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Princípios da Gramaticalização

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Para a compreensão do processo gradual de gramaticalização, alguns teóricos 
propuseram alguns princípios e efeitos que caracterizam a mudança linguística nele 
observável. 
Lehmann (1985) descreve alguns processos que caracterizam a gramaticalização. 
Paradigmatização → tendência de formas gramaticalizadas serem 
arranjadas em paradigmas.
Obrigatorização → tendência de formas opcionais se tornarem 
obrigatórias. 
Condensação → tendência de "encurtamento das formas".
Coalescência → tendência de aglutinação de formas adjacentes.
Fixação → tendência de ordens lineares livres tornarem-se fixas.
Paul Hopper (1991) propôs os seguintes princípios que se aplicam a processos ainda 
não completamente consolidados de gramaticalização. 
Estratificação
Coexistência de formas com função similar, que podem ser estáveis ou não. 
Quando uma forma surge para uma dada função gramatical, a forma já estável na língua 
não é descartada imediatamente. A gramaticalização da expressão a gente não 
provocou o descarte do pronome nós em todos os contextos. A gente vai pescar no rio / 
Nós vamos pescar no rio.
Divergência
Caso particular de estratificação. Quando uma forma lexical se gramaticaliza 
passando a um clítico ou um afixo, a forma lexical original pode permanecer como um 
organismo autônomo e sofrer as mesmas mudanças que os itens lexicais comuns. 
Mesmo com a gramaticalização do substantivo gente na expressão a gente, que 
equivale ao pronome nós, ele continua a ser usado como substantivo (A gente daquela 
cidade é muito simpática).
Especialização
Possibilidade de um item tornar-se obrigatório pela redução da variedade de 
escolhas. O verbo latino habere, usado no presente do indicativo, seguido de verbo 
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