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388 TOY, SIMPSON & TINTNER RESPOSTAS PARA O CASO 46: Cefaleia pediátrica (enxaqueca sem aura) Resumo: uma garota destra, de 13 anos, apresenta-se com uma história de cefaleias hemicranianas recorrentes, pulsáteis, com dor moderada a moderadamente grave, associadas a um padrão crescente e decrescente, além de náuseas e vômito ocasional. A paciente também relata fotofobia e fonofobia. A cefaleia dura várias horas quan- do não tratada, melhora com paracetamol em doses baixas, e resolve se a paciente consegue dormir. Existe um breve pródromo de mal-estar e uma fase pós-drômica de embotamento cognitivo. O único desencadeante notado é a privação do sono e a paciente notou uma associação com seu ciclo menstrual. Seu exame neurológico é completamente normal e sua história familiar é significativa por apresentar duas pessoas com prováveis enxaquecas. • Diagnóstico mais provável: enxaqueca sem aura (enxaqueca comum). • Próximo passo diagnóstico: nenhum exame diagnóstico é necessário nesse ponto. • Próximo passo terapêutico: tentativa medicamentosa com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) adequadamente dosados, seguidos por uma tentativa de tratamento com triptanos, se necessário. Considerar um tratamento profilático, dada a frequência da cefaleia. ANÁLISE Objetivos 1. Compreender a diferença entre cefaleias primárias e secundárias. 2. Conhecer os critérios clínicos para as cefaleias do tipo enxaqueca pediátricas. 3. Compreender o papel dos exames de neuroimagem na avaliação das cefaleias. 4. Saber as diferentes opções disponíveis para o tratamento abortivo agudo das enxaquecas pediátricas. 5. Reconhecer quando o tratamento profilático diário é justificado no tratamento da enxaqueca e quais são as opções existentes. Considerações Esta menina de 13 anos, saudável e com desenvolvimento neurológico normal, é tra- zida para avaliação de cefaleias frequentes. Como no momento a paciente está sem cefaleia e tem um exame neurológico normal, é possível tentar classificar sua cefaleia, o que irá ajudar no diagnóstico e na intervenção necessária. Cefaleia primária é aque- la na qual a dor de cabeça em si é a principal entidade clínica, não existindo nenhum outro distúrbio causador subjacente. As cefaleias tensionais e as enxaquecas são exemplos comuns dessas condições. As cefaleias secundárias, por sua vez, são causa- das por outros distúrbios subjacentes, como hemorragia intracraniana, infecção do Toy - Neurologia.indd 388 21/8/2013 15:20:55