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Tipos de Impostos: Diretos e Indiretos

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AULA 2 
 
 
Finanças Públicas para AFRF 
 
 
 
 
Olá alunos e alunas! 
 
 
 Recebi algumas mensagens no fórum de dúvidas referentes à primeira aula 
em que os alunos me perguntavam a respeito da extensão das aulas bem como o 
conteúdo presente. A esse respeito gostaria de dizer a vocês que as mesmas aulas 
estão estruturadas de forma a cobrir por completo todo e qualquer ponto que 
eventualmente possa estar presente nas questões da prova de Auditor. Ocorre que 
neste momento de edital publicado não há que se falar em divagar sobre temas e 
assuntos que não são relevantes ao estudo, especialmente porque a objetividade, 
em função até mesmo de todas as matérias presentes no edital, é condição 
essencial para o aproveitamento do curso. Ressalto apenas que em hipótese 
alguma deixaremos passar qualquer tópico que esteja relacionado ao conteúdo 
abordado pelo edital e que possa ser tema presente no certame. Por tudo isso, digo 
a vocês que façam a parte mais importante, estudem cada detalhe da aula e, na 
ocorrência de toda e qualquer dúvida, não se furtem a esclarecê-la por meio do 
fórum. 
 
 A nossa aula de hoje versará sobre os tipos de tributos, não no sentido da 
espécie destes (impostos, taxas, contribuições), mas sim de que forma se dá a 
incidências destes sobre os agentes econômicos e sobre os bens e serviços 
produzidos em uma economia. Veremos nesta aula que o somatório de tributos, e 
não somente de impostos, constitui o que definimos por carga fiscal de um país, que 
de fato pode ter características de progressividade, regressividade ou mesmo 
neutralidade sobre os seus impactos sobre a economia como um todo. 
 
Destaco ainda nesta introdução um aspecto peculiar às questões de Finanças 
Públicas. Tem-se evoluído para a cobrança de questões interpretativas, o que nos 
obriga a ater-se à análise do contexto em que a pergunta é feita, de tal forma que 
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acabemos por não cair na interpretação equivocada do seu texto. Sendo assim, 
ressalto, muita atenção na interpretação, ok? 
 
 Vai aí o último comentário, já abrindo o estudo da aula: 
 
 O que se deseja para um sistema tributário é o exercício de verificação de 
qual seria a carga fiscal dita ótima, ou seja, que maximizaria o recolhimento de 
tributos pelo Estado e, ao mesmo tempo, minimizaria os impactos distorcivos sobre a 
sociedade. 
 
 Um grande abraço! 
 
 Francisco 
 
 
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Conceituação do Impostos em Diretos e Indiretos 
 
Iniciamos nossa análise diferenciando os chamados impostos diretos e 
indiretos, que possuem como característica principal a forma de incidência sobre os 
contribuintes. 
 
Impostos Diretos e Indiretos 
 
A diferenciação entre os impostos diretos e indiretos está associada à 
possibilidade de transferência do seu ônus a terceiros ou não. 
 
Impostos diretos 
 
 Os impostos diretos são aqueles que incidem diretamente sobre a renda e o 
patrimônio de pessoas físicas e jurídicas. Os exemplos mais comuns de impostos 
diretos são o IPTU – Imposto Territorial Urbano, IPVA – Imposto sobre a 
Propriedade de Veículos Automotores e o IR – Imposto sobre a Renda e proventos 
de qualquer natureza. Vale destacar que os impostos diretos não configuram 
transferência do ônus tributário aos demais contribuintes. 
 
 Entende-se assim que os impostos diretos são aqueles em que a tributação 
incide de uma vez só, diretamente sobre o destinatário final da espécie de tributo. 
 
 
Impostos Indiretos 
 
 Os impostos indiretos são aqueles em que a pessoa responsável pela 
arrecadação arca, em parte, com o ônus tributário. Estes impostos incidem 
diretamente sobre a produção de bens e serviços da economia. Exemplos de 
impostos indiretos são o ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e 
Serviços e o IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. 
 
 
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 Cabe destacar que os impostos incidentes sobre a produção são aqueles 
repassados até o consumidor final, ao todo ou em parte, de acordo com o mercado 
tributado (concorrencial, monopolizado, etc), através da cadeia produtiva de 
agregação de valor. 
 
 Uma questão importante refere-se aos chamados subsídios. Estes 
representam uma ajuda governamental para que a produção de bens e serviços seja 
vendida a um valor em que o bem ou serviço produzido tenha o seu preço inferior 
aos custos de produção. Destaca-se assim que os subsídios tendem a minimizar os 
impactos dos impostos indiretos sobre o sujeito passivo do ônus tributário. 
 
 Destaca-se ainda que os impostos indiretos podem ser cobrados como sendo 
um valor único (ad rem), chamado de imposto específico, ou como uma alíquota 
sobre o valor da transação, conhecidos como impostos ad valorem. Um exemplo de 
imposto ad valorem é o referente ao ICMS, que é um percentual sobre o valor do 
bem ou da transação. Já um bom exemplo de imposto específico é o IPI sobre a 
produção de cigarros, que possui valor fixo por cada carteira de cigarros produzida. 
 
 
Impostos Progressivos, Regressivos, Neutros ou Proporcionais 
 
A incidência dos impostos sobre a sociedade, sejam eles diretos ou indiretos, 
tem como fim promover a chamada realocação da renda, ou seja, na medida em que 
se ganha mais, se paga mais. Isto seria um mundo ideal, mas que, infelizmente não 
acontece, especialmente se levarmos em conta a atual estrutura tributária brasileira. 
 
A diferenciação dos impostos entre progressivos, regressivos e neutros ou 
proporcionais está associada à forma de incidência destes sobre a renda da 
sociedade. 
 
 
 
 
 
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Impostos Progressivos 
 
 Os Impostos progressivos são aqueles que a medida que a renda aumenta, o 
percentual de imposto cobrado aumenta em uma proporção maior do que o aumento 
ocorrido na própria renda. Esta afirmação diz na verdade que a razão entre imposto 
e renda é crescente. Trata-se da noção, quem ganha mais paga mais 
(proporcionalmente ao salário). 
 
 O Imposto de Renda representa muito bem o chamado imposto progressivo. 
De acordo com a tabela divulgada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, ano 
calendário 2009, quem recebe até R$ 1.434,59 é isento de tributação do imposto. Já 
quem recebe entre R$ 1.434,60 e R$ 2.150,00 é tributado em 7,5% no que exceder 
R$ 1.434,60. Quem recebe entre R$ 2.150,00 e R$ 2.866,70 é tributado em 15% no 
que exceder o valor de R$ 2.150,00. Adicionalmente, quem recebe entre R$ 
2.866,71 e R$ 3.582,00 será tributado em 22,5% no que exceder R$ 2.866,71. 
Finalmente, quem recebe acima de R$ 3.582,00 será tributado em 27,5%. Destaca-
se apenas, para fins de conformidade, que para cada uma das faixas de incidência 
existe a parcelaredutora do imposto devido. 
 
 Os impostos progressivos estão diretamente relacionados ao conceito de 
impostos diretos, ou seja, recaem diretamente sobre o contribuinte final. Menciona-
se ainda que os impostos progressivos contribuem para a melhor distribuição da 
renda, possibilitando assim o atendimento de uma das funções governamentais. 
 
 Vejamos um simples gráfico ilustrativo do chamado imposto progressivo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relação 
Imposto/Renda 
(em reais) 
Renda (Y) 
Imposto Progressivo 
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Os impostos progressivos são considerados como sendo impostos 
anticíclicos, ou seja, na medida que a economia vai mal, ou seja, a renda agregada 
diminui, o resultado é a maior concentração da renda em faixas de alíquotas 
menores de incidência deste imposto direto, levando assim a uma minimização do 
efeito do decréscimo da renda gerada na economia. De forma contrária, com o 
crescimento da renda, passa a ocorrer uma maior concentração da renda da 
sociedade em faixas de incidência de alíquotas maiores de impostos. A idéia é a de 
que um maior número de pessoas passam a ter a maior parte da sua renda tributada 
na faixa dos 27,5%. 
 
 
Impostos Regressivos 
 
Os Impostos regressivos são aqueles em que a medida que a renda aumenta, 
a carga do imposto diminui proporcionalmente à renda. 
 
Um exemplo de imposto regressivo são os chamados impostos indiretos, 
caracterizados como os impostos incidentes sobre as cadeias de produção de bens. 
Estes acabam por não diferenciar quem é o comprador final do bem ou serviço 
produzido. Destaca-se apenas que os impostos diretos também podem ser 
considerados progressivos, desde que as alíquotas imputadas, como no caso do IR, 
diminuam em função do crescimento da renda. 
 
Vamos então a um exemplo que melhor exemplifica a relação entre os 
impostos regressivos e os impostos indiretos: 
 
Dois indivíduos com diferentes níveis de renda decidem comprar bens iguais. 
Imaginemos que o IPI incidente sobre o determinado bem seja de 15% e que o 
preço de venda desse bem seja de R$ 500,00. 
 
O imposto embutido no valor do bem é de R$ 75,00 (R$ 500,00 * 0,15). 
 
Para uma pessoa “A”, que recebe R$ 2000,00, o percentual pago de imposto 
perante a renda do indivíduo é de 3,75%. 
 
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No caso de uma pessoa “B”, que recebe R$ 1000,00, o percentual pago de 
imposto é de 7,5%. 
 
Esta característica destaca bem o grau de regressividade do imposto. Em 
situações na qual o ônus do imposto é considerado regressivo, a distribuição da 
renda tende a se tornar pior, em direção à concentração desta nas mãos dos que 
ganham mais. 
 
Vejamos o gráfico quem demonstra a relação entre o imposto cobrado e a 
renda do consumidor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Destaca-se ainda que os impostos regressivos são considerados pró-cíclicos, 
de tal forma que a medida que cai a renda da economia, aumenta a base de cálculo 
do ônus tributário sobre aqueles que ganham menos. 
 
Impostos Proporcionais ou Neutros 
 
Os impostos proporcionais ou neutros são representados pelos impostos que 
mantêm uma relação constante entre a alíquota de cobrança e a renda. Dessa 
maneira, na medida em que a renda aumenta, o imposto devido (unidades 
monetárias), e não o percentual deste em relação à renda, aumento na mesma 
proporção. Um imposto neutro pode ser obtido através da tributação por meio de 
uma alíquota única para a renda de cada trabalhador. Senão vejamos: 
 
Alíquota de 15% sobre a Renda; 
Renda indivíduo A = R$ 2000,00; 
Renda indivíduo B = R$ 5.000,00; 
Relação 
Imposto/Renda 
(em reais) 
Renda (Y) 
Imposto Regressivo 
 
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Imposto devido por A = 15% de R$ 2000,00 = 300,00 
 
Imposto devido por B = 15% de R$ 5.000,00 = 750,00 
 
Percentual de Imposto pago por A = 300/2000 = 15% 
Percentual de Imposto pago por B = 750/5000 = 15% 
 
 A proposição de um IR em que a alíquota seja a mesma independente da 
faixa de renda, representa o caso típico de proporcionalidade. Vale mencionar que 
não estamos falando de valores absolutos recolhidos aos cofres públicos, mas sim o 
percentual (relativo) do imposto sobre a renda. 
 
 Anota-se ainda que os impostos proporcionais não alteram a distribuição da 
renda na sociedade. 
 
 Vamos a um exemplo: 
 
X ganha R$ 2.000,00 e paga 10% de imposto = R$ 200,00; 
 
Y ganha R$ 10.000,00 e também paga 10% de imposto = R$ 1000,00. 
 
Veja que se calcularmos o valor relativo do imposto sobre a renda, teremos a 
chamada neutralidade ou proporcionalidade mantida. 
 
Relação (Imposto recolhido/renda) de X = 200/2000 = 10% 
 
Relação (Imposto recolhido/renda) de Y = 1.000/10.000 = 10% 
 
 
 
 
 
 
 
Relação 
Imposto/Renda 
(em reais) 
Renda (Y) 
Imposto Neutro ou 
Proporcional 
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Importante lembrar que os impostos neutros atendem ao princípio teórico da 
tributação que afirma que o impacto da tributação não deve provocar uma re-
alocação dos recursos econômicos, a partir da alteração dos preços relativos entre 
estes. 
 
Finalmente, destaca-se que os impostos proporcionais não são considerados 
pró ou anti-cíclicos, tendo o seu ônus atuando literalmente de forma neutra. 
 
Adendo: 
 
Impostos Seletivos 
 
 Os chamados impostos seletivos são representados por impostos que visam 
desestimular a produção de bens considerados prejudiciais à população. Trata-se 
pois dos chamados bens não meritórios. 
 
 O IPI sobre cigarros e bebidas é considerado um imposto seletivo. Por meio 
deste imposto ad rem, ou seja, tributando-se por meio de um valor específico, busca-
se inibir o consumo do produto. 
 
Cabe apenas ressaltar que a simples aplicação deste imposto tende a tornar 
regressivo o sistema tributário, dado que itens como cigarros e bebidas são 
consumidos por todas as classes sociais e que, desta forma, aqueles que ganham 
menos pagarão um imposto maior em proporção de sua renda em função do 
consumo destes mesmos bens. 
 
Outra forma de imposto seletivo refere-se ao imposto sobre grandes fortunas, 
previsto mas ainda não regulamentado. Este tipo de imposto tende, ao contrário do 
IPI sobre o cigarro, a tornar o sistema tributário progressivo, uma vez que 
subentende-se que pessoas proprietários de grandes fortunas são aquelas com 
maiores capacidade contributivas. Adiciona-se ainda a questão de que com o 
imposição do imposto sobre grandes fortunas, o governo garante a geração de 
receita extra com fins de garantir fonte complementar de financiamento das políticas 
assistencialistas desenvolvidas. 
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Conclui-se assim que não que se falar que os impostos seletivos são 
progressivos ou regressivos,apenas sendo válida esta vinculação caso seja 
aplicado a cada tipo de análise (IPI sobre cigarros, imposto sobre grandes fortunas, 
etc). 
 
Passemos agora a resolução de algumas questões que abordaram os 
conceitos até agora desenvolvidos, retornando depois ao estudo da formatação da 
carga tributária e fiscal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questões de Provas Anteriores: 
 
15 – (AFTN/STN – ESAF/1996) Escolha, dente as opções abaixo, a definição correta 
de tributos diretos. 
 
a) Tributos para os quais os contribuintes podem transferir total ou parcialmente o 
ônus da contribuição a terceiros. 
b) Tributos que gravam um ato, ou fato, ou objeto, cobrados em virtude de tarifas 
impessoais e que recaem sobre certos fatos intermitentes. 
c) Tributos cujos contribuintes são os mesmos indivíduos que arcam com o ônus da 
respectiva contribuição. 
d) Tributos que oneram as transações referentes ao movimento e à utilização dos 
bens ou serviços produzidos em uma economia. 
e) Tributos que podem ser transferidos pelo contribuinte para outra pessoa e que, 
por sua vez, os transferirá ou os suportará em definitivo. 
 
16 - (AFRF/SRF – ESAF/2000) O governo não só arrecada impostos, mas também 
devolve parte deles sob a forma de transferências e subsídios. Segundo os textos 
usuais de Finanças Públicas, identifique a opção correta. 
a) Os impostos indiretos incidem sobre a renda ou a propriedade. 
b) O imposto de renda é exemplo de imposto indireto e de tributo federal. 
c) Subsídios podem ser considerados impostos indiretos com o sinal negativo. 
d) Transferências são impostos indiretos com o sinal positivo. 
e) Os impostos diretos incidem sobre os preços dos bens e serviços. 
 
17 – (AFTN/STN – ESAF/1998) As receitas tributárias podem ser classificadas em 
tributos diretos e indiretos. Afirma-se que os tributos: 
 
a) indiretos podem ser ad valorem, com alíquota fixa sobre o bem; 
b) indiretos incidem sobre a renda das pessoas; 
c) diretos são específicos, com valor fixo em unidades monetárias, independente do 
valor do bem; 
d) indiretos são mais justos ou equânimes do ponto de vista fiscal; 
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e) diretos incidem sobre os preços das mercadorias. 
 
18 – (AFRF/SRF – ESAF/2003) A forma como são estruturados os sistemas 
tributários determina o impacto dos impostos tanto sobre o nível de renda como 
sobre a organização econômica. Quanto ao aspecto de afetar a distribuição de 
renda, não se pode afirmar que: 
 
a) os impostos indiretos aumentam a desigualdade na distribuição do produto 
nacional. 
b) a implantação de um sistema tributário em que todos pagam 7% de sua renda 
como imposto caracteriza um sistema proporcional. 
c) os impostos diretos, tais como o ICMS e o IPI, que não incidem sobre a renda, 
mas sobre o preço das mercadorias, são impostos regressivos. 
d) com impostos regressivos, os segmentos sociais de menor poder aquisitivo são 
os mais onerados. 
e) a estrutura tributária, baseada em impostos progressivos, onera 
proporcionalmente mais os segmentos da sociedade de maior poder aquisitivo. 
 
19 – (AFRF/SRF – ESAF/2000) Sabendo-se que o imposto seletivo é um tributo que 
incide apenas sobre alguns bens, identifique a opção falsa. 
 
a) Um imposto seletivo pode ser empregado como fonte adicional de receita geral 
para complementar outros impostos, quando o custo de arrecadação na cobrança 
desses impostos é elevado. 
b) Um imposto seletivo pode ser empregado para “desestimular” o consumo de 
certos bens considerados prejudiciais à saúde e à sociedade. 
c) Um imposto seletivo pode ser justificado como um tipo de tributação direta de 
acordo com o benefício. 
d) O imposto seletivo pode ser aplicado ao produto de determinadas indústrias, de 
modo a conter a poluição ambiental. 
e) O imposto seletivo pode ser utilizado para reforçar a progressividade da estrutura 
fiscal. 
 
 
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20 - (APO/MPOG – ESAF/2002) Com base nos sistemas de tributação, aponte a 
opção falsa. 
 
a) Em um sistema de impostos proporcionais, a alíquota média é menor que a 
alíquota marginal. 
b) Em um sistema de impostos proporcionais, as alíquotas marginal e média dos 
impostos permanecem as mesmas quando a renda se eleva. 
c) Em um sistema de impostos regressivos, a alíquota média é maior que a alíquota 
marginal. 
d) Em um sistema de impostos regressivos, as alíquotas marginal e média dos 
impostos reduzem-se quando a renda se eleva. 
e) Em um sistema de impostos progressivos, as alíquotas marginal e média dos 
impostos aumentam quando a renda se eleva. 
 
21 – (APO/MPOG – ESAF/2008) Os sistemas de tributação diferenciam-se entre si 
de acordo com o tratamento tributário dado às diversas camadas de renda da 
sociedade. Com relação aos sistemas de tributação, identifique a única opção 
correta. 
 
a) O sistema de imposto progressivo tem a característica básica de tributar mais 
fortemente as camadas mais baixas de renda. 
b) A aplicação de um sistema de imposto proporcional altera o padrão da distribuição 
de renda da sociedade. 
c) A aplicação de um sistema de imposto progressivo não altera o padrão da 
distribuição de renda da sociedade. 
d) No sistema regressivo, o percentual do imposto pago diminui com o aumento do 
nível de renda. 
e) No sistema proporcional, o percentual de imposto a ser pago depende do nível de 
renda. 
 
22 – (AFC/STN – ESAF/2008) No que se refere à tributação, o conceito de eqüidade 
remete à idéia de justiça social, ou seja, os indivíduos pagarão mais ou menos 
tributos conforme suas características. Nesse contexto, é incorreto afirmar: 
 
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a) o princípio do benefício defende que a carga tributária deve ser diretamente 
proporcional ao benefício que o agente aufere. De maneira simples, quanto maior for 
a utilidade atribuída ao bem público, maior será a propensão em pagar os tributos. 
b) verticalmente, os impostos podem ser progressivos quando a proporção de 
tributos sobre a renda aumenta à medida que a renda se eleva. 
c) a idéia de tributar, segundo a capacidade de contribuição, refere-se a tributar cada 
indivíduo de acordo com sua renda, mantendo o princípio da eqüidade. 
d) verticalmente, os impostos podem ser regressivos quando os contribuintes, com a 
mesma capacidade de pagamento, arcam com o mesmo ônus fiscal. 
e) existe eqüidade horizontal quando os indivíduos que possuem a mesma renda 
pagam a mesma quantidade de tributos. Por sua vez, existe eqüidade vertical 
quando quem ganha mais paga mais. 
 
23 – (APO/Séc. Fazenda SP – ESAF/2009) Por política fiscal, entende-se a atuação 
do governo no que diz respeito à arrecadação de impostos e aos gastos públicos. 
Com relação à tributação, não é correto afirmar: 
 
a) os tributos específicos e ad valorem são exemplos clássicos de impostos diretos. 
b) o sistema tributário é dito progressivo quandoa participação dos impostos na 
renda dos indivíduos aumenta conforme a renda aumenta. 
c) o sistema tributário é considerado proporcional quando se aplica a mesma 
alíquota do tributo para os diferentes níveis de renda. 
d) a aplicação de um sistema de imposto regressivo afeta o padrão de distribuição 
de renda, tornando-a mais desigual. 
e) conforme aumenta a renda dos indivíduos e a riqueza da sociedade, aumenta a 
arrecadação de impostos diretos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Gabarito Comentado: 
 
Questão 15: letra “c”. 
 
a) Tributos Indiretos 
b) Imposto Indireto. 
d) Impostos Indiretos. 
e) Tributos Indiretos. 
 
Questão 16: letra “c”. 
 
No cálculo da riqueza gerada no processo econômico, caracterizada pelo PIB, tem 
em seu resultado a adição dos impostos indiretos e a subtração dos subsídios, 
normalmente utilizados pelo governo para estimular a produção de bens ou serviços 
que são de importância ímpar à sociedade ou mesmo que tem o seu custo de 
produção superior ao preço de venda no mercado. Entende-se assim que os 
subsídios são considerados impostos indiretos com sinal negativo. 
 
Menciona-se apenas, no caso da assertiva “d”, que as transferências correspondem 
ao repasse de recursos feitos pelo governo diretamente à consumidores (bolsa 
família, etc). 
 
Questão 17: letra “a”. 
 
b) diretos incidem sobre a renda de pessoas. 
c) indiretos são específicos... 
d) diretos são mais justos... 
e) indiretos incidem... 
 
Questão 18: letra “c”. 
 
c) Os impostos indiretos, tais como ICMS e o IPI... 
 
 
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Questão 19: letra “c”. 
 
O imposto seletivo, tal como o imposto sobre grandes fortunas, é medido pela 
capacidade de pagamento. 
 
Observação: letra “a” e “e” 
 
a) De fato, quando o custo de arrecadação com outros impostos é elevado, o 
imposto seletivo, que recai somente sobre alguma transação ou indivíduo, pode 
representar uma fonte adicional de receita. 
 
e) Do mesmo modo, o imposto seletivo pode ser utilizado para reforçar a 
progressividade, desde que recai nos moldes do destacado na explicação da 
alternativa “a”. 
 
Questão 20: letra “a” 
 
a) Em um sistema de impostos proporcionais a alíquota média é igual a alíquota 
marginal. 
 
Questão 21: letra “d” 
 
Trata-se da própria definição do sistema regressivo. 
 
Questão 22: letra “d” 
 
d) verticalmente, os impostos podem ser regressivos quando os contribuintes, com a 
diferente capacidade de pagamento, arcam com um diferente ônus fiscal, pagando 
menos proporcionalmente a sua renda. 
 
Questão 23: letra “a” 
 
a) os tributos específicos e ad valorem são exemplos clássicos de impostos 
indiretos. 
 
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Carga Fiscal: Progressividade, Regressividade, Neutra, Carga Fiscal Ótima 
 
 
A carga fiscal correspondente ao somatório de toda tributação imposta à 
sociedade relativamente ao total de riquezas geradas pelo país. Trata-se pois da 
relação existente entre Receita Fiscal e o PIB. Segundo a Comissão Econômica 
para a América Latina – CEPAL, existe uma pequena diferença entre Carga Fiscal e 
Carga Tributária. No caso da primeira, além de incluídos os impostos, taxas e 
contribuições de melhoria, que correspondem à carga tributária, inclui-se também as 
contribuições fiscais e parafiscais, tais como a CIDE e a Contribuição para fins de 
Seguridade Social. 
 
A princípio entendemos que tal definição é válida, especialmente porque a 
própria classificação da receita orçamentária, objeto de aula futura, diferencia as 
receitas em tributárias e receitas de contribuições. Destaca-se apenas que na maior 
parte das questões de concurso não existe tal diferenciação, motivo pelo qual 
devemos ter atenção ao abordarmos uma questão que verse sobre tal assunto. 
 
O objetivo da imposição do ônus fiscal é o de financiar a atividade 
governamental, consubstanciada nas suas funções de alocação, distribuição, 
estabilização e regulação do processo econômico. 
 
A estrutura tributária, bem como o seu grau de incidência sobre a riqueza 
gerada no país, está diretamente relacionada à composição dos tributos incidentes. 
 
 
Carga Fiscal Progressiva 
 
O sistema tributário com carga fiscal progressiva é aquele em que a 
medida que a renda cresce, a carga fiscal cresce mais do que proporcionalmente ao 
crescimento da renda. O objetivo deste sistema é o de promover a melhoria da 
distribuição na renda da sociedade, tributando mais aqueles que ganham mais. 
Pode-se afirmar ainda que quando a carga fiscal é progressiva, o acréscimo 
marginal (adicional) da incidência fiscal é maior do que a carga média da mesma 
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incidência. Vejamos como isso ocorre, utilizando-se do IR que é um imposto 
progressivo: 
 
 Fonte: site da SRF 
Base de cálculo mensal 
em R$ 
Alíquota %
Parcela a deduzir do imposto 
em R$ 
Até 1.434,59 - - 
De 1.434,60 até 2.150,00 7,5 107,59 
De 2.150,01 até 2.866,70 15,0 268,84 
De 2.866,71 até 3.582,00 22,5 483,84 
Acima de 3.582,00 27,5 662,94 
 
Perceba que na faixa de renda entre R$ 2.150,01 e R$ 2.866,70 a alíquota 
cobrada de IR é de 15%. Com o recebimento de renda adicional, ou seja, o que 
exceder o valor de R$ 2.866,71, a renda será tributada em 22,5%. Veja assim que a 
alíquota media é de 15% mas a marginal é de 22,5%. 
 
 
Carga Fiscal Regressiva 
 
O sistema tributário com carga fiscal regressiva é aquele em que a 
medida que a renda cresce, a carga fiscal cresce menos do que proporcionalmente 
ao crescimento da renda. Destaca-se ainda que a regressividade tende a piorar a 
distribuição da riqueza gerada na economia, uma vez que aqueles que ganham mais 
pagam menos proporcionalmente as suas rendas. 
 
Destaca-se ainda que, no caso da regressividade, o aumento marginal da 
carga fiscal é inferior a carga fiscal média cobrada em função do aumento da renda. 
 
Carga Fiscal Neutra ou Proporcional 
 
Finalmente, no caso do sistema tributário proporcional ou neutro, a carga 
fiscal cresce na mesma proporção do aumento da renda. Neste caso a alíquota 
marginal é igual à alíquota média cobrada, uma vez que ocorram aumentos na renda 
da sociedade. 
 
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Assim como o disposto na análise dos impostos, verifica-se que uma carga 
fiscal proporcional atende diretamente ao princípio teórico da neutralidade, não 
alterando a alocação dos recursos econômicos. 
 
Diante destes conceitos e agregando-se os conhecimentos das aulas 
anteriores, podemos afirmar que em um regime de Carga Fiscal Progressiva, 
pagam mais aqueles que ganham mais. A carga fiscal progressiva tende a minorar 
as desigualdades econômicas, na medida em que ocorre uma redistribuição darenda gerada na economia. 
 
Um dos impactos negativos de uma Carga Fiscal Progressiva, a ser analisado 
por nós nas próximas aulas, é o de que os trabalhadores decidirão ofertar menos 
trabalho (não querem aumentar mais a sua renda), pois pagarão uma carga 
tributária cada vez maior1. 
 
De forma inversa, diante de uma Carga Fiscal Regressiva, acabam por 
pagar mais aqueles que recebem menos, acentuando as desigualdades econômicas 
no país. Diante de uma Carga Fiscal Regressiva, ocorre um estímulo ao trabalho, 
pois a medida que aumenta a renda, a tributação aumenta em um percentual menor 
do que a própria renda. Trata-se de uma dicotomia existente diante de um sistema 
tributário perverso. 
 
Conforme já verificado, no caso de uma Carga Fiscal Neutra, as decisões 
de alocação de recursos não se alteram, uma vez que a Carga Fiscal imposta à 
sociedade é proporcional à renda, permanecendo constante a oferta de trabalho 
pelos trabalhadores. 
 
 
Carga Fiscal Ótima – A curva de Laffer 
 
Independentemente do aspecto referente à estrutura tributária do país, é 
importante identificar qual seria o nível de carga fiscal que maximiza a arrecadação 
 
1 Isto ficará demonstrado quando estudarmos os efeitos do excesso da cobrança de tributos. 
 
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de recursos pelo Estado e, ao mesmo tempo, torna o sistema tributário equitativo e 
neutro, não causando interferência nas decisões dos agentes econômicos. O 
simples aumento das alíquotas dos tributos pode não levar ao aumento da receita, 
mas sim a queda da arrecadação. Esse fenômeno ocorre devido ao fato de que fica 
muito custoso aos trabalhadores oferecerem trabalho, já que parte representativa de 
sua renda é transferida diretamente ao governo. 
 
Esta constatação foi inicialmente abordado por Laffer, famoso economista 
americano que procurou demonstrar a existência de um nível ótimo de carga fiscal 
que maximizaria a arrecadação tributária e, ao mesmo tempo, não desestimularia o 
chamado trabalho formal. 
 
A curva de Laffer mostra que quando a alíquota é relativamente baixa, existe 
uma relação direta entre a alíquota e a arrecadação. De acordo com Laffer, existe 
uma alíquota ótima de arrecadação – a chamada carga fiscal ótima -. Entretanto, a 
partir de determinado nível de carga fiscal, qualquer elevação adicional resultará 
numa diminuição da arrecadação global, devido a provável evasão (sonegação) 
fiscal e ao desestímulo sobre os negócios em geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alguns aspectos e considerações devem ser feitos quanto à estrutura e 
distribuição do ônus tributário. 
 
Para a reestruturação da carga fiscal e conseqüente melhoria nos níveis de 
distribuição da renda, é importante que os recursos gerados sejam originados da 
Carga Fiscal que maximiza 
a arrecadação. 
Alíquota Média 
0% 30% 50% 70% 100% 
Total da 
arrecadação 
 
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tributação de bens e serviços de consumo das classes de maior nível de renda, 
especialmente aqueles de uso suntuário ou de luxo. Uma tributação progressiva 
sobre a propriedade (residências e automóveis de luxo, barcos, aviões) também 
contribuiria para melhorar o perfil distributivo. Um balanceamento destas formas de 
tributacão, com a adoção de um imposto de renda progressivo, que não desestimule 
a poupança e o investimento (a utilização de incentivos fiscais, desde que bem 
monitorados quanto ao alcance de seus objetivos, pode auxiliar nesse aspecto) 
parece ser o desenho mais apropriado, de forma a alcançarmos se não um nível 
ótimo de carga fiscal, pelo menos obter uma minimização das distorções geradas 
pelo sistema tributário. 
 
 
Curva de Lorenz 
 
Uma forma alternativa de caracterizar a Carga Fiscal Ótima é através da 
Curva de Lorenz. Esta mostra a desigualdade na distribuição da renda de uma 
sociedade. No eixo “X” encontra-se o percentual da população e no eixo “Y” 
encontra-se a renda a qual o percentual da população esta relacionado. A idéia da 
curva de Lorenz é a de que 10% da população concentre 10% da renda, 20% da 
população concentre 20% da renda e assim sucessivamente. Dessa maneira, 
quando 10% da população representam 50% da renda e os outros 90% representam 
os outros 50%, existe uma concentração da riqueza da sociedade nas mãos de uma 
pequena parte da sociedade. Vejamos a curva: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 % população 
% Renda 
C
B
A
 
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A curva de Lorenz “A” é a chamada curva ideal. Tendo uma inclinação de 
45%, ela demonstra uma relação linear entre o percentual acumulado da população 
e o percentual acumulado da renda da sociedade. Conforme dito no parágrafo 
anterior, o aumento do percentual acumulado da população é exatamente igual ao 
aumento percentual acumulado da renda da sociedade. Para a curva de Lorenz “B”, 
a relação não é linear, ou seja, um maior percentual da população possui um menor 
percentual da renda da sociedade. Ainda pior do que a curva “B” é a curva “C”. Esta 
demonstra um percentual ainda maior da população com pouca representatividade 
na renda da sociedade. 
 
Políticas que promovam uma Carga Fiscal Progressiva, em que aqueles que 
ganham mais paguem mais, levarão as curvas “B” e “C” em direção da curva de 
Lorenz ideal. Caso a Carga Fiscal seja essencialmente regressiva, é certa a piora da 
distribuição da renda da sociedade. 
 
Ainda na análise sobre os tipos de tributos e sua relação com 
progressividade, regressividade ou neutralidade, podemos verificar de que forma 
estes tributos tendem a impactar as decisões feitas pelos agentes econômicos em 
termos da relação existentes entre trabalho e lazer (descanso), uma vez que na 
medida em que aumenta a renda, maior tende a ser a “mordida” tributária. 
 
 
Os tributos progressivos e a chamada curva reversa 
 
Os efeitos da ausência ou excesso de tributos podem ser traduzidos como a 
melhora ou a piora das inter-relações existentes entre consumidores, produtores e o 
próprio governo. 
 
A tributação é objetivada na necessidade de geração de caixa para o 
governo, para que este possa realizar a manutenção da máquina estatal, bem como 
para ser o promovedor de políticas de estímulo ao crescimento econômico nas mais 
diversas formas (saúde, educação, transportes e etc.), além de atuar na minimização 
das distorções existentes entre as relações negociais de produtores e consumidores. 
 
 
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Conforme dissemos ainda na primeira aula, os mercados sem a interferência 
governamental são aqueles chamados de perfeitamente competitivos, onde a 
alocação dos recursos pode levar ao chamado na economia de “Ótimo de Pareto”, 
situação em que o aumento do bem-estar de um indivíduo acaba por piorar a o bem-
estar dos demais integrantes da sociedade. 
 
Vale mencionar no entanto, que toda a atividade interventiva governamental, 
no sentido do atingimentodo ponto teórico de “Ótimo de Pareto” deve ser pautada 
nos princípios da tributação de neutralidade e equidade, de forma que o ônus 
tributário seja utilizado mais dirimir distorções nos mercados do que para inibir as 
transações entre consumidores e produtores. 
 
Entende-se assim que a tributação imposta à sociedade deve ser adequada, 
de forma a não desestimular as atividades econômicas, uma vez que o salário, 
remuneração do processo produtivo, também conhecido como renda do trabalhador, 
é gravado pelo próprio ônus tributário. Na medida em que crescem as alíquotas de 
impostos, cresce na mesma direção o desestímulo a oferta de trabalho, o que, por si 
só, traz como resultado o impacto sobre o crescimento da renda e do produto da 
economia. 
 
Desta maneira, partindo-se da racionalidade econômica, podemos interpretar 
que maiores salários serão seguidos de maior oferta de trabalho, mas, no entanto, 
até que ponto está afirmação é verdadeira? 
 
Esta argumentação baseia-se princípio econômico da utilidade, onde níveis 
mais altos de utilidade representam uma maior satisfação dos consumidores. 
 
Destaca-se, dentro da análise feita, que o salário líquido, real valor recebido 
pelo trabalhador, diminui em proporção ao aumento de trabalho ofertado, uma vez 
que a tributação imposta sobre a renda é progressiva. Diante desta situação, maior 
será o desestímulo ao aumento de horas trabalhadas. 
 
 
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A incidência tributária progressiva sobre a renda dos consumidores gera os 
chamados efeitos substituição (deslocamento) e efeito renda. 
 
No caso do efeito substituição, o trabalhador, ao verificar a incidência 
tributária sobre a renda, entende que a sua remuneração líquida está diminuindo 
proporcionalmente às horas trabalhadas, de tal maneira que se torna mais 
interessante para ele SUBSTITUIR trabalho por lazer. 
 
Diante desta situação, conclui-se que quanto maior a carga tributária, menor 
será o estimulo do trabalhador a oferecer trabalho, impactando negativamente a 
arrecadação fiscal. 
 
No caso do efeito renda, o trabalhador, ao verificar que a sua renda líquida 
diminuiu, procura oferecer mais trabalho, de forma a diminuir o impacto da perda de 
bem-estar. Por conseqüência o trabalhador terá menos horas de lazer. 
 
O resultados dos efeitos substituição e renda torna a oferta de trabalho na 
economia representada conforme o gráfico abaixo. Inicialmente os trabalhadores 
oferecerão mais trabalho, de forma a compensar a perda de renda, fazendo com que 
efeito renda seja superior ao efeito substituição. Não obstante, como o dia só possui 
24 horas, aumentos ainda maiores na tributação farão com o efeito substituição de 
trabalho por lazer dos trabalhadores seja maior do o efeito renda, fazendo com que 
mesmo aumentos salariais adicionais levem a diminuições nas horas de trabalho 
ofertadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
W/P
Horas trabalhadas
 
W/P3 
 
 
W/P2 
 
W/P1 
 
 
 L1 L2 L3 
Curva Reversa, ocasionada 
em função da 
progressividade do IR. 
 
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Em conclusão, pode-se afirmar que, em condições normais, o aumento dos 
salários será acompanhado de uma maior oferta de trabalho. No entanto, com a 
excessiva tributação sobre e renda, cada aumento salarial será menos relevante 
sobre a decisão de oferta de trabalho, uma vez que o salário líquido, valor 
descontado dos impostos será cada vez menor, diminuindo a utilidade adicional 
auferida pelo consumidor. 
 
Assim sendo, e considerados os pontos abordados, podemos agora 
novamente nos debruçar sobre algumas questões de concursos anteriores, 
objetivando a eficiência e a eficácia no estudo e na aprendizagem. 
 
Destaco que o último exercício da série que se segue destaca bem uma 
possível mudança na abordagem das questões para o próximo certame da Receita 
Federal. Sendo assim, analise criteriosamente as respostas, procurando verificar os 
pontos que não seriam consistentes, para que assim se possa buscar o gabarito da 
questão. 
 
Um grande abraço e até a próxima aula! 
 
Francisco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questões de Provas Anteriores: 
 
 
 
24 – (AFTN/STN – ESAF/1996) Considere as seguintes transações econômicas, 
verificadas numa economia abeta e com governo. Assinale a opção que 
corresponde à carga tributária bruta, em percentual. Utilize somente as informações 
necessárias para este cálculo. 
 
a) Receitas correntes do governo 1500 unidades monetárias 
b) Receitas de capital do governo 600 unidades monetárias 
c) Impostos indiretos 800 unidades monetárias 
d) Impostos diretos 500 unidades monetárias 
e) Transferências correntes 300 unidades monetárias 
f) Produto Interno Bruto a preços de Mercado 8200 unidades monetárias 
 
a) 9,75; 
b) 15,85 
c) 18,29 
d) 19,51 
e) 25,60 
 
 
25 - (ACE/TCU – ESAF/2000) Caracteriza regressividade do sistema tributário 
 
a) a concentração da receita efetivamente disponível em poder da União. 
b) a alocação de recursos preferencialmente entre os segmentos mais ricos. 
c) a fixação de tetos para as deduções do Imposto de Renda das pessoas físicas em 
geral. 
d) a aplicação das mesmas alíquotas a produtos de diferentes graus de 
essencialidade. 
e) a má distribuição regional de renda. 
 
 
26 – (AFRF/SRF – ESAF/2000) De acordo com os fundamentos da curva de 
Laffer, identifique a opção falsa. 
 
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63
 
a) A curva de Laffer mostra o efeito de variações na alíquota do imposto sobre a 
receita tributária. 
b) Segundo Laffer, o imposto é pago sem sonegação se a alíquota for 
suficientemente baixa. 
c) Quando o ponto ótimo de alíquota é ultrapassado, a receita tributária pode ser 
aumentada mediante elevação de alíquota. 
d) O modelo presume que o incentivo à sonegação cresce com a magnitude da 
alíquota. 
e) Há um ponto ótimo de alíquota que gera uma receita tributária máxima. 
 
27 - (AFRF/SRF – ESAF/2000) A estruturação de um sistema tributário envolve o 
impacto dos impostos sobre o nível de renda. No que diz respeito a esse aspecto, 
assinale a opção falsa. 
 
a) Um sistema é neutro quando a participação dos impostos na renda é a mesma, 
independente do nível de renda. 
b) Um sistema é regressivo quando a participação dos impostos na renda dos 
agentes diminui conforme a renda aumenta. 
c) No sistema progressivo, paga mais (em termos relativos) quem ganha mais. 
d) No sistema regressivo, paga menos (em termos relativos) quem ganha menos. 
e) Um sistema é dito progressivo quando a participação dos impostos na renda dos 
indivíduos aumenta quando a renda aumenta. 
 
28 – (Fiscal de tributos estaduais/PA/ESAF– 2002) Com relação a curva de Laffer, 
assinale a opção falsa 
 
a) A curva de Laffer mostra a relação entre receitas tributárias e alíquotas tributárias. 
b) Observa-se que, a princípio, curva sobe quando as alíquotas tributárias afastam-
se de zero, mas, adiante, a curva começa a declinar. 
c) Supondo que as alíquotas tributárias subissem para 100% da renda, todos os 
incentivos para produzir e trabalhar seriam retirados e as receitas seriam zero. 
d) Se as alíquotas tributárias fossem 0% da renda, haveria incentivos para trabalhar 
e produzir, uma vez que nenhum imposto seria pago. 
 
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e) A curva de Laffer mostra a relação entre renda real e arrecadação. 
 
29 – (Fiscal de Rendas/Séc. Fazenda RJ – FGV/2009) Os impostos progressivos 
têm como característica: 
a) a taxa marginal de imposto sobre a renda mais alta que a taxa média para todo o 
nível de renda dos contribuintes, sem efeitos perversos sobre o incentivo de 
aumentar a renda. 
b) o efeito perverso direto sobre a capacidade de arrecadação do Estado. 
c) a taxa marginal de imposto sobre a renda menor que a taxa média para todo o 
nível de renda dos contribuintes. 
d) o efeito perverso sobre os incentivos marginais dos agentes econômicos cuja 
renda ultrapassa certo nível. 
e) a redução do seu montante com o nível de renda do agente tributado. 
 
30 – (AFRF/SRF – ESAF/2002) Distorcendo opções entre trabalho e lazer, ou entre 
consumo e investimento, os impostos criam custos para a economia. Com relação 
às perdas provocadas pelos impostos, identifique a única opção incorreta. 
 
a) Como resultado dos impostos sobre certos bens e atividades, as pessoas 
trabalham muito pouco, ou poupam muito pouco, ou compram muito pouco as 
mercadorias muito tributadas e muito mais as que são pouco tributadas. 
b) Ações decorrentes das distorções causadas pelos impostos sobre os preços 
relativos fazem com que o bem-estar econômico diminua. 
c) Os custos dos impostos são, até certo ponto, inevitáveis, porque os impostos são 
necessários para arcar com os gastos governamentais. 
d) O efeito deslocamento diz que as famílias terão menos lazer quando ficarem mais 
pobres, em decorrência do aumento de imposto sobre a renda. 
e) Impostos sobre a pessoa jurídica afetam decisões de investimento. 
 
31 – (APO/MPOG – ESAF/2008) Identifique a única opção incorreta com relação às 
características básicas de um modelo de reforma tributária coerente com os 
princípios da responsabilidade (recuperação da ética tributária), visibilidade, 
equilíbrio e solidariedade (sem espaço para antagonismo). 
 
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a) A tributação da renda deve ser feita de forma abrangente, reduzindo-se ao 
mínimo as deduções e abatimentos, eliminando-se os regimes especiais e 
restringindo-se a progressividade das alíquotas ao imposto cobrado sobre a renda 
familiar. 
b) O combate à evasão e à sonegação deve ser conduzido, prioritariamente, por 
medidas de cunho repressivo e policial. 
c) Nenhum imposto deve onerar a exportação e a aquisição de máquinas e 
equipamentos indispensáveis à modernização tecnológica, ao aumento da 
capacidade produtiva e à geração de maiores oportunidades de emprego. 
d) A simplificação tributária requer não apenas a redução do número de impostos, 
mas também a simplificação e estabilidade das normas jurídicas aplicadas à 
administração e cobrança dos tributos. 
e) O imposto sobre a propriedade deve ser utilizado como reforço do vínculo de co-
responsabilidade entre o Estado e o cidadão contribuinte, no plano das relações do 
poder público local com as comunidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Gabaritos Comentados: 
 
Questão 24: letra “b”. 
 
c) Impostos Diretos + Impostos Indiretos/PIB = 15,85% 
 
Questão 25: letra “d”. 
 
Uma vez que produção mais necessários são tributados na mesma medida de 
produtos supérfluos, as camadas de mais baixa renda acabam por ser mais 
prejudicadas. 
 
Destaca-se que a opção “b” refere-se a distribuição da renda, conseqüência de um 
sistema tributário regressivo. 
 
Questão 26: letra “c”. 
 
c) Quando o ponto ótimo de alíquota é ultrapassado, a receita tributária não pode ser 
aumentada mediante elevação de alíquota. 
 
Questão 27: letra “d”. 
 
e) No sistema regressivo, paga mais (proporcionalmente a renda) quem ganha 
menos. 
 
Questão 28: letra “e”. 
 
e) A curva de Laffer mostra a relação entre a carga fiscal e a arrecadação. 
 
Questão 29: letra “d”. 
 
Sabe-se que os impostos progressivos são aqueles que possuem como 
características (IR) o fato de que a medida que ocorre o aumento da renda, maior é 
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a alíquota incidente, o que tende, a partir de certo nível de renda, a fazer com que o 
trabalhador tenha um desestímulo a oferecer mais trabalho, optando por mais lazer. 
Verifica-se assim que há um efeito perverso sobre os incentivos marginais dos 
agentes econômicos cuja renda ultrapassa certo nível. 
 
Questão 30: letra “d”. 
 
O efeito deslocamento refere-se ao efeito substituição, em que este afirma que as 
famílias terão mais lazer quando ficarem mais pobre (relativamente). 
 
Questão 31: letra “b”. 
 
b) O combate à evasão e à sonegação deve ser conduzido, prioritariamente, por 
medidas de cunho repressivo, por meio de medidas que desestimulem os 
contribuintes a não realizarem o recolhimento tributário. A repressão policial é 
medida extrema, não realizada pela autoridade tributária.

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