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Grupo Focal: Opiniões sobre o nCOVID-19


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Ao terceiro dia do mês de abril de dois mil e vinte, reuniram-se remotamente pela plataforma Zoom, os alunos da cadeira de Pesquisa de Mercado do curso de graduação de Publicidade e Propaganda para a execução do Grupo Focal que objetiva saber o que os participantes pensam diante do momento histórico em que estamos vivendo, o nCOVID-19. Estavam presentes Carlos Muniz da Luz e Fernando de Castilho Moraes, como moderadores; Jeniffer de Aquino Barros dos Santos e Julia Peter Krolow, como documentadoras; Amanda Schlemper Salm, Flávia Ferreira Venske , Karine Mendes, Felipe Kapor e Pedro Cruz, como participantes; Paula Reis, Bruna Schardosin Pereira, como responsáveis pelo relatório; e Dandara Couto, com responsável pelo audiovisual.
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Carlos explicou aos participantes como funcionaria a pesquisa e pediu sinceridade nas respostas. 
Carlos: Qual o preparo que nosso país tem sobre a situação do nCOVID-19?
Karine: Acredito que nenhum país está prep.
arado para uma pandemia. O Brasil então... é um caso muito pior, pois não temos estrutura de saúde para o cotidiano, então, no meu ponto de vista é que a gente está muito atrás de diversos outros países e numa situação dessa estamos em uma situação emergencial e de desespero total. 
Flávia: Eu acho que além do que a Karine citou não termos estruturas para o cotidiano, eu acho que o presidente não está nem aí para a situação e eu acho que isso apavora muita gente, pois não sabemos o que vai ser. Estão querendo abrir os comércios e a gente não sabe se vai ser um tiro no pé. Eu acho que temos que ter mais calma nesse momento. Acredito que se for igual a Itália, ferrou. 
Felipe: Eu acredito que estamos indo de um jeito muito bom, pois nossos governadores estão indo contra a sugestão do presidente e está dando certo, podemos dizer até. Manter a pessoal dentro de casa, como por exemplo Santa Catarina que está aparado entes de muitos outros estados. Acho que a gente não tem o suficiente, na verdade ninguém tem, mas há falta de leitos.
Amanda: Vendo num parâmetro mundial, eu acho que a doença em si é um problema, mas que a falta de estrutura e respeito, muda muito. Respeitar as orientações, os médicos.... A questão dos empregos é um problema na economia mundial. Cara é tenso tu ter que lidar com essa situação. 
Pedro: Acho que o país não estava preparado para isso, Santa Catarina agiu muito rápido, mas o país demorou muito entrar num consenso sobre como agir nessa situação. As medidas eram muito contraditórias, pois um dia era uma coisa no outro outra. Acho que demorou para chegar num consenso. Acho que se a situação chegar igual a Itália, vai dar um problema muito grande, pois acho que vai ser o pior país do mundo. 
Como achas que a nossa educação lida com essa situação?
Karine: Existe vários níveis em nosso país, tem gente que tem acesso a muitas informações e consequentemente educação e tem gente que não tem acesso a nada, moradores de ruas e pessoas periféricas. É difícil, pois não temos preparo. 
Flávia: Vale ser citado, que nós (os presentes na reunião) temos uma estrutura melhor, estamos tendo aula e não estamos perdendo conteúdo. Tipo, minha mãe é professora numa zona rural e ninguém vai entrar na web para isso. – Fernando (moderador) fez um adendo dizendo que várias instituições trocaram para EAD, mas 67% da população brasileira não tem acesso à internet e que se essa situação se estender até setembro, o ensino ficará prejudicado – Minha mãe trabalha com alfabetização as crianças estão perdendo um processo importantíssimo. 
Felipe: Ninguém foi preparado para uma pandemia. – Carlos (moderador) fez um adendo dizendo que não foi a primeira pandemia e problema que tivemos – Digamos que essas coisas já aconteceram e que já devíamos estar mais preparados para um futuro acontecimento. 
Amanda: Entra a questão do respeito. Tem gente que foge da realidade e fugindo que nada está acontecendo.
Carlos: Em relação a nossa segurança pública o que acha que podemos ter de problema se ficarmos mais dois meses?
Karine: Eu enxergo de uma forma mais ampla, sou paulista e aqui em SC me sinto mais segura. Aqui em Florianópolis é tranquilo, pois tem segurança e conseguimos garantir isso, mas em outros estados eu me preocupo, pois não funciona do mesmo jeito – Carlos interviu dizendo que a questão enquanto país – Em quanto país, eu acho que o caos já está se disseminando nas comunidade, já aumento o índice de furto, então credito que se continuar, o número de violência vai aumentar.
Flávia: Eu acho que essa questão é bem doida, pois até quando você está no mercado você percebe que as pessoas estão mais “espiadas”, inclusive estava no estacionamento e as pessoas estavam gritando umas com as outras. Eu acho que a parada de furto vai aumentar e tem muita gente perdendo emprego e “pedalando” no dinheiro. Eu falando com meu pai que tem 58 e nunca viveu essa condição que é de guerra. 
Felipe: Se não nos sentíamos seguros antes, porque vamos nos sentir agora, tá ligado?!
Amanda: Eu acho q eu o país já está entrado em colapso com falta de água e o país está se encaminhando para ser um país com um dos piores cenários. Esse momento está sendo difícil. 
Pedro: Mais dois meses eu diria que estaremos numa situação de calamidade mesmo. Caos. Depois de quase 1 mês, já tem afetado muitas pessoas, eu nem diria 2 meses, 1 mês as pessoas vão parar de pensar na saúde e vão passar a pensar no dinheiro, emprego, em como colocar comida para dentro de casa. Se isso começar a acontecer, acho que foi um esforço perdido.
Paula: Perguntou se tem alguma pergunta de economia X saúde
Carlos: acho que pode ser essa questão, né Fernando?
Fernando: Sim, sim, mas pô, termina essa parte do país primeiro. 
Carlos: Como a gente identifica e abrange a necessidade das pessoas mais pobres que estão na comunidade. Como acha que o país tem lidado com isso sem uma legislação preventiva e o que pode acontecer com o passar do tempo?
Karine: Esse é o ponto mais crítico no meu ponto de vista. Pois para nosso presidente é muito difícil, numa situação de calamidade ele coloca processos e dificuldades em tudo. Então quem já não tem está ferrado. Vai ser ruim para todos, mas tem gente que vai se ferrar mais. E as pessoas que vão se ferrar mais, autônomos, que já estão passando fome. Faz 3 dias que foi aprovado a proposta da renda dos 600 reais e que esse dinheiro não dá para nada, não paga o aluguel as contas, eu nem sei como essas pessoas vão fazer. De uma maneira geral, nossos governadores estão dificultando a vida das pessoas que já não tem. 
Flávia: Uma coisa que eu vi hoje nossos prefeitos vão ganhar menos para ajudar nas finanças públicas. Tem muita gente que está usando a sua influência para ajudar nos mais pobres. – Carlos (moderador) interveio dizendo que a questão não são os influenciadores, que a questão é o país no geral. – O Bolsonaro falou que deu o dinheiro para comprar as máscaras e que não comparam, eu acho que não estão preparados para serem honestos. 
Felipe: Cara, eu ouvi falar que tão fazendo corte de salários da parte do governo, não sei se realmente isso está acontecendo e esse dinheiro voltaria a população, então não sei se isso está acontecendo eu só li algumas matérias, não sei se é verdade ou não é, hoje em dia não dá pra saber o que que é e o que não é, mas enfim, é... cara eu não sei, porque se eu tivesse essa resposta as coisas seriam bem mais fáceis, e só mais uma coisa a gente tem que deixar sempre mais objetivo senão a gente vai perder muito tempo.
Amanda: Eu acho que a diminuição dos salários pode acarretar em tudo, o Brasil parar e ter essa diminuição significa uma tragédia em relação a população mais pobre, que literalmente trabalha pra pagar o pão do dia, então é tem uma pessoa que, ONG’S enfim, pessoas que tem um poder aquisitivo maior elas estão ajudando com cestas básicas, hoje no jornal do almoço passou ali um monte de cesta básica e tão distribuindo, acho bem interessante, acho que é basicamente isso assim.
Pedro:Mano, essa questão de corte de salários é muito boa, mas ainda assim o governo tem que achar alguma maneira de flexibilizar o mercado de trabalho, leis essas coisas, porque senão todo esse dinheiro que sai dos políticos e de servidores ele vai acabar sendo um gasto muito grande pra população que depois não vai se recuperar, porque ainda assim muito dinheiro saindo e pouco dinheiro entrando, porque não vai ter gente trabalhando, então se manter o mercado extremamente fechado como ele tá hoje a gente vai ter um número muito pequeno de trabalhadores, se não der uma abertura isso vai dar um problema bem grande.
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Carlos: Beleza, só comentando o que o Filipe falou, só pra lembrar gente, se alguém não poder continuar na chamada e tiver que sair por algum problema mais grave, tudo bem, essa é uma chamada de 1 a 2 horas e um trabalho que nós temos que fazer, então se alguém tiver que sair só comunicar ali e pode sair sem problema nenhum. É uma pesquisa qualitativa não é uma pesquisa quantitativa de sim ou não, por isso que a gente precisa de respostas abertas, quando a gente lida com 4, 5 pessoas pode ser que demore mais, mas vamos voltar e tentar responder as coisas que a gente tá perguntando, até porque as perguntas elas são especificas mas tem outras perguntas mais a frente que pode ser o que você tá respondendo agora, beleza? Então a gente vai mudar para o lado pessoal, na questão pessoal, se o Nando também quiser abrir o áudio.
Fernando: Na última pergunta falaram da questão econômica de possibilidades do nosso governo resolver alguma coisa ou não, eu queria puxar o gancho em relação à o que vocês acham da distribuição de 600 reais, na questão do bolsa família, analisando e coisa assim com dados e fatos históricos tipo assim , a pergunta é : vocês acreditam que essa distribuição de bolsa ela pode incentivar a inatividade econômica já que as pessoas estão recebendo sem exercer uma atividade econômica ou vocês acreditam que isso pode funcionar mas é uma medida precária, tipo assim, o cara tem autodisciplina pra usar esse dinheiro pra coisa certa, queria saber um pouco da opinião de vocês?
Karine: Bom eu sou uma pessoa que pra mim em questões de economia e vida, jamais eu pensaria na economia, então eu prefiro com certeza dar essa renda para todas as pessoas que estão cadastradas nesse programa, nesses projetos, enfim, eu acho que a gente já vem de uma cultura que todo mundo mente, só que não é o momento pra agora se debater isso, será que a pessoa vai usar esse dinheiro pra comprar comida ou não, acho que não é o momento, isso não é uma coisa de agora, é uma coisa de anos e anos, se até hoje não foi resolvido, então eu acho que tá certo, não tem que se pensar em economia em um momento desse nenhum outro país tá pensando dessa maneira, estão conseguindo fazer essa distribuição, o nosso presidente é um dos únicos que pensam na questão de economia, não se vê outros líderes, tanto que ele é motivo de chacota, enfim é isso.
Flavia: Eu também acho meu, é uma coisa muito boa que é pra acontecer porque assim como a gente citou a questão da segurança, muita gente pode prevenir isso de uma certa forma, dar aquele help para as pessoas, eu acho que 300 reais ninguém vai fazer muita coisa é mais uma conta ali uma conta aqui, eu não acho que muita gente ia usar de maldade esses 600 reais ai, acho que é bem certo, é uma forma empática de usar essa distribuição.
Filipe: Eu acho que tem que acontecer isso é um ponto, pra mim isso é um ponto final, e isso tem que acontecer, se acontecer e as pessoas que não precisarem desse dinheiro podem ajudar a pessoa do lado, acho que vem de cada pessoa isso e tem que acontecer.
Amanda: eu acho que é muito positivo, pode funcionar, mas nunca se sabe né, a gente tem que acabar confiando nas pessoas, no povo e é isso aí.
Pedro: Isso é bom, porque o pessoal vai conseguir ter uma graninha pra se segurar nos fins das contas , comprar comida, pagar algumas contas tudo que for necessário ali, mas ainda assim é bem pouco, só esse dinheiro não é suficiente pra aquecer a economia e essas ideias que as vezes são passadas, porque ainda assim é pouco dinheiro, a economia vai inflacionar, a moeda vai perder força e as coisas vão ficar mais caras, então ainda assim não tem como, se as pessoas não trabalharem não tem como pagar muitas coisas, só o básico e o básico vai começar a ficar mais caro, então é bom mas não só isso, há mais coisas que precisam ser feitas.
Carlos: Partindo pro quesito pessoal pra gente finalizar, tem algumas perguntas, é as respostas podem ser com sim ou não, vocês que sabem, se quiserem dar uma opinião breve, a primeira questão eu acho que todo mundo vai dizer que não, e a questão é se nós como pessoas somos autossuficientes para uma situação como essa, nós temos comida e agua armazenada para 1,2 ou 3 meses de quarentena ? vocês tem um estoque para 1,2 ou 3 meses de quarentena ?
Fernando: Especificando a pergunta, quando começou o movimento a gente viu que muitas pessoas correram para o supermercado, vocês chegaram a pensar nessa possibilidade de correr e realmente estocar comida? É muito improvável que alguém tenha um estoque de comida a não ser que tenha um bunker, essa é a fundamentação da pergunta.
Carlos: Antes também da Karine responder eu vou dizer porque que eu coloquei essa pergunta, e não querendo influenciar, porque eu tenho as minhas crenças e dentro da minha religião o que a gente sempre foi ensinado é que a gente tinha que ter armazenamento, de água e de comida, porque a muitos anos a gente escuta que problemas virão e a primeira vez que eu escutei isso que a gente precisa ter um armazenamento foi no mínimo há uns 6 anos atrás então na igreja que eu frequento eles sempre ensinaram a fazer armazenamento de arroz, de feijão, como guardar esses alimentos pra 1,2, 3 anos, eu não estou contando que teria um mercado aberto, mas se amanhã acontecesse algum tipo de problema em relação a nossa pandemia será que a gente ia ter coisas pra comprar, será que mesmo tendo uma reserva financeira a gente ia ter um lugar pra fazer a compra dos alimentos, por isso que eu pergunto, ai na casa de vocês, tinham uma preparação pra isso, tinham um armazenamento de itens de higiene pessoal, alimentação e de água? 
Karine: Não tinha preparo, óbvio que não, até porque, eu praticamente só tomo banho na minha casa só uso coisas de higiene na minha casa, passo o dia todo fora, trabalho e faculdade então alimentação é na rua, a minha empresa parou no primeiro dia, dia 23 eu acho, quando eles informaram que a gente ia ficar de home office sem tempo determinado, mesmo antes desse alarde acontecer eu tive que ir no mercado porque eu não tinha nem coisa pra fazer no mesmo dia de comida, mas mesmo assim eu não me desesperei, eu sou uma consumidora bem consciente e fiz uma compra pra exatamente 7 dias, então 7 dias eu pude ficar em casa sem sair pra nada, porque eu tinha alimentação pra todos esses dias.
Flavia: A gente foi no mercado duas vezes, porque a gente compra aqui em casa alimentos não pra estocar mas pra não precisar sair pro mercado de 3 em 3 dias tem um mercadinho aqui do lado então quando a gente precisa de alguma coisa a gente pega, não é longe é aqui na esquina, sempre quando eu volto lavo a mão, essas paradas – Carlos (moderador) pergunta se para confirmar o que já sabia, se nenhuma das duas tinha 1 mês - Não, e eu acho que se acontecesse uma situação de caos assim, que tivesse que fazer armazenagem, mano eu ia dar uma de sei lá, aqueles filmes de alienígena que você corre pro mercado e tá uma bagunça. 
Filipe: A gente continuou no mesmo ritmo de sempre, a gente faz compra uma vez na semana, a cada 10 dias, então a gente manteve o ritmo de sempre.
Amanda: Então a gente aqui é em quatro, a gente comprou na primeira vez que a gente foi no supermercado a gente comprou comida pra quatro pessoas pra durar 2 semanas, só que a gente acabou tendo que ir no supermercado na próxima semana pra comprar mais algumascoisas, mas não pra tipo um mês e tal.
Pedro : Aqui a gente não costuma fazer estoque, a gente só foi fazer um estoque um pouquinho maior nas primeiras semanas que o pessoal estava saindo mais pra comprar as coisas, mas também não foi nada de mais, foi só coisas pra gente ter e não sair muito de casa também, mas nada demais.
Carlos: Para a galera do registro, ninguém tinha um armazenamento pra mais de um mês.
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Carlos: A próxima questão é saúde mental, como foi essa situação até agora, como está a saúde mental para vocês para ficar tanto tempo em casa, alguém já entrou em curto circuito, alguém já se estressou, alguém teve ataques de pânico? Eu sou uma pessoa ansiosa, eu tenho esses problemas, para mim está sendo difícil ficar todos esses dias em casa, eu gosto de trabalhar eu gosto de fazer as coisas que eu tenho que fazer.
Karine: Assim, essa questão do home office eu já tinha esse costume de trabalhar de casa, então isso não chegou a ser um tormento, a questão da faculdade também, tá sendo bem tranquilo eu gosto dessa questão de cursos online e a distância, então tá tudo tranquilo na verdade, não entrei em curto ainda, o que eu mais sinto falta na verdade é dos momentos de lazer de interação, tive que ir ao banco e posto de gasolina, porque não tinha mais nada, e é muito engraçado, fiquei mais ou menos uma hora na rua, e falei com todo mundo que eu via, nesse momento que eu sai depois de quase 10 dias em casa ai que eu vi que tinha algo estranho comigo, ter esse contato novamente com as pessoas foi o momento de falar, meu não estou legal, está realmente me incomodando, mas essa questão social mesmo sabe de uma maneira bem grande, me deixando ansiosa e parece que eu não tenho mais o que fazer, sobra horas no meu dia, mesmo trabalhando e estudando e as vezes não consigo me organizar, tem uma agenda do que eu tenho que fazer no dia, mas parece que nada dá certo, que as coisas não fluem, essa última semana pra mim, eu não tinha sentido isso assim ainda nas últimas duas semanas, mas essa tem sido punk, essa questão de não poder sair ainda, senti que tem piorado.
Flavia: Cara meu Deus, eu já não sei mais o que fazer, já fiz mais comida, a gente pede comida ai eu penso que eu estou muito gorda ai eu paro de comer, ai eu penso o que que eu vou fazer, cara serio eu estou surtando, tem dias que eu acordo pensando hoje eu vou fazer tudo que eu tenho pra fazer, vou limpar a casa, vida ativa, ai tem dias que eu não quero sair da cama, eu estou quero ver filme, teve dias que eu até tentei fazer exercício, mas não deu certo, tem que pedir pra deus ajudar nos depois que acabar isso.
Filipe: Para mim o que mais faz falta é esporte, durante a semana, é o que me faz ter gás. 
Amanda: Tá sendo difícil, pra todo mundo eu acho eu estou comendo que nem uma condenada, estou brigando com todo mundo que eu vejo pela frente, no caso meus pais e minha irmã, mas a rotina me ajudou a me controlar um pouco, no começo era muito mais estressante.
Pedro: tem sido de boa, pouco agoniante só, não poder sair de casa, chato não poder sair e fazer alguma coisa com o pessoal, mas tem sido de boa, tempo bom pra estudar, fazer novas coisas, por serie em dia, conversar com as pessoas, um bom tempo pra colocar as amizades em dia também, fazer trabalho.
Carlos: Tinha uma outra pergunta que eu acho que já foi respondida dentro dessa, se a gente já encontrou conflitos dentro de casa com quem e porque, acho que nem todo mundo teve esses conflitos tem gente que mora sozinho, tem gente que mora com outras pessoas então já falaram que as vezes foi um pouco difícil, mas de tudo isso, algum de vocês descobriu algum talento nesse período de quarentena?
Karine: olha, digamos que talento acho que não deu tempo de aflorar nada ainda não, acho que não é um talento, mas pra mim tem sido um momento de muita reflexão, por isso que eu falo que não é talento, na verdade eu disse que estava bem incomodada com essa questão social de não poder ver as pessoas, mas por um outro lado eu não comecei a me desesperar nem ficar com raiva de tudo e de todos, porque eu vejo que eu estou numa situação muito privilegiada, então não me dei ao direito de reclamar de nada do que tá acontecendo porque eu sei que tem pessoas em uma situação muito pior , muito mais difícil, então como eu falei, não é talento, mas pra mim tem servido muito de lição, pra realmente não reclamar de nada na minha vida ,porque eu estou em uma situação muito privilegiada.
Flavia: habilidade de ficar dentro de casa né, cara eu sou muito parceira pra ficar dentro de casa assim, eu descobri que eu consigo conviver com uma pessoa, vocês me conhecem gente, meu Deus vocês devem pensar coitado do meu namorado, a gente teve quebra pau, mas eu descobri que eu consigo sei lá, ficar de boas, e essa situação faz a gente dar valor na companhia das pessoas e é uma coisa que eu não estava pensando, eu gostava mais do meu espaço sozinha e tal, e agora nessa quarentena eu estou vendo que tá sendo legal ter uma companhia pra passar nessas situações. 
Filipe: Descobri um baita talento, eu e minha namorada aprendemos a jogar canastra, e o bagulho tá louco, estamos treinando pra pegar meus sogros agora.
Amanda: nenhum talento muito específico ne, meio que fui obrigada a saber cozinhar, então eu estou aprendendo a fazer receitas e coisas diferentes e estou gostando. 
Pedro: habilidade de poder criar uma rotina para mim, comecei uns cursos, tentando me manter dentro disso todos os dias 
Carlos: então pra finalizar essa parte pessoal, tem a questão do que eu fiz de diferente, e a maioria de vocês já citou, ou seja lidar com a situação de ficar em casa, seja ter que cozinhar, não poder pra sair pra fazer algum esporte, devido a todas essas novidades, tem alguma coisa que vocês descobriram por causa da quarentena que vocês vão seguir fazendo ? ou são coisas que se aplicam somente a pandemia ?
Karine: acredito que o que eu quero é tirar desse momento realmente é me colocar no lugar dos outros e continuar fazendo isso e tentar passar isso para mais pessoas possíveis, esse sentimento de visão ao próximo.
Flavia: pretendo continuar de boa igual eu estou ficando na quarentena, economizando dinheiro.
Filipe: claro, não para nunca, vou jogar canastra para sempre. 
Amanda: com certeza desde rotina, estudando, fazendo cursos diferentes, isso vai se manter graças a deus. 
Pedro: com certeza, fazer tudo possível para que isso continue.
Fernando: eu estava pensando nessas ultimas respostas que vocês falaram, tem algumas coisas que a gente só aprende e questão de desenvolvimento que antes a gente não parava pra analisar isso e agora sim com a questão da quarentena de hábitos de reflexões, de coisas que a gente não conseguiria alcançar se isso não tivesse acontecendo, existe algo bom que está acontecendo, que olhar pra dentro e o maior ensinamento da quarentena e que as pessoas vão entender mais sobre elas mesmo e está todo mundo convivendo a maior parte do tempo com sigo mesmo ou com outras pessoas e se entender vai demandar muito das pessoas nesse momento e acredito que vamos ter uma mudança drástica de cognição e pensamento racional depois que acabar, se acabar, já estamos todos preparados pro apocalipse, ainda bem que eu assisti todos os episódios de a prova de tudo.
Carlos: Nando é isso?
Fernando: é isso, queria saber se a Julia se a Bruna, se a Jeniffer, se a Dandara e se o Raul, não querem se posicionar ou deixar alguma reflexão. Fechou então galera, acho que é isso.
Carlos: eu acho que de tudo isso, eu até falei pro Fernando, o maior aprendizado que eu tirei disso, o meu pai é motorista de caminhão, se o meu pai resolvesse parar pra cuidar da saúde dele e cuidar da vida dele assim como médicos, bombeiros, o que seria da nossa vida se acabasse a gasolina por exemplo, o que seria do país e isso me fez perceber mais do que nunca que a gente precisa um dos outros, que eu não sou eu sozinho e pra mim foi o que essa quarentena trouxe de aprendizado queeu não sou ninguém sozinho, mais alguém gostaria de compartilhar a sua percepção sobre esse momento?
Karine: eu posso dizer que o sentimento que eu tenho é de impotência, de não conseguir fazer coisas grandes, significativas, de ver tanta gente passando por tantas coisas e ser tão pequeno e não ter como resolver e ainda ter que ficar dentro de casa, eu tiro esse momento de só agradecer realmente e tentar jogar pro universo pra todos conseguirem sair dessa situação, porque tá ruim pra todo mundo.
Filipe: nenhum comentário.
Amanda: acho que é isso, inclusive meditem, meditar é muito bom
Pedro: só ter paciência, como você estava falando no sentido de que você não é ninguém mas pensar que a gente também precisa das pessoas.

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