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PAPER 4 P Infância e suas linguagens

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(
 
INFÂNCIA E SUAS LINGUAGENS: A EVOLUÇÃO DA 
.
 ORALIDADE 
)
 Arnaldo Barros de Oliveira¹
Bruna Gabriele de Oliveira da Silva
Jéssica da Conceição Shwambach
 Luis Marcelo Santana Felix
Débora Carias Alves²
1- INTRODUÇÃO
 Analisar e relatar a evolução das linguagens na educação infantil.
2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 A infância tem em sua essência a construção e o desenvolvimento da linguagem, passando por um processo de evolução no que diz respeito entre o pensar e falar palavras para expressar seus sentimentos e aquilo que deseja. No início a criança começa a desenvolver a linguagem gestual para se comunicar, pois ainda está em processo de formação entre os sons que ouve e os gestos para expressar suas mensagens.
 Podemos ver isso na primeira faixa etária da vida, o bebê tem diversos tipos de choro, como; estou com fome ou sede. Podemos presenciar que geralmente o choro vem acompanhado por alguma expressão ou gesto. O choro de estou com fome ou sede, é um choro prolongado e vem acompanhado de mão na boca, já o de sono é um choro alto nervoso sendo acompanhado de bocejos e ao esfregar os olhos. Existe ainda o choro manhoso que passa logo quando a criança recebe o colo ou o choro de quando os primeiros dentes estão surgindo a criança fica irritada e começa a morder os demais, onde coloca tudo o que vê na boca para poder se aliviar da dor. Afinal, segundo Souza (1994; p.128) “A criança nos primeiros meses de vida, possui um pensamento pré-lingüístico e uma linguagem pré-intelectual.” 
 A criança busca meios de se comunicar e ser entendida pelos seus interlocutores, pois vivem em um ambiente dominado pela fala. A evolução da linguagem da criança é conseqüência da quantidade de interações com os que a rodeiam bem como da qualidade dessas interações. Se a criança for exposta a variadas situações comunicacionais, terá conseqüentemente mais oportunidades para desenvolver a sua linguagem oral. 
 No processo de desenvolvimento oral, a criança tende a ser mais exigida, ao passo que as palavras são expressadas por ela com o intuito de identificar aquilo que deseja, o que não significa dizer que é correspondente o que a palavra define. O vocabulário infantil segue em um movimento de constante evolução à medida que as revelações se concretizam. De acordo com Souza (1994; p.130) "isso significa dizer que, semanticamente, a criança parte do todo indiferenciado ou de um complexo significativo e só mais tarde começa a dominar as unidades semânticas separadas.”
 Visto que, a criança tenha a capacidade cada vez maior de repetir a fala dos adultos, ela aguça cada vez mais a sua inteligência, a criança imita os sons das pessoas e tudo que está ao seu redor, fazendo com que ela se sinta entusiasmada a realizar o ato de falar, com o passar do tempo a criança vai fazendo uso freqüentemente da oralidade e aos poucos essa comunicação pode evoluir através de brincadeiras musicais, histórias com música e danças, assim a criança vai dando cada vez mais espaço à linguagem oral para se comunicar com os outros.
 (
"
 Quando a criança começa a falar, as palavras aprendida
s
 como signo para representar o animal cachorro, no início do uso da fala, essas palavras são usadas também, como signo a todo objeto compreendido na lógica da criança co
mo correspondente a esse termo, 
Para isso, ela precisa contar com as interações comunicativas com pares mais experientes, adultos do convívio diário, bem como, crianças com capacidades cognitivas superiores as suas.
”
 
(
V
IGOTSK
Y, 
2000
; p
.
91
)
) 
 Com a ajuda dos pais e professores a comunicação pode ser desenvolvida de forma mais rápida, se utilizar meios estratégicos, como por exemplo, criar um espaço prazeroso para criança, onde ela possa brincar, explorar, criar e recriar, porém, esse espaço deve ser de acordo com cada faixa etária da criança propondo desafios onde elas vão conseguir se desenvolver. 
Na compreensão de Vygotsky (2000; p.91)
 (
“O
 estudo do desenvolvimento humano parte do princípio de que todos os fenômenos mentais devem ser estudados de forma unitária, isto é, compreendido em um sistema dialético do pensamento e das atividades realizadas, uma vez que nenhum aspecto mental 
deve ser analisado isoladamente,
 
onde,
 
toda situação exercida pela criança, seja no ato de brincar, de dançar, de cantar e de conversar, são desencadeados concomitantemente vários processos mentais.
”
 
)
 
 
 Ao analisar esse complexo desenvolvimento, a criança para completar todas as fases e seja capaz de formar seu pensamento, passa pela utilização das falas dos adultos, desse maneira para descrever este trabalho submetemo-nos com admiração a um dos grandes teóricos da pedagogia infantil, Levy Vygotsky, levando em predileção sua corrente sócio histórica.
 Existem vários tipos de linguagens e a cada etapa da vida elas vão aparecendo e sendo desenvolvidas. Porém, cada criança tem seu tempo para completar as etapas do desenvolvimento e evolução da linguagem, isso vai das especificidades de cada uma, de suas características nas mais variadas fases e planos, é um processo que percorre desde o que se ouve, o que se vê, passando pela construção no cérebro, os gestos e a transformação daquilo que se pensa em fala e posteriormente em escrita.(JOBIN E SOUZA, SOLANGE; 1994). 
Figura 1: Representa as várias fases do desenvolvimento da oralidade infantil.
Fonte: Desenvolvimento da linguagem | Desenvolvimento da linguagem, Crescimento e desenvolvimento infantil, Fases do desenvolvimento infantil (pinterest.com)
 Acessado em 10/10/2022 às 16:00
MATERIAIS E MÉTODOS
Conforme diz a introdução, nosso trabalho consiste em analisar e relatar a Infância e suas Linguagens e a evolução da oralidade das Crianças nas instituições de Educação Infantil, tendo como finalidade básica a análise de concepções e usos de linguagens por professoras que atuam em algumas instituições que oferecem essa etapa básica da educação. A nossa pesquisa de natureza quantitativa ocorreu em duas instituições públicas de Educação Infantil de municípios e estados diferentes. Uma delas localizada no município de Casimiro de Abreu-RJ (Centro de Educação Infantil Municipal Nossa Senhora da Saúde), localizado a Rua Padre José Maria Yanes Garcia, snº,- Mataruna, CEP: 28860-000) e a outra no município de Domingos Martins, Vitória-ES (Centro Municipal de Educação Infantil Vila Verde Domingos Martins) e localizado na Avenida Presidente Vargas, nº 10 – Vila Verde, nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. As pessoas envolvidas foram professoras que atuam com crianças de 0 a 3 anos de idade nessas instituições.
 Nosso projeto passou pela aprovação das direções de ambas instituições e todos os envolvidos assinaram um termo de consentimento para que os dados fossem publicados e divulgados. Ambas as instituições que tiveram a participação em nosso projeto foram autorizadas pelas suas instâncias representativas, as Secretarias de Educação. Como instrumento de coleta de dados fizemos uso de questionários com sete (07) questões abertas, o qual foi aprovado pelo Coordenador e Dinamizador Pedagógico.
 Buscamos analisar os dados oferecidos através dos estudos de Bardin (1979) sobre analise de conteúdo, apesar de não termos definido as categorias de análise a partir das respostas ao questionário aplicado às professoras envolvidas. Para Bardin (1979, p.31), este método é definido como “[...] um conjunto de técnicas de análise das comunicações.”, ou seja, a análise de conteúdo procura verificar o que determinado texto procura transmitir estudando desde que está escrito até a intenção por trás do texto. Os dados que foram coletados estão dispostos em gráficos informativos de superfície do programa MicrosoftOffice Excel 2010.
MODELO DO QUESTIONÁRIO: 
RESULTADOS E DISCUSSÕES
 Seguimos as idéias apresentadas por Bardin (1979), utilizamos a classificação para uma melhor discussão dos resultados. Foram escolhidas 12 professoras e três categorias, nas duas unidades escolares, sendo, seis de cada, duas de cada modalidade ( crianças de 0 a 1 ano, 1 a 2 e 2 a 3 anos de idade) as quais buscamos abordar a linguagem e as múltiplas linguagens das crianças e faremos nossos estudos com essas três categorias: a que apresenta a prática docente para uso e exploração de linguagens por crianças da creche, bem como a prática de acompanhamento dessas linguagens por essas professoras sobre linguagem. As categorias que discutem as linguagens que são utilizadas pelas crianças em interação professora-criança, e linguagens utilizadas pelas crianças em interação criança-criança. 
 A exploração das linguagens no planejamento das professoras. Neste item tínhamos por objetivos constatar se as professoras utilizavam as múltiplas linguagens em seu planejamento e quais eram mais contempladas. Através do gráfico 1 observamos que cerca de 25% das professoras afirmam utilizar as múltiplas linguagens em seu planejamento e sempre contemplam a linguagem oral e corporal, o desenho, o brincar e a dança. Já 17% relatou contemplar a linguagem oral, o musical e a visual em seu planejamento. Por fim 50% afirmam utilizar a linguagem oral por meio das Conotações de histórias por elas realizadas e pelas músicas para utilização de gestos durante a sua melodia. Já 8% afirmam não fazer planejamento baseados nas linguagens.
Gráfico 1: As múltiplas linguagens no planejamento das professoras
FONTE: Dados da Pesquisa, set\2022
As informações apontam para um considerável percentual de professoras que se preocupam em incluir o uso e exploração de linguagens no planejamento diário. No entanto, os dados revelam também que, apenas 8% dos professores não planejam pensando em desenvolver os vários tipos de linguagens por crianças em suas práticas docentes. 
Na Educação Infantil é necessário que a professora ao realizar os planejamentos das atividades que serão desenvolvidas contemplam as múltiplas linguagens, uma vez quê, estas dinamizam e impulsionam o desenvolvimento e a aprendizagem da criança e não apenas servem ao preenchimento do tempo dentro da rotina escolar, como comumente se observa em práticas educativas deste nível de educação. As respostas das professoras podem (ou parece) nos remeter a essa questão. É papel da professora da Educação Infantil, proporcionar e acompanhar atividades que favoreçam e desenvolva as múltiplas linguagens das crianças, respeitando suas limitações, sua cultura e o ritmo de desenvolvimento.
Gráfico 2: Acompanhamento das professoras perante ao desenvolvimento de algumas linguagens
FONTE: Dados da Pesquisa, set\2022
 Já neste segundo levantamento podemos constatar o acompanhamento docente de algumas linguagens. Obtivemos um percentual de 58% das professoras afirmando que acompanham o desenvolvimento das linguagens em suas crianças sendo elas: a linguagem oral, gestual, a do movimento e o desenho. Já 17% afirmaram acompanhar o desenvolvimento das linguagens oral, corporal e musical. 8% apenas a linguagem oral. E por fim, 17% relataram que não realizam o acompanhamento do desenvolvimento das múltiplas linguagens.
 É de fundamental importância o acompanhamento do professor em qualquer nível de ensino. Porém, na Educação Infantil, esse trabalho precisa ser realizado com uma atenção redobrada, uma vez que estamos lindando com crianças que estão em constante processo de aprendizagem e desenvolvimento. Os dados revelam que o acompanhamento às linguagens não parece ocorrer de forma sistemática, de modo a contemplar diferentes formas de linguagens. Algumas linguagens são acompanhadas em detrimento de outras. Um representativo percentual ainda se prendem no desenvolvimento da linguagem verbal, apesar de considerarem o movimento, o desenho, e outras linguagens em seus planejamentos e no próprio acompanhamento docente.
REFERÊNCIAS:
BARROS, Queila; LIMA, Carine; MELO, Marlene; PIZANATO, Elizabeth; SANTOS, Luciana; SILVA Mônica. Infância e suas linguagens, Instituto Saber de Ciências Integradas Revista Científica, Jardim Maringá - Sinop/MT. Edição760, Abril, 2018.
http://www.isciweb.com.br/revista/
Acessado em 29/09/2022 ÀS 15:30
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edição 70, 2011.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, v. 3. 1998;
Educação Infantil: Das práticas pedagógicas às políticas públicas. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2011. p.109-128;
JOBIN E SOUZA, Solange. Infância e linguagem, 13º Edição, SP, PAPIRUS, 1994. 
VYGOTSKY, Lev. Pensamento e linguagem. 5ª reimpressão. São Paulo: Martins Fontes, 1987. 
VYGOTSKY, Lev. A formação social da mente. 4ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
1 Acadêmico do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso Pedagogia (PED 5061)– Escola e Sociedade - 24/06/2022
2 Débora Carias Alves do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso Pedagogia (PED 5061) – Escola e Sociedade- 24/06/2022
	
	
	
1 Acadêmico do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso Pedagogia (PED 5061)– Escola e Sociedade - 24/06/2022
2 Débora Carias Alves do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso Pedagogia (PED 5061) – Escola e Sociedade- 24/06/2022
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17%
25%
50%
8%não faz planejamento baseado na linguagem
AS LINGUAGEM NO PLANEJAMENTOS
contemplam a linguagem oral, musical e visual
contemplam a linguagem oral, corporal, desenho, brincadeiras e danças
contemplam a linguagem oral por meio de contação de historia e das musicas que utlizam gestos
00,20,40,612345678910não faz planejamento
baseado na linguagem
contemplam a linguagem
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de historia e das musicas
que utlizam gestos
contemplam a linguagem
oral, corporal, desenho,
brincadeiras e danças
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ACOMPANHAMENTO DA EVOLUÇÃO DAS LINGUAGENS
17%
58%
8%
Não faz aacompanhamento da linguagem17%
A linguagem oral, corporal e musical
A linguagem oral, gestual, movimento e desenho
A linguagem oral
00,20,40,60,812345Não faz
aacompanhamento da
linguagem
A linguagem oralA linguagem oral, gestual,
movimento e desenho
A linguagem oral, corporal
e musical
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