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CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Educação EAD VANÚSIA BATISTA DIAS Matrícula 2230202191 RELATIVISMO CULTURAL E ETNOCENTRISMO Trabalho Avaliativo apresentado à Rita de Cássia Nascimento de Jesus do Curso de Administração do Centro Universitário Jorge Amado - UNIJORGE, como requisito de nota avaliativa AVA 2 Salvador 2023 Introdução Os seres humanos são dependentes da sua cultura, e é através dela que estabelecemos nossos valores, comportamentos, e os conceitos, desenvolvendo assim, nossos modos específicos de viver e de como conviver em grupo, e em sociedade, isso garante a nossa sobrevivência. O homem transcende o mundo natural, o transforma, ressignifica, transmuta, se humaniza, causando assim, diferentes manifestações culturais e suas relações, não se limitando a sua materialidade porque o recria imprimindo a sua marca, o seu DNA. Em nossa sociedade contemporânea podemos afirmar que o relativismo cultural é um conceito e perspectiva antropológica que se opõe à categorização de culturas como “superior” ou “inferior”, onde cada grupo social possui uma cultura específica que só pode ser analisada a partir de seus próprios códigos. Já o etnocentrismo é uma visão de mundo onde um determinado grupo é considerado como o centro de tudo, como a base, o esteio, e todos os outros sáo determinados e pensados a partir desse grupo, e essa visão causa dificuldade de enxergamos o diferente, o outro, e no plano afetivo isso nos causa estranhesa, medo, hostilidade, e muitas vezes, violência e morte, como o holocausto. A visão etnocêntrica vem de uma ideia de julgamento e hierarquia de civilizações, se considerando superior, já o o relativismo cultural busca considerar costumes e tradições como frutos de uma cultura específica, e não leva em conta critérios morais de certo e errado ao estudar essas culturas. Questões do Trabalho da Disciplina Filosofia {AVA 2}: 1. Em que medida a perseguição aos judeus e a suposta superioridade da “raça ariana”, pregada pelo nazismo, revelam o fenômeno do etnocentrismo? Inicialmente precisamos definir o termo etnocentrismo, e esse termo nos remete a uma visão preconceituosa e unilateralmente formada sobre os outros povos e culturas, religiões e etnias, nos remetendo a um julgamento prévio desse povo, considerando como inferior uma cultura diferente da sua própria, onde é errado tudo que vem dela. Em vista disso, o etnocentrismo é presente na relação humana, de modo, que podem causar diversas manifestações, tais como: os preconceitos, as incompreensões, as discriminações, e em atos extremos, os conflitos violentos. Existe um duplo aspecto acerca desse tema, sendo um deles o cognitivo que basicamente é ligado à forma como os diferentes grupos sociais, se relacionam; uma outra questão, é o político, que é ligado à fundamentação de uma série de representações negativas de suas diferenças. De acordo com Oliveira(2018) a história das relações entre as sociedades humanas é uma história do etnocentrismo. Quando os gregos classificaram os povos que não falavam a sua língua como bárbaros havia nisso um componente etnocêntrico, e nessa lógica, os bárbaros eram sempre os outros. Da mesma forma quando os europeus no século XVI, quando chegaram às Américas e julgaram as práticas de muitas sociedades americanas como bestiais e selvagens, ou ainda, quando negaram o estatuto de humanidade aos indígenas, e seus posicionamentos foram marcados por um caráter etnocêntrico. De acordo com Guterman (2020) o Holocausto foi o massacre dos judeus europeus na Segunda Guerra. Esse termo, entretanto, ganhou um outro significado completamente diferente após o final da Segunda Grande Guerra Mundial, em 1945. Sendo assim, o Holocausto passou a ser o nome dado ao genocídio cometido pelo nazismo de Adolf Hitler contra os judeus que povoavam países europeus, como a Alemanha, Holanda e a Polônia. Para Guterman(2020) o Holocausto não teria acontecido se não fossem os dois principais símbolos da modernidade, como o progresso científico, que possibilitou a técnica da morte em escala industrial, e a sociedade de massas, transformando multidões de homens, mulheres e crianças em seres descartáveis. Não podemos simplesmente enquadrar todo esse processo e o seu resultado trágico, infelizmente, numa narrativa semelhante à das catástrofes bíblicas, foi sim, o extermínio deliberado e planejado dos judeus, de certa muito além da capacidade humana de compreensão. 2. Qual seria a melhor possibilidade de impedir manifestações etnocêntricas? Comente, em poucas palavras, a importância de medidas sociais que poderiam impossibilitar o advento de fenômenos como o Holocausto. Sendo o lado oposto do etnocentrismo, o relativismo cultural é um conceito e perspectiva antropológica que se opõe à categorização de culturas como “superior” ou “inferior”. Esse termo demonstra que os comportamentos humanos não são fundamentados na natureza, mas no desenvolvimento dos costumes. Enquanto o etnocentrismo tem uma vertente de confronto, o relativismo aborda as diferenças de uma forma apaziguadora e acolhedora. Nesse sentido, para impedir manifestações etnocêntricas é importante o incentivo ao estudo, pois o investimento em educação é uma das principais armas para combater o preconceito enraizado na cultura de um povo, como a xenofobia, o racismo e a intolerância religiosa. O combate às manifestações etnocêntricas é um processo gradativo e contínuo. O estudo traz a conscientização necessária, e o conhecimento, que pode fazer com que as pessoas possam aprender respeitar e entender outras culturas, seus modos de vida e os seus costumes, aprendendo a lidar com elas, evitando assim o choque cultural. Como medidas sociais os governos devem incentivar as interações entre os povos com culturas diferentes, sendo intermediados os intercâmbios culturais, onde serão ministrados cursos, palestras e aulas a respeito da cultura e do modo de vida de um povo, para troca de conhecimentos, costumes e informações, além de feiras e as demonstrações artísticas. CONCLUSÃO A partir da perspectiva do relativismo cultural deve ser exigido o respeito aos diferentes modos de vida, bem como as diferentes formas de organização social. A ideia de que todas as culturas são igualmente autônomas em sua construção social, não podendo ser alvos de críticas, pode gerar a concepção de que tudo é permitido, desde que tenha fundamentos em uma cultura, sendo assim, algumas práticas podem ferir direitos e valores compreendidos como universais. Tanto o relativismo cultural quanto no etnocentrismo o povo ou a sociedade não pode deixar que isso ultrapasse os limites da razoabilidade, e do que é tolerável para o seu bem e os demais. O relativismo define que cada grupo social possui uma cultura específica que só pode ser analisada a partir dos seus próprios códigos; ainda é uma ideologia que defende que os valores, os princípios morais, e o que é certo ou errado, o bem e o mal, são convenções sociais intrínsecas a cada cultura e sociedade. Nenhum grupo social deve se sentir melhor que outro simplesmente por se achar “superior” ao outro, além de não poder se achar no direito de fazer tudo se baseando em sua cultura ou tradição, e é necessário termos respostas a essas questões sem cair no etnocentrismo ou no relativismo radical. Um ato considerado errado em uma cultura não significa que o seja também quando praticado por povos de diferente cultura. Sendo assim deve se tomar como base todo o percurso histórico, social e cultural de cada sociedade, respeitando as suas diferenças e particularidades.Referências Bibliográficas Aranha, Maria Lúcia de Arruda e Martins, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo: Moderna, 2005. GUTERMAN, Marcos. Holocausto e memória. São Paulo. Contexto, 2020. OLIVEIRA, A. P. Antropologia: Questões, conceitos e histórias. Curitiba. Intersaberes, 2018. Rocha, Everardo. O que é o etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense1a ed. 1984