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DIREITO ADMINISTRATIVO - AULA 1 - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Direito Administrativo: “é o conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e as coletividades a que devem servir”
Administração Pública/Função administrativa : é a atividade do Estado para realizar os seus fins, de acordo com a ordem jurídica. 
Sentido objetivo/material: é o que faz a administração pública (nas funções administrativas). 
✓Polícia administrativa (art. 78, CTN). 
✓Fomento da iniciativa privada. 
✓Intervenção. 
✓Prestação de serviço público.
Sentido subjetivo/orgânico: inerente a quem integra a administração pública (conjunto de órgãos e pessoas jurídicas). 
✓Entes Federativos (centralização): prestação direta da atividade (administração direta). 
✓Órgãos públicos (desconcentração): mera distribuição interna de competências, na estrutura do mesmo ente federativo.
✓Entidades da administração indireta (descentralização legal ou outorga): delegação da titularidade e execução da atividade a uma pessoa jurídica criada com esta finalidade.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART. 37, caput, CRFB/88): “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte...” 
L egalidade I mpessoalidade M oralidade P ublicidade E ficiência 
Os princípios de uma ciência são as proposições básicas que condicionam todas as estruturas subsequentes. São alicerces!
Princípio da legalidade: traduz uma das mais expressivas conquistas da humanidade, isto é, possibilitar que as divergências, os conflitos, as tensões se resolvam não pelo primado da força, mas pelo império da lei. 
Agentes administrativos: só podem fazer o que a lei autorize ou determine. 
*Este princípio caracteriza o Estado de Direito, uma vez que o agente administrativo deve agir de acordo com o interesse do povo, titular do poder. 
Particulares: podem fazer tudo o que a lei não proíbe. 
Art. 5º, II, CF: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
Princípio da Impessoalidade: O administrador público deve ser imparcial e ter como finalidade de sua atuação a satisfação do interesse público. 
Não é permitido praticar atos administrativos para beneficiar a si ou a determinada pessoa. Vertentes do princípio: ✓ Determinante da finalidade da atuação administrativa: O ato deve visar sempre o interesse público, sob pena de nulidade. 
✓ Vedação de que o agente público use a máquina administrativa para benefício ou promoção pessoal. Quem atua é o Estado, e não o governante!! 
art. 37, §1º, CF: A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
Exigência constitucional de aprovação em concurso público: visa resguardar os princípios da impessoalidade, igualdade e eficiência.
✓ Art. 37, CF: II - A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
 
Supremo Tribunal Federal: “A vedação ao nepotismo na Administração Pública decorre diretamente da Constituição Federal e sua aplicação deve ser imediata e verticalizada. Viola os princípios da moralidade, impessoalidade e isonomia diploma legal que excepciona da vedação ao nepotismo os servidores que estivessem no exercício do cargo no momento de sua edição” (ADI 3.094 - DJE de 15-10-2019). 
✓ Súmula vinculante 13, STF: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”. 
✓ OBS: Proibição ao nepotismo não alcança nomeação para cargo de natureza política (STF – Rcl 22.339), entretanto o interesse público deverá estar presente na nomeação. 
Princípio da Moralidade; O administrador público deve atender aos ditames da conduta com ética, probidade, honestidade, de boa-fé e lealdade, das regras que assegurem a boa administração (finalidade pública). 
A conduta do agente administrativo deve ser legal e moral!! 
Art. 37, §4º, CF: Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei (Lei 8.429/92), sem prejuízo da ação penal cabível.
 • enriquecimento ilícito; 
• lesão ao erário; 
• atentar contra os princípios da administração pública.
Espécies de atos de improbidade (Lei 8.429/92 atualizada pela lei 14.230/2021): 
✓ Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei; 
✓ Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei;
✓ Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas (...). § 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis de sancionamento e independem do reconhecimento da produção de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.
Tipos de Sanções por Improbidade Administrativa; Art. 12: Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato(...) 
1. Sanção de natureza política: suspensão dos direitos políticos. 
2. Sanção de natureza político-administrativa: perda da função pública.
3. Sanção de natureza administrativa: proibição de contratar com o Poder Público e receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
Sanções de natureza civil: aplicação de multa civil, ressarcimento integral do dano e a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
Princípio da publicidade; A administração pública tem o dever de divulgar oficialmente os seus atos administrativos, para que o povo tenha ciência, bem como seja possível a transparência com a coisa pública (res publica, coisa pública – art.1º, CF). 
O povo tem o direito à divulgação de informações de interesse público, pois ele é o destinatário da atuação do Estado!Art. 5º, XXXIII, CF: todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
• Art. 37, § 3º, II, CF: A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (respeitados o direito à intimidade/vida privada e situações legais de sigilo). 
OBS: Foi editada a lei 12.527/11 para concretizar os mandamentos constitucionais.
Vertentes do princípio da publicidade: ✓ Necessidade da publicação em órgão oficial para que o ato tenha efeito. 
✓ Necessidade da publicação para que seja possível o controle dos atos administrativos (social ou dos órgãos de controle).
Exceções ao princípio: ✓ Sigilo de atos que possam colocar em risco à segurança da sociedade e do Estado. 
✓ Sigilo de atos que possam violar a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas (art. 5º, X, CF). 
Instrumentos para concretizar a publicidade dos atos administrativos: ✓ Direito de petição (art. 5º, XXXIV, “a”, CF); 
✓ Certidões (art. 5º, XXXIV, “b”, CF); 
✓ Ação administrativa ex officio para divulgação de informações de interesse público (lei 12.527/2011). 
OBS: violado o exercício de tais direitos é cabível Mandado de segurança (art. 5º, LXIX, CF) e habeas data (art. 5º, LXXII,CF). 
Princípio da eficiência (incluído pela EC 19/98); O agente público deve imprimir incansável esforço pela consecução do melhor resultado possível e o máximo proveito com o mínimo de recursos humanos e financeiros. 
Núcleo do princípio: é a procura da produtividade e economicidade, impondo a execução da atividade com presteza, perfeição e rendimento funcional. 
Eficiência: modo que se processa o desempenho da atividade (diz respeito ao agente). Eficácia: tem relação com os meios e instrumentos usados. 
Efetividade: relacionada aos resultados obtidos com as ações administrativas. 
OBS: não é possível afastar os demais princípios para melhor alcançar a eficiência
AULA 2: Princípios expressos e implícitos da administração pública.
Situação-problema: Em notícia publicada pelo CONJUR em 2007 descobriu-se que o Município do Rio de Janeiro havia publicado edital de concurso público para o cargo de guarda municipal exigindo aos candidatos pelo menos 20 dentes para que pudessem ocupar o referido cargo, caso aprovados. Segundo a revista eletrônica: “Se se tratasse do edital de um concurso de beleza, talvez o detalhe passasse despercebido, mas numa convocatória para seleção de guardas municipais a exigência fez barulho: para ser membro da Guarda Municipal do Rio de Janeiro, o candidato precisa ter pelo menos 20 dentes em cima e dez em baixo. Volta e meia, exigências descabidas em editais de concurso público levantam polêmica. Há dúvidas até mesmo se é legal fixar limite de idade. Em processos seletivos de policiais militares costuma-se fixar uma estatura mínima. E para exercer algumas atividades que só requerem habilidade mental, muitas vezes se exige prova de aptidão física”
Demais Princípios do Direito Administrativo 
➢ Art. 2º, lei 9784/99: A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
1. Princípio da Finalidade: Toda atividade administrativa deve atender aos fins públicos a que se destina (justiça, segurança e bem-estar).
 
2. Princípio da Supremacia do Interesse Público: As atividades da administração pública são desenvolvidas pelo Estado em benefício da coletividade, de modo que havendo conflito entre o interesse particular e o coletivo, prevalecerá o coletivo. 
3. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: O administrador público não pode dispor livremente do interesse público, pois quando atua não representa sua vontade, devendo agir nos termos estabelecidos em lei.
 
4. Princípio da Autotutela: A administração pública tem o poder/dever de rever seus próprios atos. 
❖ Formas de revisão: ➢ Anulação: deve anular atos administrativos ilegais. 
➢ Revogação: pode revogar os atos administrativos (legais) por razões de oportunidade e conveniência (análise do mérito administrativo).
5. Princípio da Continuidade do Serviço Público: O funcionamento da administração pública é obrigatório e não pode ser interrompido, pois os seus interesses são imprescindíveis para a coletividade. 
❖ A suspensão do serviço público facultativo (remunerado por tarifa) é permitida nos seguintes casos (art. 6º, §3º, I e II e § 4º da lei 8987/95): 
➢ Usuário não realiza o pagamento do serviço (inadimplência), desde que haja prévio aviso (neste caso a interrupção não poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado ou no domingo, nem em feriado ou no dia anterior a feriado);
 ➢ Por razões técnicas ou de segurança das instalações (manutenção), após prévio aviso (cabendo indenização aos usuários pelos prejuízos sofridos em decorrência da suspensão); ➢ Por razões de emergência. 
6. Princípio da Razoabilidade: Estabelece que os atos da administração pública no exercício de atos discricionários devem ocorrer de forma racional, sensata e coerente ao atendimento satisfatório do interesse público. 
7. Princípio da Proporcionalidade: Tal princípio veda que a atuação do administrador público ocorra por meio de atos inúteis, desvantajosos, desarrazoados e desproporcionais à finalidade a que se destina (deve haver adequação entre os meios e os fins).
8. Princípio da Motivação: A administração pública deve justificar o motivo da prática do ato administrativo (regra).
 Exemplo: ato de desapropriação de imóvel para construir um hospital público. 
• Motivo: é a causa imediata do ato, que autoriza a prática dele (falta de hospital público local). ≠ • Motivação: é a explicação por escrito das razões que levaram à prática do ato (a saúde é direito de todos e dever do Estado). 
❖ Teoria dos motivos determinantes: a validade do ato administrativo depende da veracidade dos motivos alegados pela administração pública. 
AULA 3: Poderes da administração pública
Poderes administrativos: são instrumentos que a Administração Pública (na função administrativa) dispõe para consecução do interesse público. 
Poder-dever: o poder administrativo conferido à administração para atingir o fim público representa um dever de agir e uma obrigação do administrador público de atuar em benefício da coletividade e seus indivíduos. 
Dever de: • Eficiência • Probidade • Prestar contas. 
O Poder é uma prerrogativa funcional de direito público que viabiliza a atividade do agente público. 
Os poderes são irrenunciáveis, sendo a inércia punida na forma legal (art. 121, lei 8112/90).
1 Poder Vinculado: A lei determina como o agente tem que agir em situação específica, não deixando para ele poder de decisão. A lei decide em seu lugar, sendo o agente público um mero executor. Não há liberdade operacional, nem conveniência e oportunidade na prática do ato. Ex: um servidor público que faltar 33 dias ininterruptos terá que ser DEMITIDO, obrigatoriamente (art. 138 c/c 132, II, lei 8112/90).
2 Poder Discricionário: É a prerrogativa conferida aos agentes públicos de elegerem, entre várias condutas possíveis, a que traduz maior conveniência e oportunidade para o interesse público. A lei deixa uma razoável liberdade de escolha ao agente (que deve atender ao fim previsto em lei e aos princípios da administração).
• Conveniência: indica em que condições o agente vai se conduzir. 
• Oportunidade: indica o momento em que a atividade deve ser produzida. Ex: Aplicação da pena de SUSPENSÃO ao servidor público, que poderá ser de até 90 dias, podendo ainda ser convertidaem multa (art. 130 e §2º, lei 8112/90). 
Arbitrariedade: Atuação fora dos limites legais ou em ofensa direta à lei.
Discricionariedade: Atuação dentro dos limites legais. 
3 Poder Hierárquico: Deriva da estrutura organizacional do Estado, decorrente da relação hierárquica de subordinação.
Consequências: • Poder de mando e dever de obediência (nos limites da lei); 
• Dever de fiscalizar/controlar a atividade do subordinado; 
• Avocação de competência de inferior hierárquico (art. 15, lei 9784/99); Art. 15: “Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior”.
Avocação: O chefe superior pode substituir o subalterno na prática de determinado ato. 
Delegação: É a transferência de atribuições de um órgão ou agente para outro, visando maior eficiência na ação dos administradores públicos (art. 12 e 13, lei 9784/99).
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. 
4 Poder Disciplinar: É o poder de punir internamente (sanção administrativa) os servidores pela prática de infração funcional, bem como os particulares que estejam sujeitos à disciplina dos órgãos e serviços da administração pública (decorre de relação funcional ou contratual). 
OBS: o particular deve ter um vínculo direto com a adm. pública. 
Limites: • Abertura de processo administrativo para apurar irregularidades; 
• Garantir ao acusado ampla defesa e contraditório; 
• Adequação punitiva; 
• Necessidade de motivação da decisão (razões e fundamento legal). 
OBS: O poder disciplinar se origina do poder hierárquico, quando refere-se à sanção aplicada ao servidor público.
5 Poder Regulamentar: É o poder conferido à administração pública de editar atos gerais para complementar as leis e permitir a sua efetiva aplicação. 
• Não pode alterar ou ampliar o conteúdo da lei regulamentada; 
• Natureza derivada/secundária. 
Tipos de Decretos do Poder Executivo: • A competência regulamentar prevista no artigo 84, IV da CF, é função administrativa típica do executivo (o decreto completa o sentido da lei, para possibilitar a sua fiel execução). 
Este decreto está abaixo da Lei!
 • O decreto autônomo previsto no artigo 84, VI da CF, é um ato administrativo primário, que pode inovar originariamente a ordem jurídica, em relação às matérias ali elencadas. Ex: extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos. 
Caso expedido em contrariedade à CF, o decreto será inconstitucional.
Art. 84, CF - Compete privativamente ao Presidente da República: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; 
OBS: decreto é a forma e regulamento é o conteúdo (doutrina). 
Art. 49, CF - É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; 
6 Poder de Polícia (administrativa): É o poder que a administração pública tem de restringir, condicionar e fiscalizar o uso e o gozo de bens, atividades e direitos individuais em prol do interesse da coletividade. Decorre da supremacia do interesse público e do Poder de império do Estado. 
Conceito legal Art. 78, CTN: Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
OBS: o poder de polícia não extingue direitos!!!
Poder de polícia administrativa: É a atividade que inicia e se completa no âmbito da função administrativa do Estado e incide sobre bens, direitos e atividades. 
Em regra, é preventivo!
Poder da polícia judiciária: É executado por órgãos de segurança pública (polícias civil e federal) no preparo da função jurisdicional quanto à apuração de ilícitos penais, incidindo sobre indivíduos. 
Em regra, é repressivo!
Características/atributos do Poder de Polícia: • Autoexecutoriedade: a administração pública pode executar seus atos, independentemente de ordem judicial, quando houver previsão legal ou para evitar danos à coletividade em situações emergenciais. 
• Coercibilidade: a administração pública impõe ao administrado as medidas adotadas, sem necessidade de autorização judicial, podendo até mesmo utilizar-se de força. 
• Discricionariedade: é o poder que a polícia administrativa tem de escolher, dentro dos limites legais, por critérios de conveniência e oportunidade, o ato a ser praticado.
Ciclos do Poder de Polícia: • Legislar: O Estado emite a ordem de polícia aos particulares. • Consentir: O Estado permite ao particular exercer determinada atividade. 
• Fiscalizar: O Estado verifica se o particular está cumprindo a lei ou o consentimento da polícia. 
• Punir: O Estado aplica sanção ao particular que descumpre a ordem do poder de polícia ou dos limites impostos pelo Estado. 
Poder de polícia é atividade típica de Estado
Delegação do Poder de Polícia para pessoas privadas: O STJ entende que os atos do poder de polícia relativos ao consentimento e a fiscalização podem ser delegados aos particulares, pois os demais decorrem do poder de coerção do Estado. 
STJ – Resp. 817534: “(...) Somente os atos relativos ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do poder de coerção do Poder Público. No que tange aos atos de sanção, o bom desenvolvimento por particulares estaria, inclusive, comprometido pela busca do lucro - aplicação de multas para aumentar a arrecadação.” 
O STF entendeu (repercussão geral – Tema 532) ser possível delegar o Poder de Polícia às pessoas de direito privado integrantes da administração pública (capital majoritariamente público) que prestem SERVIÇOS PÚBLICOS EM REGIME DE MONOPÓLIO.
O caso envolvia a Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte – BHTRANS que aplica multas de trânsito. 
STF - RE 633782 (tese): “É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.” 
Portanto, para o STF apenas a ordem do poder de polícia não pode ser delegada aos particulares!
AULA 4 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA
As fundações públicas podem ser de direito público ou de direito privado, a depender da forma como foram criadas. 
Administração pública direta: Formada pela estrutura orgânica do Estado (União, Estados e DF, Municípios). Ou seja, os chefes do Executivo e toda a estrutura da chefia do Executivo (ministérios e secretarias), Casas Legislativas, Tribunais e Tribunais de Contas. 
Administração pública indireta: • Autarquias 
• Empresas públicas 
• Sociedades de economia mista 
• Fundações públicas* 
• Associações públicas
Importante: Cada Poder do Estado possui uma função típica, mas a CF também prevê funções atípicas para cada um deles. 
Funções típicas: FUNÇÃO DO PODER LEGISLATIVO: edição de leis gerais, abstratas, impessoais e inovadoras no ordenamento jurídico; fiscalizar.
FUNÇÃO DO PODER EXECUTIVO: promove a execução de políticas públicas, fomento, gerenciamento e desenvolvimento da máquina administrativa. 
FUNÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO: aplicar o Direito aos casos concretos a fim de dirimir conflitos de interesses (julgar). 
OBS: Os Poderes Legislativo e Judiciário também possuema função administrativa (art. 51, IV e 96, I, CF).
1 Administração pública direta: É o conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado. 
Ocorre quando o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio dos inúmeros órgãos e agentes administrativos que compõem sua estrutura administrativa funcional. 
Órgão público: unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta (art. 1º, § 2º, I, Lei 9784/99). 
Órgãos não possuem personalidade jurídica, e portanto não assumem direitos e obrigações. 
• Teoria do órgão – princípio da imputação volitiva: Órgãos públicos são meros instrumentos da atuação estatal, e a relação que mantêm com a entidade é a de imputação. A atuação do órgão é realizada por seus agentes, que devem se limitar a expressar a vontade do Estado. 
✓ Estado: pessoa jurídica com personalidade própria. 
✓ Órgãos: centros de competência ou repartições internas do Estado. 
✓ Agentes: ocupam cargos com atribuições estipuladas em lei, que espelham o interesse do Estado. 
Havendo conflito entre órgãos do topo da cadeia,(Ex: Presidência, câmara dos deputados, MP, ministérios e secretarias, etc.) 
A jurisprudência permite que ajuízam ação judicial em nome próprio na defesa de suas prerrogativas e competências. 
Ou seja, aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e independência do órgão. 
Posicionamento hierárquico dos órgãos: IASU 
Independentes: não se submetem a ninguém (CF).
Autônomos: pertencem à cúpula da administração e são imediatamente subordinados aos órgãos independentes (ministérios e secretarias).
Superiores: com poder de comando, direção, controle e decisório sobre a atividade (coordenadorias, departamentos, etc). 
Subalternos: os de mera execução (setor de pessoal, de material, etc). 
Descentralização: o Estado delega as suas atividades e obrigações a terceiros que as executará pelo Estado e sob a supervisão deste. 
Para tanto é criada uma nova pessoa jurídica para desempenhar as atividades (outorga/delegação legal). 
Art. 37, XIX, CF: “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.
• Delegação legal/outorga: o Estado delega a titularidade e a execução da atividade (administração indireta). 
• Delegação contratual: o Estado delega apenas a execução da atividade.
Autarquias: • Pessoa jurídica de direito público, com autonomia administrativa e financeira (criada por lei específica), para desempenhar atividades que sejam próprias e típicas do Estado, despidas de caráter econômico (desmembramento do Estado). Ex: INSS, ANVISA, BANCO CENTRAL. 
• A lei é de iniciativa do chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, II, e, CF).
• Responsabilidade objetiva do Estado (art. 37, § 6º, CF). 
• Regime jurídico único – na união estatutária (art. 39, CF e lei 8112/90). 
• Os litígios são da competência da justiça federal (art. 109, I, CF). 
• Prerrogativas: imunidade tributária, impenhorabilidade e imprescritibilidade de bens, prazo diferenciado para contestar e recorrer, e reexame necessário. 
OBS: As atividades típicas de Estado são aquelas de natureza social e administrativas sem cunho econômico ou mercantil. Ex: saúde, segurança pública, prestação jurisdicional, defesa da soberania nacional, orçamento, fiscalização e arrecadação de tributos.
Agências reguladoras: • São autarquias especiais, com poder regulatório e regidas por lei especial. 
• Possuem poder normativo técnico (complementar) para disciplinar e controlar certas atividades (serviços públicos e atividades econômicas privadas de relevância social). Ex: ANEEL, ANATEL, ANVISA, ANS. 
• Possuem autonomia decisória. 
• Os seus dirigentes ocupam cargo comissionado, porém não podem ser livremente exonerados pois gozam da garantia de um mandato fixo (com prazo certo), para não sofrer pressões políticas. 
Obs: tais dirigentes são indicados pelo chefe do poder executivo e nomeados após a aprovação do senado. A perda do cargo ocorre apenas no caso de renúncia, condenação judicial transitada em julgado e procedimento administrativo disciplinar (PAD), sem prejuízo de outras hipóteses legais.
Empresas públicas e Sociedades de economia mista: Pessoas jurídicas de direito privado, integrante da administração indireta, cuja criação dependem de autorização legal, voltadas à prestação de serviços públicos ou a exploração de atividade econômica (art. 173, CF).
Empresa pública: • Pode ter qualquer forma jurídica. 
• Formada por recursos de pessoas de direito público ou administrativas, ou seja integrantes da administração pública (direta/indireta). 
• Foro: Justiça federal (109, I, CF). Ex: Correios, CEF, BNDES, ECT.
Sociedade de economia mista: • Só pode ser sociedade anônima. 
• Formada por recursos de pessoas de direito público ou administrativas, bem como pessoas privadas. 
• O controle acionário deverá ser do Poder público. 
• Foro: Justiça estadual (súmulas 556 e 517, STF e 42, STJ). Ex: Banco do Brasil e Petrobras.
Regras comuns aplicadas às EP e SEM: • Realização de concurso público para contratação de pessoal (art. 37, II, CF). 
• Empregados públicos: relação regida pela CLT(art. 173, II, CF). 
• Foro para causas trabalhistas: Justiça do trabalho (art. 114, I, CF). 
• Vedação de acumulação de empregos públicos (art. 37, XVII, CF). 
• Teto remuneratório: depende (art. 37, §9º, CF). 
• Responsabilidade civil objetiva: apenas quando a entidade for prestadora de serviços públicos (art. 37, §6º, CF). 
• Regime jurídico para as que explorem atividades econômicas: será igual às demais pessoas do setor privado (art. 173, §1º, II, CF). 
• Empregados públicos não podem adquirir estabilidade (vide súmula 390, TST e OJ 247, SDI-I, TST)
Súmula 390/TST - Servidor público. Estabilidade. Celetista. Administração direta, autárquica ou fundacional. Aplicabilidade. Empregado de empresa pública e sociedade de economia mista. Inaplicável. 
CF/88, art. 41. I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/88. (ex-OJ 265/TST-SDI-I - Inserida em 27/09/2002 e ex-OJ 22/TST-SDI-II - Inserida em 20/09/2000). OBS: SERVIDOR TRABALHISTA (ART. 39 CF – VIGÊNCIA DA EMENDA 19/98 – Em 2007 foi deferida medida cautelar na ADI 2135 suspendendo a eficácia, com efeitos ex nunc). 
II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJ 229/TST-SDI-I - Inserida em 20/06/2001).
Orientação Jurisprudencial 247/TST-SDI-I - Servidor público. Celetista concursado. Despedida imotivada. Empresa pública ou sociedade de economia mista. Possibilidade. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT. Empregado. Necessidade de motivação. 
CF/88, art. 41 e CF/88, art. 173, § 1º, II. I - A despedida de empregados de empresa pública e de sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso público, independe de ato motivado para sua validade
RE 589998 (STF) - O Tribunal, por maioria, acolheu parcialmente os embargos de declaração para fixar a seguinte tese: "A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados." 
MOTIVAÇÃO DE ATO DE DISPENSA DOS DEMAIS EMPREGADOS PÚBLICOS RE nº 688267: O STF decidiu que as dispensas dos empregados das empresas públicas e das sociedades de economia mista devem ser motivadas. 
Tese (tema 1.022 da repercussão geral) em 28/02/2024: "As empresas públicas e as sociedades de economia mista, sejam elas prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade econômica, ainda que em regime concorrencial, têm o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados concursados,não se exigindo processo administrativo. Tal motivação deve consistir em fundamento razoável, não se exigindo, porém, que se enquadre nas hipóteses de justa causa da legislação trabalhista"
Empresas públicas e Sociedades de economia mista (Art. 173, § 2º, CF): As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
▪ STF: estatais que prestam serviço público em regime de monopólio podem gozar de imunidade tributária (RE 253.472; ADI 1.842; RE 580.264; RE nº 253.472; RE 601392.
Fundações públicas: Pessoa jurídica de direito privado ou público, sem fins lucrativos, instituída pelo Poder público para auxiliá-lo no desempenho de atividades de caráter social como por exemplo os serviços de saúde, ensino, pesquisa (serviços de interesse do Estado). 
OBS: Se a lei criar a fundação, ela será de Direito Público (fundação autárquica/autarquia fundacional); se a lei autorizar a sua criação, ela será de Direito Privado. 
➢ Associações públicas (art. 241, CF e lei 11.107/05): gestão associada entre entes federados para a prestação de serviços públicos, sem fins lucrativos (cooperação federativa de interesses comuns). 
AULA 5 - ATOS ADMINISTRATIVOS
Atos administrativos: É toda manifestação unilateral de vontade da administração pública que agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria (Hely Lopes). 
Pressupostos: • A vontade deve emanar de um agente da administração pública ou dotado de prerrogativas desta; 
• Seu conteúdo deve produzir efeitos jurídicos com o fim público; 
• Deve ser regido pelo Direito Público. 
Ex: realização de licitação; autorização para fechamento de rua para realizar festa; nomeação de aprovado em concurso público.
Elementos ou requisitos de validade:
COFIFOMOB 
CO = Competência FI = Finalidade FO = Forma MO = Motivo OB = Objeto
1 Competência: (quem?) O círculo definido por lei ou pela Constituição dentro do qual os agentes públicos podem exercer legitimamente sua atividade. Ou seja, é a capacidade para praticar o ato administrativo (é irrenunciável, sendo possível delegação e avocação). Vide art. 12, 13 e 15 da lei 9784/99.
2 Finalidade: (para quê?) É o objetivo/resultado a ser alcançado pelo ato administrativo, que deverá estar atrelado ao interesse público. Ex: promover a segurança pública, assegurar a saúde da população, prestar assistência social, etc. 
3 Forma: (como?) É o meio pelo qual se exterioriza a vontade da administração pública (revestimento externo do ato). OBS: geralmente é por escrito (princípio da solenidade das formas), mas também pode ser verbal, gestual, sonoro, etc.
4 Motivo: (por quê?) É a causa imediata que originou a prática do ato administrativo. Ou seja, é o porquê/causa do ato, o que levou à administração praticá-lo. É A SITUAÇÃO QUE AUTORIZA OU EXIGE A PRÁTICA DO ATO. 
• A lei pode deixar a cargo do agente a verificação da situação de fato para praticar ou não o ato (discricionariedade – motivo de fato). Ex: Não há hospital em determinada região = art. 5º, decreto 3365/41 – Pode ser promovida a desapropriação de um imóvel para construir um hospital. 
• A lei pode delinear a prática do ato segundo a situação de fato (vinculação - motivo de direito). Ex: Culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo = art. 243 CF – Deverá ser promovida a desapropriação do imóvel para fins de reforma agrária. 
Teoria dos motivos determinantes: O motivo determina e justifica a realização do ato, e portanto, deve haver uma perfeita correspondência entre eles e a realidade (ser verdadeiro), sob pena de anulação do ato.
5 Objeto: (o que?) É o resultado prático do ato administrativo, o que ele almeja. 
É a própria alteração da ordem jurídica (o que foi feito). 
Exemplos: Desapropriação
*Falta de escola pública = MOTIVO (causa) Assegurar o direito à educação = FINALIDADE (objetivo) Desapropriar = OBJETO (resultado) 
*Concurso público Efetivo policial reduzido = MOTIVO (causa) Promover a segurança pública = FINALIDADE (objetivo) Provimento de cargos = OBJETO (resultado) 
*Embargo de obra Ausência de alvará de construção = MOTIVO (causa) Promover a segurança pública = FINALIDADE (objetivo) Paralisar os trabalhos de uma construção= OBJETO (resultado).
Atributos do ato administrativo: ✓Presunção de legitimidade/legalidade/veracidade: existe uma presunção relativa de que o ato é legal, legitimo e verdadeiro. ✓Imperatividade/coercibilidade: o ato se impõe perante terceiros, não sendo necessária a concordância destes. 
✓Autoexecutoriedade: o ato pode ser posto em execução pela própria administração, sem a necessidade de prévia autorização judicial (previsão em lei ou situação de urgência que apresente iminente perigo público). 
Extinção dos atos administrativos: Revogação: a administração pública retira um ato administrativo (legal) do mundo jurídico por razões de conveniência e oportunidade. 
• Poder de autotutela. 
• Efeitos – ex nunc. 
• Em regra não gera indenização. 
Não podem ser revogados: 1. atos vinculados; 
2. atos que já exauriram seus efeitos (ex: um ato que concedeu licença ao servidor, se este já gozou a licença); 
3. atos que a lei declare irrevogáveis.
Anulação: quando houver vício de legalidade. 
• Pode ser realizada pela própria administração (ofício/provocação) ou pelo Poder Judiciário (provocação). 
• Súmula 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
• Efeitos: ex tunc. 
• Prazo: 5 anos a contar da data da prática do ato, salvo comprovada má-fé. (art. 54, lei 9784/99).
Caducidade: Ocorre quando há a perda de efeitos jurídicos em virtude de norma superveniente contrária àquela que respaldava a prática do ato administrativo (torna o ato ilegal ou inválido). 
Ex: ato administrativo que concede autorização de uso de bem público e é editada norma posterior proibindo o uso privativo do bem por particulares (haverá neste caso a caducidade do ato).
Convalidação/Aperfeiçoamento/Sanatória: é a forma da administração sanar vícios superáveis do ato administrativo, de modo que sejam aproveitados. 
Requisitos: não acarretar lesão ao interesse público; não acarretar prejuízo a terceiros; o defeito ser sanável. 
Efeitos - ex tunc. 
Vícios sanáveis: competência, forma e (objeto plúrimo). 
Se a matéria for de competência exclusiva não caberá a convalidação.
Majoritariamente, entende-se que o vício de objeto é insanável, não se admitindo a convalidação. E mesmo a corrente minoritária, que concebe a possibilidade de convalidação de vício de objeto, exige que o conteúdo seja plúrimo (um ato com mais de um objeto), preservando-se as demais providências do ato administrativo viciado. 
Ex: ato que concede licença e férias a um servidor, e depois se constata que o servidor só teria direito a férias. 
➢ É impossível a convalidação de atos com vícios no motivo, no objeto (quando único) e na finalidade, visto que nestas situações estaria alterando a essência do ato, sendo o mesmo que editar um novo ato.
Principais tipos de atos administrativos: Ato discricionário: é aquele em que a lei permite ao agente público realizar um juízo de conveniência e oportunidade (mérito) para decidir a solução mais adequada ao caso concreto. É precário e não enseja indenização, em regra. Ex: Autorização. 
Ato vinculado: A lei determina como o agente tem que agir em situação específica, não deixando para ele poder de decisão. Não há liberdade operacional, nem conveniência e oportunidade na prática do ato. Ex: Licença. 
Ato simples: emanado por único órgão ou agente. Ex: Multa. 
Ato composto: a vontade do Estado emana de 2 atos (principal e acessório). O primeiro edita o conteúdo e o segundoratifica o primeiro para produção de efeitos (o acessório funciona como condição de eficácia, operatividade ou exequibilidade do ato principal). Ex: Ato de homologação de uma licitação pela autoridade superior.
Ato complexo: Existe um só ato resultante da conjugação de duas ou mais vontades, emanadas por órgãos distintos (singulares ou colegiados), que se fundem, se conjugam, se juntam, se reúnem, havendo autonomia de cada órgão. Ex: Ato de nomeação de ministro do STF ou do PGR (Presidente nomeia após a aprovação do Senado). 
• Art. 101, parágrafo único, CF: Os ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Maria Sylvia entende ser ato composto!!! 
• Art. 128, §1º, CF: O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução. Maria Sylvia entende ser ato composto!!!
Ato normativo: com conteúdo normativo, é geral e abstrato. Ex: decreto.
Ato ordinatório: disciplina o funcionamento da adm. Pública internamente. Ex: circular. 
Ato negocial: a vontade do Estado coincide com a vontade do particular. Ex: autorização. Ato enunciativo: a adm. Pública certifica ou atesta um fato. Ex: atestado. 
Ato de império: O Estado age de maneira soberana, com coerção. Ex: Cobrança de tributo. Ato de gestão: O Estado age em pé de igualdade ao particular. Ex: aluguel de bem público.
AULA 6 - SERVIÇOS PÚBLICOS
Serviço público: é toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da coletividade. 
Características: ✓ São regulamentados, alterados e controlados pelo Poder Público (e fiscalizados quando a execução é delegada aos particulares). 
✓ Visa atender o interesse da coletividade. 
✓ É regido pelo direito público (totalmente ou parcialmente quando executado pelos colaboradores do Estado).
Art. 175, CF: Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II - os direitos dos usuários; III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Princípios do serviço público 
✓Continuidade: os serviços públicos não podem sofrer interrupção, devendo a sua prestação ser contínua. 
❖A suspensão do serviço facultativo é permitida nos seguintes casos (art. 6º, §3º, I e II e § 4º da lei 8987/95) - o código de defesa do consumidor é aplicado apenas de forma subsidiária (princípio da especialidade): • Usuário não realiza o pagamento do serviço (inadimplência), desde que haja prévio aviso (neste caso a interrupção não poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado ou no domingo, nem em feriado ou no dia anterior a feriado); 
• Por razões de emergência; 
• Por razões técnicas ou de segurança das instalações (manutenção), após prévio aviso (cabendo indenização aos usuários pelos prejuízos sofridos em decorrência da suspensão).
✓Eficiência: o Estado deverá prestar o serviço público com eficiência, atualizando-se com os novos processos tecnológicos, de modo que a execução seja mais proveitosa e com o menor dispêndio. 
✓Modicidade: os serviços devem ser remunerados com preços módicos (baixos), pois as metas da atividade econômica capitalista, não é objetivo da atividade administrativa (equilíbrio econômico financeiro). 
✓Generalidade: os serviços públicos devem ser prestados de modo a beneficiar o maior número possível de indivíduos, e ainda ser prestados sem distinção entre os beneficiados (isonomia e impessoalidade).
Remuneração 
✓Gratuitos: Quando o serviço público for de assistência e envolver serviços essenciais (ex: saúde, educação, segurança pública); 
✓Taxas: Quando houver cobrança compulsória em relação a contraprestação do Estado (ex: taxa de licença para construção, taxa de remoção de resíduos sólidos); 
✓Tarifas: Quando o serviço for facultativo, o pagamento será devido pela efetiva utilização do serviço (ex: energia elétrica, abastecimento de água).
Concessões e Permissões de Serviços Públicos (175 CF e Lei 8987/95): Delegação de serviço público através da delegação contratual, onde o Poder Público Concedente transfere apenas a execução do serviço. 
• Indica que o Estado poderá prestar serviços públicos de forma direta ou indireta (175, CF). • Não permite a exploração direta de atividade econômica pelo Estado, como regra (173, CF). 
Art. 173, CF: “Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.” 
Permissão de serviço público Conceito legal: “é a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco” (art. 2° , IV, Lei 8987/95). 
O prazo é indeterminado! 
Art. 40, Lei 8987: “A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.”
Permissão é usada em situações: • Que demandem pouco capital para prestar o serviço; • Precisou investir muito, mas os bens usados poderiam ser usados de outras formas, pós encerramento do contrato; 
• O serviço não precise da implementação de estrutura física que fique aderida ao solo;
• Os riscos da precariedade fossem compensáveis pela rentabilidade do serviço a curto prazo, com grandes retornos econômicos.
Quanto à precariedade (posicionamento majoritário na doutrina): o particular está sujeito ao livre desfazimento do contrato pela administração pública sem qualquer direito à indenização por eventuais prejuízos (salvo na permissão condicionada, que tem prazo pré-fixado). 
• ADI 1491: O STF entendeu que a natureza jurídica da permissão após a CF/88 é de contrato administrativo (bilateralidade) e rechaçou qualquer distinção conceitual entre permissão e concessão. 
• Art. 223, §4º, CF: O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de decisão judicial
Permissão e Autorização: A autorização de serviço público é ato administrativo unilateral, discricionário e precário, onde o particular o executa predominantemente em seu próprio benefício, sem a necessidade de licitação (Di Pietro). Ex: autorização do serviço de energia elétrica (art. 7°, I, lei 9074/95) - implantação de usinas termoelétricas de potência superior a 5.000 kW (cinco mil quilowatts) destinadas a uso exclusivo do autoprodutor e a produção independente de energia. 
Previsão da autorização na CRFB/1988: Art. 21, CF: Compete à União XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais.
Concessão de serviço público (concessão comum): “é a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado” (art. 2° , II, Lei 8987/95). 
• Natureza Jurídica: contrato administrativo (bilateralidade). 
Art. 4° da lei 8987: ”A concessãode serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos desta Lei, das normas pertinentes e do edital de licitação.” 
• Remuneração: Nas concessões comuns a remuneração do concessionário advém exclusivamente das tarifas cobradas aos usuários.
Responsabilidade civil (objetiva): Art. 37, §6º, CF: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”.
Formas de extinção da concessão (lei 8987/95): 1 Advento do termo contratual: Encerra-se o contrato no momento final previsto no contrato. 
É a forma natural de extinção. 
Reversão: Com a extinção da concessão, os bens afetados à prestação do serviço retornam ao Poder Concedente tornando-os em públicos (art. 35, §1º, §2º e §3º). 
OBS: é cabível a indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis que ainda não foram amortizados ao final do contrato (art. 36).
2 Encampação (art. 37 da lei 8987): Forma de extinção do contrato sem culpa da concessionária, antes do término do prazo contratual, por razões de interesse público (mérito administrativo). 
• O Poder Concedente decide retomar o serviço para prestá-lo diretamente ou para promover outra delegação, com características diversas do contrato então vigente. Requisitos: Lei autorizativa específica, prévia indenização em dinheiro e interesse público (decreto do executivo).
3 Caducidade do contrato de concessão (art. 38 da lei): O Poder público poderá retomar a prestação do serviço extinguindo o contrato quando a concessionária descumprir a lei ou o contrato (não prestando o serviço ou prestando de forma insatisfatória) - término por culpa da concessionária. 
Caducidade do ato administrativo: acontece quando um ato administrativo já não tem mais validade, devido a alguma normativa que interfira na sua compatibilidade com a legislação vigente. 
Requisitos: • Comunicação para que a concessionária possa sanar a irregularidade; 
• Instauração de processo administrativo, assegurada a ampla defesa; 
• Declaração da caducidade por decreto; 
• Indenização (dos valores ainda não amortizados) que poderá ser posterior (e por precatório).
4 Rescisão: O Poder concedente (Estado) é a parte inadimplente no contrato. A concessionária poderá ajuizar ação judicial para rescindir o contrato por culpa da adm. pública e ser indenizado pelas parcelas não amortizadas ou depreciadas dos bens reversíveis e também pelas perdas e danos sofridos, sem interromper a prestação do serviço público (até o trânsito em julgado) – art. 39, Lei 8987/95. 
5 Anulação (efeito ex tunc): é declarada quando o contrato for realizado com vício de legalidade. Se o concessionário não tiver culpa, será indenizado – art. 35, V, Lei 8987/95. 
6 Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual: é o encerramento do contrato em decorrência da inviabilidade da execução do serviço público. 
O poder público retomará a execução do mesmo e não será responsável pelas dívidas da concessionária – art. 35, VI, Lei 8987/95.
Concessão especial (PPP): lei 11.079/2004: é uma concessão de serviço público sob regime jurídico diferenciado. 
Diferença em relação à concessão comum: 
Nas parcerias público-privadas há pagamento de contraprestação pela Administração Pública, com ou sem cobrança de tarifa dos usuários.
Tipos de PPP (art. 2º, §§ 1º e 2º): Patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas no moldes da Lei 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 que, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, envolve o pagamento de uma contraprestação pecuniária por parte do governo ao agente privado (máximo 70% da remuneração), pois as tarifas não são suficientes para compensar os investimentos. Ex: Construção e exploração de rodovia, onde além do pedágio recebido dos usuários, a concessionária também receberá dinheiro do poder concedente para custear o contrato. 
Administrativa é contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta (pode custear 100% do contrato), ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. Ex: Construção e administração de presídios custeada pelo Estado segundo a quantidade de presos (complexo de Ribeirão das Neves - Belo Horizonte); instituição privada de educação custeada pelo poder público municipal (Umei Belmonte - Belo Horizonte).
PPP/ peculiaridades: 
➢ Objeto: Prestação de serviços públicos com ou sem a execução de obras. Vedada a contratação que tenha como objeto único mão de obra, o fornecimento e instalação de equipamento ou a execução de obra pública. 
➢ Valor Mínimo do contrato: 10 milhões de reais (art. 2°, § 4º, I, lei 11.079). 
➢ Período de prestação: mínimo 5 anos e no máximo 35 anos, incluindo a prorrogação (art. Art. 5º, I). 
➢ Aplica-se aos órgãos da administração pública direta dos Poderes Executivo e Legislativo, mas não ao Poder Judiciário (a atividade jurisdicional é incompatível com a ideia de delegabilidade para a iniciativa privada) – art. 1° , parágrafo único. 
➢ A responsabilidade do Estado é solidária. É possível a repartição de riscos entre as partes, inclusive os pertinentes a caso fortuito, força maior, fato príncipe e área econômica extraordinária. 
➢ Licitação: modalidade concorrência ou diálogo competitivo (art. 10, lei 11.079).
AULA 7 - LICITAÇÕES
Licitação: Procedimento administrativo para contratação de fornecedores do Estado. Fundamentação: Art. 37, XXI, CF – “ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”.
Princípios da Licitação – são 22 indicados na Lei
Art. 5º, Lei 14133/21: Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
Julgamento objetivo (tipos de licitação): as propostas devem ser julgadas segundo critérios objetivos previamente estabelecidos em edital. 
Lei 14.133/2021: ✓ Menor preço (art. 34)
✓ Maior desconto (art. 34) 
✓ Melhor técnica ou conteúdo artístico (art. 35) 
✓ Técnica e preço (art. 34, 36, 38) 
✓ Maior retorno econômico (art. 39) 
✓ Maior lance – leilão (art. 33,V) 
Modalidades de licitação (ritos/procedimento): a natureza do objeto será considerada para a escolha da modalidade (valor não importa). 
Art. 28, lei 14.133/21 São modalidades de licitação: I - pregão; 
II - concorrência; 
III - concurso; 
IV - leilão; 
V - diálogo competitivo. 
Escolha da modalidade: dependerá do objeto! 
• Bens ou serviços comuns: pregão. 
• Bens ou serviços especiais, obras e serviços comuns e especiais de engenharia: concorrência. 
• Alienação de bens: leilão. 
• Escolha de Trabalho técnico, científico ou artístico: concurso. 
• Contratação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades:diálogo competitivo. 
OBS: nos serviços comuns de engenharia a Adm. Pública poderá licitar pelos modalidade pregão ou concorrência. 
1 Pregão (Art. 6º, XLI, lei 14.133): “modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto”. 
• Bens e serviços comuns (6º, XIII, 14.133): “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado”. 
• O pregão não pode ser utilizado para contratações de serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual e de obras e serviços de engenharia, com exceção dos serviços comuns de engenharia (artigo 29, parágrafo único, lei 14.133). 
2 Concorrência (Art. 6º, XXXVIII, lei 14.133): “modalidade de licitação para contratação de bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia, cujo critério de julgamento poderá ser: a) menor preço; b) melhor técnica ou conteúdo artístico; c) técnica e preço; d) maior retorno econômico” e) maior desconto; 
OBS: nos serviços comuns de engenharia a Adm. Pública poderá licitar pelos modalidade pregão ou concorrência.
3 Concurso (Art. 6º, XXXIX, lei 14.133): “modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor”. EX: projeto arquitetônico, monografia, monumento, etc.
4 Leilão (Art. 6º, XL , lei 14.133): “modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance;”. Fases (art. 31,§4º): ✓ lances; 
✓ recursal; 
✓ pagamento pelo vencedor; 
✓ homologação. 
5 Diálogo competitivo (Art. 6º, XLII , lei 14.133): “modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos”. 
Fases (art. 32, § 1º): ✓ Edital (mínimo de 25 dias úteis para inscrições dos interessados); 
✓ Pré-seleção (apresentação dos requisitos objetivos - os inscritos que atenderem, participam do diálogo); 
✓ Diálogos (reuniões gravadas para identificar as soluções, ouvindo os licitantes); 
✓ Edital novo da competição com a solução escolhida pela administração e os critérios de julgamento (mínimo de 60 dias úteis para apresentar as propostas); 
✓ Fase competitiva (apresentação das propostas dos participantes dos diálogos). 
OBS: o diálogo será conduzido por comissão de pelo menos 3 servidores efetivos.
Art. 32, lei 14.133: A modalidade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a Administração: I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições: a) inovação tecnológica ou técnica; b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão suficiente pela Administração; 
II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com destaque para os seguintes aspectos: a) a solução técnica mais adequada; b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida; c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato; 
Ex: softwares de gestão, sistema de segurança de dados, serviços de restauração, etc.
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO: contratação direta por inviabilidade de competição. 
Art. 74, lei 14.133: É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial (rol exemplificativo) nos casos de: I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivos; Vedada a preferência de marca!!!! 
Ex: uma substância medicamentosa que só um laboratório produz. 
II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário exclusivo (exclusividade permanente e contínua), desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública; 
Ex: contratação do Roberto Carlos. 
III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação (e subcontratação - § 4º, art. 74): a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos executivos; b) pareceres, perícias e avaliações em geral; c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico; h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso; 
IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento; 
V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização tornem necessária sua escolha (singularidade do imóvel). 
LICITAÇÃO DISPENSÁVEL – ART. 75, LEI 14.133 (ROL TAXATIVO): decisão discricionária da adm. pública. 
Licita se quiser! 
Exemplos: • Valores inferiores a R$100.000,00 (obras e serviços de engenharia ou de serviços de manutenção de veículos automotores). 
• Valores inferiores a R$50.000,00 (no caso de outros serviços e compras). 
• Bens, componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira (indispensável para a vigência da garantia). 
• Produtos para pesquisa e desenvolvimento. 
• Casos de emergência ou de calamidade pública. 
• Aquisição de medicamentos destinados exclusivamente ao tratamento de doenças raras definidas pelo Ministério da Saúde. 
• Guerra, estado de defesa, estado de sítio, intervenção federal ou de grave perturbação da ordem. 
• Licitação deserta (não houver o comparecimento de nenhum licitante ao certame). 
*Dispensa por baixo valor (art. 75, I, II): Não justifica a licitação, pois os gastos do procedimento poderão ser maiores do que a contratação em si. 
As contratações devem ser divulgadas previamente na internet em até 3 dias úteis (publicidade e competição simples entre fornecedores) e o pagamento ser feito por cartão corporativo (§ 3º e § 4º). 
• Menos de 100 mil reais: obras, serviços de engenharia e serviços de manutenção de veículos automotores. 
• Menos de 50 mil reais: outros serviços/ compras em geral. 
OBS: os valores serão em dobro se as contratações forem realizadas por agências executivas (autarquia/fundação) ou consórcios públicos (§ 2º).
*Dispensa por emergência (art. 75, VIII): Contratação direta com vigência máxima de de 1 ano, não podendo prorrogar e nem recontratar a mesma empresa. 
*Dispensa provocada: desídia da administração pública. 
Para garantir a continuidade do serviço público pode contratar sem licitar (dispensa), mas deverá ser apurada a responsabilidade de quem deu causa à situação (75, § 6º). 
75, §6º, lei 14.133: Para os fins do inciso VIII do caput deste artigo, considera-se emergencial a contratação por dispensa com objetivo de manter a continuidade do serviço público, e deverão ser observados os valores praticados pelo mercado na forma do art. 23 desta Lei e adotadas as providências necessárias para a conclusão do processo licitatório, sem prejuízo de apuração de responsabilidade dos agentes públicos que deram causa à situação emergencial.

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