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Psicologia Política

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Psicologia Política; Movimentos sociais
Louise A. Lhullier
Psicologia Social II
perspectiva da psicologia social crítica, na tradição de pensamento representada no Brasil pela Associação
Brasileira de Psicologia Social - Abrapso.
Nessa abordagem, a psicologia pode ser definida como a disciplina que estuda o sujeito em sua relação com o mundo. Nessa relação com o mundo esse sujeito se constitui, ao mesmo tempo, como produto e como produtor da sua história e da história da sociedade em que vive.
Quais as três palavras chaves nessa abordagem???
Sujeito
Relação
Mundo
O sujeito é sempre sujeito da ação - seja ele indivíduo ou grupo, "eu” ou "nós”. Ele só existe porque age, na sua relação com o mundo.
Essa relação é o foco da análise, pois é aí que o sujeito se constitui, é aí que ele existe enquanto tal e é aí, portanto, que a psicologia pode encontrá-lo como objeto de conhecimento.
Por meio dessa relação que ele vai construir a realidade, o mundo. Trata-se aqui tanto da realidade/mundo “para si”, ou seja, como existe para o sujeito, quanto da realidade/mundo “em si”.
Definiremos política de uma forma muito ampla e simples, começando por situá-la como atividade humana que se dá na esfera das disputas pelo poder entre grupos organizados.
Essa atividade humana é entendida conforme a concepção de Lane (1986): a atividade implica ações encadeadas, junto com outros indivíduos, para a satisfação de uma necessidade comum. Para haver este encadeamento é necessária a comunicação (linguagem) assim como um plano de ação (pensamento), que por sua vez decorre de atividades anteriormente desenvolvidas (p. 16).
A psicologia política consiste no estudo das crenças, representação ou senso comum que os cidadãos têm sobre a política e os comportamentos destes que, por ação ou omissão, incidam sobre ou contribuam para a manutenção ou mudança de uma determinada ordem sociopolítica (p. 22).
É interessante, ainda, esclarecer que o fato da atividade política se dar “na esfera das disputas pelo poder entre grupos organizados" ou de se constituir de “ações encadeadas, junto com outros indivíduos.
Significa, isso sim, que o seu comportamento tem a intenção de contribuir ou contribui de alguma forma para a manutenção ou para a transformação de uma determinada relação de poder político, ou ordem sociopolítica.
Psicologia POLÍTICA
[...] um espaço multidisciplinar que se ocupa de descrever, analisar e explicar os fenômenos que dizem respeito à vida pública, em função das prescrições sociais geradas para organizar esta vida, e dos mecanismos de poder que nela operam, evidenciando os recursos comunicativos, persuasivos e de força empregados neste espaço. (Montero, 2009:204)
Essa definição tem como foco as interações entre o público e o privado, espaços que se inter-relacionam e interinfluenciam, na busca pela compreensão das relações entre sociedade e indivíduo, por meio de elementos políticos e psicológicos. Tais elementos não são disciplinares e se relacionam e se influenciam nas análises mais abrangentes do poder.
Movimentos sociais
Um movimento social é uma interação sustentada entre pessoas poderosas e outras que não têm poder: um desafio contínuo aos detentores de poder em nome da população cujos interlocutores afirmam estar ela sendo injustamente prejudicada ou ameaçada por isso. [...]
Esta definição específica exclui as reivindicações coletivas de poderosos em relação a poderosos, esforços coletivos para se evadir ou se autorrenovar e alguns outros fenômenos próximos que, de fato, compartilham características importantes com as interações que estão dentro das fronteiras. 
Nós nos concentramos nas relações dominantes-subordinado baseados na hipótese de que o confronto que envolve uma desigualdade substancial entre os protagonistas tem características gerais distintivas que ligam movimentos sociais a revoluções, rebeliões e nacionalismos de base popular (bottom-up). (McAdam, Tarrow, Tilly, 2009:21)
Movimentos sociais
Vinculados às relações de poder, em especial, ao conjunto de agentes que são subjugados nessas relações.
Traços que definem os movimentos sociais são: 
Existência de um conjunto de crenças e de ações orientadas para a ação social. 
 Essas crenças e ações devem ter um caráter coletivo. 
Existência de uma estruturação interna. 
Recurso a modalidades de ação política não-convencionais. 
 Os movimentos sociais refletem situações de conflito e mudança política.”
Movimentos sociais
Os movimentos sociais são caracterizados por elementos de ordem política – ações coletivas, estruturadas, não-institucionais, marcadas pelo conflito, com estratégias comuns, que buscam mudanças sociais etc. – e de ordem psicológica – conjunto de crenças coletivas, valores compartilhados, sentimento de injustiça etc. Esses elementos – que são, ao mesmo tempo, objetivos e subjetivos, materiais e imateriais, racionais e emocionais –, articulados conjuntamente, permitem que determinados agentes, subjugados em relações específicas de poder, constituam movimentos sociais, passando a intervir em conflitos, com vistas a modificar relações sociais estabelecidas.
O movimento social constitui essa organização não-institucional, que atua nas diferentes esferas sociais, distintamente dos partidos políticos e das instituições do Estado, na busca por ganhos de curto prazo. 
Eles podem se aproximar mais de paradigmas “clássicos”, marcadamente classistas e com demandas voltadas ao campo do trabalho e às necessidades básicas como moradia, terra, emprego, salários, etc., ou de paradigmas “contemporâneos”, como os “novos movimentos sociais” aos quais se refere o autor, com demandas policlassista e, em grande medida, culturais e identitárias.
Movimentos sociais
As relações de dominação explicam, em grande medida, a razão de ser dos movimentos sociais, os quais buscam mobilizar agentes dominados para lutar, de maneira sustentada, contra agentes dominadores, visando modificar tais relações. 
Os movimentos sociais têm por objetivo constituir uma força social e, por meio do confronto político, consolidar um contrapoder, capaz de modificar as relações sociais em jogo entre “dominante e subordinados”
Os movimentos sociais surgiram e, em certa maneira, permanecem existindo, a partir de uma síntese de três elementos:
1. Um esforço público sustentado e organizado para fazer reivindicações em relação às autoridades (chamemos isso de campanha).
2. O emprego de combinações dentre as seguintes formas de ação política: criação de associações e coalizões com propósitos especiais, reuniões públicas, marchas, vigílias, comícios, manifestações, petições, declarações para a imprensa e panfletagem (chamemos o conjunto variável de atuação de repertório do movimento social).
3. As representações públicas planejadas pelos participantes de “RUNC”: respeitabilidade, unidade, números e compromisso de uma parte deles e/ou daqueles em seu círculo (chamemos isso de demonstrações de RUNC). (Tilly e Wood 2008:3-4)
Movimentos sociais
Investigar os movimentos sociais envolve a análise de um conjunto de fatores ligados ao contexto em que eles se inserem, além de fatores ligados a seu surgimento, desenvolvimento e desaparecimento. Em termos de contexto, destacam-se: 
elementos estruturais e conjunturais, relações de trabalho, distribuição de renda e diferenças entre ricos e pobres, relações de propriedade, o Estado e suas instituições, militarização e repressão, partidos políticos, legislação e aspectos jurídicos, violência, classes sociais, cultura, crenças, costumes, ideologias, valores etc.
Em termos dos próprios movimentos sociais, destacam-se: organização e mobilização de recursos (humanos, financeiros etc.), oportunidades políticas, identidades e valores coletivos compartilhados, comportamento político, relações com inimigos, adversários e aliados, etc.
Movimentos sociais
Os primeiros movimentos sociais podem ser rastreados ao longo da história humana. Alguns exemplos incluem:
Movimento Abolicionista: O movimento abolicionista, que começou no finaldo século XVIII e continuou até o final do século XIX, lutou pela abolição da escravidão em todo o mundo. Este movimento foi liderado por pessoas como William Wilberforce na Grã-Bretanha e Harriet Tubman nos Estados Unidos.
Movimento Sufragista: O movimento sufragista, que começou no final do século XIX e continuou até a primeira metade do século XX, lutou pelo direito das mulheres ao voto e outras formas de participação política. Este movimento foi liderado por mulheres como Susan B. Anthony e Elizabeth Cady Stanton nos Estados Unidos e Emmeline Pankhurst no Reino Unido.
Movimento Trabalhista: O movimento trabalhista, que começou no início do século XIX, lutou pelos direitos dos trabalhadores e melhores condições de trabalho. Este movimento foi liderado por pessoas como Karl Marx, Friedrich Engels e Clara Zetkin na Europa e por líderes sindicais nos Estados Unidos.
Movimento pelos Direitos Civis: O movimento pelos direitos civis, que começou no final dos anos 1950 e continuou até a década de 1960, lutou pelos direitos civis e políticos dos afro-americanos nos Estados Unidos. Este movimento foi liderado por pessoas como Martin Luther King Jr., Malcolm X e Rosa Parks.
Movimentos sociais
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) surgiu em 1984, durante a Ditadura Militar. Em 1984 o Brasil estava em processo de abertura para a redemocratização do país, possibilitando o surgimento de diversos emergência de movimentos sociais. Apesar da luta pela reforma agrária ser antiga, foi nesse ano que a população defensora se juntou e organizou como um movimento social. Os principais objetivos do MST são:
Luta pela terra
Luta pela Reforma Agrária
Luta por mudanças sociais no país
A mobilização do MST se dá por meio de marchas e ocupações. As ocupações consistem em acampamentos em de propriedades de terra em situação irregular/ilegal/inutilizada. Os membros do movimento instalam acampamento como forma de exercer pressão pela desapropriação daquela propriedade, nesses acampamentos é desenvolvida a pratica da agricultura familiar.
Movimentos sociais
Equidade entre os gêneros e fim da violência de gênero;
Fim do racismo e da violência contra pessoas racializadas;
Manutenção dos recursos naturais do planeta e diminuição da poluição;
Samba – Tia Ciata...
O movimento defende a igualdade social para as pessoas LGBTQ+, fim da homofobia e transfobia e inclusão de pessoas LGBTQ+ na sociedade como um todo (oportunidade de trabalho, aceitação social, etc).
Os anos 1970 do século passado tanto marcaram uma mudança profunda no perfil de nossa economia, na direção da industrialização e da constituição de um operariado industrial, quanto na organização dessa classe.
As ditaduras de Vargas (1930-1945) e militares (1964-1985) foram fundamentais para impulsionar o processo de industrialização periférico e dependente que alterou o perfil da economia e da classe trabalhadora brasileira. O Brasil deixou de ter o café e a exportação de produtos primários como os principais elementos de sua economia. Tornou-se industrial e urbano e passou a contar com uma crescente classe trabalhadora
Movimentos sociais
Durante a ditadura varguista, o controle político dos sindicatos dos trabalhadores foi obtido pela cooptação de lideranças e repressão violenta de seus quadros mais radicais (os militantes foram perseguidos, torturados, mortos ou exilados). Estratégia semelhante foi utilizada pelos militares.
O fim do período de expansão da economia nos anos 1970, o desemprego, a deterioração dos salários e das condições de vida nas cidades contribuiu para fomentar o surgimento de organizações operárias de oposição às direções sindicais constituídas durante a ditadura e organizações populares de luta contra a carestia e por serviços de transporte, saúde e educação nas periferias das grandes cidades.
Movimentos sociais
O movimento operário e popular foi um ator importante na transição brasileira à democracia. 
A luta pelo direito a ter direitos (Dagnino, 1994) que caracterizou os anos 1970 e 1980, colocou a construção da cidadania no centro das reivindicações dos movimentos sociais que se constituíram no período. 
Os movimentos sociais que se organizaram nos bairros das cidades de grande e médio porte em defesa da constituição de políticas de moradia, transporte, saúde, educação, emprego, e, no campo, pela distribuição de terras e regularização dos vínculos trabalhistas, além dos movimentos que se organizaram para defender os direitos de mulheres, população negra e população LGBTI, compreendiam a democracia não apenas como modelo, como fórmula para acesso ao poder estatal, mas como condição para que a própria definição de quais são os direitos dos brasileiros pudesse ser feita por esses novos sujeitos políticos (os movimentos sociais)
Movimentos sociais
Embora algumas das atuais características dos movimentos sociais estivessem presentes desde o final dos anos 1990 e início dos anos 2000, as novas mídias sociais e tecnologias de informação e comunicação parecem ter proporcionado uma maior visibilidade a um número também crescente de inquietações e demandas e aumentado sua capacidade de articulação, pela rapidez e facilidade com que ideias e propostas circulam não apenas entre os diretamente interessados na questão, mas também entre 
Na construção dos atuais movimentos sociais parece sobressair a necessidade de constituição, no mundo virtual e no mundo real, de espaços e formas de sociabilidade em que diferentes ideias, posições e mesmo projetos societários possam ser expressos.
 O mais importante parece ser a própria existência do movimento e as formas de expressão de seus anseios (a música, o teatro, o escracho, o filme, o meme). Uma vez que pouco se espera das estruturas políticas existentes (partidos, sindicatos, parlamentos), a maior conquista, no momento, parece ser o desejo, ainda que sem direção, de mudar. Quais mudanças e como essas mudanças serão processadas é uma questão em aberto.
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