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Nova Lei de Licitações e Contratos

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CADERNO TÉCNICO 
A NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
 
 
 
Este material contempla informações técnicas 
sobre a Nova Lei de Licitações e Contratos, Lei nº 
14.133/2021, frente as Leis anteriores existentes. 
Aborda com ênfase a mudança de paradigma com 
a implantação do “SISTEMA ELETRÔNICO” e o 
Portal Nacional de Compras Públicas - PNCP., 
considerando ainda, as alterações advindas do 
Decreto nº 10.024/2019 que influenciaram 
fortemente a Nova Lei. 
 
 
 
 
 
ALBERTO DE BARROS LIMA 
Mestre e especialista em Licitações Públicas 
JULHO/2022 
2 
 
Sumário 
1. CADERNO TÉCNICO .................................................................................................................... 4 
1.1. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................... 4 
1.2. OBJETIVO E CONTÉUDO ............................................................................................................. 4 
1.3. METODOLOGIA .......................................................................................................................... 5 
1.4. CURRÍCULO DO AUTOR.............................................................................................................. 5 
1.5. PÚBLICO-ALVO ........................................................................................................................... 6 
2. CONVERSANDO SOBRE AS COMPRAS ....................................................................................... 7 
2.1. O QUE SÃO AS COMPRAS PÚBLICAS? ........................................................................................ 8 
2.2. COMO SE REALIZAM AS COMPRAS PÚBLICAS? ........................................................................ 9 
2.3. VISÃO GERAL DAS AQUISIÇÕES GOVERNAMENTAIS .............................................................. 10 
3. O NECESSÁRIO TERMO DE REFERÊNCIA OU PROJETO BÁSICO ............................................... 16 
3.1. REALIZANDO O NECESSÁRIO PLANEJAMENTO ........................................................................ 17 
3.2. ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR - ETP ...................................................................................... 21 
3.3. ANTERPROJETO ....................................................................................................................... 24 
3.4. DEFINIÇÃO DO INSTRUMENTO PREPARATÓRIO ..................................................................... 27 
4. AS MODALIDADES DE LICITAÇÃO ............................................................................................ 30 
4.1. AS FASES DE UMA LICITAÇÃO .................................................................................................. 31 
4.2. AS LICITAÇÕES TRADICIONAIS (PREVISTAS NA LEI 8.666/93) .................................................. 33 
4.3. PREGÃO PRESENCIAL E ELETRÔNICO ...................................................................................... 34 
4.4. RDC – REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÕES ............................................................... 35 
4.5. AS MODALIDES DA LEI Nº 14.133/2021 – NORMA GERAL ...................................................... 36 
4.3.1. Os Novos Modos De Disputa ............................................................................................... 38 
5. COMO SE REALIZAR AS LICITAÇÕES ......................................................................................... 42 
5.1. PUBLICAÇÃO ............................................................................................................................ 42 
5.2. A MENÇÃO NO EDITAL SOBRE A ELABORAÇÃO DA PROPOSTA .............................................. 43 
5.3. ANÁLISE E JULGAMENTO DAS PROPOSTAS DE PREÇOS .......................................................... 46 
5.4. EXIGÊNCIA DA HABILITAÇÃO DOCUMENTAL .......................................................................... 50 
5.4.1. Habilitação Jurídica ............................................................................................................ 51 
5.4.2. Regularidade Fiscal, Social e Trabalhista ............................................................................. 52 
3 
 
5.4.3. Qualificação Técnica (Profissional e Operacional)............................................................... 54 
5.4.4. Qualificação Econômica e Financeira ............................................................................ 62 
5.4.5. Cumprimento do Art. 7º, inciso XXXIII da Constituição Federal .......................................... 66 
5.5. DO ENVIO DOS DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO .................................................................... 67 
5.6. ANÁLISE DOS DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO ...................................................................... 68 
6. TRATAMENTO FAVORECIDO E DIFERENCIADO ....................................................................... 72 
7. ADJUDICAÇÃO ......................................................................................................................... 76 
8. HOMOLOGAÇÃO ...................................................................................................................... 78 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 80 
10. ARTIGO: LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: O QUE MUDOU NA NOVA LEI? ..... 81 
11. SLIDES DO CURSO .................................................................................................................... 97 
 
4 
 
1. CADERNO TÉCNICO 
1.1. APRESENTAÇÃO 
Este material de responsabilidade do autor se destina a disseminar 
conhecimentos sobre Aquisições Públicas, com especificidade aos agentes de 
contratação e servidores públicos, incluídos nesses os Agentes de 
Desenvolvimento que lidam com a temática, e é fruto da necessidade de 
atualização dessa matéria fortemente impactada com as alterações recentes 
ocorridas nas legislações, principalmente em sua nova Norma Geral. 
Assim, neste caderno vamos contemplar as novidades trazidas para o Pregão 
face ao decreto federal nº 10.024/2019 e principalmente as alterações oriundas 
da Nova Lei Geral de Licitações e Contratos, Lei nº 14.133/2021, sancionada 
em 01/04/2021 e como atender tais dispositivos utilizando algumas das vezes 
comparações com as legislações anteriores ainda vigentes. 
De forma destacada, o conteúdo será completo, inclusive contemplará a 
compatibilização das normas de Compras Públicas com o Estatuto do Tratamento 
Favorecido e Diferenciado aplicado as Micro e Pequenas Empresas. 
 
1.2. OBJETIVO E CONTÉUDO 
 
Como instrutor e consultor SEBRAE, dentre outros pré-requisitos, julguei 
oportuno elaborar este caderno técnico que dentre outras coisas tem a finalidade de 
proporcionar a distribuição do conhecimento que de uma forma ou outra atenda os 
objetivos da Instituição, da Sociedade e das Empresas, principalmente as MPE’s. e 
de todos que lidam nessa temática fruto desses meus conhecimentos obtidos ao 
longo dos anos e mais especificamente, nos últimos 6 (seis) anos onde tive a 
oportunidade de acompanhar toda a elaboração da Nova Lei de Licitações e 
Contratos. 
Assim o objetivo focado deste caderno é proporcionar conhecimento 
técnico, jurídico e domínio prático sobre as Licitações Públicas aplicada nas 
aquisições governamentais, incluindo o fomento para as Micros e Pequenas 
Empresas, desta feita atualizando todos face a recém sancionada Nova Lei de 
Licitações e Contratos. 
Dentro dessa temática serão abordados os seguintes conteúdos: 
 As definições sobre compras públicas, licitação e as modalidades; 
 O comparativo das modalidades anteriormente existentes e as da Nova 
Lei de Licitação e Contratos; 
 Uma visão geral das Aquisições Públicas; 
 Estudo Técnico Preliminar, Termo de Referência eProjeto Básico; 
 Diferenças entre serviço comum e serviço comum de engenharia 
(conforme Decreto nº 10.024/2019 e a Lei nº 14.133/2021); 
5 
 
 Destaque das inovações mais relevantes da Nova Lei; 
 Funcionalidade, procedimentos das inovações e participação das MPE’s; 
 Conteúdo das propostas e as possíveis exigências do Edital; 
 Detalhamento dos novos modos de disputa nos lances; 
 Os passos para realizar o certame com segurança jurídica; 
 Julgamento, Recurso, Homologação, e Contratação; 
 Considerações finais e artigo comparativos da Nova Lei x as existentes. 
 
1.3. METODOLOGIA 
 
Este documento não é um livro, porém é mais uma forma de somar 
conhecimento sobre as Compras Públicas e as alterações, e deve ser considerado 
como uma leitura complementar sobre o assunto. O autor sempre que possível 
buscará no conteúdo exemplos práticos objetivando a fixação do conhecimento. 
Nestes termos é disponibilizado esse caderno para impressão que possui o 
conteúdo completo sobre as Compras Públicas, destacadamente a mudança de 
paradigma com o “Sistema Eletrônico de Licitações”, toda a fase preparatória do 
certame, as alterações promovidas pela Nova Lei e pelo último Decreto do Pregão, 
incluindo dentre eles os novos modos de disputa e as alterações promovidas com as 
novidades advindas da Nova Lei, que foram por demais significativas. 
 
1.4. CURRÍCULO DO AUTOR 
 
O autor é Mestre em Leis de Direito Empresarial pela FGV - RJ, pós-graduado 
em direito processual e direito do trabalho pela Universidade Gama Filho do RJ, 
possui MBA em Gestão de Serviços pela UFPE. É Advogado, Engenheiro Civil e 
Empresário. É autor das obras “Como Participar de Licitação Pública”, “Legislações, 
as Leis de Licitações e Contratos Administrativos”, “Ampliação das Vantagens nas 
Licitações e nas Compras Governamentais para as Micro e Pequenas Empresas” e 
“Termo de Referência e Projeto Básico nas Aquisições Públicas” e a “Nova Lei de 
Licitações e Contratos”. Atua na área de Licitações Públicas há mais de 35 anos. Foi 
professor da Escola Superior de Advocacia de Pernambuco/ESA-OAB/PE. É 
Consultor e Instrutor do SEBRAE desde 2008 na área de Políticas Públicas e 
Licitações e Consultor de Empresas Públicas e Privadas. Fez parte do Grupo de 
Trabalho que analisou as mudanças na Nova Lei de Licitações e Contratos 
Administrativos (PLS 559/2013) e da atualização da Lei 8.666/93 pelo Conselho 
Federal de Engenharia e Agronomia- CONFEA. Coordenou a criação das Leis 
Estaduais de Pernambuco e Rio Grande Norte de Tratamento Favorecido para as 
MPE’s. Foi o Conteudista dos Cursos “Como Participar de Processos de Licitações 
e de Sistema Integrado de Compras e Licitações Eletrônicas elaborados para o 
SEBRAE/PE, em 2011 e 2012, com repasse a outras unidades da Federação. É 
autor de vários artigos publicados sobre a temática das Políticas Públicas e 
6 
 
Licitações. É autor e instrutor de Cursos on-line e presencial de Licitações, inclusive 
já atualizados pela Nova Lei de Licitações e Contratos. É membro atualmente da 
Comissão de Direito da Infraestrutura da OAB/PE e Diretor do SINDUSCON/PE 
 
1.5. PÚBLICO-ALVO 
 
O público alvo deste documento é amplo, envolve os demandantes de Compras 
Públicas, os responsáveis pela equipe técnica que elabora os instrumentos da fase 
preparatória, os Agentes de Contratação (assim chamados na Nova Lei),os Srs. 
Pregoeiros e suas respectivas equipes de apoio, os Agentes de Desenvolvimento, e 
demais interessados nessa temática por entenderem que o conhecimento de como 
se processa as Aquisições Governamentais é fundamental para a boa destinação 
dos recursos públicos, principalmente neste momento de mudança da Lei, sendo 
de importância impar o necessário conhecimento a todos os servidores de 
entidades públicas, sendo estes todos, público-alvo deste Caderno Técnico. 
 
7 
 
2. CONVERSANDO SOBRE AS COMPRAS 
 
O tema aquisições governamentais vem ao longo do tempo tomando uma 
importância ímpar e extremamente elevada. Nenhuma organização pública ou até 
privada se livra da complexidade do tema e de sua relevância, pois ele objetiva 
atender uma necessidade na melhor forma e que está se realize no menor custo 
possível. 
Ocorre que na Aquisição Pública os problemas a serem enfrentados têm que se 
resolver em total obediência e atenção à legislação vigente. 
O binômio “qualidade e preço” ao primeiro momento nos parece intransponível e 
a legislação para o Ente Público (ou equiparado) é forte em determinar que as 
compras se realizem na obtenção da melhor qualidade que atenda uma 
necessidade, porém impõe quase um determinante inalcançável, qual seja, que 
atenda ao menor preço, ou como chamado na Nova Lei, o mais vantajoso. 
Desta forma, demonstra-se complexa a função pública administrativa em 
comparação às Administrações Privadas (seus atos só não podem ser ilegais), que 
em relação às aquisições públicas, essas são regidas por normas e dispositivos de 
obediência obrigatória, somado as mudanças constantes da própria Lei, de seus 
regulamentos ou de suas interpretações. 
Dentre essas obediências, destaca-se neste caderno, que dentre outras coisas, 
busca desmistificar todo o conteúdo das compras públicas, fazendo já no primeiro 
momento, quando da existência da demanda, detalhar o como elaborar o Estudo 
Técnico Preliminar e na sequência a elaboração do Termo de Referência ou 
Projeto Básico (documentos estes obrigatórios antes da publicação do 
chamamento público), que se bem realizado, torne-se o parceiro de sucesso para 
confeccionar o edital da pretensa aquisição. Esta aquisição tem que 
obrigatoriamente atender a necessidade da Administração e se realizar em total 
obediência aos termos e procedimentos jurídicos vigentes e obrigatórios. 
Neste específico ponto sobre as legislações, temos uma novidade que é e será 
um divisor de águas: a Nova Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 14.133/2021), 
que será considerada e detalhada por completo neste caderno, não obstante as 
diversas críticas sobre a Lei, mas o privilégio da incorporação de vários conceitos e 
um capítulo específico da fase preparatória ratifica a importância temática, 
somado a sua obrigatoriedade. Todos que lidam com o tema irão observar que 
estamos diante de uma mudança de paradigma: Licitações ou Compras devem 
ser realizadas quase que exclusivamente na forma eletrônica. 
Portanto, na sequência será pormenorizado o que se entende sobre compras 
públicas, licitação e uma visão geral desses procedimentos, já adaptado a Nova Lei 
vigente proporcionando com isto a obtenção de base inicial para adquirir melhor 
conhecimento técnico, jurídico, prático e principalmente o atendimento da legislação, 
somado a que a pretensa aquisição com a fase preparatória que contemple um 
bem elaborado Termo de Referência ou Projeto Básico terá com certeza, uma 
melhor possibilidade de atender o objetivo da demanda com sucesso, 
utilizando de quaisquer de suas modalidades de licitação, além de também 
8 
 
atender as Leis vigentes e mais do que tudo a Nova Lei de Licitações e 
Contratos. 
Não me entendam mal, mas para os que não são iniciantes, podem parecer 
redundantes essas iniciais informações, mas para equacionar o conhecimento de 
todos, julgo importante essas explicitações iniciais, para adquirir ou rever 
conhecimentos, principalmente com as mudanças de paradigma por uma nova 
legislação. 
 
2.1. O QUE SÃO AS COMPRAS PÚBLICAS? 
 
Objetivamente, são as aquisições da Administração Pública. Todos os Entes 
(órgãos) públicos realizam aquisições das mais diversas. Desde o papel, o lápis, a 
caneta, os computadores e até a obtenção do espaço físico para desempenhar suas 
atribuições se realizam através das compras. É o dia a dia de funcionamento da 
Administração. Assim a aquisição de bens, produtos, serviços ou obras, são 
designados também por compras públicas. 
O termo “compras públicas” é também chamado de aquisições governamentais, 
as quais quando se realizam com recursos públicospossuem um formalismo legal 
disposto em Lei. Então, quando a Administração firma convênio com entidades 
privadas destinando recursos financeiros para atividades, essas também obedecem 
a legislação instituída para os órgãos públicos. 
Voltando aos formalismos, é necessário prioritariamente entender que a missão 
da Administração é satisfazer o interesse público e este pertence à coletividade. 
Assim, quem gerencia este interesse não atua de acordo com as suas vontades ou 
percepções pessoais, impondo à atividade administrativa a rigorosa observância de 
uma série de formalismos, limitações e sujeições explicitadas em um arcabouço 
jurídico. 
Vale neste caso a máxima: “o servidor público só possui poderes de 
realizar o que a Lei determina”. Isto envolve principalmente as atividades das 
Aquisições Públicas. Desta forma, face a recente mudança legislativa (Lei nº 
14.133/2021), é extremamente necessário possuir o conhecimento atualizado para 
evitar percalços ou equívocos, os quais principalmente os órgãos de controle estão 
a observar. 
Nesta linha, é fato notório que o tema Compras Públicas se torna a cada dia de 
importância no controle, pois por ele passam enormes somas de recursos financeiros 
e isto atrai corruptores e corruptos, ambos movidos a colherem frutos com atos 
ilegais para benefício próprio ou de terceiros, atuando assim contrariamente ao 
interesse da sociedade. Neste ponto inclusive a Nova Lei avançou muito com a 
substancial alteração “dos crimes e das penas”, somado a sua vigência imediata. Ver 
art. 178 da Lei nº 14.133/2021. 
Assim por este e outros fatos, a Administração está sujeita à estrita observância 
das formalidades impostas por Lei, que vêm em favor da proteção à coletividade e 
dos Recursos Públicos advindos dos Tributos impostos à sociedade. 
9 
 
Nestas linhas, atendido o conhecimento inicial sobre as compras, o ponto 
seguinte adentra na forma de realizá-las e entendê-las, que também é um 
pressuposto básico para fortalecer o conhecimento sobre a temática aqui estudada. 
 
2.2. COMO SE REALIZAM AS COMPRAS PÚBLICAS? 
 
Por força Constitucional (art. 37, XXII), os Entes Públicos que se utilizam desses 
recursos necessitam de obediência irrestrita em realizar licitações e obedecer os 
seus princípios. Dentre eles, devem conferir a todos os interessados em participar 
ofertando proposta a essas compras públicas (vender para Administração), as 
mesmas oportunidades. 
A isto se dá o nome Igualdade e assim surge a necessidade de tratar todos (esses 
interessados, ofertantes, vendedores) de forma equânime em suas oportunidades, 
consagrando desta forma a atenção ao chamado Princípio da Igualdade, previsto na 
Constituição e na Lei Vigente. 
Destaco ainda que tanto a Lei nº 8.666/93, em seu art. 3º, quanto o art. 5º da 
Lei nº 14.133/2021, explicitam vários princípios de obediência, porém não vamos 
destacá-los para não tornar excessivo esse transcrito julgando relevante ao menos 
seu conhecimento em face de que estes embasam a legislação. Ao longo deste 
material, quando nos referimos a esses princípios, teceremos os comentários 
devidos. 
Não obstante essa informação inicial, o processo das Compras Públicas, é 
processo mesmo e é iniciado a partir da necessidade ou demanda de algo e assim 
com a requisição realizada (chamada na Nova Lei de “demanda”) por um agente 
público ou assemelhado a este, a entidade administrativa dá início ao processo da 
aquisição pretendida. 
Portanto, na prática, quem deve fazer a requisição é o agente ou responsável 
pelo setor que disporá do que lhe vai atender a sua necessidade de trabalho ou da 
entidade. Assim, essa requisição já deve atender vários requisitos de forma a 
proporcionar ao setor de compras ou aqueles que irão elaborar os instrumentos da 
fase preparatória a adquirirem o que melhor venha a atender o requisitante. Em 
outras palavras, o futuro usuário que necessita de algo é que deverá demandar 
inicialmente o que pretende e precisa. 
Essa inicial requisição é por onde começa o processo da compra pública e tem 
que observar vários elementos, iniciando-se por ser redigido de modo claro, 
objetivo e preciso, pois, requisição mal elaborada pode por consequência propiciar 
equívocos já na fase preparatória, com retrabalho ou aquisições muitas vezes 
inservíveis que não atendem por completo as necessidades requeridas ou 
demandadas. 
Assim, em atenção a objetividade do tema, esses necessários elementos para 
atender o que se requisita por sua complexidade de informações em muito das 
vezes irá envolver outros setores (administrativos, técnicos, jurídicos etc.), 
transformando ao fim numa demanda bem elaborada que pós Estudo Técnico 
Preliminar e os outros elementos se necessários, permitirá elaborar o chamado 
10 
 
Termo de Referência, Anteprojeto, Projeto Básico ou Executivo para atender uma 
possível licitação, e por consequência, ao final a Compra Pública. 
Desta forma, as compras públicas se realizam pela necessidade de algo, 
que vai exigir Planejamento, Estudos, Anteprojeto (se necessário), e a 
concepção de um Termo de Referência ou Projeto Básico / Executivo, 
objetivando a aquisição que irá, por conseguinte, propiciar o chamamento 
público (normalmente um edital), depois a competição e finalmente a aquisição 
do que se necessita. Essa é a sequência concatenada de atos previstos em Lei 
e de obediência obrigatória nas aquisições governamentais em regra. 
Não se assustem! O ponto seguinte detalhará melhor o já explicitado e permitirá 
o pleno conhecimento do até aqui mencionado. 
 
2.3. VISÃO GERAL DAS AQUISIÇÕES GOVERNAMENTAIS 
 
A imagem a seguir é importante e sintetiza o conteúdo do subitem permitindo 
visualizar onde se encaixa a temática deste estudo sobre os passos em regra de 
uma licitação modelo para atender as aquisições governamentais. Vejamos: 
 
Observem senhores, que todo processo é cadenciado, consequente e tem sua 
finalidade. Assim o tema Aquisições Governamentais ou Compras Públicas se inicia 
por atender o que a entidade requisitante necessita e pode parecer por essa figura 
em uma análise superficial como algo simples que não demanda maiores 
conhecimentos, porém, em verdade, é algo realmente laborioso e peculiar, 
necessitando para cada etapa planejamento, conhecimento, atenção e obediência a 
vários ditames legais para seu sucesso. 
As aquisições podem ser realizadas através de vários instrumentos, ou 
seja, através de uma licitação, uma inexigibilidade de licitação, uma chamada 
11 
 
pública ou até como dispensa de licitação. Todos esses instrumentos percorrem 
procedimentos e atos dos mais diversos, variados e até complexos. 
Assim, a importância do Estudo Técnico Preliminar (instrumento obrigatório e 
previsto na primeira etapa, pós demanda conforme definição do art. 6º, XX da Nova 
Lei), do Anteprojeto quando cabível, do Termo de Referência ou do Projeto Básico 
ou Executivo nas Aquisições Governamentais, é ímpar, seja ela se utilizando de 
qualquer dos instrumentos de compras (dispensa, licitação, chamada pública, 
inexigibilidade), pois todos requerem a concepção desses instrumentos 
mencionados (art. 18, II da Lei 14.133/2021). 
Registro ainda que as aquisições através do Sistema de Registro de Preços – 
SRP e até dos “caronas” indiretamente advêm também da elaboração de um 
Estudo Técnico Preliminar e de um Termo de Referência ou assemelhado, pois o 
registro de preço é originário de uma licitação pública e está por obrigação legal se 
embasa em regra a um Estudo Técnico Preliminar, Termo de Referência ou um 
Anteprojeto, Projeto Básico e/ou Executivo. Portanto, que fique a máxima: 
 
 
Em verdade, chamar todos os elementos definidores suficientes e necessários 
para as compras públicas de Termo de Referência ou Projeto Básico pouco importa 
neste exemplar, o autor pretende analisar o assunto por completo, decidindo em 
chamar Termo de Referência em face deste instrumento vir citado na modalidade 
Pregão, e ser está a modalidade mais utilizada nasaquisições, porém não mais 
existe essa amarra com a Nova Lei, necessitando apenas que o objeto se refira a 
bens e serviços e seja possível definir e aferir padrões de desempenho e qualidade 
que são a maioria nos certames licitatórios, principalmente para a modalidade 
Pregão. 
Já que mencionei “modalidade”, antes de finalizar este ponto sobre a visão geral 
das aquisições públicas, é importante obter o conhecimento necessário: 
Modalidades, são as formas com que se realizam as licitações. 
Anteriormente constava definido pela Lei nº 8.666/93 as 5 modalidades: 
Concorrência, Tomada de Preços, Convite, Leilão e Concurso, porém somente as 3 
primeiras destinavam-se as compras públicas, pois o Leilão é destinado à venda de 
bens inservíveis ou alienações e o concurso é destinado a trabalhos técnicos, 
científicos ou artísticos, mediante prêmio ou valor já estipulado. 
Essas modalidades (convite, tomada de preços e Concorrência) que decorrem 
da Lei nº 8.666/93 são as formas de procedimentos licitatórios para a aquisição de 
bens e serviços ou obras. Diferenciam-se no procedimento e nas exigências, sendo 
mais simples no convite, mas apurado e cuidadoso na Concorrência e a tomada de 
preços está entre os dois extremos, nem tão rigoroso, nem tão simples. A 
Administração define a modalidade pelo valor estimado da aquisição, isto tudo 
TODA COMPRA PÚBLICA, EM REGRA, NO MÍNIMO PRECEDE DE UM 
ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR, TERMO DE REFERÊNCIA OU PROJETO BÁSICO. 
12 
 
previsto na Lei nº 8,666/93, que em pouco tempo não mais será Lei vigente 
(cuidado)! 
Quanto à modalidade Pregão, está adveio da Lei nº 10.520/02, era e é mais 
moderna e célere, porém se destina a promover a aquisição de bens e serviços 
comuns, independentes do valor. Portanto, se a aquisição tem padrões de 
desempenho e qualidade que possam ser objetivamente definidos pelo edital, por 
meio de especificações usuais no mercado, sua utilização é a mais indicada. Assim, 
esta modalidade representa mais de 90% das compras públicas (também deixará 
de ter vigência em 31/03/2023). 
Com a recém-chegada Nova Lei (nº 14.133/2021), que passa a ser também 
vigente, mantendo opcionalmente as modalidades mencionadas por mais 2 (dois) 
anos de sua publicação, mas as altera significativamente, passando a existir nesta Lei 
5 (cinco) modalidades, sendo estas o Pregão, a Concorrência, o concurso, o Leilão e 
o diálogo competitivo. 
Nas novas modalidades, as destinadas as aquisições de bens, serviços e obras 
se limitam em regra ao Pregão e a Concorrência, pois no diálogo competitivo existem 
diversas restrições, sendo necessário envolver inovação técnica ou tecnológica e a 
impossibilidade de a Administração definir com precisão as especificações técnicas, 
entre outras restrições. Ou seja, as modalidades Pregão e Concorrência serão com 
certeza na Nova Lei as modalidades mais empregadas nos Certames licitatórios 
daqui em diante para aquisição de bens, serviços e obras, privilegiando o Pregão por 
sua maior simplicidade, se assim podemos mencionar. 
Quanto às modalidades de concurso e Leilão essas permanecem na Nova Lei, 
mas na nossa temática de aquisições públicas elas não interferem e se mantiveram 
inalteradas as suas finalidades. 
O quadro da figura a seguir propicia rapidamente absorver o conhecimento sobre 
as modalidades de licitação aqui mencionadas, tanto as anteriores (ainda vigentes) 
quanto a da Nova Lei de Licitações e Contratos: 
 
 
13 
 
Portanto, dentro de uma visão geral das aquisições, entendo que já adquirimos o 
conhecimento necessário da existência das várias formas de aquisições e/ou 
compras, podendo estas se efetivar através das licitações nas suas modalidades e, 
excepcionalmente, com dispensas ou inexigibilidades e até por chamada pública, 
não obstante em todos os casos serem exigidos os elementos necessários e 
suficientes do chamado, Estudo Técnico Preliminar, Anteprojeto, Projeto Básico ou 
Termo de Referência para a perfeita aquisição pretendida e o atendimento legislativo 
obrigatório. 
Senhores, na sequência deste documento vamos detalhar ainda por completo 
todas as modalidades com as quais é possível a Administração adquirir o que 
necessita. 
 
Dessa forma, ao acrescer o conhecimento, é necessário trazer o conceito de 
licitação, não só aquele que todos possuímos quando desejamos adquirir qualquer 
coisa, no qual firmamos nossas condições de qualidade e preço máximo realizando 
nossas pesquisas, mas em relação às compras públicas, essas exigem uma 
formalidade intensa e obrigatória, que em uma interpretação mais específica é o que 
menciona o Tribunal de Contas da União: 
 
“Licitação Pública é o procedimento formal que a 
Administração Pública convoca, mediante condições 
estabelecidas em ato próprio (edital ou convite), empresas 
interessadas na apresentação de propostas para o 
oferecimento de bens e serviços. (TCU, 2006)” 
 
Assim, além de formal a licitação necessita possuir 2 fases bem definidas, as 
quais se denominam fase interna (preparatória) e fase externa (executória), sendo a 
fase interna entendida por onde o processo administrativo se inicia, oriundo da 
necessidade de algo pela Administração e se finda no documento formal, chamado 
de Instrumento Editalício ou mesmo apenas de Edital. 
É nessa específica fase interna que verdadeiramente se insere o chamado 
Estudo Técnico Preliminar, Anteprojeto, Termo de Referência, Projeto Básico ou 
Executivo. Sem eles, tecnicamente, não se consegue elaborar o edital e a legislação 
também explicitou a obrigatoriedade do conjunto de elementos necessários e 
suficientes para atender da melhor forma possível o que se requisita, o qual nas 
licitações, em regra, chama-se de Projeto Básico ou Executivo ou ainda de Termo 
de Referência. No ponto seguinte vamos definir o instrumento basilar para o certame 
na fase preparatória. 
Somente a título de conhecimento inicial, a fase externa da licitação é aquela que 
se inicia com a publicação do edital, incluso neste o Termo de Referência ou Projeto 
Básico como anexo, e se finda com a execução da licitação com a participação dos 
interessados e contratação de um fornecedor ou da ata de registro de preço (também 
definido pelo edital). 
Sumariamente, a fase externa contempla as etapas da publicação, abertura do 
certame, proposta e habilitação (podem ser invertidas), julgamentos, classificação 
14 
 
ou declaração do vencedor, isto inclusive a Nova Lei de Licitações e Contratos não 
alterou (art.17 da Lei nº 14.133/2021). 
A título de fixação de conteúdo a figura a seguir resume simploriamente o 
informado sobre a fase externa, sendo mais uma forma de fixar o conhecimento. 
Observem Srs. Leitores que a fase externa, isto é, executória, inicia-se com a 
publicação, seguido dos diversos atos mencionados, até se concluir na contratação 
da melhor proposta ou em uma ata de Registro dos Preços (menores), onde terão 
esses ofertantes a prioridade de contração. 
Vejamos a figura a seguir: 
 
 
Acredito que considerando o foco da temática, terminamos por explanar em muito 
a matéria sobre a fase preparatória (Capítulo II, art. 18 a 27 da Lei nº 14.133/2021), 
por ser esta a forma utilizada para que se realizem as aquisições públicas. Também 
espero ter deixado clara a necessidade da imprescindibilidade da elaboração que 
antecede a execução da fase externa da licitação que é o do Termo de Referência 
ou Projeto Básico, que são base ao Edital de chamamento público. 
Já nas outras formas de Aquisição, que são Dispensa de Licitação, Inexigibilidade 
ou Chamada Pública, também é imposição legal a elaboração do Estudo Técnico 
Preliminar, do Termo de Referência ou Projeto Básico antes de requerer a proposta 
de valor pelos ofertantes. 
Mesmo que não fosse imposição obrigatória, não vislumbramos hoje como 
adquirir bens, produtos, serviços sem antes elaborar na fase preparatória um Termo 
de Referência ou Projeto Básico para uma aquisição. Em muitas das vezes, é na 
elaboração do Termo de Referênciaque se evidencia a possibilidade ou a imposição 
de que esta aquisição seja realizada sem se utilizar de uma licitação, bem como a 
definição da modalidade. 
15 
 
Por fim, acredito que o conversar inicial sobre as compras públicas já chegou a 
bom termo de conhecimento, até porque este caderno pretende ser completo e 
necessita que se detalhe toda a fase (interna) preparatória não deixando de 
detalhar também a fase externa/executória. Assim considero ser de importância 
fundamental o conhecimento completo de tudo explanado, principalmente pelos 
hoje chamados na Nova Lei de “Agentes de Contratação”. Assim, na sequência 
segue o conteúdo dessa inicial fase do certame que costumo chamar de interna. 
 
16 
 
3. O NECESSÁRIO TERMO DE REFERÊNCIA OU PROJETO 
BÁSICO 
 
Em respeito a importância deste destacado ponto que precede a confecção do 
edital, podemos ainda mencionar que no primeiro ponto, tratamos sobre as 
compras públicas, as formas de realizá-las e até uma visão geral das aquisições, 
principalmente no tocante as licitações onde mencionamos inclusive as 
modalidades, fases, vários conceitos e até procedimentos, sem detalhá-los. 
Não deixei de registrar que em todas essas formas mencionadas de aquisições 
(as modalidades) é necessário e obrigatório o planejamento para a concepção de 
Estudo Técnico Preliminar, análise de risco (se necessário), Termo de Referência, 
Projeto Básico e/ou Executivo e em alguns casos um Anteprojeto (inteligência 
proveniente dos art. 17 a 27 da Lei nº 14.133/2021). 
Registro também o sentido da obrigação legal que a Lei nº 8.666/93, desde seu 
nascimento, menciona sua importância e obrigatoriedade, porém esta necessidade 
e imprescindibilidade só foi conquistada ao longo do tempo com os mais diversos 
problemas que passaram a ocorrer por negligência na elaboração ou até a falta 
efetiva destes “Termos” ou “instrumentos”, provocando aquisições equivocadas, 
repetidos aditivos e serviços, produtos ou bens que quando concluídos ou 
entregues não se prestavam a atenderem in totun as necessidades demandadas, 
ou seja, todo trabalho realizado foi em vão. 
Na nova legislação, Lei nº 14.133/2021, como já inicialmente comentado, esses 
elementos imprescindíveis e iniciais foram privilegiados (Estudo Técnico Preliminar, 
Anteprojeto, Projeto Básico, Termo de Referência), isto porque a legislação inicia-
se por definições que as comtemplam (art. 6º e incisos) seguido pelo capitulo II – 
“DA FASE PREPARATÓRIA” que vai do art. 18 ao 27 explicitando os requisitos e 
forma de apresentar esses elementos técnicos e o que é obrigatório conter no 
instrumento editalício com ênfase do explicitado no art. 23 sob a orçamentação. 
Assim a Nova Lei apesar de extremamente burocrática e detalhista principalmente 
para alguns objetos é de uma forma ou outra um aliado desta temática preparatória 
da licitação, que busca dotar das necessárias bases para bem realizar a Aquisição 
através de qualquer Modalidade. 
Hoje, praticamente quem trabalha com compras públicas já possui a 
consciência da extrema obrigação desses instrumentos, mas é necessário que 
isto atinja quem demanda ou requisita, e busco mais, dotar estes do 
conhecimento da importância e do “saber elaborar” para assim ter a certeza 
de que a aquisição quando realizada pelo setor de compras vai atingir 
objetivamente o que se requisitou e o certame licitatório poderá ser realizado 
com a necessária segurança jurídica. 
Por oportuno, merece o destaque que é nesses instrumentos (Projeto Básico ou 
Termo de Referência) onde se estabelece antecipadamente o planejamento da 
aquisição e por consequência permite identificar e estabelecer a prioridade de 
aquisições das micro e pequenas empresas conforme art. 42 a 49 da Lei 
Complementar nº 123/06, que inclusive sofreu significativa redução de aplicações 
17 
 
dos benefícios na Nova Lei, face a seu limitador de faturamento anual frente ao 
valor do item ou nas obras e serviços ao valor do certame anual. Destaco ainda, 
que este limite anual inclui quando da participação as contratações já realizadas 
neste mesmo ano, o qual o participante deve declarar especificando as 
contratações já ocorridas com o poder público no ano calendário em curso. 
Reafirmo, a intenção do autor é suprir essa lacuna, mas se de alguma forma 
conseguir transmitir a importância, a obediência legal e a responsabilidade de 
quem requisita já estabeleça objetivamente o que necessita com motivação, 
critérios e requisitos e a identificação da melhor solução, será um avanço 
considerável em favor da melhor aplicação dos recursos públicos nas aquisições 
governamentais, somado que por força das últimas alterações legislativas as 
imposições tornaram-se ainda mais significativas e imperiosas de atendimento final 
para que se realize as licitações, definam-se as modalidades (Pregão ou 
Concorrência) e assim merecem todo este destaque. 
 
3.1. REALIZANDO O NECESSÁRIO PLANEJAMENTO 
 
É fato notório que em quaisquer atividades se faz necessário a realização do 
planejamento e com as aquisições públicas tenho a convicção também de sua 
imprescindibilidade. 
Assim, antes mesmo de elaborar o Estudo Técnico Preliminar e o Termo de 
Referência, para confecção do edital o setor requisitante, tomando conhecimento 
da necessidade do objeto/demanda (produto, bem ou serviço), deve planejar essa 
elaboração, pois é necessário ter consciência da importância destes instrumentos 
na otimização do dispêndio dos recursos, visando uma aquisição com qualidade, 
possibilitando também aumento da competitividade (maior número de fornecedores 
capazes de ofertar proposta) e a consequente redução dos gastos públicos. 
A título de princípio, o dever de planejar está intimamente correlacionado com o 
Princípio da Eficiência e este é de obediência constitucional obrigatória (art. 37, 
CF/88), ocasionando assim a importância deste destaque, somado a que a Nova 
Lei (Lei nº 14.133/2021) explicita com todas as letras que a fase preparatória é 
caracterizada pelo planejamento (art.18). 
É fácil identificar que a ausência do planejamento de um bem elaborado Termo 
de Referência para confecção do edital proporciona obras mal construídas, 
compras erradas, objetos de qualidade inferior, falta de material, mal 
dimensionamento do que se deseja adquirir, risco de procedimentos licitatórios 
ilegais ou inadequados, falta de competitividade, entre tantos outros problemas. 
Com efeito, além da previsão legal, é importante privilegiar o planejamento da 
contratação, principalmente na fase interna (preparatória da aquisição) com vistas à 
otimização da fase externa, pois o êxito desta depende em muito da eficácia 
daquela. 
Na problemática de planejar a aquisição, ocorre que por vezes nem sempre o 
requisitante ou o setor dominam as especificidades do produto ou serviço, 
18 
 
principalmente na área de solução de Tecnologia de Informação e de obras e 
serviços de engenharia, por exemplo. Neste caso, o planejamento deve incluir a 
contratação de especialista ou empresa para subsidiar toda a elaboração do 
documento e dos elementos técnicos, podendo inclusive o contratado para elaborar 
também subsidiar com parecer a fase externa da aquisição pretendida, seja ela em 
que modalidade for. 
Assim, planejar uma contratação/ aquisição não se resume a elaborar o edital e 
realizar sua fase externa, visto que esta depende da elaboração do Termo de 
Referência, instrumento este que integra e é anexo para que se realize a aquisição 
conforme interpretação literal dos termos do art. 40, §2º, I, II e IV da Lei nº 8.666/93 
e o art. 9º do Decreto Federal nº 5.450/2005, somado hoje a definição e seu 
conteúdo expressado no inciso XI do art.3º do recente Decreto Federal nº 
10.024/2019, e em especial o transcrito no art. 18, parágrafos e incisos constantes 
na Nova Lei de Licitações. 
Estando a falar de planejamento ante tudo já mencionado, é necessário 
incorporar o que diz a nova legislação e seus termos e assim se identifica no art. 12da Nova Lei que no processo licitatório é necessário observar o seguinte: 
“Art. 12 da Lei nº 14.133/2021: 
VII - a partir de documentos de formalização de 
demandas, os órgãos responsáveis pelo planejamento de 
cada ente federativo poderão, na forma de regulamento, 
elaborar plano de contratações anual, com o objetivo de 
racionalizar as contratações dos órgãos e entidades sob 
sua competência, garantir o alinhamento com o seu 
planejamento estratégico e subsidiar a elaboração das 
respectivas Leis orçamentárias. 
§ 1º O plano de contratações anual de que trata o 
inciso VII do caput deste artigo deverá ser divulgado e 
mantido à disposição do público em sítio eletrônico oficial 
e será observado pelo ente federativo na realização de 
licitações e na execução dos contratos.” 
Ou seja, o texto legal adjetivou chamar “os documentos de formalização de 
demandas” que nada mais é do que a requisição do que se necessita pelo setor 
demandante, porém além disto a Lei também menciona que no planejamento deve- 
se elaborar um plano de contratações anuais e este deve estar aliado ao 
planejamento estratégico da Administração e ser divulgado e mantido à disposição 
do público em sítio eletrônico oficial. 
Sobre plano de compras tenho a dizer que a intenção é bem-vinda, mas o 
destaque na Lei da palavra “poderão” foi importante, não a tornando obrigatória, 
pois desde 2015 me tornei um peregrino do SEBRAE, na busca de implantar “Plano 
de compras anuais”, os quais fazer o primeiro mediante o que ocorreu em anos 
anteriores é até simples, mas no ano seguinte normalmente esse não mais 
obedecerá ao proposto. São vários os fatores iniciando pelas mudanças de gestão 
e gestor público, passando pelos recursos e o fator eleitoral de prioridades. Apesar 
19 
 
da boa intenção, isto termina por burocratizar ainda mais as aquisições e 
dificilmente deverá será aplicado. 
Ultrapassado o fato da existência ou não do plano de compras, a elaboração de 
um Termo de Referência oriundo da fase preparatória é um trabalho de equipe, 
o qual podemos equipará-lo a um artífice que quando cria suas peças não se 
atém a modelos ou padrões, pois será único, normalmente moldado a atender 
o demandado e nas condições estabelecidas por suas necessidades e 
peculiaridades, obedecendo neste caso as particularidades do pretendido, e 
da sua finalidade. 
Assim, neste planejamento em específico para elaborar bem um Termo de 
Referência para a futura licitação, poder-se-ia ousar em questionar se o Estudo 
Técnico Preliminar foi realizado e ao final se este será capaz de responder os 
seguintes pontos: 
O que contratar? Por que contratar? Para que contratar? 
Qual a necessidade e a vantajosidade? 
O objeto está bem definido? 
Para quem se contrata? 
Quando contratar? Quanto contratar? 
Existe preço inicial estimado? 
Há recursos suficientes? 
Adquirir o produto ou contratar como serviço (se for o caso)? 
Existem outras opções para atender à necessidade? 
Essa é a melhor solução? 
Está alinhado com o planejamento da Administração, se existir? 
Portanto, se o planejamento dentro do Estudo Técnico Preliminar tem como 
responder ou justificar ao menos a estas iniciais perguntas, é hora de “pôr a mão 
na massa” e começar o trabalho da efetiva elaboração do Termo de Referência que 
ao final será a base do futuro edital do certame. 
Por outro ângulo, dentro de uma visão objetiva sobre planejamento, temos que 
este é o ato de pensar e fazer planos de forma estratégica para atingir objetivos. 
Trazendo para a temática da aquisição, o planejamento do Termo de Referência 
base do edital do certame pode ser assim explicitado nas palavras dos 
doutrinadores Edgar Guimarães e Joel de Menezes Niebuhr que já em 2008 em 
seu livro sobre “Registro de Preços: aspectos práticos e jurídicos”, diz: 
“Planejamento é um processo que visa determinar a 
direção a ser seguida para se alcançar determinado 
resultado. A sua utilização possibilita a percepção da 
realidade fática de certa situação, a avaliação das 
alternativas e dos possíveis caminhos a serem trilhados. 
20 
 
Trata-se de um processo de avaliação e deliberação prévia 
que se organiza e racionaliza ações, antevendo resultados e 
que tem por escopo atingir, da melhor forma possível, os 
objetivos predefinidos.” 
Podemos interpretar que os objetivos predefinidos são aqueles oriundos dos 
estudos preliminares e assim inexiste tempo perdido no planejamento, como alguns 
pensam, pois ao contrário este será extremamente bem-vindo na confecção do 
edital seja qual for a modalidade de licitação ou forma de contratação. 
 
21 
 
3.2. ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR - ETP 
 
Apesar de não ser o foco específico deste caderno, mesmo assim julguei 
oportuno tecer informações a essa peça técnica que é mencionada pelo Decreto 
nº10.024/2019 do Pregão e agora de forma obrigatória pela Nova Lei de Licitações. 
 
Sobre este instrumento obrigatório pela Nova Lei para qualquer aquisição, sua 
definição consta no art. 6º, XX, e assim vamos estudar de forma específica, visto 
que no art. 18, §1º e seus incisos explicitam que este deve atender vários 
elementos, mas se estamos a falar de ETP, não cabe maiores requisitos, estimativa 
de quantidades com memória de cálculo, orçamentação detalhada, demonstrativo 
de resultados, etc., visto que decidido o como atender na melhor solução, 
outros elementos virão, mas nos instrumentos seguintes, tipo Termo de 
Referência ou Projeto Básico. 
De forma mais específica, por excesso de zelo, recomendo informar no ETP, 
que tais elementos mencionados na Lei pelo art.18, §1º e seus diversos incisos serão 
atendidos no instrumento seguinte, limitando assim o ETP ao mais importante, isto 
é, o que menciona a definição do art.6º, inciso XX, da Lei nº 14.133/2021, que diz: 
“XX - Estudo técnico preliminar: documento constitutivo 
da primeira etapa do planejamento de uma contratação que 
caracteriza o interesse público envolvido e a sua melhor 
solução e dá base ao anteprojeto, ao Termo de Referência 
ou ao Projeto Básico a serem elaborados caso se conclua 
pela viabilidade da contratação;”. 
Assim por sua definição, vamos inicialmente solucionar o que caracteriza o 
interesse público em uma contratação? Resposta: tudo advém de uma necessidade, 
uma demanda. 
Então um setor ou até uma pessoa da administração tem a necessidade de 
algo. Esse algo é o que será demandado. Por exemplo: pode ser papel, caneta, lápis 
etc., como também pode ser um serviço (limpeza, vigilância etc.) ou até um 
acréscimo de área, pois mais pessoas estão sendo contratadas e a isto será 
necessária uma obra, e assim por diante. 
22 
 
Por consequência, é fácil perceber os interesses públicos das demandas, 
como exemplificado. Ou seja, papel, caneta, lápis é material de escritório e toda 
administração necessita e assim se configurar o interesse público (dispor de material 
de escritório para seus servidores). Para os serviços exemplificados o interesse 
público também é latente, pois para funcionar um setor ou entidade é necessário 
serviços de limpeza e vigilância por exemplo. Mais pessoas implica em mais espaço, 
e neste caso o interesse público será o atender com condições de espaço em 
acomodar mais pessoas. 
Ultrapassada essa fase, vamos tratar de como identificar a melhor solução, 
pois pelos exemplos estão caracterizados a demanda e o interesse público, faltando 
apenas para finalizar o estudo buscar a melhor solução. 
Este é o ponto em que se necessita de uma análise mais peculiar e profunda 
com participação forte do requisitante ou até de especialista. Para cada necessidade 
(demanda) temos que identificar as soluções que muitas vezes são variadas. O 
exemplo novamente será nosso apoio. No primeiro caso da necessidade de material 
de escritório, praticamente a solução é adquirir o produto, não tem variáveis outras 
de solução. Pode-se usar de um registro de preço ou de uma dispensa pelo valor ou 
mesmo uma licitação, mas isto nãoé uma discussão sobre a melhor solução em 
atender a demanda, visto que tudo se reveste em uma compra e sua forma de 
executar, nada impedindo de mencionar já neste estudo preliminar. 
No tocante ao exemplo da necessidade de serviço, tipo limpeza ou vigilância, 
este necessita maior estudo para avaliar a melhor solução para a demanda. Ocorre 
neste caso várias variáveis de solução, ou seja: Contratar profissionais para essa 
atividade; contratar o serviço para a execução diária / semanal / etc.; fazer uma 
contratação com dedicação exclusiva da mão de obra para tal fim; se a contratação 
vai envolver o material para o serviço ou não. São várias soluções, aí sim é 
necessário um estudo decisório da melhor solução dentre as existentes. É isto que 
o estudo preliminar vai realizar e definir. 
Quanto ao 3º exemplo, do necessário acréscimo de área física, este também 
requer estudo aprofundado. Neste caso também existe mais de uma solução. A 
solução pode vir em ampliar o espaço via uma obra; ou alugar um espaço maior para 
23 
 
o setor; ou uma simples substituição do mobiliário por outro mais planejado etc. A 
isto se faz necessário todo um estudo preliminar técnico antes de decidir como 
atender a demanda da contratação no interesse público e com a melhor solução. 
Senhores, tudo mencionado são exemplos, não tem modelo, cada caso é 
único e a solução é aplicada a uma demanda específica do órgão. O importante é 
entender o sentido objetivo de um Estudo Técnico Preliminar que definido este 
segue-se para as etapas seguintes também previstas pela nova legislação. Entendo 
que este tema não é específico para a modalidade Pregão ou Concorrência e sim 
para qualquer aquisição. 
Destaco que a elaboração de tal documento não é de responsabilidade do 
pregoeiro ou sua equipe de apoio, ou ainda de comissão ou equipe de licitação, 
mas como se trata de exigência de conteúdo pela Nova Lei, entendo oportuno 
descrever com esses detalhes para conhecimento geral, somado que ao final, tudo 
será incorporado ao processo da aquisição, ou seja, quem elaborou e quem se 
utilizou desses documentos, se contiver equívocos ou acertos, serão também 
responsabilizados ou até enaltecidos, assim espero! 
Por oportuno é importante destacar que a Nova Lei buscou amparar melhor 
os servidores públicos envolvidos nas compras públicas, e assim incluiu como 
princípio a LINDB - Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (art. 5º), e 
nesta só haverá punição se caracterizado o erro grosseiro ou a má fé, sendo 
considerado os obstáculos e as dificuldades reais do gestor. Outro ponto que se 
soma é a previsão na Lei que toda fase Preparatória, antes da Publicação do 
Edital tem que passar pela análise e aprovação com parecer do setor jurídico 
da administração firmando o pleno atendimento da legislação (art. 53 e 54). 
A título de sugestão entendo oportuno que a Administração, a partir da 
Nova Lei, no mínimo por obrigação legislativa deve possuir uma ou mais 
equipe técnica com o fim de elaborar todos os instrumentos da fase 
preparatória, lógico que sempre acompanhado do demandante nessas 
atividades, e mais ainda, com certeza indo nessa linha as Compras atingiram 
aos objetos pretendidos com melhor qualidade e menor dispêndio de 
recursos públicos. 
24 
 
 
3.3. ANTERPROJETO 
 
Sobre o Anteprojeto é necessário destacar que este instrumento só é exigido 
para as obras e serviços de engenharia, e, portanto, aos demais objetos a serem 
demandados não se faz necessário elaborar tal documento que também não é 
responsabilidade de Pregoeiros ou Comissões e suas equipes. 
Assim sobre este tema é importante iniciar com a definição trazida pela 
recente Lei nº 14.133/2021 que em seu art.6º, XXIV menciona: 
“Art.6º, XXIV - Anteprojeto: peça técnica com todos os 
subsídios necessários à elaboração do Projeto Básico, que 
deve conter, no mínimo, os seguintes elementos: 
a) demonstração e justificativa do programa de 
necessidades, avaliação de demanda do público-alvo, 
motivação técnico-econômico-social do empreendimento, 
visão global dos investimentos e definições relacionadas ao 
nível de serviço desejado; 
b) condições de solidez, de segurança e de durabilidade; 
c) prazo de entrega; 
d) estética do projeto arquitetônico, traçado geométrico 
e/ou projeto da área de influência, quando cabível; 
e) parâmetros de adequação ao interesse público, de 
economia na utilização, de facilidade na execução, de impacto 
ambiental e de acessibilidade; 
f) proposta de concepção da obra ou do serviço de 
engenharia; 
g) projetos anteriores ou estudos preliminares que 
embasaram a concepção proposta; 
h) levantamento topográfico e cadastral; 
i) pareceres de sondagem; 
j) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos 
componentes construtivos e dos materiais de construção, de 
forma a estabelecer padrões mínimos para a contratação;” 
Senhores Leitores, nessa definição foram especificadas várias alíneas a 
atender, ou seja, em um total de 10 (dez), o que é extremamente dificultoso e lento, 
somado a necessidade de uma equipe técnica de engenharia, que em alguns casos 
25 
 
demandará contratação de serviços outros (levantamento, pareceres de sondagem, 
proposta de concepção, etc.), porém é importante destacar que o caput da definição 
citou “... subsídios necessários à elaboração do Projeto Básico, ...”, assim essa 
peça técnica é necessária quando o objeto tratar de serviços de engenharia e 
principalmente as obras. Ou seja, neste caso em não sendo uma obra ou serviço de 
engenharia o objeto da demanda, passa-se do ETP para a elaboração do Termo de 
Referência, e consequentemente a elaboração do edital para realizar a licitação que 
pode ser na modalidade Pregão ou Concorrência na maioria das vezes. 
Diferentemente, quando o Estudo Técnico Preliminar em sua solução 
estabelecer a necessidade de contratação de uma obra, obrigatório será 
independente da modalidade a confecção do Anteprojeto, exceto se este demonstrar 
a inexistência de prejuízo para a aferição dos padrões de desempenho e qualidade 
almejados (art. 18, §3º da Lei nº 14.133/2021) denominando-se neste caso, obra e 
serviço comum de engenharia. 
Os elementos requeridos em um Anteprojeto já foram explicitados e 
literalmente definidos (art.6º, XXIV, alíneas de “a” a “j”), mas o como realizar é o que 
vamos mencionar a seguir. 
Iniciando pela alínea “a”, esta possui um conteúdo intrinsecamente ligado ao 
ETP, e acredito que explicitado a definição da melhor solução é possível obter com 
maiores estudos seguintes os elementos necessários de demonstração e 
justificativas somado as necessidades do que se pretende executar, definindo a 
visão global dos investimentos e o nível do serviço desejado. 
A partir dessa alínea mencionada, as demais só se realizarão a contento com 
uma equipe técnica e específica de engenharia. São condições a atender que 
envolvem capacidade e conhecimento não comum a todos, só engenheiros e 
arquitetos os possuem, somado a serviços outros como traçados geométricos, 
sustentabilidade, concepção da obra, levantamentos, sondagens etc., que em 
muitas das vezes necessitam de contratações paralelas de apoio, as quais se 
realizam normalmente de forma conjunta. 
Portanto, afirmo: a elaboração de Anteprojeto já é uma peça técnica a ser 
desenvolvida por especialistas que podem ou não fazer parte dos quadros da 
26 
 
entidade. Não o fazendo remete-se a uma contratação terceirizada, mas que 
necessitará sempre da avaliação constante e permanente do demandante da 
necessidade do objeto, ou seja, neste caso o Sr. Pregoeiro e sua equipe só 
instrumentalizam a necessidade e não têm qualquer responsabilidade sobre essa 
elaboração. 
Registro novamente que em muitas das vezes, principalmente por celeridade e 
responsabilidade técnica única, a contratação desse instrumento se faz incluindo na 
etapa de Anteprojeto a confecção do Projeto Básico e ou executivo.Não cabe neste momento adicionar mais informação ao “como realizar” face a 
sua especificidade advir de conhecimento da área da engenharia que não é o foco 
da temática deste caderno técnico 
 
27 
 
 
3.4. DEFINIÇÃO DO INSTRUMENTO PREPARATÓRIO 
 
Neste quesito a Administração tem que definir seu caminho, pois em função do 
explicitado na Nova Lei é possível identificar pós Estudo Técnico Preliminar se o 
objeto a ser contratado se fará através de uma compra ou se tratar de um serviço ou 
ainda se é uma obra ou serviço comum de engenharia ou ainda se este é obra e 
serviço especial de engenharia. O diagrama que será apresentado ao final deste 
ponto com certeza trará um melhor entendimento do explicitado, assim espero! 
Dificuldades são imensas neste campo quando se trata de obra ou serviço de 
engenharia. Caracterizar estes entre comuns ou especiais é decisão para poucos e 
muito questionável, envolve conhecimento técnico e de interpretação jurídica que 
nem órgão de controle tem critérios objetivos mencionados. A Lei nova apesar de 
tentar definir, ainda assim não se superou. Transcrevo: 
“XII - obra: toda atividade estabelecida, por força de Lei, 
como privativa das profissões de arquiteto e engenheiro que 
implica intervenção no meio ambiente por meio de um 
conjunto harmônico de ações que, agregadas, formam um 
todo que inova o espaço físico da natureza ou acarreta 
alteração substancial das características originais de bem 
imóvel; 
XXI - serviço de engenharia: toda atividade ou conjunto de 
atividades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual 
ou material, de interesse para a Administração e que, não 
enquadradas no conceito de obra a que se refere o inciso XII 
do caput deste artigo, são estabelecidas, por força de Lei, 
como 
privativas das profissões de arquiteto e engenheiro ou de 
técnicos especializados, que compreendem: 
a) serviço comum de engenharia: todo serviço de engenharia 
que tem por objeto ações, objetivamente padronizáveis em 
termos de desempenho e qualidade, de manutenção, de 
adequação e de adaptação de bens móveis e imóveis, com 
preservação das características originais dos bens; 
b) serviço especial de engenharia: aquele que, por sua alta 
heterogeneidade ou complexidade, não pode se enquadrar na 
definição constante da alínea "a" deste inciso;” 
 
Não entendemos como a legislação nova sobre Licitações e Contratos 
Administrativos traz essa possibilidade de definição, pelo contrário, entendemos que 
28 
 
foram introduzidas definições que não tem objetividade, extremamente 
questionáveis, e que nem com um conhecimento técnico e de interpretação jurídica 
acima da média do senso comum se consegue caracterizar. 
Observem Senhores, que não existe definição do que é “obra comum” ou “obra 
especial” (1ª falha), depois, em relação aos serviços de engenharia, a Nova Lei 
apresenta definição extremamente ampla sobre o que é serviço de engenharia e 
subdivide na sequência com citações não objetivas e questionáveis na sua essência. 
A título de exemplo a definição de serviço comum de engenharia é pífia no seu 
nascedouro: Qual engenheiro ou arquiteto assumiria que existe serviço de 
engenharia que seja: “objetivamente padronizáveis em termos de desempenho e 
qualidade, de manutenção e de adaptação de bens móveis e imóveis”? cada serviço 
em função do objeto tem característica própria, inexistindo padrão único. Todos 
dessa área têm esse conhecimento, ou seja, em relação a serviço de engenharia por 
sua intelectualidade e conhecimento específico, não comungamos que estes 
possuam natureza comum. Somado a que estes exigem conhecimento específico e 
restrito de responsabilidade técnica. 
Dando continuidade as definições, acredito que o conteúdo sobre “serviço 
especial de engenharia” posto na Lei nova é sui generis, porque como característica 
de enquadramento menciona: por sua alta heterogeneidade ou complexidade. Não 
é crível se utilizar desses termos que têm amplitude interpretativa diversa e de 
sentimento exclusivamente pessoal para se definir tipos de serviços e se esses são 
especiais ou comuns. Ou seja, é caracterizar tal definição de subjetividade e colocar 
problema a mais para os autores dos documentos essenciais da fase preparatória. 
E qual é o problema que esse enquadramento acarreta? tal definição é o que 
proporciona identificar se o documento subsequente ao ETP será um Termo de 
Referência ou um Projeto Básico ou ainda se é necessário Anteprojeto seguido do 
Projeto Básico e executivo. Soma-se ainda que tais definições (obra comum/especial 
ou serviço de engenharia comum ou especial) também serão definidores da 
modalidade da licitação (Pregão, Concorrência etc.) da forma de execução e até do 
critério de julgamento na contratação. 
Por certo quando se tratar de uma compra ou serviço a nova legislação e a lógica 
remete fácil à confecção de um denominado Termo de Referência e consequente a 
modalidade Pregão, mas nos serviços de engenharia é necessário outro parâmetro 
para definição e acredito que este diagrama baseado no que instituiu a Nova Lei, 
será por demais útil em ao menos indicar caminhos salvo regulamento a ser proferido 
com entendimento diverso. 
29 
 
Quem for um analista detalhista da figura seguinte irá observar que o ESTUDO 
TÉCNICO PRELIMINAR é o ponto crucial em definir: se é Serviço Comum de 
Engenharia; Serviço em Geral; Compras (bens ou produtos); Obras e Serviços 
Especial de Engenharia. Na sequência se define qual instrumento é necessário 
confeccionar (Termo de Referência ou Projeto Básico) e por consequência a 
modalidade, se será um Pregão ou uma Concorrência. 
 
 
 
 
Diante de tudo mencionado a convicção é de ter ao menos contribuído em 
conhecer as alterações e inovações dessa fase interna preparatória, somado aos 
problemas com algumas diretrizes que julgo oportuno, sem, no entanto, considerar 
ser este material finalístico da temática abordada. 
Na sequência vamos aprofundar ainda mais nosso conhecimento sobre as 
modalidades, face sua importância quando se está a estudar a temática das 
licitações. 
 
30 
 
4. AS MODALIDADES DE LICITAÇÃO 
 
Novamente afirmo: As modalidades são as formas com que se realizam as 
licitações. Antes da sanção da Nova Lei essas se limitavam ao número de 6 
(seis): Concorrência, Tomada de Preços, Convite, Concurso, Leilão e Pregão. 
Vamos estudar apenas as 3 primeiras e a última, face ao Concurso e o Leilão 
serem modalidades específicas, sendo a primeira para trabalhos técnicos, 
científicos ou artísticos mediante prêmio ou valor estipulado e a segunda destinada 
a venda de bens inservíveis ou alienações por parte da Administração Pública. 
Assim, as modalidades de licitação que visavam aos participantes a venda de 
bens, produtos e serviços se limitam a Convite, Tomada de Preços, Concorrência e 
Pregão; serão estas por consequência objeto de nosso detalhamento, somada as da 
Nova Lei limitadas também a essas aquisições. Outro ponto importante é que este 
conhecimento mais específico sobre as modalidades de licitação está afeto a quem 
realiza (o Órgão Público ou assemelhado), já que o interessado adere a participar. 
Não podemos deixar de registrar que conceitualmente, Modalidade se traduz nas 
formas de procedimentos licitatórios para a aquisição de bens, serviços e obras por 
parte dos órgãos públicos. Estas modalidades estão especificadas no art. 22 da Lei 
nº8666/93 e na Lei nº 10.520/2002 que instituiu a modalidade Pregão. A da Nova Lei 
apresento na sequência com destaque em separado por sua maior relevância atual. 
Resumindo nosso conteúdo sobre as modalidades de Licitação anteriores a Lei 
nº 14.133/2021 que em princípio pouco ou quase nada tem a ver com os 
participantes (exceção quando isto vem a prejudicar, impedindo de forma fraudulenta 
o maior número de participantes), pode-se afirmar que é a modalidade Pregão a 
forma usual de aquisição de bens e serviços comunscom pequenas exceções, 
sendo as formas tradicionais de convite, tomada de preços e Concorrência aplicadas 
praticamente nas contratações de obras e serviços incomuns de engenharia, bem 
como nas locações e alienações imobiliárias. 
Registro quanto ao denominado Regime Diferenciado de Contratações, chamado 
de RDC, que a própria Lei não o definiu como uma modalidade, porém na prática é 
31 
 
assim que está se comporta, sendo mais uma forma com que se realizam as 
Licitações Públicas. 
Sobre este Regime podemos adiantar que este sempre foi optativo e aplicado à 
Administração Federal, mas atende a poucos objetivos e em áreas específicas. 
Quanto ao seu procedimento, este é mencionado no art. 12ª da Lei nº 12.462/11, 
que a institui, sendo inclusive similar ao Pregão. 
Quanto a Nova Lei de Licitações e Contratos, Lei nº 14.133/2021, sancionada 
em 01/04/2021, ou seja, sem vacatio legis, com entrada em vigor de forma imediata, 
porém admitindo a utilização das citadas legislações anteriores e suas modalidades 
pelo período subsequente de dois anos, ela veio a introduzir 5(cinco) modalidades. 
São elas (art. 28): Pregão, Concorrência, concurso, Leilão e diálogo 
competitivo. Ou seja, a partir de 01/04/2023, só essas modalidades passam a 
existir. Vamos ainda na sequência melhor detalhar todas com seus pormenores. 
Importante registrar, senhores servidores, que na Nova Lei essas novas 
modalidades são definidas em função do objeto da demanda e nenhuma se 
define pelo valor da aquisição. 
 
4.1. AS FASES DE UMA LICITAÇÃO 
 
De forma objetiva a Licitação subdivide-se em duas fases: interna e externa. 
A fase chamada de interna e denominada na Nova Lei de Preparatória, trata dos 
procedimentos e atos exclusivos do ente público que deseja adquirir bens e 
serviços e que salvo as aquisições diretas (sem licitações), exceções previstas em 
Lei que a cada dia são mais reduzidas (art. 24 e 25 da Lei nº 8.666/93 e art. 74 e 75 
da Lei nº 14.133/2021), necessitam realizar procedimentos administrativos para a 
posteriori realizar a fase externa seja qual for a modalidade de Licitação a realizar. 
Sobre a fase interna, podemos especificamente destacar (caput. do art. 38 da 
Lei nº 8.666/93) e que está se compõe do processo administrativo que se inicia 
pela necessidade de bens e serviços que a Administração necessita para existir 
(para atividades fins, meio e correlatas). 
32 
 
Ou seja, é intuitivo que antes de efetivamente adquirir bens e serviços, a 
Administração face a sua necessidade deverá fazer o levantamento objetivando 
determinar a quantidade, em que tempo, qual o valor necessário, a qualidade etc. A 
isto se dá o nome de Termo de Referência ou Projeto Básico. Com base neste 
documento ainda interno, portanto, que faz parte da fase interna, o ordenador de 
despesas face aos recursos disponíveis, aloca o valor estimado que também 
servirá ao setor do órgão de licitação que definirá a modalidade (dentre aquelas já 
citadas), que em sequência no mesmo processo elaborará o documento chamado 
edital que se divulgará, concluindo assim a fase interna e iniciando a fase externa 
(observar a figura inicial do ponto 2.3). 
Todo o processo de aquisição pública é cadenciado e previsto em Lei, neste 
caso, no Estatuto das Licitações, Lei Federal nº 8.666/93, na Lei do Pregão nº 
10.520/02, e na Lei nº 12.462/11 do RDC, somado hoje a Lei de Licitações e 
Contratos que inclusive a partir de 01/04/2023 passa a ser a única Lei a ser 
vigente para as Licitações e Contratos, podendo assim se denominar NORMA 
GERAL. 
Tudo mencionado continua válido na Nova Lei, mas voltando ao processo, é 
necessário o ato anterior para o passo seguinte, porém até aqui, isto é, até a fase 
interna da licitação, eles são específicos da Administração, conhecido como atos 
administrativos. Resumindo, a fase interna ou preparatória é o procedimento 
realizado de atos administrativos internos com o objetivo de adquirir bens, serviços 
e obras. Observe que esta fase é até necessária para as contratações diretas, 
porém alguns atos não são necessários, exigindo-se outros. 
A fase externa só é iniciada com a conclusão da interna, tendo como último 
procedimento a elaboração do edital ou do convite (não esqueça, essa modalidade 
de licitação, convite, deixará de existir em 01/04/2023). Podemos ainda de outra 
forma explicitar que a denominada fase externa é o momento em que se torna 
pública a licitação, portanto considero a mais importante das fases, para quem vai 
participar. Assim como a fase interna é a mais importante ao órgão que pretende 
adquirir bens, serviços ou obras. 
33 
 
Podemos exemplificar sumariamente que esta fase externa contempla: 
publicação; abertura; envio de proposta e/ou lances, habilitação; classificação ou 
julgamento; homologação e a d ju d i c aç ã o (atos esses que podem ser 
invertidos no tocante a propostas/habilitações); e finalmente o chamamento do 
vencedor ou o 1º classificado para contratação. Lembrem-se, no caso da RDC o 
procedimento utilizado identifica-se com a modalidade Pregão (isto será enfatizado 
diretamente pelo instrutor no curso). 
 
4.2. AS LICITAÇÕES TRADICIONAIS (PREVISTAS NA LEI 8.666/93) 
 
Conforme destacado no título, essas agora apresentadas são as da Lei nº 
8.666/93, destinada as aquisições, sendo as modalidades Concorrência, tomada de 
preços e o convite conhecidas como modalidades tradicionais e são determinadas 
em função do valor estimado da contratação que determina seus limites através do 
art. 23 da mesma Lei, ou seja: 
 
 
“I – Para obras e serviços de engenharia: 
 
a) Convite, até R$330.000,00; 
b) Tomada de preços, até R$ 3.300.000,00; 
c) Concorrência, acima de R$ 3.300.000,00. 
 
II – Para compras e serviços: 
 
a) Convite, até R$ 176.000,00; 
b) Tomada de Preços, até R$ 1.430.000,00; 
c) Concorrência, acima de R$ 1.430.000,00;” 
 
Observe que nas modalidades tradicionais, os valores determinam a modalidade 
e possuem dois limites, que se diferenciam pelo objeto (o que se pretende adquirir 
por parte da Administração), compras e serviços e outro limite específico para 
obras e serviços de engenharia. É digno de Registro mais uma vez que tais 
modalidades e valores se extinguem na data de 01/04/2023, face aos ditames da 
nova norma geral já vigente. 
34 
 
4.3. PREGÃO PRESENCIAL E ELETRÔNICO 
 
Seguindo nosso acréscimo de conhecimento, chegamos a modalidade Pregão. 
Esta modalidade é mais nova que as tradicionais, por consequência mais moderna 
e célere, porém destinada a promover seleção de vencedor do fornecedor por meio 
de lances e propostas ofertadas em sessão pública (presencial ou de forma 
eletrônica), possível de ser utilizada e em vários casos obrigatórios para aquisições 
de bens e serviços comuns, inclusive de engenharia, qualquer que seja o valor 
estimado a se adquirir. 
Destaco ainda, que tal modalidade eletrônica está presente na Nova Lei e que 
muito do que consta nela foi mantido, sendo considerado por muitos no qual me 
incluo, como inspirador para quase tudo da Nova Lei, principalmente após Decreto 
Federal nº 10.024/2019 que inclusive a atualizou por completo. 
Outro ponto importante que merece atenção, mas que não vamos adentrar mais 
na discussão é: o que são bens e serviços comuns, até porque nem os 
doutrinadores chegaram a um consenso, bem como no meu entender nem a Nova 
Lei com suas definições. Que fique apenas o entendimento, mesmo que subjetivo 
de que bens e serviços comuns e agora serviços comuns de engenharia, que em 
outras palavras são os simples, rotineiros e padronizados. 
Portanto o que define a possibilidade de utilização da modalidade Pregão é o 
objeto que quer adquirir a Administração Pública de bens e serviços e não o valor 
estimado da contratação, como no caso das modalidades tradicionais tipo convite, 
tomada de preços e Concorrência previstos na Lei 8.666/93. 
A diferenciação entre as Modalidadesde Pregão Presencial e Eletrônico reside 
em que a primeira se realiza com a presença física dos licitantes, que realizam a 
entrega dos envelopes de proposta e documentação e/ou algumas declarações 
quando solicitadas, além da comprovação de ter os poderes para representá-la. 
Hoje, por força do Decreto Federal 10.024/2019 e do que consta na Nova Lei, a 
forma presencial exige justificativa fundamentada para sua utilização, sendo 
excepcionalidade. 
35 
 
Quanto a modalidade eletrônica, não se tem a necessidade da presença física, 
bastando estar o fornecedor logado no sistema de compras eletrônico, como por 
exemplo, o COMPRASNET do Governo Federal, ou sites do Governo Estadual ou 
Municipal. No futuro próximo o Portal Nacional de Contratações Públicas – PNCP, 
será o sistema com o qual se realizarão as licitações dentre vários outros 
procedimentos. 
Mais à frente vamos detalhar todo o procedimento, pois na Nova Lei o Pregão 
e a Concorrência terão sequências de fases idênticas quando se tratar de 
julgamento no menor preço ou maior desconto (art. 29 da Lei 14.133/2021) e estas 
modalidades serão a base das aquisições governamentais pós 01/04/2023. 
 
4.4. RDC – REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÕES 
 
Apesar desta modalidade ser utilizada apenas nas licitações com recursos 
federais, tenho a destacar que esta adveio de Medida Provisória do Governo 
Federal em 2011 (MP nº 527), a qual dado ao grau de conhecimento dos senhores 
é fácil concluir que se trata de uma nova sistemática de licitação. Não obstante uma 
enormidade de contratempos, a começar pela forma com que foi introduzida em 
nosso sistema legislativo, além de uma enormidade de conflitos e antinomias, 
principalmente com o Estatuto Federal de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/93). 
Em princípio, a RDC foi instituída para contratações de obras para os eventos 
da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, porém ao longo do tempo, 
através de novas medidas provisórias, a permissibilidade deixou de ser temporal e 
passou a incorporar licitações para as obras do PAC - Programa de aceleração do 
Crescimento, para as obras e serviços do Sistema Público de Ensino, para as 
obras de Serviços de Engenharia do Sistema Único de Saúde e mais recentemente 
incluiu-se os Sistemas Penais, Prisionais e Socioeducativos do País, entre outros. 
Resumindo, temos hoje ainda as modalidades de licitações tradicionais (Convite, 
Tomada de Preço e Concorrência), obrigatórias para as obras e serviços de 
engenharia não comuns na Lei nº 8.666/93; a modalidade Pregão para as demais 
aquisições, isto é, quase todas e em exceção é permitido optativamente para 
36 
 
objetos específicos a utilização da RDC que não difere muito da Modalidade 
Pregão, excetuando-se apenas o Regime de Execução de Obras na Contratação 
Integrada, que inclui projeto, construção e equipamentos em um único certame. 
 
4.5. AS MODALIDES DA LEI Nº 14.133/2021 – NORMA GERAL 
 
Como já inicialmente informado essa Nova Lei será em breve a única 
legislação para as aquisições governamentais. Ela já se encontra vigente e as 
modalidades são as seguintes (art. 28, incisos I ao V): 
 
I. Pregão; 
II. Concorrência; 
III. Concurso; 
IV. Leilão; 
V. Diálogo competitivo. 
 
De forma resumida novamente destacamos, essas modalidades serão as únicas a 
partir de 01/04/2023. Elas possuem algumas peculiaridades, sendo decidida pela 
Administração sua utilização em função do objeto da demanda a contratar e suas 
complexidades e não mais por valores de contratação. 
Assim, como destacado, a modalidade Pregão permanece e terá ainda 
maior abrangência, destinado a objetos que possuam padrões de desempenho e 
qualidade que possam ser objetivamente definidos pelo edital, excetuando os 
serviços técnicos especializados e intelectuais (inteligência explicitada no art. 29 e 
parágrafo único). Os serviços de engenharia comum (conforme definição da Lei, 
art. 6º, XXI, “a”) também se permitem a utilização da modalidade Pregão. 
Destaco que na utilização da modalidade Pregão advindo da Nova Lei, não 
se deve em princípio subsidiar-se da Lei nº 10.520/02, que instituiu o Pregão, nem 
seus decretos ou instruções normativas, visto que estes NÃO estão vinculados a 
Nova Lei. 
A modalidade Concorrência na Nova Lei difere bastante dessa mesma na 
Lei 8.666/93, a começar pelo procedimento onde o rito procedimental tornou-se 
37 
 
idêntico ao Pregão quando se utilizar do critério de julgamento do menor preço ou 
maior desconto (que é a maioria), ou seja, inicia-se pelas propostas, na sequência 
os lances, finalizado estes, se analisa a documentação exclusiva da proposta mais 
vantajosa. 
Assim é a sequência prevista pelo art. 17 desta Nova Lei. Portanto o 
informado para o Pregão vale para a modalidade Concorrência, não sendo possível 
utilizar na aplicação dessa modalidade dos entendimentos expressados na Lei nº 
8.666/93, quando se utilizar da nova Norma Geral. 
De forma objetiva e direta, transcrevo a sequência: preparatória, divulgação 
do edital, apresentação de propostas e lances, de julgamento, de habilitação, fase 
recursal e homologatória. Essa sequência inclusive é a do Pregão na atualidade. 
Quanto as licitações de técnica e de técnica e preço, a modalidade sempre será a 
Concorrência e seu rito específico será alvo de regulamentação. 
No tocante as modalidades de concurso e Leilão, como também já 
explicitados, essas não se aplicam as aquisições como já mencionado, sendo a 
primeira aplicada a artes, serviços e/ou projetos especiais mediante prêmio ou valor 
já estipulado e a segunda, destinado a bens inservíveis cujo critério é o de quem dá 
mais na forma reversa já prevista desde a Lei 8.666/93, sem maiores alterações. 
Por fim a modalidade diálogo competitivo, grande novidade, é restrita a 
contratações de objeto que envolvam inovação técnica ou tecnológica e ainda 
acaso se tenha a impossibilidade por parte da Administração de definir 
especificações e/ou alternativas de identificar solução mais adequada. Nessa 
modalidade que não será regra e sim exceção o diálogo se antecipa conforme edital 
com empresas que atendam as exigências e necessidades estabelecidas 
(requisitos), e estas apresentam suas soluções na qual a Administração define qual 
ou quais atendem suas necessidades para posterior fase competitiva. Tudo 
explicitado pelo art. 32, parágrafos, incisos e alíneas. 
Como apresentado, em relação as aquisições, a Nova Lei que será no futuro 
próximo a única norma geral de Licitações e Contratos e terá nas modalidades 
Pregão e Concorrência em regras suas únicas formas de realizar certame licitatório 
com critério de julgamento focado no menor preço. 
38 
 
4.3.1. Os Novos Modos De Disputa 
 
Antes de concluirmos o tema sobre as modalidades julguei oportuno 
mencionar a necessidade de destacar um dos pontos mais importantes que se 
realiza na fase executória, tanto na Modalidade Pregão, quanto nas novas 
Modalidades da Lei nº 14.133/2021, que é o modo de disputa, ou seja, a 
competitividade do certame. 
Este ponto pós Decreto Federal nº 10.024/2019 que envolveu o Pregão 
Eletrônico realizou alteração significativa no modo de disputa e ainda acresceu dois 
critérios de julgamento explicitados, sendo o previsto na Lei nº 10.520/2002 como 
sendo o de menor preço, e por este Decreto se admite a utilização do critério maior 
desconto, neste caso, informado o valor máximo ou estimado e aplicando os lances 
na busca pelo maior desconto. A Nova Lei também em relação a isto abraça 
literalmente (art. 33 e 34 da Lei 14.133/2021). 
Em relação ao modo de disputa o decreto do Pregão estabeleceu que estes 
foram subdivididos em dois, ou seja: o modo “aberto”, onde os licitantes 
apresentam lances públicos e sucessivos conforme o critério de julgamento adotado 
no edital, e o modo “aberto e fechado”, que se diferencia com a possibilidade de 
lance final fechado, também conforme critério

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