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Relatório de práticas 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE BELAS ARTES
CURSO DE CONSERVAÇÃO- RESTAURAÇÃO DE BENS CULTURAIS MÓVEIS
DISCIPLINA – TÓPICO PRÁTICOS EM CONSERVAÇÃO PREVENTIVA
Professor: Willi de Barros Gonçalves
AULA PRÁTICA N° 2: Configuração, tratamento e interpretação de dados extraídos de data-loggers
Alunas: Ellen Fernandes e Maya K. Bagnariol
Introdução
O acompanhamento das condições ambientais no interior dos edifícios que abrigam de acervos, é essencial para a Conservação Preventiva de coleções e acervos.
Uma das técnicas de monitoramento à disposição do conservador e restaurador de bens culturais é a disposição de registradores de dados para leitura e armazenamento das medidas de variáveis ambientais importantes para a manutenção de condições consideradas ideais para um local de guarda.
Entre as variáveis a serem analisadas, como temperatura e umidade relativa são as medidas mais indicativas, e que o conservador- restaurador usará mais, em maior parte dos casos, pelo fato de representarem os centrais agentes de deterioração descritos para os acervos.
Entretanto, é importante saber os procedimentos para um manuseio e leitura de dados, bem como selecionar e calibrar adequadamente os aparelhos de medição e softwares de leitura e interpretação de dados adquiridos, para que o uso dos aparelhos e o objetivo do monitoramento sejam atingidos.
Objetivo
Apresentar procedimentos básicos de configuração, tratamento e interpretação de dados extraídos de data-loggers. 
Material e Montagem
● Data-logger registrador de temperatura (T) e umidade relativa (UR) – Modelo HOBO Logger U10-003, Nº série: #2417081 
● Computador com programa de configuração do registrador de T e UR
● Cabo de conexão 
Fig. 1: Frente do registrador data-logger HOBO U10-003, sala LACONPRE – Cecor (Fotografia de Ellen Fernandes.)
Procedimentos
1. Após estabelecer que o data-logger recolheria os dados numa frequência de meia em meia hora, o grupo decidiu instala-lo no armário de metal da sala (figura 1).
2. Seguindo, as orientações do professor, o data-logger foi configurado.
3. Após uma semana dentro do armário, retirou-se os data-loggers para extração de dados.
Resultados
Gráfico 1: Gráfico obtido pelo grupo que instalou o datalogger no armário
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS PERÍODO 11/05 a 18/05 NO ARMÁRIO DA SALA
	
	temperatura
	
	
	
	
	
	
	
	sensor
	temp. média normal (°C)
	variação (desvio padrão médio) (°C)
	temp. média das máximas (°C)
	temp. média das mínimas (°C)
	temp. máxima absoluta (°C)
	temp. mínima absoluta (°C)
	
	
	
	
	
	
	
	ARMÁRIO
	22,6
	0,4
	23,2
	21,9
	23,8
	20,0
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	T média = 22,6 ± 0,4°C
	
	
	
	
	
	
	
Tabela 1: Tabela obtida pelo grupo que instalou o datalogger no armário
Gráfico 2: Gráfico obtido pelo grupo que instalou o datalogger no corredor externo 
Gráfico 3: Gráfico obtido pelo grupo que instalou o datalogger na sala 
Gráfico 4: Gráfico obtido pelo grupo que instalou o datalogger no ateliê do Cecor
Tabela 2: Tabela obtida pelo grupo que instalou o datalogger no ateliê do Cecor
Gráfico 5: Gráfico obtido pelo grupo que instalou o datalogger na reserva técnica do Cecor
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS PERÍODO 11/05 a 18/05 NA RESERVA TÉCNICA
	
	temperatura
	
	umidade relativa
	sensor
	temp. média normal (°C)
	variação (desvio padrão médio) (°C)
	temp. média das máximas (°C)
	temp. média das mínimas (°C)
	temp. máxima absoluta (°C)
	temp. mínima absoluta (°C)
	
	U.R. média normal (%)
	variação (desvio padrão médio) (%)
	U.R. média das máximas (%)
	U.R. média das mínimas (%)
	U.R. máxima absoluta (%)
	U.R. mínima absoluta (%)
	RESERVA
	21,9
	0,3
	22,2
	21,3
	22,8
	19,8
	
	55,9
	0,4
	56,2
	55,1
	57,3
	52,5
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	T média = 21,9 ± 0,3°C
	
	UR média = 55,9 ± 0,4%
Tabela 3: Tabela obtida pelo grupo que instalou o datalogger na reserva técnica do Cecor
Discussão dos resultados
Fonte: Inmet 
Dentre os grupos, apenas aquele que instalou o datalogger no armário não obteve dados aproveitáveis acerca da umidade relativa do ar, obtendo apenas uma umidade relativa constante de 15%. Considerando que os demais dataloggers instalados na sala/proximidades apresentaram variação de UR, presume-se que este foi um erro nos sensores do próprio aparelho. 
Observa-se também que o grupo que instalou o datalogger no corredor da sala foi o que obteve as maiores variações de temperatura e umidade, algo esperado, uma vez que este é o local em que o aparelho possui menos proteção quanto às intempéries.
Em termos gerais, todos os dados obtidos mostram um pico de calor próximo ao meio dia e um vale próximo à meia noite, com os valores de umidade sendo inversamente proporcionais. A exceção se dá ao final do último dia, quando a cidade de Belo Horizonte passava pelo início de uma frente fria e todos os valores obtidos caíram drasticamente.
Conclusões
Conclui-se que programas de monitoramento que fazem uso da coleta de dados por meio de um aparelho por meio de dataloggers são empregados para a produção de dados que darão suporte ao estabelecimento e conservação de ambientes museais favoráveis.
Os dados obtidos são em decorrência do monitoramento do local e só terão sentido se forem usados para o controle dos possíveis resultados que as variantes podem causar nos múltiplos materiais que constituem as peças em questão. Dessa forma, a tipologia de cada acervo deve ser levada em conta, ajustando a proposta de controle das condições ambientais para objetivos particulares.
Vamos exemplificar, no caso de um acervo de papel, é preciso ter cautela com as condições ambientais, especialmente da umidade relativa. Altos apontadores de umidade relativa(UR) - acima de 65/70%, ou índices muito maiores estimulam o crescimento de fungos e apressam a degradação do papel. Todavia, índices muito baixos dessa variável levam à desidratação, tornando o papel quebradiço e também acelerando sua deterioração. Índices muito inferiores de UR são prejudiciais da mesma forma para acervos que contém têxteis, fibras, ossos, marfim e couros ou peles. As esculturas em madeira, devido às características deste material, também conhecido como higroscopia, a recomendação para a conservação desse material a UR deve estar na faixa entre 60 e 70%.
É considerável aspectos ligados aos materiais construtivos dos edifícios que guardam acervos. Se esses materiais colaboram com a manutenção do equilíbrio dos níveis ambientais, determinadas pelo controle das variantes monitoradas, ou se são muito delicadas devido às variações climáticas que estão em mudança frequente no meio externo. Nesse derradeiro caso, ações podem ser tomadas para regulagem dessas variações.
Finalmente, o texto do Conserve O Gram - “Datalogger Applications In Monitoring The Museum Environment, Part I: Comparison Of Temperature And Relative Humidity Dataloggers”, aconselha que o uso desse aparelho, deve ser conexo com os dados fornecidos das condições ambientais existentes e as ideais para a coleção analisada, podem servir de apoio para a compra, instalação ou reparo de climatizadores de ar, desumidificadores ou sistemas de ventilação, vitrines climatizadas entre outras alternativas.
Referências
ARENSTEIN, Rachel Perkins. Datalogger Applications In Monitoring The Museum Environment, Part I: Comparison of temperature and relative humidity dataloggers. Conserve O Gram, N/I, n. 3, p. 1-3, jun. 2001. 
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