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ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO DE PESQUISA Jo Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) Araguaína ago. 2017 APRESENTAÇÃO Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) Trata-se de material destinado a orientar os interessados no processo de elaboração de projetos de pesquisa, especialmente os elaborados em conformidade com as normas empregadas no âmbito do Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos (UNITPAC), entidade mantida pelo Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos S/A (ITPAC). Em razão de sua finalidade, a apresentação deste material obedece, tanto quanto possível, à formatação utilizada no UNITPAC, a qual é fundamentalmente alicerçada nas Normas Brasileiras Registradas (NBR) publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Contudo, algumas variações de menor monta nele existem, em respeito ao ambiente e à economia, contudo, sem descurar-se de sua função eminentemente didático-pedagógica, tais como apresentação de versão “compactada”, dispensando-se elementos obrigatórios para trabalhos acadêmicos, como Resumo e Sumário, não numeração de suas seções e início em folha compartilhada daquelas que seriam primárias (1, 2, 3 etc.). Mesmo com tais características, este Roteiro fornece aos leitores todas as informações essenciais à elaboração de projetos de pesquisa, cabendo ressaltar que é material ainda em aperfeiçoamento, tendo sofrido atualizações neste ano. Esperamos que possa ajudar aos colegas em sua tarefa. Fraternal abraço e desejo de sucesso. Sempre! Araguaína, 11 de agosto de 2017 J. F. Mendanha e M. B. Andrés PESQUISA COMO ATIVIDADE Pesquisar é uma “[...] atividade voltada para a solução de problemas. Seu objetivo consiste em descobrir respostas para perguntas, através do emprego de processos científicos.” (CERVO; BERVIAN, 1976, p. 65). É, pois, um conjunto de atividades planejadas e orientadas para a busca de um determinado conhecimento a partir da utilização de métodos, procedimentos e técnicas marcados pelo rigor científico para sua credibilidade. Não é por outra razão que Goldemberg (2010, p. 106) ressalta que: indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida. A pesquisa acadêmico-científica diverge das acepções vulgares, com se dá no caso de entender com tal simples aprofundamentos de estudo e/ou levantamentos pouco rigorosos (GUSTIN; DIAS, 2002, p. 21-22), justamente por utilizar métodos, procedimentos e técnicas rigorosamente planejados para a intervenção/observação/compreensão da realidade empírica e/ou teórica, bem como pela forma de divulgar o conhecimento que se produz a partir dela. Conclui-se, portanto, com Minayo (1993, p. 23), que a pesquisa é “Atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente.”. Pesquisa é a construção de conhecimento original de acordo com certas exigências científicas. Para que seu estudo seja considerado científico você deve obedecer aos critérios de coerência, consistência, originalidade e objetivação. É desejável que uma pesquisa científica preencha os seguintes requisitos: a) a existência de uma pergunta que se deseja responder; b) a elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta; c) a Daí a necessidade de o pesquisador planejá-la, a fim de que suas ideias orientadoras, concebidas a priori, sejam devidamente organizadas, criticadas e ajustadas a ponto de permitirem produção de conhecimento cientificamente válido. Ao se desenvolver um projeto de pesquisa, deve-se levar em consideração a relevância científica, acadêmica e social dos conhecimentos que serão produzidos a partir de sua execução. Um projeto de pesquisa deve seguir as normas institucionais para sua formatação/apresentação. Não as havendo ou existindo lacuna a preencher, deve- Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) Existem várias formas de classificar as pesquisas. As formas clássicas de classificação serão apresentadas a seguir, e a escolha do “nosso” tipo de pesquisa se dará a partir da determinação e contextualização primeiras de nossa inquietação. DO PONTO DE VISTA DA SUA NATUREZA a) Pesquisa Básica – objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais. b) Pesquisa Aplicada – objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. DO PONTO DE VISTA DA FORMA DE ABORDAGEM DO OBJETO PESQUISADO a) Pesquisa Quantitativa – considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão etc.). b) Pesquisa Qualitativa – considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que os números não poderiam traduzir com a fidelidade necessária a compreensão da realidade. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento- chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus se utilizar a NBR 15287:2011, norma técnica específica produzida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). CLASSIFICAÇÕES DAS PESQUISAS Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem. DO PONTO DE VISTA DE SEUS OBJETIVOS (GIL, 2008) a) Pesquisa Exploratória – visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve: levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão etc.. Em geral, assume as formas procedimentais de Pesquisa Bibliográfica e Estudo de Caso. b) Pesquisa Descritiva – visa descrever as características de determinada população/fenômeno, ou ainda, (o estabelecimento de) relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário, entrevistas e observação sistemática. Assume, em geral, a forma procedimental de Levantamento. c) Pesquisa Explicativa – visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o “porquê” das coisas. Quando realizada nas ciências naturais, requer o uso de experimentação, e, nas ciências sociais, o uso de observação. Assume, em geral, as formas procedimentais de Pesquisa Experimental e Pesquisa Ex-post-facto. DO PONTO DE VISTA DOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS (GIL, 2008) a) Pesquisa Bibliográfica – quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet. b) Pesquisa Documental – quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamentoanalítico; cuida-se de fontes documentais sobre as quais ainda não houve trabalho publicado sob a perspectiva da pesquisa. c) Pesquisa Experimental – quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. d) Levantamento – quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. e) Estudo de caso – quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento. f) Pesquisa Ex-post-facto – quando o “experimento” se realiza depois de ocorridos os fatos. g) Pesquisa-Ação – quando concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. h) Pesquisa Participante – quando se desenvolve a partir da interação direta entre pesquisadores e membros das situações investigadas. PLANEJAMENTO DA PESQUISA Definida a linha de pesquisa que se deseja realizar, parte-se para o seu planejamento detalhado. Contudo, importa ressaltar que este dependerá basicamente de três fases: a) fase decisória – referente à escolha do tema, à definição e à delimitação do problema de pesquisa; trata-se de fase que se entrelaça a decisão quanto a linha de pesquisa, ou seja, primeiro é preciso efetivamente saber com precisão “o que” se deseja pesquisar; b) fase construtiva – referente à construção de um plano de pesquisa e à execução da pesquisa propriamente dita; c) fase redacional – referente à análise dos dados e informações obtidas na fase construtiva. É a organização das ideias de forma sistematizada visando à elaboração do relatório final. A apresentação do relatório de pesquisa deverá obedecer às formalidades requeridas pela Academia, havendo inclusive Norma Técnica produzida ABNT, a NBR 10719:2011. Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) ETAPAS DA PESQUISA ESCOLHA DO TEMA Nesta etapa o pesquisador deverá responder à pergunta: “O que pretendo precisamente pesquisar?”. O tema é um aspecto ou uma área específica de interesse de um assunto que se deseja por a prova ou desenvolver. A definição do tema pode surgir com base na sua observação do cotidiano, na vida profissional, em programas de pesquisa, em contato e relacionamento com especialistas, no feedback de pesquisas já realizadas e em estudo da literatura especializada (BARROS; LEHFELD, 1999). A escolha do tema implica delimitar o assunto o mais precisamente possível, estabelecendo limites ou restrições para o desenvolvimento da pesquisa pretendida. Ressalte-se que é importante atentar para fatores que devem ser levados em consideração quando da escolha de um tema para o trabalho de pesquisa, a fim de que seu planejamento e sua execução tragam os resultados esperados. Abaixo estão relacionadas algumas questões que devem ser levadas em consideração nesta escolha. Fatores internos São fatores vinculados ao pesquisador enquanto sujeito que pesquisa. Dentre outros, são eles: a) alto grau de interesse pessoal em relação a um tema – A escolha do tema b) disponibilidade de tempo para a realização do trabalho de pesquisa – A disponibilidade de tempo é fundamental para desenvolver o tema selecionado que esta intimamente vinculada a todas as atividades que devem ser desenvolvida para executar o trabalho de pesquisa e compara-lo ao tempo que temos para cumprir as outras atividades de nosso cotidiano, não relacionado à pesquisa; está vinculada ao interesse pelo assunto a ser tratado. Trabalhar um assunto que não desperte entusiasmo tornará a pesquisa num exercício de tortura e sofrimento intelectuais; Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) c) capacidades do pesquisador em relação ao tema pretendido – O pesquisador precisa ter autocrítica sobre sua capacidade técnica e teórica, ou seja, conhecer sua limitação de conhecimentos para não entrar em área que seja fora de seu domínio. Se minha área é a de ciências sócias aplicadas, devo me ater aos temas relacionados a esta área. Fatores externos São fatores vinculados a pesquisa em si, envolvendo aspectos relacionados ao tema escolhido, a recursos materiais e temporais para sua realização. Dentre outros, são eles: a) relevância do tema escolhido, sua novidade, sua oportunidade e seus valores acadêmicos e sociais – O pesquisador, ao escolher o tema, deve ter cuidado para que a pesquisa tenha sempre relevância e importância para a academia científica e para a sociedade em geral; b) cronograma de execução e conclusão do trabalho, ou seja, tempo determinado para concluir o trabalho – O tempo determinado para execução do trabalho tem que ser priorizado em função do prazo já estipulado para entrega do relatório final da pesquisa, não deve enveredar por assuntos que não permitirão cumprir este prazo. O tema escolhido deve ser compatível com o do tempo disponibilizado no cronograma para a conclusão do trabalho; c) fontes de dados necessários para desenvolver a pesquisa e sua possibilidade de acesso e utilização – Outro ponto a ser observado pelo pesquisador na escolha do tema é a disponibilidade de material para consulta. Muitas vezes o tema escolhido é pouco trabalhado por outros autores e não existem fontes secundárias para consulta. A falta dessas fontes obriga ao pesquisador buscar fontes primárias, implicando tempo maior para a realização do trabalho. Isso não chega a ser problema impeditivo a realização da pesquisa, mas deve ser levado em consideração para o não comprometimento do cronograma da pesquisa. Definidos esses pontos, o pesquisador irá levantar e analisar a literatura já publicada sobre o tema. Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) FORMATAÇÃO BÁSICA DO PROJETO PAPEL – formato A4 (210 x 297 mm). a) entre títulos de itens e subitens e texto deve ser de 2 (dois) espaços de 1,5; b) entrelinhas de 1,5, incluindo citações diretas curtas (até três linhas); c) as citações diretas longas (com mais de três linhas), notas de rodapé, TÍTULOS: c) os títulos são separados de texto que os antecedem ou sucedem por 2 (dois) espaços 1,5; d) quando o título ultrapassar uma linha terá a sua segunda alinhada abaixo do início da primeira, deixando-se o indicativo numérico isolado. referências, resumos e nota de apresentação da folha de rosto devem ser digitados em espaço simples, e devem ser separados de texto que lhes precede ou sucede (incluindo títulos) por 2 (dois) espaços de 1,5; d) entre referências da lista própria (elemento pós-textual), devem ser dados 2 (dois) espaços simples ou 1 (um) espaço duplo (atendendo ao Manual da FAHESA/ITPAC disponibilizado pela sua Biblioteca. b) os títulos de elementos pré-textuais e pós-textuais são centralizados ao alto e não recebem indicativo numérico; a) os títulos de elementos textuais são alinhados a esquerda e recebem indicativo numérico separado de seu conteúdo por apenas um espaço de caractere; Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) FONTE – 12 para títulos e texto em geral, e 10 para citações diretas longas, notas de rodapé e nota de apresentação da folha de rosto, paginação, legendas e fonte das ilustrações. Recomenda-seletra Arial. MARGENS (das páginas) – em todo o trabalho, margem superior e esquerda, 3 (três) cm; inferior e direita, 2 (dois) cm. ESPAÇAMENTO DE ENTRELINHAS: ALINHAMENTO: a) todos os componentes dos elementos textuais que integram o trabalho devem ser justificados; b) as referências da lista deverão ser alinhadas a esquerda; c) as citações longas deverão ser feitas em bloco (sem recuo de parágrafo na primeira linha), a partir de 4 (quatro) cm da margem esquerda; d) a nota de apresentação da folha de rosto deve ser alinhada a partir do centro ATENÇÃO! Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) da página, e deve ser escrita em bloco. PARÁGRAFOS – os parágrafos se iniciarão com recuo de 1,25 cm da margem esquerda e serão escritos sem espaçamento especial entre eles. PAGINAÇÃO – a paginação impressa de qualquer trabalho acadêmico se inicia a partir da primeira página do texto (Introdução) e se dá no canto direito superior, com algarismos arábicos, prosseguindo até a última página de elementos pós-textuais (Referências, Glossário, Anexo etc.); a contagem das páginas se inicia na folha de rosto, utilizado algarismos arábicos. CITAÇÕES – as citações devem se dar conforme disposto no Guia para apresentação de trabalhos acadêmicos e TCC do UNITPAC, e, quando não houver informação suficiente, segundo a ABNT NBR 10520:2002. Maiores detalhes sobre a apresentação de trabalhos acadêmicos (formatação) no âmbito do UNITPAC devem ser obtidos no Guia para apresentação de trabalhos acadêmicos e TCC (institucional), disponibilizado no Portal do UNITPAC, aba da Biblioteca. ESTRUTURA DO PROJETO O Projeto de Pesquisa, como todo trabalho acadêmico, tem sua estrutura dividida em duas partes fundamentais (NBR 15287:2011): a) Parte externa – Capa (opcional) e Lombada (opcional); b) Parte interna – Elementos Pré-textuais (EPT), Textuais (ET) e Pós-textuais (EPosT): Folha de rosto (EPT obrigatório); Lista de ilustrações (EPT opcional); Lista de tabelas (EPT opcional); Lista de abreviaturas e siglas (EPT opcional); Lista de símbolos (EPT opcional); e Sumário (EPT obrigatório); 1 Introdução (ET obrigatório) – deve apresentar a definição do problema, os objetivos (geral e específicos), a justificativa, a delimitação, as hipóteses (se for o caso) e a definição de termos (conceitos operacionais), na forma de subitens; 2 Revisão de Literatura e Marco Teórico (ET obrigatório); 3 Metodologia (ET obrigatório) – deve trazer, também na forma de subitens, o tipo de pesquisa e o método, a população e amostra, os instrumentos e técnicas, os procedimentos, a forma de análise e tratamento de dados, os cuidados éticos. 4 Cronograma (ET obrigatório); 5 Orçamento e Recursos (ET obrigatório); Referências (EPosT obrigatório); Glossário (EPosT opcional); Apêndices (EPosT opcional); Anexos (EPosT opcional); Índices (EPosT opcional). A apresentação destes elementos seguirá a formatação básica já apresentada, tomando-se a forma de itens para os elementos textuais e pós-textuais utilizados (seções primárias, v.g. 1 Introdução, 2 Revisão de Literatura e Marco Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) Teórico, 3 Metodologia etc.), e subitens para os seus desdobramentos (seções secundárias, v. g., 1.1 Definição do Problema, 1.2 Objetivos, 1.3 Justificativa etc.). CONSIDERAÇÕES SOBRE ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS DO PROJETO CAPA Proteção externa do trabalho. Reúne pré-informações sobre o projeto de pesquisa. Deve conter o nome da Instituição proponente da pesquisa, Tema da Pesquisa, nome e titulação do pesquisador, local e data de aplicação. LISTAS Contêm a distribuição organizada das ilustrações, abreviaturas, siglas, gráficos, símbolos, tabelas e notas devendo ser relacionadas na mesma ordem em que são citadas no texto. SUMÁRIO É a enumeração das principais divisões do projeto com a indicação da página inicial correspondente. Não devem constar no sumário as partes que o antecedem. CONSIDERAÇÕES SOBRE ELEMENTOS TEXTUAIS DO PROJETO O Texto deverá ser organizado em partes bem definidas, seguindo a 1 INTRODUÇÃO 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) sequência básica indicada abaixo, relembrando-se que as partes deverão ser enumeradas somente a partir da Introdução, em números arábicos, como é demonstrado adiante. Vale lembrar ainda que os elementos apontados são fundamentais ao delineamento do projeto de pesquisa, bem como à sua compreensão. Eis a sequência requerida: 1.3 HIPÓTESE (se for o caso) 1.4 OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS 1.5 JUSTIFICATIVA 2 REVISÃO DE LITERATURA E MARCO TEÓRICO 3 METODOLOGIA 3.1 TIPO DE PESQUISA E MÉTODO 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA 3.3 INSTRUMENTOS 3.4 PROCEDIMENTOS 3.5 ANÁLISE E TRATAMENTO DE DADOS 3.6 CUIDADOS ÉTICOS 4 CRONOGRAMA 5 ORÇAMENTO REFERÊNCIAS GLOSSÁRIO APÊNDICES ANEXOS ÍNDICES Vejamos então algumas colocações importantes sobre cada um desses elementos, seguindo a ordem em que se apresentam. 1 INTRODUÇÃO A Introdução do projeto deve fornecer uma visão geral da pesquisa a ser realizada, apresentando o que se pretende investigar, enfatizando os objetivos e a relevância do trabalho a ser realizado para a área de conhecimento vinculada. Deve ser escrita numa linguagem simples e concisa, buscando-se responder às questões: quem, o que, por que, quando, onde e como. Por escolha institucional, a apresentação destas informações se dará através de itens. 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA Os trabalhos de cunho científico são, por sua natureza, pouco abrangentes e muito profundos. Desta forma, visam tratar profundamente de apenas uma questão Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) determinada, tão específica quanto possível. Assim é em razão de pretender-se conferir tratamento exaustivo a questão eleita para orientar a pesquisa/estudo. Então, no que tange a delimitação do tema apenas delineado na identificação que dele fazemos em meio a situação-problema prática ou teórica, trata-se de fazê- lo da forma mais clara, precisa e objetiva possível, apontando eficientemente seus núcleos (categorias/conceitos/variáveis) e os aspectos/perspectivas específicos que serão pesquisados, bem como a abrangência temporal e espacial (recortes) a que eles se referem. Ao delimitar o tema nestes moldes passamos a conhecer o universo de análise sobre o qual nos debruçaremos em sua totalidade ou por meio de amostragem eficiente. Concluindo, a delimitação do tema indica a limitação da abrangência do estudo, ou seja, consiste em estabelecer os limites conceituais do tema. Enquanto princípio de logicidade é importante salientar que, quanto maior a extensão conceitual, menor a compreensão conceitual. Para que fique clara e precisa a extensão conceitual do assunto, é importante situá-lo em sua respectiva área de conhecimento, possibilitando, assim, que se visualize a especificidade do objeto no contexto de sua área temática. 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA Nesta etapa o pesquisador irá refletir sobre o problema que pretende resolver na pesquisa, se é realmente um problema e se vale a pena tentar encontrar uma solução para ele. A pesquisa científica depende da formulação adequada do problema, isto porque objetiva encontrar sua solução ou contribuir para isto, por exemplo, afastando uma hipótese. O problema é a mola propulsorade todo o trabalho de pesquisa. Depois de definido o tema, levanta-se uma questão que pode ser respondida através de uma hipótese, que será confirmada ou negada através do trabalho de pesquisa. Ressaltamos: muito dificilmente conseguir-se-á delimitar um tema da forma aqui exposta sem que se tenha conhecimento prévio bastante razoável da área específica de conhecimento em que ele se encontra. É preciso que leituras prévias sejam realizadas, sem o que, a delimitação do tema se torna extremamente difícil e duvidosa em relação a sua eficiência e qualidade/utilidade científicas. Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) Não é obrigatória a formulação de hipóteses em todos os casos, contudo, é sempre interessante que se tente fazê-lo, porque as hipóteses ou suposições ajudam a orientar a pesquisa quando devidamente formuladas. O Problema é criado pelo próprio pesquisador e obviamente, sempre estará estreitamente relacionado ao tema escolhido. O pesquisador, no caso, criará um questionamento para definir a abrangência de sua pesquisa. Não há regras para se criar um Problema, mas alguns autores sugerem que ele seja expresso em forma de pergunta. 1.3 HIPÓTESE(S) Hipóteses são suposições postas como respostas acolhida e provisória para o problema de pesquisa. As hipóteses são provisórias porque poderão ser confirmadas ou refutadas com o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo problema pode ter muitas hipóteses, que são soluções possíveis para a sua resolução. A(s) hipótese(s), quando formulada(s), irá(ão) orientar o planejamento dos procedimentos metodológicos necessários à execução da pesquisa. O processo de pesquisa estará voltado para a procura de evidências que comprovem, sustentem ou refutem a afirmativa feita na hipótese. A hipótese define até aonde o pesquisador quer chegar e, por isso, será a diretriz de todo o processo de investigação. A hipótese é sempre uma afirmação, uma resposta possível ao problema proposto. As hipóteses podem estar explícitas ou implícitas na pesquisa. Quando analisados os instrumentos adotados para a coleta de dados, é possível reconhecer as hipóteses subjacentes (implícitas) que conduziram a pesquisa (GIL, 2010, p. 41). Ressalte-se que não há, propriamente, regras para a criação de hipóteses ou suposições, que devem nascer da criatividade do pesquisador, sendo espontâneas. Contudo, devem sempre ser compatíveis com o desenvolvimento científico existente, buscar apoio teórico e se estruturar como uma resposta ao problema, expondo a relação geral entre as categorias/conceitos/variáveis que cada um contém (na delimitação do tema, aparecem como seus núcleos). Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) Quanto a classificação das hipóteses, pode-se partir da seguinte reflexão: como o é uma dificuldade sentida, compreendida e definida, acaba por implicar uma resposta “provável, suposta e provisória”, que é a hipótese. Para Lakatos e Marconi (2010) a principal resposta é denominada de hipótese básica. A hipótese básica é a afirmação escolhida pelo pesquisador como a principal resposta ao problema proposto, e pode adquirir diferentes formas, tais como: a) afirmação de que, em dada situação, haverá presença ou ausência de certos fenômenos; b) referir-se a natureza ou características de dados fenômenos, em uma situação específica; c) apontar a existência ou não de determinadas relações entre fenômenos; d) prever variação concomitante, direta ou inversa, entre fenômenos. Já as chamadas hipóteses secundárias, são afirmações complementares a hipótese básica, e podem: a) abarcar em detalhes o que a hipótese básica afirma em geral; b) englobar aspectos não-especificados na hipótese básica; c) indicar relações deduzidas da primeira; d) decompor em pormenores a afirmação geral; e) apontar outras relações possíveis de serem encontradas. Como já dito anteriormente, não há regras rígidas para que se dê a formulação de hipóteses, sendo este processo de natureza criativa, contudo, realizado com base em conhecimento na área. Segundo Gil (1991) ao analisar a literatura disponível referente à metodologia científica, verifica-se que são aceitas formulações de hipóteses usando as seguintes fontes: a) observação; b) resultados de outras pesquisas; c) teorias; d) intuição. 1.4 OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS Nesta etapa o pesquisador pensará a respeito de sua intenção ao propor a pesquisa. Deverá sintetizar o que pretende alcançar com a pesquisa. Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) Os objetivos devem estar coerentes com tema, o problema e a justificativa proposta na pesquisa. O objetivo geral será a síntese do que se pretende alcançar. Os objetivos específicos explicitarão os detalhes e serão um desdobramento do objetivo geral. Os objetivos informados servirão para determinar o que se alcançará com a pesquisa, isto é, definirão qual sua contribuição para a Ciência. Os objetivos devem principiar com um verbo no infinitivo e este verbo deve indicar uma ação passível de mensuração. Como exemplos de verbos usados na formulação dos objetivos, podem-se citar para: a) determinar estágio cognitivo de conhecimento: os verbos apontar, arrolar, definir, enunciar, inscrever, registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear; b) determinar estágio cognitivo de compreensão: os verbos descrever, discutir, esclarecer, examinar, explicar, expressar, identificar, localizar, traduzir e transcrever; c) determinar estágio cognitivo de aplicação: os verbos aplicar, demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar, inventariar, manipular, praticar, traçar e usar; d) determinar estágio cognitivo de análise: os verbos analisar, classificar, comparar, constatar, criticar, debater, diferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar e experimentar; e) determinar estágio cognitivo de síntese: os verbos articular, compor, constituir, coordenar, reunir, organizar e esquematizar; f) determinar estágio cognitivo de avaliação: os verbos apreciar, avaliar, eliminar, escolher, estimar, julgar, preferir, selecionar, validar e valorizar. Quando existem hipóteses ou suposições formuladas, os objetivos se encontram também ligados a sua comprovação ou rejeição. E, por se configurarem como pretensões de produção de conhecimento ligadas ao raciocínio que orienta a pesquisa como um todo (objetivos intrínsecos ao seu processo de realização), não se confundem com o que se pretende a partir da aplicação da pesquisa (objetivos extrínsecos, referidos a aplicação do que foi realizado, do resultado da pesquisa). Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) 1.5 JUSTIFICATIVA Nesta etapa o pesquisador irá refletir sobre “o porquê” da realização da pesquisa procurando identificar as razões da preferência pelo tema escolhido e sua importância em relação a outros temas. O pesquisador deve se perguntar: o tema é relevante, e, se é, por quê? Quais os pontos positivos que o pesquisador percebe na abordagem proposta? Que vantagens e benefícios o pesquisador pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar? A justificativa deverá convencer quem for ler o projeto, de que há importância e relevância na pesquisa proposta. 2 REVISÃO DE LITERATURA E MARCO TEÓRICO Na fase de revisão de literatura, o pesquisador deverá responder às seguintes questões: quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto, que aspectos já foram abordados, quais as lacunas existentes na literatura. Pode objetivar determinar o “estado da arte”, ser uma revisão teórica, ser uma revisão empíricaou ainda ser uma revisão histórica. A revisão de literatura é fundamental, porque fornecerá elementos para o pesquisador evitar a duplicação de pesquisas sobre o mesmo enfoque do tema. O Levantamento de Literatura é a localização e obtenção de documentos para avaliar a disponibilidade de material que subsidiará o tema do trabalho de pesquisa. Este levantamento é realizado junto às bibliotecas ou serviços de informações existentes. E, pode-se afirmar: quanto mais bem feito for, mais bem desenvolvidos serão o Projeto de Pesquisa e o próprio TCC, especialmente se forem realizados os devidos fichamentos quando da leitura das fontes. Quanto ao Marco Teórico, é importante frisar que o pesquisador deve apontar a perspectiva teórica pela qual se delimita e problematiza o tema, bem como se elaboram hipóteses ou suposições e se traçam objetivos. É o momento de se apontar a teoria e os conceitos que fundamentam todo o discurso lógico-científico que informa o projeto. É a fixação do referencial teórico nestes termos que permitirá a você interpretar coerentemente os dados /conhecidos ao longo da pesquisa. Algumas sugestões quanto aos procedimentos de levantamento de literatura especializada podem ser apontadas: Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) a) determine com antecedência os locais de coleta de material, tais como bibliotecas, agências governamentais ou particulares, instituições, indivíduos ou acervos que deverão ser procurados; b) esteja preparado para copiar documentos, seja através de reprografia, fotografias ou qualquer outro meio; c) recolha e armazene organizadamente o material, de modo a facilitar sua consulta e fichamento posterior; d) o levantamento de literatura, em regra, inicialmente se dá a partir de um nível geral, relacionando-se todas as fontes que tratam do assunto em que se situa o tema, para, em seguida, ocorrer em um nível mais específico, envolvendo tão somente as fontes que tratam especificamente do tema pesquisado. 3 METODOLOGIA A metodologia consiste, precisamente, em realizar o estudo do método, termo que, segundo Bittar (2009, p. 10-11) vem do grego méthodos, significando “caminho” ou “via” para se alcançar um fim. Desta forma, percebe-se que sua função é instrumental, ligando um polo de origem e ponto de partida (ignorância) a outro polo ou ponto de chegada (conhecimento), razão pela qual “[...] O método se confunde com o processo por meio do qual se realiza a pesquisa científica.”. A Ciência se caracteriza pela utilização de métodos rigorosos, não existindo ciência sem o emprego ou a utilização de um método qualificado como científico em razão de seu rigor e segurança. Segundo Lakatos e Marconi (2010, p. 65): É um conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. Método científico refere-se, portanto, a um conjunto de instrumentos e procedimentos utilizados pela Ciência, no qual, a sondagem da realidade por um instrumento de coleta de dados e informações media a resolução dos problemas Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) formulados, sendo que as hipóteses são examinadas e os procedimentos tentam resolver as inquietações levantadas. Método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se devem empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa. Os métodos que fornecem as bases lógicas à investigação são: dedutivo, indutivo, dialético e fenomenológico (GIL, 2008, p. 9). A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista etc), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizará no trabalho de pesquisa. Iniciando a análise deste item, comecemos pela apresentação sintética das bases lógicas em que se fundam os métodos fundamentais de pesquisa. 3.1 TIPO DE PESQUISA E MÉTODO Infere-se de tudo quanto foi dito até aqui que o pesquisador deve ter claramente definido o tipo de pesquisa que empreenderá, vez que, se esta é a atividade que se volta para a solução de problemas ou pontos de partida para o início da pesquisa, os métodos são o instrumento, o caminho a percorrer para se encontrar a solução cabível. Então, neste momento, remetemos o leitor a consulta dos tipos de pesquisa, matéria já tratada anteriormente, e, em seguida, passamos a apresentar algumas informações importantes sobre os métodos de pesquisa fundamentais, esclarecendo desde já que existem vários outros métodos que são referidos na literatura científica, mas que acabam por derivar destes quatro tipos fundamentais, quais sejam: Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) a) Método Dedutivo; b) Método Indutivo; c) Método Dialético; d) Método Fenomenológico; e) Método Hipotético-Dedutivo. Método proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz que pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega a uma conclusão. Usa o silogismo, construção lógica para, a partir de duas premissas, retirar uma terceira logicamente decorrente das duas primeiras, denominada de conclusão (GIL, 2008, p. 9). Veja-se um clássico exemplo de raciocínio dedutivo: : Todo homem é mortal. ...........................................(premissa maior) Pedro é homem. .....................................................(premissa menor) Logo, Pedro é mortal. .............................................(conclusão) Já o Método Indutivo estriba-se na indução, que é um processo de articulação mental por intermédio do qual, para a produção de conhecimento se parte do particular para o geral (universal). Método proposto pelos empiristas, Bacon, Hobbes, Locke e Hume. Considera que o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta princípios preestabelecidos. No raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. As constatações particulares levam à elaboração de generalizações (GIL, 2008, p. 10). Veja-se exemplo clássico de raciocínio indutivo: Para o Método Dialético pode-se buscar sua compreensão em razão de um breve curso semântico do vocábulo “dialética” que, como lecionam Mezzaroba e Monteiro (2009, p. 71-73) vem do grego dialektikê tékhnê (arte dialética), que significava para os filósofos gregos antigos a arte de argumentar e contra- argumentar sobre questões que não podem ser demonstradas pelo raciocínio Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) Sobre o Método Dedutivo, pode-se dizer que a dedução é um processo mental que parte do geral (universal) para o particular, ou seja, do todo para a parte, das generalizações para a síntese. Antônio é mortal. João é mortal. Paulo é mortal. Carlos é mortal. Ora, Antônio, João, Paulo e Carlos são homens. Logo, homens são mortais. analítico. Era vista como uma capacidade humana. Contudo, outro sentido se encontra inscrito nos clássicos, que é o de uma operação mental destinada a promover a distinção/classificaçãodas coisas através do confronto de certas características com suas contradições, o que daria maior segurança as análises. Com Hegel o vocábulo passou a significar que o objeto tratado era confrontado com seu próprio contraditório, resultando em “outro” a partir de si mesmo (TESE x ANTITESE x SÍNTESE), em um movimento contínuo onde a síntese passaria a ser uma nova tese. Com Marx e Engels a dialética passou a ser vista como um método de investigação da realidade social como um todo (materialismo dialético) e não restrita a contradição interna dos objetos considerados isoladamente. Gil (2008, p. 13) ressalta que o Método Dialético: Fundamenta-se na dialética proposta por Hegel, na qual as contradições se transcendem dando origem a novas contradições que passam a requerer solução. É um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade. Considera que os fatos não podem ser considerados fora de um contexto social, político, econômico, etc. Empregado em pesquisa qualitativa. Finalmente, é preciso conhecer um pouco do Método Fenomenológico, o qual parte das experiências cotidianas, da compreensão do modo operante de vidas das pessoas, e não de definições preconcebidas e conceitos estabelecidos, como os obtidos pelas pesquisas desenvolvidas pelos processos positivistas. As pesquisas desenvolvidas pelo Método Fenomenológico buscam resgatar os significados atribuídos pelos sujeitos ao objeto que está sendo trabalhado e estudado. A abordagem que se emprega neste método é a qualitativa. Preconizado por Husserl, o método fenomenológico não é dedutivo nem indutivo. Preocupa-se com a descrição direta da experiência tal como ela é. A realidade é construída socialmente e entendida como o compreendido, o interpretado, o comunicado. Então, a realidade não é única: existem tantas quantas forem as suas interpretações e comunicações. O sujeito/ator é reconhecidamente importante no processo de construção do conhecimento (GIL, 2008, p. 14). 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA Nesta etapa o pesquisador definirá onde e como será realizada a pesquisa, a população (universo da pesquisa), bem como fará a amostragem deste universo. Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) População (ou universo da pesquisa) é a totalidade de indivíduos que possuem as mesmas características definidas para o estudo. Amostra é parte da população ou do universo, selecionada de acordo o planejamento feito no início do trabalho. A amostra pode ser probabilística e não probabilística. Amostras não-probabilísticas podem ser: a) amostras acidentais: compostas por acaso, com pessoas que vão aparecendo aleatoriamente; b) amostras por quotas: diversos elementos constantes da população/universo, na mesma proporção em que se encontram no universo; c) amostras intencionais: escolhidos casos para a amostra que representem o “bom julgamento” da população e do universo. Amostras probabilísticas são compostas por sorteio e podem ser: a) amostras casuais simples: cada elemento da população tem oportunidade igual de ser incluído na amostra; b) amostras casuais estratificadas: cada estrato, definido previamente, estará representado na amostra; c) amostras por agrupamento: reunião de amostras representativas de uma população. 3.3 INSTRUMENTOS O instrumento de coleta de dados escolhido deverá proporcionar uma interação efetiva entre o pesquisador, o sujeito e a pesquisa que está sendo realizada. Para facilitar o processo de tabulação de dados por meio de suportes eletrônicos, as questões e suas respostas devem ser previamente codificadas. A coleta de dados estará relacionada com o problema, a hipótese ou os pressupostos da pesquisa e objetiva obter elementos para que os objetivos propostos na pesquisa possam ser alcançados. Os instrumentos de coleta de dados tradicionais são: a) observação – quando se utilizam os sentidos na obtenção de dados de determinados aspectos da realidade. A observação pode ser: observação assistemática: não tem planejamento e controle previamente elaborados; Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) observação sistemática: tem planejamento, realiza-se em condições controladas para responder aos propósitos preestabelecidos; observação não-participante: o pesquisador presencia o fato, mas não participa; observação individual: realizada por um pesquisador; observação em equipe: feita por um grupo de pessoas; observação na vida real: registro de dados à medida que ocorrem; observação em laboratório: onde tudo é controlado. b) Entrevista – é a obtenção de informações de um entrevistado, sobre determinado assunto ou problema. A entrevista pode ser: padronizada ou estruturada: roteiro previamente estabelecido; despadronizada ou não-estruturada: não existe rigidez de roteiro, de modo que se pode explorar mais amplamente algumas questões. c) Questionário – é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante. O questionário deve ser objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado de instruções As instruções deve esclarecer o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância da colaboração do informante e facilitar o preenchimento. As perguntas podem ser: abertas: “Qual é a sua opinião?”; fechadas: duas escolhas: sim ou não; de múltiplas escolhas: fechadas com uma série de respostas possíveis. Gil (2008) fez uma série de recomendações úteis à construção de um questionário. Entre elas destacam-se: o questionário deverá ser construído em blocos temáticos obedecendo a uma ordem lógica na elaboração das perguntas; a redação das perguntas deverá ser feita em linguagem compreensível ao informante. A linguagem deverá ser acessível ao entendimento da média da população estudada. A formulação das perguntas deverá evitar a possibilidade de interpretação dúbia, sugerir ou induzir a resposta; cada pergunta deverá focar apenas uma questão para ser analisada pelo informante; Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) o questionário deverá conter apenas as perguntas relacionadas aos objetivos da pesquisa. Devem ser evitadas perguntas que, de antemão, já se sabe que não serão respondidas com honestidade. d) Formulário – é uma coleção de questões e anotadas por um entrevistador numa situação face a face com a outra pessoa (o informante). 3.4 PROCEDIMENTOS Neste ponto, o pesquisador deve explicitar como irá realizar o percurso indicado pelo método escolhido, ou seja, informará como percorrerá o caminho do problema até sua pretendida solução. Dentre os inúmeros procedimentos estão os estudos de caso, pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa de campo, pesquisa de laboratório etc. (Vide pesquisa sob a perspectiva dos procedimentos técnicos). 3.5 ANÁLISE E TRATAMENTO DE DADOS Cuida-se de informar como se pretende registrar, tabular e organizar os dados coletados ao longo da pesquisa, explicando claramente que métodos e procedimentos estatísticos serão utilizados na análise de dados e como esta será feita. 3.6 CUIDADOS ÉTICOS A pesquisa que envolva seres humanos, direta ou indiretamente, tem sua Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) normatização fundamental nas Resoluções do Conselho Nacional de Saúde (CNS), n. 466, de 12 de dezembro de 2012 (Ciências da Saúde), e n. 510, de 7 de abril de 2016 (Ciências Humanas e Sociais), as quais são combinadas, conforme disposto nesta última, Art. 32 e seu Parágrafo único, nestes moldes (grifos nossos): Art. 32. Aplica-se o dispostonos itens VII, VIII, IX e X da Resolução CNS nº 466, de 12, de dezembro de 2012, no que couber e quando não houver prejuízo ao disposto nesta Resolução. Parágrafo único. Em situações não contempladas por essa Resolução, prevalecerão os princípios éticos contidos na Resolução CNS 466 de 2012. O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) é um colegiado multi e transdisciplinar, independente, que deve existir nas instituições que realizam pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil, criado para defender os interesses dos sujeitos da pesquisa em sua integridade e dignidade e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos. O CEP é responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres humanos. Este papel está baseado nas diretrizes éticas internacionais (Declaração de Helsinque, Diretrizes Internacionais para Pesquisas Biomédicas envolvendo Seres Humanos - CIOMS) e brasileiras (Res. CNS 196/96 e complementares). De acordo com estas diretrizes: "toda pesquisa envolvendo seres humanos deverá ser submetida à apreciação de um CEP". O CEP da FAHESA/ITPAC, foi criado por Portaria da Direção Acadêmica, n. 01/2010, de 24 de junho de 2010, e foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde (CONEP) em 14 de abril de 2011. 4 CRONOGRAMA O Cronograma é a previsão de tempo que será gasto na realização do trabalho de acordo com as atividades a serem cumpridas. As atividades e os períodos serão definidos a partir das características de cada pesquisa e dos critérios determinados pelo pesquisador. Os períodos podem estar divididos em dias, semanas, quinzenas, meses, bimestres, trimestres etc.. Este serão determinados a partir dos critérios de tempo adotados pelo pesquisador. ATIVIDADES / PERÍODOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 Levantamento de literatura X 2 Montagem do Projeto X 3 Coleta de dados X X X 4 Tratamento dos dados X X X X 5 Elaboração do Relatório Final X X X Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. ago. 2017) Todos os projetos que se enquadrem no disposto nas Resoluções retro citadas devem ser encaminhados a um Comitê de Ética em Pesquisa. 6 Revisão do texto X 7 Entrega do trabalho X 5 ORÇAMENTO O orçamento do Projeto de Pesquisa é elaborado conforme os recursos financeiros necessários à execução da Pesquisa e podem estar divididos em Material Permanente, Material de Consumo e Pessoal, sendo que esta divisão vai ser definida a partir dos critérios de organização de cada um ou das exigências da instituição onde está sendo apresentado o Projeto. Os materiais permanentes são aqueles que têm uma durabilidade prolongada. Normalmente são definidos como bens duráveis, e não são consumidos durante a realização da pesquisa. Já os materiais de consumo são aqueles cuja durabilidade é curta, e normalmente são bens são consumidos durante a realização da pesquisa. Os gastos com pessoal se referem ao pagamento de trabalhadores envolvidos na pesquisa, incluindo despesas com impostos. 6 REFERÊNCIAS A elaboração e lista contendo as referências dos documentos consultados para a elaboração do Projeto é item obrigatório. Nela normalmente constam os documentos e qualquer fonte de informação consultada no Levantamento de Literatura. Lembre-se que a numeração aqui empregada diz respeito tão somente ao item tratado neste Roteiro. Não se utiliza indicativo numérico no elemento Referências em nenhum tipo de trabalho acadêmico. A apresentação formal das referências deve se dar conforme disposto no Manual para apresentação de trabalhos acadêmicos da FAHESA/ITPAC, e, na sua impossibilidade, segundo a ABNT NBR 6023:2002. Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. fev. 2015) 7 GLOSSÁRIO Segundo a ABNT (NBR 15287:2011, p. 2), glossário é “[...] relação de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou de sentido obscuro, utilizadas no texto, acompanhadas das respectivas definições.”. É elemento opcional, a ser elaborado em ordem alfabética. 8 APÊNDICES A ABNT (NBR 15287:2011, p. 1) define apêndice como sendo “[...] texto ou documento elaborado pelo autor a fim de complementar sua argumentação.”. É elemento opcional, cujo título deve ser precedido da palavra “APÊNDICE”, letra maiúscula que o identifique (consecutivamente utilizadas), travessão e respectivo título, como neste exemplo: APÊNDICE A – TÍTULO DO APÊNDICE (NBR 15287:2011, p. 6). O título é centralizado ao alto e sua grafia deve seguir a das seções primárias do trabalho, salvo a letra que o identifica, que deve ser sempre maiúscula. 9 ANEXOS A ABNT (NBR 15287:2011, p. 1) define anexo como sendo “[...] todo documento não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação e ilustração.”. É elemento opcional, cujo título deve ser precedido da palavra “ANEXO”, letra maiúscula que o identifique (consecutivamente utilizadas), travessão e respectivo título, como neste exemplo: ANEXO A – TÍTULO DO ANEXO (NBR 15287:2011, p. 6). O título é centralizado ao alto e sua grafia deve seguir a das seções primárias do trabalho, salvo a letra que o identifica, que deve ser sempre maiúscula. 10 ÍNDICES Trata-se de elemento opcional, cuja elaboração deve se dar conforme Por J. F. Mendanha e M. B. Andrés, a partir de materiais produzidos pela CoPPEx e contribuição própria (atual. fev. 2015) disposto na ABNT NBR 6034:2004 (vide NBR 15287:2011, p. 6). REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. _______. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. ________. NBR 15287: informação e documentação: projeto de pesquisa: apresentação. Rio de Janeiro, 2011. BARROS, Aidil de Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. Petrópolis: Vozes, 1999. BITTAR, C. B.. Metodologia de pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia para os cursos de Direito. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. _______. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. _______. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991. _______. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar. 10. ed. 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