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Gestão de Resíduos e Saneamento

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ANÁLISE AMBIENTAL E 
GESTÃO DE RESÍDUOS 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Adriana Helfenberger Coleto Assis 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Para manter e melhorar a qualidade de serviços e produtos, as 
organizações precisam reavaliar continuamente seu comportamento e seus 
protocolos para com o meio ambiente. Entretanto, a maior parte delas ainda atua 
de forma reativa, buscando somente a redução de impactos ambientais após a 
ocorrência de problemas. 
A redução de custos associada à racionalização do uso de energia e de 
água, com a reciclagem de resíduos, propicia oportunidades financeiras e ainda 
fomenta a imagem sustentável das organizações. 
Mas somente o idealismo ambiental proporciona um comportamento 
proativo, em que o meio ambiente é tratado como uma estratégia de negócio e 
fator de sucesso. 
A passagem de um comportamento organizacional reativo para um 
comportamento proativo requer, evidentemente, uma mudança cultural de todos 
os setores e colaboradores da organização. A consolidação dessa nova empresa 
sustentável é aprimorada com o planejamento e a implantação de um Sistema 
de Gestão Ambiental (SGA). 
TEMA 1 – PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos, instituído pela Lei n. 12.305, de 
2010, tem vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20 (vinte) anos, a ser 
atualizado a cada quatro anos. O conteúdo mínimo se estrutura da seguinte 
forma: 
• I – Diagnóstico da situação dos resíduos sólidos; 
• II – Proposição de cenários, incluindo tendências internacionais e 
macroeconômicas; 
• III – Metas de redução, reutilização e reciclagem, com intuito de minimizar 
a quantidade de resíduos e rejeitos; 
• IV – Metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas 
unidades de disposição final de resíduos sólidos; 
• V – Metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à 
inclusão social de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; 
• VI – Programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas; 
 
 
3 
• VII – Normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos da 
União, para a obtenção de seu aval ou para o acesso a recursos 
administrativos destinados a ações e programas de interesse dos 
resíduos sólidos; 
• VIII – Medidas para incentivar e viabilizar a gestão regionalizada dos 
resíduos sólidos; 
• IX – Diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de 
resíduos sólidos das regiões integradas de desenvolvimento instituídas 
por lei complementar, bem como para as áreas de especial interesse 
turístico; 
• X – Normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando 
couber, de resíduos; 
• XI – Meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito 
nacional, de sua implementação e operacionalização, assegurado o 
controle social. 
 Com a adoção de medidas que protejam o meio ambiente e promovam 
sustentabilidade, é possível frear os impactos e reduzir o desequilíbrio gerado. 
TEMA 2 – LEIS FEDERAIS DE SANEAMENTO BÁSICO 
O saneamento básico representa uma condição de saúde pública, que 
está fundamentada no acesso a água potável e tratamento de esgoto, o que é 
comprovadamente essencial para a garantia da saúde e o desenvolvimento 
social e econômico. 
Quando falamos de saneamento básico, estamos nos referindo aos 
serviços de abastecimento público de água potável, incluindo coleta, tratamento 
e disposição de esgoto sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, 
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. 
Todos esses padrões são normalizados e garantidos pela Lei n. 11.445, 
de 2007, denominada Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico 
(LDNSB). 
O saneamento básico no Brasil é garantido também pelo Plansab (Plano 
Nacional de Saneamento Básico), importante instrumento para viabilização da 
universalização do saneamento básico no país. 
 
 
4 
Empresas qualificadas recebem permissão para gerir o saneamento 
básico do município e, por meio de políticas públicas (Figura 1), desenvolvem 
planos, projetos e ações para atender as necessidades da população. 
Figura 1 – Planejamento de serviços de saneamento 
 
Entende-se por política pública o somatório de atividades governamentais 
desenvolvidos para colocar em prática os direitos previstos pela Constituição 
Federal. Seu planejamento, criação e execução são feitos através de trabalho 
conjunto entre os três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. 
A política pública pode ser individual e específica para um dado município, 
podendo ser consultada através de sites da prefeitura municipal, do governo 
estadual ou da empresa responsável pelo serviço. A busca por informações a 
respeito da questão é essencial para o monitoramento e a avaliação da ação 
tomada. 
É importante, também, que as políticas públicas sejam efetivamente 
implementadas e ampliadas, em razão das necessidades da população. 
A Lei n. 11.445 é um marco legal do saneamento, uma vez que 
estabeleceu as diretrizes nacionais, mas não é única. 
Avaliação
Identificação 
das 
Necessidades
Inclusão na 
Agenda 
DecisãoPlanejamento 
Implementação 
Monitoramento 
Políticas 
Públicas 
 
 
5 
No Quadro 1 estão referenciadas as leis federais que tratam da qualidade 
das águas, como demonstração de que as questões ambientais estão bem 
amparadas por leis, resoluções e normas. 
 Quadro 1 – Legislação federal sobre qualidade da água 
Lei Observações 
Código das águas Decreto 
2.4643/34 e Decreto Lei n. 
852/38 
Regulamento o direito de propriedade das águas pelo Estado, 
regulamentando o aproveitamento dos recursos hídricos e 
estabelecendo a prioridade do abastecimento público, reforçando 
a necessidade de se manter a qualidade. 
Código Penal Brasileiro de 
1940 
Esse código estabeleceu penalidades para contaminação das 
águas potáveis e natural. 
Decreto-Lei 
n. 1.413/75 
Estabeleceu o saneamento urbano em áreas críticas de poluição. 
Lei n. 6.803/80 Estabeleceu as diretrizes básicas para o zoneamento industrial 
nas áreas críticas de poluição. 
Decreto n. 88.351/83 Definiu a Política Nacional de Meio Ambiente, criando o Sisnama 
e Conama. 
Res Conama n. 01/86 
 
Definiu a obrigatoriedade, conceitos e diretrizes do EIA/Rima. 
Res Conama n. 11/86 
 
Aprovou os modelos de publicação de licenciamento diversos 
para a aprovação e instalação de empreendimentos. 
Lei n. 7.735/89 Extinguiu o Sema, criando o Ibama. 
Lei n. 7.796/89 Criou o Fundo Nacional do Meio Ambiente. 
Res. Conama n. 12/89 Proibiu atividades que possam pôr em risco a conservação dos 
ecossistemas, a proteção a biota de espécies raras e a harmonia 
da paisagem nas Áreas de Relevante Interesse Ecológico 
(ARIEs). 
Portaria n. 36/90, do 
Ministério da Saúde 
Estabeleceu os padrões de potabilidade para as águas de 
abastecimento público. 
Lei n. 9.433/97 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, regulamentando 
o inciso XIX do art. 21 da CF/88. 
Lei n. 9.605/99 Dispõe sobre sanções penais e administrativas derivadas de 
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. 
Lei n. 9.984/00 Cria a Agência Nacional das Águas (ANA) que é responsável pela 
execução da Política Nacional de Recursos Hídricos. 
Lei n. 10.257/01 É sancionado o Estatuto das Cidades, que estabelece diretrizes 
gerais da política urbana. 
 
 
6 
Res. Conama n. 357/05 
 
 
Classifica as diretrizes ambientais para o enquadramento dos 
corpos de água, bem como estabelece as condições e padrões 
de uso e lançamento de efluentes. 
Decreto n. 5.440/05 Estabelece as definições e procedimentos sobre o controle da 
qualidade da água de sistemas de abastecimento. 
Lei n. 11.445/2007 Estabelece as diretrizes nacionais para saneamento básico. 
Decreto n. 7.217/10 Regulamenta a Lei da Política Nacional de Saneamento Básico. 
TEMA 3 – INSTRUMENTOS AMBIENTAIS 
Os instrumentos de gestão ambiental são ferramentas que auxiliam o 
processode planejamento, bem como de operacionalização, de modo que possa 
ser integrada de maneira estratégica. 
 Entende-se como instrumentos de gestão o licenciamento ambiental, a 
educação ambiental, o estudo do impacto ambiental, o geoprocessamento, a 
mediação, o planejamento ambiental e a auditoria ambiental. 
3.1 Licenciamento ambiental 
 Trata-se de um instrumento de elevada relevância, amparado na 
Resolução do Conama n. 237, de 1997, que define os conceitos sobre 
licenciamento. No parágrafo 1° do art. 2º, estabelece os empreendimentos e as 
atividades sujeitos a tal condicionamento ambiental. 
Todo empreendimento ou atividade que envolve recursos naturais, como 
ar, solo e água, para início de seu funcionamento, devem apresentar 
Licenciamento Ambiental. 
Ou seja, antes do início de um determinado empreendimento, é 
necessário solicitar o documento. Ele é emitido pelo órgão de fiscalização 
ambiental considerado. Os tipos de licença são: licença prévia, licença de 
instalação e licença de operação. 
Cada uma estabelece um critério para o andamento da instalação do 
empreendimento ou atividade. No art. 8° da Resolução Conama n. 237/97, é 
definido o conceito de cada uma. 
 No procedimento de licenciamento ambiental, por exemplo, deverá 
constar obrigatoriamente a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o 
local e o tipo de empreendimento estão em conformidade com a legislação 
 
 
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aplicável ao uso e ocupação do solo. Quando necessário, há autorização para a 
retirada de vegetação e a outorga para o uso da água, emitida pelos órgãos 
competentes. 
 O parecer Conjur n. 312, de 2004, do Ministério do Meio Ambiente, 
discorre sobre a competência estadual e federal para o licenciamento, tendo 
como fundamento a abrangência do impacto gerado. 
As diretrizes para a sua execução estão expressas na Lei n. 6.938, de 
1981 e nas Resoluções Conama n. 001/86 e n. 237/97. Os empreendimentos 
devem ser licenciados em um único nível de competência. 
3.1.1 Competência federal 
 Cabe ao Ibama o licenciamento de empreendimentos e atividades com 
significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, caracterizado 
como: 
• Localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; 
em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da 
União; 
• Localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais estados; 
• Cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do 
país ou de um ou mais estados; 
• Destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, 
armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que 
utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, 
mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN; 
• Bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a 
legislação específica. 
 Ao Ibama cabe o licenciamento após considerar o exame técnico 
procedido pelos órgãos ambientais dos estados e municípios e o parecer dos 
demais órgãos competentes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos 
municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento. 
 
 
 
 
8 
3.1.2 Competência estadual 
 Compete ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal o 
licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades com as seguintes 
características: 
• Localizados ou desenvolvidos em mais de um município ou em unidades 
de conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal; 
• Localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de 
vegetação natural de preservação permanente relacionadas no art. 4º da 
Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012, e em todas as que assim forem 
consideradas por normas federais, estaduais ou municipais; 
• Cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de 
um ou mais municípios; 
• Delegados pela União aos estados ou ao Distrito Federal, por instrumento 
legal ou convênio. 
 O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal fará o licenciamento, 
após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos 
municípios em que se localiza a atividade ou empreendimento. Além disso, 
quando couber, é feito o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos 
estados, do Distrito Federal e dos municípios, envolvidos no procedimento de 
licenciamento. 
3.1.3 Competência municipal 
 Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes 
da União, dos estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento 
ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e 
daquelas que lhe forem delegadas pelo estado por instrumento legal ou 
convênio. 
3.2 Licenciamento Prévio (LP) 
 Deve ser solicitado antes do início das atividades, enquanto o 
empreendimento ou atividade encontra-se no nível de projeto. 
Para isso, são apresentadas ao órgão fiscalizador ambiental as 
documentações relativas aos aspectos do empreendimento, com planta de 
 
 
9 
localização, projetos técnicos estruturais, memorial descritivo das atividades e 
demais dados. 
O objetivo do documento é: 
• Aprovar a localização e concepção do empreendimento; 
• Atestar viabilidade ambiental; 
• Estabelecer requisitos e condicionantes a serem mantidos para as 
próximas fases do empreendimento. 
• Suprir o requerente com parâmetros para lançamento de efluentes 
líquidos, resíduos sólidos, emissões gasosas e sonoras no local, sempre 
adequados com os níveis de tolerância estabelecidos para a área 
requerida. 
• Exigir medidas de controle ambiental em decorrência dos impactos 
ambientais causados pela obra, atividade ou empreendimento. 
3.3 Licença de Instalação (LI) 
 Após aprovado o projeto, é necessário solicitar a licença de instalação. 
Somente após a sua emissão é que se pode iniciar a construção das instalações. 
O objetivo do documento é aprovar as especificações contidas nos planos, 
programas e projetos apresentados, incluindo medidas de controle ambiental e 
demais condicionantes, autoriza o início da implantação do empreendimento. 
3.4 Licença de Operação (LO) 
 De posse da licença de instalação, pode-se solicitar a Licença de 
Operação, que serve para verificar a eficácia do projeto ambiental em 
funcionamento. Será emitida após avaliação prática de funcionamento do 
empreendimento ou da atividade. Nela, define-se a identificação do 
empreendimento e características para o monitoramento, conforme Figura 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
Figura 2 – Exemplo de Licença de Operação 
Logo do governo Logo do IAP 
LICENÇA DE OPERAÇÃO 
N. 
VALIDADE 
PROTOCOLO 
O INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ-IAP, COM BASE NA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E 
DEMAIS NORMAS PERTINENTES, E TENDO EM VISTA O CONTIDO NO EXPEDIENTE 
PROTOCOLADO SOB n. 12345678, EXPEDE A PRESENTE LICENÇA DE OPERAÇÃO A: 
1. IDENTIFICAÇÃO DO AUTORIZADO 
Razão social – Pessoa Jurídica / nome – Pessoa Física 
XCW - Galvanoplastia 
C.G.C- Pessoa Jurídica/ C.P.F - Pessoa Física 
XXXXXXXXXXX 
Inscrição estadual- Pessoa Jurídica / R.G. - Pessoa 
Física 
XXXXXXXXXXX 
Endereço 
Rua Bacaetiperu 
Bairro 
Joanápolis 
Município 
Bom Retiro 
UF 
RY 
CEP 
09000-440 
2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 
Empreendimento 
Tratamento de superfície 
Tipo de empreendimento/atividade 
Tratamento galvânico de peças metálicas 
Endereço 
Rua Antônio 
Bairro 
José 
Município 
Bom Retiro 
CEP 
09000-440 
Corpo hídrico do entorno 
Ribeirão Ana Luzia 
Bacia hidrográfica 
Rio Iguaçu 
Destino do esgoto sanitário 
Rede de esgoto 
Destino do efluente final 
Rede de esgoto 
3. REQUISITO DO LICENCIAMENTO DE OPERAÇÃO 
A súmula desta licença deverá ser publicada no Diário Oficial do Estado e em jornal de grande 
circulação local ou regional, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, nos termos da Resolução CONAMA 
006/86. 
Esta licença de operação tem validade acima mencionada, devendo a sua renovaçãoser solicitada 
ao IAP com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias. 
Quaisquer alterações ou expansões do processo de produção ou de volumes produzidos pela 
indústria, ou alterações ou expansões no empreendimento, deverão ser licenciadas pelo IAP. 
Esta LICENÇA DE OPERAÇÃO deverá ser afixada em local visível. 
Detalhamento dos requisitos de Licenciamento 
A presente Licença de Operação (renovação) foi emitida de acordo com o que estabelecem a Lei 
Federal n. 6.938 de 31/08/1981; Decreto Federal n. 99.274, de 06/06/90; Lei Estadual n. 10.066 de 
27/06/92; Decreto Estadual n. 10.247 de 12/01/93; Resolução CONAMA n. 237 de 19/12/97, artigo 8º 
, Inciso III, e Resolução SEMA/IAP n. 31 de 24/08/98, artigo 2º, Inciso III, autoriza a operação 
propriamente dita do empreendimento e atividade, devendo ser observados, rigorosamente, durante 
sua operação os itens abaixo listados, bem como outros eventuais, constantes de fases anteriores do 
licenciamento ambiental. 
- Quaisquer ampliações e/ou alterações que venham a ocorrer no empreendimento e atividade, ora 
licenciados, em conformidade com o estabelecido pela Resolução SEMA/IAP n. 31 de 24 de agosto 
de 1998 em seu artigo 4º, serão objeto de novos licenciamentos prévio, de instalação e de operação. 
- A empresa deverá fazer o automonitoramento dos efluentes líquidos e apresentá-los 
trimestralmente ao IAP, para avaliação da eficiência do seu tratamento. 
- Os resíduos sólidos gerados e relacionados à atividade desenvolvida, quaisquer que sejam e em 
qualquer época, com a finalidade de evitar danos ambientais, deverão ser convenientemente 
armazenados e reutilizados no próprio local e/ou, encaminhados a terceiros para reutilização e/ou 
destinação final adequadas em empreendimentos e atividades devidamente licenciadas por este 
Instituto para a realização dos referidos serviços, mediante autorizações ambientais especificas e 
individuais neste sentido, a serem obtidas junto a este IAP, sendo vedados procedimentos diferentes 
destes especificados. 
- Os resíduos líquidos eventualmente gerados, em outras operações e atividades diversas levadas a 
efeito, de forma permanente ou sazonalmente no local, deverão ser objeto de procedimentos 
idênticos aos anteriormente 
Impressa: 23/03/2000 
 
 
 
11 
Logo do governo Logo do IAP 
LICENÇA DE OPERAÇÃO 
N. 
VALIDADE 
PROTOCOLO 
descritos e a serem conferidos aos resíduos sólidos. 
- Os esgotos sanitários, anteriormente ao seu descarte, deverão ser encaminhados para tratamento 
adequado, salvo em situação em que o seu lançamento venha a ser efetuado em rede coletora 
pública. É proibido o lançamento de esgoto sanitário ou de quaisquer outros resíduos líquidos em 
galerias de águas pluviais. 
- O descarte de efluentes industriais líquidos, previamente tratados, na rede coletora pública, 
quaisquer que sejam e em qualquer época, dependem de prévia autorização neste sentido, a ser 
obtida junto à Sanepar. 
 - O descarte de efluentes industriais líquidos, mesmo que previamente tratados, em galerias de 
água pluviais, por sua vez, dependerá de prévia autorização neste sentido, a ser obtida junto a 
Prefeitura Municipal. 
- Na eventualidade da utilização pelo empreendimento de água subterrâneas e/ou superficiais, em 
qualquer época deverá ser observado o que estabelecem sobre o tema a lei Estadual 12.726/99 e o 
Decreto 4.646/01. 
- As águas pluviais incidentes sobre áreas cobertas e impermeabilizadas deverão ser encaminhadas 
para o respectivo sistema de drenagem, o qual deverá ser completamente isolado dos demais 
sistemas diversos, eventualmente, existentes. Deverá ser dotado também, de dispositivos adequados 
de bloqueio, para que contaminantes e/ou poluentes, quaisquer que sejam, provenientes de outros 
sistemas citados, obrigatoriamente, permaneçam retidos, dentro da área da empresa, inibindo-se 
assim a possibilidade de poluição ambiental, mediante o escoamento dos aludidos contaminantes 
e/ou poluentes, através do sistema de drenagem de águas pluviais. 
- Os demais sistemas eventualmente existentes, que estejam voltados à drenagem de outras 
substâncias no estado liquido ou semissólido, sejam matérias primas, produtos fabricados ou 
resíduos, deverão apresentar características idênticas às acima estabelecidas para o sistema de 
drenagem de águas pluviais. 
- Tancagens eventualmente existentes destinadas ao armazenamento de combustíveis, matérias-
primas, produtos e/ou resíduos líquidos e semissólidos deverão estar de conformidade com as 
respectivas NBRs. 
- Os níveis de pressão sonora (ruídos), decorrentes da atividade que será desenvolvida no local, 
deverão estar em conformidade com aqueles preconizados pela Resolução CONAMA 001/90. 
-Eventuais emissões gasosas de materiais particulados e odores decorrentes da referida atividade 
deverão estar em conformidade com o que preconizam a Lei Estadual n. 13806/02 e a Resolução 
041/02 da SAMA-PR. Será proibida também a queima a céu aberto de qualquer tipo de material no 
local. 
-Em ocorrendo a necessidade de remoção de qualquer tipo de cobertura vegetal na área da 
empresa, esta deverá ser precedida de Autorização Especifica a ser obtida junto ao Setor Florestal 
deste Instituto. 
- O consumo pela empresa de matérias-primas de origem florestal, em qualquer época e para 
qualquer finalidade, motivará prévio registro junto ao SERFLOR deste IAP. 
- No caso da existência de áreas de preservação permanente no local, deverá ser rigorosamente 
observado o que estabelecem sobre a matéria a Lei Federal n. 4.771 de 15/09/1965 e a Resolução 
n.303 – CONAMA de 20/03/2002 
- A concessão desta licença não impedira exigências futuras decorrentes do avanço tecnológico ou 
da modificação das condições ambientais, conforme Decreto Estadual 857/79, artigo 7º, parágrafo 2º. 
- O não cumprimento da legislação ambiental vigente sujeitará a empresa e/ou seus representantes 
às sanções previstas na Lei Federal n. 9605/98, regulamentada pelo Decreto 3.179/99. 
- A presente Licença de Operação, em conformidade com o que consta no artigo 19 da Resolução 
CONAMA 273/97, poderá ser suspensa ou cancelada, na ocorrência de violação ou inadequação de 
quaisquer condicionantes ou normas legais, omissão ou falsa descrição de informações relevantes 
que subsidiaram a sua emissão, bem como na superveniência de graves riscos ambientais e de 
saúde. 
- Esta Licença foi concedida com base nas informações constantes de Cadastro específico 
apresentado pela requerente e não dispensa, tampouco substitui, quaisquer outros Alvarás e/ou 
Certidões de qualquer natureza a que eventualmente esteja sujeita, exigidos pela legislação Federal, 
Estadual ou Municipal. 
Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente nos 
corpos de água, desde que obedeçam às seguintes condições: 
a) pH entre 5 a 9; 
b) temperatura: inferior a 40 ºC, sendo que a elevação da temperatura do corpo receptor não deverá 
exceder a 3 ºC; 
c) materiais sedimentáveis: até 1 mililitro em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para o lançamento em 
lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula, os materiais sedimentáveis 
deverão estar virtualmente ausentes; 
d) regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do período de atividade 
diária do agente poluidor; 
 e) óleos e graxas 
 
 
12 
-óleos minerais até 20 mg/L 
- óleos vegetais e gorduras animais até 50 mg/L 
f) ausência de materiais flutuantes: 
Parâmetro 
 
Concentração máxima 
admissível (mg/L) 
Carga de lançamento 
Demanda Química de Oxigênio 
Demanda Bioquímica de Oxigênio 
Cádmio 
Cianetos (CN) 
Cromo hexavalente 
Cromo trivalente 
Níquel 
Zinco 
300 
50 
0,2 
0,2 
0,5 
2 
2 
5 
***************Kg/dia 
***************Kg/dia 
***************Kg/dia 
***************Kg/dia 
***************Kg/dia 
***************Kg/dia 
***************Kg/dia 
***************Kg/dia 
 
 
Os prazos de validade para cada licença, conforme legislações vigentes são: 
• LP: terá prazo de validademáximo de um ano, independente do porte e 
do potencial poluidor/degradador do empreendimento, podendo ser 
renovada de acordo com o cronograma de elaboração dos planos, 
programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade. A licença 
terá o prazo máximo de vigência de cinco anos, devendo ser renovada 
anualmente. Quando a LP vencer, o requerente deverá entrar com nova 
documentação e reiniciar o processo 
• LI: prazo de validade máximo de dois anos, independentemente do porte 
e do potencial poluidor/degradador do empreendimento, podendo ser 
renovada de acordo com o cronograma de implantação. A licença terá o 
prazo máximo de vigência de seis anos, devendo ser renovada a cada 
dois. 
• LO: tem prazo de validade mínimo de um ano e máximo de três anos, de 
acordo com o potencial poluidor/degradador da 
atividade/empreendimento, da seguinte forma: 
o Um ano para empreendimentos com alto potencial poluidor 
degradador; 
o Dois anos para empreendimentos com médio potencial poluidor 
degradador; 
o Três anos para empreendimentos com pequeno potencial poluidor 
degradador. 
 O pedido de renovação da licença de operação deverá ser requerido com 
no mínimo 120 dias de antecedência, ficando automaticamente prorrogado até 
a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. 
 
 
13 
 As licenças podem ser expedidas isoladas ou sucessivamente, de acordo 
com natureza, característica e fase do empreendimento ou atividade. Há ainda 
outros tipos de licença: 
• Licença de Alteração: concedida para obras de ampliação, diversificação, 
alteração ou modificação de empreendimentos regularmente existentes; 
• Licença de Operação da Alteração: concluída a mudança o interessado 
deve requeres a LOA. 
• Licença simplificada: concedida para atividades de micro e pequeno porte, 
sendo essa renovada periodicamente. 
3.5 Estudo do impacto ambiental 
A Resolução Conama n. 001, de 1986, estabelece, como Estudo de 
Impacto ambiental (EIA), o conjunto de estudos realizados por especialistas de 
diversas áreas, com dados técnicos detalhados, cuja função é auxiliar no 
diagnóstico ambiental da área onde será estabelecido o empreendimento. 
Assim, para o estabelecimento completo da descrição e análise dos 
recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar 
a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, é preciso 
considerar os seguintes aspectos: 
• Meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos 
minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o 
regime hidrológico, as correntes marinhas e as correntes atmosféricas; 
• Meio biológico e ecossistemas naturais: a fauna e a flora, destacando as 
espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e 
econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação 
permanente. 
• Meio socioeconômico: uso e ocupação do solo, os usos da água e 
aspectos socioeconômicos associados, destacando os sítios e 
monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as 
relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais 
e o potencial para futuras utilizações desses recursos. 
 O estudo deverá apresentar uma análise dos impactos ambientais do 
projeto com suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e 
interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: 
 
 
14 
impactos positivos e negativos diretos, indiretos, imediatos, de médio e longo 
prazos, temporários e permanentes; grau de reversibilidade; propriedades 
cumulativas e sinérgicas; distribuição dos ônus e benefícios sociais. 
 Deverão ser estabelecidas medidas mitigadoras dos impactos negativos, 
entre elas equipamentos de controle e meios de tratamento dos despejos e suas 
respectivas eficiências. 
Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento 
(impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem 
considerados). 
3.6 Geoprocessamento 
O geoprocessamento utiliza um conjunto de técnicas que visam coletar e 
compilar informações referentes às mudanças geográficas de qualquer natureza, 
assim como sua inter-relação com os demais eventos concomitantes ou 
provenientes dessas interações. Utilizando essas ferramentas, é possível traçar 
um rápido e completo panorama das condições ambientais de uma determinada 
região. 
Possibilitando o apontamento de diversos indicadores que sinalizam 
parâmetros relativos à biodiversidade da região, como regiões de 
desmatamento, erosão e poluição, a partir dele é possível estruturar medidas 
que visam proteger regiões vulneráveis à intervenção humana. 
Com as técnicas utilizadas, fica facilitada a elaboração de estudos e 
diagnósticos. A análise dos dados é fundamental antes da instalação de qualquer 
empreendimento. 
Pode ser usado como um método investigativo confirmatório, da presença 
de passivos ambientais, com averiguações dos níveis de contaminação dos 
solos, por meio da verificação, entre outros, de: 
• resistência à penetração oferecida pelo solo; 
• atrito lateral e permeabilidade do subsolo; 
• nível do lençol freático; 
• pressão de infiltração de um líquido no subsolo. 
 O uso de métodos geofísicos na área ambiental possibilita ações em 
tempo reduzido, de modo não invasivo e limpo, pois não há geração de resíduos. 
 
 
15 
3.7 Educação ambiental 
 Segundo a Lei n. 9.795, de 1999, educação ambiental é um processo por 
meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, 
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a 
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia 
qualidade de vida e sua sustentabilidade. 
Tem por objetivo despertar a consciência ambiental, com vistas à atuação 
sustentável. 
As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem 
ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, por meio das 
seguintes linhas de atuação inter-relacionadas: 
• Capacitação de recursos humanos; 
• Desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações; 
• Produção e divulgação de material educativo; 
• Acompanhamento e avaliação. 
Nas atividades da Política Nacional de Educação Ambiental, serão 
respeitados os princípios e objetivos fixados, pela Lei n. 9.795/99. 
A educação ambiental é necessária como prática educativa integrada, 
contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. 
Não deve ser uma disciplina específica no currículo de ensino. Nos cursos 
de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da 
educação ambiental, quando for necessário, é facultada a criação de disciplina 
específica. 
Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos 
os níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das 
atividades profissionais a serem desenvolvidas. 
A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de 
professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. Os professores em 
atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, 
com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e 
objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental. 
Entende-se por educação ambiental não formal as ações e práticas 
educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões 
ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio 
 
 
16 
ambiente, em que o Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, tem 
poder de incentivar. 
3.8 Mediação de conflitos 
 Os processos de apropriação e utilização de recursos ambientais sempre 
envolvem o interesse da coletividade (defendido pelo poder público) e outros 
interesses específicos, que mesmo legítimos, nem sempre estão em 
conformidade com os interesses da coletividade. 
Para mediar essas situações deconflito, o órgão de meio ambiente, no 
exercício de sua competência mediadora, deve proporcionar condições para que 
os diferentes envolvidos tenham a oportunidade de expor seus argumentos e 
fundamentos. 
 É importante que os argumentos apresentados tenham respaldo técnico. 
Por isso, é necessário que se estabeleçam programas e que sejam mantidos 
procedimentos para monitorar e medir regularmente as principais características 
de operações que possam gerar um impacto significativo sobre o meio ambiente. 
 O controle ambiental correto facilita a avaliação do desempenho 
ambiental, permitindo a comparação de dados entre duas situações. Um 
desempenho positivo pode ser melhor analisado, quando comparado com uma 
situação anterior. 
 Esses procedimentos devem incluir a documentação de informações para 
monitorar o desempenho, os controles operacionais pertinentes e a 
conformidade com os objetivos e metas ambientais traçadas. A ausência de 
procedimentos de monitoramento não é admissível, pois as leis ambientais 
vigentes exigem controle ambiental constante. 
 Um sistema de monitoramento pode auxiliar nos seguintes aspectos: 
• Avaliação do desempenho; 
• Identificação dos aspectos ambientais que necessitam de intervenção; 
• Indução e auxílio na identificação da causa-raiz dos problemas 
encontrados; 
• Melhoria do desempenho ambiental e da eficiência da gestão ambiental. 
 
 
 
 
17 
TEMA 4 – GESTÃO AMBIENTAL 
Qualquer que seja o empreendimento, no instante em que inicia sua 
operação, inicia-se também sua própria deterioração. 
Sabendo disso, temos a gestão ambiental, que se utiliza de princípios 
organizacional que emanam do desenvolvimento sustentável, fundamentada em 
três valores: o ecológico, o econômico e não tangíveis (ética, estética, cultura, 
entre outros). 
Ela tem o objetivo de orientar a empresa a alcançar metas ambientais 
específicas, através do planejamento organizacional. 
É possível, por meio de uma boa gestão, diminuir custos diretos, com a 
minimização de desperdício com matérias-primas e com recursos naturais, como 
água e energia. 
Também é possível diminuir custos indiretos, resultantes de sanções e 
indenizações relacionadas ao reparo de danos causados ao meio ambiente e/ou 
à saúde de colaboradores e da população próxima às unidades de produção da 
empresa. 
A gestão ambiental é um instrumento importante para as organizações em 
suas relações com consumidores, fornecedores e agências governamentais, 
pois é uma ferramenta utilizada para sistematizar as operações organizacionais 
de acordo com as exigências do mercado, conforme legislação vigente. 
Faz parte da gestão ambiental promover ações proativas e reativas, com 
técnicas para a recuperação de áreas degradadas, técnicas de reflorestamento, 
elaboração de estudo e relatório de impacto ambiental. 
A gestão ambiental é essencial no Brasil, tendo em vista não somente a 
base constitucional (art. 225 da Constituição Federal de 1988), que garante um 
meio ambiente equilibrado a todos os brasileiros, mas também a centralidade do 
Estado em matéria de gestão ambiental. 
No âmbito federal, o Ministério do Meio Ambiente desempenha tal papel 
mediador, tendo como função esperada conciliar os interesses de conservação 
ambiental com os demais interesses da sociedade. 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), por exemplo, conta 
com participação da sociedade civil, com representantes 
de ONGs ambientalistas e representantes do setor privado, buscando debater 
as questões associadas à conservação do meio ambiente. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_brasileira_de_1988
https://pt.wikipedia.org/wiki/Minist%C3%A9rio_do_Meio_Ambiente_(Brasil)
https://pt.wikipedia.org/wiki/CONAMA
https://pt.wikipedia.org/wiki/ONGs
 
 
18 
4.1 Sistema de Gestão Ambiental – ISO 14.000 
 A constante preocupação com os impactos resultantes das atividades 
industriais desenvolvidas sobre o meio ambiente é decorrente de uma 
associação de fatores, já mencionados anteriormente, que resultaram na 
necessidade de um gerenciamento eficaz entre desenvolvimento e fatores 
ambientais. 
 A Inglaterra, berço dos sistemas de gestão da qualidade, também foi 
precursora do Sistema de Gestão Ambiental, através da Norma BS-7750, 
publicada em 1992. 
O crescente interesse e o clamor público por questões ambientais 
facilitaram a implantação do Comitê Técnico 207, pela Organização Internacional 
para Padronização (ISO), com a tarefa de elaborar uma série de normas 
direcionadas ao meio ambiente. 
 A norma BS-7750 serviu de ferramenta para assegurar e verificar que os 
efeitos dos produtos, atividades e serviços de um determinado empreendimento 
estivessem de acordo com questões ambientalmente corretas, impostas pela 
legislação. 
Para isso, a norma especificou os elementos básicos de um Sistema de 
Gestão Ambiental: 
• Compromisso da alta direção; 
• Política Ambiental; 
• Organização pessoal; 
• Avaliação, controle operacional e registro dos efeitos; 
• Identificação de legislação aplicável; 
• Objetivos e metas, manuais de gerenciamento; 
• Programa de gerenciamento, auditorias e revisões. 
 Ao contrário da Norma BS-7750, as normas da Série ISO 14.000 podem 
ser consideradas normas internacionais, pois foram desenvolvidas por uma 
organização com sede em Genebra, na Suíça, especializada em normas 
técnicas. Ela tem aproximadamente 180 Comitês Técnicos (TC), das mais 
variadas áreas. 
 O responsável pela elaboração da Série 14000 é o TC-207. Essa norma 
auxilia a organização a tratar do meio ambiente de uma sistemática, melhorando 
 
 
19 
seu desempenho, tendo como princípio a proteção dos colaboradores, através 
do cumprimento de toda legislação e regulamentos. 
A norma prevê, ainda, o estabelecimento de metas e objetivos que são 
acompanhados através de auditorias internas e em avaliações da alta 
administração, conferindo atenção especial à comunicação com todas as partes 
interessadas. 
 A ISO 14.001 é uma norma que trata de um processo de gerenciamento 
dos aspectos ambientais do empreendimento que têm impacto no ambiente. Ela 
envolve todos os membros da organização e todos os stakeholders (os clientes, 
os funcionários, os acionistas, os fornecedores e a sociedade). São utilizados 
processos para identificar todos os impactos ambientais. Também pode ser 
utilizada por qualquer tipo de organização, industrial ou de serviço, de qualquer 
porte, de qualquer ramo de atividade. 
 Seu foco é na ação e no pensamento proativo, em lugar de reação a 
comandos e políticas de controle do passado. O sistema de gerenciamento 
ambiental previsto pela norma contém os seguintes elementos: 
• Política ambiental suportada pela alta administração; 
• Identificação dos aspectos ambientais e dos impactos significativos; 
• Identificação de requisitos legais e outros requisitos; 
• Estabelecimento de objetivos e metas que suportem a política ambiental; 
• Programa de gerenciamento ambiental; 
• Definição de papéis, responsabilidades e autoridade; 
• Treinamento e conhecimento dos procedimentos; 
• Processo de comunicação do sistema de gerenciamento ambiental com 
todas as partes interessadas; 
• Procedimentos de controle operacional; 
• Procedimentos para emergências; 
• Procedimentos para monitorar e medir as operações que tem um 
significativo impacto ambiental; 
• Procedimentos para corrigir não conformidade; 
• Procedimentos para gerenciamento dos registros; 
• Programa de auditorias e ação corretiva; 
• Procedimentos de revisão do sistema pela alta administração. 
 
 
20 
 Essa norma envolve todos os elementos importantes do gerenciamento 
de uma empresa, com vistas a identificar aspectos significativos relativos a meio 
ambiente, para que seja possível prover o gerenciamento sustentável. 
 É notório que a conscientização com relação aos aspectos ambientais 
proporciona uma vantagem competitiva daquelaorganização com relação às 
demais. 
Os produtos terão uma utilização mais segura, minimizando desperdícios. 
A partir do momento em que o consumidor pode escolher entre dois produtos 
com preço e qualidade similar, certamente dará prioridade a produtos que não 
comprometam o meio ambiente. 
A ISO 14.000 permite à empresa demonstrar que tem uma preocupação 
ambiental. Apesar da implantação voluntária, o mercado está exigindo sua 
utilização. Sua implantação também proporcionará economias para as 
empresas, por conta da redução do desperdício e do uso dos recursos naturais. 
A ISO 14.000 dá ênfase ao melhoramento contínuo, o que proporcionará 
economias crescentes à medida que o sistema está em funcionamento. 
TEMA 5 – CERTIFICADO AMBIENTAL 
A certificação é um procedimento pelo qual uma organização apresenta 
uma garantia escrita de que um produto, processo ou serviço está conforme os 
requisitos especificados. Significa que o Sistema de Gerenciamento Ambiental 
da Empresa foi avaliado por uma entidade independente, reconhecida por um 
organismo nacional de acreditação, considerado de acordo com os requisitos da 
norma ISO 14001. 
As empresas certificadas apresentam padronização mundial de ações 
relativas ao meio ambiente. Considerando questões comerciais, é possível 
afirmar que tais empresas estão em harmonia com as leis nacionais e 
internacionais, melhorando os impasses relacionados a barreiras comerciais não 
tarifárias. 
Ela promoverá a melhoria ambiental, por meio do atendimento a 
regulamentos e da atuação com compromisso ambiental. É importante relacionar 
que a implantação da ISO 14.000 é vantajosa para a organização e o 
consumidor. 
 
 
 
21 
Quadro 2 – Pontos positivos da implantação da ISO 14.000 
Para a empresa Entre empresa e consumidor 
Facilita o cumprimento da legislação; 
Estrutura uma política ambiental para toda a empresa; 
Redução de riscos referentes a acidentes ambientais; 
Favorece o reconhecimento do público e dos clientes 
para o esforço de preservação ambiental; 
Melhora os métodos de gerenciamento; 
Minimiza o desperdício do uso de recursos naturais; 
Minimiza a geração de efluentes e o custo com o seu 
tratamento. 
Estabelece laço de confiança no 
produto fornecido pela empresa; 
Minimiza risco de acidentes 
ambientais; 
Informações recorrentes sobre os 
aspectos ambientais. 
 As empresas que respeitam os dispositivos legais referentes às questões 
ambientais, apresentando procedimentos documentados compatíveis com os 
exigidos pelo órgão certificador, podem solicitar certificação ambiental. 
 O sistema brasileiro de certificação ambiental é constituído por 
organizações credenciadas para certificarem, por empresas certificadas e pelo 
órgão do governo brasileiro responsável por regular a estrutura de certificações 
no Brasil, o Inmetro. 
Para essa certificação, é necessário contratar um Organismo de 
Certificação de Sistema de Gestão Ambiental (OCA), que são empresas 
certificadas pelo Inmetro para conduzir e conceder a certificação de 
conformidade, com base na norma ISO 14.001. 
Essas organizações credenciadas para certificarem as empresas 
brasileiras, com certificação ISO 14.001, estão disponíveis para consulta pública 
no portal do Inmetro na Internet. 
 A certificação pode ser aplicada a qualquer atividade econômica, pública 
ou privada, principalmente em empreendimentos potencialmente poluidores, 
como indústrias e agroindústrias, pois esse sistema possibilita que a organização 
controle e minimize os riscos ambientais das suas atividades. 
A adoção da certificação por uma organização demonstra sua 
preocupação com o meio ambiente, pois obriga que a empresa assuma posturas 
proativas com relação às questões ambientais, com capacidade técnica para 
adaptação às mudanças que o mercado exigir. 
 
 
22 
 As empresas certificadas são automaticamente associadas aos preceitos 
de sustentabilidade, o que aumenta a competitividade em um contexto de 
mercado globalizado por intermédio da melhoria de seu desempenho ambiental. 
 Normalmente, o certificado tem validade de três anos, sendo realizadas 
auditorias de manutenção no intervalo de seis meses a um ano. Quando 
certificada, a empresa passa a ter direito de usar o logotipo do organismo 
certificador. Vale ressaltar que ele só pode ser usado nos materiais de 
divulgação da empresa, e não na embalagem dos produtos, porque o sistema 
está certificado, mas não o produto. 
 Pelo site do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil, pode-se verificar 
a evolução das certificações emitidas no país. 
 
NA PRÁTICA 
Considere que uma empresa de gerenciamento de lixo compra material 
reciclado pelos valores estabelecidos na tabela a seguir. 
Tabela 1 – Valores de compra de material reciclado 
Material Valor pago por kg 
Latinha de alumínio R$ 3,40 
Garrafa PET R$ 0,91 
Papel reciclável misto R$ 0,22 
Determine quantos quilos de cada material (individual) o colaborador deve 
recolher por mês para ganhar um salário-mínimo nacional (R$ 1.045,00). 
FINALIZANDO 
Para melhorar a qualidade de serviços e produtos, as organizações 
precisam reavaliar continuamente seu comportamento organizacional. Nessa 
ótica, o gerenciamento ambiental é um facilitador das questões legais. 
Nesse cenário, a gestão ambiental consiste na adequação da organização 
a leis, normas, decretos, instruções normativas e resoluções formulados com o 
objetivo de facilitar a solução de questões ambientais. TaEssasis determinações 
escritas devem ser encaradas como instrumentos de transformação, pois a 
 
 
23 
eficiência de um sistema de gestão está associada a ações que se traduzem em 
problemas resolvidos. 
Logo, a gestão ambiental deve ser vista como uma abordagem integrada 
que procura reparar questões que interferem no meio ambiente, por meio de 
interações entre diferentes sistemas, como o abastecimento de água e suas 
relações como os recursos hídricos. Nesse sentido, ela representa o ato de 
administrar as partes constitutivas do meio ambiente, visando recuperar ou 
manter o equilíbrio entre a natureza e o homem. 
Dessa forma, é necessário promover a redução de custos associados ao 
uso de energia, ao consumo de água e à reciclagem de produtos, sendo preciso 
permear as organizações quanto à consecução da política ambiental 
estabelecida pelo parlamento, em seus diversos níveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. 
_____. Decreto n. 7.217, de 21 de junho de 2010. Diário Oficial da União, Poder 
Executivo, Brasília, 22 jun. 2010a. 
_____. Decreto n. 88.351, de 1º de junho de 1983. Diário Oficial da União, 
Poder Executivo, Brasília, 3 jun. 1983. 
_____. Decreto-Lei n. 852, de 11 de novembro de 1938. Coleção de Lei do 
Brasil, Poder Executivo, Rio de Janeiro, 1938. 
_____. Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 11 jul. 2001. 
_____. Lei n. 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 8 jan. 2007. 
_____. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 3 ago. 2010b. 
_____. Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 28 maio 2012. 
_____. Lei n. 6.803, de 02 de julho de 1980. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 3 jul. 1980. 
_____. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 2 set. 1981. 
_____. Lei n. 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 23 fev. 1989a. 
_____. Lei n. 7.796, de 10 de julho de 1989. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 11 jul. 1989b. 
_____. Lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Diário Oficial da União, PoderLegislativo, Brasília, DF, 9 jan. 1997a. 
_____. Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 13 fev. 1998. 
_____. Lei n. 9.795, de 27 de jan. de 1999. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 28 jan. 1999. 
 
 
25 
_____. Lei n. 9.984, de 17 de julho de 2000. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 18 jul. 2000. 
_____. Ministério da Saúde. Portaria n. 36, de 19 de janeiro de 1990. Diário 
Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 23 jan. 1990. 
_____. Ministério do Meio Ambiente. Consultoria Jurídica. Parecer n. 312, de 4 
de setembro de 2004. 
_____. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 1, de 23 de janeiro 
de 1986. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 17 fev. 1986a. 
_____. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 11, de 18 de março 
de 1986. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 2 maio 1986b. 
_____. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 12, de 14 de 
setembro de 1989. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 18 dez. 
1989c. 
_____. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 237, de 19 de 
dezembro de 1997. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 22 dez. 
1997b. 
_____. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 357, de 17 de março 
de 2005. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 18 jan. 2005. 
 
	TEMA 1 – PLANO NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
	Com a adoção de medidas que protejam o meio ambiente e promovam sustentabilidade, é possível frear os impactos e reduzir o desequilíbrio gerado.
	TEMA 2 – LEIS FEDERAIS DE SANEAMENTO BÁSICO

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