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ATIVIDADE A1 - DIREITO DE FAMÍLIA

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Esther Moreira Macedo 
R.A. 222087 
Direito, 8º Semestre 
Faculdade das Américas – FAM, Campus Mooca 
 
ATIVIDADE A1 - DIREITO DE FAMÍLIA 
 
 
1) Leia a notícia abaixo, publicada em 2020 no site do IBDFAM (Instituto 
Brasileiro de Direito de Família): 
 
Novas portarias da ministra Damares Alves repercutem no Direito das Famílias 
 
24/06/2020 
 
Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM 
 
Duas novas portarias do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos 
Humanos – MMFDH publicadas no Diário Oficial da União – DOU chamaram a 
atenção de profissionais do Direito das Famílias nos últimos dias. Assinadas 
pela ministra Damares Alves, a Portaria 1.643 institui o Observatório Nacional 
da Família e dá outras providências, enquanto a Portaria 1.756 cria o Programa 
Município Amigo da Família – PMAF. 
 
Como Observatório Nacional da Família, institui-se um “repositório de 
conhecimento científico que visa dar visibilidade à família como primeiro e 
fundamental contexto de constituição integral da pessoa, cenário privilegiado 
para a transmissão de valores e primeiro sistema de proteção social para seus 
membros”. Entre seus objetivos, buscará incentivar o desenvolvimento 
acadêmico e fortalecer seu diálogo com gestores de políticas públicas. 
 
Já o PMAF, vinculado à Secretaria Nacional da Família, “visa incentivar os 
municípios a promover ações destinadas à implementação integrada de 
políticas públicas familiares, que fortaleçam vínculos conjugais e 
intergeracionais, além de promoverem ações de fomento ao suporte social das 
famílias do município”. A “valorização da família” é a primeira de suas diretrizes. 
 
Vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, a 
advogada Maria Berenice Dias se diz surpresa com as novas portarias, “não só 
pela origem, mas também pelo conteúdo. Existe uma escancarada 
inconstitucionalidade nessas normativas, uma vez que falam em família no 
singular, e o conceito de família, atualmente, é plural”, destaca. 
 
Segundo a jurista, a própria atuação do IBDFAM contribuiu para que o 
ordenamento jurídico brasileiro assumisse várias configurações sob o conceito 
de família. Tal entendimento ficou consagrado, por exemplo, pela Lei Maria da 
Penha (11.340/2006), que define família como uma relação íntima de afeto, 
conceito plural também admitido pela Constituição Federal. 
 
Ao destacar “vínculos conjugais e intergeracionais”, as portarias evidenciam 
sua tentativa de fortalecer essas relações, segundo Maria Berenice. “Vínculos 
conjugais são decorrentes do casamento, entre cônjuges. Já ‘intergeracional’ é 
um conceito restrito, enquanto o atual conceito de parentalidade não 
corresponde ao fato de serem gerações diversas, mas a outros arranjos. Por 
exemplo, uma família de irmãos não é intergeracional, mas é uma família”, 
comenta a vice-presidente do IBDFAM. 
 
Portarias ignoram violência doméstica e planejamento familiar 
 
A jurista destaca que, ao priorizar o casamento, as portarias ignoram a realidade 
do país. “Essa tentativa de promover a formação conjugal e manter as pessoas 
dentro do casamento, que é a proposta clara das novas portarias, esbarra nos 
números absurdos da violência doméstica no Brasil”, atenta Maria Berenice. 
 
Ela observa que só recentemente a violência doméstica e familiar passou a ser 
desvendada por meio da Lei Maria da Penha, de 2006. O problema, contudo, vem 
de longa data. “Enquanto o casamento perdurou como tal, ao longo de muitos 
anos, o foi com sacrifício do corpo e da integridade psicológica das mulheres”, 
ressalta a advogada. 
 
A especialista estranha, ainda, o fato de as portarias não abordarem, em nenhum 
momento, a importância do planejamento familiar, previsto na Constituição. 
“Falam em maternidade e paternidade, mas não falam nada sobre a proteção 
aos integrantes das famílias para prevenir, por exemplo, a gravidez na 
adolescência”, observa. 
 
Com lacunas e objetivos falhos identificados nos novos dispositivos, Maria 
Berenice avalia que os programas instituídos têm pouca chance de encontrar 
efetividade. “Duvido muito que os municípios venham a criar esses gestores da 
família”, opina. Ela também critica a previsão de realização de cerimônias, em 
Brasília, com todos os municípios para certificado de adesão ao programa, 
apontando um “grande desperdício de dinheiro público”. 
 
“O que fica é uma tentativa da preservação daquela família matrimonializada 
como única entidade familiar, algo absolutamente superado dentro da 
sociedade e também no âmbito do Poder Judiciário”, conclui Maria Berenice. 
 
(IBDFAM – Instituto brasileiro de direito de família. Endereço eletrônico: 
https://ibdfam.org.br/noticias/7411/Novas+portarias+da+ministra+Damares+Alv
es+repercutem+no+Direito+das+Fam%C3%ADlias. Acesso em: 24/06/2020). 
 
Diante da notícia acima, publicada durante a anterior gestão presidencial, 
faça uma breve análise dos comentários da professora, advogada e 
desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Maria 
Berenice Dias, tendo como foco, o reconhecimento dos novos tipos de família, 
e qual é a base do reconhecimento deste instituto jurídico. Exponha sobre os 
princípios que regem a matéria, com ênfase àqueles que redefiniram a 
conceituação do núcleo familiar, bem como, faça a citação de exemplos dessas 
novas espécies familiaristas. 
 
RESPOSTA: De acordo com Maria Berenice Dias existe uma certa 
inconstitucionalidade nas novas portarias criadas pois as mesmas não abrangem 
todos os tipos de famílias que existem e ignoram a realidade do país, elas são focadas 
às famílias no singular e o correto deveria ser no plural como admitido pela 
Constituição Familiar. 
Ainda, é enfatizado como o casamento e as relações familiares prejudicam a 
saúde física e psicológicas de algumas mulheres que dentro de um casamento sofrem 
algum tipo de violência, com a enfatizarão da família singular sendo cada vez mais 
apreciadas, muitas mulheres se vem forçadas a seguir dentro de um casamento 
abusivo, aumentando os números de violência doméstica, ou seja, as portarias falam 
sobre as famílias e sua importância mas não citam sobre a proteção e integridade dos 
integrantes da família. 
Na opinião de Maria Berenice, muito se tenta preservar a família formada por 
pai, mãe e filhos como único tipo de família, porém, esse tipo de família já foi superado 
dentro da sociedade e no ordenamento jurídico também. 
Não obstante, existem princípios do Direito de Família que redefiniram o 
conceito de família, sendo eles: 
 Princípio da Afetividade: é o afeto existente nos laços familiares, se deriva 
a partir da decorrente convivência familiar, o que dá o entendimento que o 
fato concreto do afeto caracteriza as relações familiares, sendo possível o 
entendimento que os laços de afeto e solidariedade surgem da convivência 
familiar, e não dos laços sanguíneos. Como exemplo, temos as famílias 
formadas por amigos e correlacionados, onde o afeto e solidariedade os uni. 
 Princípio da Dignidade Humana: é um princípio constitucional previsto no 
art. 1, inciso III da Constituição Federal, ele versa por proteger a dignidade 
dos integrantes da família e é essencial para a novas normas que tratam 
sobre os diferentes tipos de famílias. Esse mesmo princípio dá origem a 
outros princípios como o da solidariedade, igualdade entre cônjuges e 
melhor interesse da criança e do adolescente. 
 Princípio da Pluralidade: é o princípio que possibilita a consideração de 
todos os tipos de formação de família, abrangendo as mais diversificadas 
formas possíveis. 
Alguns tipos de família fogem um pouco do conceito tradicional formado por 
pai, mãe e filhos (família nuclear/matrimonial), existem as famílias formadas por casais 
do mesmo sexo (família homoafetiva), famílias formadas por apenas a mãe e seus 
filhos (monoparental), família sem a figura dos pais onde os irmãoscuidam um do 
outro (anaparental) e as famílias unipessoais que trata sobre pessoas que vivem 
sozinhas sendo elas pessoas solteiras, viúvas e separadas. 
 
2) Imagine a seguinte situação: uma menina de 15 anos, após engravidar, 
resolve se casar com o namorado de 17. Porém, o namorado faz uma proposta 
para que pudessem convidar uma terceira pessoa, na verdade uma amiga 
próxima do casal, para também compor a relação, formando assim um trisal. 
Essa terceira pessoa que possui 18 anos de idade, aceita o convite e, assim, 
passam a constituir um vínculo baseado naquilo que vem sendo denominado 
de "poliamor". Não bastasse tal situação, acreditam ser possível firmar um 
pacto antenupcial para casarem sob o regime da comunhão universal de bens. 
Diante disso pergunta-se: a questão acima colocada é admitida pelo 
Direito? Sendo positiva ou negativa sua resposta, justifique-a, demonstrando 
todos os fatores jurídicos que envolvem a questão, como idade núbil, 
autorização para casar, regime de bens e os princípios que regem o direito de 
família e o matrimônio. 
 
RESPOSTA: A questão apresentada não pode ser admitida pelo Direito pois a menina 
mesmo estando gravida não possui idade núbil para casar, assim como disposto no 
artigo 1520 do Código Civil, mesmo se houver a autorização dos responsáveis a 
mesma não pode celebrar o casamento pois ainda tem 16 anos que é a idade a qual 
a legislação do artigo 1517 do Código Civil permite o casamento com autorização dos 
responsáveis. 
Referente ao regime de bens do casamento, caso fosse possível celebrar o 
casamento, o regime seria obrigatoriamente de separação de bens de acordo com o 
artigo 1641, inciso III. 
 Ainda, mesmo que no caso prático há a incidência do princípio da pluralidade, 
onde a família pode ser formada de diversos integrantes, o casamento não pode ser 
celebrado com mais de duas pessoas, logo a terceira não poderia fazer parte dessa 
união. 
 
3) Zequinha após se divorciar, assume o seu relacionamento com a ex sogra, de 
modo a pedir a "sua mão" em casamento. 
Pergunta-se: no caso acima narrado, existe alguma circunstância de 
impedimento ou de suspensão do matrimônio? Se positiva a resposta, qual? 
Justifique sua resposta diferenciando o que são causas impeditivas e 
suspensivas de casamento, analisando cada uma das hipóteses. Explique 
ainda, qual o regime de bens que seria adotado nas hipóteses de condição 
suspensiva. 
 
RESPOSTA: Sim, existe circunstância de impedimento conforme artigo 1521, inciso 
II. As causas impeditivas são proibições que impedem a celebração do casamento, já 
a suspensiva é a limitação dos nubentes poderem escolher o regime de bens do 
casamento, são situações onde é obrigatório o regime de separação de bens para a 
celebração do casamento. 
 As causas de impedimento estão presentes no art. 1521, sendo elas: 
“I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou 
civil”. Não é possível a realização do casamento entre ascendentes com os 
descendentes, por exemplo, pai com filha, avô e neta. Ou seja, qualquer 
grau de parentesco em linha reta 
“II - os afins em linha reta”. É o tipo de parentesco que se estabelece entre 
um dos cônjuges os parentes do outro, por exemplo, sogra e genro, 
padrasto e enteada. 
“III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o 
foi do adotante”. Não é possível contrair matrimônio o adotante com 
adotado, pois há o entendimento que os filhos adotivos se equiparam aos 
naturais, tendo os mesmos direitos dentro do âmbito familiar. 
“IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro 
grau inclusive”. É impedido a celebração de casamento entre, por exemplo, 
irmãos, tios e sobrinhos. É a impossibilidade de contrair casamento com 
qualquer um que tenha parentesco de até o 3º grau. 
“V - o adotado com o filho do adotante”. O filho biológico do adotante não 
pode se casar com o filho adotado, pois ambos se equiparam como irmãos 
perante a lei. 
“VI - as pessoas casadas”. Pessoa casada sem passar pelo processo de 
divórcio não pode contrair casamento novamente, ou seja, uma pessoa que 
está casada não pode se casar novamente. 
“VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa 
de homicídio contra o seu consorte”. Não podem se casar aquele que foi 
condenado por homicídio doloso, sendo este o autor, tanto intelectual como 
material, com a viúva (o) do de cujus. 
 
Já as causas Suspensivas estão presentes no artigo 1523 do Código Civil. 
“I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não 
fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros”. O 
legislador impôs essa causa de suspensão para evitar confusões de 
patrimônios. 
“II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter 
sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da 
dissolução da sociedade conjugal”. A intenção do legislador foi evitar a 
confusão de paternidade, ou seja, é usado no caso de a mulher estar 
grávida e não souber de quem seria o filho. 
“III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a 
partilha dos bens do casal”. Da mesma forma que no inciso I, a 
preocupação é evitar a confusão de patrimônios. 
“IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, 
cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto 
não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas 
contas”. Esse impedimento justifica-se pelo fato de que o administrador 
dos bens, no intuito de se livrar da prestação de contas, viesse a contrair 
casamento com a pessoa que se acha em sua responsabilidade. 
 
 
4) Zulaide está noiva de Zózimo. Todavia, Zózimo descobre que tem uma doença 
grave, ficando sob iminente risco de vida. Diante disso, Zulaide e Zózimo, 
estando ele internado no hospital em estado grave e com pouco tempo de vida 
(segundo as expectativas), mas com discernimento para decidir, resolvem, de 
maneira urgente, antecipar seu casamento. Em qual tipo de casamento eles 
poderiam celebrar, tendo em vista a condição de Zózimo? Justifique sua 
resposta e faça a indicação dos dispositivos legais pertinentes ao caso. 
 
RESPOSTA: Zulaide e Zózimo diante deste caso devem celebrar o casamente sob 
regime de comunhão parcial de bens se não houver pacto antenupcial, a regra 
aplicada ao caso é o artigo 1640 e seu parágrafo único do Código Civil, que é a regra 
geral aplicada ao casamento nuncupativo. 
 
 
 5) Leia a notícia abaixo publicada no jornal cearense “O Povo”: 
Marido e mulher descobrem que são irmãos e decidem continuar 
relacionamento 
Mulher descobriu que era casada com o irmão durante programa de rádio, 
quando buscava pela mãe que não via há quase 40 anos. 
Marido e mulher descobriram que são irmãos por parte de mãe e 
decidiram continuar juntos. Os dois descobriram o parentesco após sete anos 
de casamento, durante o quadro Anjo dos Encontros, transmitido pela Rádio 
Globo. A mulher buscava encontrar a mãe, que não via há 40 anos. No 
reencontro, a revelação: sem saber, ela havia se casado com o próprio irmão. 
Após a revelação, o casal, de mãos dadas, declarou que só a morte pode separá-
los. "Tudo isso aconteceu por que Deus quis", afirma a esposa. Ela tem 39 anos 
e é vendedora de cosméticos em domicílio. Ele tem 37 e trabalha como 
caminhoneiro. Ambos nasceram na mesma cidade e foram abandonados ainda 
pequenos pela mãe. 
No caso da mulher, a mãe deixou o pai da menina quando ela tinha apenas 
um ano de idade. Já o filho descobriu aos oito anos de idade que a mãe também 
tinha ido embora de casa. "Sempre quis saber quem era ela, mas nunca deixei 
a peteca cair", conta o caminhoneiro. Enquanto ele crescia ao lado do pai e da 
madrasta, vendedora teve uma infância difícil com um pai alcoólatra e violento, 
foi espancada muitas vezes, até que, com 14 anos, fugiu de casa emudou de 
cidade para ser doméstica. Nunca mais procurou o pai e, anos depois, soube 
que ele foi assassinado em uma briga de bar. A vendedora desconfia que a mãe 
os abandonou por causa dos maus tratos do ex-marido. "Ele ficou um bom 
tempo preso, já bateu em mulheres na minha frente e até esfaqueou", relata ela, 
que denunciou o pai por maus tratos. 
Antes de completar 18 anos, ela conheceu um rapaz e engravidou, depois 
vieram mais dois filhos. Mesmo vivendo em família, a vendedora jamais desistiu 
de procurar aquela mulher que a colocou no mundo, e no Dia das Mães era difícil 
não se emocionar. O primeiro casamento dela durou 15 anos, no entanto, como 
o homem era alcoólatra, ela se separou e resolveu voltar pra cidade natal. Quem 
a ajudou com os três filhos pequenos foi o atual marido, os dois se apaixonaram 
e estão juntos desde então. 
Porém, quando tentaram se casar, o funcionário do cartório percebeu a 
semelhança nos sobrenomes e não autorizou o casamento no civil. A partir 
deste evento, começou a suspeita de que poderiam ser irmãos, já que ele 
também procurava pela mãe que o deixou ainda bebê. A dúvida terminou 
quando a mulher entrou em contato com a equipe do quadro Anjo dos 
Encontros, da Rádio Globo, e teve duas surpresas: descobrir que a mãe estava 
viva e que os dois eram realmente irmãos. 
Em um primeiro momento, o marido, que tem uma filha de seis anos com 
a esposa, ficou com medo da rejeição da companheira. "Tenho medo de chegar 
essa hora, se ela não me quiser mais. Gosto muito dela", emocionou-se o 
caminhoneiro. A mulher, porém, segue cheia de planos para o futuro ao lado 
dele: planeja conquistar a casa própria e se casar no papel. O casal afirma não 
guardar mágoas da mãe: "Não culpo ela", confirma a filha. Os dois já 
conversaram com a mãe outras vezes por telefone e aguardam a visita dela em 
breve. 
Explique detalhadamente os procedimentos de habilitação e celebração 
do casamento, bem como os tipos especiais de matrimônio, o tipo de casamento 
que é descrito acima e os seus efeitos jurídicos, inclusive em relação a prole 
comum do casal, de modo a demonstrar também as causas de nulidade, 
anulabilidade do ato de casar. 
 
RESPOSTA: O procedimento de habilitação para casar é descrito nos artigos 1525 
ao 1532, o procedimento para habilitação deve ser firmado por ambos os nubentes, é 
quando os noivos vão ao Cartório de Registro Civil verificar a capacidade matrimonial, 
ou seja, é verificado a inexistência de impedimentos para o casamento ser realizado. 
 Para realizar esse procedimento é necessário apresentar os documentos 
apresentados no art. 1525, que são: 
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado 
por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por 
procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos: 
I - certidão de nascimento ou documento equivalente; 
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal 
estiverem, ou ato judicial que a supra; 
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que 
atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de 
casar; 
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos 
contraentes e de seus pais, se forem conhecidos; 
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de 
nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do 
registro da sentença de divórcio. 
 
Ainda assim, os procedimentos citados acima podem ser realizados mediante 
procuração, inclusive no momento de celebração, por instrumento público, com 
poderes especiais. 
Depois de 15 dias, se não houver impugnação do Ministério Público, o oficial 
do Registro Civil promulga o certificado de habilitação de casamento, com validade de 
90 dias para a realização da celebração. Válido ressaltar que esgotados os 90 dias 
sem que tenha sido celebrado o casamento, exige-se nova habilitação para um 
eventual casamento. 
O oficial do registro fica condicionado a esclarecer aos noivos sobre os fatos 
que podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos 
regimes de bens existentes. Se houver impedimento ou causas suspensivas serão 
informadas em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato 
alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas. 
Os nubentes podem responder a oposição com prazo fixado pelo oficial do 
Registro Civil, e depois os autos são remetidos ao juiz de direito, que vai analisar a 
controvérsia. Da decisão cabe apelação. 
Cumpridas as formalidades solicitadas e verificada a inexistência de fatos que 
possam impedir o casamento, o oficial de registro extrairá o certificado de habilitação, 
possibilitando a realização do casamento junto as autoridades. 
Já a celebração é descrita nos artigos 1533 ao 1542 do Código Civil. A 
celebração só é possível ocorrer após os nubentes se mostrarem estar habilitados, 
ela é celebrada no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que 
houver de presidir o ato. 
Ela será feita em cartório e com a presença de pelo menos 2 testemunhas, 
parentes ou não, aumentando para 4 em caso de (i) cerimônia em prédio particular ou 
(ii) quando algum dos contraentes não souber ou não puder escrever. 
A cerimonia é feita com os noivos ou por procurador especial, juntamente com 
as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, será ouvida a afirmação 
de casamento dos noivos sobre a sua livre e espontânea vontade de se casar e depois 
declarará efetuado o casamento. 
Após firmado o casamento, será lavrado registro no livro de registros e 
assinado pelo presidente o ato, pelos cônjuges, as testemunhas, e o oficial do registro. 
Neste livro conterá: 
I - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, 
domicílio e residência atual dos cônjuges; 
II - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, 
domicílio e residência atual dos pais; 
III - o prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da 
dissolução do casamento anterior; 
IV - a data da publicação dos proclamas e da celebração do 
casamento; 
V - a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro; 
VI - o prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual 
das testemunhas; 
VII - o regime do casamento, com a declaração da data e do 
cartório em cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial, quando 
o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente 
estabelecido. 
 
Ainda, o casamento pode ser suspenso se algum dos noivos recusar a solene 
afirmação da sua vontade, declarar que esta não é livre e espontânea ou manifestar 
arrependimento. Se um dos noivos realizar algum desses atos, não será permitido se 
retratar no mesmo dia. 
 O casamento em caso de moléstia grave será celebrado no local em que o 
nubente adoentado se encontrar e, se urgente, a qualquer hora do dia ou da noite, 
sempre perante duas testemunhas que saibam ler e escrever. É o que dispõe o art. 
1.539 do CC. 
 Se algum dos noivos estiver em iminente risco de vida, e não ter presença de 
autoridade para celebrar o casamento, o mesmo pode ser celebrado na presença de 
seis testemunhas, a qual os noivos não tenham parentesco em linha reta, ou, na 
colateral, até segundo grau. 
 Após realizado o casamento as testemunhas devem comparecer perante a 
autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, solicitando declaração que 
foram solicitadas pelo enfermo, que o mesmo estava em perigo de vida, porém, lúcido, 
e que os contraentes, por livre e espontânea vontade, recebem-se por casados. 
 Não obstante, existem tipos especiais de matrimonio, sendo eles: 
 Casamento por procuração: onde o casamento pode ser concretizado 
mesmo um dos noivos estando distante e sem a possibilidade de 
comparecer, nesse caso a procuração deve ser feita por instrumento 
público, conter os poderes específicos do art. 661 doCódigo Civil, e a 
procuração tem validade de 90 dias a partir da outorga. 
 Casamento nuncupativo: nesse caso um dos noivos está em eminente 
risco de vida, restando-lhe pouco tempo de vida, contudo, as formalidades 
impostas nos art. 1533 e seguintes do CC são dispensadas, junto com os 
requisitos da habilitação a presença de um juiz de paz, o edital de 
proclamas, etc. A celebração dessa modalidade de casamento é feita na 
presença das 6 testemunhas com as quais não guardem relação de 
parentesco e os próprios noivos declaram de livre e espontânea vontade o 
desejo de contrair matrimonio. A matéria é tratada nos artigos 1540 e 1541 
do Código Civil. 
 Casamento em decorrência de moléstia grave: Aqui um dos noivos é 
incapacidade de se dirigir até o cartório ou de se locomover, trata-se de uma 
situação que dispensa o processo de habilitação para o casamento, então 
para a concretização do casamento, é necessário apenas a presença de 2 
testemunhas que saibam ler e escrever e do juiz de paz, a matéria é tratada 
no art. 1539 do Código Civil. 
 Casamento consular: é o casamento celebrado fora do país, ele deve ser 
celebrado conforme a lei do país onde ocorreu a celebração e deve ser 
emitido certidão, a qual só produzirá efeitos no Brasil após devida 
autenticação pelo cônsul brasileiro que se encontrar no local da celebração. 
Regra disposta no artigo 1544 do Código Civil. 
 Casamento Putativo: é o casamento celebrado de forma indevida, porém 
de boa-fé, isto é, um casamento o qual se imaginava ser válido e verdadeiro 
e, no entanto, verificou-se posteriormente vício que possibilita anulação. 
Nestes casos, considerando a boa-fé dos noivos, o matrimônio nulo ou 
anulável produz efeitos civil válidos em proveito dos cônjuges e seus 
herdeiros. Convém ressaltar que podem estar de boa-fé ambos os cônjuges 
ou apenas um deles. A lei civil só protegerá aquele que estiver de boa-fé. 
 
No caso apresentado sobre os irmãos que se casaram sem saber que eram 
irmãos a modalidade de casamento cabível ao caso é o casamento putativo, onde 
mesmo não sendo possível ocorrer pela legislação, os cônjuges de boa-fé acreditam 
que o matrimonio formado é válido, afinal, quando houve a união ambos não sabiam 
que eram irmãos, contudo, os cônjuges de boa-fé possuem a validade do casamento, 
e os filhos fruto dessa união mantém os seus direitos sucessórios em face de seus 
genitores. 
O casamento nulo está disposto no artigo 1548 do Código Civil, nele diz que 
para o casamento ser nulo deve um dos cônjuges (ou os dois) violar uma das causas 
de impedimento descritas no artigo 1.521 do mencionado código. 
Já para o casamento ser anulável deve ocorrer algumas das situações 
previstas no artigo 1550 do Código Civil, que diz: 
 
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I - de quem não completou a idade mínima para casar; 
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu 
representante legal; 
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; 
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, 
o consentimento; 
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente 
soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo 
coabitação entre os cônjuges; 
VI - por incompetência da autoridade celebrante.

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