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DESCRIÇÃO Visão geral do processo de análise de demonstrativos financeiros, além de seus principais usuários e aplicações. PROPÓSITO Compreender o processo de análise dos principais demonstrativos contábeis para o subsídio das decisões tomadas pelos diversos usuários dessas informações, como, por exemplo, investidores, analistas de investimento e credores. PREPARAÇÃO Antes de iniciar o estudo do conteúdo deste tema, tenha em mãos recursos computacionais com acesso a planilhas eletrônicas (Excel) e calculadora para que seja possível efetuar o cálculo dos indicadores utilizados para o desenvolvimento da análise dos demonstrativos financeiros. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever os principais objetivos, as aplicações, as ferramentas e os usuários da análise de demonstrativos financeiros MÓDULO 2 Distinguir os componentes do balanço patrimonial e os princípios de sua estruturação MÓDULO 3 Identificar as contas componentes da demonstração de resultado do exercício e do demonstrativo do fluxo de caixa MÓDULO 4 Empregar a análise horizontal e vertical no balanço patrimonial dos principais demonstrativos financeiros da empresa INTRODUÇÃO Neste tema, abordaremos conceitos fundamentais relativos à análise econômico-financeira de empresas, apontando, nesse contexto, seus usuários. Além disso, discutiremos suas aplicações e as características dos principais demonstrativos financeiros: o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício e a demonstração do fluxo de caixa. Também apresentaremos o uso da análise horizontal e vertical. Ela é muito importante, pois permite a mensuração da relevância das principais contas patrimoniais e de resultado das empresas, bem como a identificação de suas variações intertemporais. O uso das técnicas de análise de demonstrativos financeiros é de interesse de diversos agentes em diversas situações de seu cotidiano profissional: Investidores e analistas de mercado de capitais na busca de oportunidades de investimento; Instituições financeiras e analistas de crédito na concessão de crédito corporativo; Gestores de empresas na análise dos resultados de suas empresas e de outros parceiros de sua cadeia de valor; Agências reguladoras e outros órgãos governamentais na fiscalização de participantes do mercado. Por fim, o domínio das técnicas de análise de demonstrativos financeiros é fundamental para o entendimento de diversos assuntos em finanças corporativas. Entre eles, podemos citar o orçamento de capital, a gestão do capital de giro e a estrutura de capital. MÓDULO 1 Descrever os principais objetivos, as aplicações, as ferramentas e os usuários da análise de demonstrativos financeiros Fonte: PopTika / Shutterstock A ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS, APLICAÇÕES E SEUS PRINCIPAIS USUÁRIOS No dia a dia das atividades corporativas e no mercado financeiro, analistas e gestores necessitam, em diversas situações, de informações financeiras para embasar suas conclusões e tomadas de decisão. Como exemplo, temos o caso dos investidores no mercado de capitais. Eles têm a dura tarefa de escolher ações para compor seu portifólio de investimentos. Para tanto, buscam entender o potencial de lucratividade das empresas nas quais pretendem alocar recursos. Da mesma forma que os investidores no mercado de capitais, os próprios gestores das corporações precisam tomar decisões empresariais que carecem de embasamento financeiro. Podemos citar como exemplos: Investimentos em novos projetos; Captação de recursos; Concessão de crédito a clientes. Fonte: echoevg / Shutterstock Nesse sentido, é fundamental ter acesso a dados contábeis produzidos com qualidade (fidedignos à realidade vivida pelas corporações) que sejam provenientes dos demonstrativos financeiros das empresas: ETAPA 01 Balanço patrimonial (BP) ETAPA 02 Demonstração de resultado de exercício (DRE) ETAPA 03 Demonstração do fluxo de caixa (DFC). IMPORTANTE No entanto, cabe observar que as informações advindas dos demonstrativos financeiros geralmente requerem um tratamento. A partir dele, é possível haver a efetuação de análises javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) mais completas e aprofundadas, para que possam ser utilizadas no suporte à tomada de decisão. É no tratamento das informações dos demonstrativos financeiros que são aplicadas as técnicas de análise de demonstrativos financeiros. A figura abaixo sintetiza o processo de transformação de dados contábeis provenientes desses demonstrativos em informações úteis para análise e tomada de decisão. Fonte: YDUQS, 2020 O processo da análise de demonstrativos financeiros. Esta figura mostra que os dados do balanço patrimonial (BP), do demonstrativo de resultados (DRE) e do demonstrativo de fluxo de caixa são os insumos a serem estudados na análise dos demonstrativos. Desse estudo, sairão as informações para a futura tomada de decisão. FERRAMENTAS E PRINCIPAIS INDICADORES UTILIZADOS NA ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS O primeiro e mais tradicional tipo de análise de demonstrativos financeiros é a análise horizontal e vertical. Ela permite um rápido entendimento da situação econômico-financeira das empresas e o levantamento dos “pontos de atenção” que deverão ser explorados em maior profundidade em análises posteriores. Enquanto a análise horizontal demonstra a evolução histórica de uma conta ou grupo de contas... A vertical denota a relevância da conta — o peso relativo — no demonstrativo analisado. Além da análise horizontal e vertical, são sugeridos, na literatura sobre finanças e contabilidade, uma infinidade de indicadores utilizados para a análise de demonstrativos financeiros. De forma geral, é possível categorizá-los em três grupos principais: INDICADORES DE RENTABILIDADE E ANÁLISE DO DESEMPENHO ECONÔMICO DAS EMPRESAS Os indicadores de rentabilidade e análise do desempenho econômico das empresas são usados para o entendimento da capacidade das companhias gerarem lucro e remunerarem os investidores. Os principais interessados na lucratividade das empresas são os sócios, que desejam entender se os recursos aportados estão rendendo adequadamente. Em termos práticos, isso poderia ser efetuado pela comparação com o custo do capital próprio (também chamado de taxa mínima de atratividade ou custo de oportunidade). Entre os principais indicadores utilizados nessa tarefa, podemos citar os índices de retorno, as margens de lucro e o giro dos recursos investidos. Contemporaneamente, muitos analistas vêm utilizando indicadores que visam a calcular o lucro econômico, estimando o quanto o lucro contábil supera os encargos financeiros dos recursos investidos na empresa. Além dos sócios das empresas, outros agentes — como credores e analistas de risco de crédito — também se interessam pelo diagnóstico da rentabilidade e da situação econômica. Várias pesquisas apontam a habilidade preditiva desses indicadores no que tange à capacidade de as empresas honrarem seus compromissos com terceiros no longo prazo. INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO E ANÁLISE DO RISCO DE INADIMPLÊNCIA Os indicadores de risco de inadimplência e endividamento são bastante utilizados no mercado para o diagnóstico da estrutura de capital e do nível de alavancagem das empresas. Eles têm como principais usuários os próprios gestores das corporações e os emprestadores (debenturistas e bancos). De forma prática, essa análise busca informar se as empresas estão muito ou pouco endividadas e qual é sua probabilidade de calote (risco de inadimplência ou de crédito). Entre os principais índices de risco de inadimplência e endividamento, temos: Relação entre a dívida e o patrimônio líquido: indica a proporção de recursos de sócios e terceiros na empresa; Relação entre a dívida de curto prazo e a total: auxilia na mensuração da relevância das dívidas contidas no passivo circulante da empresa; Índices de cobertura de juros e de dívida: relacionam o volume de obrigações comcredores (juros e principal dívida); Geração de caixa operacional das empresas (LAJI e LAJIDA): Os lucros antes de juros e impostos (LAJI) e aqueles antes de juros, impostos, depreciação e amortização (LAJIDA) são, respectivamente, índices que medem a eficiência produtiva de uma empresa, a capacidade de geração de caixa de sua atividade-fim e o potencial competitivo do negócio em relação aos seus concorrentes. Esses dois tipos de lucros também são bastante conhecidos pelos nomes em inglês: earning before interests, taxes, depreciation and amortization (EBITDA) e earning before interests and taxes (EBIT). Além dos gestores e credores das empresas, outros grandes interessados nesses índices de risco de inadimplência e endividamento são as agências de rating. Elas analisam o risco de crédito corporativo atribuindo notas às empresas, que, por sua vez, auxiliam o mercado na determinação das taxas de juros aplicadas sobre empréstimos e financiamentos. INDICADORES DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO Os indicadores da situação financeira de curto prazo são bastante utilizados no mercado para o diagnóstico da capacidade de as empresas honrarem seus compromissos com terceiros. Além disso, eles dimensionam as necessidades de recursos para financiamento das atividades operacionais de curto prazo. Os principais indicadores usados nessa tarefa são os índices de liquidez, os prazos médios dos componentes do ativo e passivo circulante, os ciclos operacional e financeiro e os indicadores de capital de giro. Esse ferramental tem aplicação direta na gestão financeira corporativa, dando suporte ao estudo e à definição de políticas comerciais (compra e venda) e de estoques, visando a garantir níveis adequados de liquidez para as empresas. Ele também pode ser utilizado para a análise de crédito de curto prazo tanto por instituições financeiras (financiamento do capital de giro) quanto pelas próprias empresas para concessão de crédito aos seus clientes. A tabela abaixo apresenta, de forma resumida, os principais tipos de indicadores utilizados na análise de demonstrativos financeiros e aponta suas funções. Indicadores de rentabilidade e análise do desempenho econômico Indicadores da situação financeira de curto prazo Indicadores de risco de inadimplência e endividamento Índices de retorno; Margens de lucro; Giro dos investimentos; Lucro econômico. Índices de liquidez; Prazos médios e ciclos; Indicadores de capital de giro. Índices de endividamento; Índices de cobertura de juros e dívida. Função: auxiliam no entendimento da capacidade de as Função: auxiliam no diagnóstico da capacidade de a Função: auxiliam no diagnóstico da estrutura de capital e nível de companhias gerarem lucro e remunerarem os investidores. empresa honrar com seus compromissos de curto prazo. alavancagem das empresas. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 1: Principais indicadores da análise de demonstrativos financeiros. É comum o “uso cruzado” de algumas técnicas, mesmo com a aplicação dos indicadores da tabela acima. Isso vai depender muito do grau de interdependência: Da situação econômica (capacidade de geração de retorno dos capitais investidos); Da situação financeira de curto prazo (capacidade de honrar com os compromissos); Do risco de inadimplência e endividamento (capacidade de pagamento dos credores e risco de calote das dívidas). COMENTÁRIO Considerando seu caráter introdutório, este texto não pretende detalhar o uso desses indicadores, limitando-se às análises horizontal e vertical. USUÁRIOS DA ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS Conforme enunciamos nos parágrafos anteriores, a análise de demonstrativos financeiros é de interesse de diversos agentes no meio corporativo e no mercado financeiro. Entre eles, podemos destacar: Fonte: SFIO CRACHO /shutterstock Investidores Sócios e acionistas utilizam a análise de demonstrativos financeiros de empresas para acompanhar a lucratividade e avaliar o risco dos seus investimentos; Fonte: everything possible /shutterstock Analistas de valores mobiliários javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Empregam a análise de demonstrativos financeiros para embasar projeções de resultado e tecer avaliações sobre os preços (cotações) das ações no mercado de ações; Fonte: fizkes /shutterstock Gestores de empresas Usam a análise de demonstrativos financeiros para embasar decisões corporativas, como, por exemplo, investimento em projetos, tomada de recursos (dívida ou capital próprio), concessão de crédito aos seus clientes e definição de políticas de compra e estoque; javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: SFIO CRACHO /shutterstock Bancos e outros tipos de credores Bancos (comerciais, de fomento e de investimento) e debenturistas utilizam a análise de demonstrativos financeiros para avaliar a concessão de crédito às empresas e determinar as taxas de juros cobradas em suas operações; Fonte: everything possible /shutterstock javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Agências de rating Empregam a análise de demonstrativos para avaliar e classificar o risco de crédito das empresas, consistindo na probabilidade de inadimplência das dívidas das corporações (informação usada por credores na concessão de crédito); Fonte: fizkes /shutterstock Reguladores Usam a análise de demonstrativos para acompanhar o desempenho de empresas em mercados regulados, visando a estabelecer tarifas justas (para empresas e seus clientes) e zelar pelo bom desempenho delas na prestação de seus serviços. IMPORTANTE No caso de pequenas empresas, cabe ressaltar que a obtenção de informações para análise pode se tornar mais complexa que obtida em empresas de grande porte, como, por exemplo, as SAs cotadas em bolsas de valores. Isso ocorre pelo fato de, muitas vezes, elas estarem preocupadas unicamente em efetuar registros contábeis com o intuito de efetuar o levantamento de impostos. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) É importante observar que existem situações específicas em empresas cujo foco não está voltado para a análise de demonstrativos com os fins descritos neste módulo. Conheceremos algumas delas a seguir: Fonte: Mr. Whiskey /Shutterstock Empresas de auditoria financeira têm como objetivo em suas atividades o exame dos demonstrativos contábeis. Elas buscam emitir opinião sobre a fidedignidade da situação patrimonial, financeira e contábil do auditado, bem como a verificação de conformidade e a de prevenção e detecção de fraude. A análise para a tomada de decisões não é seu objetivo. Fonte: Flamingo Images /Shutterstock Analistas técnicos, também conhecidos como grafistas, embasam suas decisões de investimento em ações pela análise dos gráficos de cotações das ações no tempo, não se fundamentando na análise dos demonstrativos financeiros. Fonte: Budimir Jevtic /Shutterstock Consumidores não corporativos (de forma distinta dos clientes corporativos, que possuem maior grau de dependência de seus fornecedores) não têm, em geral, interesse no entendimento da situação econômico-financeira das empresas produtoras dos produtos ou serviços que consomem. Fonte: dotshock /Shutterstock Organizações não governamentais e funcionários comuns das empresas (desde que não sejam gestores de orçamento ou não tenham interesse no entendimento do desempenho da companhia) não são usuários frequentes da análise de demonstrativos financeiros. APLICAÇÕES E USUÁRIOS DA ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS Neste vídeo, versaremos um pouco sobre o tópico Usuários da análise de demonstrativos financeiros e suas aplicações. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. PODEMOS AFIRMAR QUE AS PRINCIPAIS FERRAMENTAS UTILIZADAS NA ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS SÃO: A) Análiseda estrutura de negócios e da capacidade de geração de lucro da empresa. B) Análise de Indicadores (rentabilidade, situação financeira, risco de inadimplência e endividamento) e a análise horizontal e vertical. C) Análise do capital de giro, do posicionamento estratégico e auditoria das demonstrações financeiras. D) Análise da estrutura de capital, orçamento empresarial e da estratégia de negócios da empresa. E) Análise do orçamento empresarial e do capital de giro e auditoria das demonstrações financeiras. 2. A ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS POSSUI DIVERSAS APLICAÇÕES E USUÁRIOS. A ALTERNATIVA QUE MELHOR DESCREVE O GRUPO DE USUÁRIOS TÍPICOS DESSA METODOLOGIA SERIA: A) Bancos comerciais, empresas de auditoria financeira, agências classificadoras de risco (rating), agências reguladoras, gestores corporativos e organizações não governamentais (ONGs). B) Agências reguladoras, empregados das empresas, analistas do mercado de ações, bancos comerciais, organizações não governamentais (ONGs) e analistas de crédito. C) Agências classificadoras de risco (rating), reguladores, bancos de investimento, investidores no mercado de capitais, gestores corporativos e analistas do mercado de ações. D) Analistas técnicos (grafistas), agências classificadoras de risco (rating), agências reguladoras, bancos de fomento, consumidores não corporativos e analistas do mercado de ações. E) Bancos comerciais, analistas técnicos (grafistas), entidades de classe, organizações não governamentais (ONGs) e analistas de crédito. GABARITO 1. Podemos afirmar que as principais ferramentas utilizadas na análise de demonstrativos financeiros são: A alternativa "B " está correta. As principais ferramentas da análise de demonstrativos financeiros são a análise horizontal e vertical e a de indicadores de rentabilidade e análise do desempenho econômico, endividamento e risco de inadimplência e situação financeira de curto prazo. As análises de estrutura de negócios, do posicionamento estratégico e da estratégia da empresa não são relacionadas à análise de demonstrativos financeiros. O orçamento empresarial e a auditoria dos demonstrativos financeiros, apesar de estarem relacionados às finanças corporativas, têm escopo distinto ao da análise de demonstrativos. 2. A análise de demonstrativos financeiros possui diversas aplicações e usuários. A alternativa que melhor descreve o grupo de usuários típicos dessa metodologia seria: A alternativa "C " está correta. Os principais usuários da análise de demonstrativos financeiros são os investidores no mercado de ações, os analistas de mercado de capitais, os gestores das empresas, os bancos comerciais, de fomento e de investimento, as agências de rating e as agências reguladoras. Empresas de auditoria financeira, analistas técnicos (também conhecidos como grafistas), consumidores não corporativos, organizações não governamentais e funcionários comuns das empresas não têm como foco a análise de demonstrativos financeiros. MÓDULO 2 Distinguir os componentes do balanço patrimonial e os princípios de sua estruturação Fonte: s_oleg / Shutterstock O BALANÇO PATRIMONIAL Antes de apresentarmos e discutirmos as técnicas de análise de demonstrativos financeiros, é fundamental conhecermos a matéria-prima de nosso trabalho: os próprios demonstrativos financeiros. Mais especificamente, vamos nos dedicar a compreender as características dos principais documentos contábeis utilizados nesse processo: Balanço patrimonial (BP) Demonstração de resultado do exercício (DRE) Demonstração do fluxo de caixa (DFC) Vamos nos restringir à exploração da estrutura desses demonstrativos sem nos preocuparmos com os procedimentos contábeis utilizados em suas confecções, já que eles seriam próprios e adequados a um curso introdutório sobre fundamentos da contabilidade. O PRIMEIRO DEMONSTRATIVO QUE APRESENTAREMOS É O BALANÇO PATRIMONIAL (BP). ELE CONSISTE EM UMA APRESENTAÇÃO ESTÁTICA, ORDENADA E RESUMIDA DE TODAS CONTAS PATRIMONIAIS — BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES — DE UMA EMPRESA EM DETERMINADA DATA. O QUADRO A SEGUIR APRESENTA A ESTRUTURA TÍPICA DE UM BP: Ativo Passivo Ativo circulante Disponibilidades Passivo circulante Empréstimos e financiamentos Clientes Estoques Adiantamento a fornecedores Impostos a recuperar Outros Fornecedores e contas a pagar Salários Impostos Dividendos Outros Ativo não circulante Realizável a longo prazo Investimentos Imobilizado Intangível Passivo não circulante Empréstimos e financiamentos Outros Patrimônio líquido Capital social Reserva de lucros Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 2: Estrutura típica de um balanço patrimonial. O BP é uma apresentação: 1 Estática, porque não descreve as movimentações que determinaram os saldos das contas patrimoniais da empresa; Ordenada, pois as contas no ativo são organizadas por ordem de liquidez (conversibilidade em dinheiro), enquanto as do passivo o são por ordem de exigibilidade; 2 3 Resumida, já que o BP não apresenta o detalhamento das contas patrimoniais exibidas de forma sumarizada; Em uma data, que pode ser o final de um ano (31/12), de um trimestre ou de determinado mês (disponível geralmente em relatórios internos das empresas). 4 O BP é dividido em dois grandes grupos: ativo e passivo. Eles, por sua vez, são subdivididos em subgrupos de contas conforme suas características e o prazo de maturação. Fonte: Bakhtiar Zein /shutterstock O ativo é composto das aplicações de recursos da empresa (bens e direitos)... Fonte: Bakhtiar Zein /shutterstock Enquanto o passivo o é das fontes de recursos da companhia (obrigações com sócios e terceiros). O ATIVO CIRCULANTE O ativo circulante (AC) é composto tanto por recursos disponíveis — caixa, bancos e aplicações financeiras de curto prazo — quanto por bens e direitos cuja empresa pretenda converter em dinheiro em prazo inferior a um ano da data de fechamento do BP. COMENTÁRIO Como exemplo, suponha que uma empresa possua um saldo de R$500 mil em sua conta Clientes no BP fechado em 31/12/20X1. Isso significa que os recebíveis contidos nessa conta têm prazo de vencimento igual ou inferior a 31/12/20X2. Além de disponibilidades e clientes, uma conta que geralmente possui relevância no AC é a dos estoques. Outras contas comumente encontradas nele são os adiantamentos a fornecedores e os impostos a recuperar. Fonte: s_oleg/Shutterstock Contas que possuem pouca relevância (baixo valor) e não se enquadram nas demais descritas anteriormente são, em geral, sumarizadas na conta Outros ativos circulantes. O quadro a seguir apresenta um resumo das características das contas que compõem o ativo circulante: Componentes do ativo circulante: Disponível — caixa, bancos e aplicações financeiras de curto prazo. Em geral, as aplicações financeiras que constam do ativo circulante se referem a investimentos em renda fixa com baixo risco e alta liquidez; Clientes — recebíveis, como duplicatas a receber e cartões de crédito, relativos ao financiamento de vendas efetuadas a prazo pela empresa com vencimento inferior a um ano; Estoques — em empresas comerciais, referem-se às mercadorias registradas a preço de custo (valor pago na aquisição delas). Em indústrias — dependendo da fase no processo produtivo —, os estoques podem ser classificados como matéria-prima (ou insumo), produto em processo ou produto acabado; Adiantamento a fornecedores — recursos transferidos a fornecedores antecipadamente à entrega de produtos adquiridos com a expectativa de compensação (mediante entrega futura) em prazo inferior a um ano da data de fechamento do balanço; Impostos a recuperar — trata-se daqueles pagos na compra de mercadorias e insumos que serão recuperados (deduzidos) quando a empresa apurar os impostos a recolher referentes à venda de seus produtos ou revender as mercadorias previamente adquiridas. Atenção! Para visualizaçãocompleta databela utilize a rolagem horizontal Quadro 3: Características das contas do ativo circulante. O ATIVO NÃO CIRCULANTE Um segundo grupo do ativo é o ativo não circulante (ANC), que consiste nas aplicações de recursos de longo prazo da empresa. COMENTÁRIO Na contabilidade, ativos de longo prazo são aqueles que se espera transformar em dinheiro no prazo superior a um ano ou que não haja um prazo definido para sua realização. O ANC é composto por quatro grupos de contas: Realizável a longo prazo Investimentos Imobilizado Intangível O realizável a longo prazo (RLP) contém, em geral, direitos com vencimento superior a um ano ou, por prudência, indica que a empresa não deve contar com o recebimento já no exercício seguinte. EXEMPLO Recebíveis de clientes com prazo de vencimento superior a 12 meses provenientes de vendas parceladas e financiadas pela própria empresa, assim como os empréstimos concedidos a EXEMPLO Edificações (utilizadas para abarcar as operações da empresa), máquinas, móveis, veículos e infraestrutura de informática. Uma característica importante dos itens do imobilizado é que, em geral, eles sofrem depreciação. Esse fenômeno consiste em um artifício contábil que visa a reduzir gradativamente o valor dos ativos tangíveis da empresa, buscando, com isso, evidenciar sua degradação ou envelhecimento – e consequente perda valor. A depreciação também é lançada como despesa na DRE, embora não constitua saída de caixa (dispêndio). Os prazos de depreciação de ativos são determinados pela Receita Federal. Cabe observar que as regras contábeis postulam que os terrenos de propriedade das empresas não podem ser depreciados. Fonte: Jo Galvao /Shutterstock O quarto e último grupo do ANC é o intangível, que é um grupo de contas que abarca os ativos não corpóreos de posse da empresa, ainda que eles — direta ou indiretamente — agreguem no desenvolvimento de suas atividades. EXEMPLO Marcas que as organizações adquirem de outras empresas, sendo utilizadas para identificar produtos e auxiliar no processo de comercialização, além do valor pago em licenças para funcionamento, direitos de uso de ativos, softwares e valores pagos na aquisição de franquias. É importante observar que, dada a natureza não corpórea dos ativos intangíveis, a contabilidade trabalha com regras rígidas com o objetivo de evitar ilusões relativas aos valores registrados nos balanços. EXEMPLO Graças ao conservadorismo no registo do valor de marcas, elas somente podem ser “ativadas” (lançadas no ativo) quando compradas. Portanto, não é possível efetuar o registro contábil do valor daquelas geradas pela própria empresa. Por fim, vale destacar que diversos componentes do intangível são amortizados ao longo do tempo, o que constitui um processo similar ao da depreciação de bens corpóreos do imobilizado e investimentos (cujo prazo também é determinado pela Receita Federal). O quadro a seguir apresenta um resumo das características das contas que compõem o ativo não circulante: Componentes do ativo não circulante: Realizável a longo prazo — clientes e outros recebíveis com prazo de recebimento superior a um ano ou nos casos em que houver incerteza no prazo de recebimento de contas que originalmente constariam do AC. É o caso, por exemplo, de empréstimos efetuados a diretores da empresa e depósitos judiciais; Investimentos — ações e participações em outras empresas, obras de arte, imóveis e terrenos de propriedade da organização que estejam alugados para terceiros ou simplesmente não sejam utilizados nas suas operações; Imobilizado — imóveis, terrenos, máquinas, móveis, veículos, infraestrutura de informática e outros bens corpóreos de propriedade da empresa que sejam empregados em suas atividades. Em geral, os itens do imobilizado sofrem depreciação ao longo do tempo de acordo com prazos definidos pela Receita Federal (uma das exceções seriam os terrenos, pois eles não têm depreciação); Intangível — marcas, patentes, licenças de funcionamento, softwares, direitos de uso de propriedade e outros bens não corpóreos que contribuam direta ou indiretamente para o desenvolvimento das atividades da empresa. Somente o valor das marcas compradas pela organização pode ser registrado no intangível. O valor daquelas criadas pela empresa não pode ser “ativado”. De forma análoga à depreciação aplicada nos ativos de longo prazo corpóreos das empresas, os ativos intangíveis podem ser amortizados. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 4: Características das contas do ativo não circulante. O PASSIVO CIRCULANTE O passivo circulante (PC) consiste nas obrigações de curto prazo das empresas. Fazem parte desse grupo contas, como, por exemplo, fornecedores, impostos a pagar, salários e obrigações trabalhistas, empréstimos e financiamentos, dividendos a pagar e adiamento de clientes. COMENTÁRIO Na realidade, o nome de todas aquelas que integram o PC pode ser seguido do termo “a pagar”, o que muitas vezes é efetuado para diferenciá-las das contas de resultado homônimas que constam na DRE. De forma similar ao verificado no AC, as contas que compõem o PC possuem prazo de vencimento inferior a um ano da data de fechamento do BP. Cabe ressaltar que não constam no PC lançamentos associados a perspectivas de atividades futuras. Somente são registrados fatos e eventos econômico-financeiros já concretizados pela empresa. Como exemplo, peguemos a conta Fornecedores. Nela, somente estão registradas as obrigações já contraídas com os fornecedores de produtos ou mercadorias já recebidos pela empresa. Fonte: echoevg/Shutterstock Pagamentos futuros a fornecedores referentes a pedidos efetuados e ainda não recebidos pela empresa não são registrados nessa conta. O quadro a seguir expõe um resumo das características das contas que compõem o passivo circulante: Componentes do passivo circulante: Empréstimos e financiamentos — valor do principal das dívidas contraídas com bancos, debenturistas e outros tipos de credores. Em geral, os passivos registrados nesse grupo são onerosos, isto é, incide sobre eles a cobrança de juros. Constam no PC os empréstimos e o financiamento com prazo inferior a 12 meses do fechamento do BP; Fornecedores — obrigações contraídas com fornecedores de mercadorias, insumos ou serviços vendidos (entregues) ou prestados à empresa com data de pagamento inferior a um ano da data de encerramento do BP. Em muitos BPs, essa conta pode ser denominada como duplicatas a pagar; Contas a pagar — contas de luz, telefone, internet e outras prestações de serviço necessárias ao funcionamento das atividades operacionais da empresa; Salários e provisões trabalhistas a pagar — consistem no compromisso futuro dos salários que devem ser pagos aos colaboradores da empresa referente a períodos passados (horas de trabalho já executadas). Neste grupo, também são lançados valores referentes a férias e 13º salário já acumulados que sejam proporcionais ao tempo trabalhado pelo colaborador na empresa; Imposto de renda e outros tipos de tributos a pagar — obrigações relativas a imposto de renda e contribuição, como ICMS, ISS, IPI, PIS e COFINS, além de outros tipos de tributos já apurados pela empresa. Em geral, impostos em atraso são destacados em contas separadas; Dividendos a pagar — parcela do lucro líquido de exercícios anteriores destinada à remuneração dos sócios da empresa. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 5: Características das contas do passivo circulante. O PASSIVO NÃO CIRCULANTE De forma análoga à do RLP, o passivo não circulante (PNC) consiste nas obrigações de longo prazo das empresas, ou seja, aquelas que possuem vencimento posterior a um ano da data de encerramento do BP. O grupo de contas mais comum no PNC é o de empréstimos e financiamentos, que compreende as dívidas (ou parcelas das dívidas) da empresa com bancos e debenturistas com prazosuperior a 12 meses. EXEMPLO Imagine uma empresa que, em dezembro do exercício anterior (dezembro de 20X1), tenha contraído um empréstimo com pagamento futuro em 36 meses. As 12 primeiras parcelas do principal serão amortizadas no ano seguinte (vencimento em 20X2) e constarão no PC no BP fechado em 20X1, enquanto as demais parcelas (as 24 restantes) ficarão no PNC (vencimento a partir de 20X3). IMPORTANTE O valor lançado nos empréstimos e financiamentos (tanto no PC como no PNC) sempre se refere ao valor do principal da dívida e não inclui expectativa de juros referentes a períodos futuros. Também constam no PNC parcelamentos de impostos, fornecedores de longo prazo e provisões, entre outras contas, com vencimento superior a um ano. O quadro a seguir estabelece um resumo das características das contas que compõem o passivo não circulante. Fonte: eggeegg/Shutterstock Componentes do passivo não circulante: Empréstimos e financiamentos — valor do principal das dívidas contraídas com bancos, debenturistas e outros tipos de credores com prazo superior a um ano; Fornecedores — obrigações contraídas com fornecedores de mercadorias, insumos ou serviços vendidos (entregues) ou prestados à empresa com data de pagamento superior a um ano da data de encerramento do BP; Parcelamentos de tributos em atraso — impostos que não foram pagos no período adequado e tiveram prazo de pagamento e valores renegociados com o governo; Provisões para contingências — despesas relacionadas a valores financeiros que ainda não foram desembolsados pela empresa referentes a fatos e eventos econômico- financeiros já ocorridos em exercícios passados. Como exemplo disso, temos as provisões para contingências trabalhistas que derivam da possibilidade de pagamentos relacionadas a litígios com ex-funcionários da empresa que estejam sendo discutidos na justiça do trabalho. As provisões para contingências têm contrapartida em despesas lançadas na DRE e reduzem o lucro da empresa. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 6: Características das contas do passivo não circulante. O PATRIMÔNIO LÍQUIDO O último grupo de contas que analisaremos do passivo e do próprio BP é o patrimônio líquido (PL). Em termos práticos, ele pode ser apresentado de duas formas. Matematicamente, o PL corresponde à diferença entre o conjunto de bens e direitos (contidos no ativo) e as obrigações da empresa (contidas no PC e no PNC)... Conceitualmente, ele diz respeito à informação dos recursos alocados pelos sócios (acionistas nas SAs e cotistas nas limitadas) na empresa. Juntando as duas informações, podemos afirmar que o montante de recursos registrado no PL seria uma previsão de quanto os sócios receberiam ao final de um exercício contábil. Isso seria possível na hipótese de encerramento das atividades da empresa e da liquidação dos ativos e passivos exigíveis pelo valor registrado na contabilidade. Os principais componentes do PL são: O CAPITAL SOCIAL O capital social consiste nos recursos aportados na empresa pelos sócios no ato da constituição da sociedade ou em momentos posteriores. Fonte: Freedomz /shutterstock AS RESERVAS DE CAPITAL E DE LUCRO As reservas de lucro são os lucros gerados pela empresa em períodos anteriores que ainda não foram distribuídos aos sócios, enquanto as reservas de capital correspondem ao registro de valores aportados por sócios na organização que excederam o valor patrimonial das ações registrado no capital social. Fonte: Freedomz /shutterstock AS AÇÕES EM TESOURARIA As ações em tesouraria indicam o registro de valores pagos na compra de ações da própria empresa no mercado. Quando ela adquire uma ação de outra companhia, ocorre a contabilização de recursos que saíram das disponibilidades e simultaneamente o registro dos valores pagos nas ações da conta Investimentos no ANC. Quando a empresa adquire as próprias ações no mercado, o processo é diferente. No lugar do lançamento das ações no ANC, ele é efetuado no PL como uma conta redutora (valores negativos), correspondendo a uma saída de recursos para os sócios. Em muitos casos, as ações em tesouraria são posteriormente canceladas. Fonte: Roman Samborskyi /shutterstock OS AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL Os ajustes de avaliação patrimonial consistem em correções de valores de ativos ou passivos em relação ao seu valor justo. Fonte: Freedomz /shutterstock O quadro a seguir contém um resumo das características das contas que compõem o patrimônio líquido. Componentes do patrimônio líquido: Capital social — registro dos recursos aportados pelos sócios da empresa em sua constituição ou em aportes posteriores; Reservas de lucro — lucros gerados pela empresa que ainda não foram distribuídos aos sócios; Reservas de capital — valores aportados por sócios na empresa que excederam o valor patrimonial das ações registrado no capital social; Ações em tesouraria — registro no PL (como conta redutora) de valores pagos na compra de ações da própria empresa no mercado, correspondendo a uma saída de recursos para os sócios; Ajustes de avaliação patrimonial — correções de valores de ativos ou passivos em relação ao seu valor justo. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 7: Características das contas do patrimônio líquido. PARA TERMOS UM MELHOR ENTENDIMENTO DO BP, APRESENTAREMOS UM EXEMPLO DE UMA EMPRESA FICTÍCIA SIMPLIFICADA: A FÁBRICA DE EMBALAGENS S.A. POSTERIORMENTE, NO ÚLTIMO MÓDULO, ELE SERÁ UTILIZADO NA APLICAÇÃO DA ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL. Os quadros abaixo apresentam, respectivamente, os resultados apurados de dois anos (20X1 e 20X2) do ativo e do passivo da Fábrica de Embalagens. Ativo circulante 20X2 20X1 Disponível 583.465 341.975 Clientes 325.355 137.898 Estoques 418.843 245.325 Outros 72.238 61.200 1.399.900 786.398 Realizável a longo prazo 74.835 41.793 Imobilizado 1.337.945 1.137.925 2.812.680 1.966.115 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 8: Ativo da Fábrica de Embalagens. Passivo circulante 20X2 20X1 Empréstimos e financiamentos 932.193 590.178 Fornecedores 284.048 144.415 Impostos, salários e outros 59.633 60.443 1.275.873 795.035 Não circulante 646.375 518.685 Patrimônio líquido 890.433 652.395 2.812.680 1.966.115 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 9: Passivo da Fábrica de Embalagens. ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL Neste vídeo, falaremos de maneira mais detalhada sobre a estrutura do balanço patrimonial: passivo (origens dos recursos) e ativo (investimento deles). VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. UM DOS PRINCIPAIS ITENS DO BALANÇO PATRIMONIAL É O PATRIMÔNIO LÍQUIDO, QUE REVELA A INFORMAÇÃO DO MONTANTE DE RECURSOS ALOCADOS NA EMPRESA PERTENCENTES AOS SÓCIOS. MATEMATICAMENTE, O PATRIMÔNIO LÍQUIDO PODE SER CALCULADO PELA DIFERENÇA ENTRE: A) O ativo circulante e o passivo circulante da empresa. B) Os ativos circulante e não circulante e o passivo não circulante da empresa. C) O ativo não circulante e o passivo não circulante da empresa. D) O ativo total e o passivo exigível (circulante e não circulante) da empresa. E) O passivo total e o ativo circulante. 2. O BALANÇO PATRIMONIAL CONSISTE NUMA APRESENTAÇÃO ESTÁTICA, ORDENADA E RESUMIDA DE TODAS AS CONTAS PATRIMONIAIS – BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES – DE UMA EMPRESA, NUMA DETERMINADA DATA. NESSE SENTIDO PODEMOS AFIRMAR QUE O PRINCIPAL CRITÉRIO PARA ORDENAÇÃO DAS CONTAS DO ATIVO SERIA A: A) Liquidez B) Exigibilidade C) Prudência D) Realização da receita E) Continuidade GABARITO 1. Um dos principais itens do balanço patrimonial é o patrimônio líquido, que revela a informação do montante de recursos alocados na empresa pertencentes aos sócios. Matematicamente, o patrimônio líquido pode ser calculado pela diferença entre: A alternativa "D " está correta. O patrimônio líquido pode ser obtido pela diferença do ativo total(circulante e não circulante) e o passível exigível da empresa (circulante e não circulante). A diferença entre o ativo e o passivo circulante nos leva ao conhecimento do capital de giro líquido da empresa. A diferença entre o ativo total (ativos circulante e não circulante) e o passivo não circulante não geram nenhum indicador específico ou de interesse na análise. Isso também vale para a diferença entre o ativo não circulante e o passivo não circulante da empresa. 2. O Balanço Patrimonial consiste numa apresentação estática, ordenada e resumida de todas as contas patrimoniais – bens, direitos e obrigações – de uma empresa, numa determinada data. Nesse sentido podemos afirmar que o principal critério para ordenação das contas do ativo seria a: A alternativa "A " está correta. O principal critério para ordenação do ativo é a liquidez, que consiste na conversibilidade em dinheiro: prazo que se espera que determinada conta se transforme em caixa para empresa. A exigibilidade é um conceito pertinente ao passivo. A prudência também é um critério que pode ser usado para a classificação de contas entre os subgrupos do ativo ou passivo, mas é secundária em relação à liquidez. A realização da receita é um princípio que não tem relação com a ordenação das contas do ativo. MÓDULO 3 Identificar as contas componentes da demonstração de resultado do exercício e do demonstrativo do fluxo de caixa Fonte: Flamingo Images /Shutterstock A DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO E A DO FLUXO DE CAIXA Neste módulo, discutiremos as características de outros dois importantes demonstrativos — as demonstrações de resultado e do fluxo de caixa — fundamentais para o entendimento do desempenho econômico (lucro) e financeiro (caixa) gerado a cada exercício contábil. A DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO A demonstração de resultado do exercício (DRE) é um documento que apresenta, de forma sumarizada, o montante movimentado nas contas de resultado da empresa — receitas, custos e despesas — em determinado período (um ano, um trimestre ou um mês), evidenciando o lucro líquido das atividades da companhia. O quadro a seguir apresenta a estrutura típica de uma DRE: Receita bruta (-) Deduções da receita bruta (=) Receita líquida (-) Custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos (CPV, CMV ou CSV) (=) Lucro bruto (-) Despesas administrativas e comerciais (+) Outras receitas operacionais (=) Lucro antes dos juros e impostos (-) Despesas financeiras (+) Receitas financeiras (=) Lucro antes dos impostos (LAI) (-) Imposto de renda e contribuição social (IR & CS) (=) Lucro líquido Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 10: Estrutura típica de uma demonstração de resultado do exercício. A primeira conta da DRE é a da receita bruta, também chamada de receita bruta de vendas. Ela consiste no montante das vendas efetuadas na empresa em determinado período. IMPORTANTE O conceito de venda na contabilidade implica a entrega de produtos, mercadorias ou serviços vendidos pela empresa aos seus clientes (princípio da realização da receita). Muitas vezes, outras áreas da empresa (como, por exemplo, a área comercial) denominam pedidos feitos por clientes (e ainda não entregues) como vendas. Mas eles não podem ser considerados assim pela contabilidade antes da consumação da entrega. Fonte: Dean Drobot /Shutterstock Outro princípio contábil relevante é o da competência, responsável pela determinação de que as receitas de vendas (e os gastos a elas associados) devem ser registradas na DRE no período em que elas são realizadas. Isso independe de quando ocorrem, de fato, os recebimentos (ou pagamento dos valores gastos) dos valores vendidos. Dessa forma, é fundamental entender a diferença entre receitas e recebimentos (e, de forma análoga, despesas e pagamentos). Receitas são apuradas pelo regime de competência, sendo registradas quando as vendas são efetuadas, enquanto recebimentos o são pelo regime de caixa, ou seja, quando os recursos das vendas são incorporados às disponibilidades da empresa. O próximo quadro aponta os principais conceitos e princípios referentes à contabilização das receitas: Princípio da realização da receita — as receitas de vendas são consideradas realizadas no momento da entrega do bem ou do serviço para o cliente; Princípio da competência — determina que, independentemente de recebimento e pagamento, as receitas e despesas devem ser atribuídas aos períodos de sua ocorrência; Regime de competência — modelo de apuração de resultado que segue o princípio da competência para direcionar o período de lançamento das receitas e despesas. A DRE é apurada seguindo o regime de competência; Regime de caixa — modelo de apuração de resultado cujos lançamentos são efetuados no período em que os recursos monetários (provenientes de recebimentos e pagamentos) são movimentadas e geram impacto nas disponibilidades da empresa. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 11: Princípios e conceitos contábeis relativos à contabilização das receitas. A segunda linha da DRE se refere às deduções da receita bruta de vendas, consistindo geralmente nos tributos apurados sobre o faturamento, como IPI, ICMS, ISS, PIS e COFINS, e e as devoluções de vendas. O tipo de tributo que será deduzido das receitas da empresa dependerá da sua atividade. Fonte: autor/shutterstock Empresas que atuam no ramo de comércio e indústrias geralmente pagam o ICMS sobre suas vendas... Fonte: autor/shutterstock Enquanto as organizações da área de serviços arcam com o ISS. Além do ICMS, diversas atividades industriais sofrem a incidência do IPI sobre suas vendas. O quadro seguinte sumariza os principais tipos de tributos apurados sobre o faturamento das empresas: ICMS — imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e comunicação. Cada estado tem o dever de definir a alíquota e arrecadar os valores dos seus contribuintes; IPI — imposto sobre os produtos industrializados. Ele incide tanto nos produtos nacionais quanto nos importados, sendo um imposto de esfera federal e arrecado pelo Tesouro Nacional; ISS — imposto sobre serviços de qualquer natureza, exceto para as atividades nas quais incide o ICMS. Ele é da esfera municipal; PIS e COFINS — são siglas de dois tipos de tributos referentes a programas sociais do Governo Federal: o Programa de Integração Social e o Contribuição para Financiamento da Seguridade Social. Essas contribuições incidem sobre a receita das empresas, exceto as microempresas e empresas de pequeno porte, que contribuem pelo Simples Nacional; IE — o imposto de exportação (IE) é da esfera federal, sendo aplicado na venda de produtos nacionais (ou nacionalizados) para o exterior. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 12: Principais tipos de tributos apurados sobre a receita bruta de vendas. A terceira linha da DRE é a da receita líquida, que é composta pela diferença entre a receita bruta e as deduções da receita. Na análise dos demonstrativos financeiros, essa receita possui um papel especial, sendo utilizada pelos analistas como base para o cálculo das margens de lucro e na análise vertical da DRE. 1 De forma geral, a receita líquida é considerada mais adequada para comparações entre negócios devido a possíveis distinções tributárias entre as empresas analisadas e eventuais distorções ocasionadas por devoluções de vendas. Na sequência da receita líquida, temos o custo das vendas, podendo ser identificado como custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos (CPV, CMV ou CSV). 2 3 O custo dos produtos vendidos (CPV) é registrado no caso de empresas industriais e corresponde ao custo de fabricação dos produtos que a empresa vendeu em determinado período. Em sua formação, são computados, entre outros itens, gastos com matéria-primae mão de obra da área fabril, além do custo com energia elétrica e depreciação das máquinas. Não fazem parte do CPV gastos como os salários de colaboradores da área financeira ou a energia utilizada pela área administrativa, que serão computados como despesas administrativas e comerciais. O custo das mercadorias vendidas (CMV) é registrado no caso de empresas comerciais e se refere aos valores pagos aos fornecedores pelas mercadorias vendidas em determinado período. Tanto o CMV como o CPV de um período correspondem à baixa dos estoques da empresa no mesmo intervalo de tempo. 4 5 O custo dos serviços vendidos (CSV) é registrado no caso de empresas prestadoras de serviço e compreende todos os gastos efetuados na execução dos serviços realizados e faturados pela organização em determinado período, como, por exemplo: Mão de obra utilizada no serviço; Depreciação de equipamentos utilizados na prestação; Outros gastos relativos ao tipo de serviço executado. No caso de uma escola, por exemplo, fazem parte do CSV o salário dos professores, o aluguel dos espaços de aula, o custo da intranet acadêmica, a energia gasta no espaço acadêmico, a depreciação dos computadores e outros utensílios utilizados no ambiente de aula. 6 7 Gastos administrativos, como salários dos colaboradores do departamento de pessoal e da secretária, geralmente não são computados no CSV, sendo lançados nas despesas administrativas e comerciais. Este quadro resume os principais conceitos associados aos tipos de custos sobre as vendas das empresas: CPV — o custo dos produtos vendidos mensura os gastos associados ao processo de fabricação daqueles comercializados pela empresa em determinado período, como, por exemplo, matéria-prima, mão de obra, gastos com energia e depreciação de máquinas. É pertinente às empresas industriais. CMV — o custo das mercadorias vendidas se refere ao custo de aquisição (pago aos fornecedores da empresa) daquelas comercializados em determinado período. É pertinente a empresas comerciais. CSV — o custo dos serviços vendidos se refere aos gastos efetuados na execução daqueles realizados e faturados pela organização em determinado período. É pertinente a empresas prestadoras de serviços. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 13: Tipos de custos sobre as vendas. Na sequência do custo das vendas, temos a apuração do lucro bruto (também chamado de resultado bruto), que consiste na diferença entre a receita líquida e o CPV, CMV ou CSV, dependendo da atividade da empresa. O LUCRO BRUTO É UM IMPORTANTE RESULTADO PARA OS ANALISTAS FINANCEIROS POR REVELAR QUANTO DOS RECURSOS FOI GERADO PELA EMPRESA COM O PROPÓSITO DE SUPORTAR TANTO AS DESPESAS DAS ÁREAS DE SUPORTE ADMINISTRATIVO E COMERCIAL QUANTO AS FINANCEIRAS REFERENTES A EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS CONTRAÍDOS PELA COMPANHIA. Em geral, a fim de gerar comparabilidade com outros negócios, analistas financeiros calculam a razão entre o lucro bruto e a receita líquida para o conhecimento da margem bruta em termos percentuais. Empresas com maiores margens brutas que companhias comparáveis atuando no mesmo segmento e efetuando atividades similares demonstram, em geral, maior habilidade para promover o markup de seus produtos e mercadorias e/ou maior eficiência na gestão de seus custos de vendas. Abaixo do lucro bruto, são registradas as despesas administrativas e comerciais, compreendendo todos os gastos operacionais da empresa que não foram computados nos custos de vendas. Fazem parte desse grupo de contas: MARKUP Markup é a diferença entre o preço e o custo da mercadoria. A habilidade de promovê-lo pode advir de estratégias bem sucedidas de vendas e marketing. ETAPA 01 Salários pagos aos colaboradores das áreas administrativas e comerciais; ETAPA 02 Energia usada fora da área de produção; javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) ETAPA 03 Aluguéis do espaço alocado às áreas administrativas; ETAPA 04 Gastos com marketing e comercialização; ETAPA 05 Depreciação de equipamentos e móveis utilizados pelo staff administrativo. De forma similar ao que é aplicado nas receitas de vendas, as despesas administrativas e comerciais são registradas seguindo o princípio da competência. O quadro a seguir apresenta os componentes do grupo de contas que compõem as despesas administrativas e comerciais: Despesas com salários (não computados no CPV e no CSV); Despesas de aluguéis (não referentes a atividade operacional da empresa); Despesas com energia elétrica (não utilizada na confecção de produto ou prestação de serviço); Depreciação de equipamentos, móveis, imóveis, veículos e infraestrutura de informática (de bens não associados ao processo produtivo); Despesas de marketing e comercialização; Despesas com advogados; Despesas com transporte e estadia em viagens a serviço da empresa Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Quadro 14: Componentes das despesas administrativos e comerciais. IMPORTANTE Além das receitas de vendas habituais, em alguns casos, as empresas registram outras receitas operacionais. Entre elas, podemos destacar as receitas de equivalência patrimonial e de ajuste ao valor de mercado, além de aluguéis recebidos e reversão de provisão para devedores duvidosos. Abatendo do lucro bruto as despesas administrativas e comerciais e acrescentando as outras receitas operacionais, obtemos o lucro antes dos juros e impostos (LAJI). O LAJI é reconhecido por muitos analistas de lucro operacional pela sua capacidade de revelar o lucro da empresa após considerar todos os custos e despesas operacionais. Resta agora abater os gastos com financiamentos com terceiros e impostos (imposto de renda e contribuição social) antes da apuração do resultado líquido para os acionistas (lucro líquido). Outro tipo de lucro derivado do LAJI bastante cobiçado pelos analistas é o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (LAJIDA). Cabe observar que tanto o LAJI como o LAJIDA são componentes de vários indicadores, como margens de lucro, índices de cobertura e apuração do lucro econômico. O LAJIDA pode ser obtido a partir do LAJI pela adição das despesas de depreciação e amortização registradas no CPV (ou CSV) e nas despesas administrativas e comerciais. Após a obtenção do LAJI, são registradas na DRE tanto as despesas financeiras relativas aos juros pagos aos credores das empresas (empréstimos e financiamentos) quanto as receitas financeiras referentes aos juros recebidos em aplicações financeiras. Fonte: Billion Photos /Shutterstock Normalmente, essas informações são sumarizadas em uma única linha da DRE que corresponde às despesas financeiras líquidas (quando o valor das despesas financeiras supera o das receitas financeiras) ou às receitas financeiras líquidas (quando o inverso acontece). Este quadro detalha as fórmulas para cálculo das receitas e despesas financeiras líquidas: Receita financeira líquida = receita financeira – despesa financeira. Aplicável quando a receita financeira supera a despesa financeira; Despesa financeira líquida = despesa financeira – receita financeira. Aplicável quando a despesa financeira supera a receita financeira. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 15: Fórmulas das receitas e despesas financeira líquidas. Abatendo do LAJI as despesas financeiras e acrescentando as receitas financeiras, chegamos ao lucro antes dos impostos (LAI), que será utilizado como base para o cálculo do imposto de renda e da contribuição social (IR & CS) a serem pagos pela empresa. Os dois tributos são de esfera federal e correspondem, em geral (na hipótese de a empresa ser optante do regime tributário do lucro real), a 34% do LAI (25% referente ao IR e 9% a CS). No caso de a empresa possuir em seu ativo circulante impostos a recuperar, poderá haver, conformeregras definidas pela Receita Federal, uma redução no pagamento dos valores de IR & CS apurados no período. Abatendo do LAI o IR & CS, alcançamos finalmente: Valor apurado do lucro líquido do exercício; Parcela do resultado que ficará à disposição dos sócios para retirada da empresa (pagamento de dividendos) ou reinvestimento (sendo alocada transitoriamente nas reservas de lucros e futuramente transferida para o capital social). Fonte: MOLPIX /Shutterstock De forma similar ao que se observou no caso do BP, para termos um melhor entendimento da demonstração do resultado de exercício, apresentaremos no próximo quadro a DRE dos anos de 20X1 e 20X2 da Fábrica de Embalagens: 20X2 20X1 Receita bruta das vendas 1.845.338 1.684.410 (-) Impostos sobre vendas e devoluções -414.615 -377.358 (=) Receita líquida de vendas 1.430.723 1.307.053 (-) Custo dos produtos vendidos -1.283.728 -1.109.545 (=) Lucro bruto 146.995 197.508 (-) Despesas com vendas e administrativas -74.163 -58.465 (+) Outras receitas operacionais 27.975 1.473 (=) Lucro antes dos juros e impostos (LAJI) 100.808 140.515 (-) Despesas financeiras líquidas -65.145 -51.398 (=) Lucro antes dos impostos (LAI) 35.663 89.118 (-) IR & CS -10.698 -30.600 (=) Lucro líquido do exercício 24.965 58.518 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 16: DRE da Fábrica de Embalagens. A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA Além da DRE, outro demonstrativo bastante utilizado para complementar o entendimento do desempenho econômico-financeiro das empresas é a demonstração do fluxo de caixa (DFC). A DFC se trata de um documento que busca explicar a movimentação dos itens que influenciaram na variação do saldo das disponibilidades do fim de um exercício para outro. Exemplificando, o DFC de 20X1 detalha as movimentações que promoveram a evolução do saldo disponível de 20X0 para 20X1. Existem dois métodos distintos para a apuração do fluxo de caixa: o direto e o indireto. A diferença primordial é que: No direto, são projetados recebimentos e pagamentos (regime de caixa) no lugar das receitas e despesas (regime de competência)... Enquanto, no indireto, ambas são preservadas no cálculo do fluxo e o ajuste de competência para caixa é efetuado pela variação de capital de giro. Para entendermos essas metodologias, devemos apresentar conceitos relativos ao cálculo do capital de giro, ponto que excede os objetivos deste tema. Por ora, utilizaremos este modelo para o entendimento da estrutura do DFC: Fluxo de caixa Das atividades operacionais (+) Recebimentos de clientes (-) Pagamentos dos fornecedores (-) Pagamento de despesas administrativas e comerciais (-) Pagamentos de tributos (-) Pagamento de despesas financeiras (=) Caixa das atividades operacionais (I) Das atividades de investimento (-) Aquisição de ativos imobilizados, investimentos e intangíveis (+) Recebimento na venda de itens do ANC (+) Recebimento de dividendos (=) Caixa obtido pelas atividades de investimento (II) Das atividades de financiamento (-) Pagamento de empréstimos e financiamentos (+) Novos empréstimos e financiamentos (+) Integralização de capital (-) Pagamento de dividendos (=) Caixa obtido pelas atividades de financiamento (III) Fluxo de caixa do período = I + II + III Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 17: Estrutura típica de uma demonstração do fluxo de caixa. O modelo de DFC apresentado neste quadro compõe uma estrutura típica do método direto no qual se computam as entradas e saídas de caixa distribuídas em três tipos de atividades: operacionais, de investimento e de financiamento. O DFC pode ser entendido como um documento complementar às informações provenientes do BP e da DRE, podendo, inclusive, ser elaborado a partir das contas deles. O quadro a seguir apresenta o DFC dos anos de 20X1 e 20X2 da Fábrica de Embalagens: Fluxo de Caixa: 20X2 20X1 Das Atividades Operacionais: (+) Recebimentos de Clientes 1.674.818 1.602.725 (-) Pagamentos de Fornecedores -1.183.818 -1.195.138 (-) Pagamentos de Despesas e Impostos -500.286 -342.995 (-) Pagamento de Despesas Financeiras -65.145 -51.398 (=) Caixa das Atividades Operacionais (I) -74.431 13.194 Das Atividades de Investimento: (-) Aquisição Imobilizados Inv. e Intangíveis -366.857 -44.456 (=) Caixa das Atividades de Investimento (II) -366.857 -44.456 Das Atividades de Financiamento: (-) Pagamento de Empréstimos e Financiamentos -590.178 -255.654 (+) Entrada de Novos Empréstimos e Financiamentos 1.059.883 255.687 (+) Integralização de Capital 213.073 102.345 (=) Caixa das Atividades de Financiamento (III) 682.778 102.378 Fluxo de Caixa (I + II + III) 241.491 71.116 Disponibilidades 583.465 341.975 Variação das Disponibilidades 241.490 - Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 17: DFC da Fábrica de Embalagens. PRINCÍPIO DE COMPETÊNCIA E REALIZAÇÃO DA RECEITA Neste vídeo, o especialista no tópico ressalta a importância dos princípios de competência para a construção da demonstração de resultado e a montagem do fluxo de caixa. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. UMA DAS INFORMAÇÕES MAIS COTEJADAS NA DRE É O LUCRO ANTES DOS JUROS E IMPOSTOS (LAJI), QUE REVELA O LUCRO DA EMPRESA APÓS CONSIDERAR TODOS OS CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS. ALÉM DO LAJI, OUTRO TIPO DE LUCRO DE GRANDE INTERESSE É O LAJIDA QUE CONSISTE NO: A) Lucro antes dos juros, impostos e despesas administrativas. B) Lucro antes dos juros, impostos, dívidas e amortização. C) Lucro antes dos juros, impostos, despesas e amortização de dívidas. D) Lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização. E) Lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização de dívidas 2. UM DEMONSTRATIVO BASTANTE UTILIZADO PARA O ENTENDIMENTO DO DESEMPENHO ECONÔMICO FINANCEIRO DAS EMPRESAS É A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC), DOCUMENTO QUE BUSCA EXPLICAR A MOVIMENTAÇÃO QUE DETERMINAM VARIAÇÃO DO SALDO DAS DISPONIBILIDADES DE UM EXERCÍCIO PARA OUTRO. A DFC PODE SER ELABORADA POR 2 METODOLOGIAS DISTINTAS: O MÉTODO DIRETO E O INDIRETO. EM RELAÇÃO A ESSAS METODOLOGIAS É CORRETO AFIRMAR QUE: A) No método direto receitas e despesas são lançadas diretamente no fluxo de caixa, permitindo calcular a variação das disponibilidades. B) No método indireto o ajuste de competência para caixa é efetuado pelo artifício da variação do capital de giro. C) No método indireto são computados recebimentos e pagamentos, ao invés de receitas e despesas, na apuração da variação das disponibilidades. D) No método direto o ajuste de caixa para competência é efetuado pela variação do capital de giro, permitindo a apuração do resultado. E) No método direto, os recebimentos são convertidos em receitas e as despesas, em pagamentos na elaboração do fluxo de caixa. GABARITO 1. Uma das informações mais cotejadas na DRE é o lucro antes dos juros e impostos (LAJI), que revela o lucro da empresa após considerar todos os custos e despesas operacionais. Além do LAJI, outro tipo de lucro de grande interesse é o LAJIDA que consiste no: A alternativa "D " está correta. LAJIDA é uma sigla que significa lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização. Para sua obtenção, basta somar ao LAJI a depreciação e amortização dos itens do ANC. As despesas administrativas são contempladas no cálculo tanto no caso do LAJI como no do LAJIDA. As dívidas e suas amortizações (pagamento do principal de empréstimos e financiamentos) não são contas de resultado nem estão presentes na DRE. A amortização referente ao LAJIDA é aquela dos itens do ativo intangível, conceito distinto da amortização de dívidas. 2. Um demonstrativo bastante utilizado para o entendimento do desempenho econômico financeiro das empresas é a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), documento que busca explicar a movimentação que determinam variação do saldo das disponibilidades de um exercício para outro. A DFC pode serelaborada por 2 metodologias distintas: o método direto e o indireto. Em relação a essas metodologias é correto afirmar que: A alternativa "B " está correta. Enquanto, no método direto, o ajuste de competência para caixa é efetuado pela troca (no cálculo do fluxo) de receitas e despesas por recebimentos e pagamentos, no método indireto, o mesmo efeito é obtido pelo uso da variação do capital de giro. MÓDULO 4 Empregar a análise horizontal e vertical no balanço patrimonial dos principais demonstrativos financeiros da empresa Fonte: Alex from the Rock /Shutterstock ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL Após termos entendido as estruturas dos principais demonstrativos financeiros, já estamos prontos para começar a discutir a maneira de analisá-los. Para efetuar essa tarefa, veremos neste módulo como se utiliza uma ferramenta simples e eficaz conhecida como análise horizontal e vertical. Essa metodologia nos permitirá obter um entendimento da situação econômico-financeira da empresa pelo estudo da composição e evolução das contas de BP, DRE e DFC. CÁLCULO DOS ÍNDICES DA ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL A análise horizontal consiste no exame minucioso da evolução histórica de uma conta ou um grupo de contas. Ela informa quanto (percentualmente) determinada conta (ou um grupo delas) aumentou ou diminuiu de um período para o outro, auxiliando, assim, na avaliação do desempenho da empresa. EXEMPLO Tomemos o valor das receitas líquidas de venda da Fábrica de Embalagens nos anos 20X1 e 20X2. Como podemos observar no quadro 16, as receitas líquidas em 20X1 foram de R$ 1.307.053 enquanto elas, em 20X2, apresentaram um valor de R$ 1.430.723. Para aplicarmos a análise horizontal, basta dividirmos o valor do ano 20X2 pelo de 20X1, subtraindo, na sequência, 1 e multiplicando o resultado por 100 para convertê-lo em percentual. O quadro a seguir demonstra o uso da análise horizontal nas receitas líquidas da Fábrica de Embalagens: Receitas líquidas de 20X1 = R$1.307.053 Receitas líquidas de 20X2 = R$1.430.723 Variação % das receitas líquidas = (1.430.723/1.307.053) – 1 Variação % das receitas líquidas = 0,095 ou 9,5% Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 18: Aplicação da análise horizontal nas receitas líquidas da Fábrica de Embalagens. Conforme podemos observar na operação demonstrada no quadro acima, as receitas líquidas de vendas da Fábrica de Embalagens apresentaram um crescimento de 9,5% entre os anos de 20X1 e 20X2. Em conjunto com os índices apurados para as outras contas da DRE, esse resultado nos auxiliará a entender a evolução da situação econômico-financeira da empresa. O procedimento para execução da análise horizontal no BP e na DFC é análogo ao da DRE. Fonte: Alex from the Rock /Shutterstock Enquanto a análise horizontal nos permite entender a evolução temporal das contas da empresa, a vertical nos indica o percentual relativo de uma conta (ou grupo de contas). No caso do BP, a base geralmente utilizada é o total do ativo ou do passivo; na DRE, habitualmente se emprega a receita líquida; e, na DFC, o recebimento de clientes. A análise horizontal avalia o peso (ou relevância) das contas da empresa. EXEMPLO Vejamos o valor do lucro líquido da Fábrica de Embalagens em 20X1 a fim de compará-lo com as receitas líquidas do mesmo período para a obtenção do índice correspondente à análise vertical. Como podemos observar no quadro a seguir, o lucro líquido de 20X1 foi de R$58.518. Este quadro demonstra o uso da análise vertical para a obtenção do peso relativo do lucro líquido da Fábrica de Embalagens no ano de 20X1: Receitas líquidas de 20X1 = R$1.307.053 Lucro líquido de 20X1 = R$58.518 Peso relativo do lucro líquido = 58.518/1.307.053 = 4,5% Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 19: Aplicação da análise vertical no lucro líquido da fábrica de embalagens. Conforme podemos verificar no quadro, o lucro líquido da Fábrica de Embalagens corresponde a 4,5% da receita líquida da empresa no ano de 20X1. Esse indicador (razão entre o lucro líquido e a receita líquida) é também conhecido como margem líquida, um dos principais índices utilizados na análise da rentabilidade e situação econômica das empresas. Fonte: Alex from the Rock/Shutterstock Agora que vimos como são feitos os cálculos necessários para a obtenção dos índices da análise horizontal e vertical, demonstraremos sua aplicação em todas as contas de BP (ativo e passivo) e DRE da Fábrica de Embalagens. Os três quadros a seguir apresentam, respectivamente, a aplicação da análise horizontal e vertical nos dois anos (20X1 e 20X2) do ativo, do passivo e da DRE da Fábrica de Embalagens: Ativo circulante Horizontal Vertical 20x2 Vertical 20x1 Disponível 70,6% 20,7% 583.465 17,4% 341.975 Clientes 135,9% 11,6% 325.355 7,0% 137.898 Estoques 70,7% 14,9% 418.843 12,5% 245.325 Outros 18,0% 2,6% 72.238 3,1% 61.200 78,0% 49,8% 1.399.900 40,0% 786.398 Realizável a longo prazo 79,1% 2,7% 74.835 2,1% 41.793 Imobilizado 17,6% 47,6% 1.337.945 57,9% 1.137.925 43,1% 100,0% 2.812.680 100,0% 1.966.115 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 20: Análise horizontal e vertical no ativo da Fábrica de Embalagens. Passivo circulante Horizontal Vertical 20x2 Vertical 20x1 Empréstimos e financiamentos 58,0% 33,1% 932.193 30,0% 590.178 Fornecedores 96,7% 10,1% 284.048 7,3% 144.415 Impostos, salários e outros -1,3% 2,1% 59.633 3,1% 60.443 60,5% 45,4% 1.275.873 40,4% 795.035 Não circulante 24,6% 23,0% 646.375 26,4% 518.685 Patrimônio líquido 36,5% 31,7% 890.433 33,2% 652.395 43,1% 100,0% 2.812.680 100,0% 1.966.115 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 21: Análise horizontal e vertical no passivo da Fábrica de Embalagens. Horizontal Vertical 20x2 Vertical 20x1 Receita bruta das vendas 9,6% 129,0% 1.845.338 128,9% 1.684.410 (-) Impostos sobre vendas e devoluções 9,9% -29,0% -141.615 -28,9% -377.358 (=) Receita líquida de vendas 9,5% 100,0% 1.430.723 100,0% 1.307.053 (-) Custo dos produtos vendidos 15,7% -89,7% -1.283.728 -84,9% -1.109.545 (=) Lucro bruto -25,6% 10,3% 146.995 15,1% 197.508 (-) Despesas com vendas e administrativas 26,8% -5,2% -74.163 -4,5% -58.465 (+) Outras receitas operacionais 1799,8% 2,0% 27.975 0,1% 1.473 (=) Lucro antes dos juros e impostos (LAJI) -28,3% 7,0% 100.808 10,8% 140.515 (-) Despesas financeiras líquidas 26,7% -4,6% -65.145 -3,9% -51.398 (=) Lucro antes dos impostos (LAI) -60,0% 2,5% 35.663 6,8% 89.118 (-) IR & CS -65,0% -0,7% -10.698 -2,3% -30.600 (=) Lucro líquido do exercício -57,3% 1,7% 24.965 4,5% 58.518 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 22: Análise horizontal e vertical na DRE da Fábrica de Embalagens. Fonte: Monster Ztudio /Shutterstock APLICAÇÃO DA ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL NOS DEMONSTRATIVOS DA FÁBRICA DE EMBALAGENS 1 No último quadro, enquanto as receitas líquidas cresceram 9,5% do ano 20X1 para 20X2, o lucro líquido apresentou uma queda de 57,3% no mesmo período. Essa diminuição foi motivada pelo aumento de 15,7% do CPV e de aproximadamente 27% das despesas tanto com vendas e administrativas quanto as financeiras líquidas (taxas superiores à taxa do crescimento das receitas). 2 3 A análise vertical aponta que o principal fator para a queda da lucratividade da empresa foi o aumento do CPV devido a seu peso (84,9% da receita líquida). Para isso, basta fazer uma comparação com os 4,5% e 3,9% das despesas com vendas e administrativas e despesas financeiras líquidas, respectivamente. A análise do quadro 20 nos permite observar que as contas “estoques” e “clientes” cresceram a taxas de 135,9% e 70,7%, índices bastante superiores à média do ativo (43,1%). 4 5 Considerando que a conta “clientes” é uma função direta do volume de vendas e do prazo médio de recebimentos,é de se supor que a Fábrica de Embalagens está concedendo mais prazo de pagamento para seus clientes. Afinal, suas vendas somente aumentaram 9,6%. Da mesma forma, é possível inferir que a empresa está passando por dificuldades em girar seus estoques. Afinal, deve-se considerar que eles variam em função do volume de vendas (que não aumentou muito de um período para outro) e do prazo médio de estoques. 6 7 Ainda no quadro 20, pode-se observar que, em 20X2, a empresa investiu em ativos imobilizados (aumento de 17,6%), o que pode significar que ela estivesse ampliando sua capacidade produtiva. A análise do quadro 21 nos permite entender a composição e a evolução das fontes de financiamento da Fábrica de Embalagens. Se, no ano de 20X1, somarmos os percentuais referentes à análise vertical do PNC (que é formado basicamente por empréstimos e financiamentos no caso em questão) e os empréstimos e financiamentos do PC, obteremos um valor de 56,4%. 8 9 No mesmo ano, o patrimônio líquido correspondia a 33,2%. Isso nos permite constatar que a empresa é bastante alavancada financeiramente (possuindo um alto nível de endividamento em relação ao capital dos acionistas), o que pode influenciar em seu risco de inadimplência. É possível observar pela análise horizontal que a empresa aumentou seu volume de dívidas (empréstimos e financiamentos) tanto no curto (aumento de 58%) quanto no longo prazo (aumento de 24,6%). 10 11 Também observamos recursos provenientes de sócios (aumento de 36,5% do patrimônio líquido), o que sugere que a Fábrica de Embalagens vem captando recursos para algum (ou diversos) propósito(s). Por fim, o quadro 23 apresenta a aplicação da análise horizontal e vertical nos anos 20X1 e 20X2 da DFC da Fábrica de Embalagens. 12 O primeiro ponto a ser observado é que a última linha do DFC — fluxo de caixa — do ano 20X2 apresenta um valor de R$241.490. Este número corresponde à variação do saldo das disponibilidades dos anos de 20X1 para 20X2 registrados na penúltima linha do DFC (quadro 23), assim como nas primeiras linhas do quadro 20. A análise dos componentes do DFC em 20X2 revela que as atividades operacionais e de investimento foram responsáveis, respectivamente, por uma redução de caixa de R$74.431 e R$366.857(o equivalente a 4,44% e 21,90% dos recebimentos efetuados no mesmo ano). Esses saldos negativos foram compensados pelo caixa proveniente das atividades de financiamento no valor R$682.778 (40,77% dos recebimentos de 20X2), possibilitando o aumento das disponibilidades na ordem de R$241.490. Fonte: Freedomz /Shutterstock Essa análise sumarizada obtida com o DFC corrobora as percepções provenientes da análise horizontal e vertical do BP e da DRE que foi apresentada nos parágrafos anteriores. Fluxo de Caixa: Horizontal Vertical 20X2 Vertical 20X1 Das Atividades Operacionais: (+) Recebimentos de Clientes 4,50% 100,00% 1.674.818 100,00% 1.602.725 (-) Pagamentos de Fornecedores -0,95% -70,68% -1.183.818 -74,57% -1.195.138 (-) Pagamentos de Despesas e Impostos 45,86% -29,87% -500.286 -21,40% -342995 (-) Pagamento de Despesas Financeiras 26,75% -3,89% -65.145 -3,21% -51.398 (=) Caixa das Atividades Operacionais (I) -664,12% -4,44% -74.431 0,82% 13.194 Das Atividades de Investimento: (-) Aquisição Imobilizados Inv. e Intangíveis 725,21% -21,90% -366.857 -2,77% -44.456 (=) Caixa das Atividades de Investimento (II) 725,21% -21,90% -366.857 -2,77% -44.456 Das Atividades de Financiamento: (-) Pagamento de Empréstimos e Financiamentos 130,85% -35,24% -590.178 -15,95% -255.654 (+) Entrada de Novos Empréstimos e Financiamentos 314,52% 63,28% 1.059.883 15,95% 255.687 (+) Integralização de Capital 108,19% 12,72% 213.073 6,39% 102.345 (=) Caixa das Atividades de Financiamento (III) 566,92% 40,77% 682.778 6,39% 102.378 Fluxo de Caixa (I + II + III) 239,57% 14,42% 241.491 4,44% 71.116 Disponibilidades 583.465 341.975 Variação das Disponibilidades 241.490 - Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 23: Análise horizontal e vertical na DFC da Fábrica de Embalagens. A utilização do exemplo hipotético da Fábrica de Embalagens demonstra a grande aplicabilidade da metodologia e seu potencial no suporte às diversas análises financeiras efetuadas no mercado. Com isso, pudemos entender como é feita a análise da situação econômico-financeira de empresas. ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL Abordaremos neste vídeo a análise horizontal e vertical. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ENQUANTO A ANÁLISE HORIZONTAL APRESENTA UMA VARIAÇÃO TEMPORAL (ENTRE PERÍODOS DISTINTOS) DAS CONTAS DA EMPRESA, A ANÁLISE VERTICAL NOS INDICA SEU PESO (OU RELEVÂNCIA) DENTRO DE UM DETERMINADO EXERCÍCIO. NO CASO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO (DRE) A BASE PARA A DETERMINAÇÃO DO PESO DA ANÁLISE VERTICAL É HABITUALMENTE: A) O total do ativo. B) O lucro líquido do exercício. C) A receita líquida. D) O lucro antes dos juros e impostos. E) A receita bruta. 2. SUPONDO QUE O LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO DE 20X1 E 20X2 TENHAM SIDO, RESPECTIVAMENTE, DE $8.720 E $12.410, PODEMOS AFIRMAR QUE (UTILIZANDO A ANÁLISE HORIZONTAL) A EVOLUÇÃO DESSES SALDOS FOI DE: A) 142,3% B) 70,3% C) 29,7% D) 42,3% E) 21,3% GABARITO 1. Enquanto a análise horizontal apresenta uma variação temporal (entre períodos distintos) das contas da empresa, a análise vertical nos indica seu peso (ou relevância) dentro de um determinado exercício. No caso da demonstração do resultado (DRE) a base para a determinação do peso da análise vertical é habitualmente: A alternativa "C " está correta. A base para a determinação do peso da análise vertical na DRE é a receita líquida; no DFC, o recebimento das vendas; e, no BP, o total do ativo ou do passivo. O lucro líquido do exercício e o lucro antes dos juros e impostos não se aplicam como base para o cálculo da análise vertical. O total do ativo não faz parte da DRE, não sendo aplicável para o caso em questão. Alguns autores preferem utilizar a receita bruta de vendas como base para a análise vertical, porém o mais habitual é o emprego da receita líquida. 2. Supondo que o lucro líquido do exercício de 20X1 e 20X2 tenham sido, respectivamente, de $8.720 e $12.410, podemos afirmar que (utilizando a análise horizontal) a evolução desses saldos foi de: A alternativa "D " está correta. Cálculo da evolução do lucro líquido do exercício de 20X1 para 20X2: Variação % do lucro líquido= (12.410/8.720) – 1; Variação % do lucro líquido= 42,3%. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste tema, discutimos os pontos fundamentais da análise de demonstrativos financeiros. No módulo 1, conhecemos os principais objetivos, as aplicações, as ferramentas e os usuários da análise de demonstrativos financeiros. No módulo seguinte, foi a vez de examinarmos os elementos presentes no balanço patrimonial, identificando suas características fundamentais e os princípios que regem sua estruturação. No módulo 3, apresentamos as contas que compõem a demonstração de resultado do exercício e do demonstrativo do fluxo de caixa, descrevendo suas características e seus princípios. Por fim, no último módulo, praticamos a análise horizontal e vertical no balanço patrimonial dos principais demonstrativos financeiros da empresa. Ao longo deste tema, portanto, abordamos o processo de transformação dos dados contábeis em informações úteis para a tomada de decisão, destacando ainda a utilização dessas técnicas no meio corporativo e no mercado financeiro, além de apontarmos os principais usuários da análise. Nesse contexto, foram apresentados e detalhados os itens dos principais demonstrativos financeiros: o balaço patrimonial, a demonstração de resultado do exercício e a demonstração do fluxo de caixa. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços — um enfoque econômico-financeiro. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. BAZZI, S. Análise das demonstrações. 2. ed. São Paulo: