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VALOR DA EMPRESA E TRADUÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA MOEDA ESTRAGEIRA - EMPRESAS COLIGADA E CONTROLADA UNIDADE 3 AJUSTE DA TRADUÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM MOEDA ESTRANGEIRA TÓPICO 3 1 INTRODUÇÃO Conversão é o processo de traduzir demonstrações contábeis, avaliadas em uma determinada moeda, para uma outra moeda. Uma moeda �utua em relação a outra por diferentes razões: nível de in�ação interna de cada país, oferta e procura por determinadas moedas, fatores políticos e econômicos, nível de con�ança na moeda do país, outros fatores de cunho psicológico etc. Como consequência, deve ser utilizada determinada paridade cambial (taxa de câmbio), a cada instante, para efetuar o processo de conversão das demonstrações �nanceiras. Reorganização Societária � Unidade 3 Tópico 3 �1,0x)Reorganização Societária � Unidade 3 Tópico 3 �1,0x) Privacy policy 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 https://soundcloud.com/uniasselvi/reorganizacao-societaria-1 https://soundcloud.com/uniasselvi/reorganizacao-societaria-1 https://soundcloud.com/pages/privacy As empresas instaladas no Brasil, cujas controladoras sejam sediadas em outros países, necessitam traduzir as demonstrações contábeis preparadas, de acordo com os padrões e as práticas locais, para a moeda e o idioma utilizados no país da controladora. Contudo, o processo de conversão das referidas demonstrações não deve introduzir qualquer alteração fundamental na mensuração das operações de ativos, de passivos e resultados da subsidiária (controlada). É um processo de tradução monetária, que não deve con�itar, especialmente, com o Princípio do Registro pelo Valor Original (custo histórico). 2 OBJETIVOS E IMPORTÂNCIA DA TRADUÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS O objetivo da tradução das demonstrações contábeis é apurar os resultados econômicos e �nanceiros em moeda forte, não sujeita aos efeitos da in�ação. Isso permite, ao investidor estrangeiro, acompanhar, em uma moeda constante, o retorno do investimento dele, visto que as demonstrações contábeis já convertidas estarão expressas na moeda corrente do próprio país de origem. O processo de tradução das demonstrações contábeis para moeda estrangeira, com a aplicação do método da equivalência patrimonial sobre os investimentos realizados pelas empresas, permite, ao investidor, em território nacional ou estrangeiro, acompanhar o impacto da variação cambial nos resultados da empresa. Esse processo está relacionado com a consolidação das demonstrações contábeis das empresas situadas nos vários países nos quais possuem investimentos. Para a tradução das demonstrações contábeis, utilizada nos casos da consolidação das demonstrações �nanceiras, o cálculo e a contabilização da equivalência patrimonial permitem avaliar o desempenho da subsidiária no país no qual está desenvolvendo as atividades dela. Outro aspecto preponderante é, também, fornecer, ao credor exterior, condições su�cientes para avaliar as condições econômicas e �nanceiras da empresa em0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 moeda forte. Apesar da correção monetária integral, dos Demonstrativos Contábeis, estar extinta das atividades da Contabilidade brasileira, a tradução desses demonstrativos pode auxiliar como ferramenta gerencial. Contudo, é importante se lembrar de que o principal objetivo da tradução das Demonstrações Contábeis é a consolidação das informações contábeis. Para essas atividades, utilizam-se as normas editadas pelo FASB – Financial Accounting Standards Board. No Brasil, a norma utilizada é o FAS 52, devido à economia estável pela moeda real. O FASB – Financial Accounting Standards Board é um órgão norte-americano que emite pronunciamentos de normas contábeis e �nanceiras, geralmente, conhecido, apenas, como FAZ – Financial Accounting Standards. Estabelece normas para a Tradução das Demonstrações Financeiras em moeda estrangeira, para as empresas “americanas”, mas, por ser conhecido mundialmente, e devido à coerência dele, as normas e os procedimentos são utilizados como práticas por empresas do mundo inteiro. 3 PROCEDIMENTOS E MÉTODOS DE TRADUÇÃO Ao se traduzirem os relatórios contábeis para a moeda estrangeira, é necessário utilizar a taxa de câmbio, que represente a relação que existe, em determinado momento, entre a moeda local (que é a moeda Real) e a moeda de conversão (que pode ser o Dólar, o Euro, ou outra moeda forte). A adoção da prática da tradução indica quantos reais serão necessários para adquirir uma unidade de moeda estrangeira. Como a taxa de câmbio é fornecida pelas autoridades competentes, pode mudar diariamente, semanalmente, mensalmente, e, assim, sucessivamente, pois essa variação depende da in�ação do país que está utilizando a taxa para tradução, assim como as políticas governamentais de incentivo às importações, exportações, dentre outros fatores que são utilizados como reguladores do mercado. Para se realizarem o procedimento da tradução das demonstrações contábeis e a conversão, deve-se utilizar a taxa de câmbio correspondente para a atividade. Como taxa de câmbio vigente, podemos considerar a taxa histórica, que é a taxa vigente na época que o fato ocorrer. No caso da aquisição de um imóvel em 15 de 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 março de 20x0, esse valor do imóvel será convertido, para a moeda norte- americana, pela taxa de câmbio vigente na data do registro, e será mantido, na contabilidade em moeda norte-americana por esse valor. Existe a taxa corrente, que é a taxa de câmbio vigente na data da realização da operação, ou seja, se o fechamento mensal da Contabilidade é no dia 30, então, os demonstrativos contábeis serão traduzidos por essa taxa. Essa taxa possui a mesma conotação da taxa de fechamento quando o evento ocorrer no último dia do mês. A taxa média, por sua vez, é a média aritmética das taxas de câmbio vigentes durante um determinado período, pela média simples ou ponderada. As contas do resultado (DRE – Demonstração do Resultado do Exercício) utilizam a taxa média para a tradução. Há, ainda, a taxa projetada ou prevista, presente para traduzir valores �xos, em moeda nacional, para uma estimativa futura, muito utilizada para orçamento em moeda forte. A consistência das informações contábeis deve ser mantida, mesmo com a tradução para moeda estrangeira. Isso quer dizer que as normas contábeis do país vigente, na tradução, por exemplo, o Brasil, que traduz os demonstrativos contábeis da moeda brasileira para a moeda norte-americana, devem atender às normas contábeis brasileiras para o padrão da moeda real R$. Contudo, caso houver alguma situação que in�uencie o patrimônio da empresa, esses efeitos deverão ser divulgados em notas explicativas antes da publicação das demonstrações contábeis. O FASB normatiza que as taxas que são utilizadas como taxas históricas, ou taxas correntes, sejam aquelas que são a base para a remessa de dividendos ou para o retorno de capital estrangeiro. Para a tradução das demonstrações contábeis de empresas localizadas no Brasil, deve-se utilizar a taxa de venda do dólar o�cial, publicada pelo Banco 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 Central na data do balanço, ou a vigente em data, imediatamente, posterior. Quanto à utilização dos métodos de tradução, estes devem ser trabalhados conforme as circunstâncias às quais a empresa estiver submetida, levando, também, em consideração, a economia do país. Existem três métodos de conversão: (a) câmbio de fechamento; (b) monetário e não monetário; e (c) temporal. Método do Câmbio de Fechamento: todos os itens do grupo de contas do Ativo e Passivo são traduzidos pela taxa corrente, e, somente, aplica-se em países de economia estável. Método de Tradução Monetário e Não monetário: era utilizado até a introdução do FAS 52 pelas subsidiárias estrangeiras de empresas americanas, independentemente do ambiente econômico existente nos países nos quais as �liais estavam instaladas.Na aplicação desse método de conversão, primeiramente, são classi�cados, os itens patrimoniais, em monetários, que são os itens expostos à in�ação, como disponibilidades, direitos ou obrigações, realizados ou exigidos em dinheiro (caixa, bancos, duplicatas a receber, duplicatas descontadas, provisão para devedores duvidosos, contas a receber, aplicações �nanceiras, depósitos compulsórios etc.). Por sua vez, o não monetário são os itens que não estão expostos à in�ação, como bens do imobilizado e direitos ou obrigações que serão realizados em bens ou serviços (estoques, despesas pagas antecipadamente, adiantamento a fornecedores, participações societárias realizáveis ou permanentes, ativo permanente, ativo diferido, adiantamento de clientes, resultado de exercícios futuros e patrimônio líquido). É importante observar que, por esse método, os itens monetários são convertidos pela taxa corrente (ou taxa de fechamento), e, os itens não monetários, pela taxa histórica. Método Temporal: em economia estável, produzirá resultados muito próximos dos obtidos pelo método do câmbio de fechamento, devido ao fato de os itens patrimoniais estarem muito próximos do valor presente, além de serem convertidos pela taxa corrente. Contudo, a vantagem do método temporal sobre o 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 método monetário – não monetário é que ele pode ser utilizado para qualquer método de avaliação do patrimônio, isto é, ele é compatível com os princípios contábeis, geralmente, aceitos (baseados nos custos históricos), e com os baseados em custos correntes, como propõe o enfoque mais moderno. 4 GANHOS E PERDAS COM OPERAÇÕES EM MOEDA ESTRANGEIRA Além dos ganhos e das perdas normais pela conversão “Translation Gain Or Loss”, existem os ganhos e as perdas �nanceiras, oriundos das operações entre Ativos (como as Duplicatas a Receber - Exportação) e Passivos (Fornecedores - Exportação) em moeda estrangeira. Quando ocorre uma operação de um Ativo ou de um Passivo, envolvendo uma terceira moeda, que não seja a moeda corrente do país, ou a moeda para a qual as demonstrações contábeis estão sendo convertidas, o valor desse título deverá ser atualizado pela moeda originária do país ao qual o produto foi exportado ou importado, pela moeda local, ou seja, Real, e, a partir deste momento, convertido para o Dólar. Essa transação gerará um ganho ou uma perda, em função da variação cambial dessa moeda para o Real. Suponha-se que a empresa realizou uma venda de R$ 19.495,00, em 31/03/20X1, para uma empresa sediada na Alemanha, sendo que o mesmo valor equivale a EUR 10.000,00 (taxa de EUR 1,00 = R$ 1,9510), o que gerará um valor atualizado de R$ 19.510,00. Portanto, houve um ganho de R$ 15,00, em função da variação da taxa de EUR, de 31/03/20X1 até 30/04/20X1. Salienta-se que, com a mudança para a condição de economia não in�acionária, as empresas brasileiras, subsidiárias de empresas norte-americanas, devem reavaliar as estratégias de proteção dos ativos e dos passivos expressos em moeda local. Por exemplo, as contas intercompanhias e outras contas, expressas em dólares norte-americanos, tornar-se-ão transações expressas em “moeda estrangeira”, caso aquela a�liada adote a moeda real como moeda funcional. Os ganhos e as perdas de câmbio (variação cambial), sobre os saldos ativos e passivos, deverão ser re�etidos no resultado do exercício (embora o patrimônio 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 líquido, em dólares norte-americanos, não seja afetado, em decorrência de débito ou de crédito compensatório, na conta de ganhos e de perdas de tradução no patrimônio líquido). 5 PROCEDIMENTOS DE TRADUÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA MOEDA FUNCIONAL DA INVESTIDORA Nesta etapa deste livro didático, será desenvolvida a apuração da tradução da moeda estrangeira de um demonstrativo contábil com dados �ctícios. Com isso, será possível mostrar os re�exos desse ajuste da tradução para a avaliação dos resultados da empresa, porém, em moeda estrangeira. Será utilizado um demonstrativo contábil com dados �ctícios, com o objetivo de avaliar o impacto da tradução das demonstrações contábeis, de acordo com a taxa de câmbio utilizada no momento da tradução. Vamos supor a condição de efetuar a conversão das Demonstrações Contábeis de X2, de R$ para US$, de uma empresa estrangeira norte-americana. Há a necessidade de reconhecer os efeitos da tradução na investidora, nos USA, a partir de alguns dados. A empresa Brasil S.A tem participação de 90% no Capital Social da empresa investida em 31/01/20X2. Em 01 de janeiro de 20X0, a taxa de câmbio utilizada para o Capital Social é de R$ 3,20. A taxa de fechamento, em 31 de dezembro de 20X1, é de R$ 5,20, e, em 31 de dezembro de 20X2, é de R$ 5,50. Essas são taxas utilizadas para a tradução das contas do grupo de contas do Ativo e Passivo. A taxa média, em 20X1, é de R$ 5,08. Para a tradução da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, em 20X2, a taxa a ser utilizada é de R$ 5,35. No mês de abril de 20X2, foi realizada a distribuição de 50% dos dividendos, e a taxa considerada era de R$ 5,40. 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 A tradução e a apuração do Balanço Patrimonial, em R$, para o ano de 20X2, para a empresa Controlada Beta e para a Controladora Alfa, devem calcular o resultado da equivalência, o ajuste de avaliação patrimonial, o resultado abrangente e o saldo da conta de investimentos em moeda norte-americana, US$, e em moeda brasileira, R$. De acordo com o seguinte quadro, é possível avaliar a composição patrimonial em moeda R$, e em moeda US$. QUADRO 7 – BALANÇO PATRIMONIAL FONTE: O autor Vamos aos resultados. A conta Caixa, e equivalentes de caixa, em 31 de dezembro de 20X2, estão em US$ 37.500, o que se multiplica pela taxa de fechamento, de R$ 5,50, representando o resultado traduzido em R$ 206.250. A conta Estoques, em 31 de dezembro de 20X2, está em US$ 100.000, e se multiplica pela taxa de fechamento, de R$ 5,50, o que representa o resultado traduzido em R$ 550.000. A conta Imobilizado, em 31 de dezembro de 20X2, está em US$ 80.000, e se multiplica pela taxa de fechamento, de R$ 5,50, o que representa o resultado traduzido em R$ 440.000. Com isso, o valor total do Ativo está em US$ 217.500, ou traduzidos em R$ 1.196.250. Para as contas do Passivo e do Patrimônio Líquido, a conta de Contas a Pagar está em US$ 57.500, o que, traduzido, será algo em torno de R$ 316.250. 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 Saldo do Patrimônio Líquido em 31/12/20X1: US$ 125.000 x R$ 3,20 (taxa histórica) = R$ 400.000. Lucro Líquido em 31/12/20X1: US$ 17.500 x R$ 5,08 (taxa média em 31/12/20X1) = R$ 88.900. Total em 31/12/20X1: R$ 400.000 + R$ 88.900 = R$ 488.900. Total do Patrimônio Líquido, em US$, no dia 31/12/20X1 = US$ 125.000 + US$ 17.500 = US$ 142.500. A conta Lucros propostos a distribuir, em US$ 6.563, se traduzidos, serão R$ 36.097. O Capital Social de US$ 125.000 deve ser traduzido pela taxa histórica, que, nesse caso, é de R$ 3,20 para cada US$ 1,00. Dessa forma, o valor traduzido dessa conta, pela taxa histórica, é de R$ 400.000. A conta de Lucros acumulados, de acordo com as normas FAZ, deve ser traduzida pela taxa média. Contudo, o valor de US$ 28.437, da conta de Lucros acumulados, não é o mesmo valor da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, mas a composição desse valor, de US$ 28.437, será analisada na elaboração da DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. A composição da conta de Lucros acumulados, em R$ 145.992, possui o seguinte formato: Lucros acumulados, em 20X1, em US$ 17.500, que, traduzidos, pela taxa média, de 31 de dezembro de 20X1, em R$ 5,08, passam a representar o saldo de R$ 88.900, que deverá ser somado ao valor do lucro de 20X2, em R$ 140.438. O próximo passo é descontar a distribuição dos 50% do lucro acumulado, de 20X1, em R$ 47.250 (US$ 17.500 X 50% = US$ 8.750 x R$ 5,40 que é a taxa de tradução do mês de abrilde 20X2 para a distribuição dos lucros = R$ 47.250). Em seguida, deve-se subtrair os R$ 36.097 dos lucros propostos a distribuir. Dessa forma, o valor da conta de Lucros acumulados é de R$ 145.992. A conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial (AAP), em R$ 297.912, possui a seguinte composição na apuração do resultado: 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 Valor do Patrimônio Líquido em 31/12/20X1 = US$ 142.500 x R$ 5,20 = R$ 741.500. Deve-se subtrair o valor, em 31/12/20X1, do valor atual, em R$ = R$ 741.500 – R$ 488.900 = R$ 252.100. Nos R$ 252.100, deve-se adicionar o valor da variação cambial, em R$ 45.812, conforme a seguinte operação de valores a seguir: TABELA 6 – DEMONSTRATIVO DO AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL NA INVESTIDA BETA FONTE: O autor Com isso, o saldo da conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial será de R$ 252.100 + R$ 45.812 = R$ 297.912. É importante esclarecer de que forma se apurou o valor da Variação Cambial em R$ 45.812. Em primeiro lugar, o valor do Patrimônio Líquido, em 31/12/20X1, é de US$ 142.500, que, multiplicado pela taxa nesta data, em R$ 5,20, perfaz um valor em R$ 741.000. Por sua vez, ao atualizar os mesmos US$ 142,500 pela taxa na data do fechamento do Balanço, em 31/12/20X2, em R$ 5,50, surge um montante em R$ 783.750, que, subtraído do valor, em R$, de 31/12/20X1, de R$ 741.000, gera um ajuste de variação cambial de R$ 42.750. Em seguida, a conta do resultado do exercício (DRE) apresenta um saldo de US$ 26.250 (será analisada, a DRE, logo adiante), e, traduzido para a moeda R$, encontra-se em R$ 140.438. Contudo, é importante se lembrar de que a DRE deve ser traduzida pela taxa média do período, assim, isso signi�ca que, para apurar o ajuste da avaliação patrimonial, esse mesmo resultado, de US$ 26.250, ao ser traduzido para a taxa de fechamento, em R$ 5,50, deve representar o montante 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 em R$ 144.375, que, por sua vez, apresentará o ajuste da avaliação patrimonial, com uma diferença de R$ 3.937 (R$ 144.375 – 140.438). Por �m, os 50% dos lucros distribuídos (X1), ao serem traduzidos pela taxa de R$ 5,40, da taxa do mês de abril, que é o mês da distribuição dos lucros, perfazem um montante em R$ 47.250. Contudo, ao considerar o ajuste de avaliação patrimonial dessa conta para a taxa de fechamento, em 31/12/20X2, pela taxa de tradução, em R$ 5,50, esse montante perfaz R$ 48.125. Com isso, o ajuste de avaliação patrimonial dos Lucros distribuídos está em R$ 875. R$ 42.750 do saldo de 31/12/20X1 + R$ 3.937 do resultado do exercício de 20X2 ( - ) R$ 875 dos Lucros distribuídos (X1) perfazem um total de R$ 45.812. O grupo de contas da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício será apresentado conforme a �gura a seguir: TABELA 7 – DRE DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO FONTE: O autor Observe que todas as contas com saldos em US$, no dia 31/12/20X2, tiveram esses saldos multiplicados pela taxa média de R$ 5,35 nessa mesma data. Isso signi�ca que a conta de Receitas é US$ 112.500 x R$ 5,35 = R$ 601.875. Todas as contas seguem a mesma sistemática, devendo-se tomar o devido cuidado para somar ou para subtrair os valores nos subtotais. Assim, o valor do Lucro Líquido da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, em US$ 26.250, representa o montante em R$ 140.438. Com relação aos lucros distribuídos em abril de 20X2, há a necessidade de avaliar que 50% desses lucros foram distribuídos, assim, USD 17.500 x 50% = USD8.750, 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 Debitar: Investimento Cia Beta R$ 1.575 Creditar: Patrimônio Líquido (AAP) R$ 1.575 Na empresa investidora ALFA (lucros retidos) Na empresa investida BETA (lucros distribuídos): que, multiplicados pela taxa de conversão, de R$ 5,40, no mês de abril de 20X2, perfazem um total de R$ 47.250. Como a empresa ALFA controla 90% da empresa Beta, signi�ca que 90% de USD 8.750 deverão ser reconhecidos na sua Contabilidade, assim, US$ 7.875, ou R$ 42.525 (US$ 7.875 x R$ 5,40). Dessa forma, caso a empresa Controlada reconhecesse, no ato, o efeito do Ajuste de Avaliação Patrimonial (referente 20X1), o efeito contábil seria: US$ 7.875 x R$ 5,20. A taxa, de 31/12/20X1, teria o lucro distribuído reconhecido em R$ 40.950. Com isso, no AAP – Ajuste de Avaliação Patrimonial, R$ 42.525 ( - ) R$ 40.950 = R$ 1.575. O registro contábil, dos lucros distribuídos em abril de 20X2, estão descritos da seguinte forma: Débito: CAIXA (US$ 7.875 x R$ 5,40 = R$ 42.525) Crédito: Ativo Não Circulante INVESTIMENTOS (US$ 7.875 x R$ 5,40 = R$ 42.525) Débito: PL - Patrimônio Líquido, conta de Lucros Acumulados (US$ 8.750 x R$ 5,40 = R$ 47.250) Crédito: CAIXA (US$ 8.750 x R$ 5,40 = R$ 47.250) A DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, da empresa INVESTIDA BETA, pode ser analisada na tabela a seguir: TABELA 8 – DMPL – DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 FONTE: O autor É importante evidenciar a composição do valor da conta de AAP – Ajuste de Avaliação Patrimonial na empresa investida BETA, referente ao exercício social de 20X1, que deverá ser considerado para a composição dessa conta em 31/12/20X2. Sua avaliação inicia com o saldo, em 31/12/20X1, do capital, no grupo do Patrimônio Líquido, em US$ 125.000 x R$ 5,20 = R$ 650.000. O Lucro Líquido, em 31/12/20X1, em US$ 17.500 x R$ 5,20 = R$ 91.000. O total desse grupo está em US$ 142.500 (US$ 125.000 + US$ 17.500) x R$ 5,20 = R$ 741.000. Deve-se, agora, pegar esse mesmo saldo da conta Capital Social no PL (Patrimônio Líquido), em US$ 125.000, e multiplicar pela taxa HISTÓRICA, para o registro dessa conta, em R$ 3,20, o que perfaz um total em R$ 400.000. Em seguida, deve-se utilizar os US$ 17.500 e multiplicar pela taxa média, em 31/12/20X1, em R$ 5,08, o que perfaz um total de R$ 88.900. O subtotal de R$ 400.000 + R$ 88.900 estará em R$ 488.900. O valor total do grupo do Patrimônio Líquido, em 31/12/20X1, que era de US$ 142.500, ou R$ 741.000, deve ter subtraído o valor de R$ 488.900 do subtotal ajustado pela taxa histórica do Capital Social, e do Lucro Líquido ajustado pela taxa média, em 31/12/20X1. Com isso, o valor inicial do APP – Ajuste de Avaliação Patrimonial, para a composição da DMPL, em 20X2, é de R$ 252.100 (R$ 741.000 – R$ 488.900). Observe, na tabela anterior, que o valor total da DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, de R$ 843.904, é o mesmo do grupo do PL, que consta no Quadro – Balanço Patrimonial. 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 LEITURA COMPLEMENTAR A IMPORTÂNCIA DO VALUATION PARA AS EMPRESAS E PARA A SUA FORMAÇÃO Mercado Financeiro 26 de setembro, 2016 O valuation é um conceito importante para quem trabalha na área �nanceira. Ele deve ser aprendido por meio de cursos para gerente �nanceiro, que precisam ser fundamentados na teoria, mas ter uma aplicação prática bastante forte. A�nal de contas, um tem pouco ou nenhum valor sem o outro. Ensinar o conceito sem mostrar como ele deve ser aplicado só agrega para quem atua na academia. Por outro lado, as escolas de negócios não formam robôs que decoram e aplicam fórmulas – os alunos precisam entender o que estão fazendo. Eles desejam se formar como analistas, pro�ssionais capazes de aplicar o conhecimento que adquirem em problemas práticos do seu dia a dia. Para explicar melhor a importância desse conceito para as empresas e para a sua formação, neste post, vamos indicar melhor o que ele signi�ca e de que forma pode ser aplicado no dia a dia. Acompanhe! O que é valuation? Esse é o exercício de atribuir valor econômico para ativos ou empresas. É uma prática complexa, provavelmente, uma das mais difíceis quando falamos de �nanças corporativas. Dominar essa “arte” não é simples. Requer muito estudo e aplicação de esforços. É necessário colocar a mão na massa e, efetivamente, colocar a ideia em prática, discuti-la e defendê-la. O melhor lugar para começar a adotar esse conceito é na escolade negócios, um ambiente seguro e que permite atuar de modo exploratório. Desse modo, é possível errar e tirar um aprendizado da situação. No entanto, esse exercício deve continuar nas vidas pro�ssional e pessoal. A partir disso, existirão mais consequências, já que não é mais permitido errar. 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 �uxo de caixa para a �rma; �uxo de caixa para o acionista; Como aplicar o valuation? Há dois métodos de atribuir valor e aplicar esse conceito. O primeiro, e mais usual, é com base em benchmark, ou comparação. O segundo, e mais preciso, é com base em geração de valor (ou �uxo de caixa). Esse conceito é aplicado, diariamente, pelas pessoas em situações cotidianas, como na avaliação do quanto vale um ativo, na comparação de preços, em termos e em condições, e na estimativa de quanto se terá de retorno ao investir em determinado bem. Contudo, quando se trata de adotar esse conceito para uma empresa, deve-se ser mais sistemático. A�nal, as somas e as consequências têm dimensões muito maiores. Veja, a seguir, como aplicar cada um dos métodos citados. Base em benchmark É aplicado pela comparação do valor de duas naturezas. Pode-se olhar para as empresas listadas nas bolsas de valores, como a Bovespa, cuja referência é o preço das ações dela multiplicado pela quantidade de títulos, ou o preço de mercado (market cap). Essa é a metodologia com base em múltiplos de mercado, ou trading comps. É possível, ainda, analisar as últimas empresas compradas por outras organizações, porque isso gera um referencial de preço. Essa é a metodologia com base em múltiplas transações precedentes, ou transaction comps. É importante mencionar que o método do benchmark é, usualmente, uma metodologia de assessoria. Base em geração de valor É o método mais usual de avaliar uma empresa, porque considera a geração de caixa que o empreendimento proporciona. Está baseada no �uxo de caixa descontado, ou Discounted Cash Flow (DCF). Há, pelo menos, quatro variações do método: 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 �uxo de dividendos; análise de �uxos alavancados (leverage buyout analysis). RESUMO DO TÓPICO Conversão é o processo de traduzir demonstrações contábeis, avaliadas em uma determinada moeda, para uma outra moeda. Uma moeda �utua em relação a outra por diferentes razões: nível de in�ação interna de cada país, oferta e procura por determinadas moedas, fatores políticos e econômicos, nível de con�ança na moeda do país, outros fatores de cunho psicológico etc. Como consequência, deve ser utilizada determinada paridade cambial (taxa de câmbio), a cada instante, para efetuar o processo de conversão das demonstrações �nanceiras. As empresas instaladas no Brasil, cujas controladoras sejam sediadas em outros países, necessitam traduzir as demonstrações contábeis preparadas, de acordo com os padrões e as práticas locais, para a moeda e o idioma Essa última variação é menos importante no Brasil. Mesmo assim, é fundamental entender cada uma delas, as diferenças, quando aplicar cada metodologia e quais são as limitações delas. Se o método mais usual é baseado no �uxo de caixa descontado, é necessário discutir como produzi-lo. Como fazer projeções a partir de informações históricas, elaborar cenários e garantir a consistência do seu plano de negócios são questões que precisam ser trabalhadas em um curso de valuation. Se o �uxo de caixa projetado, que é matéria-prima para o modelo por DCF, não estiver bem feito, o resultado não será preciso, mesmo se o analista dominar todas as técnicas de avaliação. FONTE: <https://saintpaul.com.br/a-importancia-do-valuation-para-as-empresas-e- para-a-sua-formacao/>. Acesso em: 24 abr. 2021. Neste tópico, você aprendeu que: 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 utilizados no país da controladora. Contudo, o processo de conversão das referidas demonstrações não deve introduzir qualquer alteração fundamental na mensuração das operações de ativos, de passivos e resultados da subsidiária (controlada). É um processo de tradução monetária, que não deve con�itar, especialmente, com o Princípio do Registro pelo Valor Original (custo histórico). O objetivo da tradução das demonstrações contábeis é apurar os resultados econômicos e �nanceiros em moeda forte, não sujeita aos efeitos da in�ação. Isso permite, ao investidor estrangeiro, acompanhar, em uma moeda constante, o retorno do investimento dele, visto que as demonstrações contábeis já convertidas estarão expressas na moeda corrente do próprio país de origem. Para a tradução das demonstrações contábeis, utilizada nos casos da consolidação das demonstrações �nanceiras, o cálculo e a contabilização da equivalência patrimonial permitem avaliar o desempenho da subsidiária no país no qual está desenvolvendo as atividades dela. Apesar da correção monetária integral, dos Demonstrativos Contábeis, estar extinta das atividades da Contabilidade brasileira, a tradução desses demonstrativos pode auxiliar como ferramenta gerencial. Contudo, é importante se lembrar de que o principal objetivo da tradução das Demonstrações Contábeis é a consolidação das informações contábeis. Para essas atividades, utilizam-se as normas editadas pelo FASB – Financial Accounting Standards Board. No Brasil, a norma utilizada é o FAS 52, devido à economia estável pela moeda real. O FASB – Financial Accounting Standards Board é um órgão norte-americano que emite pronunciamentos de normas contábeis e �nanceiras, geralmente, conhecido, apenas, como FAZ – Financial Accounting Standards. Estabelece normas para a Tradução das Demonstrações Financeiras em moeda estrangeira, para as empresas “americanas”, mas, por ser conhecido mundialmente, e devido à coerência dele, as normas e os procedimentos são utilizados como práticas por empresas do mundo inteiro. Ao se traduzirem os relatórios contábeis para a moeda estrangeira, é necessário utilizar a taxa de câmbio, que represente a relação que existe, em0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 determinado momento, entre a moeda local (que é a moeda Real) e a moeda de conversão (que pode ser o Dólar, o Euro, ou outra moeda forte). Como taxa de câmbio vigente, podemos considerar a taxa histórica, que é a taxa vigente na época que o fato ocorrer. Existe a taxa corrente, que é a taxa de câmbio vigente na data da realização da operação, ou seja, se o fechamento mensal da Contabilidade é no dia 30, então, os demonstrativos contábeis serão traduzidos por essa taxa. Essa taxa possui a mesma conotação da taxa de fechamento quando o evento ocorrer no último dia do mês. A taxa média, por sua vez, é a média aritmética das taxas de câmbio vigentes durante um determinado período, pela média simples ou ponderada. As contas do resultado (DRE – Demonstração do Resultado do Exercício) utilizam a taxa média para a tradução. Há, ainda, a taxa projetada ou prevista, presente para traduzir valores �xos, em moeda nacional, para uma estimativa futura, muito utilizada para orçamento em moeda forte. Quanto à utilização dos métodos de tradução, estes devem ser trabalhados conforme as circunstâncias às quais a empresa estiver submetida, levando, também, em consideração, a economia do país. Existem três métodos de conversão: (a) câmbio de fechamento; (b) monetário e não monetário; e (c) temporal. Quando ocorre uma operação de um Ativo ou de um Passivo, envolvendo uma terceira moeda, que não seja a moeda corrente do país, ou a moeda para a qual as demonstrações contábeis estão sendo convertidas, o valor desse título deverá ser atualizado pela moeda originária do país ao qual o produto foi exportado ou importado, pela moeda local, ou seja, Real, e, a partir deste momento, convertido para o Dólar. Essa transação gerará um ganho ou uma perda, em função da variação cambial dessa moeda para o Real. Os ganhos e as perdas de câmbio (variação cambial), sobre os saldos ativos e passivos, deverão ser re�etidos no resultado do exercício(embora o patrimônio líquido, em dólares norte-americanos, não seja afetado, em0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 decorrência de débito ou de crédito compensatório, na conta de ganhos e de perdas de tradução no patrimônio líquido). AUTOATIVIDADES Responder Unidade 3 - Tópico 3 1 Na atividade da tradução das demonstrações contábeis para moeda estrangeira, o que envolve o Método Temporal? 2 Com relação às atividades realizadas para a tradução das demonstrações contábeis para moeda estrangeira, quais são os objetivos para esse procedimento? 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 Responder Responder 3 As empresas, ao apresentarem os resultados delas, em função dos efeitos da variação cambial, deverão cumprir determinada regra para a apresentação dessa variação. De acordo com essa condição, de que forma devem ser apresentadas as varações cambiais para a tradução das demonstrações contábeis em moeda estrangeira? 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3 Tópico 2 Conteúdo escrito por: Todos os direitos reservados © Ângela Bilk Estelamaris Reif Valdecir Knuth 0,5x 1x 1,5x Unidade 3 - Tópico 3