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Ebook - Farmacologia (1)

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https://ilet.mx/que-es-y-para-que-sirve-la-farmacologia/
FarmacologiaFarmacologia
Farmacologia
— 2 — 
Copyright© Nepuga – 2022 - Todos os direitos reservados. 
Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada, reproduzida ou armazenada em qualquer forma ou meio, 
seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc, sem a permissão por escrito da Instituição.
Sobre a Faculdade 
Propósito
• Mudar a vida das pessoas para melhor.
Missão
• Educar profissionais da saúde e negócios para fazer diferença no mercado e na 
vida.
Visão
• Proporcionar educação de qualidade segmentos da Saúde, Estética, Bem-Estar e 
Negócios, tornando-se referência nos mercados regional, nacional e internacio-
nal.
Valores
• Liderança: porque devemos liderar pessoas, atraindo seguidores e influenciando 
mentalidades e comportamentos de formas positiva e vencedora.
• Inovação: porque devemos ter a capacidade de agregar valor aos produtos da 
empresa, diferenciando nossos beneficiários no mercado competitivo.
• Ética: porque devemos tratar as coisas com seriedade e em acordo com as regu-
lamentações e legislações vigentes.
• Comprometimento: porque devemos construir e manter a confiança e os bons 
relacionamentos.
• Transparência: porque devemos sempre ser verdadeiros, sinceros e capazes de 
justificar as nossas ações e decisões.
Farmacologia
— 3 — 
Prezado aluno (a),
Seja bem-vindo (a) a disciplina de Farmacologia do Curso de Pós-Graduação 
em Harmonização Orofacial do NEPUGA/ FAPUGA.
Neste componente curricular abordaremos conceitos relacionados aos funda-
mentos da Farmacologia tais como a origem e classificação dos fármacos, formas 
farmacêuticas, vias de administração e mecanismo de ação, bem como as bases 
farmacológicas para a prática clínica do cirurgião dentista na Harmonização Orofa-
cial.
O objetivo desta disciplina é retomar e aprofundar conceitos importantes visando 
o desenvolvimento do raciocínio clínico da farmacoterapia aplicada a situações co-
tidianas do consultório odontológico que vão desde a seleção da antibioticoterapia 
pré e pós procedimento, até os fármacos e ativos utilizados na HOF.
O presente componente é composto por um e-book, por vídeo aulas, aulas pre-
senciais síncronas e atividades no Moodle. 
Leiam o e-book, assistam as aulas gravadas, aprofundem seus conhecimentos 
nas atividades e leituras complementares e aproveitem ao máximo nossos encon-
tros.
Bons estudos!!!
Profª. Thais
Farmacologia
— 4 — 
Su
m
ár
io Introdução .............................................................................................................................................5Remédio x medicamento ......................................................................................................6
Vias de administração de medicamentos ...............................................................8
Farmacocinética ....................................................................................................................... 10
Farmacodinâmica .....................................................................................................................13
Referências bibliográficas ........................................................................................................ 14
Farmacologia
— 5 — 
Introdução 
A palavra Farmacologia tem origem grega: Farmacon que significa droga e Lo-
gos que significa estudo, ou seja, Farmacologia pode ser definida como a ciência que 
estuda os medicamentos.
Mas a Farmacologia não estuda somente o medicamento, mas a natureza dos 
fármacos sob todos os aspectos (origem, fonte, absorção, mecanismo de ação e 
efeitos) até as formas farmacêuticas, as vias de administração dos medicamentos e 
até mesmo o impacto socioeconômico das terapias disponíveis no mercado.
Para os autores Goodman e Gilman, o objeto da farmacologia é amplo e com-
preende o conhecimento de: origem, propriedades físicas e químicas, composição, 
ações fisiológicas, absorção, destino, excreção e usos terapêuticos dos fármacos 
(HILAL-DANDAN; BRUNTON, 2015).
Desde o início da história, a Humanidade procura entender e estudar substân-
cias e ferramentas com o objetivo de mitigar suas dores e sofrimentos. Entretanto, 
somente com no século XVIII é que a Farmacologia se constituiu como uma área de 
conhecimento. Atualmente, a Farmacologia pode ser subdivida em Farmacognosia, 
Farmacotécnica, Farmacocinética, Farmacodinâmica, Farmacologia Clínica, Toxico-
logia e Farmacogenômica (BITTENCOURT, 2013, KATZUNG; TREVOR, 2017).
De acordo com Oliveira e colaboradores (2019), a Farmacognosia é a área mais 
antiga da Farmacologia e se dedica ao estudo dos princípios ativos naturais, sejam 
eles de origem animal ou vegetal. Abrange desde a identificação do uso popular das 
drogas de origem natural (Etnobotânica) passando pela origem, extração, conserva-
ção até os efeitos das mesmas.
A Farmacotécnica, por sua vez, é estudo da formulação, da produção, da estabi-
lidade e, consequentemente, da efetividade do medicamento (LANG, 2019).
Já a Farmacocinética é a área da Farmacologia que identifica e estuda os pro-
cessos de absorção, distribuição, metabolismo (biotransformação) e eliminação dos 
fármacos do organismo. E, a Farmacodinâmica é a área que tem como objetivo a 
compreensão dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus mecanis-
mos de ação (HILAL-DANDAN; BRUNTON, 2015).
A Farmacologia Clínica busca caracterizar a eficácia e a segurança de fármacos, 
e não somente seus efeitos no homem. Para tanto, utiliza como principal método de 
pesquisa a realização de estudos comparativos (FUCHS; WANNMACHER, 2017)
A Toxicologia é o ramo da Farmacologia que lida com os efeitos indesejáveis de 
produtos químicos sobre sistemas vivos, desde células individuais de seres humanos 
até ecossistemas complexos, e, por fim, a área mais nova que é a Farmacogenômica 
estuda a relação da composição genética do indivíduo com a resposta a fármacos 
específicos (KATZUNG; TREVOR, 2017).
Farmacologia
— 6 — 
REFLITA: Qual a importância do conhecimento sobre farmacologia na práti-
ca clínica do cirurgião dentista? Leia o artigo “Prescrição medicamentosa sob 
a visão de estudantes de Odontologia”, de autoria de Lúcio e colaboradores, dis-
ponível no link: http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1516-09392011000400002.
Remédio x medicamento
Para realizar os estudos em Farmacologia, é fundamental ter claro alguns con-
ceitos fundamentais. O primeiro deles é a diferença entre Remédio e Medicamento. 
No senso comum, muitas vezes essas denominações são utilizadas como sinônimos, 
mas não são. Remédio é qualquer meio utilizado com a finalidade de prevenir ou 
curar doenças ou mesmo minimizar um sofrimento. Enquanto Medicamento é um 
produto, tecnicamente obtido ou elaborado em farmácias ou indústrias farmacêu-
ticas a partir de especificações técnicas e legais com finalidade profilática, curativa, 
paliativa ou para fins de diagnóstico. Desta forma, pode-se perceber que todo medi-
camento pode ser considerado um remédio, mas nem todo remédio pode ser consi-
derado um medicamento (BRAGHIROLLI, 2018, LANG, 2018).
O medicamento é um produto farmacêutico composto por diferentes substân-
cias. A substância ativa é denominada de fármaco e um medicamento pode ter um 
ou mais fármacos. Fármaco é uma substância química ativa que tem propriedades 
farmacológicas empregada para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou es-
tados patológicos em benefício da pessoa na qual se administra. Também é deno-
minado de princípio ativo ou insumo farmacêutico ativo (ANVISA, 2019).
No Brasil, o fármaco é identificado pela Denominação Comum Brasileira (DCB) 
aprovada pelo órgão federal responsável pela vigilância sanitária, mas também há a 
Denominação Comum Internacional (DCI) que é a denominação recomendada pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS) (ANVISA, 2019).
Os medicamentos podem ser classificados como alopáticos, fitoterápicos ou ho-
meopáticos. Os alopáticossão compostos por princípios ativos isolados, os fitote-
rápicos são medicamentos elaborados à partir de drogas vegetais ou animais e os 
homeopáticos são obtidos à partir da dinamização de substâncias consideradas te-
rapêuticas (LANG, 2018). 
Podem ser classificados também em medicamentos de referência ou inovado-
res, medicamentos genéricos, medicamentos similares, medicamentos biológicos e 
medicamentos biossimilares (ANVISA, 2010).
Os medicamentos são disponibilizados para uso em uma forma farmacêutica. 
Forma farmacêutica é o estado final de apresentação que os princípios ativos far-
macêuticos possuem após uma ou mais operações farmacêuticas executadas com 
Farmacologia
— 7 — 
ou sem a adição de excipientes apropriados com características apropriadas a uma 
determinada via de administração (BERMAR, 2014). As formas farmacêuticas faci-
litam a administração dos fármacos, permitindo a administração de quantidades 
exatas, a adoção de medidas de proteção, a melhora da palatabilidade e o ajuste da 
posologia do fármaco. Permite também a produção em larga escala e a garantia de 
qualidade dos produtos farmacêuticos.
Tradicionalmente, as formas farmacêuticas podem ser sólidas, semi-sólidas ou 
líquidas. As sólidas representam mais de dois terços dos medicamentos comercia-
lizados. São os pós, granulados, comprimidos, drágeas, cápsulas, pílulas, gomas e 
supositórios (ANVISA, 2019, BERMAR, 2014, LANG, 2018). 
 
Fonte: https://farmaceuticodigital.com/2014/10/formas-farmaceuticas.html
As formas farmacêuticas semi-sólidas são os cremes, emplastros, géis, pomadas 
e as pastas. As formas farmacêuticas líquidas são as soluções, suspensões, xaropes 
e as emulsões líquidas (BERMAR, 2014).
Atualmente encontram-se também novas formas farmacêuticas: as especiais 
(colírios, bandagens e ampolas) e as gasosas (aerossóis e sprays).
Além do princípio ativo, uma forma farmacêutica possui outros componentes de-
nominados de adjuvantes farmacotécnicos.
Quando há mais de uma substância ativa, aquela que for considerada de maior 
atividade farmacológica, quer pelo seu potencial de ação, quer pelo seu volume ou 
quantidade é denominada de base. As demais, que irão complementar ou reforçar a 
ação da base são denominadas de coadjuvantes terapêuticos.
Os adjuvantes farmacotécnicos, também denominados de adjuvantes farma-
cêuticos são substâncias que não possuem ação terapêutica e que tem diferentes 
finalidades, entre elas dar forma e volume ao medicamento. Quando os adjuvan-
tes são utilizados em formas farmacêuticas sólidas com essa finalidade, recebem 
o nome de excipientes e quando são utilizados em formas farmacêuticas líquidas, 
recebem o nome de veículos.
Farmacologia
— 8 — 
Além de forma e volume os adjuvantes podem ser utilizados para contribuir na 
solubilização, estabilidade, suspensão, espessamento, diluição, emulsionamento, 
preservação, coloração e para adequar o sabor da mistura. Contribuem para que, 
além de eficaz, a forma farmacêutica seja agradável. São, por exemplo, os corretivos 
e os edulcorantes.
A partir do exposto, percebe-se que um medicamento possui várias substâncias 
na sua composição. Essa composição recebe o nome de fórmula farmacêutica.
ENTENDA NA PRÁTICA: Compare a composição de medicamentos contendo To-
xina Botulínica disponíveis no mercado brasileiro. Verifique a presença de excipien-
tes ou veículos, acidificantes, conservantes, estabilizantes e o tipo de Toxina Botulí-
nica utilizada.
Vias de administração de medicamentos
Via de administração é o caminho pelo qual o fármaco entra em contato com o 
organismo humano. Como já abordado, o fármaco está contido em um medicamen-
to e os medicamentos podem ser administrados através de diferentes vias (BRAGHI-
ROLLI, 2018).
Para a definição da via de administração correta, vários fatores são determinan-
tes, entre eles: a natureza físico-química do medicamento, a forma farmacêutica dis-
ponível, a natureza, a rapidez e o local da ação desejada e características do paciente. 
Fármacos que são mal absorvidos pelo Trato Gastrointestinal geralmente são 
aplicados através da via injetável, comprimidos revestidos não devem ser dissolvidos 
para serem administrados através de sonda gástrica, medicamentos na forma de 
solução têm ação mais rápida do que os que estão na forma de suspensão. Por sua 
vez, a via oral não é indicada para pacientes que estão inconscientes.
Na escolha da via administração, o prescritor deve avaliar também se quer que o 
medicamento tenha uma ação local ou sistêmica.
As vias de administração são classificas em enterais ou parenterais. As vias de 
administração enterais são aquelas que utilizam o Trato Gastrointestinal (TGI) para 
disponibilização do fármaco ao organismo. São elas: oral, bucal, sublingual e retal. 
Enteral é uma palavra que deriva do grego e quer dizer “intestino)”. As parenterais 
são aquelas que não utilizam o TGI e podem ser divididas em diretas ou indiretas. 
As diretas são: as injetáveis (intravenosa, intramuscular, subcutânea, intradérmica, 
peridural, entre outras) e a indiretas são aquelas que utilizam as mucosas ou a via 
cutânea (BRAGHIROLLI, 2018, BRUM, 2018).
Dentre as enterais, está a via oral, via mais utilizada para administração de medi-
camentos quando se deseja um efeito sistêmico. O fármaco pode ser absorvido por 
Farmacologia
— 9 — 
praticamente todo o TGI dependendo de suas características, o paracetamol, por 
exemplo, é absorvido principalmente no intestino por ter um caráter alcalino.
As formas utilizadas para administrar medicamentos via oral são: cápsulas, com-
primidos, drágeas, pós, soluções orais, suspensão oral, pastilhas, emulsão oral, elixir 
e xaropes.
A via oral apresenta inúmeras vantagens sobre as outras vias: é mais prática 
(permite a autoadministração), é indolor, econômica e mais confortável para o pa-
ciente. Ela também é a mais segura pois proporciona um aumento gradual do fárma-
co na corrente sanguínea e quando há necessidade, permite a remoção do fármaco 
através do vômito, lavagem gástrica ou adsorção por carvão ativado (BRUM, 2018).
Por outro lado, as vias parenterais são consideradas muito eficazes no tratamen-
to principalmente no ambiente hospitalar. Entre as vias parenterais diretas, as mais 
utilizadas são: a endovenosa, a intramuscular, a subcutânea e a intradérmica (SOUZA 
et al, 2008).
As vias parenterais possuem características diferentes e requerem cuidados es-
pecíficos. Quando um fármaco é administrado por via endovenosa, a biodisponibi-
lidade é total e, por isso, ela é muito utilizada em emergências. Por outro lado, é de 
difícil reversão, aumenta o risco de efeitos adversos e deve ser realizada em uma 
velocidade controlada em função da natureza do fármaco. Na via intramuscular, os 
fármacos em soluções aquosas são absorvidos mais rapidamente e tem início de 
ação mais rápida. Entretanto, a técnica deve ser adequada para evitar lesões ou até 
necrose no local de aplicação e é contraindicada quando o paciente faz tratamento 
com medicamentos anticoagulantes. (BRAGHIROLLI, 2018, BRUM, 2018).
A via endovenosa possibilita a administração de grandes volumes de medica-
mentos. Já na via intramuscular, o volume máximo a ser administrado depende do 
músculo que será utilizado: deltoide de 2 a 3 ml, glúteos de 4 a 5 ml e músculo da 
coxa de 3 a 4 ml. Pela via subcutânea não se deve exceder 3 ml e na via intradérmica 
o volume máximo recomendado é de 0,5 ml (BRUM, 2018).
Fonte: https://blog.maconequi.com.br/tipo-de-agulha/
Farmacologia
— 10 — 
Farmacocinética
Quando um medicamento é administrado, o fármaco é liberado para o orga-
nismo e faz todo um trajeto até o seu respectivo local de ação. Resumidamente, a 
Farmacocinética estuda este caminho percorrido pelo fármaco no organismo, bem 
como os obstáculos que ele encontra nesse percurso.
A fase na qual o fármaco é liberado do medicamento é denominada biofar-
macêutica. Os fármacos precisam estar solubilizados em líquidos para que sejam 
absorvidos pelo organismo.Por isso que medicamentos em formas farmacêuticas 
líquidas ou aqueles administrados por via parenteral sofrem rápida absorção. Já 
medicamentos na forma de comprimido ou cápsula passam por essa fase no tubo 
gastrintestinal se desintegrando em pequenas partículas e se dissolvendo nos líqui-
dos corporais (FORD, 2019).
Após a disponibilização do fármaco, ele poderá ser absorvido e, nesse caso, será 
transformado pelo organismo. Essa transformação, ou essa ação que o organismo 
faz sobre o fármaco é o objeto de estudo da 
Farmacocinética. A Farmacocinética estuda 
os processos farmacocinéticos com o obje-
tivo de ampliar a probabilidade de sucesso 
terapêutico e reduzir a ocorrência de efeitos 
adversos dos tratamentos medicamento-
sos (HILAL-DANDAN; BRUNTON, 2015).
Os processos farmacocinéticos são: a 
absorção, a distribuição, o metabolismo 
e a excreção do fármaco pelo organismo 
(ADME). 
A Farmacocinética pode ser compreen-
dida, portanto, como o estudo e a caracte-
rização dos processos ADME e sua relação 
com os efeitos terapêuticos e tóxicos no or-
ganismo (BRUM, 2018).
A absorção consiste na passagem do 
fármaco do local de administração para 
o plasma. A distribuição é a passagem do 
fármaco do sangue para os demais teci-
dos. A metabolização (também chamada 
de biotransformação) é entendida como 
Fármaco no local da administração
Fármaco no plasma
Fármaco nos tecidos
Metabólico(s) nos tecidos
Fármaco e metabólico(s)
na urina, na bile ou nas fezes
Absorção
(entrada)1
Excreção
(saída)4
Distribuição2
Biotransformação3
Fonte: http://www.iq.ufrgs.br/biolab/images/courses/
aula13-16.pdf
Farmacologia
— 11 — 
qualquer alteração química que a molécula do fármaco sofre no interior do orga-
nismo. E, por fim, a excreção é a eliminação do fármaco ou de seus metabólitos pelo 
organismo.
Os processos farmacocinéticos sofrem interferência e são determinados por di-
ferentes fatores que vão desde a natureza físico-química dos fármacos até caracte-
rísticas individuais do paciente, tais como: idade, comorbidades, massa muscular e 
até a constituição genética.
Aos estudar esses processos, a farmacocinética define a relação entre a admi-
nistração de um fármaco, a evolução temporal de sua distribuição e a magnitude da 
concentração obtida em diferentes regiões do corpo.
Na prática, a farmacocinética é determinante para a definição da forma farma-
cêutica que deverá ser utilizada, a dose indicada no caso em questão, o intervalo 
entre as doses e as vias de administração.
Nesse contexto, alguns conceitos são importantes (TOZER; ROWLAND, 2009):
a. Biodisponibilidade da forma farmacêutica: é a quantidade do fármaco disponí-
vel no sangue depois de um dado período.
b. Latência: tempo entre a administração do fármaco até o início do efeito tera-
pêutico.
c. Meia vida: tempo necessário para a concentração plasmática do fármaco cair 
50%.
A absorção deve ser considerada para todas as vias de administração, exceto a 
intravenosa (IV). Para alcançar o plasma, o fármaco deverá ultrapassar várias bar-
reiras biológicas constituídas por membranas celulares.
Os fármacos atravessam as membranas através de processos passivos ou ati-
vos, envolvendo ou não permeases (proteínas carreadoras de membrana) e gasto 
energético (BRUM, 2018).
Alguns fatores que podem interferir na absorção do fármaco são: a vasculariza-
ção do local da administração, a presença ou não de alimentos no TGI, a forma far-
macêutica utilizada, o pH do meio e o pKa do fármaco e até mesmo a presença de 
outros fármacos.
Após a absorção, o fármaco é distribuído para o organismo pela corrente san-
guínea. Ao chegar ao sangue, alguns fármacos se ligam em maior ou menor grau às 
proteínas plasmáticas. Isso é importante, porque somente a parte livre (não ligada) 
do fármaco é que conseguirá ultrapassar o líquido intersticial e chegar ao sítio de 
ação desejado. (BRAGHIROLLI, 2018).
Os órgãos com maior irrigação sanguínea (rins, fígado e pulmões) são os primei-
ros que recebem os fármacos. Posteriormente, os fármacos atingem os músculos 
esqueléticos, o tecido adiposo e a pele. É importante ressaltar que alguns fármacos 
Farmacologia
— 12 — 
podem ficar armazenados nos músculos esqueléticos, no tecido adiposo e no tecido 
ósseo que funcionam como compartimentos e agem como reservatório dos fárma-
cos (TOZER; ROWLAND, 2009).
O metabolismo ou a biotransformação é um conjunto de reações, em geral, en-
zimáticas, que ocorrem com os fármacos no organismo. Essas reações acontecem 
principalmente no fígado, mas também podem acontecer nos rins, no TGI, na pele e 
nos pulmões.
O objetivo da biotransformação é a formação de metabólitos inativos ou menos 
ativos, com maior polaridade, facilitando a eliminação dos fármacos.
Apesar de didaticamente os livros de farmacologia apresentarem o metabolis-
mo como uma terceira etapa da farmacocinética, o fato é que assim que o fármaco 
entra no organismo já tem início a sua respectiva degradação e o consequente pro-
cesso de eliminação. 
Os fármacos são metabolizados em várias partes do corpo, como pulmões, plas-
ma e intestino, porém é no fígado onde encontram-se o grupo de isoenzimas respon-
sáveis por boa parte do metabolismo farmacológico: o Sistema Citocromal (Mono-
-Oxigenase) P450.
No fígado a biotransformação ocorre em duas fases. Na fase I ocorrem as re-
ações catabólicas (oxidação, redução e hidrólise), enquanto na fase II ocorrem as 
reações anabólicas (de conjugação) (WHALEN, 2016).
Em relação aos fatores que podem interferir no metabolismo de fármacos, po-
dem ser citados: a idade do paciente, fatores genéticos e a interação com outros 
fármacos.
A excreção do fármaco pelo organismo ocorre por numerosas vias, sendo a eli-
minação na urina a mais importante. A excreção pelo sistema renal envolve os pro-
cessos de filtração glomerular, secreção tubular e reabsorção. Por isso é muito im-
portante ter cuidado com pacientes com problemas renais.
Além da via renal, os fármacos podem ser eliminados pelas vias pulmonar, biliar-
-fecal, pelo leite materno, pelo suor, pelas lágrimas, pela saliva e por meio de secre-
ções nasais. 
Vale ressaltar que alguns fármacos são eliminados de forma inalterada, ou seja, 
não são metabolizados pelo organismo. São os fármacos hidrossolúveis, como por 
exemplo, a Vitamina C.
APROFUNDE SEUS CONHECIMENTOS! Leia o artigo “Farmacocinética: mode-
los e conceitos – uma revisão de literatura” de autoria de Cavalheiro e Coma-
rella disponível em: file:///C:/Users/55199/Downloads/571-Texto%20do%20arti-
go-2230-1-10-20161221.pdf
Farmacologia
— 13 — 
Farmacodinâmica
A farmacodinâmica é a área da farmacologia que avalia e estuda os efeitos da 
ação dos fármacos sobre o organismo humano, ou seja, estuda o que o fármaco faz 
com o organismo.
O efeito da maior parte dos fármacos acontece a partir de uma interação entre 
o fármaco e macromoléculas endógenas, denominadas de receptores farmacoló-
gicos. Tal interação promove alterações moleculares que dão origem a alterações 
bioquímicas ou fisiológicas que modificam funções celulares (BRAGHIROLLI, 2018).
Receptores são proteínas possuidoras de um ou mais sítios que, quando ativados 
por substâncias endógenas, são capazes de desencadear uma resposta fisiológica.
Além dos receptores, os fármacos podem provocar um efeito terapêutico intera-
gindo com enzimas, com proteínas carreadoras ou com canais iônicos.
A ação dos fármacos pode ser específica, como por exemplo a ação dos antibi-
óticos, ou inespecífica, como a ação dos antiácidos. Fármacos que atuam de forma 
específica interagem com sítios bem definidos, apresentando um alto grau de se-
letividade e, geralmente, apresentam uma relação definida entre sua estrutura e a 
atividade exercida. Já os fármacos que atuam de forma inespecífica, interagem com 
pequenas moléculas ou íons encontrados no organismo e a ação decorre das suas 
propriedades físico-químicas (solubilidade, o pKa, o poder oxirredutor e a capacida-
de de adsorção do fármaco) (TOZER; ROWLAND,2009).
Em relação aos receptores, os fármacos podem agir como agonistas ou anta-
gonistas. Os agonistas se ligam aos receptores fisiológicos e simulam os efeitos dos 
compostos endógenos, enquanto os antagonistas se ligam aos receptores bloque-
ando o sítio de ligação do agonista, devido a competição entre o agonista e o anta-
gonista pelo receptor.
Fonte: http://www.iq.ufrgs.br/biolab/images/courses/aula11-12.pdf
Farmacologia
— 14 — 
Referências bibliográficas
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia Brasileira. Vol. 
1, 6ª ed., Brasília, 2019. Disponível em: file:///C:/Users/55199/Downloads/VOLUME%20
1%20-%20FB6.pdf . Acesso em 28 set. 2022.
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC nº 55, de 16 de dezem-
bro de 2010. Dispõe sobre o registro de produtos biológicos novos e produtos biológi-
cos e dá outras providências. Brasília, 2010. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.
br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/anexo/anexo_res0055_16_12_2010.pdf. Acesso em 
29 set. 2022.
BERMAR, KCO. Farmacotécnica - Técnicas de Manipulação de Medicamentos. 
São Paulo: Érica, 2014. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.
br/#/books/9788536520902/. Acesso em: 29 set. 2022.
BITTENCOURT, SC et al. Farmacologia no século XX: a ciência dos medicamentos 
a partir da análise do livro de Goodman e Gilman. História, Ciências, Saúde-Mangui-
nhos [online]. 2013, v. 20, n. 2: p 499 – 519. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-
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	Vias de administração de medicamentos
	Farmacocinética
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	Referências bibliográficas

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