Buscar

Técnica Hermenêutico-dialética para Análise de Dados Qualitativos de Estudos Críticos

Prévia do material em texto

1
Sujeito, Linguagem, Ideologia, Mundo: 
Técnica Hermenêutico-dialética para Análise de Dados Qualitativos de Estudos Críticos 
em Administração 
 
"a liberdade na sociedade é inseparável do pensamento esclarecedor" 
(ADORNO; HORKHEIMER, 1985) 
 
Autoria: Monique Fonseca Cardoso, Ana Cristina Batista dos Santos, Jomária Mata de Lima Alloufa 
 
Resumo 
O texto exemplifica e reflete sobre o uso da técnica de análise de dados hermenêutico-
dialética. Tem na teoria crítica frankfurtiana seu marco teórico, revisa os fundamentos 
ontológicos e epistemológicos desta, e implicações metodológicas. Discorre sobre os métodos 
hermenêutico e dialético e apresenta proposta de amálgama através da técnica hermenêutico-
dialética. Descreve o processo analítico de pesquisa que usou a técnica. Conclui que a referida 
técnica: (i) responde a uma demanda da área sobre a operacionalização de uma análise crítica; 
(ii) tem o potencial de proteger o pesquisador de duas armadilhas: o aprisionamento no sujeito 
e o aprisionamento na crítica à ideologia. 
 
 
 
 
 
  2
Introdução 
 Mais que a seleção objetiva e instrumental das ferramentas que operacionalizam uma 
pesquisa, a escolha do método é questão ontológica e axiológica face seu imbricamento com o 
objeto de estudo, a visão de mundo e os valores do pesquisador (ADORNO, 2008). A opção 
por um método de pesquisa para determinado objeto se dá: (i) por razões ontológicas, a 
respeito de como se concebe a natureza do objeto de pesquisa; (ii) pela perspectiva 
epistemológica do pesquisador, isto é, sobre como se constrói o conhecimento e que tipo de 
conhecimento se deseja construir. Da clareza das dimensões ontológica e epistemológica, 
estruturantes do objeto, e da relação do pesquisador com o mesmo, é que decorrem as 
escolhas dos processos para estudá-lo: a metodologia (CRESWELL, 2003). 
 Ao adotar-se como referência a concepção acerca da divisão da ciência em paradigmas 
(KUHN, 1975), pode-se afirmar que as pesquisas cuja base epistemológica está na Teoria 
Crítica estão voltadas para uma espécie de sociologia da transformação, ou mudança radical 
(BURRELL, 2010; JAY, 2008; ROUANET, 1989), opondo-se de forma inconciliável aos 
métodos positivistas (ADORNO, 1980). Devido a suas origens marxistas, pesquisas críticas 
focam no desvelamento de ideologias, adotando posturas que inserem o indivíduo em seu 
contexto histórico e social. Consideram, portanto, o objeto de estudo das Ciências Sociais 
histórico, cujo sentido não pode ser apreendido de forma objetiva, mas na relação homem-
mundo, ou sujeitos (pesquisado e pesquisador) e história (HORKHEIMER, 1980). 
 Convergente a tais compreensões, a pesquisa qualitativa é a abordagem metodológica 
que considera o imbricamento entre o sentido que o sujeito pesquisado dá às coisas, e as 
“lentes” que o sujeito pesquisador utiliza para olhar a realidade, compreendendo-a no mesmo 
movimento em que compreende este sentido do “outro”, em face da realidade sócio-histórica 
(AUGÉ, 1999). É a abordagem metodológica privilegiada na pesquisa social, já que o objeto 
da pesquisa social é “essencialmente qualitativo” (MINAYO, 2004, p. 14). 
 Tendo em conta o fato do campo da Administração estar diretamente conectado a 
questões que envolvem a sociedade capitalista, envolvendo uma série de relações de poder e 
contradições arraigadas ao seu próprio objeto, ele pode ser considerado profícuo para os 
estudos críticos de ontologia materialista, baseados na Teoria Crítica Frankfurtiana (TC), esta 
que sempre teve como pontos fulcrais, para compreensão das contradições da sociedade 
capitalista, os temas trabalho, poder e linguagem (ANDRIOLI, 2003), dimensões constituintes 
do campo da Administração, como instâncias declaradas ou obscuras (FARIA, 2004). Embora 
sejam emergentes as discussões teóricas sobre as abordagens críticas, o debate metodológico 
não tem avançado (BATISTA-DOS-SANTOS; ALOUFFA; NEPOMUCENO, 2010). Como 
afirmam Pozzebon e Petrini (2013, p. 56): “no que se refere às investigações empíricas de 
natureza crítica, o debate metodológico é bastante nebuloso”. Há carência de estudos sobre 
técnicas de pesquisa que guardem coerência ontológica e epistemológica com os estudos 
críticos, e a falta de clareza nessa área pode contribuir para a falsa impressão de diletantismo 
metodológico (DEMO, 1998). 
 Este texto tem como objetivo, então, exemplificar o uso e compartilhar reflexões sobre 
o emprego da técnica de análise de dados hermenêutico-dialética em pesquisas qualitativas 
críticas no campo da Administração, visando contribuir para o desenvolvimento de pesquisas 
nessa área. Busca-se fazê-lo através de um relato sobre a prática de tal perspectiva 
metodológica em uma pesquisa cuja temática envolvia a compreensão das representações de 
trabalhadores sobre o controle via tecnologias da informação e comunicação em seu contexto 
de trabalho. 
 
 
Debate Ontológico e Epistemológico 
 A Administração é uma área de estudos profundamente conectada às bases do 
desenvolvimento da sociedade moderna capitalista, de forma que os pesquisadores desse 
 
  3
campo lidam, frequentemente, com constructos como poder, controle, e racionalização de 
diversas instâncias dentro e fora das organizações, em geral numa perspectiva funcionalista de 
exame teórico e atuação prática (BRAVERMAN, 1987; FARIA, 2008). Na atualidade, essas 
relações de dominação estão cada vez mais fortificadas e veladas, de forma que têm emergido 
novas abordagens que visam a suplantar o paradigma funcionalista prevalente. Nessa linha, 
estudos de diversas origens teóricas e epistemológicas podem ser abarcados pelo que se 
considera estudos críticos em Administração. Os mais recorrentes são os estudos pós-
modernistas, de origem estruturalista, e os baseados na Teoria Crítica Frankfurtiana (DEETZ; 
ALVESSON, 2010). Este trabalho concorda com o entendimento de Batista-dos-Santos, 
Alloufa e Nepomuceno (2010), quando afirmam que metodologias críticas devem guardar 
coerência com suas bases ontológicas e epistemológicas. 
 
A Teoria Crítica 
 Surgida no “século das catástrofes” (SELIGMANN-SILVA, 2003), a TC emerge em 
um contexto de desencanto dos teóricos com a promessa de emancipação iluminista, da 
reflexão a respeito da contradição existente entre o alto desenvolvimento tecnológico e os 
enormes problemas sociais existentes no mundo atual. A razão iluminista, concebida com a 
pretensão de fazer os homens autônomos, converteu-se em seu contrário, tornando-se uma 
razão opressora (PAULA, 2008). Tal contradição ocorre em meio à supremacia alcançada 
pela razão instrumental e do desenvolvimento das ciências positivistas. O domínio positivista 
acabou levando o próprio conceito de razão a transformar-se, na medida em que a limitou a 
apenas um de seus componentes: a razão finalística, em detrimento de uma razão 
emancipatória, centrada no sujeito (HORKHEIMER, 1980). As ideias de que essa mudança 
tem origens históricas profundas e que, no mundo atual, estão intrinsecamente ligadas ao 
desenvolvimento da sociedade capitalista, fortificam-se a partir dos trabalhos desenvolvidos 
pelos membros do Instituto de Ciências Sociais em Frankfurt (FREITAG, 2004). 
 Os chamados “frankfurtianos” são um grupo de intelectuais marxistas não-ortodoxos, 
autônomos, ou intelectualmente independentes por princípio, os quais pesquisam uma 
diversidade de temas de estudo. O título “Escola de Frankfurt” refere-se ao mesmo tempo a 
esse grupo de intelectuais e a uma teoria social. Seus textos mais significativos estão ligados 
primordialmente ao estudo do resgate dos ideais da razão iluminista, emancipatória, tida como 
degenerada na sociedade moderna (ASSOUN, 1991; FREITAG, 2004; JAY, 2008). 
 Por sua vez, cunhado por Horkheimer (1975), o termo Teoria Crítica surgiu da 
discussão sobre a crítica da ciência, como forma de confrontar o positivismo, a partir da 
elucidação das diferenças entre a TC e o positivismo, ou a Teoria Tradicional (TT). 
Consideram que na TT, as situaçõesnas quais a ciência está baseada são tomadas como dadas, 
como forças da natureza, ahistóricas, e seu problema seria encontrar as estatísticas ou 
probabilidades que as explicam. Ao contrário, a TC admite que a forma como os construtos 
sociais operam depende, necessariamente, da vontade humana, entendendo os homens como 
seres históricos produtores de sua própria existência (JAY, 2008). 
 Além disso, para os frankfurtianos, a pretensão de objetividade nas ciências sociais 
não passa de uma ilusão, já que os conceitos existentes, e os próprios critérios de 
objetividade/subjetividade são determinados por sujeitos. A TC parte do princípio que tanto o 
objeto percebido quanto o sujeito que o percebe são históricos. O mundo material onde a 
história decorre é elaborado e transformado pelos próprios homens, e a verdade consiste na 
interação entre sujeito e objeto (ADORNO, 1980; JAY, 2008; PAULA, 2008). 
 Especialmente nas ciências sociais, a TC entende como inadequada qualquer tentativa 
de explicar de maneira unívoca e simplificada uma sociedade que é complexa. Da mesma 
forma, é julgado como um equívoco procurar extirpar, especialmente na prática da ciência 
 
  4
social, a contradição. Quando se tem como objeto de estudo a sociedade, a contradição é 
inerente a esse objeto, conforme afirma Adorno (1980, p.125): 
a contradição dialética exprime antagonismos reais que não ficam visíveis no interior 
do sistema lógico-científico de pensamento. [...] Ela efetua uma transição em direção 
ao objeto. [...] Se os teoremas são contraditórios, nem sempre eles são culpados disso. 
 De modo similar, a visão crítica de totalidade considera que os conceitos estão 
inseridos na realidade e a representam, mas só existem na interação entre sujeito e objeto e só 
podem ser explicados a partir do entendimento da realidade histórica na qual ocorrem 
(ADORNO, 1980; HORKHEIMER, 1980). A dimensão crítica de totalidade difere da 
positivista, pois não trata a mesma sob a lógica de um sistema totalizante homogêneo e auto-
referente. Diferentemente, a totalidade é entendida pela dinâmica ou movimento constante 
entre particular e universal, entre momentos e totalidade, sendo peculiar à crítica imanente o 
aprofundar-se nas especificidades do objeto visando a compreendê-lo à luz de seu 
pertencimento e entrelaçamento no todo (JAY, 2008, ROUANET, 1989). 
A TC considera que a construção do conhecimento crítico deve buscar a 
transformação da sociedade, assume a adoção de uma postura de crítica imanente como forma 
de resguardar e incentivar o pensamento autônomo, e considera que a compreensão deve levar 
em conta a relação sujeito-objeto-história. Logo, as técnicas metodológicas coerentes com tal 
perspectiva epistemológica, devem ser favoráveis à interação sujeito-objeto, considerando a 
compreensão da realidade histórica e as contradições como fundamentais para a construção de 
conhecimento (ADORNO, 1980; HORKHEIMER, 1980; ADORNO; HORKHEIMER, 1985). 
Este trabalho concorda com Adorno (1980) quando afirma que as contradições entre o 
sujeito-objeto são passíveis de captação apenas através da lógica dialética. Por isso, 
dialeticamente, considera que o “salto interpretativo crítico”, que desvela ideologias a partir 
da relação linguagem-cultura, ambas historicamente constituídas, apenas pode ser realizado a 
partir de uma análise apropriada do discurso dos sujeitos, este imerso e impregnado das 
contradições do real, emergente do movimento pendular sujeito-mundo. O uso da técnica de 
análise hermenêutico-dialética é, então, aqui apresentado como uma possibilidade, entre 
outras, de operacionalização metodológica deste “salto interpretativo crítico”. 
 
Hermenêutica e Dialética: caminhos qualitativos do pensamento crítico 
 Empregada inicialmente por Minayo (2002, 2004) no contexto da pesquisa qualitativa 
brasileira em saúde, a técnica de análise hermenêutico-dialética tem sido utilizada nas 
pesquisas em educação (OLIVEIRA, 2001), e, mais recentemente, no campo da pesquisa 
qualitativa em administração (BICALHO; PAES DE PAULA, 2009; BATISTA-DOS-
SANTOS et al, 2010). Minayo (2004) propôs esta tipologia de análise ancorada nas 
proposições de Stein (1987), as quais constituem um balanço-síntese da controvérsia 
habermasiana-gadameriana sobre questões envolvendo o emprego da dialética e da 
hermenêutica, as quais Ricouer (1983) elabora em termos de interpretação (hermenêutica) e 
ideologias (crítica). Levando-se em conta as origens epistemológicas diversas, a hermenêutica 
e a dialética constituem “dois caminhos através dos quais o debate atual sobre a questão do 
método se desenvolve numa esfera que transcende a fragmentação dos procedimentos 
científicos em geral” (STEIN, 1987, p. 99), perspectiva que se mostra alinhada aos 
movimentos de vanguarda da histórica Escola de Frankfurt cujo “trabalho tem sido 
hibridizado e amalgamado com outras tendências teóricas” (JAY, 2008, p. 16). 
 
Hermenêutica: a compreensão pela linguagem 
 Dilthey (1999) considera a compreensão como o processo pelo qual nossa realidade 
psíquica interpreta os sinais apreendidos pelos sentidos. Para ele, o processo possui elementos 
artísticos e técnicos1, já que toda arte possui também suas regras. Esse conjunto de regras, 
sobre como deve ser realizada a interpretação, e o debate sobre sua validade e em quais 
 
  5
princípios estão fundamentadas, é o que se chama ciência hermenêutica. Seu estudo parte do 
princípio de que a imbricação entre sujeito e objeto dá-se por meio da linguagem. 
 A etimologia da palavra hermenêutica apresenta diferentes significados, como 
“interpretar”, “traduzir”, “proclamar”, “fazer compreender” (STEIN, 2004). Sua origem 
remete à Grécia antiga, sendo inicialmente empregada para compreender e preservar a poesia 
grega clássica. Posteriormente, passou a ser utilizada pelo judaísmo e cristianismo como 
forma de interpretação das Sagradas Escrituras. Seu objetivo era reconstruir o sentido original 
dos textos, analisando as condições sob as quais a compreensão ocorria, facilitando o processo 
de interpretação (SCHLEIERMACHER, 2003). Com o decorrer dos anos, diversas 
concepções filosóficas foram tomadas para determinar o conjunto de regras que 
possibilitariam a “arte universal de interpretação” (DILTHEY, 1999, p. 15). 
 Nas ciências humanas e sociais, a hermenêutica passou a ser empregada mais 
fortemente quando iniciaram as primeiras críticas à transferência das metodologias 
positivistas, advindas das ciências naturais experimentais. Para Schleiermacher (2003), nas 
ciências humanas e sociais não há como separar o sujeito do objeto, ou a totalidade das partes. 
Assim, a compreensão deve substituir a explicação e a indução, já que: 
enquanto as ciências explicativas buscam determinar condições causais de um 
fenômeno, as ciências compreensivas visam a apreensão das significações 
intencionais das atividades históricas concretas do homem” (SCHLEIERMACHER, 
2003, p. 8). 
 Em termos procedimentais, atualmente a técnica hermenêutica baseia-se em dois 
movimentos interpenetráveis: o gramatical e o psicológico. O momento de interpretação 
gramatical analisa o discurso, o uso das palavras, os conceitos. O momento psicológico 
transcende o sentido objetivo das palavras, e se dá quando o intérprete se propõe a reconstruir 
as “intenções” do sujeito que proferiu as palavras. Essas duas dimensões possuem uma forte 
ligação, deixando evidente a visão hermenêutica de que há uma estreita conexão entre 
pensamento e linguagem. Parte do pressuposto de que o hermeneuta deve se tornar consciente 
até mesmo daquilo que possa ter ficado inconsciente para o autor (BRITO, 2005). Leva-se em 
conta, também, a conexão entre o significado das palavras de per si e da obra como um todo, 
de forma que o círculo envolva também a relação entre discurso e o próprio autor. 
 É a partir da visão gadameriana da hermenêutica, a despeito de suas disputas com a 
dialética habermasiana, que se encontram os avanços da perspectivahermenêutica no resgate 
de temas importantes também para aqueles que empreendem a crítica social, dos quais 
destacam-se dois intrinsicamente ligados: a subjetividade e a linguagem. Ao fazer um resgate 
da crítica de Heidegger ao sentido husserliano de fenômeno, isto é, a crítica à mera obediência 
à palavra de ordem “rumo às coisas mesmas” da fenomenologia husserliana, Gadamer (2009) 
identifica uma insuficiência da visão de autoconsciência da subjetividade, da qual a 
hermenêutica deveria fugir. É aí que ele localiza a virada hermenêutica e defende, ancorado 
em Heidegger, que “para que algo se mostre é necessário um desencobrimento do encoberto, 
a fim de que ele possa chegar a mostrar-se” (GADAMER, 2009, p. 104). Portanto, se deveria 
passar da mera descrição daquilo que é dado, investindo-se na supressão do encobrimento. É 
nesse ponto que ele ressalta a necessidade de abandono da prática ingênua de “tomar os 
enunciados da autoconsciência por dados” (idem, p. 103) e reconhece que o “elemento 
comum entre Marx, Nietzsche e Freud é certamente o fato de não se poder aceitar de boa-fé o 
que é dado pela autoconsciência como um dado em si. Daí emerge também o novo papel que 
o conceito de interpretação recebe” (idem, ibidem). 
 Dessa forma, Gadamer (2009) reconhece na linguagem o avanço em relação a uma 
visão refém da subjetividade, como ele mesmo afirma: “quem pensa a ‘linguagem’ já sempre 
se movimenta em um para além da subjetividade” (idem, p. 111). Tal visão, mesmo que 
dificilmente admitida, se mostra aproximada da compreensão dos críticos da ideologia, 
dialéticos, para os quais “não há nada, mas nada mesmo, sob o sol que, por ser mediado pela 
 
  6
inteligência humana e pelo pensamento humano, não seja ao mesmo tempo também mediado 
socialmente”, sendo essa mediação social, ou cultural, o território da ideologia (ADORNO, 
2008, p. 72). Assim, o transcender à subjetividade encaminha o pesquisador intérprete ao 
exame crítico da relação linguagem-cultura, instância de síntese da totalidade e contradições. 
 
Dialética: a lógica da totalidade e da contradição 
 O surgimento da dialética, na Grécia Antiga, ocorreu a partir da controvérsia entre 
Heráclito e Parmênides. O primeiro pensava o mundo de forma mutável, em que tudo se 
transforma no seu contrário e a essência das coisas é mudança e contradição. Já Parmênides 
tomava a contradição como aparência, considerando real a identidade, o que é permanente e 
imutável. Na tentativa de conciliar os dois pensamentos, Platão e Aristóteles elaboram o 
conceito clássico de dialética, que consistia em, através do diálogo exaustivo, fazer a transição 
de imagens contraditórias a conceitos idênticos para os pensantes (CHAUÍ, 2004). 
 O conceito de crítica está associado à dialética marxista, a qual consiste na maneira de 
compreender a realidade como contraditória e mutável. Segundo Konder (2008, p.56), a 
dialética marxista e engeliana pode ser resumida em três leis: “lei da passagem da quantidade 
à qualidade; lei da interpenetração dos contrários; lei da negação da negação”. A primeira 
significa que as transformações acontecem de início lentamente, quando ocorrem mudanças 
quantitativas, para só então haver tempos de mudanças mais rápidas e drásticas e qualitativas. 
A segunda lei afirma que a realidade está entrelaçada em diversos aspectos, de forma que 
nada pode ser compreendido se isolado, e que os dois lados que se opõem pertencem na 
verdade a uma mesma unidade, e dependendo do contexto prevalece um lado ou outro dessa 
realidade, que é contraditória por natureza. Por sua vez, a terceira lei estabelece que se toda 
afirmação pode ser negada, essa negação também pode ser negada, de forma que prevaleça 
como síntese da realidade a negação da negação, num processo permanente de novas sínteses. 
É nessa lei que se baseia, na TC, o princípio da crítica imanente (KONDER, 2008). 
 A lógica dialética compreende a contradição expressa na realidade através dos 
antagonismos que apenas tornam-se visíveis a partir da visão em profundidade da realidade 
em estudo, e entende como irracional a ciência que ignora isso, já que opera em direção 
oposta à da experiência. Adorno (1980, p. 109) assume o caráter especulativo da lógica 
dialética não no sentido pejorativo de pensamento fútil, sem compromisso, mas em seu 
sentido original de “autoreflexão crítica do entendimento, sua limitação e sua correção”. 
 Assim, apesar de considerar que todos os problemas sociais precisam ser pensados 
tomando como referência a totalidade histórica, sempre em um movimento entre o fenômeno 
e a totalidade, afirma que a interpretação não pode ser absolutizada, focando o sujeito em 
demasia e perdendo o movimento de confrontá-lo com o contexto histórico, já que o 
importante é a transformação da realidade e não apenas a sua interpretação. Nesse sentido, 
Adorno (1980, p. 117) afirma que: “[a dialética] afasta a aparência de qualquer possível 
dignidade naturalmente transcendental do sujeito singular, compreendendo este e suas formas 
de pensamento como algo social em si”. 
 
Um amálgama: hermenêutica-dialética ou dialética-hermenêutica? 
 Stein (1987) defende a possibilidade de uma conjunção da hermenêutica com a 
dialética como método apropriado para compreensão do real, numa espécie de síntese 
contributiva da reflexão filosófica para as ciências humanas. O ponto de encontro está na 
estrutura polar da reflexão, a qual “tem como propriedade ser em si enquanto se relaciona 
com o outro; produzir identidade justamente pela oposição, [assim], apenas a reflexão crítica 
acentua a diferença, o contraste, e a reflexão hermenêutica acentua a identidade” (STEIN, 
1987, p. 102-103). 
 
  7
Esta técnica é, então, proposta como um “caminho do pensamento” (MINAYO, 2004) 
que abarque tanto o “como fazer”, quanto o “como pensar” a análise dos dados (BICALHO, 
2009). A opção por tal técnica deve-se à sua aderência ao objeto de estudo, já que, como 
afirma Faria (2004, p.34): “o método não é indiferente ao objeto, e tampouco depende do 
ideal metodológico, e sim, da coisa investigada”. A utilização dessa técnica permitiu, assim, a 
abertura à compreensão de um objeto de estudo histórico, que é, portanto, complexo e 
contraditório. A técnica de análise hermenêutico-dialética preserva, da hermenêutica, a 
possibilidade de interpretação dos sentidos que os sujeitos elaboram em seus discursos, e se 
combina à compreensão de tais sentidos face às contradições que lhes constituem, e ao seu 
contexto social e histórico, por meio da lógica dialética. Conforme afirma Stein (1987, p.103): 
se a crítica [dialética] se afirma basicamente na diferença e no contraste 
com aquilo sobre o que reflete, a hermenêutica visa primeiramente a 
mediação e a unificação com o mesmo. Ambos, porém, diferença e 
mediação, podem ser distinguidos no ato de reflexão [...] O método crítico 
se apresenta basicamente como instrumento para detectar a ruptura do 
sentido, enquanto o método hermenêutico busca nos muitos sentidos a 
unidade perdida. 
 Dessa forma, enquanto a hermenêutica procura atingir o sentido do texto, a dialética 
dá ênfase às contradições, à ruptura de sentido, porque crê na possibilidade da crítica social do 
tempo presente (MINAYO, 2004, STEIN, 1987). Assim, quando propõe a hermenêutico-
dialética como técnica, Minayo (2004) argumenta que esta visa a transcender os aspectos 
apenas procedimentais ligados às técnicas usuais em pesquisa qualitativa, como a análise de 
conteúdo e análise de discurso, e a propõe como um caminho do pensamento, para além de 
um “mecanicismo” metodológico não reflexivo. 
 Em sua crítica a uma visão estanque e limitada das técnicas, Minayo (2004) argumenta 
que, por um lado, a utilização da análise de conteúdo por vezes está relacionada a uma postura 
do pesquisador que toma o texto como pretexto e o utiliza como um documento apenas para 
demonstrar o que já foi definido pela situação. Por outro lado, questiona que a análise de 
discurso, embora destaque o contextode produção do discurso, acaba, por vezes, tratando-o 
como um monumento em si mesmo devido à perspectiva estruturalista da lingüística, na qual 
a técnica é baseada: 
seu caráter ‘amarrado’ ao estruturalismo lhe subtrai muito da flexibilidade 
necessária para realizar o que ela própria pretende: dar conta do sentido. 
A análise automatizada, a nosso ver, dificilmente permitirá a apreensão 
das relações dialéticas constitutivas da realização social. (MINAYO, 
2004, p. 218). 
 Então, levando-se em conta essas limitações, a análise hermenêutico-dialética pode 
fazer uso de maneira coerente e refletida de caminhos ou recursos analíticos apropriados tanto 
da análise de conteúdo quanto da análise de discurso, tentando, contudo, escapar aos riscos de 
“miopia” ou “enclausuramento” técnico-metodológico. Esta proposta analítica leva em conta 
os sentidos das falas dos sujeitos, em seus consensos e dissensos, face ao contexto histórico 
onde e pelo qual foi produzida, exemplificando como o círculo hermenêutico da interpretação 
pode se amalgamar com o desvelamento de ideologias tão peculiar à crítica dialética, como 
parece sugerir o pensamento de Gadamer (2009, p. 75): 
é a tendência de encobrimento do ser-aí que apresenta em particular a tarefa da 
hermenêutica. Ela precisa descobrir e liberar tudo aquilo com que o querer 
compreender se depara. [...] Trata-se de desconstrução para a liberação. O 
encobrimento acontece em toda autointerpretação do ser-aí. Todo ser-aí 
compreende-se a partir de seu mundo circundante e de sua vida cotidiana, 
articulando-se na forma linguística em que se movimenta. Nessa medida, sempre há 
encobrimentos por toda parte – sempre há também destruição de encobrimentos. 
 
 
Uma prática de pesquisa com a técnica hermenêutico-dialética 
 
  8
 A aplicação da técnica de análise hermenêutico-dialética que ora é socializada deu-se 
no âmbito de uma pesquisa que partiu de um referencial teórico crítico, e multidisciplinar, 
tomando a Administração como campo originário, e transitou por autores da sociologia e 
filosofia. A pesquisa foi realizada com o objetivo de compreender como trabalhadores em 
uma instituição bancária, ficticiamente denominada Banco Total, percebiam o controle via 
tecnologia da informação, a chamada “vigilância eletrônica”, de um sistema de informações 
informatizado, denominado Gerenciador do Atendimento (GAT) sobre o seu processo de 
trabalho. O sistema GAT foi escolhido por ser um caso emblemático de sistema que apresenta 
elementos ligados à vigilância eletrônica, como controle do tempo e conteúdo do trabalho. 
Foram entrevistados dez sujeitos ocupantes de diversos cargos, com diferentes idades 
e tempos de trabalho na instituição. Para a coleta de dados foi utilizado um roteiro 
semiestruturado, além de um diário de campo. O roteiro abordou três níveis de relações dos 
sujeitos, contemplando o que se chamou de “aproximações existenciais” (Figura 1). 
 
Figura 1 – Aproximações do roteiro de entrevistas 
 
 
Na primeira fase do roteiro, voltada a obter informações sobre o sujeito e seu trabalho 
no Banco Total, os sujeitos foram incentivados a falar sobre sua história profissional desde o 
seu ingresso na organização. Na segunda fase, foram inseridos elementos que buscavam 
informações ligadas à relação sujeito-tecnologia, com vistas a buscar suas representações 
quanto à tecnologia da informação, e quanto à vigilância dos sistemas como um todo. Por fim, 
a terceira aproximação existencial focava a relação sujeito-GAT, com vistas a captar 
informações sobre a vigilância eletrônica tornada possível pelo uso do sistema. O roteiro 
contemplou indagações que levaram o sujeito a descrever seu trabalho, numa perspectiva de 
história da vida profissional desde seu ingresso na organização, em um primeiro momento; a 
seguir, procurou levá-lo a falar sobre seu contato inicial e suas formas de interação com a 
tecnologia em geral, e por fim sobre a tecnologia que seria utilizada para estudo: o GAT. 
O roteiro com as três aproximações se adequou à forma de análise pretendida, já que 
possibilitou a emergência de narrativas acerca não só diretamente do uso da tecnologia, mas 
também do contexto (imediato) no qual a tecnologia é empregada: o Banco Total. Da mesma 
forma, ocorreram falas sobre o que se chamou contexto mediato, as características do tempo 
no qual o discurso foi produzido, do contexto sócio-histórico no qual a tecnologia, a 
organização e os sujeitos estavam, ou a partir de quais elementos o objeto de estudo (a 
vigilância eletrônica sobre o trabalho) assume um sentido na existência dos sujeitos. Da 
mesma forma, a última fase do roteiro buscou fazer com que os sujeitos elaborassem 
discursivamente diferenças entre seu trabalho no Banco Total antes e depois da implantação 
do sistema GAT. 
 Após a realização de cada entrevista, procedeu-se com os registros das primeiras 
impressões, e um resumo sobre os termos e pontos importantes e recorrentes, figuras de 
linguagens e comparações utilizadas por cada sujeito entrevistado. Tal prática (hermenêutica) 
contribuiu significativamente para o processo interpretativo, pois este não foi considerado de 
 
  9
maneira estanque e fragmentado, como se fosse posterior à fase de coleta dos dados. Ao 
contrário, o processo interpretativo acompanhou todo o processo de campo, mantendo-se um 
permanente diálogo com os conteúdos que emergiam em cada entrevista, e com os sentidos 
que se construíam em cada uma delas. Assim, a lógica do grupo de entrevistados foi sendo 
gradativamente apreendida no movimento parte-todo. 
 Desta maneira, a análise das falas dos sujeitos foi operacionalizada com vistas a seguir 
um caminho reflexivo do pensamento hermenêutico-dialético, o qual considera que o discurso 
totalizante daquele grupo de indivíduos está relacionado às falas e vivências de cada sujeito, 
em sua relação com os demais, mas também com o contexto imediato da organização na qual 
estas falas foram produzidas, e, ainda, mais amplamente, com o contexto mediato – o tempo 
histórico presente - no qual estão todos implicados, conforme detalha a Figura 2: 
 
Figura 2 – Caminho [do pensamento] para operacionalização 
da análise hermenêutico-dialética 
 
 
 
 
Dessa forma, com o propósito de examinar os dados como uma totalidade, procedeu-
se com a escuta sistemática às narrativas dos sujeitos de pesquisa, paralelamente às 
transcrições das entrevistas. As falas foram ouvidas (gravação) e lidas (transcrição) 
individualmente, por diversas vezes, no intuito de empreender um processo de imersão nos 
dados, visando a facilitar a compreensão da lógica e dos sentidos das narrativas. 
 Durante as primeiras leituras das falas, iniciou-se o processo predominantemente 
hermenêutico de realizar observações quanto às falas recorrentes, ou que estavam diretamente 
ligadas ao objeto de estudo. A partir dessas observações, iniciou-se o agrupamento das falas 
cujas unidades de sentido eram semelhantes. Os critérios para inclusão e agrupamento das 
falas foram basicamente a recorrência, expressividade e relevância para a compreensão do 
objeto, quer por homogeneidade, quer por singularidade. Após certa saturação dos dados, 
procedeu-se com a nomeação dos temas que se formaram a partir das unidades de sentido, 
oriundas das falas dos sujeitos, ao estilo da análise temática em uma análise de conteúdo 
(MINAYO, 2004; RICHARDSON, 2005). Dos temas identificados e caracterizados, passou-
se a um processo interpretativo para categorização dos mesmos. 
Como forma de aprofundamento da análise utilizou-se o recurso de trabalhar com a 
interpretação das metáforas para compreensão do pensamento e vivência dos entrevistados 
quanto ao objeto de estudo e seu mundo. O emprego desse recurso interpretativo partiu do 
entendimento de autores como Lakoff e Johnson (2002), os quais defendem a ideia de que 
muito mais do que um aparato ou adornamento lingüístico, isto é, mais do que uma figura de 
retórica, a metáfora deve ser entendidacomo uma expressão linguística da forma como os 
Movimento 
hermenêutico 
Movimento 
dialético 
 
  10
homens pensam, conceptualizam e agem no mundo. Sendo “a essência da metáfora 
compreender e experienciar uma coisa em termos de outra” (LAKOFF; JOHNSON, 2002, p. 
48), a sistematicidade metafórica presente num discurso tanto realça, quanto encobre 
conteúdos e suas contradições. Assim, compreendendo que os processos de pensamento são 
em grande parte metafóricos, já que nosso sistema conceptual é metaforicamente estruturado e 
definido, Lakoff e Johnson (idem, ibidem) defendem que “um conceito metafórico estrutura o 
que fazemos, assim como a maneira pela qual compreendemos o que fazemos”. 
 É, portanto, a metáfora um evento lingüístico que sintetiza a tríade linguagem-
pensamento-ação. Como as metáforas permeiam a vida cotidiana, sua emergência guarda 
relação com os múltiplos espaços da convivência humana. Sardinha (2007) afirma que é 
possível compreender muito do homem contemporâneo ao examinar as metáforas próprias de 
determinados espaços sociais como, por exemplo: a escola, a mídia e a empresa. 
Quando da análise das falas dos entrevistados, atentou-se para o uso de metáforas ou 
expressões metafóricas que, de maneira explícita e pontual ou de maneira implícita e velada, 
perpassavam a narrativa. O uso desse recurso analítico se mostrou frutífero, tanto para realizar 
o aprofundamento hermenêutico em busca dos sentidos das falas, quanto a discussão dialética 
dos resultados; este último, considerando que o exame do discurso metafórico oferece 
condições interessantes para lidar com as ambiguidades e contradições contidas nos discursos, 
ou com o que está velado nele, abrindo espaço para a crítica da ideologia. Foi assim que a 
categorização dos temas, para se chegar a uma síntese (dialética) dos resultados, deu-se de 
maneira conjunta e pela “iluminação” da análise metafórica. Por este caminho analítico, foi 
possível compreender os sentidos socializados pelos sujeitos a partir do seu mundo vivido, ao 
entender, por exemplo, como eles conceitualizavam este mundo e as relações dentro dele. 
 Para viabilizar operacionalmente o processo, foi utilizado um quadro de análise 
(Quadros 2 e 3), que foi preenchido, inicialmente, com trechos dos discursos dos sujeitos 
considerados significativos (primeira coluna), os quais teriam mais ligação com o objeto de 
estudo. Já o espaço da segunda coluna reservou-se ao registro das unidades de sentido, as 
quais sintetizavam parcialmente termos, palavras ou expressões significativas para a 
interpretação do significado das falas. A terceira coluna descreveu metáforas e figuras de 
linguagens contidas explícita ou implicitamente nas falas. A última coluna foi reservada ao 
termo ou expressão que nomeou o tema ligado àquele conjunto de falas. Cabe ressaltar que a 
nomeação dos temas foi realizada após o agrupamento de falas com unidades de sentido 
julgadas similares em termos de significado. 
 Por razões de espaço, os Quadros 2 e 3 socializam apenas alguns excertos de fala para 
cada tema relacionado ao contexto imediato e o sistema de informações GAT, 
respectivamente, exemplificando assim o caminho analítico percorrido, nesse primeiro 
movimento analítico: o hermenêutico. 
Assim, a partir da leitura e identificação das falas mais significativas, o processo 
interpretativo ilustrado no Quadro 2 seguiu para a análise do significado do discurso dos 
sujeitos, o qual culminou no delineamento de eixos temáticos elucidativos do contexto 
organizacional, o qual chamou-se contexto imediato. Nesse sentido, as falas dos sujeitos 
descreviam, no âmbito organizacional, a implantação dos sistemas tecnológicos em geral 
como uma consequência de uma demanda do mercado, a qual exigiu mudança de 
comportamento entre as pessoas, diminuiu numericamente o número de trabalhadores em 
determinados cargos. Nesse contexto, a organização naquele momento foi descrita como um 
local de trabalho “menos divertido” do que fora antes, a ser utilizado como “trampolim”. Ao 
mesmo tempo, os sujeitos parecem estabelecer uma relação de dependência entre o trabalho 
dos gestores daquela organização e as tecnologias, amalgamando o sistema e a própria gestão. 
Um segundo grupo de falas, ilustradas parcialmente no Quadro 3, liga-se mais diretamente ao 
uso das tecnologias da informação, especialmente o GAT, e sua influência no processo de 
 
  11
trabalho dos sujeitos. Nesse grupo de falas emergiram seis eixos temáticos. No primeiro, 
nomeado “Aquiescência”, os diálogos orbitaram em torno de uma aceitação da tecnologia 
como fundamental, sem a qual não se trabalha, metaforizada como onipresente, fundamental à 
sobrevivência. O segundo eixo, “monitoramento” construiu-se a partir de um discurso sobre 
uma aparente sensação de monitoramento constante, através de uma metáfora visual, ou 
(pan)óptica. A instância temática “Tempos e movimentos” agrupou falas nas quais os sujeitos 
descreveram o sistema como controlador do tempo de execução das tarefas, bem como dos 
movimentos a serem realizados para acesso às telas do sistema, por exemplo. Os recortes de 
falas referentes ao temor do uso ou da “observação” do sistema foram agrupados sob o tema 
“medo”, e as que tratavam sobre a impossibilidade de se continuar a trabalhar sem o sistema, 
de “interdição”. Em contraponto, os discursos que descreviam a fuga ao controle do sistema 
foram reunidos sob o eixo temático “resistência”. 
 
Quadro 2 – Temas relacionados ao CONTEXTO IMEDIATO (recortes do processo de Categorização) 
Ordem de Preenchimento: da esquerda para a direita 
 
Recortes de falas transcritas 
(Nomes fictícios)
Unidades de 
Sentido
Metáforas Temas 
A gente fica feliz, porque hoje nós trabalhamos numa empresa 
totalmente voltada para o mercado. Estamos ai concorrendo 
em pé de igualdade com um mercado que é extremamente 
competitivo. [...] Uma preocupação constante com o cliente, 
de melhoria de atendimento, numa tentativa de captar a 
percepção do cliente... porque o importante não é a forma 
como a gente está vendo as coisas, mas como nossos clientes 
estão vendo. (Hermes) 
Empresa 
Cliente 
Concorrência 
Competitivo 
Mercado 
Pé de 
igualdade 
Competição 
Visão [do 
cliente] 
Mercado 
Então, [...] eu já comecei a [...] ser testemunha de uma 
mudança cultural muito grande. Porque até aquele momento, 
o banco não precisava do mercado. [...] E a partir daquele 
[momento], o banco realmente teve que sair para o mercado. E 
pra sair para o mercado teve que haver uma mudança 
cultural muito grande, de postura, de atitude do 
funcionário. (Hermes) 
Lógico, com isso o banco substituiu as pessoas pelas 
máquinas. [...] Hoje essa agência aqui tem seis caixas para 
todo o prédio. O que era dez, vinte, vinte e dois caixas, só aqui 
no prédio, hoje são seis. E isso teve a ver justamente com o 
que foi a informatização, né? (Pedro) 
 
Eu digo aos meninos: tome o banco como um trampolim: lhe 
ajuda com seus estudos. Mas acho que aí fora está mais 
divertido. E as metas que virão... Bancário já deixou saudades 
de uma época boa. [...] Acho que tem que fazer como um 
batente, como um trampolim, pra você se escorar, fazer seus 
estudos, é um aprendizado, isso aqui é uma escola [...] (Raul) 
Mudança 
Mercado 
 
 
 
 
Informatiza-
ção 
 
 
 
 
 
Metas 
 
 
Trampolim 
Batente 
Escora 
 
Escola 
Organização 
Se não existisse tecnologia, não existiria gestão do jeito que 
se tem hoje. (Hermes) 
 
[Sobre a implementação do GAT]: Realmente, assim, o 
princípio básico dessa nossa filosofia é gestão, então tem 
que ter o comprometimento de quem vai gerir. O gestor – 
primeiro o gestor tem que comprar a ideia, transmitir pra 
alguém de confiança que vai, também, ficar. Então, na 
realidade, para a ponta, a grande massa, não altera, assim, 
não sobrecarrega, ele só muda a forma de agir. Agora, para 
os gestores, aqueles que não estavam efetivamente agindo, aí 
ele teve uma demanda, que eles podem entender como extra, 
mas quena realidade faz parte da atribuição deles. (Mário) 
Gestão 
Gestor 
Confiança 
Mudança 
Filosofia 
Comprar a 
ideia 
Grande 
massa 
Gestão 
 
 
  12
 
 
 
Quadro 3 – Temas relacionados ao SISTEMA DE INFORMAÇÕES GAT (recortes da categorização) 
Ordem de Preenchimento: da esquerda para a direita 
 
Recortes de falas transcritas 
(Nomes fictícios)
Unidades de 
Sentido
Metáforas Temas 
Não dá para viver sem a tecnologia. (Carol) 
 
Tecnologia hoje, pra mim é tudo. Principalmente dentro do 
banco. Hoje tecnologia tá em todo canto. E quem não 
acompanhar tá fora do trem. (Raul) 
 
Todo canto 
Tudo 
Acompanhar 
Onipresença 
 
Não dá para 
viver sem 
 
Tudo 
 
Fora do trem 
Aquiescência 
Tudo aqui no banco é muito observado. Tudo. Tudo, tudo, 
tudo que a gente faz aqui é muito visto. (Adão) 
 
[No GAT] a gente tem a visão e o acompanhamento no 
sentido de que a gente tem o acompanhamento de toda 
instituição (Mario) 
Observado 
Visto 
Acompanha-
mento 
Visão, olhar 
permanente 
Monitoramen-
to 
Vou ficar lá ficar com ele, vendo... fazendo [a partir do 
sistema] o que um implantador fazia antigamente [...] 
“Tempos e movimentos”. [...] É que tem cara, por aptidão, 
ou por estrutura, ele trabalha sempre na mesma 
velocidade... tem aqueles cabra que quer mexer na orelha 
esquerda, vem com o braço direito. (Raul) 
 
[...] Então, quando vai detalhar, [o sistema] dá o tempo de 
atendimento médio de cada um, tempo de ausência, e se está 
atendendo ou não no momento... (Damião) 
Tempo 
movimento 
Aptidão 
Estrutura 
Velocidade 
Facilidade 
Agilidade 
Coisa 
Perder 
Tempos e 
Movimentos 
Eu vi [o sistema] muito complicado. Muito temeroso porque 
eu tinha muito cuidado com o que faz, cuidado com as 
coisas. Mas sempre tive muita certeza de que a gente tinha 
que vigiar. Era muito vigiado, muito observado, tudo aqui 
no banco é muito observado. Hoje eu me sinto mais 
próximo do sistema porque eu entendo mais uma coisa. Mas 
eu ainda tenho muito medo de dar um erro, alguma coisa... 
[...] Acho que é o sistema faz isso, que tem, o banco, acho 
que tem algum sistema operacional aí que faz o controle. 
Tudo que a gente faz é gravado, tudo que a gente faz a 
gente é visualizado. (Adão) 
Medo 
Temeroso 
Cuidado 
Erro 
Controle 
Vigiar 
Vigiado 
Próximo do 
sistema 
Visualizado 
Medo 
O Banco Total, se parar a área de tecnologia, pára o 
banco. [...] Não dá para trabalhar sem tecnologia. O trabalho 
hoje depende, praticamente, da tecnologia. (Carol) 
Parar 
Não trabalho 
Dependência 
Parar 
tecnologia = 
parar 
trabalho 
 
Interdição 
 
[...] Mas quando chega na agência, a gente mascara as 
metas, né? Todas as agências é... fantasiam. Ela anota o 
recado, passa para a gente, e uma ou outra ligação é que vai 
para o [sistema de informações]. (Damião) 
 
Como tem esse controle de tempo de atendimento, [...] 
quando eu chego mais ou menos dez minutos que eu estou 
atendendo [...] Ai eu boto lá: encerrar atendimento. Eu 
encerro o atendimento na máquina antes de na prática ter 
encerrado o atendimento com você. (...) Para a máquina, 
para o gerente, para os controladores aí “de vôo” do banco, 
eu atendi em cinco minutos, ou em um ou em dez. Para o 
cliente, eu estou atendendo ainda. (Pedro) 
Meta 
Tempo 
 
Mascarar 
Fantasiar 
“controlador 
de voo” 
Resistência 
 
 
  13
A Figura 3 sintetiza graficamente os temas emergentes após conclusão do movimento 
hermenêutico de análise das falas, no movimento parte-todo, considerando as aproximações 
existenciais dos sujeitos com a tecnologia no contexto imediato: o Banco Total. 
Da delimitação empírica dos temas constitutivos do discurso totalizante, passou-se ao 
aprofundamento interpretativo dos sentidos das metáforas emergentes, em busca da 
compreensão das contradições por elas veladas. Da mesma forma, passou-se a realizar a 
articulação teórico-empírica dos resultados, identificando similaridades e contradições 
existentes entre os temas. Dessa análise (dialética), emergiram três proposições sintéticas. 
 
Figura 3 – Resultados Análise das Falas 
 
 A primeira proposição sintética indica que a percepção dos sujeitos sobre o uso da TI 
como instrumento de vigilância foi socializada através da metáfora (pan) óptica, a qual além 
de explicitar a vigilância eletrônica, também desvela a pluralidade de vigilâncias operantes no 
Banco Total; assim, os temas de análise lançavam luz sobre as formas de controle do processo 
de trabalho, via TI, na atualidade. A segunda proposição sintética inclui a interpretação das 
metáforas de inclusão/exclusão, a partir das quais os sujeitos naturalizavam o uso da 
tecnologia, tendendo a tomar a realidade como dada e consentindo à manipulação dessa 
realidade, aquiescendo ao controle sobre si, mesmo que com certo desconforto. 
Contraditoriamente, a aquiescência pôde ser identificada até mesmo em momentos de 
aparente “resistência”, como quando o sistema era ignorado para dar suporte ao atendimento 
às metas. A terceira síntese parcial interpreta que, apesar da sensação de vigilância constante, 
a sujeição ao controle é legitimada pela naturalização do uso da tecnologia como fonte de 
sobrevivência ou de inclusão no mundo. Além disso, a impossibilidade de identificar a fonte 
do controle, velada pela máquina, parece neutralizar também os movimentos de resistência, os 
quais por vezes voltam-se contra os próprios sujeitos, ou em favor dos próprios controladores. 
Dessa forma, a dinâmica de controle sobre o trabalho através da tecnologia e a 
aquiescência dos trabalhadores converge para a existência, no Banco Total, de uma espécie de 
“Totalitarismo Corporativo”, conforme sintetiza graficamente a pesquisa a Figura 4. Essas 
sínteses críticas, resultantes da análise hermenêutica-dialética do que ocorre com esses 
trabalhadores no Banco Total, possibilitaram compreender manifestações da ideologia 
administrativa contemporânea que, calcada no discurso da flexibilidade dos processos de 
trabalho, via tecnologia da informação, potencializa o controle do capital sobre o trabalho, em 
novos moldes, e com novos sinais, menos eficientes, de resistência da classe trabalhadora. 
 
 
 
Figura 4 – Síntese das Dimensões da Pesquisa 
 
  14
 
Considerações finais 
 Esta escrita foi norteada pelo objetivo de exemplificar o uso, e compartilhar reflexões 
sobre o emprego da técnica de análise de dados hermenêutico-dialética em pesquisas 
qualitativas críticas, no campo da Administração. Da exemplificação do uso da técnica e 
socialização dos resultados de uma pesquisa de orientação crítica no referido campo, pelo 
menos duas reflexões emergem, as quais integram as últimas considerações do texto. Uma 
primeira reflexão é que a técnica responde a uma demanda por métodos coerentemente 
críticos, e operacionalmente demonstráveis, para pesquisas criticamente fundamentadas. A 
técnica hermenêutico-dialética representa uma alternativa sobre o “como fazer”. Trata-se de 
uma proposta, dentre outras possíveis, porém nem sempre socializadas, a respeito do modus 
operandi de pesquisadores orientados pela epistemologia frankfurtiana, isto é, pesquisadores 
que se inspiram nos teóricos críticos inclusive quanto à autonomia, e mesmo criatividade 
intelectual, na sua própria práxis acadêmica. A segunda reflexão é que a técnica tem o 
potencial de proteger o pesquisador qualitativo de duas armadilhas possíveis durante a análise 
dos dados: a do aprisionamento no sujeito e a do aprisionamento na crítica à ideologia; 
armadilhas que metaforicamente representamos como o erro do “pêndulo parado”. 
A primeira armadilha, ou a primeira parada imobilizante do pêndulo, pode ser 
observada em inúmeras pesquisas qualitativas, especialmente nas de orientação 
fenomenológica , em que reina uma devoção exagerada ao sujeito pesquisado. Analogamente 
ao discurso contemporâneo da administração, poderíamos dizer tratar-se da “era do cliente” 
na pesquisa qualitativa, na qual o cliente é o pesquisado que figura para o pesquisadorcomo 
uma espécie de soberano do saber sobre o mundo, o qual, tendo falado, já disse tudo que se 
pode dizer sobre o tema, restando ao pesquisador fazer uma colagem do seu discurso a uma 
teoria qualquer ou a teoria nenhuma. Ora, se não há mais nada a dizer além daquilo que o 
entrevistado disse, só restando conferir as suas intencionalidades, ou a sua consciência sobre o 
seu ser no mundo - focando mais no ser e quase nada no mundo - de que importa o trabalho 
intelectual de reflexão sobre o real? Ou, dito de outra forma, qual sentido tem essa práxis 
intelectual quando aprisionada ao sujeito? 
Por outro lado, a segunda armadilha dos pesquisadores qualitativos, que parece mais 
acometer aos de orientação crítica, é a do aprisionamento na crítica à ideologia pela ideologia, 
imobilizando o pêndulo no outro lado. Por esta armadilha, o pesquisador crítico tende a cair 
numa mera repetição retórica daquilo que outros críticos do capital já disseram. Ora, se só há 
a dizer o que os críticos, marxistas ou não, já disseram, bastaria continuar lendo e reafirmando 
suas obras de maneira ahistórica, não precisando nem mesmo ouvir sujeitos historicamente 
situados para refletir sobre o real. Logo, o trabalho do pesquisador seria o da reprodução 
irrefletida de um conhecimento reificado. Neste sentido, consideramos não ser 
intelectualmente honesto fazer a crítica à ideologia sem desvelá-la a partir do que o real – o 
que pode ser dito por um sujeito histórico – nos oferece. Torna-se uma crítica rasteira, 
superficial, em que o pesquisador dito crítico até dispensa as falas do sujeito, ou apenas as usa 
como pretexto, para investir num discurso só aparentemente crítico, na medida em que só 
 
  15
repete sínteses passadas como espécies de mantras descolados do real, o ali expresso nas 
falas. 
Porém, entendemos que quando o “pêndulo se move”, novas compreensões possíveis 
sobre o real (sujeito-linguagem-mundo) tendem a emergir e a ajudar no projeto radicalmente 
crítico do esclarecimento. Portanto, destacamos aqui a propriedade da técnica de análise 
hermenêutico-dialética porque ela permite, pelo círculo hermenêutico e pelo pêndulo 
dialético, mergulhar na linguagem, o que equivale dizer adentrar no interstício homem-
cultura, pois ela, a linguagem, como alertou Gadamer (2009, p. 111), “já sempre se 
movimenta em um para além da subjetividade”, e, por outro e mesmo lado, como conclui 
Adorno (2008, p. 72): “não há nada, mas nada mesmo, sob o sol que, por ser mediado pela 
inteligência humana e pelo pensamento humano, não seja ao mesmo tempo também mediado 
socialmente”, sendo nessa mediação social, ou cultural, o território em que a ideologia atua. 
 Finalmente, apresentamos o texto e esta síntese provisória como um convite à 
autoreflexividade e à interlocução, entendendo serem estes caminhos genuinamente críticos 
para uma práxis intelectual comprometida com a emancipação humana. 
 
Notas: 
1 Segundo o tradutor, a palavra em alemão empregada por Dilthey para a “arte” da interpretação, não está 
dissociada da técnica. Seria mais aproximada do termo “artesanato”. 
REFERÊNCIAS 
ADORNO, T.W. Introdução à Controvérsia sobre o Positivismo na Sociologia Alemã. In: 
BENJAMIN, W.et al. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1980. 
ADORNO, T. W. Introdução à sociologia. São Paulo: Editora UNESP, 2008. 
ADORNO, T. W; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. 
1947. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. 
ANDRIOLI, A. A Crítica da Hermenêutica e a Hermenêutica da Crítica. Revista Espaço 
Acadêmico. v.3, n. 24, 2003. Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/ 
024/24res_and.htm#_edn2. Acesso em: 05/07/2012. 
ASSOUN, P-L. A Escola de Frankfurt. Trad. Helena Cardoso. São Paulo: Ática, 1991. 
AUGÉ, M. Os sentidos dos outros. Petrópolis, RJ: Vozes,1999, p. 43-76. 
BATISTA-DOS-SANTOS, A. C.; ALLOUFA, J. M. de L.; NEPOMUCENO, L. H. 
Epistemologia e metodologia para as pesquisas críticas em administração: leituras 
aproximadas de Horkheimer e Adorno. RAE, São Paulo, v. 50, n. 3, 2010 . Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci _arttext&pid= S0034-5902010000300007&lng= 
en&nrm=iso>. Acesso em: 03/03/2012. 
BATISTA-DOS-SANTOS, A. C. ; PELOGIO, E. A. ; CARDOSO, M. F. ; LEITE, Y. V. P. ; 
ALEXANDRE, M. L. . Uma Escuta ao Alunado de Administração: Abordagem Crítica a suas 
Concepções de Administração e Administrador. Revista ANGRAD, v. 12, p. 265-296, 2011 
BICALHO, R. A. Das histórias de violência em uma Empresa Júnior à reprodução da 
ideologia da Administração. Dissertação (Mestrado em Administração). UFMG, 2009. 
BICALHO, R. A. ; PAULA, A. P. P. Empresa Júnior e a reprodução da ideologia da 
administração. In: II Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade/ 
EnEPQ. Anais... Curitiba, 2009. 
BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século 
XX. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1987. 
BRITO, E.O. Consciência histórica e hermenêutica: considerações de Gadamer acerca da 
teoria histórica de Dilthey. Trans/Form/Ação, v. 28, n. 2, p. 149-160, 2005. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/trans/v28n2/29420.pdf Acesso em: 01/06/2012. 
BURREL, G. Ciência Normal, Pardigmas, Metáforas, Discursos e Genealogia da Análise. In: 
In: CLEGG, C; HARDY, W. R. N.; CALDAS, M; FACHIN, R.; FISCHER, T. 
(organizadores). Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Atlas, 2010. v.1. 
 
  16
CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2004. 
CRESWELL, J. W. Research Design: qualitative, quantitative, and mixed method 
approaches. Sage Publications: Thousand Oaks, 2003. Disponível em: http://mba-plan. 
googlecode.com/ svn/trunk/Book/Methodology/Qualitative,%20Quantitative,%20and% 
20mixed%20methods.pdf. Acesso em: 02/05/2012. 
DEETZ, S; ALVESSON, M. Teoria Crítica e Abordagens Pós-Modernas para Estudos 
Organizacionais. In: CLEGG, C; HARDY, W. R. N.; CALDAS, M; FACHIN, R.; FISCHER, 
T. (organizadores). Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Atlas, 2010. v.1. 
DEMO, P. Pesquisa qualitativa. Busca de equilíbrio entre forma e conteúdo. Rev.latino-
am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 6, n. 2, p. 89-104, 1998. 
DILTHEY, W. O surgimento da hermenêutica (1900). Numen: Revista de estudos e 
pesquisa da religião. Juiz de Fora, v. 2, n. 1, p. 11-32, jan./jun., 1999. 
FARIA, J. H. Economia Política do Poder: Fundamentos. Curitiba: Juruá, 2004. v. 1 
FARIA, J. H. Economia Política do Poder: práticas do Controle nas Organizações. Curitiba: 
Juruá, 2009. v. 3 
FREITAG, B. A Teoria Crítica Ontem e Hoje. 4 ed. São Paulo: Brasiliense, 2004. 
GADAMER, H-G. Hermenêutica em retrospectiva. Petrópolis (RJ): Vozes, 2009. 
HORKHEIMER. M. Teoria Tradicional e Teoria Crítica. Filosofia e Teoria Crítica. In: 
BENJAMIN, W. et al. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1980. 
JAY, M. Imaginação dialética: história da Escola de Frankfurt do Instituto de Pesquisas 
Sociais. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008. 
KONDER, L. O que é Dialética. São Paulo: Brasiliense, 2008. (coleção primeiros passos) 
KUNH, T. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Editora Perspectiva , 1975. 
LAKOFF, G.; JOHNSON, M. Metáforas da Vida Cotidiana. Campinas (SP): Mercado 
deLetras; Sao Paulo: Educ, 2002. 
MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8.ed. São 
Paulo: Hucitec/ Rio de Janeiro: Abrasco, 2004. 
MINAYO, M.C.S. Pesquisa social. Petrópolis: Vozes, 2002. 
OLIVEIRA, M. M. Metodologia Interativa: um processo hermenêutico dialético. Interfaces 
Brasil/Canadá, Porto Alegre, v1, n. 1, 2001. 
PAULA, A.P. P. de. Teoria Crítica nas Organizações. São Paulo: Thomson Learning, 2008. 
POZZEBON, M.; PETRINI, M.C. Critérios para condução e avaliação de pesquisas 
qualitativas de natureza crítico-interpretativa. In: TAKAHASHI, A.R.W. (Org.) Pesquisa 
Qualitativa em Administração: fundamentos, métodos e usos no Brasil. São Paulo: Atlas, 
2013, p. 51-72. 
RICHARDSON, R., J. Pesquisa social: métodose técnicas. São Paulo: Atlas, 2005. 
RICOUER, P. Interpretação e ideologias. 4. Ed. Rio de Janeiro: Ed. Francisco Alves, 1983. 
ROUANET, S.P. Teoria crítica e psicanálise. 3. Ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989. 
SARDINHA, T. B. Metáfora. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. 
SCHLEIERMACHER, F. D. E. Hermenêutica: a arte e técnica da interpretação. Bragança 
Paulista: EDUSF, 2003. (coleção pensamento humano) 
SELIGMANN-SILVA, M. Adorno. Coleção Folha Explica. São Paulo: Publifolha, 2003. 
STEIN, E. Aproximações sobre Hermenêutica. 2.ed. Porto Alegre: EDPUCRS, 2004. 
STEIN, E. Dialética e Hermenêutica: uma controvérsia sobre método e filosofia. In: 
Dialética e Hermenêutica. (Jurgen Habermas). São Paulo: L&PM, 1987, p.98-134. 
WOOD, T; PAES DE PAULA, A. P; CALDAS, M.P. Despindo o Big Brother: Sistemas 
Empresariais e Totalitarismo Corporativo. In: SOUZA, C. A; SACCOL, A.Z. (Orgs). 
Sistemas ERP no Brasil: Teoria e Casos. Atlas: 2003. 
<<
 /ASCII85EncodePages false
 /AllowTransparency false
 /AutoPositionEPSFiles true
 /AutoRotatePages /None
 /Binding /Left
 /CalGrayProfile (Dot Gain 20%)
 /CalRGBProfile (sRGB IEC61966-2.1)
 /CalCMYKProfile (U.S. Web Coated \050SWOP\051 v2)
 /sRGBProfile (sRGB IEC61966-2.1)
 /CannotEmbedFontPolicy /Error
 /CompatibilityLevel 1.4
 /CompressObjects /Tags
 /CompressPages true
 /ConvertImagesToIndexed true
 /PassThroughJPEGImages true
 /CreateJobTicket false
 /DefaultRenderingIntent /Default
 /DetectBlends true
 /DetectCurves 0.0000
 /ColorConversionStrategy /CMYK
 /DoThumbnails false
 /EmbedAllFonts true
 /EmbedOpenType false
 /ParseICCProfilesInComments true
 /EmbedJobOptions true
 /DSCReportingLevel 0
 /EmitDSCWarnings false
 /EndPage -1
 /ImageMemory 1048576
 /LockDistillerParams false
 /MaxSubsetPct 100
 /Optimize true
 /OPM 1
 /ParseDSCComments true
 /ParseDSCCommentsForDocInfo true
 /PreserveCopyPage true
 /PreserveDICMYKValues true
 /PreserveEPSInfo true
 /PreserveFlatness true
 /PreserveHalftoneInfo false
 /PreserveOPIComments true
 /PreserveOverprintSettings true
 /StartPage 1
 /SubsetFonts true
 /TransferFunctionInfo /Apply
 /UCRandBGInfo /Preserve
 /UsePrologue false
 /ColorSettingsFile ()
 /AlwaysEmbed [ true
 ]
 /NeverEmbed [ true
 ]
 /AntiAliasColorImages false
 /CropColorImages true
 /ColorImageMinResolution 300
 /ColorImageMinResolutionPolicy /OK
 /DownsampleColorImages true
 /ColorImageDownsampleType /Bicubic
 /ColorImageResolution 300
 /ColorImageDepth -1
 /ColorImageMinDownsampleDepth 1
 /ColorImageDownsampleThreshold 1.50000
 /EncodeColorImages true
 /ColorImageFilter /DCTEncode
 /AutoFilterColorImages true
 /ColorImageAutoFilterStrategy /JPEG
 /ColorACSImageDict <<
 /QFactor 0.15
 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1]
 >>
 /ColorImageDict <<
 /QFactor 0.15
 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1]
 >>
 /JPEG2000ColorACSImageDict <<
 /TileWidth 256
 /TileHeight 256
 /Quality 30
 >>
 /JPEG2000ColorImageDict <<
 /TileWidth 256
 /TileHeight 256
 /Quality 30
 >>
 /AntiAliasGrayImages false
 /CropGrayImages true
 /GrayImageMinResolution 300
 /GrayImageMinResolutionPolicy /OK
 /DownsampleGrayImages true
 /GrayImageDownsampleType /Bicubic
 /GrayImageResolution 300
 /GrayImageDepth -1
 /GrayImageMinDownsampleDepth 2
 /GrayImageDownsampleThreshold 1.50000
 /EncodeGrayImages true
 /GrayImageFilter /DCTEncode
 /AutoFilterGrayImages true
 /GrayImageAutoFilterStrategy /JPEG
 /GrayACSImageDict <<
 /QFactor 0.15
 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1]
 >>
 /GrayImageDict <<
 /QFactor 0.15
 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1]
 >>
 /JPEG2000GrayACSImageDict <<
 /TileWidth 256
 /TileHeight 256
 /Quality 30
 >>
 /JPEG2000GrayImageDict <<
 /TileWidth 256
 /TileHeight 256
 /Quality 30
 >>
 /AntiAliasMonoImages false
 /CropMonoImages true
 /MonoImageMinResolution 1200
 /MonoImageMinResolutionPolicy /OK
 /DownsampleMonoImages true
 /MonoImageDownsampleType /Bicubic
 /MonoImageResolution 1200
 /MonoImageDepth -1
 /MonoImageDownsampleThreshold 1.50000
 /EncodeMonoImages true
 /MonoImageFilter /CCITTFaxEncode
 /MonoImageDict <<
 /K -1
 >>
 /AllowPSXObjects false
 /CheckCompliance [
 /None
 ]
 /PDFX1aCheck false
 /PDFX3Check false
 /PDFXCompliantPDFOnly false
 /PDFXNoTrimBoxError true
 /PDFXTrimBoxToMediaBoxOffset [
 0.00000
 0.00000
 0.00000
 0.00000
 ]
 /PDFXSetBleedBoxToMediaBox true
 /PDFXBleedBoxToTrimBoxOffset [
 0.00000
 0.00000
 0.00000
 0.00000
 ]
 /PDFXOutputIntentProfile ()
 /PDFXOutputConditionIdentifier ()
 /PDFXOutputCondition ()
 /PDFXRegistryName ()
 /PDFXTrapped /False
 /CreateJDFFile false
 /Description <<
 /ARA <FEFF06270633062A062E062F0645002006470630064700200627064406250639062F0627062F0627062A002006440625064606340627062100200648062B062706260642002000410064006F00620065002000500044004600200645062A064806270641064206290020064406440637062806270639062900200641064A00200627064406450637062706280639002006300627062A0020062F0631062C0627062A002006270644062C0648062F0629002006270644063906270644064A0629061B0020064A06450643064600200641062A062D00200648062B0627062606420020005000440046002006270644064506460634062306290020062806270633062A062E062F062706450020004100630072006F0062006100740020064800410064006F006200650020005200650061006400650072002006250635062F0627063100200035002E0030002006480627064406250635062F062706310627062A0020062706440623062D062F062B002E0635062F0627063100200035002E0030002006480627064406250635062F062706310627062A0020062706440623062D062F062B002E>
 /BGR <FEFF04180437043f043e043b043704320430043904420435002004420435043704380020043d0430044104420440043e0439043a0438002c00200437043000200434043000200441044a0437043404300432043004420435002000410064006f00620065002000500044004600200434043e043a0443043c0435043d04420438002c0020043c0430043a04410438043c0430043b043d043e0020043f044004380433043e04340435043d04380020043704300020043204380441043e043a043e043a0430044704350441044204320435043d0020043f04350447043004420020043704300020043f044004350434043f0435044704300442043d04300020043f043e04340433043e0442043e0432043a0430002e002000200421044a04370434043004340435043d043804420435002000500044004600200434043e043a0443043c0435043d044204380020043c043e0433043004420020043404300020044104350020043e0442043204300440044f0442002004410020004100630072006f00620061007400200438002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e00300020043800200441043b0435043404320430044904380020043204350440044104380438002e>
 /CHS <FEFF4f7f75288fd94e9b8bbe5b9a521b5efa7684002000410064006f006200650020005000440046002065876863900275284e8e9ad88d2891cf76845370524d53705237300260a853ef4ee54f7f75280020004100630072006f0062006100740020548c002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e003000204ee553ca66f49ad87248672c676562535f00521b5efa768400200050004400460020658768633002>
 /CHT <FEFF4f7f752890194e9b8a2d7f6e5efa7acb7684002000410064006f006200650020005000440046002065874ef69069752865bc9ad854c18cea76845370524d5370523786557406300260a853ef4ee54f7f75280020004100630072006f0062006100740020548c002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e003000204ee553ca66f49ad87248672c4f86958b555f5df25efa7acb76840020005000440046002065874ef63002>
 /CZE <FEFF005400610074006f0020006e006100730074006100760065006e00ed00200070006f0075017e0069006a007400650020006b0020007600790074007600e101590065006e00ed00200064006f006b0075006d0065006e0074016f002000410064006f006200650020005000440046002c0020006b00740065007200e90020007300650020006e0065006a006c00e90070006500200068006f006400ed002000700072006f0020006b00760061006c00690074006e00ed0020007400690073006b00200061002000700072006500700072006500730073002e002000200056007900740076006f01590065006e00e900200064006f006b0075006d0065006e007400790020005000440046002000620075006400650020006d006f017e006e00e90020006f007400650076015900ed007400200076002000700072006f006700720061006d0065006300680020004100630072006f00620061007400200061002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e0030002000610020006e006f0076011b006a016100ed00630068002e>/DAN <FEFF004200720075006700200069006e0064007300740069006c006c0069006e006700650072006e0065002000740069006c0020006100740020006f007000720065007400740065002000410064006f006200650020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e007400650072002c0020006400650072002000620065006400730074002000650067006e006500720020007300690067002000740069006c002000700072006500700072006500730073002d007500640073006b007200690076006e0069006e00670020006100660020006800f8006a0020006b00760061006c0069007400650074002e0020004400650020006f007000720065007400740065006400650020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e0074006500720020006b0061006e002000e50062006e00650073002000690020004100630072006f00620061007400200065006c006c006500720020004100630072006f006200610074002000520065006100640065007200200035002e00300020006f00670020006e0079006500720065002e>
 /DEU <FEFF00560065007200770065006e00640065006e0020005300690065002000640069006500730065002000450069006e007300740065006c006c0075006e00670065006e0020007a0075006d002000450072007300740065006c006c0065006e00200076006f006e002000410064006f006200650020005000440046002d0044006f006b0075006d0065006e00740065006e002c00200076006f006e002000640065006e0065006e002000530069006500200068006f006300680077006500720074006900670065002000500072006500700072006500730073002d0044007200750063006b0065002000650072007a0065007500670065006e0020006d00f60063006800740065006e002e002000450072007300740065006c006c007400650020005000440046002d0044006f006b0075006d0065006e007400650020006b00f6006e006e0065006e0020006d006900740020004100630072006f00620061007400200075006e0064002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e00300020006f0064006500720020006800f600680065007200200067006500f600660066006e00650074002000770065007200640065006e002e>
 /ESP <FEFF005500740069006c0069006300650020006500730074006100200063006f006e0066006900670075007200610063006900f3006e0020007000610072006100200063007200650061007200200064006f00630075006d0065006e0074006f00730020005000440046002000640065002000410064006f0062006500200061006400650063007500610064006f00730020007000610072006100200069006d0070007200650073006900f3006e0020007000720065002d0065006400690074006f007200690061006c00200064006500200061006c00740061002000630061006c0069006400610064002e002000530065002000700075006500640065006e00200061006200720069007200200064006f00630075006d0065006e0074006f00730020005000440046002000630072006500610064006f007300200063006f006e0020004100630072006f006200610074002c002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e003000200079002000760065007200730069006f006e0065007300200070006f00730074006500720069006f007200650073002e>
 /ETI <FEFF004b00610073007500740061006700650020006e0065006900640020007300e4007400740065006900640020006b00760061006c006900740065006500740073006500200074007200fc006b006900650065006c007300650020007000720069006e00740069006d0069007300650020006a0061006f006b007300200073006f00620069006c0069006b0065002000410064006f006200650020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e00740069006400650020006c006f006f006d006900730065006b0073002e00200020004c006f006f0064007500640020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e00740065002000730061006100740065002000610076006100640061002000700072006f006700720061006d006d006900640065006700610020004100630072006f0062006100740020006e0069006e0067002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e00300020006a00610020007500750065006d006100740065002000760065007200730069006f006f006e00690064006500670061002e000d000a>
 /FRA <FEFF005500740069006c006900730065007a00200063006500730020006f007000740069006f006e00730020006100660069006e00200064006500200063007200e900650072002000640065007300200064006f00630075006d0065006e00740073002000410064006f00620065002000500044004600200070006f0075007200200075006e00650020007100750061006c0069007400e90020006400270069006d007000720065007300730069006f006e00200070007200e9007000720065007300730065002e0020004c0065007300200064006f00630075006d0065006e00740073002000500044004600200063007200e900e90073002000700065007500760065006e0074002000ea0074007200650020006f007500760065007200740073002000640061006e00730020004100630072006f006200610074002c002000610069006e00730069002000710075002700410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e0030002000650074002000760065007200730069006f006e007300200075006c007400e90072006900650075007200650073002e>
 /GRE <FEFF03a703c103b703c303b903bc03bf03c003bf03b903ae03c303c403b5002003b103c503c403ad03c2002003c403b903c2002003c103c503b803bc03af03c303b503b903c2002003b303b903b1002003bd03b1002003b403b703bc03b903bf03c503c103b303ae03c303b503c403b5002003ad03b303b303c103b103c603b1002000410064006f006200650020005000440046002003c003bf03c5002003b503af03bd03b103b9002003ba03b103c42019002003b503be03bf03c703ae03bd002003ba03b103c403ac03bb03bb03b703bb03b1002003b303b903b1002003c003c103bf002d03b503ba03c403c503c003c903c403b903ba03ad03c2002003b503c103b303b103c303af03b503c2002003c503c803b703bb03ae03c2002003c003bf03b903cc03c403b703c403b103c2002e0020002003a403b10020005000440046002003ad03b303b303c103b103c603b1002003c003bf03c5002003ad03c703b503c403b5002003b403b703bc03b903bf03c503c103b303ae03c303b503b9002003bc03c003bf03c103bf03cd03bd002003bd03b1002003b103bd03bf03b903c703c403bf03cd03bd002003bc03b5002003c403bf0020004100630072006f006200610074002c002003c403bf002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e0030002003ba03b103b9002003bc03b503c403b103b303b503bd03ad03c303c403b503c103b503c2002003b503ba03b403cc03c303b503b903c2002e>
 /HEB <FEFF05D405E905EA05DE05E905D5002005D105D405D205D305E805D505EA002005D005DC05D4002005DB05D305D9002005DC05D905E605D505E8002005DE05E105DE05DB05D9002000410064006F006200650020005000440046002005D405DE05D505EA05D005DE05D905DD002005DC05D405D305E405E105EA002005E705D305DD002D05D305E405D505E1002005D005D905DB05D505EA05D905EA002E002005DE05E105DE05DB05D90020005000440046002005E905E005D505E605E805D5002005E005D905EA05E005D905DD002005DC05E405EA05D905D705D4002005D105D005DE05E605E205D505EA0020004100630072006F006200610074002005D5002D00410064006F00620065002000520065006100640065007200200035002E0030002005D505D205E805E105D005D505EA002005DE05EA05E705D305DE05D505EA002005D905D505EA05E8002E05D005DE05D905DD002005DC002D005000440046002F0058002D0033002C002005E205D905D905E005D5002005D105DE05D305E805D905DA002005DC05DE05E905EA05DE05E9002005E905DC0020004100630072006F006200610074002E002005DE05E105DE05DB05D90020005000440046002005E905E005D505E605E805D5002005E005D905EA05E005D905DD002005DC05E405EA05D905D705D4002005D105D005DE05E605E205D505EA0020004100630072006F006200610074002005D5002D00410064006F00620065002000520065006100640065007200200035002E0030002005D505D205E805E105D005D505EA002005DE05EA05E705D305DE05D505EA002005D905D505EA05E8002E>
 /HRV (Za stvaranje Adobe PDF dokumenata najpogodnijih za visokokvalitetni ispis prije tiskanja koristite ove postavke. Stvoreni PDF dokumenti mogu se otvoriti Acrobat i Adobe Reader 5.0 i kasnijim verzijama.)
 /HUN <FEFF004b0069007600e1006c00f30020006d0069006e0151007300e9006701710020006e0079006f006d00640061006900200065006c0151006b00e90073007a00ed007401510020006e0079006f006d00740061007400e100730068006f007a0020006c006500670069006e006b00e1006200620020006d0065006700660065006c0065006c0151002000410064006f00620065002000500044004600200064006f006b0075006d0065006e00740075006d006f006b0061007400200065007a0065006b006b0065006c0020006100200062006500e1006c006c00ed007400e10073006f006b006b0061006c0020006b00e90073007a00ed0074006800650074002e0020002000410020006c00e90074007200650068006f007a006f00740074002000500044004600200064006f006b0075006d0065006e00740075006d006f006b00200061007a0020004100630072006f006200610074002000e9007300200061007a002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e0030002c0020007600610067007900200061007a002000610074007400f3006c0020006b00e9007301510062006200690020007600650072007a006900f3006b006b0061006c0020006e00790069007400680061007400f3006b0020006d00650067002e>
 /ITA <FEFF005500740069006c0069007a007a006100720065002000710075006500730074006500200069006d0070006f007300740061007a0069006f006e00690020007000650072002000630072006500610072006500200064006f00630075006d0065006e00740069002000410064006f00620065002000500044004600200070006900f900200061006400610074007400690020006100200075006e00610020007000720065007300740061006d0070006100200064006900200061006c007400610020007100750061006c0069007400e0002e0020004900200064006f00630075006d0065006e007400690020005000440046002000630072006500610074006900200070006f00730073006f006e006f0020006500730073006500720065002000610070006500720074006900200063006f006e0020004100630072006f00620061007400200065002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e003000200065002000760065007200730069006f006e006900200073007500630063006500730073006900760065002e>/JPN <FEFF9ad854c18cea306a30d730ea30d730ec30b951fa529b7528002000410064006f0062006500200050004400460020658766f8306e4f5c6210306b4f7f75283057307e305930023053306e8a2d5b9a30674f5c62103055308c305f0020005000440046002030d530a130a430eb306f3001004100630072006f0062006100740020304a30883073002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e003000204ee5964d3067958b304f30533068304c3067304d307e305930023053306e8a2d5b9a306b306f30d530a930f330c8306e57cb30818fbc307f304c5fc59808306730593002>
 /KOR <FEFFc7740020c124c815c7440020c0acc6a9d558c5ec0020ace0d488c9c80020c2dcd5d80020c778c1c4c5d00020ac00c7a50020c801d569d55c002000410064006f0062006500200050004400460020bb38c11cb97c0020c791c131d569b2c8b2e4002e0020c774b807ac8c0020c791c131b41c00200050004400460020bb38c11cb2940020004100630072006f0062006100740020bc0f002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e00300020c774c0c1c5d0c11c0020c5f40020c2180020c788c2b5b2c8b2e4002e>
 /LTH <FEFF004e006100750064006f006b0069007400650020016100690075006f007300200070006100720061006d006500740072007500730020006e006f0072011700640061006d00690020006b0075007200740069002000410064006f00620065002000500044004600200064006f006b0075006d0065006e007400750073002c0020006b00750072006900650020006c0061006200690061007500730069006100690020007000720069007400610069006b007900740069002000610075006b01610074006f00730020006b006f006b007900620117007300200070006100720065006e006700740069006e00690061006d00200073007000610075007300640069006e0069006d00750069002e0020002000530075006b0075007200740069002000500044004600200064006f006b0075006d0065006e007400610069002000670061006c006900200062016b007400690020006100740069006400610072006f006d00690020004100630072006f006200610074002000690072002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e0030002000610072002000760117006c00650073006e0117006d00690073002000760065007200730069006a006f006d00690073002e>
 /LVI <FEFF0049007a006d0061006e0074006f006a00690065007400200161006f00730020006900650073007400610074012b006a0075006d00750073002c0020006c0061006900200076006500690064006f00740075002000410064006f00620065002000500044004600200064006f006b0075006d0065006e007400750073002c0020006b006100730020006900720020012b00700061016100690020007000690065006d01130072006f00740069002000610075006700730074006100730020006b00760061006c0069007401010074006500730020007000690072006d007300690065007300700069006501610061006e006100730020006400720075006b00610069002e00200049007a0076006500690064006f006a006900650074002000500044004600200064006f006b0075006d0065006e007400750073002c0020006b006f002000760061007200200061007400760113007200740020006100720020004100630072006f00620061007400200075006e002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e0030002c0020006b0101002000610072012b00200074006f0020006a00610075006e0101006b0101006d002000760065007200730069006a0101006d002e>
 /NLD (Gebruik deze instellingen om Adobe PDF-documenten te maken die zijn geoptimaliseerd voor prepress-afdrukken van hoge kwaliteit. De gemaakte PDF-documenten kunnen worden geopend met Acrobat en Adobe Reader 5.0 en hoger.)
 /NOR <FEFF004200720075006b00200064006900730073006500200069006e006e007300740069006c006c0069006e00670065006e0065002000740069006c002000e50020006f0070007000720065007400740065002000410064006f006200650020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e00740065007200200073006f006d00200065007200200062006500730074002000650067006e0065007400200066006f00720020006600f80072007400720079006b006b0073007500740073006b00720069006600740020006100760020006800f800790020006b00760061006c0069007400650074002e0020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e00740065006e00650020006b0061006e002000e50070006e00650073002000690020004100630072006f00620061007400200065006c006c00650072002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e003000200065006c006c00650072002000730065006e006500720065002e>
 /POL <FEFF0055007300740061007700690065006e0069006100200064006f002000740077006f0072007a0065006e0069006100200064006f006b0075006d0065006e007400f300770020005000440046002000700072007a0065007a006e00610063007a006f006e00790063006800200064006f002000770079006400720075006b00f30077002000770020007700790073006f006b00690065006a0020006a0061006b006f015b00630069002e002000200044006f006b0075006d0065006e0074007900200050004400460020006d006f017c006e00610020006f007400770069006500720061010700200077002000700072006f006700720061006d006900650020004100630072006f00620061007400200069002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e0030002000690020006e006f00770073007a0079006d002e>
 /PTB <FEFF005500740069006c0069007a006500200065007300730061007300200063006f006e00660069006700750072006100e700f50065007300200064006500200066006f0072006d00610020006100200063007200690061007200200064006f00630075006d0065006e0074006f0073002000410064006f0062006500200050004400460020006d00610069007300200061006400650071007500610064006f00730020007000610072006100200070007200e9002d0069006d0070007200650073007300f50065007300200064006500200061006c007400610020007100750061006c00690064006100640065002e0020004f007300200064006f00630075006d0065006e0074006f00730020005000440046002000630072006900610064006f007300200070006f00640065006d0020007300650072002000610062006500720074006f007300200063006f006d0020006f0020004100630072006f006200610074002000650020006f002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e0030002000650020007600650072007300f50065007300200070006f00730074006500720069006f007200650073002e>
 /RUM <FEFF005500740069006c0069007a00610163006900200061006300650073007400650020007300650074010300720069002000700065006e007400720075002000610020006300720065006100200064006f00630075006d0065006e00740065002000410064006f006200650020005000440046002000610064006500630076006100740065002000700065006e0074007200750020007400690070010300720069007200650061002000700072006500700072006500730073002000640065002000630061006c006900740061007400650020007300750070006500720069006f006100720103002e002000200044006f00630075006d0065006e00740065006c00650020005000440046002000630072006500610074006500200070006f00740020006600690020006400650073006300680069007300650020006300750020004100630072006f006200610074002c002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e00300020015f00690020007600650072007300690075006e0069006c006500200075006c0074006500720069006f006100720065002e>
 /RUS <FEFF04180441043f043e043b044c04370443043904420435002004340430043d043d044b04350020043d0430044104420440043e0439043a043800200434043b044f00200441043e043704340430043d0438044f00200434043e043a0443043c0435043d0442043e0432002000410064006f006200650020005000440046002c0020043c0430043a04410438043c0430043b044c043d043e0020043f043e04340445043e0434044f04490438044500200434043b044f00200432044b0441043e043a043e043a0430044704350441044204320435043d043d043e0433043e00200434043e043f0435044704300442043d043e0433043e00200432044b0432043e04340430002e002000200421043e043704340430043d043d044b04350020005000440046002d0434043e043a0443043c0435043d0442044b0020043c043e0436043d043e0020043e0442043a0440044b043204300442044c002004410020043f043e043c043e0449044c044e0020004100630072006f00620061007400200438002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e00300020043800200431043e043b043504350020043f043e04370434043d043804450020043204350440044104380439002e>
 /SKY <FEFF0054006900650074006f0020006e006100730074006100760065006e0069006100200070006f0075017e0069007400650020006e00610020007600790074007600e100720061006e0069006500200064006f006b0075006d0065006e0074006f0076002000410064006f006200650020005000440046002c0020006b0074006f007200e90020007300610020006e0061006a006c0065007001610069006500200068006f0064006900610020006e00610020006b00760061006c00690074006e00fa00200074006c0061010d00200061002000700072006500700072006500730073002e00200056007900740076006f00720065006e00e900200064006f006b0075006d0065006e007400790020005000440046002000620075006400650020006d006f017e006e00e90020006f00740076006f00720069016500200076002000700072006f006700720061006d006f006300680020004100630072006f00620061007400200061002000410064006f00620065002000520065006100640065007200200035002e0030002000610020006e006f0076016100ed00630068002e>

Mais conteúdos dessa disciplina