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ANÁLISE AMBIENTAL E GESTÃO DE RESÍDUOS AULA 5 Profª Adriana Helfenberger Coleto Assis 2 CONVERSA INICIAL Para manter e melhorar a qualidade de serviços e produtos, as organizações precisam reavaliar continuamente seu comportamento e seus protocolos para com o meio ambiente. Entretanto, a maior parte delas ainda atua de forma reativa, buscando somente a redução de impactos ambientais após a ocorrência de problemas. A redução de custos associada à racionalização do uso de energia e de água, com a reciclagem de resíduos, propicia oportunidades financeiras e ainda fomenta a imagem sustentável das organizações. Mas somente o idealismo ambiental proporciona um comportamento proativo, em que o meio ambiente é tratado como uma estratégia de negócio e fator de sucesso. A passagem de um comportamento organizacional reativo para um comportamento proativo requer, evidentemente, uma mudança cultural de todos os setores e colaboradores da organização. A consolidação dessa nova empresa sustentável é aprimorada com o planejamento e a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). TEMA 1 – PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS O Plano Nacional de Resíduos Sólidos, instituído pela Lei n. 12.305, de 2010, tem vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20 (vinte) anos, a ser atualizado a cada quatro anos. O conteúdo mínimo se estrutura da seguinte forma: • I – Diagnóstico da situação dos resíduos sólidos; • II – Proposição de cenários, incluindo tendências internacionais e macroeconômicas; • III – Metas de redução, reutilização e reciclagem, com intuito de minimizar a quantidade de resíduos e rejeitos; • IV – Metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos; • V – Metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; • VI – Programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas; 3 • VII – Normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos da União, para a obtenção de seu aval ou para o acesso a recursos administrativos destinados a ações e programas de interesse dos resíduos sólidos; • VIII – Medidas para incentivar e viabilizar a gestão regionalizada dos resíduos sólidos; • IX – Diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos das regiões integradas de desenvolvimento instituídas por lei complementar, bem como para as áreas de especial interesse turístico; • X – Normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber, de resíduos; • XI – Meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito nacional, de sua implementação e operacionalização, assegurado o controle social. Com a adoção de medidas que protejam o meio ambiente e promovam sustentabilidade, é possível frear os impactos e reduzir o desequilíbrio gerado. TEMA 2 – LEIS FEDERAIS DE SANEAMENTO BÁSICO O saneamento básico representa uma condição de saúde pública, que está fundamentada no acesso a água potável e tratamento de esgoto, o que é comprovadamente essencial para a garantia da saúde e o desenvolvimento social e econômico. Quando falamos de saneamento básico, estamos nos referindo aos serviços de abastecimento público de água potável, incluindo coleta, tratamento e disposição de esgoto sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Todos esses padrões são normalizados e garantidos pela Lei n. 11.445, de 2007, denominada Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico (LDNSB). O saneamento básico no Brasil é garantido também pelo Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico), importante instrumento para viabilização da universalização do saneamento básico no país. 4 Empresas qualificadas recebem permissão para gerir o saneamento básico do município e, por meio de políticas públicas (Figura 1), desenvolvem planos, projetos e ações para atender as necessidades da população. Figura 1 – Planejamento de serviços de saneamento Entende-se por política pública o somatório de atividades governamentais desenvolvidos para colocar em prática os direitos previstos pela Constituição Federal. Seu planejamento, criação e execução são feitos através de trabalho conjunto entre os três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. A política pública pode ser individual e específica para um dado município, podendo ser consultada através de sites da prefeitura municipal, do governo estadual ou da empresa responsável pelo serviço. A busca por informações a respeito da questão é essencial para o monitoramento e a avaliação da ação tomada. É importante, também, que as políticas públicas sejam efetivamente implementadas e ampliadas, em razão das necessidades da população. A Lei n. 11.445 é um marco legal do saneamento, uma vez que estabeleceu as diretrizes nacionais, mas não é única. Avaliação Identificação das Necessidades Inclusão na Agenda DecisãoPlanejamento Implementação Monitoramento Políticas Públicas 5 No Quadro 1 estão referenciadas as leis federais que tratam da qualidade das águas, como demonstração de que as questões ambientais estão bem amparadas por leis, resoluções e normas. Quadro 1 – Legislação federal sobre qualidade da água Lei Observações Código das águas Decreto 2.4643/34 e Decreto Lei n. 852/38 Regulamento o direito de propriedade das águas pelo Estado, regulamentando o aproveitamento dos recursos hídricos e estabelecendo a prioridade do abastecimento público, reforçando a necessidade de se manter a qualidade. Código Penal Brasileiro de 1940 Esse código estabeleceu penalidades para contaminação das águas potáveis e natural. Decreto-Lei n. 1.413/75 Estabeleceu o saneamento urbano em áreas críticas de poluição. Lei n. 6.803/80 Estabeleceu as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição. Decreto n. 88.351/83 Definiu a Política Nacional de Meio Ambiente, criando o Sisnama e Conama. Res Conama n. 01/86 Definiu a obrigatoriedade, conceitos e diretrizes do EIA/Rima. Res Conama n. 11/86 Aprovou os modelos de publicação de licenciamento diversos para a aprovação e instalação de empreendimentos. Lei n. 7.735/89 Extinguiu o Sema, criando o Ibama. Lei n. 7.796/89 Criou o Fundo Nacional do Meio Ambiente. Res. Conama n. 12/89 Proibiu atividades que possam pôr em risco a conservação dos ecossistemas, a proteção a biota de espécies raras e a harmonia da paisagem nas Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIEs). Portaria n. 36/90, do Ministério da Saúde Estabeleceu os padrões de potabilidade para as águas de abastecimento público. Lei n. 9.433/97 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, regulamentando o inciso XIX do art. 21 da CF/88. Lei n. 9.605/99 Dispõe sobre sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Lei n. 9.984/00 Cria a Agência Nacional das Águas (ANA) que é responsável pela execução da Política Nacional de Recursos Hídricos. Lei n. 10.257/01 É sancionado o Estatuto das Cidades, que estabelece diretrizes gerais da política urbana. 6 Res. Conama n. 357/05 Classifica as diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos de água, bem como estabelece as condições e padrões de uso e lançamento de efluentes. Decreto n. 5.440/05 Estabelece as definições e procedimentos sobre o controle da qualidade da água de sistemas de abastecimento. Lei n. 11.445/2007 Estabelece as diretrizes nacionais para saneamento básico. Decreto n. 7.217/10 Regulamenta a Lei da Política Nacional de Saneamento Básico. TEMA 3 – INSTRUMENTOS AMBIENTAIS Os instrumentos de gestão ambiental são ferramentas que auxiliam o processode planejamento, bem como de operacionalização, de modo que possa ser integrada de maneira estratégica. Entende-se como instrumentos de gestão o licenciamento ambiental, a educação ambiental, o estudo do impacto ambiental, o geoprocessamento, a mediação, o planejamento ambiental e a auditoria ambiental. 3.1 Licenciamento ambiental Trata-se de um instrumento de elevada relevância, amparado na Resolução do Conama n. 237, de 1997, que define os conceitos sobre licenciamento. No parágrafo 1° do art. 2º, estabelece os empreendimentos e as atividades sujeitos a tal condicionamento ambiental. Todo empreendimento ou atividade que envolve recursos naturais, como ar, solo e água, para início de seu funcionamento, devem apresentar Licenciamento Ambiental. Ou seja, antes do início de um determinado empreendimento, é necessário solicitar o documento. Ele é emitido pelo órgão de fiscalização ambiental considerado. Os tipos de licença são: licença prévia, licença de instalação e licença de operação. Cada uma estabelece um critério para o andamento da instalação do empreendimento ou atividade. No art. 8° da Resolução Conama n. 237/97, é definido o conceito de cada uma. No procedimento de licenciamento ambiental, por exemplo, deverá constar obrigatoriamente a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento estão em conformidade com a legislação 7 aplicável ao uso e ocupação do solo. Quando necessário, há autorização para a retirada de vegetação e a outorga para o uso da água, emitida pelos órgãos competentes. O parecer Conjur n. 312, de 2004, do Ministério do Meio Ambiente, discorre sobre a competência estadual e federal para o licenciamento, tendo como fundamento a abrangência do impacto gerado. As diretrizes para a sua execução estão expressas na Lei n. 6.938, de 1981 e nas Resoluções Conama n. 001/86 e n. 237/97. Os empreendimentos devem ser licenciados em um único nível de competência. 3.1.1 Competência federal Cabe ao Ibama o licenciamento de empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, caracterizado como: • Localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União; • Localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais estados; • Cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do país ou de um ou mais estados; • Destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN; • Bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação específica. Ao Ibama cabe o licenciamento após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos estados e municípios e o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento. 8 3.1.2 Competência estadual Compete ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades com as seguintes características: • Localizados ou desenvolvidos em mais de um município ou em unidades de conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal; • Localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente relacionadas no art. 4º da Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012, e em todas as que assim forem consideradas por normas federais, estaduais ou municipais; • Cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais municípios; • Delegados pela União aos estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio. O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal fará o licenciamento, após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos municípios em que se localiza a atividade ou empreendimento. Além disso, quando couber, é feito o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento. 3.1.3 Competência municipal Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União, dos estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo estado por instrumento legal ou convênio. 3.2 Licenciamento Prévio (LP) Deve ser solicitado antes do início das atividades, enquanto o empreendimento ou atividade encontra-se no nível de projeto. Para isso, são apresentadas ao órgão fiscalizador ambiental as documentações relativas aos aspectos do empreendimento, com planta de 9 localização, projetos técnicos estruturais, memorial descritivo das atividades e demais dados. O objetivo do documento é: • Aprovar a localização e concepção do empreendimento; • Atestar viabilidade ambiental; • Estabelecer requisitos e condicionantes a serem mantidos para as próximas fases do empreendimento. • Suprir o requerente com parâmetros para lançamento de efluentes líquidos, resíduos sólidos, emissões gasosas e sonoras no local, sempre adequados com os níveis de tolerância estabelecidos para a área requerida. • Exigir medidas de controle ambiental em decorrência dos impactos ambientais causados pela obra, atividade ou empreendimento. 3.3 Licença de Instalação (LI) Após aprovado o projeto, é necessário solicitar a licença de instalação. Somente após a sua emissão é que se pode iniciar a construção das instalações. O objetivo do documento é aprovar as especificações contidas nos planos, programas e projetos apresentados, incluindo medidas de controle ambiental e demais condicionantes, autoriza o início da implantação do empreendimento. 3.4 Licença de Operação (LO) De posse da licença de instalação, pode-se solicitar a Licença de Operação, que serve para verificar a eficácia do projeto ambiental em funcionamento. Será emitida após avaliação prática de funcionamento do empreendimento ou da atividade. Nela, define-se a identificação do empreendimento e características para o monitoramento, conforme Figura 2. 10 Figura 2 – Exemplo de Licença de Operação Logo do governo Logo do IAP LICENÇA DE OPERAÇÃO N. VALIDADE PROTOCOLO O INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ-IAP, COM BASE NA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E DEMAIS NORMAS PERTINENTES, E TENDO EM VISTA O CONTIDO NO EXPEDIENTE PROTOCOLADO SOB n. 12345678, EXPEDE A PRESENTE LICENÇA DE OPERAÇÃO A: 1. IDENTIFICAÇÃO DO AUTORIZADO Razão social – Pessoa Jurídica / nome – Pessoa Física XCW - Galvanoplastia C.G.C- Pessoa Jurídica/ C.P.F - Pessoa Física XXXXXXXXXXX Inscrição estadual- Pessoa Jurídica / R.G. - Pessoa Física XXXXXXXXXXX Endereço Rua Bacaetiperu Bairro Joanápolis Município Bom Retiro UF RY CEP 09000-440 2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO Empreendimento Tratamento de superfície Tipo de empreendimento/atividade Tratamento galvânico de peças metálicas Endereço Rua Antônio Bairro José Município Bom Retiro CEP 09000-440 Corpo hídrico do entorno Ribeirão Ana Luzia Bacia hidrográfica Rio Iguaçu Destino do esgoto sanitário Rede de esgoto Destino do efluente final Rede de esgoto 3. REQUISITO DO LICENCIAMENTO DE OPERAÇÃO A súmula desta licença deverá ser publicada no Diário Oficial do Estado e em jornal de grande circulação local ou regional, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, nos termos da Resolução CONAMA 006/86. Esta licença de operação tem validade acima mencionada, devendo a sua renovaçãoser solicitada ao IAP com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias. Quaisquer alterações ou expansões do processo de produção ou de volumes produzidos pela indústria, ou alterações ou expansões no empreendimento, deverão ser licenciadas pelo IAP. Esta LICENÇA DE OPERAÇÃO deverá ser afixada em local visível. Detalhamento dos requisitos de Licenciamento A presente Licença de Operação (renovação) foi emitida de acordo com o que estabelecem a Lei Federal n. 6.938 de 31/08/1981; Decreto Federal n. 99.274, de 06/06/90; Lei Estadual n. 10.066 de 27/06/92; Decreto Estadual n. 10.247 de 12/01/93; Resolução CONAMA n. 237 de 19/12/97, artigo 8º , Inciso III, e Resolução SEMA/IAP n. 31 de 24/08/98, artigo 2º, Inciso III, autoriza a operação propriamente dita do empreendimento e atividade, devendo ser observados, rigorosamente, durante sua operação os itens abaixo listados, bem como outros eventuais, constantes de fases anteriores do licenciamento ambiental. - Quaisquer ampliações e/ou alterações que venham a ocorrer no empreendimento e atividade, ora licenciados, em conformidade com o estabelecido pela Resolução SEMA/IAP n. 31 de 24 de agosto de 1998 em seu artigo 4º, serão objeto de novos licenciamentos prévio, de instalação e de operação. - A empresa deverá fazer o automonitoramento dos efluentes líquidos e apresentá-los trimestralmente ao IAP, para avaliação da eficiência do seu tratamento. - Os resíduos sólidos gerados e relacionados à atividade desenvolvida, quaisquer que sejam e em qualquer época, com a finalidade de evitar danos ambientais, deverão ser convenientemente armazenados e reutilizados no próprio local e/ou, encaminhados a terceiros para reutilização e/ou destinação final adequadas em empreendimentos e atividades devidamente licenciadas por este Instituto para a realização dos referidos serviços, mediante autorizações ambientais especificas e individuais neste sentido, a serem obtidas junto a este IAP, sendo vedados procedimentos diferentes destes especificados. - Os resíduos líquidos eventualmente gerados, em outras operações e atividades diversas levadas a efeito, de forma permanente ou sazonalmente no local, deverão ser objeto de procedimentos idênticos aos anteriormente Impressa: 23/03/2000 11 Logo do governo Logo do IAP LICENÇA DE OPERAÇÃO N. VALIDADE PROTOCOLO descritos e a serem conferidos aos resíduos sólidos. - Os esgotos sanitários, anteriormente ao seu descarte, deverão ser encaminhados para tratamento adequado, salvo em situação em que o seu lançamento venha a ser efetuado em rede coletora pública. É proibido o lançamento de esgoto sanitário ou de quaisquer outros resíduos líquidos em galerias de águas pluviais. - O descarte de efluentes industriais líquidos, previamente tratados, na rede coletora pública, quaisquer que sejam e em qualquer época, dependem de prévia autorização neste sentido, a ser obtida junto à Sanepar. - O descarte de efluentes industriais líquidos, mesmo que previamente tratados, em galerias de água pluviais, por sua vez, dependerá de prévia autorização neste sentido, a ser obtida junto a Prefeitura Municipal. - Na eventualidade da utilização pelo empreendimento de água subterrâneas e/ou superficiais, em qualquer época deverá ser observado o que estabelecem sobre o tema a lei Estadual 12.726/99 e o Decreto 4.646/01. - As águas pluviais incidentes sobre áreas cobertas e impermeabilizadas deverão ser encaminhadas para o respectivo sistema de drenagem, o qual deverá ser completamente isolado dos demais sistemas diversos, eventualmente, existentes. Deverá ser dotado também, de dispositivos adequados de bloqueio, para que contaminantes e/ou poluentes, quaisquer que sejam, provenientes de outros sistemas citados, obrigatoriamente, permaneçam retidos, dentro da área da empresa, inibindo-se assim a possibilidade de poluição ambiental, mediante o escoamento dos aludidos contaminantes e/ou poluentes, através do sistema de drenagem de águas pluviais. - Os demais sistemas eventualmente existentes, que estejam voltados à drenagem de outras substâncias no estado liquido ou semissólido, sejam matérias primas, produtos fabricados ou resíduos, deverão apresentar características idênticas às acima estabelecidas para o sistema de drenagem de águas pluviais. - Tancagens eventualmente existentes destinadas ao armazenamento de combustíveis, matérias- primas, produtos e/ou resíduos líquidos e semissólidos deverão estar de conformidade com as respectivas NBRs. - Os níveis de pressão sonora (ruídos), decorrentes da atividade que será desenvolvida no local, deverão estar em conformidade com aqueles preconizados pela Resolução CONAMA 001/90. -Eventuais emissões gasosas de materiais particulados e odores decorrentes da referida atividade deverão estar em conformidade com o que preconizam a Lei Estadual n. 13806/02 e a Resolução 041/02 da SAMA-PR. Será proibida também a queima a céu aberto de qualquer tipo de material no local. -Em ocorrendo a necessidade de remoção de qualquer tipo de cobertura vegetal na área da empresa, esta deverá ser precedida de Autorização Especifica a ser obtida junto ao Setor Florestal deste Instituto. - O consumo pela empresa de matérias-primas de origem florestal, em qualquer época e para qualquer finalidade, motivará prévio registro junto ao SERFLOR deste IAP. - No caso da existência de áreas de preservação permanente no local, deverá ser rigorosamente observado o que estabelecem sobre a matéria a Lei Federal n. 4.771 de 15/09/1965 e a Resolução n.303 – CONAMA de 20/03/2002 - A concessão desta licença não impedira exigências futuras decorrentes do avanço tecnológico ou da modificação das condições ambientais, conforme Decreto Estadual 857/79, artigo 7º, parágrafo 2º. - O não cumprimento da legislação ambiental vigente sujeitará a empresa e/ou seus representantes às sanções previstas na Lei Federal n. 9605/98, regulamentada pelo Decreto 3.179/99. - A presente Licença de Operação, em conformidade com o que consta no artigo 19 da Resolução CONAMA 273/97, poderá ser suspensa ou cancelada, na ocorrência de violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais, omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a sua emissão, bem como na superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. - Esta Licença foi concedida com base nas informações constantes de Cadastro específico apresentado pela requerente e não dispensa, tampouco substitui, quaisquer outros Alvarás e/ou Certidões de qualquer natureza a que eventualmente esteja sujeita, exigidos pela legislação Federal, Estadual ou Municipal. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente nos corpos de água, desde que obedeçam às seguintes condições: a) pH entre 5 a 9; b) temperatura: inferior a 40 ºC, sendo que a elevação da temperatura do corpo receptor não deverá exceder a 3 ºC; c) materiais sedimentáveis: até 1 mililitro em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para o lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes; d) regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do período de atividade diária do agente poluidor; e) óleos e graxas 12 -óleos minerais até 20 mg/L - óleos vegetais e gorduras animais até 50 mg/L f) ausência de materiais flutuantes: Parâmetro Concentração máxima admissível (mg/L) Carga de lançamento Demanda Química de Oxigênio Demanda Bioquímica de Oxigênio Cádmio Cianetos (CN) Cromo hexavalente Cromo trivalente Níquel Zinco 300 50 0,2 0,2 0,5 2 2 5 ***************Kg/dia ***************Kg/dia ***************Kg/dia ***************Kg/dia ***************Kg/dia ***************Kg/dia ***************Kg/dia ***************Kg/dia Os prazos de validade para cada licença, conforme legislações vigentes são: • LP: terá prazo de validademáximo de um ano, independente do porte e do potencial poluidor/degradador do empreendimento, podendo ser renovada de acordo com o cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade. A licença terá o prazo máximo de vigência de cinco anos, devendo ser renovada anualmente. Quando a LP vencer, o requerente deverá entrar com nova documentação e reiniciar o processo • LI: prazo de validade máximo de dois anos, independentemente do porte e do potencial poluidor/degradador do empreendimento, podendo ser renovada de acordo com o cronograma de implantação. A licença terá o prazo máximo de vigência de seis anos, devendo ser renovada a cada dois. • LO: tem prazo de validade mínimo de um ano e máximo de três anos, de acordo com o potencial poluidor/degradador da atividade/empreendimento, da seguinte forma: o Um ano para empreendimentos com alto potencial poluidor degradador; o Dois anos para empreendimentos com médio potencial poluidor degradador; o Três anos para empreendimentos com pequeno potencial poluidor degradador. O pedido de renovação da licença de operação deverá ser requerido com no mínimo 120 dias de antecedência, ficando automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. 13 As licenças podem ser expedidas isoladas ou sucessivamente, de acordo com natureza, característica e fase do empreendimento ou atividade. Há ainda outros tipos de licença: • Licença de Alteração: concedida para obras de ampliação, diversificação, alteração ou modificação de empreendimentos regularmente existentes; • Licença de Operação da Alteração: concluída a mudança o interessado deve requeres a LOA. • Licença simplificada: concedida para atividades de micro e pequeno porte, sendo essa renovada periodicamente. 3.5 Estudo do impacto ambiental A Resolução Conama n. 001, de 1986, estabelece, como Estudo de Impacto ambiental (EIA), o conjunto de estudos realizados por especialistas de diversas áreas, com dados técnicos detalhados, cuja função é auxiliar no diagnóstico ambiental da área onde será estabelecido o empreendimento. Assim, para o estabelecimento completo da descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, é preciso considerar os seguintes aspectos: • Meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas e as correntes atmosféricas; • Meio biológico e ecossistemas naturais: a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente. • Meio socioeconômico: uso e ocupação do solo, os usos da água e aspectos socioeconômicos associados, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e o potencial para futuras utilizações desses recursos. O estudo deverá apresentar uma análise dos impactos ambientais do projeto com suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: 14 impactos positivos e negativos diretos, indiretos, imediatos, de médio e longo prazos, temporários e permanentes; grau de reversibilidade; propriedades cumulativas e sinérgicas; distribuição dos ônus e benefícios sociais. Deverão ser estabelecidas medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas equipamentos de controle e meios de tratamento dos despejos e suas respectivas eficiências. Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados). 3.6 Geoprocessamento O geoprocessamento utiliza um conjunto de técnicas que visam coletar e compilar informações referentes às mudanças geográficas de qualquer natureza, assim como sua inter-relação com os demais eventos concomitantes ou provenientes dessas interações. Utilizando essas ferramentas, é possível traçar um rápido e completo panorama das condições ambientais de uma determinada região. Possibilitando o apontamento de diversos indicadores que sinalizam parâmetros relativos à biodiversidade da região, como regiões de desmatamento, erosão e poluição, a partir dele é possível estruturar medidas que visam proteger regiões vulneráveis à intervenção humana. Com as técnicas utilizadas, fica facilitada a elaboração de estudos e diagnósticos. A análise dos dados é fundamental antes da instalação de qualquer empreendimento. Pode ser usado como um método investigativo confirmatório, da presença de passivos ambientais, com averiguações dos níveis de contaminação dos solos, por meio da verificação, entre outros, de: • resistência à penetração oferecida pelo solo; • atrito lateral e permeabilidade do subsolo; • nível do lençol freático; • pressão de infiltração de um líquido no subsolo. O uso de métodos geofísicos na área ambiental possibilita ações em tempo reduzido, de modo não invasivo e limpo, pois não há geração de resíduos. 15 3.7 Educação ambiental Segundo a Lei n. 9.795, de 1999, educação ambiental é um processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Tem por objetivo despertar a consciência ambiental, com vistas à atuação sustentável. As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, por meio das seguintes linhas de atuação inter-relacionadas: • Capacitação de recursos humanos; • Desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações; • Produção e divulgação de material educativo; • Acompanhamento e avaliação. Nas atividades da Política Nacional de Educação Ambiental, serão respeitados os princípios e objetivos fixados, pela Lei n. 9.795/99. A educação ambiental é necessária como prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. Não deve ser uma disciplina específica no currículo de ensino. Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação ambiental, quando for necessário, é facultada a criação de disciplina específica. Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. Os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental. Entende-se por educação ambiental não formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio 16 ambiente, em que o Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, tem poder de incentivar. 3.8 Mediação de conflitos Os processos de apropriação e utilização de recursos ambientais sempre envolvem o interesse da coletividade (defendido pelo poder público) e outros interesses específicos, que mesmo legítimos, nem sempre estão em conformidade com os interesses da coletividade. Para mediar essas situações deconflito, o órgão de meio ambiente, no exercício de sua competência mediadora, deve proporcionar condições para que os diferentes envolvidos tenham a oportunidade de expor seus argumentos e fundamentos. É importante que os argumentos apresentados tenham respaldo técnico. Por isso, é necessário que se estabeleçam programas e que sejam mantidos procedimentos para monitorar e medir regularmente as principais características de operações que possam gerar um impacto significativo sobre o meio ambiente. O controle ambiental correto facilita a avaliação do desempenho ambiental, permitindo a comparação de dados entre duas situações. Um desempenho positivo pode ser melhor analisado, quando comparado com uma situação anterior. Esses procedimentos devem incluir a documentação de informações para monitorar o desempenho, os controles operacionais pertinentes e a conformidade com os objetivos e metas ambientais traçadas. A ausência de procedimentos de monitoramento não é admissível, pois as leis ambientais vigentes exigem controle ambiental constante. Um sistema de monitoramento pode auxiliar nos seguintes aspectos: • Avaliação do desempenho; • Identificação dos aspectos ambientais que necessitam de intervenção; • Indução e auxílio na identificação da causa-raiz dos problemas encontrados; • Melhoria do desempenho ambiental e da eficiência da gestão ambiental. 17 TEMA 4 – GESTÃO AMBIENTAL Qualquer que seja o empreendimento, no instante em que inicia sua operação, inicia-se também sua própria deterioração. Sabendo disso, temos a gestão ambiental, que se utiliza de princípios organizacional que emanam do desenvolvimento sustentável, fundamentada em três valores: o ecológico, o econômico e não tangíveis (ética, estética, cultura, entre outros). Ela tem o objetivo de orientar a empresa a alcançar metas ambientais específicas, através do planejamento organizacional. É possível, por meio de uma boa gestão, diminuir custos diretos, com a minimização de desperdício com matérias-primas e com recursos naturais, como água e energia. Também é possível diminuir custos indiretos, resultantes de sanções e indenizações relacionadas ao reparo de danos causados ao meio ambiente e/ou à saúde de colaboradores e da população próxima às unidades de produção da empresa. A gestão ambiental é um instrumento importante para as organizações em suas relações com consumidores, fornecedores e agências governamentais, pois é uma ferramenta utilizada para sistematizar as operações organizacionais de acordo com as exigências do mercado, conforme legislação vigente. Faz parte da gestão ambiental promover ações proativas e reativas, com técnicas para a recuperação de áreas degradadas, técnicas de reflorestamento, elaboração de estudo e relatório de impacto ambiental. A gestão ambiental é essencial no Brasil, tendo em vista não somente a base constitucional (art. 225 da Constituição Federal de 1988), que garante um meio ambiente equilibrado a todos os brasileiros, mas também a centralidade do Estado em matéria de gestão ambiental. No âmbito federal, o Ministério do Meio Ambiente desempenha tal papel mediador, tendo como função esperada conciliar os interesses de conservação ambiental com os demais interesses da sociedade. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), por exemplo, conta com participação da sociedade civil, com representantes de ONGs ambientalistas e representantes do setor privado, buscando debater as questões associadas à conservação do meio ambiente. https://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_brasileira_de_1988 https://pt.wikipedia.org/wiki/Minist%C3%A9rio_do_Meio_Ambiente_(Brasil) https://pt.wikipedia.org/wiki/CONAMA https://pt.wikipedia.org/wiki/ONGs 18 4.1 Sistema de Gestão Ambiental – ISO 14.000 A constante preocupação com os impactos resultantes das atividades industriais desenvolvidas sobre o meio ambiente é decorrente de uma associação de fatores, já mencionados anteriormente, que resultaram na necessidade de um gerenciamento eficaz entre desenvolvimento e fatores ambientais. A Inglaterra, berço dos sistemas de gestão da qualidade, também foi precursora do Sistema de Gestão Ambiental, através da Norma BS-7750, publicada em 1992. O crescente interesse e o clamor público por questões ambientais facilitaram a implantação do Comitê Técnico 207, pela Organização Internacional para Padronização (ISO), com a tarefa de elaborar uma série de normas direcionadas ao meio ambiente. A norma BS-7750 serviu de ferramenta para assegurar e verificar que os efeitos dos produtos, atividades e serviços de um determinado empreendimento estivessem de acordo com questões ambientalmente corretas, impostas pela legislação. Para isso, a norma especificou os elementos básicos de um Sistema de Gestão Ambiental: • Compromisso da alta direção; • Política Ambiental; • Organização pessoal; • Avaliação, controle operacional e registro dos efeitos; • Identificação de legislação aplicável; • Objetivos e metas, manuais de gerenciamento; • Programa de gerenciamento, auditorias e revisões. Ao contrário da Norma BS-7750, as normas da Série ISO 14.000 podem ser consideradas normas internacionais, pois foram desenvolvidas por uma organização com sede em Genebra, na Suíça, especializada em normas técnicas. Ela tem aproximadamente 180 Comitês Técnicos (TC), das mais variadas áreas. O responsável pela elaboração da Série 14000 é o TC-207. Essa norma auxilia a organização a tratar do meio ambiente de uma sistemática, melhorando 19 seu desempenho, tendo como princípio a proteção dos colaboradores, através do cumprimento de toda legislação e regulamentos. A norma prevê, ainda, o estabelecimento de metas e objetivos que são acompanhados através de auditorias internas e em avaliações da alta administração, conferindo atenção especial à comunicação com todas as partes interessadas. A ISO 14.001 é uma norma que trata de um processo de gerenciamento dos aspectos ambientais do empreendimento que têm impacto no ambiente. Ela envolve todos os membros da organização e todos os stakeholders (os clientes, os funcionários, os acionistas, os fornecedores e a sociedade). São utilizados processos para identificar todos os impactos ambientais. Também pode ser utilizada por qualquer tipo de organização, industrial ou de serviço, de qualquer porte, de qualquer ramo de atividade. Seu foco é na ação e no pensamento proativo, em lugar de reação a comandos e políticas de controle do passado. O sistema de gerenciamento ambiental previsto pela norma contém os seguintes elementos: • Política ambiental suportada pela alta administração; • Identificação dos aspectos ambientais e dos impactos significativos; • Identificação de requisitos legais e outros requisitos; • Estabelecimento de objetivos e metas que suportem a política ambiental; • Programa de gerenciamento ambiental; • Definição de papéis, responsabilidades e autoridade; • Treinamento e conhecimento dos procedimentos; • Processo de comunicação do sistema de gerenciamento ambiental com todas as partes interessadas; • Procedimentos de controle operacional; • Procedimentos para emergências; • Procedimentos para monitorar e medir as operações que tem um significativo impacto ambiental; • Procedimentos para corrigir não conformidade; • Procedimentos para gerenciamento dos registros; • Programa de auditorias e ação corretiva; • Procedimentos de revisão do sistema pela alta administração. 20 Essa norma envolve todos os elementos importantes do gerenciamento de uma empresa, com vistas a identificar aspectos significativos relativos a meio ambiente, para que seja possível prover o gerenciamento sustentável. É notório que a conscientização com relação aos aspectos ambientais proporciona uma vantagem competitiva daquelaorganização com relação às demais. Os produtos terão uma utilização mais segura, minimizando desperdícios. A partir do momento em que o consumidor pode escolher entre dois produtos com preço e qualidade similar, certamente dará prioridade a produtos que não comprometam o meio ambiente. A ISO 14.000 permite à empresa demonstrar que tem uma preocupação ambiental. Apesar da implantação voluntária, o mercado está exigindo sua utilização. Sua implantação também proporcionará economias para as empresas, por conta da redução do desperdício e do uso dos recursos naturais. A ISO 14.000 dá ênfase ao melhoramento contínuo, o que proporcionará economias crescentes à medida que o sistema está em funcionamento. TEMA 5 – CERTIFICADO AMBIENTAL A certificação é um procedimento pelo qual uma organização apresenta uma garantia escrita de que um produto, processo ou serviço está conforme os requisitos especificados. Significa que o Sistema de Gerenciamento Ambiental da Empresa foi avaliado por uma entidade independente, reconhecida por um organismo nacional de acreditação, considerado de acordo com os requisitos da norma ISO 14001. As empresas certificadas apresentam padronização mundial de ações relativas ao meio ambiente. Considerando questões comerciais, é possível afirmar que tais empresas estão em harmonia com as leis nacionais e internacionais, melhorando os impasses relacionados a barreiras comerciais não tarifárias. Ela promoverá a melhoria ambiental, por meio do atendimento a regulamentos e da atuação com compromisso ambiental. É importante relacionar que a implantação da ISO 14.000 é vantajosa para a organização e o consumidor. 21 Quadro 2 – Pontos positivos da implantação da ISO 14.000 Para a empresa Entre empresa e consumidor Facilita o cumprimento da legislação; Estrutura uma política ambiental para toda a empresa; Redução de riscos referentes a acidentes ambientais; Favorece o reconhecimento do público e dos clientes para o esforço de preservação ambiental; Melhora os métodos de gerenciamento; Minimiza o desperdício do uso de recursos naturais; Minimiza a geração de efluentes e o custo com o seu tratamento. Estabelece laço de confiança no produto fornecido pela empresa; Minimiza risco de acidentes ambientais; Informações recorrentes sobre os aspectos ambientais. As empresas que respeitam os dispositivos legais referentes às questões ambientais, apresentando procedimentos documentados compatíveis com os exigidos pelo órgão certificador, podem solicitar certificação ambiental. O sistema brasileiro de certificação ambiental é constituído por organizações credenciadas para certificarem, por empresas certificadas e pelo órgão do governo brasileiro responsável por regular a estrutura de certificações no Brasil, o Inmetro. Para essa certificação, é necessário contratar um Organismo de Certificação de Sistema de Gestão Ambiental (OCA), que são empresas certificadas pelo Inmetro para conduzir e conceder a certificação de conformidade, com base na norma ISO 14.001. Essas organizações credenciadas para certificarem as empresas brasileiras, com certificação ISO 14.001, estão disponíveis para consulta pública no portal do Inmetro na Internet. A certificação pode ser aplicada a qualquer atividade econômica, pública ou privada, principalmente em empreendimentos potencialmente poluidores, como indústrias e agroindústrias, pois esse sistema possibilita que a organização controle e minimize os riscos ambientais das suas atividades. A adoção da certificação por uma organização demonstra sua preocupação com o meio ambiente, pois obriga que a empresa assuma posturas proativas com relação às questões ambientais, com capacidade técnica para adaptação às mudanças que o mercado exigir. 22 As empresas certificadas são automaticamente associadas aos preceitos de sustentabilidade, o que aumenta a competitividade em um contexto de mercado globalizado por intermédio da melhoria de seu desempenho ambiental. Normalmente, o certificado tem validade de três anos, sendo realizadas auditorias de manutenção no intervalo de seis meses a um ano. Quando certificada, a empresa passa a ter direito de usar o logotipo do organismo certificador. Vale ressaltar que ele só pode ser usado nos materiais de divulgação da empresa, e não na embalagem dos produtos, porque o sistema está certificado, mas não o produto. Pelo site do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil, pode-se verificar a evolução das certificações emitidas no país. NA PRÁTICA Considere que uma empresa de gerenciamento de lixo compra material reciclado pelos valores estabelecidos na tabela a seguir. Tabela 1 – Valores de compra de material reciclado Material Valor pago por kg Latinha de alumínio R$ 3,40 Garrafa PET R$ 0,91 Papel reciclável misto R$ 0,22 Determine quantos quilos de cada material (individual) o colaborador deve recolher por mês para ganhar um salário-mínimo nacional (R$ 1.045,00). FINALIZANDO Para melhorar a qualidade de serviços e produtos, as organizações precisam reavaliar continuamente seu comportamento organizacional. Nessa ótica, o gerenciamento ambiental é um facilitador das questões legais. Nesse cenário, a gestão ambiental consiste na adequação da organização a leis, normas, decretos, instruções normativas e resoluções formulados com o objetivo de facilitar a solução de questões ambientais. TaEssasis determinações escritas devem ser encaradas como instrumentos de transformação, pois a 23 eficiência de um sistema de gestão está associada a ações que se traduzem em problemas resolvidos. Logo, a gestão ambiental deve ser vista como uma abordagem integrada que procura reparar questões que interferem no meio ambiente, por meio de interações entre diferentes sistemas, como o abastecimento de água e suas relações como os recursos hídricos. Nesse sentido, ela representa o ato de administrar as partes constitutivas do meio ambiente, visando recuperar ou manter o equilíbrio entre a natureza e o homem. Dessa forma, é necessário promover a redução de custos associados ao uso de energia, ao consumo de água e à reciclagem de produtos, sendo preciso permear as organizações quanto à consecução da política ambiental estabelecida pelo parlamento, em seus diversos níveis. 24 REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. _____. Decreto n. 7.217, de 21 de junho de 2010. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 22 jun. 2010a. _____. Decreto n. 88.351, de 1º de junho de 1983. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 3 jun. 1983. _____. Decreto-Lei n. 852, de 11 de novembro de 1938. Coleção de Lei do Brasil, Poder Executivo, Rio de Janeiro, 1938. _____. Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 11 jul. 2001. _____. Lei n. 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 8 jan. 2007. _____. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 3 ago. 2010b. _____. Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 28 maio 2012. _____. Lei n. 6.803, de 02 de julho de 1980. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 3 jul. 1980. _____. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 2 set. 1981. _____. Lei n. 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 fev. 1989a. _____. Lei n. 7.796, de 10 de julho de 1989. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 11 jul. 1989b. _____. Lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Diário Oficial da União, PoderLegislativo, Brasília, DF, 9 jan. 1997a. _____. Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 13 fev. 1998. _____. Lei n. 9.795, de 27 de jan. de 1999. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 28 jan. 1999. 25 _____. Lei n. 9.984, de 17 de julho de 2000. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 18 jul. 2000. _____. Ministério da Saúde. Portaria n. 36, de 19 de janeiro de 1990. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 23 jan. 1990. _____. Ministério do Meio Ambiente. Consultoria Jurídica. Parecer n. 312, de 4 de setembro de 2004. _____. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 1, de 23 de janeiro de 1986. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 17 fev. 1986a. _____. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 11, de 18 de março de 1986. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 2 maio 1986b. _____. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 12, de 14 de setembro de 1989. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 18 dez. 1989c. _____. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 237, de 19 de dezembro de 1997. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 22 dez. 1997b. _____. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 357, de 17 de março de 2005. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 18 jan. 2005. TEMA 1 – PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS Com a adoção de medidas que protejam o meio ambiente e promovam sustentabilidade, é possível frear os impactos e reduzir o desequilíbrio gerado. TEMA 2 – LEIS FEDERAIS DE SANEAMENTO BÁSICO