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Eletrotermofototerapia LCA

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INTRODUÇÃO
O profissional de fisioterapia pode atuar em diversas áreas de reabilitação ou prevenção de saúde, mas pelos altos índices de lesões ortopédicas, a atuação na área de traumato-ortopedica tem se expandido, principalmente no pós-operatório (BARBOSA, 2018). Com o crescimento no campo, os recursos e técnicas estão progredindo, sempre com o intuito de melhorar a qualidade de vida, evitar repercussões negativas, oriundas do pós-cirúrgico, e retornando o indivíduo ao mesmo nível ou melhor anterior a lesão (BARBOSA, 2018) 
O joelho tem uma das articulações mais funcionais de sustentação de peso do corpo, por isso seus maiores estabilizadores são músculos e ligamentos (MONTEIRO, 2008). As formações dessas articulações são constituídas pelas estruturas do fêmur, tíbia e paleta, compondo o complexo do joelho as articulações femuro-tibial e a patelo-femural (OLIVEIRA; CHIPATIA, 2016).
Os ligamentos são frequentemente expostos a traumas e lesões severos, principalmente o ligamento cruzado anterior (LCA), por exercer a função de estabilizar o joelho, em estímulos às forças externas (DUARTE; SOUZA, 2017). É composto por dois feixes, um ântero-medial e um póstero-lateral, na qual quando ocorre uma lesão causa uma instabilidade crônica, podendo indicar a necessidade de reconstrução cirúrgica desse ligamento (SOUZA; TRIBIOLI, 2011).
Após a lesão é realizado o procedimento cirúrgico na qual o objetivo é a restauração anatômica e funcional do joelho (PIMENTA et al., 2012). A técnica cirúrgica mais operada pelos cirurgiões ortopédicos é a qual substituí o ligamento rompido por 1/3 do tendão patelar, sendo fixado em suas extremidades por dois parafusos de interferência (DUARTE; SOUZA, 2017). A cirurgia, junto com a fisioterapia no pós-operatório permite ao paciente uma recuperação mais eficiente (MONTEIRO, 2008).
As condutas fisioterapêuticas no pós-operatório de LCA são de extrema importância para um adequado retorno do paciente em suas atividades diárias, por oferecer redução de dor, aumento de amplitude de movimento, fortalecimento muscular no membro afetado, ganho de propriocepção e equilíbrio (BARBOSA, 2018). Os principais recursos utilizados, e bem-sucedidos, pela fisioterapia, para o tratamento são a cinesioterapia, a crioterapia, a eletroterapia e a fototerapia (DUARTE; SOUZA, 2017). Os programas de reabilitação devem respeitar a individualidade, a gravidade da lesão, as lesões associadas, a idade e o nível de atividade esportiva anterior a lesão (MONTEIRO, 2008).
O referente estudo aborda à temática eletrotermofototerapia no pós-operatório do ligamento cruzado anterior. A escolha do tema tem como intuito modificar a visão do leitor, na qual a fisioterapia é somente uma técnica manual, podendo também utilizar diversos recursos a fim de proporcionar um melhor tratamento para o paciente.
O presente estudo é uma revisão bibliográfica que apresenta a seguinte questão norteadora: Quais os benefícios da eletrotermofototerapia no pós-operatório do ligamento cruzado anterior? Tendo como objetivo principal expor os resultados da reabilitação fisioterapêutica em um paciente submetido a cirurgia do ligamento cruzado anterior (LCA).
OBJETIVOS 
OBJETIVO GERAL 
 Evidenciar os resultados obtidos através da eletrotermofototerapia em pacientes submetidos a cirurgia do ligamento cruzado anterior (LCA).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
- Analisar a anatomia do joelho;
- Verificar a incidência de cirurgia do ligamento cruzado anterior (LCA);
- Identificar os processos da cirurgia do ligamento cruzado anterior (LCA);
- Descrever os benefícios da eletrotermofototerapia;
- Explicar quais procedimentos fazem parte da eletrotermofototerapia.
JUSTIFICATIVA
Justifica-se a escolha do tema devido à grande incidência de lesões ligamentares do joelho. Estas lesões geram uma instabilidade ligamentar que afeta de forma negativa a funcionalidade do indivíduo, levando a redução da mobilidade articular, alteração da marcha, provocando um quadro de dor e perda da força dos membros inferiores (DUARTE; SOUZA, 2017).
A fisioterapia é fundamental na fase de pós-operatório do LCA, tem o intuito de melhorar a funcionalidade do paciente de forma global. A finalidade do fisioterapeuta na reabilitação é prevenir complicações decorrentes do período pós-operatório, tais como a artrose, necrose de pele, restrição do arco do movimento, derrame articular prolongado, tendinite, hérnia muscular, fratura patelar e infeções (PIMENTA et al., 2012). A fisioterapia utiliza meios de tratamento como a termoterapia, eletroterapia juntamente com a fototerapia e a cinesioterapia, com a finalidade de promover ao paciente um adequado retorno nas atividades do cotidiano e nas atividades físicas o mais rápido possível (BARBOSA, 2018).
ANATOMIA DO JOELHO
O joelho possui uma estrutura que permite grande mobilidade para as atividades de locomoção (marcha), além de sustentação de cargas. Para manter sua estabilidade faz uso principalmente da ação dos tecidos moles, em vez de sua parte óssea (NEUMANN, 2011). Essa articulação utiliza a força dos músculos e seus tendões e diversas estruturas tais como ligamentos, cápsulas articulares e meniscos, que irão contribuir para sua estabilidade (LIPPERT, 2014).
LIGAMENTOS
Os ligamentos cruzados repousam na cavidade intercondilar do fêmur e são revestidas por suas próprias bainhas sinoviais, separando-as da cápsula da articulação do joelho. O termo “cruzado” é descritivo, pois os ligamentos formam um padrão entrelaçado quando o joelho se move em seu arco de movimento (SCHWARTSMANN; LECH; TELÖKEN, 2003). São compostos principalmente de fibras colágenas, com uma pequena proporção de fibras elásticas, dando assim aos ligamentos uma alta resistência à tração. (PALASTANGA; FIELD; SOAMES, 2000).
O ligamento cruzado anterior (LCA) é composto por duas partes, antero-medial e póstero-lateral, ele se insere no fêmur posteriormente a superfície medial do côndilo lateral, e a sua inserção na tíbia ocorre ântero-lateral a espinha tibial anterior. O LCA se mantém mais anteriormente na cavidade intercondilar, originando na depressão anterior à eminência tibial média. Desde essa origem ele se dirige em uma direção superior, oblíqua e posterior para se inserir no côndilo femoral lateral em um padrão semicircular, dando-lhe um aspecto retorcido. Em sua origem tibial, o ligamento apresenta um feixe que se insere no corno anterior do menisco lateral (FATARELLI; ALMEIDA; NASCIMENTO, 2004).
O ligamento cruzado posterior (LCP) origina-se na face lateral do côndilo medial e insere-se em uma depressão posterior de superfície articular da tíbia, é composto por duas porções, uma anterolateral mais espessa tensionada em flexão e outra póstero-medial menor e tensionada em extensão. (SCHWARTSMANN; LECH; TELÖKEN, 2003).
Os ligamentos cruzados anterior e posterior têm como função promover a estabilidade ântero-posterior da articulação do joelho. O ligamento cruzado anterior tem comportamento mecânico individualizado. Além disso, é responsável por 85% da estabilização anterior do joelho. O ligamento cruzado anterior tem propriedade de resistência tensil por volta de 2160 N a 30º de flexão, contudo, durante atividades de vida diária o ligamento raramente atinge esse nível de tensão (FATARELLI; ALMEIDA; NASCIMENTO, 2004). O ligamento cruzado posterior tem como função impedir a posteriorização da tíbia em relação ao fêmur e desempenha função importante no mecanismo desacelerador da articulação, sendo essa função sinérgica ao quadríceps que desempenha o mesmo papel. Esse ligamento é responsável por 95% da estabilização posterior do joelho (HEBERT, 2003).
CÁPSULA ARTICULAR
	A cápsula articular é uma estrutura fibrosa que contorna a epífise distal do fêmur e a epífise proximal da tíbia mantendo-as em contato e formando as paredes não-ósseas da articulação. Sua camada mais profunda é recoberta pela membrana sinovial (KAPANDJI, 2000). A cápsula articular juntamente com os ligamentos unem firmemente os ossos para formar a articulação e servem também para manter os ossos em oposiçãoinfluenciando o arco de movimentação articular (GOULD, 2003).
A fixação da cápsula no fêmur possui um déficit anterior, onde ela se funde com os tendões do quadríceps. Sua fixação à tíbia é mais completa, porém, tem um déficit apenas na região da tuberosidade tibial, a qual dá fixação ao ligamento patelar. Posteriormente as fibras capsulares originam-se dos côndilos femorais acima das superfícies articulares e da linha intercondilar e passam verticalmente para baixo a fim de fixar-se no bordo posterior da extremidade superior da tíbia (PALASTANGA; FIELD; SOAMES, 2000).
MENISCOS 
	Os meniscos são estruturas compostas por fibras colágenas, o medial em forma de “C” e o lateral em forma de “O” (HEBERT, 2003). Sua fibrocartilagem é inserida na tíbia para aumentar o espaço da articulação, melhorando a congruência da articulação. Embora o aumento da congruência normalmente leve a redução da mobilidade, o menisco permite tanto uma maior congruência como uma amplitude de flexão do joelho (HOUGLUM; BERTOTI, 2014). Além de aumentarem a estabilidade da articulação, os meniscos desempenham outras funções, pois eles ajudam na transmissão de forças de sustentação, melhoram a lubrificação e ajuda os côndilos femorais a rolar durante os movimentos (MALONI et al., 2000).
MÚSCULOS
	Os músculos que atuam na articulação do joelho cruzam também o quadril. Assim, os movimentos e posições do quadril interferem na amplitude de movimento que pode ocorrer no joelho, bem como forças que podem ser geradas (HEBERT, 2003). O quadríceps femoral é constituído de quatro músculos. O músculo vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio e o reto femoral. Estes músculos formam o quadríceps femoral, e inserem-se na base da patela e na tuberosidade da tíbia por meio do ligamento patelar. Como os quatro músculos cruzam a região anterior da articulação do quadril, todos contribuem na extensão da perna na articulação do joelho (LIPPERT, 2014).
	A ação do semimembranoso e semitendinoso é promover a extensão da coxa na articulação do quadril e flexão da perna na articulação do joelho. No entanto a cabeça longa do bíceps femoral realiza a extensão da coxa na articulação do quadril e flexão da perna na articulação do joelho, sua cabeça curta faz flexão da perna na articulação do joelho (LIPPERT, 2014). Quando o joelho está parcialmente fletido, o bíceps femoral pode rodar lateralmente a perna na articulação do joelho (DRAKE et al., 2015).
O musculo gastrocnêmico é um musculo biarticular que cruza as articulações do joelho e do tornozelo. Ele possui uma contribuição como flexor da perna na articulação do joelho. Os músculos grácil, sartório e tensor da fáscia lata cruzam a articulação do joelho posteriormente, proporcionando estabilidade posterior, tanto medialmente quanto lateralmente (LIPPERT, 2014).
ESTRUTURA ÓSSEA
 As estruturas ósseas que compõem a articulação do joelho são o fêmur, a tíbia e a patela. Esses três ossos participam integralmente da formação de duas articulações separadas são elas a articulação patelo-femoral e a articulação tibiofemoral (MALONI et al., 2000).
A articulação tibiofemoral possui estabilidade em dois graus de liberdade de movimento. Entretanto é formada pelos dois ossos tíbia e fêmur que possui característica de serem os mais longos do corpo humano. A congruência dessa articulação é levemente aumentada pela eminência intercondilar da tíbia, e a forma de cunha do menisco lateral e medial, forma um anel incompleto, ou crescente em cada côndilo tibial (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
A articulação patelo-femoral é composta pela face articular da patela e face patelar do fêmur. Sua função é proteger a face anterior da articulação do joelho, o que favorece na melhora da mecânica do grupo muscular quadríceps (MALONI et al., 2000).
CIRURGIA DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR
DEFINIÇÃO
A ruptura do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é uma das lesões mais comuns do joelho, principalmente por causa do aumento da prática de atividades esportivas que envolvem movimentos de dribles e saltos, tais como o futebol, o voleibol, as artes marciais e o skate (ZORZI, 2017). O joelho é uma articulação que depende dos ligamentos para ficar estável, já que não tem uma boa congruência óssea (ZORZI, 2017). A falta de um ligamento pode provocar sintomas de instabilidade, com torções repetidas que lesionam progressivamente os meniscos e a cartilagem, geralmente progredindo para artrose, a principal causa de dor crônica articular em adultos (ZORZI, 2017).
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito sempre por um médico ortopedista, a maneira mais comum para lesar o LCA é através da torção do joelho (ZORZI, 2017). Muitas vezes, ocorre um forte estalo audível, ocorrendo um rápido edema com dor imediata e intensa, ocasionando incapacidade de retornar à atividade e dificuldade de locomoção (COHEN, 2019).
A suspeita de lesão no LCA deve levar o clínico a realizar um exame físico completo do joelho, testando todas as estruturas do joelho lesionado e comparando com o joelho saudável, podendo assim diagnosticar a maioria das lesões ligamentares (PINHEIRO; SOUSA, 2015).
O relaxamento ligamentar pode ser avaliado através de vários testes específicos, tais como: teste de Lachman, Pivot-Shift, Mac-Intosh e Gaveta Anterior (PINHEIRO; SOUSA, 2015). Com a confirmação nos testes de Mac-Intosh, Gaveta Anterior e Lachman apontam para uma lesão do LCA (PINHEIRO; SOUSA, 2015).
SINTOMAS
	No momento do trauma, o indivíduo sente uma dor súbita no joelho e é comum que o joelho aumente seu volume (inchaço) logo nas primeiras horas após o ocorrido (COSTA, 2018).
	Habitualmente, os pacientes portadores de lesão do LCA costumam apresentar dor, edema, sensação de instabilidade no joelho, sensibilidade ao longo da interlinha articular, desconforto ao caminhar e perda da amplitude de movimentos (PINHEIRO; SOUSA, 2015).
REALIZAÇÃO DA CIRURGIA
A reconstrução do ligamento cruzado anterior tem o propósito de criar uma réplica do ligamento original e a recuperação após a cirurgia tem como objetivo dar ao paciente as mesmas capacidades funcionais, comparativamente ao membro não operado, ou seja, integrá-lo no mais curto espaço de tempo útil, não só nas suas atividades de vida diária, mas também na vida desportiva, se for o caso (PIMENTA et al., 2012).
Em casos em que o tratamento de escolha é a cirurgia, a artroscopia é a técnica mais atual e menos invasiva, utilizada para a reconstrução do LCA (FUKUDA,2019). É feita com o auxílio de um equipamento chamado artroscópio, que permite a realização da cirurgia por meio de cortes muito pequenos (FUKUDA,2019). 
Neste procedimento o ligamento lesionado é substituído por um enxerto que possa fazer o melhor papel possível do ligamento cruzado anterior pré-existente, é importante saber que em um processo que tem duração de 3 meses a cerca de 2 anos, esse enxerto de tendão passa a adquirir propriedades semelhantes às de um ligamento (FUKUDA,2019). Após a cirurgia, o paciente deve ser submetido a um programa completo de reabilitação na fisioterapia, para que o mesmo consiga recuperar, progressivamente, suas funções e possa retornar com segurança às suas atividades de vida diária e esportivas (FUKUDA, 2019).
O LCA rompido deve ser substituído por uma estrutura que recebe o nome de enxerto, que normalmente são tendões e uma vez indicada a cirurgia de reconstrução desse ligamento, o cirurgião vai optar pela escolha do melhor a ser usado, envolvendo fatores como as propriedades biomecânicas, resposta à cicatrização, capacidade de incorporação biológica, dentre outros (FUKUDA, 2019). Atualmente os enxertos mais usados, e mais bem-sucedidos, são os biológicos (tecido celular) e a forma mais comum para a obtenção desses enxertos é a retirada do próprio paciente (FUKUDA, 2019). Os tendões comumente utilizados são os tendões dos músculos flexores (semitendíneo e grácil), tendão patelar, e tendão 
quadricipital (atualmente esse tendão é utilizado com menor frequência) (FUKUDA, 2019).
Na reconstrução do LCA com dupla banda, o cirurgião insere dois enxertos menores, sendoentão duas reconstruções ligamentares, uma para cada feixe, e para isso, normalmente são confeccionados dois túneis na tíbia e dois túneis no fêmur (FUKUDA, 2019).
TRATAMENTO
Atualmente as lesões ligamentares do joelho são muito comuns, sendo consideradas de caráter epidemiológico, principalmente na prática esportiva (THOMSON et al., 2002). O ligamento cruzado anterior (LCA) é o ligamento mais afetado, principalmente em pessoas entre 15 a 25 anos adeptos da prática esportiva, a ocorrência da ruptura anual do LCA, isolado, é de 30%, sendo feitos mais de 100 mil procedimentos cirúrgicos de reestruturação nos Estados Unidos (TREES et al., 2005).
É fundamental o processo de reabilitação, e pretende, após a cirurgia de reconstrução do LCA, a redução do quadro de edema, dor e processo inflamatório; melhora na amplitude de movimento, força muscular e marcha (Van Grinsven et al., 2010). Têm sido considerados mais efetivos, e indicam uma mobilização e descarga de peso precoce, o uso de protocolos acelerados de reabilitação, no entanto, nessa fase podem interferir no processo de reabilitação a dor e o edema, dificultando o retorno do indivíduo à sua funcionalidade e atividades de rotina (OHKOSHI et al., 1999).
CRIOTERAPIA
O procedimento da crioterapia é utilizado para aliviar a dor e diminuir o edema durante a reabilitação, sendo uma técnica de fácil acesso, baixo custo, de modo habitual empregada nas afecções musculoesqueléticas, principalmente em lesões de tecidos moles. Estudos mostram que após a cirurgia de reconstrução do LCA, a crioterapia promove à redução do consumo de medicamentos, o tempo de internação hospitalar, a dor e melhora da ADM do joelho, trazendo uma melhor qualidade de vida do paciente (AIRAKSINEN et al., 2003).
Ainda existem divergências na literatura do uso difundido da crioterapia, duração, melhor momento de utilização e sobre a viabilidade de seus vários métodos aplicados. A variação do tempo de aplicação da crioterapia é entre 10 a 20 minutos e de 2 a 4 vezes ao dia (BLEAKLEY et al., 2007).
CINESIOTERAPIA
Baseada no conceito de movimentos voluntários repetidos gerarem força muscular, a cinesioterapia é definida como a terapia pelos movimentos (CABRAL et al., 2016). Sua finalidade é a mobilização corporal do indivíduo, do ponto de vista articular abrange a prevenção da rigidez; do muscular, a estimulação de um grupo muscular ou de apenas um músculo, mantendo ou recuperando a força muscular e diminuindo as contraturas; do circulatório, visa à nutrição dos tecidos; do psíquico a melhora da autoestima (CABRAL et al., 2016).
ELETROTERAPIA
A eletroterapia constitui-se no uso de correntes elétricas dentro da terapêutica. O próprio organismo será o condutor e os eletrodos são posicionados diretamente sobre a pele (CABRAL et al.,2016). A utilização das correntes que os aparelhos de eletroterapia utilizam são miliamperes e microamperes, a condutividade, intensidade, resistência e voltagem potência são alguns parâmetros que devem ser considerados na eletroterapia (CABRAL et al., 2016). A corrente Russa é a mais utilizada para o aumento da força muscular (CABRAL et al., 2016).
FOTOTERAPIA
A fototerapia utiliza-se de um laser de baixa potência (LBP), e é uma luz amplificada, que se define como luz monocromática, originada por radiação eletromagnética (DETERLING et al., 2010). A quantidade de energia que vai ser aplicada na superfície da pele é determinada pela potência do laser, os fluídos e tecidos celulares em nossos corpos vibram a uma frequência similar à dos LBP (630 a 670 nm) (MATIAS et al.,2010). 
Segundo Leitão et al. (2010) as células, para manterem suas funções saudáveis, são amplamente dependentes da troca de informações e energia entre as células vizinhas, ocorrendo através de uma comunicação por vibração, através do plasma que as conectam, assim visa uma das importantes teorias científicas. Quando muda a frequência ou há uma irregularidade na vibração, com o uso do LBP pode ser trazida novamente a sincronia, têm sido medido e estudado inúmeros efeitos secundários em varias circunstâncias: síntese de colágeno e fibroblastos, aumento do metabolismo celular, efeitos locais no sistema imunológico e aumento na atividade dos leucócitos (Deterling et al., 2010).
METODOLOGIA
 TIPO DE PESQUISA
Trata-se de um estudo de campo bibliográfico, onde foram consultadas as bases de dados: SciELO (Scientific Eletronic Library Online) e Google Acadêmico. Desenvolvido na faculdade Pitágoras de Linhares, localizado na AV. São Mateus, 1458 – Araçá, Linhares – ES, cep: 29901-398.
Critério de inclusão 
Artigos publicados em português, no período compreendido entre 2000 a 2018;
Artigos que retratassem a intervenção fisioterapêutica nas lesões do ligamento cruzado anterior.
Critério de exclusão 
· Artigos publicados em língua estrangeira.
· Artigos que não retratassem a intervenção fisioterapêutica nas lesões do ligamento cruzado anterior.
RESULTADO E DISCUSSÃO
O resultado final foi constituído de 5 artigos selecionados. Destes artigos, um foi encontrado na base de dados SCIELO e quatro na base de dados GOOGLE ACADEMICO.
Quanto ao ano, um foi publicados em 2011, dois publicados em 2012, um publicado em 2017 e um foi publicado em 2018. Quanto ao tipo de estudo, dois são estudo de caso, um é estudo piloto de um ensaio clínico, um é revisão bibliográfica e um é revisão de literatura.
	Autores
	Ano
	Título
	Tipo de estudo
	Objetivo
	Souza K.T.M., Tribioli R.A.,
	2011
	Fisioterapia em lesão de ligamento cruzado anterior com ênfase no tratamento pós-operatório
	Estudo de caso
	Analisar os resultados terapêuticos através de técnicas e recursos fisioterapêuticos na recuperação de pós-operatório em lesão de LCA.
	Dambros C., Martimbianco A.L.C, Polachini L.G., Lahoz G. L., Chamlian T.R., Cohen M.
	2012
	Efetividade da crioterapia após reconstrução do ligamento cruzado anterior
	Estudo piloto de um ensaio clínico prospectivo randomizado
	Avaliar a efetividade da crioterapia em relação à melhora da dor
e ADM do joelho em indivíduos adultos submetidos à cirurgia de
reconstrução do LCA.
	Pimenta T.S., Moura W.E.M., Campos J.C., Costa J.M.S., França J.S.
	2012
	Protocolos de tratamento fisioterapêutico  após cirurgia do ligamento cruzado anterior.
	Revisão bibliográfica
	Apresentar variados protocolos de tratamento após cirurgia de reparação do LCA.
	Duarte A.D., Souza F.L.G.
	2017
	Reabilitação no pós-operatório de ligamento cruzado anterior através de cinesioterapia associada à eletroterapia
	Revisão de literatura
	Verificar como é realizada a reabilitação fisioterapêutica através da cinesioterapia e; somada à eletroterapia na reabilitação pós-cirúrgica do LCA.
	Barbosa D.S.
	2018
	Reabilitação no pós-operatório do ligamento cruzado anterior: Estudo de caso
	Estudo de caso
	Determinar os resultados obtidos através da reabilitação fisioterapêutica em um paciente submetido a cirurgia do ligamento cruzado anterior (LCA).
Apesar da discordância entre autores a respeito do protocolo para reabilitação da lesão do ligamento cruzado anterior, há uma concordância ao se utilizar crioterapia associada com ultrassom pulsátil, exercícios isométricos e pliométricos no início do tratamento (SOARES et al., 2011). Dambros et al., (2012) também concluíram em seus estudos a eficácia da crioterapia associada a exercícios físicos no início do tratamento do pós-operatório de LCA. O tratamento tem o objetivo de reduzir o quadro álgico, edema, processo inflamatório, melhora do controle neuromuscular, força muscular, amplitude de movimento (ADM), marcha e propriocepção. (DAMBROS et al., 2012)
Apesar de todos os protocolos encontrados focarem no mesmo objetivo de trazer para o paciente as mesmas capacidades funcionais, comparado ao membro não operado, podemos concluir que as opções de tratamento são numerosas com relação às condutas fisioterapêuticas e os conhecimentos sobre patologias do joelho sofreram grande avanço, por consequência, vários protocolos ainda vêm sendo desenvolvidos. (PIMENTA et al.,2012)
Foi observado, conforme analise dos protocolos, que o intuito é deixar o paciente o mais funcional possível, diferenciando apenas na forma de administra-los, adequando e analisando sempre às necessidades do paciente, Pimenta et al., (2012) apresentou as seguintes condutas:
Primeira fase: Mobilização patelar, isometria para ganhar amplitude de movimento (ADM), imobilização de joelho em extensão, controlar o edema, dor, caminhar com muletas, sem apoio do membro operado, mobilização passiva continua (CPM).
Segunda fase: Caminhar com carga parcial com auxílio de muletas e imobilizador em extensão, exercícios isotônicos sem carga, a ADM passiva deve estar em 90º, o objetivo é ganhar até 120º, exercício ativo livre para flexão e extensão de joelho, propriocepção sem descarga de peso, alongamentos leves.
Terceira fase: Exercícios em cadeia cinética fechada (CCF), elevação da perna com peso, bicicleta, alongamentos mais fortes, iniciam-se trotes em linha reta e com mudança de direção.
Quarta fase: O paciente continua os alongamentos, o ganho de ADM deve estar completo, continuar exercícios em CCF e dar inicio aos exercícios e cadeia cinética aberta (CCA), deve-se continuar a propriocepção e pliometria, iniciar treino de atividade esportiva (corrida em linha reta, com mudança de direção, corrida em oito), deve-se iniciar musculação e natação liberando o paciente para suas atividades esportivas
Para Bossini e Mesquita (2011), a fisioterapia é eficaz no pós-operatório do ligamento cruzado anterior, pois reduz do quadro álgico, diminui a aderência, aumenta a amplitude de movimento e proporciona o aumento da força muscular. Um protocolo realizado de forma eficaz e correta, seguindo as fases da reabilitação, leva o indivíduo a ter uma recuperação e retomada das atividades diárias de forma mais rápida (BARBOSA, 2018).
Neste estudo foi analisado o papel importante que a fisioterapia tem no pós-cirúrgico do LCA. A fisioterapia após a ligamentoplastia do LCA tem como objetivo o controle da inflamação, obter um ganho do arco de movimento e aliviar a dor. Já na fase crônica, deve-se dar enfoque ao recrutamento muscular e estímulo sensório-motor. A lesão do LCA altera a capacidade funcional do individuo, gerando fraqueza muscular, alterações de marcha e propriocepção. Observando pelo ponto de vista dos autores, há concordância e relevância significativa no fortalecimento do músculo quadríceps femoral para a eficácia do tratamento fisioterápico, não havendo definição entre os mesmos quanto ao melhor resultado do tratamento somente com a conduta realizada pela cinesioterapia ou através da cinesioterapia associada à eletroterapia (Duarte A.D., 2017)
A deliberação desse artigo apresenta que os aparelhos são excelentes no auxílio do tratamento, porém o uso das mãos do profissional (o toque) é de suma importância, pois só o aparelho não resolve, temos que ter a sensibilidade do toque para um melhor desempenho no tratamento. Os artigos estudados evidência os resultados significativos de um tratamento com a junção da cinesioterapia e a eletrotermofototerapia, esse estudo expõe como os recursos de eletrotermofototerapia tem beneficiado o tratamento em pacientes de pós operatório de LCA, por exemplo, na redução de dor, na diminuição do quadro inflamatório, aumento da ADM, ganho de metabolismo celular, entre outras melhoras.
CONCLUSÃO
Pôde-se concluir a partir do estudo que, a eletrotermofototerapia é de suma importância para os pacientes de pós-operatório do LCA, colaborando na recuperação do paciente e tornando o processo de pós-operatório mais distenso. No entanto, artigos sobre esse assunto ainda são escassos, e os que estão disponíveis em sites, são pouco aprofundados no assunto, além de serem muito antigos, não dando embasamento atualizado do conteúdo apresentado. Sugestões para pesquisas futuras é de que o estudo seja feito de forma mais aprofundada e com informações atualizadas sobre os recursos utilizados hoje em dia nos pacientes em tratamento.
REFERÊNCIAS
ALBERT EINSTEIN. Lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA). Disponível em: <https://www.einstein.br/doencas-sintomas/lesao-ligamento-cruzado-anterior>. Acesso em: 07 nov. 2019
ALMEIDA, G. P. L.; ARRUDA, G. O, MARQUES, A. P.. Fisioterapia no tratamento conservador da ruptura do ligamento cruzado anterior seguida por ruptura contralateral: estudo de caso. São Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1809-29502014000200186&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em:  04  nov.  2019.
ALVES, Paulo Henrique de Matos; et al. Lesão do ligamento cruzado anterior e atrofia do músculo quadríceps femoral. Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 1, p. 146-156, Jan./Feb. 2009. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/view/6789>. Acesso em: 09 nov. 2019
BARBOSA, Deliane Silva. Reabilitação no pós-operatório do ligamento cruzado anterior: estudo de caso. Paracatu, 2018. Disponível em: <http://www.tecsoma.br/fisioterapia/tcc's/2018/TCC%202%20Deliane%20corrigido%2025-06%20(1).pdf> Acesso em: 09 nov. 2019
BEST PRACTICE. Lesão do ligamento cruzado anterior. Disponível em: <https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/589>. Acesso em: 06 nov. 2019
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