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literatuia brasileira iii-140


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onde pontes, sobrados ossudos
(vão todos
vestidos de brim)
secam
até sua mais funda caliça.
§ Mas ele conhecia melhor
os homens sem pluma.
Estes
secam
ainda mais além
de sua caliça extrema;
ainda mais além
de sua palha;
mais além
da palha de seu chapéu;
mais além
até
da camisa que não têm;
muito mais além do nome
mesmo escrito na folha
da papel mais seco.
capaz de sangrar
na praça;
capaz de gritar
se a moenda
lhe mastiga o braço;
capaz
de ter a vida mastigada
e não apenas
dissolvida
(naquela água macia
que amolece seus ossos
como amoleceu as pedras). 
A terceira parte é a "Fábula do Capibaribe", a aventura fantástica do embate do rio com o mar. O mar é 
a antítese do rio, suas oposições são construídas por meio de imagens associadas ao rio e ao mar:
O lutador - 1942
Espada (úmida gengiva de); cachorro; mastro, flores de terra, imagens de cão e 
mendigo.
Procura da poesia - 1945
Camisa ou lençol; bandeira azul e branca (com dentes), roedor puro, polícia puro, 
incenso, ácidos, estômago, carne, professor de geometria.
Claro enigma - 1951
Cachorro/porta aberta; mendigo/igreja.
O mar é poderoso, invade o rio com ânsia de destruição. O rio, antes de ir ao mar, tenta congregar 
forças, junto a outros rios, para enfrentar o mar.
A imagem da fruta, aqui associada ao rio, remete à ideia de resistência lenta, de força invencível e 
anônima, que, gota a gota, aos poucos, mas insistentemente vai ocupando os lugares. (Clique aqui para ler 
a Fábula do Capibaribe)
(CLIQUE AQUI PARA LER A FÁBULA DO CAPIBARIBE) 
III
(Fábula do Capibaribe)
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