Prévia do material em texto
Cigarros Eletrônicos no Brasil Em 2003, a invenção do cigarro eletrônico por Hon Lik na China revolucionou o mundo do tabaco, abrindo as portas para uma nova era no consumo de nicotina. No Brasil, essa novidade chegou em 2008, despertando a curiosidade de fumantes em busca de alternativas menos nocivas aos cigarros tradicionais. A promessa de uma experiência de fumar "mais saudável" e "sem cheiro" impulsionou rapidamente a popularização dos cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes. O mercado brasileiro se inundou com uma variedade de marcas e sabores, atraindo novos públicos e consolidando a presença dos vapes na vida dos fumantes do país. A popularidade dos cigarros eletrônicos no Brasil foi impulsionada por diversos fatores, tais como: Marketing apelativo: As empresas investiram pesadamente em campanhas de marketing que destacavam os benefícios dos vapes, como a redução de danos à saúde em comparação aos cigarros tradicionais e a ausência de fumaça e cheiro. Variedade de sabores: A proliferação de sabores doces e frutados, como morango, menta, chocolate e baunilha, tornou os vapes mais atraentes, especialmente para jovens e iniciantes no mundo do tabaco. Sensação similar ao cigarro: O processo de fumar um cigarro eletrônico era similar ao de fumar um cigarro tradicional, proporcionando aos usuários uma sensação familiar e satisfatória. Percepção de "menos prejudicial": A crença de que os vapes eram menos prejudiciais à saúde do que os cigarros tradicionais, ainda que não totalmente isentos de riscos, contribuiu para a sua rápida adoção. Embora inicialmente celebrados como uma alternativa menos nociva, os cigarros eletrônicos logo se tornaram motivo de controvérsias e debates acalorados. Estudos científicos começaram a levantar preocupações sobre os riscos à saúde associados ao uso desses produtos, especialmente em jovens. Estudos indicaram que os vapes podem conter substâncias nocivas, como metais pesados, compostos orgânicos voláteis e flavorizantes artificiais, que podem causar danos aos pulmões, coração e outros órgãos. A proliferação de sabores doces e frutados entre os vapes gerou o receio de que esses produtos servissem como porta de entrada para o tabagismo tradicional, especialmente entre adolescentes. Estudos comprovaram que o uso de cigarros eletrônicos por jovens aumentava o risco de iniciação ao tabagismo tradicional. Ainda não há consenso científico sobre os efeitos a longo prazo do uso de cigarros eletrônicos à saúde, o que gera incerteza e preocupação entre especialistas e autoridades de saúde pública. A ANVISA, buscando proteger a saúde pública, especialmente dos grupos mais vulneráveis, como crianças e adolescentes, e evitar a proliferação de produtos nocivos à saúde, avançou na elaboração de uma regulamentação específica para cigarros eletrônicos. O objetivo era estabelecer critérios para a produção, comercialização e consumo desses produtos, garantindo a segurança dos usuários e a proteção da saúde pública. Em dezembro de 2023, a ANVISA abriu consulta pública para receber sugestões da sociedade civil sobre a revisão da RDC 46/2009. A consulta pública foi encerrada em fevereiro de 2024, e a ANVISA está atualmente analisando as contribuições recebidas para aprimorar a proposta de regulamentação. O futuro da regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil ainda é incerto. A ANVISA busca encontrar um modelo que atenda às necessidades de diferentes setores da sociedade, priorizando a proteção da saúde pública e garantindo a segurança dos usuários. Fontes: Resolução de Diretoria Colegiada da Anvisa: RDC nº 46, de 28 de agosto de 2009. https://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_46_2009_COMP.pdf/2148a322- 03ad-42c3-b5ba-718243bd1919 Cigarros eletrônicos: o que sabemos? Estudo sobre a composição do vapor e danos à saúde, o papel na redução de danos e no tratamento da dependência de nicotina / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva; organização Stella Regina Martins. – Rio de Janeiro: INCA, 2016. https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/tabaco/livro-cigarros- eletronicos-o-que-sabemos.pdf Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF). https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/observatorio-da- politica-nacional-de-controle-do-tabaco/politica-nacional/dispositivos-eletronicos-para-fumar- def-1 Anvisa discute nesta sexta regulamentação de cigarro eletrônico, de 19 de abril de 2024. https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-04/anvisa-discute-nesta-sexta- regulamentacao-de-cigarro-eletronico https://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_46_2009_COMP.pdf/2148a322-03ad-42c3-b5ba-718243bd1919 https://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_46_2009_COMP.pdf/2148a322-03ad-42c3-b5ba-718243bd1919 https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/tabaco/livro-cigarros-eletronicos-o-que-sabemos.pdf https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/tabaco/livro-cigarros-eletronicos-o-que-sabemos.pdf https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco/politica-nacional/dispositivos-eletronicos-para-fumar-def-1 https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco/politica-nacional/dispositivos-eletronicos-para-fumar-def-1 https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco/politica-nacional/dispositivos-eletronicos-para-fumar-def-1 https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-04/anvisa-discute-nesta-sexta-regulamentacao-de-cigarro-eletronico https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-04/anvisa-discute-nesta-sexta-regulamentacao-de-cigarro-eletronico