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INTERVENÇÂO DE TERCEIRO Implica na hipótese de que aquele que antes não figurava no processo passe a participar ┗Intervenção voluntária ┗O terceiro ingressa no processo por vontade própria ┗Intervenção provocada ┗O terceiro ingressa no processo por vontade de uma das partes que participa no processo ☠Intervenção de terceiros não produz novo processo. Somente há intervenção quando terceiro ingressa em processo em andamento AMPLIAÇÂO DOS LIMITES DA LIDE COM A INTERVENÇÃO DO TERCEIRO ┗Ampliação objetiva ┗Além de examinar os pedidos originários das partes, deverá analisar o pedido do terceiro ┗Ampliação subjetiva ┗Apesar de ingressar no processo, a pretensão inicial não muda CLASSIFICAÇÂO DAS FORMAS DE INTERVENÇÂO ┗Assistência (Art. 119 CPC) ┗Terceiro interessado intervirá no processo para auxiliar uma das partes ┗De iniciativa voluntária; com limite subjetivo ┗Assistência simples ┗É o mecanismo pelo qual se admite que um terceiro, que tenha interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes, possa requerer o seu ingresso, para auxiliar aquele a quem deseja que vença. ┗Requisito indispensável é eu o terceiro tenha interesse jurídico na vitória do litigante ┗Terá interesse jurídico aquele que tiver relação jurídica com uma das partes, diferente daquela sobre a qual versa o processo, mas que poderá ser afetada pelo resultado ┗Poderes do assistente simples ┗Pode praticar todos os atos processuais que não contrarie a vontade do assistido. ┗Para que ele possa praticar os atos que deseja no processo, não é preciso autorização expressa da parte. No silêncio, ele pode realizá-los, desde que compatíveis com a sua condição de assistente. Mas a parte principal tem o poder de vedar ao assistente a prática dos atos que não queira que ele realize; se isso ocorrer, o assistente não o poderá fazer. É relativamente raro que isso aconteça, porque, como o assistente deseja que o assistido vença, em regra, os atos por ele praticados são bem-vindos. Assistente poderá: Apresentar contestação em favor do réu que for revel, caso em que passará a ser considerado seu substituto processual. Na sua contestação, o assistente poderá apresentar todas as defesas (objeções e exceções) que poderiam ser apresentadas pelo próprio assistido I. Apresentar arguição de impedimentoII. Apresentar réplica, se o autor a quem assiste não o fizerIII. Juntar novos documentos pertinentes ao esclarecimento dos fatosIV. Requerer provas e participar da sua produção, arrolando testemunhas, formulando quesitos ou complementando os apresentados pela parte e participando das audiências, nas quais poderá formular reperguntas e requerer contradita das testemunhas do adversário V. Interpor recurso, salvo se a parte principal tiver renunciado a esse direito, manifestando o desejo de não recorrer. VI. Assistente não poderá: Praticar qualquer ato de disposição de direito, já que não é dele a relação de direito material que se discute. Isso afasta a possibilidade de ele renunciar ao direito em que se funda a ação, reconhecer o pedido ou transigir. Também não pode desistir da ação, embora possa desistir de recurso que tenha interposto I. Se opor a atos de disposição feitos pelo assistido, nos termos do art. 122 do CPCII. Arguir incompetência relativa ou suspeição. A incompetência relativa só pode ser suscitada pelo réu, e se não o for, no prazo legal, tornar-se-á preclusa. Só a ele cabe decidir se prefere que a ação continue correndo onde está ou que seja remetida para o foro competente. O mesmo vale para a suspeição do juiz, dado o caráter subjetivo da questão, podendo a parte, apesar dela, preferir que a demanda continue sendo conduzida pelo mesmo magistrado III. Reconvir. O art. 343 aduz expressamente que a reconvenção pode ser apresentada pelo réu. Por isso, o assistente não pode dela se valer. IV. ☠Sempre que o assistido for revel ou de alguma forma omisso, o assistente será considerado substituto processual ☠A coisa julgada não se estenderá ao assistente Intervenção de terceiros quinta‐feira, 15 de junho de 2023 16:26 Página 1 de Processo Civil I (Parte Geral) ☠Poderá ingressar em qualquer momento antes do transito em julgado da sentença ☠Parte contrária tem 15 dias para impugnar o pedido de participação do assistente ┗Assistência litisconsorcial ┗Existe somente no âmbito da legitimidade extraordinária ┗Terceiro passa a ser parte da relação jurídica discutida atuando como titular ou cotitular de uma das partes ┗É quando o substituído processual quer ingressar no processo ┗Efeito da sentença aplica-se ao substituto e ao substituído ┗Poderes do assistente litisconsorcial ┗Tem os mesmos poderes que o litisconsorte unitário, com ressalva de que, tendo ingressado com o processo já em curso, passará a atuar no estado em que o processo se encontra ┗Sua atuação não subordina-se ao do assistido ┗Poderá praticar atos que sejam benéficos, e o benefício se estenderá a parte. Essa regra não se aplica a atos desfavoráveis. ☠O assistente sofrerá os efeitos da coisa julgada ☠Poderá ingressar em qualquer momento antes do transito em julgado da sentença ☠Parte contrária tem 15 dias para impugnar o pedido de participação do assistente ┗Denunciação da lide (Art. 125 CPC) ┗A denunciação da lide é uma figura processual que permite ao réu de uma ação chamar um terceiro para integrar o processo, visando garantir a sua eventual responsabilidade em relação ao objeto da demanda e resolver todas as questões relacionadas ao litígio em um único processo. ┗De iniciativa provocada ┗São três as características fundamentais da denunciação da lide: a) É forma de intervenção de terceiros, que pode ser provocada tanto pelo autor quanto pelo réu, diversamente do chamamento ao processo, que só pode ser requerido pelo réu. b) Tem natureza jurídica de ação, mas não implica a formação de um processo autônomo. Haverá um processo único para a ação e a denunciação. Esta amplia o objeto do processo. O juiz, na sentença, terá de decidir não apenas a lide principal, mas a secundária. c) Todas as hipóteses de denunciação são associadas ao direito de regresso. Ela permite que o titular desse direito já o exerça nos mesmos autos em que tem a possibilidade de ser condenado, o que favorece a economia processual. ┗Direito de regresso ┗O direito de regresso é uma figura jurídica que se refere ao direito de uma pessoa que arca com um prejuízo ou uma obrigação em nome de outra pessoa buscar o ressarcimento ou a compensação por esse prejuízo junto àquela que, em princípio, seria a responsável por ele. Em outras palavras, quando alguém assume uma obrigação ou despesa em nome de outra pessoa, o direito de regresso permite que essa pessoa busque ser ressarcida pela parte que deveria ter arcar com o ônus inicialmente. ┗Hipóteses de cabimento ┗Deve ser feita ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam ┗Aquele que alega ser o verdadeiro dono pode ajuizar ação para reaver o bem, que está com o adquirente. Se ele for condenado a restituí-lo, terá sofrido evicção, com a perda da propriedade ou posse da coisa adquirida, pela qual pagou. O adquirente tem direito de regresso contra o alienante, para reaver o dinheiro que pagou pela coisa da qual ficou privado, já que foi reconhecido que o terceiro era o verdadeiro dono. ┗Ocorre quando o adquirente de um bem perde a propriedade ou posse da coisa adquirida, atribuída a terceiro. ☠Se a ação for procedente, ocorrerá evicção e poderá assim continuar na denunciação da lide. Porém, se a ação for julgada improcedente, não haverá evicção e a denunciação ficará prejudicada, restando ao juiz extingui-la sem resolução de mérito. ┗Direito de regresso decorrente de lei ou contrato ┗Autoriza-se a denunciação àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar em ação regressiva o prejuízo de quem for vencido no processo. ┗O direito regressivo será exercidopor ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida. ┗Procedimento de denunciação da lide ┗Pode ser requerida tanto pelo réu como pelo autor ┗Quando requerida pelo réu (Art. 126 CPC): ┗O réu, citado, deve requerer a denunciação da lide na contestação (CPC, art. 126), sendo indispensável que indique quais os fundamentos de fato e de direito em que baseia o direito de regresso e qual o pedido. Não há necessidade de atribuição de valor da causa Página 2 de Processo Civil I (Parte Geral) ┗Quando requerida pelo autor ┗O autor também pode requerer a denunciação da lide quando, temendo os prejuízos decorrentes de uma eventual improcedência, queira, no mesmo processo, exercer direito de regresso contra o terceiro, que tem obrigação de responder por tais prejuízos. ┗A denunciação será requerida pelo autor na petição inicial. Ele exporá os fatos e fundamentos jurídicos e formulará o seu pedido contra o réu, postulando o seu acolhimento. Mas, para a hipótese de eventual improcedência, já fará a denunciação da lide, postulando que o juiz condene o denunciado ao ressarcimento dos prejuízos que dela advierem. Se o juiz deferir a denunciação, mandará primeiro citar o denunciado e depois o réu, porque, na condição de litisconsorte do autor, na lide principal, aquele terá o direito de acrescentar novos argumentos à inicial ┗Chamamento ao processo (Art. 130 CPC) ┗De iniciativa provocada ┗O réu fiador ou devedor solidário, originariamente demandado, trará para compor o polo passivo, em litisconsórcio com ele, o afiançado ou os demais devedores solidários. ┗Ele ocorre quando o réu, em uma ação judicial, alega que um terceiro também deve ser incluído no processo como litisconsorte necessário, ou seja, como parte indispensável para a solução da controvérsia. O chamamento ao processo tem como finalidade principal evitar que o réu seja condenado a pagar uma dívida ou indenização, e posteriormente, tenha que buscar o ressarcimento desse valor do terceiro que também seria responsável. Assim, o réu solicita ao juiz que chame o terceiro para participar do processo e responder pela mesma demanda, de forma que a eventual condenação seja dividida entre ambos. ┗Por meio do chamamento, o réu traz ao processo outros réus, contra os quais o autor não demandou originariamente. Haverá um litisconsórcio passivo, cuja formação é ulterior, determinado pela manifestação do réu, que chama o devedor principal ou os codevedores solidários. ┗Os chamados entrarão no processo como litisconsórcio passivo. Em caso de procedência do pedido, todos serão condenados a pagar o autor ┗Hipóteses de cabimento (Art. 130 CPC) chamamento feito pelo fiador demandado ao devedor principal ┗A fiança é um contrato por meio do qual alguém, que não é devedor, assume a responsabilidade pelo pagamento de uma dívida. Se ela não for paga, o fiador responde com seus bens perante o credor. Mas como a dívida não é dele, feito o pagamento terá direito de ser ressarcido pelo devedor. Por isso, sendo demandado poderá chamá-lo ao processo. I. Havendo mais de um fiador, aquele que for demandado sozinho chamar ao processo os demaisII. Chamamento em caso de solidariedade ┗é admissível o chamamento ao processo de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum. ┗A solidariedade passiva caracteriza-se por atribuir ao credor a possibilidade de cobrar integralmente o crédito de qualquer dos devedores solidários, podendo demandar apenas um, mais de um ou todos. Se ajuizar a ação apenas em face de um ou alguns, os demais poderão ser chamados ao processo. Em caso de procedência, todos serão condenados, e o credor poderá requerer a penhora de bens de qualquer um deles, o que preserva o seu direito de escolher, entre todos, sobre qual deve recair a execução. Aquele que pagar integralmente a dívida sub-rogar-se-á nos direitos do credor, e poderá cobrar a quota-parte que seria devida pelos demais devedores solidários. ┗O devedor demandado não está obrigado a chamar ao processo todos os outros, podendo escolher mais um ou alguns. No entanto, os que forem chamados poderão, por sua vez, promover novo chamamento dos faltantes, pois, tal como ocorre com a denunciação da lide, há possibilidade de chamamentos sucessivos. III. ┗Procedimento ┗O chamamento ao processo seja requerido pelo réu na contestação, devendo a citação ser promovida no prazo de 30 dias, sob pena de ficar sem efeito. Com a citação do chamado, forma-se o litisconsórcio no polo passivo ┗Do Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (Art. 133 CPC) ┗Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. (Art. 50 CC) ┗Desconsideração comum (Responsabilidade patrimonial pelas dívidas da empresa é estendida aos sócios) ┗Desconsideração inversa (Responsabilidade patrimonial pelas dívidas dos sócios é estendida a empresa) ┗Débito e responsabilidade ┗Débito (Schuld) - Tem o débito aquele que efetivamente contraiu a obrigação ┗Responsabilidade (Haftung) - Tem a responsabilidade aquele que responde judicialmente com seus bens pelo cumprimento da obrigação ┗Pressupõe que já esteja em curso ação ajuizada pelo credor em face do devedor, isto é, da pessoa jurídica. É nessa hipótese que haverá intervenção de terceiros, pois há um processo em curso do qual o sócio não participava e do qual passará a Página 3 de Processo Civil I (Parte Geral) participar, caso a desconsideração seja deferida. A hipótese é de intervenção de terceiros provocada e não voluntária, já que não será o sócio a requerer o seu ingresso, mas o credor ou o Ministério Público, nos casos em que intervenha a requerê-lo. ┗Procedimento ┗É cabível em todas as fases do processo ┗Pode ser instaurado pelas partes ou Ministério Público ┗Devem indicar os fundamentos de fato e de direito em que é fundado o pedido ┗Se o pedido for acolhido, o juiz determinará a suspensão do processo que ficará paralisado até a resolução do incidente, após isso, o processo retoma o seu curso ┗Instaurado o incidente, o juiz determinará a citação do sócio (na desconsideração direta) ou da pessoa jurídica (na inversa), para que se manifestem no prazo de 15 dias. O incidente assegura contraditório prévio, permitindo que o sócio ou a pessoa jurídica apresentem as suas alegações e procurem demonstrar que não estão presentes os requisitos da lei material para a desconsideração. ☠O autor poderá requerer a desconsideração da personalidade jurídica não como incidente, mas na própria petição inicial, caso em que não haverá intervenção de terceiros, pois o sócio (ou pessoa jurídica no caso da desconsideração inversa) será incluído como réu na petição inicial e figurará como parte, e não como terceiro interveniente. ┗AMICUS CURIAE (Art. 138 CPC) ┗Refere-se a uma figura que permite a participação de terceiros, que não são partes diretamente envolvidas em um processo judicial, mas que possuem interesse na causa e podem oferecer informações relevantes para auxiliar o tribunal na tomada de decisão. O amicus curiae é um especialista, uma organização não governamental, uma entidade da sociedade civil ou até mesmo um grupo de cidadãos que possuem conhecimento e expertise em uma determinada área relacionada à disputa legal em questão. Eles são convidados ou podem solicitar autorização para apresentar informações complementares, pareceres técnicos, opiniões ou argumentos adicionais ao tribunal. ┗A participação do amicus curiae tem o objetivo de trazer uma perspectiva mais ampla sobre o tema, fornecer informações especializadase apresentar pontos de vista alternativos que possam ajudar o tribunal a tomar uma decisão mais justa e informada. Eles não são partes no processo, mas atuam como colaboradores para contribuir com o debate jurídico. ┗O amicus curiae funciona como um auxiliar do juízo porque, nas causas de maior relevância ou de maior impacto, ou que possam ter repercussão social, permitirá que o Judiciário tenha melhores condições de decidir, levando em consideração a manifestação dele, que figura como porta-voz de interesses institucionais, e não apenas de interesses individuais das partes. ┗Requisitos ┗Poderá ter Amicus Curiae nas seguintes hipóteses: A relevância da matériaI. ┗Repercussão geral das causas com relevância de cunho econômico, político, social ou jurídico Especificidade do tema objeto da demandaII. ┗Possibilidade do objeto da demanda exija conhecimentos particulares ou específicos Repercussão social da controvérsiaIII. ┗É necessário que a matéria tenha capacidade de repercutir na sociedade. ┗Requisitos para intervenção de terceiro Que seja terceiroI. Pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializadaII. Representatividade adequada (Evidencie interesse institucional)III. ┗Procedimento ┗Pode ser determinada de ofício, requerida pelas partes ou pelo próprio terceiro ┗Deferida decisão irrecorrível, terceiro terá prazo de 15 dias para manifestar-se ┗A participação do amicus curiae consistirá basicamente em emitir uma manifestação, opinar sobre a matéria que é objeto do processo em que ele foi admitido. QUADRO TIPOS DE INTERVEN ÇÃO ASSISTÊNCIA INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA AMICUS CURIAE DENUNCIAÇÃO DA LIDE CHAMAMENTO AO PROCESSO QUEM PODE REQUERE R A simples, o terceiro que tenha interesse jurídico na causa. A litisconsorcial, o substituído processual. Deve ser requerida pela parte ou pelo Ministério Público. O requerimento é feito pelo credor que queira estender a responsabilidade patrimonial a sócio, no caso de desconsideração direta ou pessoa jurídica, no caso da inversa. A terceiro que, não sendo titular de interesse próprio, discutido no processo, mas seja portador de um interesse institucional, poderá manifestar-se, trazendo ao julgador informações relativas á questão jurídica discutida, no sentido de se aprimorar o julgamento. O autor e o réu que tenham direito de regresso e que o queiram exercer no mesmo processo. O réu fiador ou devedor solidário. A INICIATIVA DA INTERVEN ÇÃO É sempre do terceiro, que espontaneamente requer o seu ingresso em processo alheio. Forma de intervenção de terceiros provocada. Pode ser determinada de ofício pelo juiz, requerida por qualquer das partes, ou de terminada a pedido do próprio terceiro. Intervenção provocada pelo autor ou pelo réu. Intervenção provocada pelo réu. Página 4 de Processo Civil I (Parte Geral) CABIMENT O Há duas formas de assistência: a simples e a litisconsorcial. A primeira cabe quando o terceiro tem relação jurídica com uma das partes, distinta daquela que está sendo discutida, mas que poderá ser afetada pela decisão. Em suma, quando o terceiro tem interesse jurídico. A litisconsorcial cabe quando há legitimidade extraordinária, pois quem pode figurar como tal é o substituído. Tem natureza de ação incidente, embora a lei se refira a ele como incidente. Cabe em qualquer fase do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença ou em execução por título extrajudicial quando, preenchidas as exigências do direito material, a parte ou o Ministério Público quiserem estender a responsabilidade patrimonial por dívida a sócio ou pessoa jurídico em decorrência do uso abusivo de pessoa jurídico para prejudicar credores. Cabe em razão da relevância da matéria discutida, da especificidade do tema objeto da demanda ou da repercussão social da controvérsia, quando se queira aprimora o julgamento, colhendo manifestação de portador de interesse institucional, com representatividade adequada. Tem natureza da ação e serve para o exercício do direito de regresso, nos casos de risco de evicção e quando houver direito de regresso decorrente de lei ou de contrato. Cabe quando o credor demanda apenas o fiador, que chama ao processo o devedor principal; ou apena um deles, que chamará ao processo os demais; ou um dos devedores solidários, que fará o chamamento dos restantes. Cabe, ainda, na hipótese do art. 1.698 do Código Civil, em que o devedor de alimentos pode acionar os coobrigados ou devedores imediatos. EFEITOS O assistente simples que for admitido será atingido pela justiça da decisão, salvo se ingressar em fase tão avançada ou tiver a sua atuação de tal forma cerceada, que não puder influir no resultado. Aquele que pode intervir como assistente litisconsorcial será atingido pela coisa julgada, intervindo ou não. Acolhido o incidente, haverá a possibilidade de, na execução, ser atingida a esfera patrimonial do sócio ou da pessoa jurídica, a quem foi estendida a responsabilidade. O amicus curiae emitirá uma manifestação ou opinará a respeito da questão jurídica posta em juízo e da repercussão sobre o interesse institucional de que ele é portador para que o julgador tenha mais elementos sobre o tema no momento de julgar. Se a denunciação da lide é feita pelo réu, em caso de procedência, cumprirá ao juiz verificar se ele tinha ou não direito de regresso em face do denunciado. Mas, em caso de improcedência, a denunciação ficará prejudicada e deverá ser extinta sem resolução de mérito. Se requerida pelo autor, caso a ação principal seja procedente, a denunciação ficará prejudicada. Em caso de procedência, chamante e chamado serão condenados. Na fase executiva, o credor poderá cobrar de qualquer um deles, salvo se se tratar de fiador com benefício de ordem, que pode exigir primeiro a excussão de bens do devedor principal. O que pagar integralmente a dívida, subroga-se nos direitos do credor. PARTICUL ARIDADES O assistente simples não é titular da relação discutida em juízo, mas de uma relação com ela interligada. Por isso, não tem os mesmos poderes que a parte, já que esta pode vetar os atos do assistente que não lhe convenham. Já o assistente litisconsorcial é verdadeiro litisconsorte facultativo unitário ulterior, tendo os mesmos poderes que o litisconsorte unitário. Apenas passa a integrar o processo na fase em que se encontra quando do seu ingresso. Não pode haver confusão entre o objeto da ação e o objeto do pedido de desconsideração. As pretensões são distintas. O acolhimento da desconsideração não transforma o sócio ou a pessoa jurídica em codevedores, mas apenas estende a eles a responsabilidade patrimonial, o que significa que, se na fase de execução, não forem encontrados bens do devedor para fazer frente ao débito, o juiz poderá autorizar a penhora de bens do sócio ou da empresa responsabilizada. É forma de intervenção de terceiros muito particular, porque o terceiro não figurará como parte nem como auxiliar da parte, mas como auxiliar do juízo. Por isso, sua intervenção fica limitada à emissão de manifestação ou opinião sobre determinada questão jurídica que lhe é apresentada. Tem predominado o entendimento de que não cabe a denunciação da lide quando ela introduza um fundamento fático novo, que exija a produção de provas que não seriam necessárias sem a denunciação. Afinal, ela não pode prejudicar o adversário do denunciante, a quem o direito de regresso não diz respeito. Por isso, tem-se indeferido a denunciação da Fazenda ao funcionário público, quando aquela estiver fundada em responsabilidade e objetiva e esta apontar culpa do funcionário, que exija provas. Havia importante controvérsia a respeito da posição dos chamados ao processo, pois há corrente doutrinária que sustentaque eles não figurariam como litisconsortes, mas formariam uma nova relação, desta feita entre os chamantes e os chamados. Tal corrente, conquanto respeitável, não foi acolhida pelo nosso ordenamento jurídico, tendo em vista o art. 131, que estabelece que os chamados Serão litisconsortes do chamante PROCEDI MENTO A assistência pode ser requerida em qualquer fase de processo e grau de jurisdição, mas o assistente tomará o processo no estado em que se encontra. O juiz ouvirá as partes e se houver impugnação, no prazo de quinze dias, decidirá o incidente, sem suspensão do processo. A desconsideração pode ser requerida já na inicial. Mas nesse caso não haverá intervenção de terceiro, mas ação contra o sócio ou pessoa jurídica, para que o juiz lhes reconheça a responsabilidade. Quando se tratar de intervenção, o sócio ou pessoa jurídica deverá ser citado, para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 dias. O juiz colherá as provas que entender necessárias e decidirá o incidente. Contra a decisão cabe agravo de instrumento. O juiz de ofício ou a requerimento das partes ou do terceiro admitirá a intervenção por decisão irrecorrível e intimará o amicus curiae a manifestar- se, definindo os seus poderes. O amicus curiae não pode recorrer, exceto para opor embargos de declaração, ou contra decisão que julgar incidente de resolução de emandas repetitivas. Feita pelo réu, deve ser apresentada no prazo de contestação. O juiz mandará citar o denunciado que poderá apresentar contestação. Formar-se-á um litisconsórcio em face da parte contrária (embora exista corrente que defenda a existência de assistência simples). Ao final, será proferida sentença conjunta. Se for feita pelo autor, deve ser requerida na inicial. O juiz mandará citar o denunciado, que poderá acrescentar novos argumentos à inicial (pedido principal) e contestar a denunciação. É sempre requerido pelo réu, no prazo de resposta, entre o chamante e os chamados, formar-se um litisconsórcio facultativo simples. O chamamento não é obrigatório e o réu que não o fizer poderá cobrar o que lhe é devido em ação autônoma. No entanto, sem o chamamento, o fiador perde o benefício de ordem. Página 5 de Processo Civil I (Parte Geral)