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Análise do Conflito de Agência Oi S.A. 2014: Fusão da Oi com a Portugal Telecom, atual Pharol (sucessora da Portugal Telecom). A Portugal Telecom detinha dívidas bilionárias que só foram reveladas após a conclusão do negócio. Essas dívidas foram empurradas para o balanço da Oi, que, atualmente, está em sua 2ª Recuperação Judicial. Segundo a CVM, 21 executivos da Oi S.A. e 8 empresas do bloco de controle já sabia dos problemas financeiros na Portugal Telecom e abusaram do poder de controle para aprovar o negócio. • Bloco de Controle: grupos Andrade Gutierrez, Jereissati e Portugal Telecom, atual Pharol; BNDESPar; e fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica Federal), Petros (Petrobras) e fundação Atlântico (Oi). Condenações CVM (2023), infrações a Lei nº 6.404/1976: • Zeinal Bava (ex-CEO da Oi), Luís Pacheco de Melo (ex membro do C.A. da Oi): multas de R$ 500 mil/cada por omissão; • Bayard Gontijo (ex CFO da Oi): multa de R$ 400 mil por omissão; • Fernando Magalhães Portella e Shakhaf Wine (ex membros do C.A. da Oi): multas de R$ 300 mil/cada por omissão; • Otávio Marques de Azevedo (ex membros do C.A. da TelPart): multa de R$ 300 mil por omissão; • Pharol S.A. (sucessora de Portugal Telecom SGPS S.A.): multa de R$ 400 mil por falhar em prestar informações financeiras completas e confiáveis; • Andrade Gutierrez S.A. e Vertere Participações S.A. (sucessora de Jereissati Telecom S.A.): multas de R$ 500 mil/cada por determinarem o pagamento de gratificação financeira aos administradores da Oi S.A., sem a aprovação da assembleia geral ou do conselho de administração. Oi S.A Ex-executivos da empresa que receberam bônus milionários na época do negócio, em 2014, efetuados sem a aprovação do Conselho de Administração ou dos Acionistas da Oi. Zeinal Bava, ex-CEO da Oi, foi o responsável por liberar os bônus para si mesmo e para outros executivos. Condenações CVM (2023): • Zeinal Bava (ex-presidente da Oi): multa de R$ 169,5 milhões; não poderá atuar no mercado financeiro brasileiro por 10 anos; • Bayard Gontijo (ex CFO): multa de R$ 24,2 milhões; • José Mauro Ferreira (ex-presidente do C.A.): multa de R$ 4,1 milhões; • José Augusto Figueira (ex conselheiro suplente do C.A.): multa de R$ 1,7 milhão; • Renato Torres de Faria e Fernando Magalhães Portella (ex membros do C.A.): multas de R$ 700 mil/cada. Oi S.A. Estrutura de controle abusiva: Segundo inquérito da CVM, os acionistas do Bloco de Controle, possivelmente, usavam os administradores da companhia para atender aos seus interesses. • Bloco de Controle: grupos Andrade Gutierrez, Jereissati e Portugal Telecom, atual Pharol; BNDESPar; e fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica Federal), Petros (Petrobras) e fundação Atlântico (Oi). Bayard de Paoli Gontijo: ex-CEO da Oi S.A., de outubro de 2014 - junho de 2016. Pretendia reestruturar a companhia e repactuar a dívida da companhia, que atingiu o valor bruto de R$ 49,3 bilhões em março/2016. Propunha que até R$ 25 bilhões do endividamento fossem convertidos em ações, o que daria aos credores, aproximadamente, 90% das ações da Oi, reduzindo em muito a fatia dos atuais controladores, a portuguesa Pharol, que teria uma diluição das ações detidas por ela (cerca de 25%). Os acionistas controladores se recusaram a ser diluídos e optaram pela recuperação judicial. Junho de 2016: Renúncia de Robin Bienenstock, conselheira titular independente commandato até 2018. Outubro de 2017: Renúncia de Ricardo Malavazi Martins, ex-CFO da Oi S.A. Marco Norci Schroeder: ex-CEO da Oi S.A., de junho de 2016 - novembro de 2017. Permanência no cargo se devia à medida cautelar imposta pela Justiça brasileira através do juiz da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo. Renunciou por se recusar a aceitar o Plan Support Agreement, que já se encontrava acordado entre os acionistas e alguns dos credores por meio de negociações do empresário Nélson Tanure, à frente dos acionistas Societé Mondiale e Pharol. JBS S. A. – Inalca - Grupo Cremonini 2007: JBS adquire 50% do capital da Inalca, por meio de um acordo que envolveu o aumento de capital da Cremonini. O valor do negócio, na época, era de 225 milhões de euros. Conflito de Agência: JBS S. A. não consegue participar da administração da Inalca • Litígios para conseguir nomear diretores para a empresa; • Executivos da JBS barrados na portaria da Inalca; • Recusa quanto ao fornecimento informações contábeis relevantes sobre as operações; • JBS solicitou judicialmente a pericia contábil das contas da Inalca. Agravamento a partir de 2009: • Incorporação da Rigamonti, concorrente direta da Inalca na Itália, devido a incorporação do Grupo Bertin. • Grupo Cremonini acusou a JBS de não cumprir o contrato de exclusividade para atuação na Itália. 2011: Fim – JBS devolveu a participação de 50% da Inalca ao Grupo Cremonini pelo reembolso de 218,9 milhões de euros. JBS S.A. & BNDES Fundada em 1953 por José Batista Sobrinho (JBS), conhecido como Zé Mineiro. Entre 2002 e 2013, o BNDES teria liberado um total de R$ 12,8 bilhões para as empresas controladas pela J&F Participações entre empréstimos e participações acionárias. Com esse financiamento, o grupo comprou: a Swift & Co, a Pilgrims, a Seara, a Bertin, a Primo Smallgood, entre outras. Assim, o grupo elevou seu faturamento de R$ 4 bilhões em 2006 para R$ 170 bilhões em 2016, aproximadamente, 4.000%. Em 2008, a J&F fracassou ao tentar adquirir a norte-americana National Beef, porém os dinheiro emprestado pelo BNDES para essa transação, quase R$ 700 milhões, não foi devolvido. O que fez com que o BNDES convertesse as garantia dos créditos (debêntures) em ações da JBS por intermédio da BNDESpar. BNDES: maior acionista individual da JBS S.A. (aproximadamente, 22% do capital) 2017: Delação premiada – irmãos Batista admitiram que desviaram recursos da empresa para propinas a políticos. Crime Financeiro – Insider Trading Com informações privilegiadas, os irmão Batista manipularam o mercado, vendendo ações da companhia e comprando dólares, trazendo prejuízo aos acionistas, evitando um prejuízo de R$ 138 milhões e lucrando quase R$ 70 milhões, dias antes da divulgação da Delação Premiada. 2018: Gilberto Tomazoni se tornou o primeiro CEO da empresa a não pertencer à família Batista.