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Galileu e suas ideias desafiaram a Igreja Católica e seus dogmas na época do Renascimento, propondo uma observação do mundo baseada em caracteres matemáticos e astronômicos e não mais religiosos. A passagem da questão ressalta que, para ele, a Bíblia pode ser interpretada de diferentes maneiras e que, para a observação da natureza, ela não tem valor nenhum. Resposta da questão 3: a) Em discordância em relação às afirmações dos três leitores, observa-se que Thomas Kuhn por meio da obra “A Função do Dogma na Investigação Científica”, estabelece que a ciência não está livre de dogmas. O autor coloca que, devido aos paradigmas que existem como modelos explicativos da realidade, as ciências naturais não são neutras, pois estão permeadas por ideologias e sofrem também a influência econômica. Isto se dá, pois os paradigmas estabelecem modelos que foram criados a partir de um contexto particular, sofrendo a influência das ideologias dominantes e da economia. Estas visões particulares vão se somando a outras e acabam por criar modelos gerais que, por sua vez, estão permeados por dogmas. Não é possível assim, como afirmam os três leitores, determinar que a ciência não possua um lado dogmático. b) Em concordância com o editorial, utilizando-se da perspectiva de Jürgen Habermas, deve-se entender que, segundo este autor, a questão da fé e religião misturou-se no fim da idade antiga e início da idade média. Esta forma de pensar acabou por moldar o modo como o ocidente compreende a questão religiosa. Assim, pensando na justificativa religiosa, Habermas entende que o conflito entre o senso comum, como fonte de explicação imediata, e a razão, com a exigência da justificativa racional, na verdade é mal compreendido. O autor percebe que uma destas concepções não se anula, pelo contrário, ambas as formas se combinam e possuem possibilidade de compreensão e explicação mútua. A maior dificuldade é o fato de que o Estado Liberal pretende determinar o modo como os indivíduos devem perceber a questão religiosa, isto é, o estado secular não compreende a questão da religião sob a visão de uma comunidade religiosa, mas estabelece que as crenças devam ser entendias a partir da visão privada, exigindo uma postura clara e pública da fé professada. Assim ocorre a separação da questão religiosa com a questão racional. A exigência de uma tradução da fé para a linguagem racional cria uma perda do sentimento religioso, apenas para que as maiorias deem o seu consentimento em relação àquilo que o crente acredita, ampliando ainda mais o abismo entre uma possível conciliação entre fé e razão. Resposta da questão 4: 01 + 02 + 16 = 19. Uma ciência madura, de acordo com Kuhn, experimenta fases alternativas de ciência normal e revoluções. Durante o período de ciência normal, as teorias chaves, os instrumentos, os valores e as pressuposições metafísicas, que compreendem a matriz disciplinar, são mantidos fixos, permitindo a geração cumulativa de soluções para quebra-cabeças (puzzle-solutions), enquanto durante uma revolução científica, a matriz disciplinar perpassa uma revisão, isto em vista da solução de perplexidades maiores e mais sérias que perturbavam o funcionamento da ciência normal. Para uma noção geral: Kuhn, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Editora Perspectiva, 2010. Resposta da questão 5: A Ao contrário de Popper, que pensa a ciência a partir da noção de refutabilidade, Kuhn desenvolve a noção de paradigma para explicar o desenvolvimento científico. Resposta da questão 6: E Somente a alternativa [E] está incorreta. De fato, o texto afirma que “a ciência normal, conforme Kuhn, funciona submetida por paradigmas estabelecidos historicamente num campo contextual de problemas e soluções concretas”, e isso é justamente o contrário do que está afirmado na alternativa [E]. Resposta da questão 7: 02 + 04 + 08 + 16 = 30. Ótima questão, que compara as teorias de Thomas Kuhn e de Karl Popper a respeito do desenvolvimento científico. Somente a afirmativa [01] é falsa. Ambos não consideram que o desenvolvimento ocorre de forma linear. Entretanto, a forma como explicam tal desenvolvimento é bastante diferente, sendo que a teoria de Kuhn está bem expressa nas afirmativas [02] e [08], enquanto que a de Popper está apresentada nas afirmativas [04] e [16]. Resposta da questão 8: Popper parte do pressuposto de que não podemos atingir a verdade de uma teoria, pois são todas indutivas (método proposto pelo positivismo), portanto não pode abarcar todos os casos a que se propõe. Assim o filósofo estabelece como método mais adequado para as ciências, o método da refutação. O critério de falseabilidade relaciona- se com a necessidade de submeter uma teoria à prova, buscando demonstrar sua falsidade ou de refutá-la com base em um método crítico. Este método de pesquisa científica proposto por Popper consiste em formular hipóteses e depois, por meio de exames experimentais cruciais, procurar exaustivamente contestá-las ou refutá-las. Se essas se permitem ser testadas com o intuito de serem falseadas, então elas são consideradas teorias científicas. Em outras palavras, somente teorias capazes de se submeterem ao crivo da refutação ou falseamento podem ser consideradas científicas. Para Popper, uma teoria se manterá válida até o momento em que não resistir à refutação de outras possíveis teorias. Quando uma teoria resiste à refutação, a objetividade de sua descrição do mundo real é corroborada: é essa a condição que garante a validade de um discurso científico. A validade científica de uma teoria, portanto, não se mede por sua verdade confirmada indutivamente, mas pela possibilidade de, por um método crítico, intersubjetivamente desenvolvido, resistir à refutação ou ao falseamento. Resposta da questão 9: A] Segundo as teorias desenvolvidas por Karl Popper, todo conhecimento científico é falível e provisório, pois não é possível confirmar a veracidade de uma teoria apenas pela confirmação de alguns resultados que esta teoria pretende prever. Os resultados previstos em uma teoria podem ser alterados por de fatores diversos que podem impossibilitar a previsão feita sobre todos os resultados a que a teoria se refere. Desta maneira, para este autor, a verdade é inalcançável, só podemos nos aproximar dela por meio de tentativas. Segundo ele, as teorias devem passar por um processo de falseamento, no qual por meio de procedimentos científicos racionais e sérios, seja possível identificar o alcance das previsões que a teoria pretende. Quanto mais a teoria puder resistir às tentativas de falsificação, mais confiável ela é. Este método proposto por Karl Popper é conhecido como falsificacionismo. Portanto, mesmo que uma teoria resista a este método e seja considerada uma teoria científica válida, ela jamais poderá ser geral ou definitiva. Os itens [II], [III] e [IV] descrevem de forma coerente conceitos trabalhados nas teorias desenvolvidas por Karl Popper. Resposta da questão 10: A No texto da questão dois pontos são destacados como referente ao papel dos direitos humanos, sendo eles: o “caráter racional e regulador da vida humana” e “ratificam a ordenação normativa para comandar a sociedade”. Estas afirmações encontram respaldo na filosofia política dos contratualistas que estabelece que os direitos inerentes aos seres humanos, e que não estão sujeitos à discussão, pois surgem devido à conveniência dos homens que abrem mão de sua liberdade para viverem em sociedade. Assim, surge o direito natural como polo regulador dos limites que a sociedade organizada não pode ultrapassar na consolidaçãode sua estrutura. Contudo, o texto nos coloca que devido ao progresso das ciências atualmente se descaracterizou sua fundamentação passando estes, a serem tratados como conceito obsoleto que pode ser questionado livremente sem que haja qualquer empecilho caso se julgue que eles não atendam mais as concepções vigentes. Portanto, da mesma forma, os direitos humanos não se fazem mais uma garantia absoluta para a proteção a vida, mas constituem-se como meras referências formais na realidade universal. Resposta da questão 11: D Segundo o fragmento de texto, embora os procedimentos científicos sejam baseados em procedimentos lógicos, deve-se atentar para o fato de que a Lógica é o ramo da filosofia que trata das leis gerais que regem o pensamento, no intuito de alcançarmos a verdade através da análise da correlação entre as informações obtidas pelo intelecto. Assim, a lógica se divide basicamente em três tipos de raciocínio: dedutivo, indutivo e analogia. Estes raciocínios são estruturados por meio de proposições ou premissas (frases que relacionam conceitos afirmando-os ou negando-os) que geram inferências. As inferências representam o resultado de uma operação que afirma a verdade de uma proposição em decorrência de outras proposições verdadeiras. Na inferência da dedução, a verdade da conclusão obtida está contida dentro das proposições, sem que o conteúdo descrito na conclusão vá além das informações descritas. Na inferência da analogia, as proposições são dispostas por meio da comparação com outras proposições, mas não há uma garantia de verificação, portanto sua conclusão não pode ser validada. Na inferência da indução, a conclusão vai além do conteúdo descritos nas proposições, isto quer dizer que a conclusão extrapola o número de casos descritos nas proposições, criando uma generalização. No caso da teoria de Darwin, suas conclusões foram obtidas por meio de inferências indutivas. Resposta da questão 12: No primeiro texto o emprego da palavra ciência esta no sentido de que o conhecimento, ou seja, as teorias científicas não são absolutas, elas são temporais e podem ser desmentidas, ou “falseadas”. Segundo Karl Popper as explicações fornecidas pelas teorias científicas não podem assumir um caráter infalível, com o desenrolar do tempo, formas de conhecimento, isto é, teorias mais gerais e mais amplas substituirão as teorias antigas assim como na teoria darwiniana da evolução das espécies, nas quais espécies mais adaptadas ao meio superar seus antecessores. No segundo texto o termo ciência é utilizado como um conhecimento integrado no qual não se pode prever ou determinar com exatidão seu sentido, separado do todo. O hermetismo propõe uma síntese do universo que recebe influências da realidade