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Tolerância e Autoimunidade • → É a não responsividade aos antígenos do individuo Capacidade do sistema imune de diferenciar os antígenos próprios dos não próprios (falhas nesses mecanismos desencadeiam as doenças auto imunes) A variação nos receptores dos linfócitos é feita de forma aleatória por recombinação genética, logo, por gerar um grande repertório de receptores, alguns podem ser capazes de reconhecer antígenos próprios O mecanismo de tolerância (controle de qualidade dos linfócitos), serve para eliminar esses linfócitos auto reativos, prevenindo sua maturação e ativação A escolha entre ativação linfocitária e tolerância é determinada pelas propriedades dos antígenos, pelo estado de maturação do linfócito e pelo tipo de estímulos recebidos quando este linfócito encontra antígenos próprios. A exposição de antígenos estranhos aos linfócitos em desenvolvimento induz tolerância a estes antígenos (como no experimento de enxertos em camundongos neonatos) A tolerância induz alguns mecanismos: anergia, apoptose Tolerância Central: Medula óssea, Timo Tolerância Periférica: Órgãos linfoides periféricos → Ocorre no timo (por conta da sua maturação), o linfócito T virgem entra em contato com as células do timo que produzirão citocinas (principalmente IL-7) que induz o linfócito T a passar a expressar os seus receptores No timo possuímos diversas APC especiais que apresentam antígenos próprios para o linfócito T, nesse acontecimento, se o receptor reconhecer o antígeno apresentado, a célula do timo induz o linfócito a sofrer apoptose Pode ocorrer, do linfócito ao reconhecer antígeno próprio, ao invés de ser eliminado, ele se diferencia em Linfócito T Regulatório (produzem citocinas) → Seleção Negativa ou deleção Determinada pela concentração do antígeno e afinidade dos receptores de LT ▪ Gene AIRE (Auto Immune Regulator Gene) Ele controla a expressão de proteínas pelas APC do timo que apresentam antígenos próprios para os LT É comum que algumas pessoas possuam mutações nesse gene, fazendo com que o LT sofra sua ativação, podendo causar doenças auto imunes • Ocorre no órgão secundário após a saída do timo No caso de uma resposta normal de células T, ocorre a apresentação do antígeno para o linfócito T virgem por uma APC, no órgão linfoide secundário, ocorre o 1º sinal que é quando possui a interação do TCR MHC; o 2º sinal é a interação das moléculas co-estimulatórias (B7 CD28); ao finalizar o segundo sinal., ocorre a ativação do linfócito T. No caso de o linfócito T não passar pela tolerância, pode ocorrer: → APC interage com o linfócito T, porém a APC não dá o B7 para o linfócito – ocorre a falta do segundo sinal, ocorre apenas o primeiro sinal – logo, a célula não tem permissão de ser ativado, entra em estado de ANERGIA. → É quando a célula sofre apoptose (seleção negativa) pela falta do segundo sinal e falta de IL-2. → T reg podem se formar no timo (principal) ou órgãos linfoides periféricos. A maioria é CD4+ com expressão maior de CD25 • Derivam de Linfócitos T auto-reativos • Sua função é suprimir respostas imunes, produzindo citocinas: TGF-β e IL-10 Ocorre quando células T reguladoras expressam algumas citocinas que induzem o linfócito T a não se diferenciar, logo, bloqueia a ativação do linfócito T. As T reg surgem para prevenir que os linfócitos T auto reativos sofram sua ativação (previnem causar doenças auto imunes). Os polissacarídeos próprios, lipídios e os ácidos nucléicos são antígenos T-independentes (linfócito B reconhece qualquer coisa). Os antígenos T independentes devem induzir tolerância nos linfócitos B para prevenir as doenças auto-imunes Tolerância Central: Medula óssea (não precisa migrar para nenhum órgão) Tolerância Periférica: Órgãos linfoides periféricos • Pode ocorrer: → Edição do receptor → Anergia → Deleção Edição do receptor é quando é detectado que o LB tem receptor que reconhece antígeno próprio e induz que o receptor seja eliminado ou editado (perde seu reconhecimento e ganha um novo reconhecimento). • Ocorre no órgão linfoide secundário; LB não há 1º e 2º sinal Não há edição do receptor, pode haver anergia ou apoptose, por conta que na medula óssea, ainda dá tempo de editar os receptores, depois que sai da medula e termina sua maturação, não é possível editar os receptores o Alguns microrganismos e tumores podem induzir uma não responsividade em linfócitos específicos (mecanismo de tolerância pode ser ativado por microrganismos ou células tumorais, fazendo com que esses antígenos não vão ter uma resposta imune voltada contra ela, passando despercebido pelo sistema imune) • Imunoterapias buscam ativar a RI pela administração dos antígenos tumorais por outras vias. Tolerância como abordagem terapêutica para prevenção de respostas imunes indesejáveis como no caso de rejeição de órgãos, tratamento de doenças alérgicas e autoimunes, prevenção de reações em pacientes com deficiência em certas proteínas (hemofílicos tratados com fator VIII) ▪ Fatores que influenciam na tolerância a antígenos estranhos: Via de administração: administração de altas doses sem adjuvantes, por via sistêmica induz tolerância Dose: altas doses podem induzir tolerância Persistência: tempo prolongado favorece tolerância • A grande maioria dos antígenos administrados de forma oral induzem a supressão da resposta imune Hipótese: evitar a indução de respostas imunes contra antígenos alimentares e bactérias comensais do intestino Mecanismos: anergia de células T específicas ou produção de citocinas supressoras Controvérsia: vacinas orais (sabin) ❖ Auto imunidade: resposta imune contra os antígenos próprios que quebram a tolerância imunológica. As doenças auto imunes podem sobrepor-se, ou seja, um individuo pode apresentar mais de uma desordem orgânica, ou mais de uma doença sistêmica. Podem ser: → Órgão específicas •Esclerose múltipla = SNC • Doença de Graves = Tireóide •Tireoidite de Hashimoto = Tireóide • Miastenia gravis = SN •Vitiligo = Pele → Sistêmicas • Artrite reumatóide • Lúpus eritematoso sistêmico → Os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento de auto imunidade são: • Suscetibilidade genética e fatores ambientais, que contribuem para a quebra da tolerância imunológica • Influencias hormonais Possui maior incidência em mulheres por influência de hormônios sexuais (ciclo hormonal) • Alterações anatômicas, inflamação e trauma Exposição de antígenos próprios que ficam ocultos Exemplo: uveíte pós traumática ❖ Possuímos múltiplos genes predispõem a doenças auto imunes: Genes AIRE (Auto Immune Regulator Gene) MHC Humano (HLA) = mais importantes (transplante de órgãos) Seleção negativa defeituosa das células T Falha em estimular as células T regulatórias (importantes no órgão linfoide secundário para prevenir diferenciação de células para antígenos próprios) ▪ As infecções podem contribuir para as doenças auto imunes de diversas maneiras: o Infecções que aumentam a expressão de co- estimuladores (B7) pelas APCs – quebra da anergia da célula T e sofre processo de diferenciação o Reações cruzadas entre antígenos microbianos e próprios – Mimetismo molecular Ex: febre reumática – após infecções estreptocócicas