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Ciclos Econômicos no Brasil

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ECONOMIA EMPRESARIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro (a) estudante, 
 
O desafio dos governos é reduzir a duração e a intensidade da queda 
no nível de atividade econômica de seus países, de modo que os impactos 
sobre a sociedade sejam os menores possíveis. O Brasil passou por vários 
ciclos econômicos desde o início de seu processo de industrialização, cada 
um deles relacionado às variações no crescimento econômico que repetem 
ao longo do tempo. Neste capítulo, você estudará os ciclos da economia 
brasileira, além de diferenciar as suas etapas e compreender o 
desenvolvimento do capitalismo. 
AULA – 8 
CICLOS 
ECONÔMICOS 
DO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta aula, você vai conferir os contextos conceituais da psicologia entenderá 
como ela alcançou o seu estatuto de cientificidade. Além disso, terá a oportunidade 
de conhecer as três grandes doutrinas da psicologia, behaviorismo, psicanálise e 
Gestalt, e as áreas de atuação do psicólogo. 
▪ Compreender o conceito de psicologia 
▪ Identificar as diferentes áreas de atuação da psicologia 
▪ Conhecer as áreas de atuação do psicólogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ Reconhecer o significado de ciclo econômico; 
➢ Diferenciar as etapas do ciclo econômico; 
➢ Compreender o desenvolvimento do capitalismo. 
 
 
8 OS CICLOS ECONÔMICOS BRASILEIRO 
As dificuldades para estabelecer a agricultura e as atividades extrativistas 
durante o período colonial brasileiro foram inúmeras. Para atrair o colono, que teria 
que superar as dificuldades da zona tropical, grandes latifúndios teriam que ser 
oferecidos como compensação pelo grande sacrifício. Convencidos da necessidade 
de ocupar as terras brasileiras, os portugueses as dividiram em lotes, conhecidos 
como capitanias hereditárias, e iniciaram a produção agrícola na forma de plantações. 
Assim, o Brasil experimentou o crescimento econômico, mas não de forma regular e 
linear, e sim sob a forma de ciclos econômicos. 
Conforme Lacerda (2018), a teoria econômica expõe que os ciclos são 
flutuações nas atividades econômicas, isto é, a oscilação de períodos de expansão e 
contração econômica. Como propensão, as crises cíclicas acontecem em intervalos 
periódicos relativamente constantes. Existem inúmeras explicações para o fenômeno 
e inúmeras soluções para o problema. 
O conceito de ciclos econômicos é utilizado na história econômica brasileira 
para caracterizar movimentos de crescimento e declínio nas atividades extrativista 
(ciclo do pau-brasil), produção agrícola (borracha, cana-de-açúcar, cacau, café) e 
mineração (ouro). 
8.1 O ciclo do açúcar 
Segundo Machado (2019), o termo “ciclo” tem diversas aplicações econômicas, 
e no Brasil pré-industrial, está comumente associado à ascensão, dominância e, por 
fim, declínio de determinado bem primário de exportação bastante conhecido. 
Vale ressaltar que, a maioria das colônias do Novo Mundo, abrangendo o 
Brasil, foi adotado pelos europeus um modelo econômico agroexportador, onde quase 
todos os recursos disponíveis nessas colônias eram destinados exclusivamente à 
produção de mercadorias para exportação, que seriam vendidas ou consumidas pela 
metrópole. Com isso, todo o capital fixo da colônia (lavouras de subsistência, 
máquinas, animais de carga, entre outros) deveria ser utilizado exclusivamente para 
exportação e nenhuma outra atividade econômica paralela. 
O primeiro ciclo agroexportador no Brasil, foi o ciclo do açúcar. O período de 
 
 
1570 a 1670 é conhecido como o século do açúcar, com um aumento impressionante 
de sua produção no país, passando de 60 engenhos, em 1570, para mais de 500 um 
século após. Nesse período, o Brasil era o maior fornecedor mundial de açúcar, até 
começar a competir com as Antilhas. 
O ciclo do açúcar resultou em um sistema de organização da produção que 
teve profundas consequências na história brasileira. Esse sistema, mais tarde 
conhecimento de plantation, fundado em quatro pilares arriscados: 
 
➢ Produção voltada para o mercado externo: a alocação de recursos nesse 
setor de forma quase exclusiva transforma a economia em uma economia frágil 
e extremamente vulnerável às oscilações do mercado internacional. 
➢ Monocultura: focar a produção em uma coisa só agrava o problema anterior, 
quando o preço daquele bem cai, toda a economia entra em colapso, isso sem 
mencionar o desgaste do solo e o pouco progresso tecnológico que a 
monocultura acarreta. 
➢ Latifúndios: a tradição das extensas propriedades, originada das capitanias 
hereditárias, persistiu no modelo açucareiro, porque a produção só se tornava 
rentável em grandes volumes. Como resultado, os ganhos - e o poder – 
concentravam-se nas mãos de poucos. 
➢ Mão de obra escrava: para tocar grandes plantações com baixa tecnologia, 
eram necessários muitos braços e para solucionar essa necessidade, na 
América Latina, no Caribe e no sul dos Estados Unidos ocorreu a importação 
em massa de escravos africanos. Esse elemento, sem dúvida, foi o maior 
responsável pelas distorções na economia e na sociedade brasileira que se 
sente até o momento atual (MACHADO, 2019). 
 
8.2 O ciclo do ouro 
 
O ouro brasileiro causaria mudanças significativas, levando à evaporação da 
primeira fase do açúcar. No entanto, em termos de produção mundial, o metal não 
superaria a quantidade de recursos fornecidos pelo açúcar ao longo de sua história. 
Quando apareceu no cenário nacional, causou alarde, atraindo a atenção local e 
internacional. Outras atividades sofreram com a importância do metal. O ouro atraiu 
para Minas Gerais, com as classes dominantes, uma população fascinada pela ilusão 
 
 
de acumulação rápida de riqueza (LACERDA, 2018). 
Sabe-se que o ouro era procurado desde o início da empreitada mercantil. A 
descoberta desse metal pelos espanhóis alimentou a crença popular que todo o 
continente americano estava cheio de jazidas auríferas, persistindo por dois séculos 
de exploração. Nas inúmeras expedições realizadas desde o início, muitos membros 
dessas empreitadas pagaram com suas vidas a ousadia, ao se perderem, tornaram-
se vítimas dos índios ou da própria natureza. 
Essas expedições assumiram várias formas, das quais a mais notável foram as 
bandeiras paulistas, cujo objetivo principal era capturar índios. Esses aventureiros 
descobriram o tesouro na região das atuais cidades históricas de Minas Gerais. Assim 
começou a corrida pelo ouro brasileiro, que dominaria a economia por um século. 
O impacto da descoberta do metal desencadeou uma onda migratória inédita 
para o Brasil, alterando o perfil populacional, com destaque para o surgimento de uma 
população de classe média. Devido ao tamanho menor das minas brasileiras em 
comparação às minas das colônias castelhanas, a mineração atraiu colonos com 
posses menores. 
A indústria mineradora baseava - se na exploração das jazidas, que se dava de 
um lado nas lavras e de outro no trabalho dos faiscadores - homens livres e nômades 
que produziam de forma independente e já faziam parte do cenário europeu. Durante 
a queda do ouro, seu volume aumentou. A maior produção, porém, era obtida nas 
grandes lavras, que reuniam grande número de trabalhadores, a maioria dos quais 
era escrava. Não se registra a presença do índio. 
Não se pode esquecer que a produção aurífera experimentou novas formas de 
trabalho escravo em virtude de sua organização geral. Ao contrário do ciclo econômico 
anterior, alguns escravos desfrutavam de uma posição diferenciada na economia 
mineira, com maior mobilidade social. 
Essas diferenças sociais também afetavam os homens livres. Anteriormente, 
apenas os ricos desfrutavam do status que acompanhava sua posição dominante na 
estrutura social atual. No entanto, na região das minas, as oportunidades diferiam e 
vários empreendedores de menor porte tiveram sucesso em seu novoempreendimento. Vale ressaltar que a atividade aurífera exigia um controle maior por 
parte dos colonizadores, devido a sua importância como fonte de riqueza. O 
gerenciamento era feito pelo superintendente da Intendência de Minas, forma de 
 
 
administração especial da Coroa. É dessa época a determinação da quinta parte (o 
quinto), como taxação sobre o ouro extraído. 
 A Fazenda Real enfrentou inúmeros desafios para fazer cumprir a cobrança 
desse imposto. Era um imposto alto para os mineradores, que usavam a imaginação 
para burlar o fisco e manipular o volume da produção. Foi uma batalha prolongada 
que culminou no estabelecimento das Casas da Fundição. Todo o ouro extraído tinha 
que passar por este local para ser fundido e cunhado, e no ato da colocação do selo 
régio, o tributo era recolhido. A circulação do metal que não havia sido previamente 
"quintado" foi finalmente proibida. As consequências para os infratores foram severas, 
chegando até o degredo dos domínios luso-africanos. 
O século XVIII terminou com o declínio da mineração no Brasil. O ouro, que 
ainda é encontrado, não era tão abundante quanto era extraído do leito rochoso, 
explicando o esgotamento precoce. Além disso, o nível técnico dos pesquisadores era 
baixo, não aprofundando suas pesquisas e conhecimentos. Devido ao seu caráter 
exploratório, a administração colonial nunca investiu em educação ou racionalização 
dos processos produtivos, ações que afetariam a economia local e acelerariam o 
declínio da mineração. Outra preciosidade explorada na época eram os diamantes. O 
Brasil havia tomado o lugar antes ocupado pela Índia como grande produtor de 
diamantes, mas logo foi derrotado pela África do Sul, onde foram descobertas grandes 
jazidas dessa pedra. 
 A extração brasileira de diamantes foi pequena, em relação à exploração do 
ouro, porém compartilhou da mesma lógica exploratória. Assim, a Corte acabou 
assumindo o controle total e direto sobre aquelas regiões que se apresentavam ricas 
em metais preciosos. Um exemplo, foi o controle exercido sobre o distrito o Distrito de 
Diamantina, onde foram encontradas as primeiras jazidas de diamantes em território 
brasileiro. Apesar de relativamente momentânea, a mineração teve um papel 
importante na história da Colônia. Durante sua existência, foi foco de atenção no país 
e cresceu em detrimento de outras atividades. 
Houve uma corrida ao ouro que atraiu para Minas Gerais pessoas de outras 
partes do país, modificando o quadro populacional interno, além de promover a 
ocupação do Centro-Oeste e a mudança do eixo econômico (anteriormente 
concentrada nas áreas de produção açucareira). A agricultura e a pecuária também 
se desenvolveram na região como atividades acessórias para a manutenção da 
 
 
produção mineira. Outra consequência foi a transferência da capital da Bahia para o 
Rio de Janeiro em 1763, pois a comunicação entre Minas e a metrópole seria mais 
facilmente estabelecida pelo porto carioca. 
8.3 O ciclo do café 
Segundo Machado (2019), o terceiro e último grande ciclo econômico, o do 
café, iniciou-se com a implantação de lavouras na Baixada Fluminense, na década de 
1830, e posteriormente no Vale do Paraíba, sul de Minas Gerais e Espírito Santo. 
Logo após, o café segue para a região de Campinas e, finalmente, para o Oeste novo 
paulista (regiões de Ribeirão Preto e Araraquara). 
A importância do ciclo do café reside no fato de que ele provocou uma 
transformação nos métodos de produção do Brasil, ao mesmo tempo, em que se 
iniciava outro ciclo de exportação de commodities. Como resultado da economia 
cafeeira, o Brasil abandonou seu modo de produção colonial e entrou na era do 
capitalismo industrial. 
8.4 O desenvolvimento do capitalismo no Brasil 
A formação do mercado interno foi importante para o desenvolvimento da 
sociedade capitalista. Durante o ciclo do Açúcar, a economia colonial do Brasil era 
voltada apenas para o mercado externo. As exportações de açúcar trouxeram 
enormes receitas para a colônia, mas a riqueza adquirida acabou sendo gasta em 
importações, isto é, voltou para às economias centrais, onde era enriquecido um grupo 
selecionado de colonizadores e comerciantes (LACERDA, 2018). 
A economia do Brasil não alcançou os resultados reais que inauguraram uma 
era. Ao contrário, tinha a marca de uma economia que flutuava dentro e fora dos ciclos 
econômicos da era colonial e subordinada aos centros hegemônicos do capital. O país 
continuava habitado por inúmeras pessoas, principalmente escravos ou vivendo de 
subsistência, formando um grupo de consumidores relevantes, criando um mercado 
local modelado nos países capitalistas desenvolvidos. A economia mineira contribuiu 
para a formação do mercado interno, ainda que de forma limitada, mais do que a 
economia centrada no açúcar. Embora a economia mineira tenha obtido rentabilidade 
 
 
inferior à de suas atividades anteriores, criou um cenário um pouco mais promissor 
para a Colônia. 
Em locais distantes da costa, a atividade local poderia ser complementada para 
atender às necessidades antes atendidas pelas importações, acrescentando também 
a menor concentração de renda do ciclo aurífero em relação ao açucareiro, 
possibilitando maior mobilidade social em níveis de consumo mais elevados que no 
cenário anterior. Contudo, a manufatura, o fator mais dinâmico que poderia 
efetivamente tirar um país de seu atraso estrutural, fracassou. Dadas as dificuldades 
que existiam na própria metrópole, as colônias, raramente apresentariam outras 
vertentes nesse setor. 
Conforme Lacerda (2018), o pequeno desenvolvimento manufatureiro que 
Portugal conheceu no final do século anterior é resultado de políticas ativa, 
abrangendo a importação de mão de obra qualificada. O tratado com a Inglaterra em 
1703 (Tratado de Methuen) destruiu os primórdios dessa indústria e teve um efeito 
profundo em Portugal e suas colônias. Se chegassem ao Brasil imigrantes com 
experiência manufatureira, muito provavelmente a iniciativa surgiria no momento certo 
e desenvolveria capacidades técnicas de organização que as colônias desconheciam. 
No entanto, esta fase da indústria nascente não conseguiu dar um passo 
adiante. O ouro brasileiro foi provavelmente a principal causa de todos esses 
obstáculos, pois desacelerou a metrópole e dificultou o progresso da dinâmica fabril, 
foi usado para superar a decadência do fim da era do açúcar, sendo consumido nas 
trocas com produtos ingleses, fundamentados no Tratado de Methuen, beneficiando 
os produtores de vinho portugueses. Nota-se que o Brasil não conseguiu adentrar com 
uma ampla e dinâmica economia de mercado no século XIX por diversos motivos. 
Inserido desde o início à margem do sistema capitalista, não conseguiu converter em 
desenvolvimento econômico e social a enorme riqueza que criou ao longo dos seus 
três séculos de história. 
A passagem de uma época para outra - de colônias para Estado-nação, seria 
marcada pela permanência do atraso estrutural vivido no maior país do continente sul-
americano. Na primeira metade do século XIX, após o fim do período colonial, durante 
o Renascimento Agrícola, não foram registradas grandes mudanças nessa arcaica 
estrutura brasileira. Apesar dessas vicissitudes, a exploração lusa há muito tempo 
domina, um vasto império colonial e estabelece esse modo de vida. Com a Europa 
 
 
dividida por lutas internas, Portugal tinha menos incentivo ainda para mudar sua 
política colonial. 
 Portugal perdeu sua autonomia para a Espanha quando ainda gozava dos 
benefícios do açúcar brasileiro com a Holanda. Durante os 60 anos em que o Reino 
luso esteve sob o domínio castelhano, houve uma considerável saída de fundos. 
Quando ele recuperou o controle de seu território, temeu ser dominado pelas 
potências europeias concorrentes do período setecentista. Nesse cenário de nações 
bem mais fortes que o enfraquecido reino luso, a neutralidadeera impossível. A 
aliança dos ingleses foi seu último recurso. Ao buscar ajuda britânica, o Brasil sofreria 
uma nova perda de riquezas. 
No século XIX, a família real veio para o Brasil para fugir das Guerras 
Napoleônicas. Algumas mudanças podem ser vistas na colônia, mas nada realmente 
aconteceu além do que foi descrito até agora. Pelo contrário, o Brasil se afastou de 
uma economia capitalista dinâmica, estabelecendo-se firmemente como dominação 
inglesa intermediado pelos portugueses. Em contraste com o capitalismo de via 
clássica e prussiana, o capitalismo de via colonial é incapaz de buscar políticas 
econômicas autônomas e um capitalismo sustentado. A acumulação de capitalistas 
decorrente da produção de enormes riquezas no Brasil deslocou-se para a Europa, 
polo hegemônico do capitalismo mundial. Isto é, produziu-se para a Metrópole, não se 
mantendo na Colônia o resultado de tantos esforços. 
A relação arcaica entre produção e comercialização que decorriam da 
organização do sistema produtivo brasileiro frustrava as leis da acumulação 
capitalista. No Brasil, como em outras colônias, o desenvolvimento do capitalismo não 
foi acompanhado por uma era de pensamento iluminista que produzisse ideias 
humanitárias, mesmo que utópicas, para formar cidadãos conscientes e comunidades 
democráticas (LACERDA, 2018). 
A economia talvez seja um dos setores mais ricos onde esses sinais de 
isolamento e concentração são mais evidentes. Durante mais de três séculos de 
colonização pela família real portuguesa, o Brasil nunca organizou a produção 
agrícola de forma autônoma. As transições que acompanharam o início da história da 
produção caracterizam, até hoje, as contradições de uma forma de capitalismo que 
não conseguiu oferecer oportunidades reais de progresso social a grandes segmentos 
da população. 
 
 
A esperança de muitos economistas que o capitalismo, por meio de seu 
crescente desenvolvimento e das leis da economia de mercado, pudesse resolver os 
problemas materiais dos países vizinhos ainda não se concretizou. Segundo Lacerda 
(2018), conforme a escola estruturalista, a Teoria das Vantagens Comparativas, fruto 
dessa esperança e modelo de interpretação da dinâmica capitalista, não passou no 
teste colonial, colocando novas questões para a teoria econômica resolver. Essas 
questões dizem respeito à relação entre a análise colonial do período e os demais 
capítulos da política econômica geral e brasileira, provocando os economistas a 
buscar criações analíticas que considerem tanto o passado quanto o presente. O 
passado não pode ser mudado, mas seu esclarecimento abrirá novas possibilidades 
para o presente e o futuro. 
Desde a colonização da América, a integração da economia brasileira na 
divisão internacional do trabalho é definida pela empreitada comercial marítima 
europeia. Apesar de conquistar a independência política no século XIX, o Brasil 
manteve a subordinação estrutural às hegemonias capitalistas internacionais. Desde 
o início de sua história como colônia, o país se deparou com a questão da 
emancipação, que persiste atualmente, alimentando um rico debate, no qual vislumbra 
pelo menos três grandes correntes de pensamento. 
A primeira delas identifica uma solução passiva para os problemas econômicos 
do país em sua entrada no mercado internacional, isto é, sem instigar as contradições 
financeiras e aceitando as regras do jogo impostas pelos países hegemônicos. 
Tratando-se da abertura da economia brasileira ao capital externo em nome da 
integração do mercado global e aceitação da livre concorrência. 
A segunda corrente resguarda a possibilidade de o país ainda ser um centro 
autônomo dentro do capitalismo e controlar independentemente a lógica do capital 
para alcançar a emancipação econômica. O desenvolvimento econômico pode ser 
alcançado através do protecionismo e da participação agressiva do Estado na 
economia, seja como catalisadores e financiadores do processo de industrialização, 
produtores diretos de serviços públicos e bens intermediários como aço, petróleo e 
produtos químicos. 
A terceira defende a superação da dependência econômica do Brasil, 
rompendo com o modo de produção capitalista. Não haveria possibilidade de 
emancipação econômica e, por conseguinte, política nas hostes da capital, entretanto, 
 
 
apenas para aquelas fora de sua proteção. Romper com subordinação e 
desenvolvimento, conforme esse pensamento, seria romper com o capitalismo. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
LACERDA, A. C. de. Economia brasileira. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
 
MACHADO, L. H. M. Economia brasileira. 2.ed. São Paulo: Pearson, 2019.

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