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Internet das Coisas: Conceitos e Aplicações

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PRATICAR PARA APRENDER 
Caro estudante, a partir de agora caminharemos juntos em mais um 
tema de fundamental importância: a internet das coisas (Internet of 
Things – IoT). 
 
A conexão que temos na sociedade digital ocorre por intermédio dos 
mecanismos proporcionados por uma rede virtual, a internet. Este 
espaço é utilizado para várias funcionalidades, como a comunicação, 
a difusão cultural, o lazer, o trabalho etc. 
De regra, nós acessamos a internet para navegar nos sites, nos 
aplicativos, nas plataformas. São incontáveis as utilidades. Muito da 
nossa vida já está no horizonte virtual. A conexão é intensa, constante 
e ininterrupta. 
Agora, imagine essa alta conectividade em tudo o que fazemos e 
usamos. Todos os aparelhos da sua casa conectados em linha, 
comunicando-se entre si. E mais do que isso: seu veículo, a 
iluminação da sua casa, as câmeras de segurança, os 
eletrodomésticos. Tudo interagindo de maneira constante e em tempo 
real, para proporcionar um desempenho mais dinâmico e inteligente. 
É basicamente isso que faz a internet das coisas: integra as coisas na 
internet. 
Trata-se de um estágio bastante avançado da tecnologia. A inovação 
caminha a passos largos: cada nova ideia, uma nova aplicabilidade, 
uma interação diferente; horizontes de mundo são expandidos em 
progressão geométrica. 
Assim, estudaremos a configuração da internet das coisas no mundo 
da tecnologia e da inovação, de modo a compreender sua 
aplicabilidade em termos de benefícios econômicos tanto estatais 
quanto empresariais. 
Na constante evolução da internet, essa temática nos endereça, uma 
vez mais, para a contemplação de um novo que, se outrora sonhado, 
já se tornou uma realidade. 
Uma empresária multimilionária do ramo de imóveis, residente na 
região metropolitana da cidade de São Paulo, por recomendação de 
seu filho e visando maior praticidade e conforto, decidiu ter uma casa 
autônoma. 
 
Para a concretização dessa pretensão, ela procurou uma empresa do 
ramo de tecnologia, especializada em internet das coisas. Ao pensar 
ter encontrado uma, a empresária contatou a empresa e manifestou 
sua vontade de ter uma casa que fosse integrada ao conceito de 
internet das coisas. 
A atendente informou que, para um orçamento mais preciso, era 
necessária uma inspeção do técnico no domicílio da cliente. Alguns 
momentos depois, a empresária e a atendente agendaram um dia 
para a devida avaliação. 
No dia da visita para avaliação, inicialmente o profissional indagou o 
que, especificamente, era desejado que a casa tivesse ou mesmo 
fizesse. A empresária, assim, propôs os itens a seguir. 
 
Primeiro que, sozinha, a geladeira identificasse os produtos nela 
contidos e, identificando a ausência de algum item, que acessasse o 
aplicativo do supermercado e efetuasse a compra. Não obstante, a 
empresária gostaria que durante esse processo fosse enviada uma 
mensagem por meio de um sensor infravermelho no seu celular, 
notificando-a da hora aproximada da chegada dos produtos, então 
comprados automaticamente. 
Além disso, a multimilionária desejava que a casa identificasse a 
temperatura ambiente e, com base nessa percepção, ligasse e 
desligasse o aparelho de ar-condicionado ou o aquecedor, para 
manter a casa sempre na temperatura de 25 °C (vinte e cinco graus 
Celsius), por intermédio de sensores a laser. 
Quando a empresária iria continuar a listar seus desejos, o técnico a 
interrompeu para dizer ser incapaz de realizar tais serviços, afirmando 
que ele é capacitado somente para a automação residencial e, ainda, 
que as tecnologias de comunicação citadas não eram adequadas. 
Furiosa, a empresária alegou que a empresa estaria se negando a 
prestar serviços para ela. Uma vez que a empresa executa o trabalho 
que anunciou e de acordo com suas buscas na internet, tais 
tecnologias seriam as mais adequadas para cumprir esses serviços, 
daí a sua frustração. 
A empresária, determinada em processar judicialmente a empresa, 
contata você, especialista em Direito Cibernético, explicando o 
ocorrido, e uma reunião é agendada. 
Assim, você deve elaborar um parecer que recomende à cliente 
alguma atitude a ser tomada ou não, diante das circunstâncias 
apresentadas e de acordo com o estado da técnica no que se refere à 
automação residencial, notadamente quanto aos desafios tecnológicos 
de implantação dos sistemas de IoT. Neste sentido, você deverá 
responder se a tecnologia “infravermelho” é capaz de realizar o 
serviço proposto, bem como se o “laser” é apropriado para distâncias 
curtas, podendo propor outras soluções, caso possíveis. 
Bons estudos! 
CONCEITO-CHAVE 
As coisas estão conectadas, e é com dessa premissa que devemos 
partir para entender o significado dos avanços proporcionados pela 
internet das coisas (Internet of Things, em inglês, ou IoT). 
A internet está nas coisas. Não é apenas a vida social que está 
compartilhada e interconectada no mundo virtual. 
Os avanços da tecnologia da internet progrediram para dentro das 
nossas casas, para os aparelhos que utilizamos, para os veículos que 
nos levam para o trabalho ou para a faculdade. Tudo, literalmente 
tudo, passa a ter o potencial de estar conectado à rede e, assim, 
funcionar em harmonia e sincronia com outros aparelhos, bem como 
de ser controlado à distância, com apenas um clique ou de modo 
automático, tendo em vista a integração. 
 
Do ponto de vista conceitual, a internet das coisas “pode ser 
compreendida como um avanço tecnológico pelo qual aparelhos de 
uso comum passam a ser dispositivos eletrônicos que se comunicam 
entre si sem a necessidade de manuseio humano” (TEIXEIRA, 2020, 
p. 82). 
Trata-se de fazer com que as coisas, em geral, tornem-se aparelhos 
inteiramente conectados à rede mundial de computadores. São 
“coisas inteligentes, em razão de seu agir mais dinâmico quando 
comparado às coisas não conectadas à rede” (TEIXEIRA, 2020, p. 
82). 
Revela-se, assim, um ambiente com alto potencial de unificação. 
Rompe-se de vez a barreira entre o que é físico e o que é virtual. 
É notável o quanto a internet das coisas atua no sentido de favorecer 
o bem-estar das pessoas e até mesmo das instituições. “Internet das 
Coisas é o momento na história em que não há diferença distinguível 
entre a operação de dispositivos que nos rodeiam e nossas ações” 
(LONGHI et al., 2020, p. 118). 
Os dispositivos conectam-se entre si porque estão integrados em uma 
rede comum, de sorte que atuam de maneira concertada, harmônica, 
com a finalidade de executar atividades e operações cotidianas, 
facilitando a vida e tornando mais eficiente as rotinas, operações, 
trabalho, estudo, manutenção, vigilância etc. 
A intervenção humana passa a ficar cada vez mais reduzida, em 
virtude do alto grau de autonomia tecnológica nos aparelhos 
conectados. A eletrônica substitui a necessidade de as pessoas 
executarem operações mecânicas, que demandam força física 
(BATISTA, 2014). A internet das coisas é, sobretudo, um grau de 
avanço e inovação tecnológicos da era digital, que consiste na 
aplicação eficiente da inteligência humana a serviço do ganho de 
produtividade em todos os níveis e situações da vida, seja ela 
doméstica, laboral, empresarial ou estatal. 
Neste sentido, 
Cada vez mais há intervenção humana mínima para o funcionamento desses 
dispositivos. E cada dispositivo “inteligente” dessa Internet das Coisas é 
conectado aos demais dispositivos, comunicando-se uns com os outros, 
transferindo dados, recuperando dados e respondendo de forma inteligente por 
meio de ações específicas. 
(LONGHI et al., 2020, p. 118) 
Note que a IoT consiste em uma verdadeira infraestrutura em rede, 
que interliga objetos físicos e virtuais, “por meio da exploração de 
captura de dados e capacidades de comunicação” (LONGHI et al., 
2020, p. 119). É a evolução da sociedade digital, a qual possibilita 
outro nível de interação e de operação automatizada de aparelhos e 
equipamentos de todo gênero. 
Em uma casa automatizada, conseguimos controlarremotamente diversos 
itens da casa, como, por exemplo: a iluminação; a abertura de um portão; a 
abertura da porta principal ou das persianas […]. Essa tecnologia nos ajuda a 
tornar o dia a dia mais simples, pois conseguimos, ao retornar do trabalho, 
encontrar a casa da forma que desejamos. […] Em uma casa inteligente, uma 
central local ou na nuvem recebe previamente os parâmetros desejados […]. O 
sistema também possibilita a operação remota, porém, a grande diferença está 
na autonomia do sistema que, por si só, gerencia as diversas condições que os 
sensores devem considerar para que o ambiente doméstico esteja da forma 
que foi programado. 
(PECK, 2020, p. 153) 
Como nós já tivemos a oportunidade de refletir, a tecnologia consiste 
basicamente em objetos que são fabricados como ferramentas, com a 
finalidade de melhorar as naturais capacidades humanas de interação 
e de transformação material. O ganho de produtividade é imenso e 
facilmente perceptível. Do ponto de vista técnico, quando as coisas 
passam a estar em rede, conectadas, chamam-se 
de hardwares ou artefatos, os objetos com suporte tecnológico e, 
portanto, eletrônico, para uma interatividade digital em tempo real 
(AKABANE, 2019). 
ASSIMILE 
Internet das Coisas consiste no emprego de tecnologias com a 
finalidade de conectar objetos de uso rotineiro, sejam eles 
eletrodomésticos, veículos, brinquedos ou mesmo acessórios 
acoplados ao corpo – os chamados wearables – que, por meio de 
sensores e da coleta massiva de dados, podem oferecer as mais 
variadas funcionalidades aos seres humanos. 
(LIMA, 2021, p. 151) 
No contexto da criação de soluções inteligentes, é imprescindível que 
as inovações deem suporte às ideias de produtividade e maior 
utilidade, notadamente no campo da internet das coisas. A 
comunicação de dados em escala universal, como se pretende, fez 
surgir as tecnologias WiMAX e 5G, por exemplo. 
A tecnologia WiMAX, em particular, foi pensada para cobrir um espaço 
de 6 a 9 km, com altíssima taxa de transferência de dados. Com o 
passar do tempo, no entanto, ela acabou substituída pela 4G LTE, por 
questões econômicas e pela compatibilidade com o sistema de 
telefonia celular GSM. 
Quanto às redes 5G, o ganho é a conectividade sem fios, de modo 
universal, pois seu desenvolvimento se deu com a finalidade de ser 
algo flexível, “podendo suportar os gigabits das conexões pessoais e 
até empresariais e, ao mesmo tempo, servir de transporte para 
aplicações que demandem pouca banda, baixa latência e alta 
confiabilidade.” (PECK, 2020, p. 154). 
 
Também é possível mencionar a tecnologia bluetooth como forma de 
substituição do uso de cabeamentos. 
Nesse sentido, 
Os pontos fortes da atual tecnologia Bluetooth são a sua capacidade de 
trafegar simultaneamente dados e voz, o que oferece ao usuário uma grande 
variedade de soluções inovadoras, como fones de ouvido que deixam as mãos 
livres em chamadas de voz, a capacidade de fax e impressão sem fio, e a 
sincronização entre PCs e celulares. 
 (JURGEN, 2018, p. 128) 
Perceba que existem três tipos de redes sem fio. Aquelas que são 
baseadas em infravermelho; as baseadas 
em radiofrequência (como o wi-fi e o bluetooth); e as baseadas 
em laser. 
 
As redes wireless (sem fio) em infravermelho têm como característica 
a dispensabilidade de licença para sua operação, pois consistem em 
equipamentos de baixo custo, que utilizam os sistemas de controle 
remoto, em que há uma baixa incidência de erros. 
É o que se chama de solução indoor, isto é, servem mais para uso 
interno, porquanto suas faixas de frequência não têm a capacidade de 
ultrapassar paredes (o alcance vai de cinco a trinta metros), embora 
possa também ser utilizada em ambientes externos (outdoor). 
Já o sistema de radiofrequência utiliza micro-ondas que transmitem o 
sinal pelo ar, por intermédio de faixas de frequências, conhecidas 
como (ISM – Industrial Scientific Medical ou Industrial, Científico e 
Médico), as quais “são abertas porque não existe a necessidade de 
autorização para transmitir sinais nessas frequências” (MORAES, 
2010, p. 21). 
Já os sistemas baseados na tecnologia de laser são aqueles que 
utilizam a luz como meio de transmissão do sinal digital (com um 
alcance, em média, de dez quilômetros). Também não precisam de 
outorga ou autorização para uso. Esse tipo de tecnologia é afetado por 
condições atmosféricas, que podem, além de atrapalhar a 
transmissão, interrompê-la enquanto persistirem as condições 
desfavoráveis. 
Com efeito, “uma das maiores vantagens dessa tecnologia é a 
segurança, uma vez que o sinal de laser é praticamente impossível de 
ser interceptado […] Essa tecnologia ainda é muito pouco utilizada, 
principalmente devido aos altos custos dos dispositivos (lasers) e à 
sua manutenção.” (MORAES, 2010, p. 24). 
EXEMPLIFICANDO 
Atualmente, é comum conseguir acessar a internet por intermédio de 
wi-fi público, em uma praça ao ar livre e outros espaços. É uma 
medida, aliás, que democratiza o acesso à internet, como parte do 
direito fundamental à comunicação, à cultura e ao lazer. Desde que o 
serviço disponibilizado seja gratuito, temos aqui um bom exemplo de 
aplicação social da tecnologia. 
Toda designação de IoT tem algo em comum: leva-se em conta o fato 
de que os computadores, sensores e objetos “interagem uns com os 
outros e processam informações/dados em um contexto de 
hiperconectividade” (LIMA, 2021, p. 151). 
Por outro lado – deve-se dizer –, a internet das coisas traz, a reboque, 
desafios que muito interessam ao Direito Cibernético, especificamente 
quanto à segurança dos dados que transitam por meio dos aparelhos 
conectados. Toda implementação de sistemas relacionados à internet 
das coisas deve estar acompanhada de um conjunto de ferramentas 
de privacidade e segurança, de modo a garantir o controle e a 
proteção dos usuários. 
A segurança, por conseguinte, é parâmetro fundamental para que se 
possa confiar nos sistemas de IoT, bem como para que se tenha 
segurança contra invasores e possíveis usos perniciosos ou ilícitos 
dos dados ou informações obtidos (PECK, 2020). 
É uma característica natural, que decorre da própria necessidade de 
regulação, pelo Estado e pelo Direito, dos fenômenos digitais. 
REFLITA 
Uma vez que as coisas estão conectadas e operando em harmonia, 
que implicações você poderia refletir quanto aos direitos do 
consumidor e quanto à proteção de dados domésticos ou laborais, que 
estão potencialmente em risco nos sistemas de IoT? 
Mas, para entender melhor os desafios do Direito Cibernético e, 
principalmente, a sua necessidade diante dos fenômenos da inovação 
tecnológica, é interessante saber quais são as fases evolutivas da 
internet. 
A primeira fase é aquela da internet como rede de computadores. 
Esse momento se inicia 
[…] não com o surgimento dos computadores, mas sim como tais 
computadores se tornam economicamente populares e, por conseguinte, estão 
presentes nos lares e em pequenas empresas, fazendo parte do dia a dia das 
pessoas. 
 (LIMA, 2021, p. 18) 
Depois vem a fase na qual a internet passa a ser um local, em rede, 
de interação entre pessoas. A segunda fase “ocorre com a 
popularização do maior meio de comunicação de todos os tempos, a 
internet, a qual, por intermédio das redes sociais e aplicativos de 
comunicação instantânea, deixa as pessoas cada vez mais próximas, 
bem como torna-as dependentes de tal ferramenta.” (LIMA, 2021, p. 
18). 
Nos dias atuais vivemos a terceira fase, justamente com a internet das 
coisas (MONK, 2018). 
Neste sentido, 
O terceiro e atual momento se dá com o surgimento da primeira tecnologia da 
internet que não pode ser copiada, alterada ou excluída, o Bitcoin, e o 
protocolo que permite sua existência, a Blockchain. Além disso, vive-se uma 
época em que vários termos surgem todos os dias e, de certa forma, todos 
estão interligados, como a Computação Cognitiva, a Inteligência Artificial, a 
Internet das Coisas, Big Data, Mineração de Dados,entre outros. 
(LIMA, 2021, p. 18) 
Por outro lado, pode-se considerar a IoT não propriamente uma 
revolução tecnológica, senão como um verdadeiro avanço. A IoT, por 
conseguinte, 
[…] é uma decorrência (aprimoramento) do processo de automação que vem 
se desenvolvendo nos últimos séculos, e, sobretudo, a partir do final da década 
de 1960 com o desenvolvimento inicial do que hoje conhecemos como 
internet. 
(TEIXEIRA, 2020, p. 82) 
Desse modo, seria natural prever que as coisas da vida estariam cada 
vez mais interligadas. Faz parte do processo ininterrupto de 
descobrimento de usos e aplicações da tecnologia. 
A infraestrutura da IoT pode ser entendida, por outro ângulo, como um 
“ambiente de objetos físicos interconectados com a internet por meio 
de sensores pequenos e embutidos, criando um ecossistema de 
computação onipresente (ubíqua)” (TEIXEIRA, 2021, p. 151), que 
introduz e aperfeiçoa constantemente processos rotineiros. 
Por fim, precisamos refletir a respeito dos benefícios econômicos da 
implantação dos sistemas de internet das coisas nos planos estatal e 
empresarial. 
É verdade que os benefícios vão muito além do interesse econômico, 
embora este seja um aspecto que não pode ser desprezado em 
absoluto. A ideia é perceber que a conexão dos objetos do cotidiano 
tem o alto potencial de favorecer aplicações inovadoras no campo, por 
exemplo, das atividades estatais. 
É sabido que, pela Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988 (BRASIL, 1988), o Estado tem uma série de compromissos 
sociais para com a população, consistentes na garantia de direitos 
como saúde, segurança, educação, moradia, lazer, trabalho etc. Isso 
significa que o Estado deve cumprir e executar serviços públicos 
correspondentes a estas áreas mencionadas, que dizem respeito à 
sua titularidade. 
Logo, é inegável que os benefícios da IoT podem contribuir para que o 
Estado e suas instituições consigam prestar serviços mais eficientes, 
inclusive no intuito de fazer evoluir o sistema burocrático estatal para 
uma configuração cada vez mais digital, com redução do tempo de 
resposta e maior capacidade de armazenamento de informações, 
tratando-as de maneira centralizada. Com efeito, é imprescindível se 
atentar para o fato de que o Poder Público deve garantir a total 
segurança das informações e dados de que disponha, porque lida 
diretamente com questões pessoais dos cidadãos brasileiros, bem 
como das suas próprias questões internas, de natureza 
administrativa. 
A redução da burocracia estatal perpassa, ainda, pela compreensão 
do acesso à informação, de acordo com o princípio constitucional da 
publicidade. A publicidade está relacionada ao dever de informar à 
sociedade a respeito da prática dos atos administrativos, garantindo, 
dessa forma, uma atuação mais transparente por parte do Poder 
Público. A Lei nº 12.527/2011 foi instituída com a finalidade de 
regulamentar e ampliar o acesso às informações públicas. 
Esta lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o 
acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5.º, no inciso II 
do § 3.º do art. 37 e no § 2.º do art. 216 da Constituição Federal. 
Subordinam-se ao regime desta lei: os órgãos públicos integrantes da 
administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as 
Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público, bem como as 
autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as 
sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta 
ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
 
Os procedimentos previstos na Lei de Acesso à Informação destinam-
se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem 
ser executados em conformidade com os princípios básicos da 
administração pública e com as seguintes diretrizes (BRASIL, 2011, [s. 
p.]): 
I – observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; 
II – divulgação de informações de interesse público, independentemente de 
solicitações; 
III – utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da 
informação; 
IV – fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração 
pública; 
V – desenvolvimento do controle social da administração pública. O fim maior é 
ampliar a publicidade dos atos até para se garantir uma maior efetividade no 
controle dos atos administrativos, pois quanto maior for o acesso à informação 
maior também será a fiscalização. 
Note que constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade 
do agente público ou militar, dentre outras: recusar-se a fornecer 
informação requerida nos termos da Lei de Acesso à Informação; 
retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la 
intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; agir 
com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à 
informação; impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou 
de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou 
por outrem; destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos 
concernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de 
agentes do Estado. 
Tais agentes responderão do ponto de vista administrativo (como 
transgressão para os militares e como falta disciplinar para os agentes 
públicos civis). Ademais, os órgãos e entidades públicas respondem 
diretamente pelos danos causados em decorrência da divulgação não 
autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou 
informações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade 
funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito 
de regresso. 
Disso extraímos que são muitos os desafios do Direito Cibernético na 
seara da Administração Pública, concertando os interesses e deveres 
estatais com a necessidade de um modelo mais tecnológico de 
tratamento das informações e, até mesmo, como forma de se procurar 
certa automação nos processos administrativos, com maior eficiência 
e celeridade. 
No campo das atividades privadas – empresariais, notadamente – a 
aplicação da IoT é de extrema importância, sobretudo pelos benefícios 
econômicos envolvidos. Assim, 
[…] compreender a IoT é muito importante para os gestores, pois, de acordo 
com a estimativa calculada pelo estudo realizado pelo Mckinsey Global 
Institute, a IoT vai gerar entre 3,9 e 11,1 trilhões de dólares anuais em 2025. 
(PECK, 2020, p. 150) 
Cada vez mais as tecnologias no contexto da IoT farão parte do 
cotidiano empresarial, seja para a melhoria de suas operações, seja 
quanto ao desenvolvimento de novos produtos e serviços. A 
automação residencial e empresarial, por exemplo, já é uma realidade 
(PECK, 2020). 
Por outro lado, “atualmente, as empresas dependem muito da 
inteligência humana para interpretar, antecipar e intuir informações de 
maneira que as máquinas não podem. Isso está prestes a mudar.” 
(AKABANE, 2019, p. 96). 
 
Esse cenário, em transição, permitirá que as empresas perfaçam um 
melhor uso das tecnologias de hiperconectividade, otimizando seus 
processos, bem como para melhor compreender o comportamento 
dos consumidores e do mercado em geral, circunstância que caminha 
lado a lado com as questões relativas ao Big Data, conforme já 
tivemos a ocasião de refletir. 
Benefícios quanto à infraestrutura, sistemas de Tecnologia da 
Informação (TI), controle de estoque, logística etc., são alguns dos 
exemplos de aplicabilidade de IoT no campo empresarial, permitindo a 
superação progressiva da perda de produtividade em função do 
manuseio físico de dados, na medida que a virtualização operacional 
proporcionará o acompanhamento em tempo real dos setores 
envolvidos, com análise simultânea, algo que, com certeza, melhora a 
tomada de decisões assertivas, necessárias no contexto altamente 
dinâmico dos mercados (REIS, 2008). 
 
 
 
Com isso, finalizamos mais um bloco de estudo. Há ainda o que 
conhecer, porém percorremos um caminhomuito interessante até 
aqui. Vamos em frente! 
 
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	CONCEITO-CHAVE
	ASSIMILE
	EXEMPLIFICANDO
	REFLITA

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