto desta monografia descobriu-se duas correntes: A primeira mais avançada defende que a novel lei surgiu para dar o primeiro passo a caminho da descriminalização, seguindo o exemplo de outros países do mundo. A segunda corrente, mais rígida, defende que o usuário de drogas sofre uma benevolência exagerada que pode acarretar em grandes consequências para o meio social, como também para saúde e valores morais, com a exclusão da pena mesmo de prisão simples, Pode considerar a nova lei como sendo de parcial despenalização. Há de salientar que a conduta do indivíduo que “adquiri, guarda tem em deposito, transporta ou traz consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.” Não se apresenta como descriminalizada, portanto não constitui abolitius crime.
Palavras-chave: Usuário. Despenalização. Descriminalização. Drogas. 
ABSTRAT
This work comes expose discord accused by art. Law 28/06 11,343, where spread both strands having as main points the decriminalization or decriminalization for the possession or possession of drugs for personal consumption, seeking clarification on our legal system and its indoctrinators, highlighting also the viewpoint of the user of drugs, taking into account the penalty imposed by the judge and other extrajudicial bodies, regulated by law in dissertationseeks to understand through this work the legal definition of drug user. Through the method of study entitled How bibliographic. When it comes to question accused by art. 28 the law 11,343/06 it was found that in the context of this monograph was discovered two streams: the first ultimate argues that the novel law arose to take the first step on the way of decriminalization,following the example of other countries in the world. The second, more rigid, argues that the drug user suffers an exaggerated grace that can result in major consequences for the social environment, but also for health and moral values, with the deletion of the sentence even simple imprisonment, Can consider the new law as being of partial decriminalisation. There is stress that the conduct of the individual who ( professor de Inglese fazer). 
Keywords: user. Decriminalization. Drugs, Decriminalization.
1. INTRODUÇÃO	
Passou a vigorar no nosso país a nova lei de combate as drogas a partir do dia 8 de outubro de 2006, também apelidada de lei antidrogas, diferenciando da nomenclatura das leis antecessoras referente ao tema, como a lei 6. 368/76 e a lei 10.409/02, ambas conhecida como lei de tóxicos, esse instituto traz como objetivo principal a prevenção do uso indevido por parte dos toxicômanos e a repressão ao cultivo não regulamentado, como também ao trafico ilícito destas substâncias.
 A renovada lei traz uma interessante polêmica disposta em seu capitulo III, título III, referente às penas e crimes a serem aplicadas aos usuários de drogas, com uma preocupação evidente na reinserção social do autor de tal crime, onde a lei enfoca a frase, consumo pessoal, procurando também distinguir o traficante do usuário.
 O artigo 28 da nova lei antidrogas 11.343/06 tem em seus incisos as particularidades de não apresentar a pena punitiva de restrição de liberdade, mesmo que simples, pois, compreende-se que esse instituto jurídico contraria as normas gerais em se tratando de Direito Penal; os incisos do referido artigo carrega Drogas.minalização. como principal discussão uma revolucionaria abordagem sobre o tratamento ao usuário de drogas entendendo que estes indivíduos necessitam de tratamento para a resocialização e afastamento dos tóxicos, mudando suas normas punitivas que eram de restrição de liberdade.
A nova lei de tóxicos continua a considerar ilegal o uso de drogas e entorpecentes em seu artigo 28, que trata dos crimes e das penas. Portanto, fica claro que o usuário deve ter um tratamento diferenciado visando mais o lado social com a orientação e reeducação e não mais com a punição, passando a aplicar somente sanções alternativas para o dependente de drogas, que são penas de caráter sócio educativas, como por exemplo, advertência sobre os efeitos das drogas, medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
 Atualmente a mídia vem mostrando a cada dia nos noticiários reportagens sobre o uso de drogas, ou até mesmo das consequências, famílias sendo destruída, a sociedade pagando um preço muito alto por tudo isso. Sendo assim os problemas advindos do uso de tóxicos já se mostra alvo de grande preocupação. 
É, portanto, notório o fato de que o uso indevido de tóxicos sempre foi (e, ao que parece, sempre será) motivo de preocupação do legislador pátrio. E é perfeitamente justificável a atenção despendida pelo legislador ao problema. 
A arguição de certas questões sobre a eficiência da aplicação da lei tem um relevante aspecto social, uma vez que a anulação da reincidência dos usuários de drogas pode evitar a degradação do ser humano, contribuindo dessa forma para uma sociedade mais igualitária e menos violenta e de uma certa forma isso se reflete no aspecto socioeconômico que é um fator contribuinte para o uso de tóxicos, uma vez que gera uma cadeia de desestrutura social causando o desemprego a criminalidade o desenvolvimento intelectual, entre outras mazelas da miserabilidade, de igual maneira o aumento de usuários de drogas favorece a disseminação desta substância, aumentando a estatística de óbito no âmbito da saúde pública, já que a qualidade de vida se reflete essencialmente na assistência a execução penal deste crime. 
 Considerando os problemas comentados anteriormente e a dificuldade na aplicação e execução encontrada neste ordenamento jurídico é que se faz imprescindível o conhecimento do operador do direito sobre o tema, para que se torne mais fácil identificar as insuficiências existentes no próprio sistema, caracterizado pelas falhas, desde a sentença proferida pelo magistrado até a confirmação da ressocialização do apenado. 
 	Destarte, é notório a relevância deste estudo para a formação acadêmica e vida profissional, visto que irá proporcionar conhecimento cientifico e técnico para a excelência do desenvolvimento da assistência ao usuário de drogas com qualidade e humanidade. 
 	Sabemos que as campanhas antidrogas não iniciaram recentemente, isso não somente em nível de Brasil, mas desde o século XVII que os médicos alertavam sobre o uso do ópio e até mesmo tônicos compostos de 99,9% de cocaína.
No início do século XX começa a criminalização do uso de drogas. Já no Brasil no ano de 1920 foi criada a primeira lei proibitiva contra as drogas, sendo criadas outras leis em anos posteriores, mas sabemos que esta proibição se estende até os dias de hoje.
É de suma importância conhecermos algumas definições em relação às drogas, como também entendermos como funciona o tráfico de drogas no Brasil, enfatizando rotas por onde passam as drogas vindas de outros países vizinhos, como Colômbia, Bolívia e Peru. Dando continuidade com o conceito jurídico de posse de droga ilícita para consumo pessoal.
Neste trabalho procuramos destacar argumentos para não legalizar o uso de drogas, apontando relatórios e trabalhos desenvolvidos em outros países que debatem o assunto com muita cautela, mostrando os pós e contra. Porém vale ressaltar que o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, um dos ícones na corrente contraria a descriminalização das drogas neste país, orienta que é errado discutir modelos desenvolvidos em outros países, pois políticas brasileiras precisam estudar o impacto que pode causar nossa lei e, a partir daí, fazer algumas experiências em algumas cidades ou estados e através dos resultados desenvolverem a melhor estratégia para o Brasil.
É importante resaltar a verificação do Artigo 28 da nova Lei de Tóxico, citando artigos, expondo pensamentos de juristas e doutrinadores que se manifestaram sobre o assunto, dando citação também a eficácia da leia 11.343/06, no que trata o seu artigo 28, mediante o seu procedimento em casos concretos e por fim estudando se realmente ocorreu a descriminalização ou despenalização. 
Ao excluir a pena restritiva de liberdade nos moldes de detenção ou reclusão, criou-se uma grande deficiência na utilização deste artigo, qual a intenção do legislador, descriminalizar a conduta do porte de drogas para consumo próprio? ou seja, houve o abolitios criminis?
 Este trabalho tem também o intuito de analisar a eficiência do artigo 28 da lei 11.343/06 na legislação pátria vigente, por esta trazer penas tão insignificantes que não tem o poder de resocializar ou afastar a incidência na prática do delito tentando elucidar as seguintes questões: posse de drogas para consumo próprio é fato atípico ou ainda é considerado uma situação sui generis? 
2 – POLITICA CRIMINAL E AS DROGAS
(CARCERAMENTO E DESENCARCERAMENTO)
 Segundo leciona Franz Von Liszt( ), a política criminal surge por meados do século XVIII, na Itália, tendo origem na obra de Beccaria e sua preocupação em estudar maneiras eficientes de combate ao crime fundamentado na legalidade para se chegar a um objetivo concreto. O questionamento de Beccaria esta voltado totalmente para a submissão da teoria do direito penal às intenções declarativas do 
2.1 ASPECTOS HISTÓRICO E CULTURAL DA CRIMINALIZAÇÃO DAS DROGAS.
 Comenta Beatriz Carlini, (2005) As drogas nem sempre foram proibidas, sejam elas pesadas ou tidas como aceitáveis no meio social, sua criminalização foi concretizada em um dado momento da historia ou em uma determinada nação, na tentativa de reprovar um determinado grupo social, assim, citando como exemplo dos Estados unidos que no fim do século XX usou como pretexto o uso do ópio para jogar a marginalidade um grande número de emigrantes chinesesque trabalhavam nas construções de estrada de ferro no estado da Califórnia e minas de metais naquela região,Por volta da década de trinta, com as estradas de ferro já construídas e a maior parte das minas já exploradas, os Estados Unidos foi atingido por uma profunda crise econômica, conhecida como a grande depressão e nessa época aconteceu uma demissão em massa. 
 O mesmo autor afirma, que nesse mesmo período começou a aumentar o preconceito em torno do ópio. Difundiu-se que essa substancia era perigosa, fazia com que as pessoas mudassem o seu comportamento, ficando violenta; acontece que os chineses usavam o ópio como hábito cultural, um hábito antigo, muito bem controlado e cheio de rituais e que talvez por isso não lhe trouxesse grandes problemas, afirma a autora, era de interesse dos americanos que os chineses fossem presos para que dessa maneira diminuísse a concorrência com relação ao emprego, por esse caminho podiam-se reprimir os consumidores de ópio, ou seja, os chineses; afinal existia mão de obra sobrando e os emigrantes estavam competindo com os trabalhadores americanos, naquele momento de desemprego e crise.
 Segundo a pesquisadora Janete de Souza Soares, (site historia da lei antidrogas, 2012) disserta que, a proibição das drogas alucinógenas começou a ser proibida no Brasil no inicio do século XX, depois de ter se comprometido na reunião de Haia em 1911, antes disso as drogas eram livremente usadas em prostíbulos pelos jovens de classe média e alta, filhos da oligarquia republicana os chamados “rapazes finos”; até então o Brasil não tinha nenhum preocupação legislativa sobre o controle das drogas ou outras substancias psicoativas, esta verdade só foi modificada com a disseminação destas substancias para convívio social, entre as classes sociais tida como “perigosas” ou seja, entre os pardos, negros e pobres o que começou a incomodar o governo; em 1921 surge a primeira lei brasileira proibindo a morfina, ópio, heroína e cocaína sendo passivas de sanções para todo tipo de utilizações sem orientação médica e em 1930 aconteceu a proibição da maconha e em 1933 aconteceram as primeiras prisões no estado do Rio de Janeiro devido ao uso das drogas; então até os dias de hoje as drogas são proibidas sendo criadas leis que com o desenvolvimento da sociedade vão acontecendo variações, mas mesmo com as proibições as drogas continuam sendo consumidas e comercializadas tornando-se um dos principais motivos de violência urbana no nosso país. 
 	Segundo leciona Jonas Baia Andolphi de Souza e Ricardo Resende Bersan, (2013) posteriormente vieram outras leis, como sempre não tinham a competência de repreender o trafico nem o usuário a exemplo da lei de 1890 que passou a considerar crime “expor a venda” ou ministrar substâncias venenosas sem permissão legal ou prescritas em regulamentos, essa foi mais uma tentativa sem muito resultado em combater a toxicomania, novos intuitos foram realizados com a criação da lei 4.451, publicada em 04 de novembro de 1964, acrescentando uma mudança no artigo 281 do código penal, criminalizando a “ação de plantar”. As leis subsequentes vieram com uma visão mais moderna aos dias de hoje, já se enfatizava a conscientização dos problemas causados pelas drogas, uma maneira mais solida de se combater o vício, acompanhando as necessidades mundiais existentes na época e iniciativas mais completas e renovadoras assim regulamentava as leis 5.726/71 e a 6.368/76; mais ou menos trinta anos depois foi acrescentado ao nosso regulamento jurídico pátrio a lei 10. 409/02, essa veio cheia de falhas e logo se tornou alvo dos doutrinadores e operadores do direito, por existir nessa lei muitas lacunas e incorreções, uma vez que esta surgiu para aperfeiçoar a lei 6.368/76, por isso sofreu muitos vetos e passou a vigorar totalmente descaracterizada, não sendo revogada por inteiro, sendo obrigado a aplicação de ambas, isso causou preocupantes problemas a interpretação da nova lei, que teve o capitulo que se refere aos tipos penais totalmente vetado, sendo aplicado para preencher este espaço o tema pertinente da lei 6.368/76. Com o intuito de interromper a disseminação de tóxicos e a fins a Constituição da Republica federativa do Brasil homologou no seu artigo 243 e parágrafo único expõe que as glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, bem como todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do trafico ilícito de entorpecentes e trafico de drogas afins será confiscado e reverterá em beneficio de instituições e pessoal especializados no tratamento e custeio de atividade de fiscalização, controle e prevenção do crime de trafico destas substâncias. Como é notório a constituição federal de 1988 veio elevar o grau de reprovabilidade do cultivo de plantas psicoativas, quanto mais a conduta de importar, exportar, produzir, preparar, adquirir, fabricar, vender, expor à venda, transportar, guardar, portar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, ou, ainda, qualquer outra conduta que possa possibilitar a sua disseminação. Por fim chegou ao nosso âmbito jurídico pátrio a lei 11.343/06, esta lei vem diferenciar usuários, dependentes e traficantes, para os dois primeiros será vetado a pena de prisão ou detenção ao invés disto a lei prevê penas restritivas de direito, para o ultimo a lei dispõe penas mais graves, mesmo entre os traficantes a lei diferencia os profissionais do trafico o pequeno e o traficante eventual, para o dependente pode ser aplicado o tratamento médico ou uma pena mais branda.
 
 
 
3.ALGUMAS DEFINIÇÕES PERTINENTES
3.1 DROGAS ILÍCITAS 
O art. 1º acrescentado do § único da Lei 11.343/06 vem esclarecer de forma objetiva o que seja droga, assim dispõe: “Consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas, atualizados periodicamente pelo poder executivo da união”. Deve se salientar que fica a critério do Ministério da Saúde uma descrição mais detalhada do que seja droga que por meio de portarias expedidas por seus órgãos competentes fazem as atualizações pertinentes ao tema, identificando às substâncias que devem ser submissa a reprimenda penal, a lista mais atual é a que consta na portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998, conforme determina o art. 66 da lei em comento. Portanto a nova lei surge também para classificar de maneira nova a identificação de droga, diferente da que era usada pelas leis 6.368/76 e lei 10.409/2002, substituindo o termo anterior “entorpecentes” pela atual nomenclatura “droga”. 
3.2 CRIME
 	No código penal, até os dias de hoje, não existe uma denominação de crime, então a doutrina encarregou-se de arquitetar alguns conceitos e nessa peleja, costuma afirmar que o conceito de crime são desenvolvidos em três alicerce o formal, material e analítico, onde passamos a analisar de forma sucinta cada um deles; o conceito formal é aquele criado pelo legislador, este identifica uma conduta como crime, o crime por se só já existira, sem maiores explicações em sua matéria, quando se analisa o crime pelo ponto de vista material, estuda-se outros aspectos, procurando subsídios em outras ciências extrajurídicas, como por exemplo a sociologia, filosofia e psicologia, etc. este conceito procura detectar quais os motivos que levou o legislador a conceituar a punição aos infratores de certos fatos e não de outros, verificando de forma mais aprofundada para chegar a conclusão do que é crime e não somente ao aspecto externo do crime. 
 Manzine define o crime de forma mais abrangente sob o pressuposto material, afirmando em seu entendimento que delito é a ação ou omissão imputável a uma pessoa, lesiva ou perigosa a interesse penalmente protegido, formada por elementos definidos e eventualmente complementada por certas condições ou acompanhadas de circunstâncias definidas previstos em lei.os referenciais nessas definições de crime, analisada de forma material, deve ser observada sempre “valores ou interesse do corpo social”, “condições de existência de conservação e de desenvolvimento da sociedade” e “ norma de culturas apresentam problemas”. O conceito mais usado é o que determina que crime é a “ação típica, antijurídica e culpável”, sendo muito difundida tanto pelos seguidores da teoria causalista, como pelos da teoria finalista da ação. (FABBRINI, 2009)
 	Basileu Garcia já identifica crime como a “ação humana, antijurídica, típica, culpável e punível”, já no entendimento de Hungria, “um fato pode ser típico, antijurídico, culpado e ameaçado de pena, isto é criminoso e, no entanto, anormalmente deixa de acarretar a efetiva imposição da pena”, assim sendo a punibilidade com uma possibilidade de aplicar a pena, ela não é elemento do crime. (Garcia,Hungria,apud,Faria,2013,p.1)
3.3 DIREITO PENAL
 
Julio Fabbrini Mirabete (2009) costuma pregar que, para se viver em sociedade é necessário a existência de um conjunto de normas bem elaborado e disciplinador de onde se extraia as regras que irão orientar os indivíduos que a formam. O conjunto dessas normas chama-se direito positivo, que deve ser observada e cumprida por todo o corpo social, nestas normas tem que constar as consequências e punições destinadas aos que violarem suas premissas. À reunião de normas jurídicas por onde o Estado regulamenta determinado comportamento, Sob ameaça de sanção penal, prescrevendo ainda os princípios gerais e os pressupostos para a aplicação das penas e das medidas de segurança, dá-se o nome de Direito Penal; porém, este titulo denomina outros seguimentos, como o sistema de interpretação da legislação penal, ou melhor, a ciência do Direito Penal, a organização de conhecimentos e princípios ordenados metodicamente, de modo que simplifique o entendimento do conteúdo das normas e dos institutos em que eles se agrupam, aplicando-o ao caso concreto, segundo os severos critérios da justiça; pode se dizer assim, que o direito penal destina-se a proteção da sociedade de uma forma abrangente e de forma mais precisa, a defesa dos bens jurídicos fundamentais, tais como, vida, integridade física e mental, honra, liberdade, patrimônio, costumes, paz pública, entre outras.
Segundo o mesmo autor, Depois de tudo anteriormente explanado, passa-se a extrair as seguintes definições de Direito Penal: “é o conjunto de normas jurídicas que o Estado estabelece para combater o crime, através das penas e medidas de segurança”, é “o conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, a pena como consequência, e disciplinam também as relações jurídicas daí também derivadas, para estabelecer a aplicabilidade de medidas de segurança e a tutela do direito de liberdade em face do poder de punir do estado”. 
3.4 INTERVENÇÃO MINIMA DO DIREITO PENAL
 
 De acordo com os ensinamentos de Fernando Capez, (2012), o principio da intervenção mínima esta disposto no 8º artigo da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, determinando que a lei só deve prever as penas estritamente necessárias, explica o renomado autor que o Direito penal só deverá ser aplicado nos raros fatos típicos em que a lei disciplina uma conduta como crime; quando acontecer o contrario, ou seja determinada conduta não se encontra no texto da lei, não existirá espaço para a atuação criminal; nisso existe a principal defesa legal do cidadão em face do poder punitivo do Estado, isto significa que a rotina do individuo só será alterada em seu campo de liberdade se este realizar um ato onde a lei determina a existência de tal ato como crime. Ou o autor do crime se enquadra em um dos tipos penais ou jamais será punido por ausência de previsão e volta a incidir, tornando-se dessa forma um sistema fragmentado (um tipo aqui, outro ali, outro lá e assim consecutivamente); adianta Capez que este sistema não obedece a nenhum critério de estudos cientifico atendendo somente aos anseios da opinião pública, da mídia e das necessidades impostas pelas classes sociais mais privilegiadas, sendo assim as leis tem características mais abstratas, impessoais e objetivas, abrangendo um elevado índice de situações diversificadas, incluindo infrações no caso concreto de maneira grave até agressões insignificantes, a exemplo do crime de roube: “subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel”, pune-se de maneira semelhante tanto a subtração de uma grande quantidade em dinheiro de uma instituição bancaria quanto o furto de um objeto em uma feira de artesanato, nisso o tipo penal furto tem o condão de alcançar vários tipos de comportamento de toda natureza, mesmo contando com descrição taxativa, essa imperfeição ocorre devido a sua características genéricas, abstratas e abrangentes em seu sistema fragmentado, não somente da construção abstrata do tipo penal criminalizador, por não terem a potencia de diferenciar fatos significantes e insignificantes camuflados na referida conduta, alem de normas defeituosas devido a sua abrangência nos modelos objetivos, os quais não dão importância a irregularidade da situação no caso concreto, desconsiderando também a bagunça cultural que faz surgir dentro do mesmo território inúmeras nações com costumes, tradições e conceitos diferentes, mas submetidos aos mesmos ordenamentos jurídicos abstrato, com esse entendimento fica exposto os três problemas- deficiência do sistema tipificador, diversidade cultural e abrangência demasiadas de casos concretamente diversos, mas abstratamente idênticos, dando ao direito penal um caráter fragmentário. 
 Conforme Nayara Magalhães (2009), o principio da intervenção mínima do Direito Penal é responsável pelo efeito da descriminalização, isso porque o direito penal só deveria se importar com os danos relevantes causados ao individual ou coletivo, cujos problemas não puderem ser resolvidos por outras áreas do direito administrativo, entendo que tal principio não descarta a criminalização, desde que este se faça necessário ante a realidade social, (ultima ratio); tanto a intervenção mínima, como o caráter subsidiário do Direito Penal são essenciais para a conservação da dignidade da pessoa humana, pressuposto do Estado Democrático de Direito e são necessários para aplicação de um justiça mais igualitária. (NEVES,2009).
3.5 CONCEITO JURÍDICO DE POSSE DE DROGA ILÍCITA PARA CONSUMO PESSOAL
 	O art. 28 da nova lei antidrogas 11.343/06 regulamenta o crime de porte ou posse de drogas para uso pessoal com o seguinte texto, quem, “Adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. Acrescentando o parágrafo 2º do artigo, o juiz para determinar se a droga era usada para consumo: “atenderá à natureza e à quantidade de substância apreendida, ao local e as condições em que se desenvolveu a ação, às circunstancias sociais e pessoais, bem como a conduta e os antecedentes do agente”. (CURIA, CÉSPEDES, NICOLETTE, 2012)
3.6 TRÁFICO
É a venda de substâncias ilícitas, sendo uma atividade ilegal. 
Segundo o artigo 33º da lei 11.343/06 de tóxicos 
Quem transportar, importar exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. (cúria, céspedes, nicolette, 2012, p.1714).
 Rocha (2008), cita alguns termos utilizados para identificar sintomas originados do consumo de drogas.
3.7 HÁBITO
 É o uso costumeiro da droga, a partir do principal efeito provocado: Alivio da tensão e do desconforto.
3.8 ABUSO
 É o uso excessivo da droga, persistente ou esporádico, com prejuízo significativo.
3.9 ADIÇÃO
 É o uso intenso (compulsivo) da droga, sendo alta a tendência à recidiva quando é interrompido.
3.10 DEPENDÊNCIA
É o estado de neuroadaptação a partir dorepetido uso da droga, caracterizado por uma compulsão a repetir esse uso a fim de experimentar novamente os seus efeitos, ou evitar o desconforto de sua ausência.
3.11 TOLERÂNCIA
 É o declínio do efeito de uma droga (com a mesma dose) após seu uso repetido; assim, torna-se necessário aumentar a dose para tentar obter o efeito inicial.
3.12 ABSTINÊNCIA
 São reações fisiológicas e psicológicas adversas, quando ocorre a falta abrupta da droga que produziu a dependência.
3.13 MACONHA
Segundo Gesina L. Longenecker, (2012) no Brasil a droga mais consumida é a maconha nome como é popularizada a canabis sativa uma planta que cresce em varias regiões do mundo, essa droga e capaz de afetar a memorização, aprendizagem e na fertilidade, é uma droga de fácil acesso por ser barata, além de ser a substancia considerada a porta de entrada para outras drogas, seu principio ativo é extraído da mistura de flores e folhas da planta e pode ser verde, marron ou cinza, existe varias métodos de consumo, pode ser comendo, mastigando, fumando, seus sintomas são percebidos através de vermelhidão nos olhos, boca seca, taquicardia, momentos de relaxamento e prazer para uns e medo e angustia para outros; no Brasil ela é mais consumida na forma de cigarro que pode ser conhecido por vários apelidos, como: Pacau, baseado, fininho, dólar, entre outros, há também quem use em forma de chá ou misturado a comida, tem como principio ativo o THC (Tetra Hidro Canabinol), esse produto produz vários efeitos no organismo além dos já descrito, pode causar redução da imunidade por prejudicar os glóbulos brancos, faringite, sinusite crônica, constrição das vias aéreas, prejudica também o equilíbrio nos movimentos e memoria; a potencia desta droga é medida pela quantidade de THC existente na planta, nos exemplos de maconha apreendidos pelas instituições policiais a maconha comum apresenta uma média de 3% de THC; a variedade sinsemilla contém uma média de 7,5% variando até 24%; o haxixe, uma resina extraído da planta fêmea, tem no mínimo 3.6%, mas pode chegar até 28%, a maconha cultivada por hidroponia, mas conhecida como Skank, o óleo de haxixe uma substancia resinosa e espesso que se destila tem em média 16%, mas pode chegar a 43% de THC
Segundo comenta Tarcila kuhn, (2012),a canabis foi introduzida no Brasil por intermédio dos portugueses, quando comercializavam escravos trazidos da África no século XVI, estes traziam a substância na barra dos vestidos, tangas; um século depois o vice- rei de Portugal mandava carregamentos de sementes da maconha para que a planta fosse cultivada em grande quantidade nas novas terras descobertas, Para que da planta fosse extraído o cânhamo, uma fibra muito utilizada na fabricação de velas das nossas caravelas, por isso a maconha era muito importante. 
3.14 COCAÍNA
Leciona a bióloga Mariana Araguaia, (2012) em seu artigo publicado no site Brasil escola, os povos andinos utilizavam as folhas como ingredientes de chá ou mascavam com a função de aliviar os sintomas decorrentes das grandes altitudes, porém 10% de parte desta planta contém uma substância chamada benzoilmetilecgonina, que tem o condão de provocar sérios problemas de saúde e danos sociais.
Existem duas fases para se extrair o alcalóide da Erythroxylon coca, em uma delas, as folhas são prensadas em ácido sulfúrico, querosene ou gasolina, extraindo uma substância pastosa conhecida como sulfato de cocaína. Em outro método,Para se fazer o pó, faz a mistura com ácido clorídrico, desta forma ela pode ser aspirada ou dissolvida em água e ejetada diretamente na veia, a droga vai chegar ao sistema nervoso central onde atua provocando euforia, sociabilidade, bem estar e de forma intensa, uma pessoa que tende a usar essa substância tende a querer usar novamente e mais uma vez assim sucessivamente. Uma vez que naturalmente não consegue esse tipo de sensação.
A mesma autora prega que, coração acelera, a pupila se delata, a pressão aumenta o consumo de oxigênio também, mas a capacidade de recepção se prejudica, esse fator juntamente com as arritmias que a droga provoca pode causar em seu usuário uma pré disposição a infartos. Com o aumento do uso pode causar também dores musculares, calafrios, náuseas e perda do apetite, a cocaína tende a perder o seu efeito ao longo do uso, sendo necessário o usuário elevar a quantidade da droga absorvida no organismo, fato que o corpo começa a tolerar a substância, procurando um efeito agradável de forma irresponsável e gradativamente, para se alcançar os objetivos que se tinha no início, dessa forma passa para o estágio das alucinações táteis, visuais e auditivas, agressividade e paranoia, este comportamento vai tornar o indivíduo usuário da cocaína cada vez mais dependente causando problemas mais sérios com relação à família, se afastando de valores morais e se envolvendo com práticas ilícitas como: pequenos furtos para conseguir a droga.
Além de outras doenças adquiridas através do tipo de consumo, como a droga injetável que com a seringa contaminada pode se transmitir doenças infectocontagiosa como o vírus da AIDS, hepatite e infecções locais.
Continuando ainda com o trabalho de Mariana Araguaia, bióloga, no caso daqueles que inalam ficam com o olfato comprometido, podem romper o septo nasal e adquirir complicações respiratórias, estas últimas também típicas dos fumantes, como: bronquite, além de disfunções severas.
As mulheres gestantes, usuárias de cocaína, podem ter bebês com má formação e até natimorto ou com problemas neurológicos.
3.15 CRACK
A bióloga Mariana Araguaia (2012), também fala sobre o crack no seu trabalho exibido pelo site Escola Brasil, ela informa que esta droga é extraída de cocaína (Erythroxilon coca), uma substância chamada benzoilmetilecgonina, esse alcalóide é retirado da folha da planta, transformando-se em uma pasta, o sulfato de cocaína sendo vulgarmente chamada de crack, devido ao barulho que produz ao ser fumada, essa droga é a que mais se alastra no meio social, principalmente pelo seu baixo preço e fácil acesso, porém é usada por indivíduos de maior poder aquisitivo, por isso esta presente em todas as classes sociais e em diversas cidades do país, cerca de 600 mil pessoas são dependentes no Brasil. 
Segundo divulga Leonardo Soares, (2011) o crack é fumado de forma improvisada e desmedida com uma espécie de cachimbo, geralmente feito com canos de PVC, sua forma alargada contribui para a expiração de uma grande quantidade de fumaça, esta droga muitas vezes é fornecida com outras substancias que não faz parte de sua composição original, como, cimento,querosene,cal e até acetona, no cérebro o crack precisa somente de 8 a 15 minutos para fazer efeito e esse efeito se prolonga durante 10 minutos; seus danos a saúde física abrange, doenças do pulmão, de nutrição, tubo digestivo, do coração, e se for associado ao álcool pode resultar em um câncer. (Chequer; João,2011,p. 1 apud Soares,2011p.1).
O mesmo autor complementa, com o poder de causar dependência cinco vezes maior que a cocaína essa substância faz com que a dopamina, responsável por provocar os efeitos de euforia, prazer, entre outras, permanecer por mais tempo no organismo, outro resultado a dopamina é a capacidade de produzir sintomas paranoicos quando se encontra em altas concentrações no organismo humano. 
3.16 DROGAS: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA?
O psiquiatra Ronaldo Laranjeira (2010), um dos ícones na corrente contrária a descriminalização das drogas neste país, divulga que, os representantes que desejam a legalização das drogas não orientam como fazer esta operacionalização, apenas diserta que a oferta de drogas mais puras e seringas e agulhas limpas diminuiriam a ocorrência de doenças relacionadas ao consumo de drogas; orienta que é errado discutir modelos desenvolvidos em outros países, outras culturas elas podem servir de incentivo, nós precisamos estudar o impacto que pode causar nossa lei e, a partir daí, fazermos algumas experiências em algumas cidades ou estados e através dos resultados desenvolver a melhor estratégiapara o Brasil; que qualquer mudança na política que venha aumentar o consumo da maconha no país é errada, de 2% a 3% da população brasileira fuma maconha regularmente; Em alguns países europeus, nos EUA e Austrália a média é de 23%, mas, ao contrário deles, não temos um sistema de saúde pública para proteção de pessoas que desenvolvam transtornos mentais ou problemas sociais por causa das drogas.
Divulga Laranjeira (2010), se as instituições de controle social são efetivas, por que tornar ilegal alguns tipos de drogas? Robert MacCoun, em Drugsand the Law: a psychological analysis of drug prohibition, demonstram que a ausência de leis regulamentadoras quanto ao consumo de drogas fariam efeitos sobre as pessoas que não praticam o uso de drogas, levando-as a experimentar e se tornarem usuários viciados, causando um aumento de consumo devido a falta de controle efetivo. os problemas referentes ao uso persistirão, a legalização aumentaria o consumo e facilitaria o contato com a erva, se fosse permitido que se cultivasse a planta em casa, não só o usuário plantaria, o grande traficante também, para fornecer a droga, o relaxamento dos controles sociais com relação a maconha não resolveria o problema, o argumento de que as pessoas tem o direito sobre o próprio corpo é muito mais sério do que falar que a legalização da maconha não vai ter consequências de saúde pública e sociais;o tráfico não diminuiria, para competir com ele seria necessário ter uma maconha mais barata e mais potente, porque se você vender um cigarro da droga por R$ 5,00 o tráfico estará vendendo muito mais barato, com a legalização a oferta da maconha vai aumentar, e o tráfico não deixaria de vender ilegalmente, e se colocado no mercado uma maconha mais pura e forte, do ponto de vista de saúde pública, seria uma temeridade. 
Ronaldo Laranjeira termina essa entrevista colocando que o combate ao tráfico por esse caminho é uma grande ilusão quase que infantil, uma vez que não existe uma solução simples.
José Theodoro Correa de Carvalho (2010), Promotor de Justiça do Ministerio Público do Distrito Federal, faz uma abordagem das diversas possibilidades sobre o assunto, legalizar ou criminalizar; o sistema repressivo não realiza a sua competência em coibir e inibir completamente a prática do tráfico de drogas, mas isso também se reflete em outros tipos de delitos, como roubo, homicídio, entre outros, que seguem crescentes, desistir de criminalizar uma conduta danosa devido ao fracasso no combate, é o mesmo que permitir que o tipo de crime se espalhe saindo do controle, gerando grave perigo a sociedade, buscando por enquanto, a redução da criminalidade em geral com educação e políticas sociais, paralelamente ao aprimoramento do modelo de perseguição penal vigente, 
Ainda vale ressaltar as palavras do Promotor, que afirma, outra hipótese se trata da relação de consumo, seria correto afirmar que cada um faz o que quer com o próprio corpo (princípio da alteridade), porém quando o assunto é drogas a coisa muda de figura, porque são substâncias que alteram o funcionamento normal do cérebro, mudando comportamentos, gerando adicção e tolerância, isso significa que, depois de um determinado nível de consumo, a pessoa necessita de uma quantidade maior para se chegar ao mesmo efeito e que já não é mais a pessoa que decide se quer usar, pois passa a existir um desejo quase incontrolável pela próxima dose, com a mudança de comportamento causado pela droga torna insegura a convivência com terceiros que o circundam como também para o usuário; além dos transtornos mentais e físicos que podem surgir em uma dose excessiva ou com o uso continuado, percebe-se que as drogas retira justamente o que seria o argumento para se permitir seu consumo: a liberdade, quem é dependente de drogas perde o poder de escolher seu próprio destino e passa a ser controlado pelo vício, ainda salienta que o número de pessoas que são a favor da legalização das drogas são infinitamente inferior do que a parcela da sociedade que deseja a proibição do consumo, só quem conhece o problema de perto é que pode optar se a liberação seria benéfica para a sociedade. 
 “o objeto principal da proteção penal dos crimes de trafico ilícitos e uso indevido de entorpecentes e drogas afins é a saúde pública”.(Menna Barreto,p.62,apud,Filho;Aluizio,2010.p.35).
 Segundo Bezerra (2010),este entendimento vem mostrar a grande preocupação de tutelar o objeto jurídico da saúde coletiva, envolvendo valores como a incolumidade física, por exemplo, protegidos pelo Código Penal, com expressividade nos artigos 121 e 129, desta maneira, a norma protege também outros bens jurídicos como a vida, a saúde pessoal e a família, exprimindo que a vida dos indivíduos da sociedade tem maior importância que a saúde de seus integrantes.
O mesmo autor ainda clama pelo pensamento de Petry Veronese,
“isoladamente, mas leciona os membros da comunidade inteira’, afetando não só a qualidade de vida em seu sentido genérico como também colocando em risco ou produzindo danos efetivos aos seus habitantes”.(Veronese,apud,Aluizio,2010,p.15)
Aluízio Bezerra Filho (2010) complementa seu raciocínio expondo que as drogas causam grandes perdas nas famílias brasileiras, onde os principais alvos preferenciais são os seus jovens e adolescentes, as vítimas preferenciais mais alvejadas pelos mercadores da desgraça e da angústia humana, consumindo vidas para espalhar obituários a domicílio, trazendo lágrimas e lamentos acompanhados pela privação da vida de entes insubstituíveis do convívio familiar e social. 
4. A NOVA LEI SOBRE DROGAS
 
 	Foi publicada no dia 23 (vinte e três) de agosto de 2006 a nova lei sobre drogas, com o objetivo de regulamentar novas medidas pertinentes ao trafico de drogas e reprimir o uso indevido e não autorizado do seu consumo; a lei em comento menciona em seu título 1º um novo sistema, diferenciando das duas leis anteriores, (nº 10.409/02 e a nº 6.368/76), o SISNAD, o responsável pelas atividades de combate ao uso e o trafico de drogas entorpecentes, conforme o próprio texto da lei:
“Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com:
I. A prevenção do uso indevido, a atenção e a inserção social de usuários e dependentes de drogas.
II. A repressão e produção não autorizada e o trafico ilícito de drogas” (Lei 11.343/06, de 23 de agosto de 2006 / Vade Mecum, pág. 1712) 
Vale expressar o que entende Erika Fernando Tangerino Hernandez e Rogério Moreira Orrutea Filho (2014), Diferente das outras leis anteriormente citadas a lei 11.343/06 se preocupa em criar um sistema com o intuito de coordenar as diferentes tarefas desenvolvidas por diferentes órgão responsáveis (CONAD, formado pelo Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Ministério da Justiça, entre outros.), isto indica que aumentou os cuidados a repressão e prevenção do uso e o trafico ilícito de substancias toxicas, é importante mencionar que este sistema cria um meio mais pratico para alcançar os planos do legislador, com isso o sistema administrativo alcança um melhor direcionamento daquelas atividades e como consequência um melhor aproveitamento das ações voltados a realização da norma abstrata.
 	Rafael damasceno, (2008), tem a impressão de que a nova lei sobre drogas teve influencia de diferentes tipos de personalidades de legisladores, enquanto um mais flexível preocupado com os danos causados pela repressão ao trafico de drogas que é representado por uma grande massa de indivíduos causadora de grande impacto à saúde pública, dando enfoque a preservação da autonomia individual de cada cidadão, ficando responsável pela primeira parte do instituto, do art. 1º ao 26º, o outro mais rigoroso, confia numa politica mais repressiva, legislando no que conserni a parte dos crimes e das penas, em geral só não é mais exigente do que a lei 6.368/76, por esta ter sido elaborado em uma época de ditadura militar e por fim, um terceiro legislador, que não foi corajoso osuficiente para descriminalizar a conduta tipificada no art. 28º criando assim uma característica particular para quem ocorre neste tipo de comportamento.
O mesmo autor considera a nova lei um avanço ao estabelecer em toda sua primeira parte (titulo II – Do Sistema Nacional de Politicas Públicas sobre drogas; e título III – Das Atividades e Prevenção do Uso Indevido, Atenção e Reinserção Social de Usuários e Dependentes de Drogas), exprimindo alguns princípios relevantes a dignidade da pessoa humana, conforme dispõe o texto:
 Art. 4º São princípios do SISNAD: 
I – O respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto a sua autonomia e a sua liberdade.
II – O respeito à diversidade e as especificidades populacionais existentes;
III – A promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;
IV – a promoção de consensos nacionais , de ampla participação social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do SISNAD;
V – A promoção da responsabilidade compartilhada entre Estados e sociedade, reconhecendo a importância da participação social nas atividades do SISNAD;
VI – O reconhecimento intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu trafico inlicito;
VII – A integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu trafico ilícito;
VIII – A articulação com os órgãos do Ministério público e dos poderes legislativo e judiciário visando a cooperação mútua nas atividades do SISNAD;
IX – A adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do trafico ilícito de drogas;
X – A observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e repressão a sua produção não autorizada e ao seu trafico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem estar social;
XI – a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas – CONADE.
 
 Silva, destaca ainda o artigo 19º da lei em comento, onde dispõe sobre princípios e diretrizes relacionados aos usuários e dependentes de drogas, assim é o texto:
Art. 19º. As atividades de prevenção ao uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
I – O reconhecimento de uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do individuo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;
II – A adoção de conceitos objetivos e de fundamentação cientifica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceito e estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam;
III – O fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido de drogas;
IV – O compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio de estabelecimento de parcerias:
V – A adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;
VI – O reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;
VII – o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em consideração as suas necessidades especificas;
VIII – a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares;
IX – o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;
X – o estabelecimento de politicas de formação continuada na área de prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;
XI – a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados as diretrizes curriculares nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;
XII – a observância das orientações e normas emanada do CONAD;
XIII – o alinhamento as diretrizes dos órgãos de controle social de politicas setoriais especificas.
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas a criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA.
Com estes pensamentos nos avanços da lei 11.343 em comparação aos limites da lei anterior é importante ressaltar o reconhecimento das ressalvas adotadas pela convenção de Viena a respeito da proibição de plantas de uso exclusivamente ritualístico-religioso, adotada expressamente no art. 2º, por isso se faz oportuno usar os dizeres de Guilherme de Souza Nucci, (2006):
Dispõe o art. 32.4 da convenção de Viena, ratificado pelo Decreto 79.388/77, o seguinte: “O Estado em cujo território cresçam plantas silvestre que contenham substancias psicotrópicas dentre as incluídas na Lista I, e que são tradicionalmente utilizadas por pequenos grupos, nitidamente caracterizados, em rituais mágicos ou religiosos, poderão, no momento da assinatura, ratificação ou adesão, formular reservas em relação a tais plantas, com respeito às disposições do art. 7º, exceto quanto às disposições relativas ao comércio internacional”. (Nucci, 2006, p.748).
O mesmo autor leciona que a lei antitóxicos continua sendo uma norma penal em branco, ou seja, o tipo penal necessita de um complemento para que tome sentido e condições para aplicação, conservando essa característica como as leis anteriores. Há órgão governamental próprio, ligado ao Ministério da Saúde, encarregado do controle das drogas em geral, no Brasil, que é a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), publicando periodicamente a relação de substancias entorpecentes proibidas. Ver o art. 66 desta lei que mantém valido, por ora, a portaria SVS/MS nº 344 de 12 de maio de 1998.
Segundo Nucci, (2006), Analisando a parte criminal e mais polemica deste diploma legal discute-se a potencial descriminalização do artigo 28º que refere-se a posse de drogas para consumo próprio, dado pelo legislador pátrio, acrescentando nesta tipificação o plantio com o mesmo objetivo, comportamento que era regulamentado na lei anterior 6.368/76 no artigo 12º, tráfico, causando grandes divergências no mundo jurídico deste país. Assim dispõe o referido artigo:
Art. 28º Quem adquirir, guardar, tiver em deposito, portar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços a comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substancia ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. 
 
 O mesmo autor, faz uma analise bem detalhada deste artigo diferenciando-o do artigo 33º do mesmo diploma legal, justamente por este apresentar uma conduta diferente especifica do agente (consumo pessoal). Não se trata de um crime de menor potencial ofensivo, porém de ínfimo potencial ofensivo. Acrescentandoa existência de transação penal (art. 48, § 5º), sendo impossível a prisão em flagrante (art. 48, § 2º), podendo aplicar somente uma branda advertência. Chamado de ínfimo potencial ofensivo o tipo previsto no artigo 28 deste instituto, uma vez que mesmo não aplicando a transação, sendo o autor da conduta reincidente, com antecedentes criminais, jamais apelaria para a pena de restrição de liberdade, a punição mais severa no caso de um processo seria a sanção de (advertência, prestação de serviços à comunidade e a frequência a cursos ou programa educativo), com as medidas garantidoras de cumprimento: admoestação e multa. Outro ponto de vista a ser analisado é o que se refere ao uso da droga, que não é mencionado no tipo, logo não é incriminado, se alguém for surpreendido usando a droga (ex. cocaína ejetada na veia), não existe a possibilidade de encontrar a substancia alucinógena em seu poder, não pode sofrer punição. É importante averiguar o núcleo do tipo: adquirir (comprar, obter mediante certo preço), guardar (tomar conta de algo), ter em deposito (manter em reservatório ou armazém), transportar (locomover de um lugar a outro), e trazer consigo ( transportar junto ao corpo), são o comportamento cujo o objeto é a droga (substancia entorpecente ou que cause dependência física ou psíquica). 
4.1 CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 28 DA LEI ANTIDROGAS
 
 Bezerra Filho (2010), passa o entendimento de que a lei 11.343/06 já entrou em vigor cheia de imperfeições principalmente no que se refere ao seu artigo 28, a exemplo de uma decisão recente, originaria do tribunal de São Paulo declarando a inconstitucionalidade do artigo em comento, esta norma que descriminalizou, formalmente, o porte de drogas ilícitas para consumo pessoal, fundamentando-se em que o viciado em drogas não coloca outras pessoas em risco, igualmente a um dependente de bebida alcoólica. Esta decisão de criminalizar a conduta de posse de drogas para consumo próprio é inconstitucional, porque vai contra os princípios da ofensividade (não ofende a terceiros), da intimidade (trata-se de opção pessoal) e da igualdade (uma vez que portar bebida alcoólica não é crime). Segundo a decisão o artigo 28 em tela é inconstitucional ao definir que a droga sendo para consumo próprio, não se trata de lesão a terceiros, mas sim de autolesão e que não se pode admitir nenhuma interferência estatal, principalmente de forma punitiva e de caráter incriminador, uma vez que se trata de uma escolha pessoal.
O mesmo autor salienta para alguns aspectos referente ao tema, considerando todo o contexto jurídico-penal e social a luz do artigo 5º da constituição pátria no capitulo dos direitos fundamentais que da priori a vida, onde o ser humano só deve deixar de existir pela sua sequencia natural, com o falecimento dos órgãos. Essa garantia deve ser entendida de forma abrangente, abarcando todas as suas alternativas visando preservar também a saúde física, psíquica e mental, não permitindo que condutas contrarias desses valores venha ofender o bem estar garantido por lei, para dessa forma, inibir condutas contra a própria vida ou por em risco a de terceiros; logo a uma vontade expressa da Constituição Federal em preservar a vida considerando a integridade física e mental, assim como, garante por lei a integridade física dos presos e declara que “ninguém será submetido a tortura ou a tratamento desumano ou degradante”. Quando a lei antidrogas abrandou o crime de porte de drogas para consumo pessoal sem despenaliza-la, quer com esse texto exprimir o comando superior de inibir, impedir ou reduzir o consumo de substancias toxicas pelas pessoas, pois quando fazem o uso de tais substancias, deixam indefesos as suas vidas, a sua moral e muitas vezes, também a de terceiros, que não tem nada haver com o fato, quem se encontra sob efeitos de drogas não tem discernimento suficiente para entender até onde vai o direito tutelado dos outros e o de si mesmo, cuja a tendência é estimular vocações criminosas e violentas.
Bezerra Filho (2010), chama a atenção para o que leciona Edevaldo Alves da Silva, 
Esse desligamento, em nossa opinião pode ocorrer em dois sentidos
a) um, quando torna a pessoa inconsciente de seus atos.
 b) outro, quando um predomínio atávico ou uma convulsão genérica pode trazer à superfície instintivas irritações anômalas, geradoras de estados agressivos, violentos e incontroláveis.
Velhos complexos podem explodir, o individuo assume, no transe, atitudes antissociais, que o marginalizam das convicções normais e corretas.
Nesse estado de espírito, turbado pela narcotização da consciência, o individuo pode chegar a um nível de perigo social. 
Pela angustia pode ir ao suicídio, quando não, ao próprio crime passional.
Assim sendo, poder-se-á afirmar que uma droga em si não constitui condição necessária e suficiente para a pratica do crime, mas pode precipitar tendências, inclinações instintos ou, como se diz, “pode recompor estruturas doentias “ com libertação do material patógeno, reabilitando velhas angustias ou projetando complexos e fobias. (Silva, Edevaldo Alves, 1979, p.39, apud, bezerra, 2010, p.39). 
 
Continuando com o renomado autor, este explana que a alegação da não ofensividade, um dos princípios para a argumentação discutida não oferece embasamento suficiente para sustentar uma possível inconstitucionalidade da norma incriminadora do porte para consumo pessoal, de modo que é verossímil o risco social para a pessoa narcotizada; e se porta droga é para consumi-la e sob efeitos de drogas chega-se ao estado de alienação mental, cujo efeito pode ser, realizar atos de violência contra outras pessoas; analisando a situação da isonomia entre o porte de drogas e de bebida alcoólica, é importante perceber que são situações diferentes que não pode ser levantada para uma simetria de constitucionalidade, pois, alcoólatra não traz os mesmos problemas que proporciona o drogado, a começar pelo estado de alucinação e neurose encontrado no segundo, porém ausente no primeiro; falando de intimidade não é certo invocar tal segmento uma vez que a carta magna tem o propósito de garantir a dignidade da pessoa humana repelindo do cenário familiar um individuo prejudicando-se física e mentalmente, moralmente vencido e marginalizado pela sociedade.
O mesmo autor tem o posicionamento de que é contrario ao interesse de inconstitucionalidade divulgado pelo e. Tribunal de Justiça de são Paulo, fundamentando-se em tudo que anteriormente foi exposto.
 Objeto jurídico: A incolumidade pública, saúde pública.
Sujeito ativo do delito: Qualquer pessoa imputável é sujeito ativo do delito
Sujeito passivo: O Estado, como pessoa jurídica de direito público interno, a quem cumpre a responsabilidade de prover o direito à vida e a segurança à coletividade, representada pelos indivíduos que são expostos ao perigo pelas condutas típicas descritas neste diploma legal.
Leciona ainda Bezerra (2010), infrações com punição não superior a dois anos, as chamadas de crime anão e Infração de menor potencial ofensivo: Depois da publicação da lei 11.343/2006, serão todas julgadas pelo juizado especial criminal, independente que seja de rito especial ou não, dessa forma a posse de drogas para consumo próprio ou o cultivo de plantas toxicas destinadas à preparação de pequenas quantidades, sem regulamentação legal, para consumo pessoal estão inseridas no rol das causas do Juizado Especial. Suspensão do processo (lei 9.099/95): Considerando o tópico anterior é de competência do Juizado Especial apreciar e julgar as infrações neste dispositivo legal, mediante o que regulamenta em termo de processo a lei 9.099/95, este contempla o infrator com a suspensão condicional do processo em diante o que dispõe o artigo 89 da referida lei.
 
5. USUARIOS DE DROGAS: DESCRIMINALIZAÇÃO OU DESPENALIZAÇÃO?
Sabemos que várias leis foram criadas em relação ao combate das drogas no Brasil, chamaremos atenção para o Art. 28 da lei 11.343 de 23.08.2006,que vem descriminalizar formalmente a posse de drogas e entorpecentes para consumo pessoal ao eliminar de sua forma repressiva a aplicação da pena privativa de liberdade como atitude penal, substituindo a sanção pelas penas alternativas, penas estas que tem o condão de manter a conduta de posse de drogas para consumo pessoal por não afastar o seu aspecto penal, mantendo este comportamento como crime. 
Bezerra Filho,(2010) salienta que esta nova mudança não se enquadra entre a definição de ilícito penal ou crime, uma vez que a lei de Introdução ao Código Penal (Dec. Lei 3.914/41, art. 1º), 
Considera crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa ou ambas alternativa ou cumulativamente. (Filho, 2010, p.37)
Filho entende que, antes a lei anterior de combate as drogas penalizava os usuários de drogas ilícitas com a pena de detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e pagamento de multa de 20 (vinte) a 50 (cinquenta) dias-multa, a nova lei regulamenta penas alternativas que obedecera aos procedimentos previstos pela lei 9.099/95, dos Juizados Criminais Especiais. É seguindo por esta seara, entende-se que a nova lei antidrogas ao instituir as penas restritivas de direito, como prestação de serviço a sociedade ou medidas educativas de comparecimento a programas ou cursos educativos, absorveu a personalidade incriminadora para este tipo de conduta típica da posse de drogas para consumo pessoal, quando foi revogado a sanção de pena de detenção, embora este fato não tenha legalizado o uso de drogas ilícitas para consumo próprio, pois continua sendo alvo de reprimenda e punição, desta vez, somente com penas alternativas.
Acrescenta ainda diga-se de passagem o mesmo autor que a lei 9.099/95, abri precedentes para uma perspectiva de impunidade, ao regulamentar no seu Art. 89 a suspensão condicional do processo, uma vez que, compete a esta lei processar julgar e executar os usuários de drogas, o mesmo beneficia o infrator com a suspensão do processo mediante as regulamentações determinadas pelo seu Art. 89.
Art. 1º Os artigos 60 e 61 da lei 9.099/95, passam a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência para conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. 
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos civis.
Art. 61. Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, par a os efeitos desta lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulado ou não com multa.
Não poderíamos deixar de citar o Artigo 89, que relata:
Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por essa lei, o Ministério Público, ao oferecer a denuncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presente os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (CP, art. 77).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do juiz, este, recebendo a denuncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições: 
I – reparação do dano, salvo impossibilitado de faze – lo;
II – proibição de frequentar determinados lugares;
III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; 
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinado a suspensão, desde que adequadas ao fato e a situação pessoal do acusado. 
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
§ 5º expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.
Outro caminho que leva para insuficiência da sanção penal é o que suscita o autor Fernando Martins Zaupa lembra que o Art. 28 da lei 11.343/06 esta relacionada no capitulo das penas e que ao final o infrator dessa lei será submetido às seguintes penas, assim é o texto do mencionado art.:
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em deposito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II- prestação de serviço a comunidade;
III- medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1º As mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas a preparação de pequena quantidade de substancia ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2º para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substancia apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstancias sociais e pessoais, bem como a conduta e aos antecedentes do agente.
§ 3º As penas previstas no inciso II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo Máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas no prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5º A prestação de serviços a comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários ou dependentes de drogas.
§ 6º, Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente a:
I-Admoestação verbal; 
II-Multa;
§ 7º O juiz determinará ao poder público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.
Zaupa, (2013) adverte, em seu raciocínio que a multa ainda pode ser uma pena que sirva para resociabilizar o infrator deste tipo penal, porém o legislador foi infeliz em acrescentar o inciso I, referente a admoestação verbal, este inciso do parágrafo 6º não produzirá efeito nenhum, uma vez que o juiz se apegará a estas duas sanções para fazer valer a reprimenda criminal.
Ainda este mesmo autor lembra que, em caso de aplicação de multa, em sentido pratico, onde o pagamento não for efetuado pelo criminoso essa multa irá se transformar em dívida-ativa, cuja execução deve se dar pela fazenda pública, este órgão só fará a cobrança caso o valor ultrapasse R$ 870,00 (oitocentos e setenta reais), seguindo o regulamento interno, neste sentido as multas de valores baixos não são executados pelos órgãos fazendários, inclusive acontecendo vários fatos dessa maneira.
Para melhor esclarecer, no estado do Mato Grosso do Sul, através da resolução/PGE/MS/nº 063/2003 de 03 de janeiro, que inseriu no regimento interno da Procuradoria- Geral do Estado artigo disciplinando a matéria, é fixada como limite mínimo para ajuizamento de execução fiscal valor superior a 500 UAM (quinhentas Unidade de Atualização Monetária), para o caso da multa criminal (art. 55,II “b”).
A Portaria SAT. Nº 1.812, de 14 de setembro de 2006 (publicada no DOE de 18.09.2006, que estabelece o valor da UAM-MS para o mês de outubro de 2006, pronuncia que o valor da UAM é de 1,748 ( um real e setenta e quatro centavos, dessa maneira, com uma multa inferior, hoje, a R$ 870,00 ( oitocentos e setenta reais), desse modo não haverá a execução da divida e não acontecerá a aplicação da pena, entende-se dessa forma a confirmação da impossibilidade de falta de efetividade de norma por ineficiência da sanção.
 Fernando Martins Zaupa, (2013) demonstra duas soluções para não se deixar levar pelas impossibilidades anteriormente dissertada, salientando que é importante a observação do valor da multa, quando esta for aplicada para a devida execução da pena, para se chegar a dosimetria da multa o ordenamento jurídico determina que se observe as condições econômicas do infrator (Código Penal, art. 60) como também as circunstancias judiciais pertinentes (Código Penal, art. 59). O Tribunal Regional Federal da 4ª região já se manifestou sobre o assunto e usou como solução do caso que “a pena de multa segue o critério bifásico para ser estabelecido, seguindo-se na primeira fase, a análise das circunstancias judiciais do art. 59 do CP, e, na ultima, as condições econômicas do réu.” (TRF.4ª região, AP.2001.04.01.056953-8, 7ª T, Rel. Vladimir Freitas,06.08.02,apud-.Zaupa,p.1,2013). 
 O art. 29 da lei nº 11.343/06 vem fundamentar a decisão correta supramencionada, conforme dispõe em seu Caput:
 Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo a reprovabilidade da conduta, fixara o numero de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. 
Roberto Bitencourt, aponta o calculo para uma base de operações em dois tipos, salientando que deve-se determinar o valor do dia-multa regulamentado no art. 29 da lei 11.343/06, de 40 (quarenta) a 100 (cem) para se chegar ao número adequado,onde o julgador observara alguns pressupostos, como, a reprovabilidde da conduta, a culpabilidade, os antecedentes, entre outros, depois disto se alcança o valor do dia-multa que será aplicada; a segunda operação a ser realizada para chegar a tal valor, deve se observar o que regulamenta o artigo 29 da referida lei e o artigo 40 do Código Penal. (Bitencourt,2006,p.683 apud Zaupa,2013,p.1). 
Outro ponto polêmico arguido pela nova lei antidrogas é distinguir se ocorreu ou não a descriminalização em frente às novas mudanças adicionadas às condutas incriminadoras reguladas no art. 28 (caput e § 1º).
Segundo Renato Marcão (2007), foi Luiz Flavio Gomes quem primeiro se manifestou sobre o assunto, escrevendo o seguinte: “o legislador aboliu o caráter criminoso da posse de drogas para consumo pessoal”, apoiando seu convencimento no fato de que a Lei de Introdução ao código Penal vigente no nosso país, em seu artigo 1º, determina que: 
Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
Completa o renomado jurista: “Ora se legalmente (no Brasil), crime, é a infração penal punida com reclusão ou detenção, quer isoladamente ou cumulativamente ou alternativamente com multa, não há dúvida que a posse de droga para consumo pessoal, com a mudança da lei, deixou de ser crime, porque as sanções imposta para essa conduta (advertência, prestação de serviços a comunidade e comparecimento a programas educativos, - art. 28) não conduzem a nenhum tipo de prisão. Alias, justamente por isso, tampouco essa conduta passou a ser contravenção penal (que se caracteriza pela imposição de prisão simples ou multa). 
Continua o mesmo autor, em outras palavras: A nova lei de drogas, no art. 28, descriminalizou a conduta da posse de drogas para consumo pessoal. Retirou-lhe a etiqueta de “infração penal” porque de modo algum permite a pena de prisão. E sem pena de prisão não se pode admitir a existência de infração “penal” em nosso país. 
E completa: “Diante de tudo quanto foi exposto, conclui-se que a posse de drogas para uso pessoal passou a configurar uma infração sui generis”.(Gomes, Bianchini, Cunha e Oliveira, 2006, p.109 apud Marcão, p.36, 2007). 
A lei 11.343/06 vem confundir uma boa parte dos brasileiros referindo se a distinção entre usuário e traficante e sua criminalização, principalmente o que menciona o artigo 28 (caput, § 1º)
Renato Marcão (2007), se atreve a discordar de tudo que já foi exposto anteriormente, lembrando que, o mencionado artigo se encontra no capitulo III da lei 11.343/06, que trata “dos crimes e das penas” e ainda que o artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Penal é simples e de fácil compreensão naquilo que pretende informar, no entanto é preciso levar em conta que o referido instituto foi elaborado e posto em vigor no ano de 1940 e, portanto, adaptado para uma época em que nem mesmo as penas chamadas de “alternativas” se encontravam na Parte Geral do Código Penal de forma como foram postas na reforma penal de 1984 (Lei nº7.209, de 13.07.84) e tão pouco ao status que lhe foi considerado com o advento da Lei nº 9.714/98. 
O mesmo autor ainda completa, direito Penal daqueles tempos era outro, bem diferente do que se procura alcançar nos dias de hoje, por isso a definição fechada e já fora de contexto, ou seja, se encontra implicitamente revogada, então o art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal não resolve o problema, então, entende que este dispositivo legal é pouco abrangente para retratar a realidade, não permitindo uma melhor visão dos dias de hoje, que não conceitua, mas o que seja ou não crime ou contravenção, na abrangência que a Lei de Introdução era a responsável para definir, que a falta da pena privativa de liberdade, do artigo 28 da lei de tóxicos, não afasta, nos dias de hoje, que a conduta tipificada no referido artigo, está listada como crime ou contravenção.
Este membro do Ministério Público do Estado de São Paulo expressou claramente tratar-se de crime as figuras do artigo 28 (caput e § 1º), não obstante a ausência de qualquer pena restritiva de liberdade cominada, por esta se encontrar no título III, capitulo III, que cuida dos crimes e das penas, reforçando o seu convencimento fundamentando-se no ponto de vista do Supremo Tribunal Federal, ao examinar o tema no dia 13 de Fevereiro de 2007, ao analisar o RE Nº 430105/QO/RJ, pelo Supremo Tribunal Federal, tendo como relator o Ministro Sepúlveda Pertence, que se posicionou da seguinte forma:
A turma resolvendo questão de ordem no sentido de que o art. 28 da lei nº 11.343/06 (nova lei de tóxicos) não implicou abolitio criminis do delito de posse de drogas para consumo pessoal, então previsto no art. 16 da lei nº 6.368/76, julgou prejudicado recurso extraordinário em que o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro alegava a incompetência dos juizados especiais para processar e julgar conduta capitulada no art. 16 da lei nº 6.368/76. Considerou-se que a conduta antes descrita neste artigo continua sendo crime sob a égide da nova lei, tendo ocorrido, isto sim, uma despenalização, cuja característica marcante seria a exclusão de penas privativas de liberdade como sanção principal ou substitutiva da infração penal. Afastou-se, também, o entendimento de parte da doutrina de que o fato, agora, constituir-se-ia infração penal sui generis, pois esta posição acarretaria sérias consequências, tais como a impossibilidade de a conduta ser enquadrada como ato infracional, já que não será crime nem contravenção penal, e a dificuldade na definição de seu regime jurídico. A demais, rejeitou-se o argumento de que o art. 1º do decreto lei nº 3. 914/41 (Lei