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20 2.1. Demonstrações Clássicas Elisha Scott Loomis (1852-1940) foi um apaixonado pelo Teorema de Pitágoras, professor de Matemática em Cleveland, colecionou, durante 20 anos, 370 demons- trações do teorema que organizou e publicou no livro The Pythagorean Proposition ([11]). Ainda hoje encontramos novas demonstrações do teorema como podemos ver, por exemplo, na página eletrônica: http://www.cut-the-knot.org/pythagoras/ 2.1 Demonstrações Clássicas 2.1.1 Dos Pitagóricos Existe mais de uma demonstração atribuída aos pitagóricos, mas como foi comentado no capítulo anterior, devido à falta de material escrito da época em que o Teorema foi demonstrado não é possível determinar qual delas foi realmente demonstrada por eles. A seguir apresentamos aquela que é considerada como sendo a original dos pitagóricos. Consideremos um triângulo retângulo de catetos b e c e hipotenusa a. As figuras abaixo representam dois quadrados, ambos de lado b+ c. Na figura da esquerda destacam-se quatro triângulos retângulos idênticos de catetos b e c, e hipotenusa a, e ainda um quadrado de lado a. Já na figura da direita os mesmos quatro triângulos retângulos são colocados de forma que agora há dois quadrado, um de lado b e outro de lado c. Figura 2.2: Quadrados de lado b+ c utilizados na demonstração dos pitagóricos Assim, se retirarmos de cada uma das figuras os quatro triângulos retângulos idênticos, ficaremos com o quadrado de lado a na figura da esquerda e os quadrados 21 2.1. Demonstrações Clássicas de lado b e c na figura da direita.Logo, podemos afirmar que a área do quadrado de lado a é igual à soma das área dos quadrados de lados b e c. Portanto, o Teorema de Pitágoras está demonstrado. Existe uma lenda que diz que Pitágoras ao dar conta da importância desta descoberta ordenou uma hecatombe, isto é, o sacrifício de cem bois aos deuses, em sinal de alegria e agradecimento. 2.1.2 Por Semelhança de Triângulos A partir do triângulo △ABC, retângulo em Ĉ, traçamos uma altura relativa ao lado AB, interceptando-o no ponto H e formando neste os segmentos d e e. Figura 2.3: Triângulo retângulo △ABC Consideremos triângulos △ACH e △ABC, como possuem o mesmo ângulo  e o ângulo AĤC = CĤB = 90◦, consequentemente, o terceiro ângulo possui a mesma medida, AĈH = AB̂C = θ. Assim, aplicando o caso de semelhança AAA, concluímos que os triângulos △ACH e △ABC são semelhantes. Aplicando raciocínio análogo nos triângulos △ABC e △CBH, concluímos que estes também são semelhantes. Agora aplicamos a relação de proporcionalidade a partir da semelhança entre esses triângulos como segue. Da semelhança dos triângulos △ABC e △CBH, obtemos: a c = e a . Da semelhança dos triângulos △ACH e △ABC, obtemos: b c = d b . Assim, podemos escrever: a2 = e · c e b2 = c · d.