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Processo Civil I (Parte Geral) III


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Princípios Informativos
┗Lógico
┗A sequência de atos no processo deve obedecer a um regramento lógico, de forma que os supervenientes 
derivem dos precedentes, em uma ordenação que faça sentido. Não seria lógico, por exemplo, que se fizesse 
correr um prazo recursal antes que a decisão fosse proferida.
┗Econômico
┗O processo deve buscar obter o melhor resultado possível com o menor dispêndio de recurso e de esforços.
┗Jurídico
┗O processo deve respeitar as regras previamente estabelecidas no ordenamento jurídico.
┗Político
┗O processo deve buscar o seu fim último, que é a pacificação social, com o menor sacrifício social possível.
Princípios Constitucionais do CPC
┗P. Devido processo legal (P. da legalidade)
┗Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal
┗Devido proc. Legal Formal
┗Diz respeito aos procedimentos legais. Isto é, ao processo, às garantias que ele deve respeitar e ao 
regramento legal que deve obedecer.
┗Devido proc. Legal Substancial
┗Constitui autolimitação ao poder estatal, que não pode editar normas que ofendam a razoabilidade e afrontem 
as bases do regime democrático
┗P. do acesso à justiça (Inafastabilidade da jurisdição)
┗A Lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito - Art. 3° CPC
┗O Judiciário não pode se recusar a examinar e a responder os pedidos que lhe foram formulados
┗P. do contraditório e ampla defesa
┗aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes
┗O princípio do contraditório significa que você deve ser informado de todas as alegações e provas apresentadas 
pela outra parte e ter a chance de responder a elas. Isso garante que ambos os lados tenham igualdade de 
oportunidades para se expressar e influenciar nas decisões judiciais. Por exemplo, se a outra parte apresentar uma 
prova contra você, o princípio do contraditório garante que você possa contestar essa prova e apresentar suas 
próprias evidências em resposta.
┗O princípio da ampla defesa significa que você tem o direito de exercer sua defesa de maneira plena e efetiva. 
Isso inclui o direito de apresentar argumentos em seu favor, produzir provas que sustentem sua posição, chamar 
testemunhas que possam depor a seu favor e contar com a assistência de um advogado para orientá-lo e 
representá-lo durante o processo. A ampla defesa garante que você tenha todas as oportunidades necessárias 
para se defender de forma adequada e proteger seus direitos.
┗P. da duração razoável do processo
┗A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantem 
a celeridade de sua tramitação (Art. 5° LXVIII)
┗As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa (Art. 4 
CPC)
┗Devem-se buscar os melhores resultados possíveis, com a maior economia possível de esforços, despesas e tempo. 
Esse princípio interliga-se com o da efetividade do processo: afinal, a duração razoável é necessária para que ele seja 
eficiente.
┗P. da Isonomia
┗A CF assegura que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Sob o aspecto processual, a 
isonomia revela se pela necessidade de dar às partes tratamento igualitário em relação ao exercício de direitos e 
faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais (art. 7º do 
CPC)
┗Isonomia Formal
┗Se baseia na igualdade perante a lei de maneira formal. Significa que todas as pessoas são tratadas de 
forma igualitária, independentemente de suas diferenças individuais. Nesse sentido, a lei é aplicada de 
maneira uniforme para todos, sem distinções ou privilégios. A isonomia formal busca evitar a discriminação e a 
arbitrariedade na aplicação da lei, garantindo que todos estejam sujeitos às mesmas regras.
┗Isonomia Material
┗A isonomia material vai além da igualdade formal perante a lei e se concentra na igualdade de oportunidades 
Princípios Constitucionais e Infraconstitucionais
quinta‐feira, 8 de junho de 2023 17:30
 Página 1 de Processo Civil I (Parte Geral) 
e no tratamento justo das pessoas. Ela leva em consideração as desigualdades sociais, econômicas e 
culturais existentes na sociedade e busca promover a igualdade substancial, ou seja, uma igualdade que 
considere as diferenças entre as pessoas e busque corrigir as desigualdades para garantir um tratamento justo 
e equitativo. A isonomia material busca reduzir as disparidades sociais e econômicas, proporcionando 
oportunidades iguais para todos.
┗P. da imparcialidade do juiz
┗Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente, e o segundo, que não haverá juízo ou 
tribunal de exceção.
┗O juiz natural é aquele cuja competência é apurada de acordo com regras previamente existentes no ordenamento 
jurídico, e que não pode ser modificada a posteriori. Seria muito perigoso se o Estado pudesse criar juízos ou 
tribunais excepcionais para julgar um fato ocorrido anteriormente. Estaria aberta a via para o arbítrio, porque, se 
isso fosse possível, poderia o Estado retirar a causa de seu juiz natural. Além disso, se não houvesse regras 
previamente estabelecidas de competência, haveria o risco de o litigante escolher o juízo onde a demanda deveria 
ser proposta. Para tanto, ele procuraria aquele em que houvesse um juiz cuja convicção pudesse estar afinada com 
os seus interesses
┗Requisitos
┗O julgamento deve ser alguém investido no cargo
┗Órgão julgador deve ser preexistente sendo vedada a criação de tribunais de exceção
┗Julgamento deve ser feito por juiz competente
┗P. do duplo grau de jurisdição
┗Em sua essência, o duplo grau de jurisdição assegura que uma decisão judicial tomada em primeira instância possa ser 
revisada por um órgão judicial superior. Isso significa que, após uma decisão de um juiz ou tribunal de primeira instância, 
as partes envolvidas têm o direito de recorrer dessa decisão para um órgão de instância superior.
Esse segundo nível de julgamento tem como objetivo garantir a revisão da decisão anterior, verificando se os 
procedimentos legais foram seguidos corretamente e se a decisão foi justa e adequada. O órgão de instância superior 
pode reavaliar as provas, analisar os argumentos apresentados pelas partes e proferir uma nova decisão.
┗P. da publicidade dos atos processuais
┗A publicidade é mecanismo de controle das decisões judiciais. A sociedade tem o direito de conhecê-las, para poder 
fiscalizar os seus juízes e tribunais. Mas a própria Constituição reconhece que, em alguns casos, ela pode tornar-se 
nociva, quando então poderá ser restringida por lei.
┗Em que exigir o interesse público ou social
┗Que dizem respeito a relações conjulgais, alimentos e guarda de crianças e adolescentes
┗Dados sobre o direito a intimidade
┗Que versem sobre amizade
┗P. da motivação das decisões processuais
┗O juiz, ou tribunal, ao proferir suas decisões, deve justificá-las, apresentando as razões pelas quais determinou 
essa ou aquela medida, proferiu esse ou aquele julgamento. Sem a fundamentação, as partes, os órgãos superiores e 
a sociedade não conheceriam o porquê de o juiz ter tomado aquela decisão. A fundamentação é indispensável para a 
fiscalização da atividade judiciária, assegurando-lhe a transparência. Esse controle poderá ser exercido pelos próprios 
litigantes, pelos órgãos superiores, em caso de recurso, e pela sociedade.
┗Em caso de falta de motivação, qualquer dos litigantes poderá valer-se dos embargos de declaração, solicitando 
ao juiz que explique os fundamentos de sua decisão. Ou poderá valer-se do recurso adequado para postular a 
nulidade da decisão.
QUADRO GERAL DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL NA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Princípios Na Constituição Importância
Devido
processo
legal
Art. 5º-, LIV■ Assegura que ninguém perca os seus bens ou a sua liberdade sem que sejam respeitadasa lei e as garantias processuais inerentes ao processo. Pode ser substancial ou 
processual.
Acesso à justiça Art. 5º-, XXXV■ A lei não pode excluir da apreciação do Judiciário nenhuma lesão ou ameaça de lesão a 
direito. E o Judiciário deve responder a todos os requerimentos a ele dirigidos (ação em 
sentido amplo).
Contraditório Art. 52, LV■ Deve-se dar ciência aos participantes do processo de tudo o que nele ocorre, dando-lhes 
oportunidade de se manifestar e de se opor aos requerimentos do adversário.
Duração razoável 
do processo
Art. 5º■
LXXVIII
Princípio dirigido ao legislador e ao juiz. Ao legislador, a fim de que, na edição de leis 
processuais, cuide para que o processo chegue ao fim almejado no menor tempo possível 
e com a maior economia de esforços e gastos. Ao juiz, a fim de que conduza o processo 
com toda a presteza possível.
Isonomia Art. 5º-, caput■
e inc. 1
Também dirigida ao legislador e ao juiz, exige que a lei e o Judiciário tratem igualmente os 
iguais e desigualmente os desiguais na medida da sua desigualdade (isonomia real).
Imparcialidade do 
juiz
Art. 5º-, LIII e XXXVII■ Para toda causa há um juiz natural, apurado de acordo com regras previamente existentes 
no ordenamento jurídico. Em razão disso, é vedada a criação de juízos ou tribunais de 
exceção.
Duplo grau de 
jurisdição
Não tem previsão 
expressa
■ Conquanto não previsto, decorre implicitamente da adoção, pela CF, de um sistema de 
Ju1zos e tribunais que julgam recursos contra decisões inferiores. No entanto, nada 
impede que, em algumas circunstâncias, não exista o duplo grau.
Publicidade dos 
atos processuais
Art. 5º-, LX, que atribui à lei 
a regulamentação dos 
casos de sigilo (art. 189 do 
CPC)
■ Os atos processuais são públicos, o que é necessário para assegurar a transparência da 
atividade jurisdicional. A Constituição atribui à lei a regulamentação dos casos de sigilo, 
quando a defesa da intimidade ou o interesse público ou social o exigirem. Tal 
regulamentação foi feita no art. 189 do CPC.
Motivação das 
decisões
Art. 93, IX■ Também para que haja transparência da atividade judiciária, há necessidade de que todas 
as decisões dos juízos e tribunais sejam motivadas, para que os litigantes, os órgãos 
superiores e a sociedade possam conhecer a justificação para cada uma das decisões.
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Princípios Infraconstitucionais
┗P. do dispositivo
┗Ele estabelece que o processo deve ser conduzido pelas partes, ou seja, são as partes envolvidas no litígio que têm o 
poder de provocar a atuação do Estado-Juiz. De acordo com esse princípio, cabe às partes definirem os limites e o 
objeto da demanda, ou seja, elas são responsáveis por formular os pedidos, apresentar as alegações e requerer as 
provas que considerem necessárias para a defesa de seus interesses. O juiz, por sua vez, atua de forma passiva, 
atendendo aos pedidos e às provas solicitadas pelas partes, desde que estejam em conformidade com a lei.
┗P. do livre convencimento motivado
┗Cumpre ao juiz formar o seu convencimento livremente, examinando as provas produzidas. Mas essa convicção tem 
de estar embasada e fundamentada nos elementos que constam dos autos
┗Relacionado ao P. da fundamentação das decisões judiciais
┗Sistemas de avaliação de provas
┗Sistema da prova legal (Juiz atribui a cada prova um peso diferente)
┗Livre convencimento (Magistrado pode julgar sem prova alguma; somente com sua base cognitiva)
┗Livre convencimento motivado - Adotado no Brasil
┗P. da boa fé
┗A boa-fé está associada à lealdade processual e a necessidade de respeito a todos aqueles que participam do 
processo.
┗Art. 77 do CPC enumera hipóteses de boa-fé
┗Art. 80 do CPC enumera hipóteses de má-fé
┗P. da cooperação
┗Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito 
justa e efetiva QUADRO GERAL DOS PRINCÍPIOS INFRACONSTITUCIONAIS DO PROCESSO CIVIL
Princípio Na Lei Importância
Dispositivo Não há dispositivo 
específico
Nos processos que versam sobre interesses disponíveis, as partes podem transigir, o autor pode 
renunciar ao direito e o réu pode reconhecer o pedido. Cumpre ao interessado ajuizar a demanda 
e definir os limites objetivos e subjetivos da lide. Mas, no que concerne à condução do processo e 
à produção de provas, vigora o princípio inquisitivo, por força do art. 370 do CPC, sendo 
supletivas as regras do ônus da prova.
Imediação Art. 456 do CPC Derivado da oralidade, determina que o juiz colha diretamente a prova, sem intermediários.
Identidade 
física do juiz
Não há dispositivo 
específico no CPC,
mas prevalece a 
regra do art. 132
Do CPC de 1973
O juiz que colheu prova oral em audiência fica vinculado ao julgamento do processo,
desvinculando-se apenas nas hipóteses do art. 132 do CPC de 1973.
Concentração Art. 365 do CPC A audiência de instrução e julgamento é una e contínua. Caso não seja possível concluí-la no 
mesmo dia, o juiz designará outra data em continuação.
Irrecorribilidad
e,em 
separado, das 
interlocutórias
Art. 1.009, §
1º do CPC
Em regra, contra as decisões interlocutórias, o recurso cabível - o agravo - não suspenderá o 
processo.
Persuasão 
racional
Art. 371 do CPC Cabe ao juiz apreciar livremente as provas, devendo indicar, na sentença, os motivos de
sua decisão, que devem estar amparados nos elementos constantes dos autos.
Boa-fé Art. 5º
do CPC
Todos aqueles que participam do processo
devem comportar-se de acordo com a boa-fé.
Cooperação Art. 6º
do CPC
Exige que as partes cooperem para que o
processo alcance bom resultado, em tempo
razoável.
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