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Imprimir INTRODUÇÃO Olá, estudante! A Constituição de 1988 inovou ao criar instrumentos de participação social nas políticas públicas. A nossa democracia é representativa, mas nosso ordenamento jurídico permite alguns instrumentos de democracia participativa, como o orçamento participativo, os conselhos de direito e as audiências públicas. Além disso, temos o direito de nos manifestar por meio de movimentos sociais e pressionar a agenda política para que os interesses da sociedade sejam levados em conta. O Brasil ainda demanda mais cultura política e pessoas envolvidas com as questões sociais. A cultura política é central para que uma sociedade mais participativa se consolide. Bons estudos! Aula 1 CONTROLE SOCIAL, PARTICIPAÇÃO E SEUS DESAFIOS A nossa democracia é representativa, mas nosso ordenamento jurídico permite alguns instrumentos de democracia participativa, como o orçamento participativo, os conselhos de direito e as audiências públicas. PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL NAS POLÍTICAS SOCIAIS Aula 1 - Controle social, participação e seus desa�os Aula 2 - Participação popular: marcos históricos Aula 3 - Instrumentos de controle social, �scalização e participação Aula 4 - Intersetorialidade Aula 5 - Revisão da unidade Referências CONTROLE SOCIAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS O controle social de políticas sociais é um mecanismo fundamental para garantir a participação da sociedade na formulação, implementação e avaliação das políticas públicas voltadas para a promoção do bem-estar social. Trata-se de um processo no qual os cidadãos, por meio de diferentes formas de organização e participação, exercem vigilância, monitoramento e in�uência sobre as políticas e ações do Estado. O controle social tem como objetivo principal assegurar a transparência, a efetividade e a adequação das políticas sociais, bem como combater a corrupção e o mau uso dos recursos públicos. Para isso, é essencial que a sociedade tenha acesso a informações relevantes sobre as políticas, programas e serviços sociais, além de participar ativamente na tomada de decisões e no acompanhamento de sua implementação. Esse processo de controle social pode ocorrer de diversas maneiras, incluindo a participação em conselhos, fóruns, audiências públicas, comissões, ou por meio da atuação de organizações da sociedade civil, como movimentos sociais, sindicatos, associações de moradores, conselhos de direitos, orçamentos participativos, entre outros. Essas instâncias proporcionam espaços de diálogo entre o Estado e a sociedade civil, permitindo que as demandas e necessidades dos cidadãos sejam levadas em consideração na elaboração das políticas públicas (GOMES; ORFÃO, 2021). O controle social também contribui para a democratização das relações de poder, promovendo a participação ativa dos cidadãos no processo decisório e na �scalização das ações governamentais. Por meio desse processo, os cidadãos têm a oportunidade de se informar, debater, questionar e propor alternativas para melhorar as políticas sociais, garantindo que elas atendam efetivamente às demandas da população e promovam a justiça social (GOMES; ORFÃO, 2021). Além disso, o controle social fortalece a accountability, ou seja, a responsabilização dos agentes públicos perante a sociedade. Ao exercerem o controle sobre as políticas sociais, os cidadãos podem exigir transparência na gestão dos recursos, cobrar a prestação de contas dos gestores públicos e denunciar práticas indevidas ou irregularidades (GOMES; ORFÃO, 2021) Em resumo, o controle social de políticas sociais é um mecanismo de participação cidadã que visa a promover a transparência, a efetividade e a responsabilidade nas políticas públicas. Por meio desse processo, a sociedade civil desempenha um papel ativo na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, contribuindo para a melhoria das condições de vida e para o fortalecimento da democracia. Uma das mais importantes formas de controle social no Brasil são os Conselhos de Direito, os quais são instâncias de participação e controle social com objetivo principal de formulação, acompanhamento e �scalização das políticas públicas relacionadas a determinada área especí�ca, com foco na defesa e promoção dos direitos. Esses conselhos são compostos por representantes da sociedade civil e do poder público, e atuam de forma consultiva, deliberativa e �scalizadora. Os Conselhos de Direito podem abranger diferentes áreas, como direitos da criança e do adolescente, direitos humanos, igualdade racial, pessoa idosa, pessoa com de�ciência, mulheres, LGBT+, entre outros. Cada conselho é responsável por discutir e propor diretrizes, normas e ações que garantam a efetivação dos direitos estabelecidos na legislação. MOVIMENTOS SOCIAIS Movimentos sociais são organizações coletivas formadas por grupos de indivíduos que se unem em torno de causas e objetivos comuns, visando a promover mudanças sociais, políticas, econômicas ou culturais. Esses movimentos surgem como resposta às demandas e insatisfações da sociedade em relação a questões especí�cas, como direitos humanos, igualdade social, justiça, meio ambiente, gênero, raça, entre outras (GOHN, 2011). Os movimentos sociais são fundamentais para a democracia por diversas razões: • Participação cidadã: os movimentos sociais proporcionam uma plataforma para a participação ativa dos cidadãos na esfera pública. Eles permitem que os indivíduos expressem suas opiniões, demandas e reivindicações, ampliando o espaço democrático e dando voz àqueles que muitas vezes são marginalizados ou excluídos. • Representação de interesses: os movimentos sociais atuam como canais de representação de grupos e comunidades que enfrentam desa�os e injustiças. Eles buscam defender os interesses e direitos desses grupos, construindo agendas políticas que priorizam a inclusão, a igualdade e a justiça social. • Fiscalização do poder: os movimentos sociais desempenham um papel de controle e �scalização do poder, seja ele exercido por instituições governamentais, empresas ou outros atores in�uentes na sociedade. Eles monitoram as ações desses atores, denunciam práticas injustas ou abusivas e exigem transparência e prestação de contas. • Pressão por mudanças: os movimentos sociais têm o poder de mobilizar e pressionar as autoridades e os tomadores de decisão a adotarem políticas e medidas que atendam às necessidades e demandas da população. Eles têm a capacidade de in�uenciar a agenda política e promover transformações sociais, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e democrática. • Conscientização e educação política: os movimentos sociais desempenham um papel importante na conscientização e educação política da sociedade. Eles levantam questões sociais, promovem debates, fornecem informações e educam os cidadãos sobre direitos, problemas sociais e formas de ação política. Isso fortalece a participação cívica e o engajamento democrático. • Inovação e mudança social: os movimentos sociais são muitas vezes agentes de inovação social, desa�ando normas estabelecidas, propondo novas ideias e práticas, e impulsionando mudanças na sociedade. Eles contribuem para a evolução da democracia ao trazer à tona questões emergentes e buscar soluções criativas para os desa�os enfrentados pela sociedade. Os movimentos sociais são importantes para a democracia porque ampliam a participação cidadã, representam interesses diversos, �scalizam o poder, pressionam por mudanças, promovem a conscientização política e impulsionam a inovação e a mudança social. Eles fortalecem a democracia ao empoderar os cidadãos, garantir a diversidade de vozes e lutar por uma sociedade mais solidária (GOHN, 2011). Os movimentos sociais também desempenharam um papel crucial em momentos históricos de transição política e redemocratização, como ocorreu em muitos países ao longo da história. Eles foram responsáveis por questionar regimes autoritários, reivindicar liberdades civis, direitospolíticos e a construção de um sistema democrático mais inclusivo. Em suma, os movimentos sociais são essenciais para a democracia, pois garantem a participação cidadã, representam interesses diversos, �scalizam o poder, promovem mudanças sociais, promovem a conscientização política e contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária (GOHN, 2011). INSTITUIÇÕES PARTICIPATIVAS Neste bloco, vamos estudar algumas instituições participativas. A primeira delas é o orçamento participativo. Ele é uma forma de gestão democrática em que os cidadãos têm o poder de decidir sobre a destinação dos recursos públicos. Esse modelo de participação popular busca promover a transparência, a inclusão e a participação direta da população na de�nição das prioridades de investimento e nas políticas públicas. O orçamento participativo geralmente é implementado em nível municipal, embora também possa ser aplicado em outras esferas de governo. O processo envolve a realização de assembleias públicas, fóruns e plenárias, nos quais os cidadãos podem debater e apresentar propostas sobre como utilizar os recursos disponíveis (SOUZA; SILVA, 2017) Os participantes discutem as demandas e necessidades da comunidade, priorizam as áreas de investimento como infraestrutura, educação, saúde, cultura, entre outros, e decidem como alocar o orçamento municipal em cada uma dessas áreas. Essas decisões são então levadas em consideração na elaboração do orçamento o�cial do município (SOUZA; SILVA, 2017) Outra instituição importante no Brasil são as audiências públicas. As audiências públicas, no contexto da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), são mecanismos de participação popular que visam a promover a transparência e o controle social das �nanças públicas. Essas audiências são um instrumento legal que exige a realização de consultas e debates públicos sobre a elaboração e a execução do orçamento, bem como sobre a gestão �nanceira dos órgãos e entidades públicas. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, as audiências públicas devem ser realizadas pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como pelo Ministério Público e pelos Tribunais de Contas, em diferentes momentos do processo orçamentário e �scal. Geralmente, ocorrem durante a elaboração da proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA), para que a população possa participar da de�nição das prioridades de investimento e do destino dos recursos públicos. Contudo, para avançarmos na questão da participação social, precisamos ter mais cultura política. Segundo Chauí (1995), cultura política refere-se ao conjunto de valores, crenças, atitudes e comportamentos compartilhados por uma determinada sociedade em relação à política. É a maneira como as pessoas percebem, interpretam e se envolvem com os assuntos políticos. A cultura política é moldada por fatores históricos, sociais, econômicos e culturais, e pode variar de uma sociedade para outra. Ela in�uencia a forma como os indivíduos se relacionam com as instituições políticas, como percebem o poder, a participação cívica, a con�ança nas autoridades, a tolerância política e a maneira como resolvem con�itos políticos. A cultura política desempenha um papel fundamental na consolidação e no funcionamento de um sistema democrático, uma vez que afeta a maneira como as pessoas exercem sua cidadania e se envolvem na vida política de uma nação. Sem que a população se perceba como ator político fundamental, haverá poucos avanços. VIDEO RESUMO Nosso ordenamento jurídico admite instituições participativas, mas há desa�os para realmente garantir a participação social, porque temos baixo nível de cultura política, ou seja, pouco interesse pelas questões políticas. Nesta videoaula, trataremos disso e apontaremos os impactos desse desinteresse da população sobre as políticas sociais. Saiba mais Você já ouviu falar do orçamento participativo de Porto Alegre? Ele é considerado um exemplo de excelência em participação social. Vamos aprender mais sobre ele? Então leia o artigo a seguir: SIQUEIRA, L. F.; MARZULO, E. P. Da democracia participativa à desdemocratização na cidade: a experiência do Orçamento Participativo em Porto Alegre. Cadernos Metrópole, v. 23, n. 50, p. 399–422, jan. 2021. Disponível em: Scielo. Acesso em: 4 jun. 2023. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Aula 2 PARTICIPAÇÃO POPULAR: MARCOS HISTÓRICOS Convidamos você a conhecer mais sobre os movimentos sociais que levaram ao surgimento do Sistema Único de Saúde, que será entendido aqui como uma política social da qual o assistente social é parte integrante. https://www.scielo.br/j/cm/a/kwSGSgGLdWLVBh6yHLKqSYq/ A seguridade social é formada pelas políticas sociais de saúde, previdência e assistência social. Você sabia que a Resolução CFESS 383/99 considera o assistente social como pro�ssional de saúde? Isso porque a 8ª Conferência Nacional da Saúde cria um novo conceito de saúde, levando em consideração os determinantes sociais da saúde. Por isso, a garantia de direitos faz parte da busca de qualidade de vida. Assim, nesta aula, convidamos você a conhecer mais sobre os movimentos sociais que levaram ao surgimento do Sistema Único de Saúde, que será entendido aqui como uma política social da qual o assistente social é parte integrante. Bons estudos! O MOVIMENTO SANITARISTA E A CONSTITUINTE Você sabe como surgiu o SUS e como o direito à saúde foi incluído na Constituição de 1988? Para responder a essa pergunta, vamos conhecer o Movimento da Reforma Sanitarista, que in�uenciou a Constituinte de 1986- 7. Souto e Oliveira (2016) descrevem que o movimento da reforma sanitária se refere a um conjunto de ações e ideias que surgiram no Brasil a partir da década de 1970, com o objetivo de promover mudanças signi�cativas no sistema de saúde do país. Esse movimento foi impulsionado por pro�ssionais da área da saúde, intelectuais, estudantes e ativistas que buscavam transformar o sistema de saúde brasileiro em um modelo mais justo, igualitário e acessível para todos. A reforma sanitária foi motivada pelas críticas ao modelo de assistência médica vigente, que era centrado no setor privado e deixava grande parte da população sem acesso aos serviços básicos de saúde. Além disso, havia uma grande desigualdade no acesso aos serviços de saúde entre as diferentes regiões do país e uma forte medicalização da saúde, com ênfase excessiva nos hospitais e nos procedimentos curativos em detrimento da promoção da saúde e da prevenção de doenças. Sobre isso, a�rmam Souto e Oliveira (2016, p. 205): Por isso mesmo, entre as principais propostas da reforma sanitária estavam a criação de um sistema público de saúde universal, a garantia do acesso integral e igualitário aos serviços de saúde, a descentralização do sistema, com maior participação da comunidade na gestão e no controle social, e a adoção de uma abordagem integral da saúde, com ênfase na promoção da saúde, na prevenção de doenças e na atenção primária. O Movimento da Reforma Sanitária Brasileira (MRSB) constituiu-se no processo de amplas mobilizações da sociedade brasileira pela redemocratização. Expressou a indignação da sociedade frente às aviltantes desigualdades, a mercantilização da saúde e, con�gurou-se como ação política concertada em torno de um projeto civilizatório de sociedade inclusiva, solidária, tendo a saúde como direito universal de cidadania. A luta pela reforma sanitária ganhou força na década de 1980 e foi um dos principais pilares da construção do Sistema Único de Saúde (SUS), promulgado em 1988 pela Constituição Federal brasileira. O SUS é um sistema de saúde público, universal e gratuito, que tem como princípios a equidade, a integralidade e a participação social. A implementação do SUS representou um avanço signi�cativo na busca por um sistema de saúde mais inclusivo e democrático no Brasil. Embora muitos avanços tenham sido alcançados com a reforma sanitária e a criação do SUS, ainda existemdesa�os a serem enfrentados para garantir a efetivação dos princípios e diretrizes do sistema de saúde brasileiro. Conforme já aprendemos, o neoliberalismo impacta toda a seguridade social. Por isso, a luta pela saúde como direito universal e pela melhoria das condições de saúde da população continua sendo uma pauta importante no país. SAÚDE COMO POLÍTICA SOCIAL Para entender a atuação do assistente social no SUS, precisamos retomar a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, que foi um evento de extrema importância para a história da saúde pública no Brasil. Ela foi um marco no processo de construção do Sistema Único de Saúde (SUS) e representa um momento emblemático de participação e mobilização popular na de�nição das políticas de saúde do país. Veja o que diz a Resolução CFESS 383/99: Nesse sentido, a conferência foi convocada com o objetivo de debater e propor diretrizes para a construção de um novo modelo de sistema de saúde que atendesse às necessidades da população e garantisse o acesso universal, integral e igualitário aos serviços de saúde. Ela ocorreu em um contexto de redemocratização do Brasil, após um período de ditadura militar, quando se buscava fortalecer a participação social e democratizar as políticas públicas. A 8ª Conferência Nacional de Saúde teve uma abrangência ampla e contou com a participação de diversos segmentos da sociedade, como pro�ssionais de saúde, usuários do sistema de saúde, gestores públicos, entidades e movimentos sociais. Essa diversidade de atores contribuiu para a construção de um debate plural e democrático sobre as diretrizes da saúde no país. Considerando que, a partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde, um novo conceito de saúde foi construído, ampliando a compreensão da relação saúde-doença, como decorrência das condições de vida e de trabalho; Considerando que as ações de saúde devem se dar na perspectiva interdisciplinar a �m de garantir a atenção a todas as necessidades da população usuária na mediação entre seus interesses e a prestação de serviços. — (CFESS, 1999) Durante a conferência, foram discutidos temas fundamentais como a universalização do acesso aos serviços de saúde, a integralidade da atenção, a participação da comunidade na gestão e no controle social, a promoção da saúde e a prevenção de doenças. O evento foi marcado por intensos debates e pela formulação de propostas que serviram de base para a construção do SUS. Um dos resultados mais signi�cativos da 8ª Conferência Nacional de Saúde foi a aprovação da “Declaração de Alma-Ata”, que rea�rmava o compromisso do Brasil em construir um sistema de saúde baseado nos princípios da equidade, universalidade e integralidade. Essa declaração se tornou um marco internacional para a promoção da saúde e in�uenciou as políticas de saúde não apenas no Brasil, mas em diversos países ao redor do mundo. A partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde, as propostas e diretrizes debatidas passaram a in�uenciar a elaboração da Constituição Federal de 1988, que reconheceu a saúde como direito de todos e dever do Estado. Essa conquista culminou na criação do SUS, consolidando uma visão mais ampla e abrangente da saúde, baseada na garantia de acesso universal e na participação da sociedade na formulação e no controle das políticas de saúde. CONTROLE SOCIAL E O SUS Para compreender este bloco, leia o seguinte artigo da CF/88: Como você pode ver, a comunidade pode exercer o controle social sobre o SUS. O controle social no Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos pilares fundamentais para a promoção da participação popular e a democratização das políticas de saúde no Brasil. Por meio de mecanismos como os Conselhos de Saúde, as Conferências de Saúde, as ouvidorias e a participação popular, busca-se assegurar que as decisões e ações relacionadas à saúde sejam pautadas pelos interesses e necessidades da população. Os Conselhos de Saúde são órgãos colegiados e deliberativos compostos por representantes do governo, de prestadores de serviços de saúde, de pro�ssionais da área e de usuários do SUS. Esses conselhos têm a responsabilidade de formular políticas, acompanhar e �scalizar as ações de saúde, discutindo e aprovando propostas e �scalizando a aplicação dos recursos. A presença de representantes dos usuários nestes conselhos é essencial para garantir que suas vozes sejam ouvidas e consideradas nas tomadas de decisão (GOMES; ÓRFÃO, 2021). Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: III - participação da comunidade. — (BRASIL, 1988) As Conferências de Saúde são espaços de debate e participação popular que ocorrem em níveis municipal, estadual e nacional. Nelas, são discutidas e formuladas propostas para a melhoria do SUS, abrangendo diversos temas relacionados à saúde. Representantes dos usuários, trabalhadores da saúde, gestores e outros atores envolvidos se reúnem nessas conferências para contribuir com suas perspectivas e experiências. As Conferências de Saúde têm um papel importante na construção coletiva de diretrizes e políticas mais inclusivas e representativas (GOMES; ÓRFÃO, 2021). As ouvidorias também desempenham um papel crucial no controle social do SUS. Elas funcionam como canais de comunicação entre os cidadãos e os serviços de saúde, permitindo que as pessoas registrem reclamações, sugestões, denúncias e elogios relacionados aos serviços oferecidos. As ouvidorias analisam e encaminham essas demandas para as instâncias responsáveis, promovendo a transparência e a participação popular na identi�cação de problemas e na busca por soluções (GOMES; ÓRFÃO, 2021). Além dos mecanismos formais, a participação popular nos Conselhos de Saúde e nas Conferências é essencial para fortalecer o controle social no SUS. A presença dos usuários e da comunidade nessas instâncias de discussão e deliberação contribui para a diversidade de perspectivas e a representatividade da população. Através de eleições, assembleias, fóruns e outras formas de consulta popular, a participação ativa da sociedade é promovida, permitindo que as decisões e ações relacionadas à saúde estejam alinhadas com as necessidades reais das pessoas (GOMES; ÓRFÃO, 2021). Contudo, ainda temos muito a caminhar, conforme mostram os autores: Precisamos considerar os avanços para criar novas institucionalidades, que tornem possível ampliar a participação social. VÍDEO RESUMO Nessa aula, re�etimos sobre a criação do SUS como fruto de movimentos sociais que se impuseram à agenda política constituinte. Além disso, estudamos que esses movimentos, especialmente a Reforma Sanitária, defenderam a gestão participativa do SUS, criando os Conselhos de Saúde. Nesta videoaula, vamos revisar esse conteúdo. Apesar da permanente tradição autoritária e da baixa cultura participativa no Brasil, durante os 30 anos de existência do SUS é possível veri�car avanços na descentralização e na democratização das políticas públicas com a participação popular na área da saúde, por meio dos Conselhos e Conferências de Saúde que constituem-se em canais de participação e controle social que oportunizam a incorporação das demandas sociais verbalizadas por diferentes sujeitos, resultando, assim, na defesa dos interesses coletivos. — (GOMES; ÓRFÃO, 2021, p. 1210) Saiba mais Nesta aula, mencionamos que o pro�ssional do Serviço Social é um pro�ssional da saúde. Para entender melhor, leia a resolução a seguir: CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Resolução CFESS n.º 383/99 de 29/03/1999. Disponível em: CFESS.org. Acesso em: 12 jun. 2023. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta aula, convidamos você a conhecer diversas instituições que possibilitam à sociedade lutar pelos seus direitos e também �scalizar as ações do Poder Executivo e Legislativo na efetivação de direitos. Elas foram criadas justamente para permitir que, dentro do ordenamento jurídicobrasileiro, a sociedade tivesse seus interesses atendidos. Assim, vamos conhecer essas instituições: audiência pública, ação popular, plebiscito, defensorias públicas, orçamento participativo, ouvidorias, Tribunais de Contas, Ministério Público, Poder Legislativo; conselhos de políticas e suas funções. Enquanto o Poder Legislativo deve representar os direitos da população, temos instituições que possibilitam que a sociedade controle suas ações. Bons estudos! PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL Estudante, neste bloco, vamos estudar com mais detalhes algumas formas de participação social nas políticas públicas no Brasil. A audiência pública é um instrumento democrático que permite a participação ativa da sociedade na tomada de decisões governamentais. Trata-se de um evento aberto ao público, no qual são discutidos temas de interesse coletivo, buscando obter opiniões, sugestões e críticas da população (BARROS; MONTEIRO; SANTOS, Aula 3 INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL, FISCALIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO Nesta aula, convidamos você a conhecer diversas instituições que possibilitam à sociedade lutar pelos seus direitos e também �scalizar as ações do Poder Executivo e Legislativo na efetivação de direitos. http://www.cfess.org.br/arquivos/resolucao_383_99.pdf 2018). Esse mecanismo de participação popular é uma forma de garantir a transparência e a legitimidade das políticas públicas, permitindo que os cidadãos expressem suas opiniões e tenham voz ativa na de�nição de questões relevantes para a sociedade. As audiências públicas podem ocorrer em diferentes âmbitos, como no poder legislativo, executivo ou judiciário, e abrangem áreas como saúde, meio ambiente, infraestrutura, segurança, entre outras (BARROS; MONTEIRO; SANTOS, 2018) A ação popular é um instrumento jurídico que possibilita aos cidadãos atuarem na defesa do patrimônio público, do meio ambiente, da moralidade administrativa e do interesse coletivo. Trata-se de um mecanismo que permite a qualquer pessoa, de forma individual ou coletiva, questionar atos ilegais ou lesivos ao interesse público praticados por agentes públicos ou privados (ALZATE ORTIZ; NANCLARES MARQUEZ; 2016). A ação popular é uma ferramenta importante para garantir a participação do cidadão na proteção dos direitos e no controle da administração pública, permitindo que a sociedade exerça um papel ativo na �scalização e no combate à corrupção e aos abusos de poder (ALZATE ORTIZ; NANCLARES MARQUEZ; 2016). O plebiscito é uma forma de consulta popular na qual a população é convocada a se manifestar sobre uma questão especí�ca. É uma ferramenta de democracia direta que permite que os cidadãos expressem sua vontade, mediante o voto, sobre questões de grande relevância para o país, como a elaboração ou alteração de leis, a realização de obras de grande impacto, a adesão a tratados internacionais, entre outros temas de interesse coletivo (SANTOS, 2013). Essa forma de participação popular é fundamental para garantir a soberania popular e o exercício da cidadania, permitindo que a voz dos cidadãos seja ouvida e respeitada nas decisões que afetam suas vidas. O plebiscito estimula a conscientização política e a mobilização social, fortalecendo a democracia e promovendo a inclusão de diferentes perspectivas na tomada de decisões (SANTOS, 2013). E no caso de cidadãos que têm seus direitos violados e não possuem condições de pagar um advogado? Nesse caso, há defensorias públicas, que são instituições com objetivo de promover o acesso à justiça e a defesa dos direitos dos cidadãos que não têm condições de arcar com os custos de um advogado particular. São responsáveis por prestar assistência jurídica gratuita aos mais necessitados, garantindo o acesso à justiça a todos, independentemente de sua condição econômica. As defensorias públicas desempenham um papel fundamental na garantia dos direitos humanos, na promoção da igualdade social e na proteção dos grupos mais vulneráveis da sociedade, como pessoas em situação de rua, crianças, idosos, mulheres vítimas de violência, entre outros. Além disso, atuam na mediação de con�itos, na resolução extrajudicial de demandas e na orientação jurídica à população (MOREIRA, 2017). Essas instituições desempenham um papel crucial na promoção da justiça social e na garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos, contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva, igualitária e democrática. A atuação das defensorias públicas é essencial para assegurar que todos tenham acesso efetivo à justiça, independentemente de sua condição socioeconômica (MOREIRA, 2017). RELAÇÕES ENTRE ESTADO E SOCIEDADE Pesquise se na prefeitura da sua cidade há uma ouvidoria. As ouvidorias públicas desempenham um papel fundamental na garantia da transparência, na prestação de contas e no fortalecimento da relação entre os cidadãos e o Estado. São instâncias de comunicação direta entre a população e as instituições públicas, nas quais os cidadãos podem registrar reclamações, sugestões, elogios e denúncias relacionadas aos serviços públicos (FERNANDEZ et al., 2021). Essas estruturas têm como objetivo primordial ouvir as demandas da sociedade, zelando pela qualidade do atendimento, pela e�ciência dos serviços e pela correção das práticas administrativas. Ao atuar como intermediárias entre o cidadão e a administração pública, as ouvidorias contribuem para a melhoria dos serviços prestados, para a prevenção de irregularidades e para o combate à corrupção (FERNANDEZ et al., 2021). Por sua vez, os Tribunais de Contas são órgãos responsáveis por �scalizar a aplicação dos recursos públicos, tanto no âmbito federal e estadual quanto municipal. Seu objetivo principal é garantir a correta utilização dos recursos públicos, a legalidade dos atos administrativos e a efetividade das políticas públicas. Os Tribunais de Contas realizam auditorias, análises de contas, julgamentos de contas de gestores públicos e emitem pareceres técnicos, contribuindo para a e�ciência e a transparência da administração pública (PUCCIONI, 2021). Essas instituições desempenham um papel essencial no controle externo das contas públicas, auxiliando a prevenção e o combate à corrupção, além de promoverem a e�ciência na gestão dos recursos públicos. A atuação dos Tribunais de Contas é um mecanismo crucial para garantir a correta aplicação dos recursos arrecadados dos cidadãos, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e para a melhoria da qualidade de vida da população (PUCCIONI, 2021). O Ministério Público é uma instituição independente que atua na defesa da ordem jurídica, dos direitos fundamentais e dos interesses da sociedade como um todo. É responsável por promover ações penais, �scalizar a aplicação das leis, zelar pela proteção dos direitos coletivos e individuais indisponíveis, além de atuar na defesa do patrimônio público e no combate à corrupção (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2022). O Ministério Público exerce um papel essencial na busca pela justiça e na proteção dos direitos dos cidadãos. Atua de forma independente e imparcial, �scalizando a atuação dos poderes públicos, investigando casos de violação de direitos e promovendo a responsabilização daqueles que cometem ilícitos. Além disso, o Ministério Público também possui atribuições na área de defesa dos direitos humanos, da infância e juventude, do meio ambiente, entre outros temas de relevância social (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2022). Essas três instituições – Ouvidorias Públicas, Tribunais de Contas e Ministério Público – desempenham um papel fundamental na promoção da transparência, na defesa dos direitos dos cidadãos e no fortalecimento da democracia. Trabalhando de forma independente e colaborativa, contribuem para a garantia de uma gestão pública mais e�ciente, ética e voltada para o bem-estar da sociedade como um todo. REPRESENTAÇÃO VERSUS PARTICIPAÇÃO O Poder Legislativo é uma das instituições fundamentais em um sistema democrático, desempenhando um papel crucial na representaçãodos interesses da população e na elaboração das leis. É responsável por formular, discutir, aprovar e �scalizar as leis que regem a sociedade, garantindo a participação popular na tomada de decisões políticas. Essa instituição é composta por representantes eleitos pelo povo, como deputados e senadores, que têm o dever de atuar em nome dos cidadãos, defendendo seus interesses e direitos. O Poder Legislativo desempenha um papel de equilíbrio e controle em relação aos demais poderes, como o Executivo e o Judiciário, garantindo a separação de poderes e a harmonia entre eles. Através do Poder Legislativo, a população tem a oportunidade de participar ativamente na construção das leis que regem a sociedade, seja por meio de seus representantes eleitos, seja através de mecanismos de participação direta, como audiências públicas, consultas populares e plebiscitos. Além do Poder Legislativo, os Conselhos de Políticas desempenham um papel importante na promoção da participação social e na tomada de decisões democráticas. Os Conselhos são espaços nos quais representantes da sociedade civil, do governo e de outros setores discutem e deliberam sobre políticas públicas especí�cas. Esses conselhos abrangem diversas áreas, como saúde, educação, assistência social, meio ambiente, direitos humanos, entre outras. São compostos por representantes de diferentes segmentos da sociedade, como organizações não governamentais, sindicatos, movimentos sociais e cidadãos interessados, que trazem suas experiências, conhecimentos e demandas para a discussão e formulação de políticas. Os Conselhos de Políticas têm como função principal promover a participação da sociedade na de�nição das políticas públicas, contribuindo para a sua legitimidade, e�cácia e adequação às necessidades da população. Esses espaços permitem que os cidadãos exerçam sua cidadania de forma ativa, in�uenciando diretamente as decisões e o monitoramento das ações governamentais (GOMES, 2015). Ao promover a participação social, os Conselhos de Políticas fortalecem a democracia, incentivam a transparência, a accountability (prestação de contas) e a efetividade das políticas públicas. Permitem que diferentes perspectivas e interesses sejam considerados no processo decisório, contribuindo para a construção de políticas mais inclusivas, justas e e�cientes (GOMES, 2015). Portanto, tanto o Poder Legislativo quanto os Conselhos de Políticas desempenham papéis fundamentais na promoção da participação social, na representação dos interesses da população e na consolidação de uma democracia plena. Ambas as instituições contribuem para que os cidadãos exerçam sua cidadania de forma ativa, in�uenciando diretamente nas decisões políticas e na construção de uma sociedade mais justa e democrática. Finalizamos mostrando que a participação social se refere ao envolvimento ativo e direto dos cidadãos na tomada de decisões políticas e na formulação de políticas públicas. É um processo que permite aos indivíduos e grupos da sociedade ter voz, in�uência e poder de contribuir com suas opiniões, demandas e conhecimentos nas questões que afetam suas vidas e comunidades. A participação social fortalece a democracia, promove a transparência, a accountability e a construção de políticas mais inclusivas e sustentáveis, garantindo que as decisões sejam tomadas de forma mais legítima e representativa. VIDEO RESUMO Estudamos diversas instituições; contudo, não basta que elas existam. É preciso que a população tenha interesse em se envolver com a política. Nesta videoaula, convidamos você a pensar sobre o papel da população na �scalização dos atos dos governos, exercendo in�uência legítima na agenda política. Saiba mais Estudante, você já usou uma ouvidoria pública para exigir algum direito? Para conhecer mais sobre esse tema, convidamos você a navegar pelo endereço eletrônico da ouvidoria pública do governo federal. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Você já foi tomar vacina em um posto de saúde? Ou já fez uma matrícula em uma escola pública? Já andou de transporte público? Já fez parte de algum programa social? Se fez qualquer uma dessas ações, então usufruiu de uma política pública setorial. No Brasil, as políticas se organizam por setor, ou seja, são classi�cadas pelo tipo de serviços que prestam ao cidadão. Essa é uma forma de a administração pública organizar a prestação de serviços públicos, mas essa divisão também pode gerar alguns problemas. Há demandas por direitos que exigem a atuação do Estado em rede, ou seja, que diversos equipamentos públicos provenham direitos. Nesta aula, convidamos você a re�etir sobre as políticas setoriais e avaliar situações em que cabe ao Estado atuar em rede. Bons estudos! Aula 4 INTERSETORIALIDADE Convidamos você a re�etir sobre as políticas setoriais e avaliar situações em que cabe ao Estado atuar em rede. https://www.gov.br/ouvidorias/pt-br POLÍTICAS SETORIAIS Políticas setoriais são estratégias governamentais desenvolvidas para direcionar e regular o desenvolvimento de setores especí�cos da economia de um país. Elas são implementadas com o objetivo de promover o crescimento, a e�ciência e a competitividade desses setores, bem como garantir o cumprimento de objetivos sociais, ambientais e econômicos mais amplos. Segundo Silva (2018), essas políticas podem ser implementadas em diversos setores, como agricultura, indústria, educação, saúde, energia, transporte, tecnologia, entre outros. Elas envolvem a de�nição de metas, a alocação de recursos, a criação de incentivos e a implementação de regulamentações especí�cas para cada setor. Elas se organizam por programas sociais ou equipamentos públicos, desde escolas, até hospitais e serviços de ônibus. Uma das principais razões para a implementação de políticas setoriais é o reconhecimento de que certos setores têm importância estratégica para o desenvolvimento econômico de um país. Por exemplo, um governo pode implementar políticas setoriais voltadas para a indústria manufatureira visando a aumentar a produtividade, a inovação e a competitividade internacional desse setor, o que poderia impulsionar o crescimento econômico como um todo (SILVA, 2018). Além disso, as políticas setoriais também são utilizadas para atender a demandas especí�cas da sociedade e garantir a equidade e a sustentabilidade. Por exemplo, na área da saúde, o governo pode implementar políticas setoriais com o objetivo de melhorar o acesso aos serviços de saúde, reduzir desigualdades e promover a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias médicas (SILVA, 2018). É importante ressaltar que as políticas setoriais devem ser desenvolvidas de forma integrada e coerente com outras políticas públicas, como as políticas �scal, monetária, educacional e ambiental. A coordenação entre essas políticas é fundamental para evitar con�itos de interesse, promover sinergias e garantir a e�cácia das ações governamentais. Além disso, as políticas setoriais devem ser baseadas em evidências e análise criteriosa dos desa�os e oportunidades enfrentados por cada setor. É fundamental considerar fatores como a competitividade internacional, as tendências tecnológicas, as necessidades da sociedade e os impactos ambientais (SILVA, 2018). No entanto, as políticas setoriais também podem apresentar desa�os. Por exemplo, a de�nição de metas ambiciosas pode exigir recursos signi�cativos do governo, o que pode impactar as �nanças públicas. Além disso, políticas setoriais mal planejadas ou implementadas de forma inadequada podem levar a distorções de mercado, falta de e�ciência e consequências indesejadas. Portanto, a formulação e implementação de políticas setoriais requerem um equilíbrio cuidadoso entre os interesses do setor em questão, as demandas da sociedade como um todo e a sustentabilidade econômica e ambiental. Um planejamento estratégico sólido, a participação de diferentes atores, a transparência e a avaliação contínua são elementos-chave para o sucesso das políticassetoriais. GESTÃO EM REDE DE POLÍTICAS SOCIAIS Imagine uma pessoa em situação de rua. Essa pessoa está sofrendo ampla violação de direitos, precisando da atenção do Estado em relação à saúde, trabalho, renda, assistência social, moradia, segurança alimentar, dentre outras. Assim, é preciso que o Estado atue em rede, com base na intersetorialidade. A intersetorialidade refere-se à abordagem que busca promover a cooperação e a integração entre diferentes setores e atores governamentais e não governamentais na elaboração, implementação e avaliação de políticas públicas. É uma estratégia que visa a superar a fragmentação e a compartimentalização das ações governamentais, buscando a articulação de esforços e recursos para lidar com problemas complexos e interdependentes. A intersetorialidade reconhece que muitos problemas sociais e desa�os enfrentados pelas sociedades não podem ser abordados de maneira isolada por um único setor ou política. Por exemplo, a pobreza, a violência doméstica, o analfabetismo, o desemprego e a exclusão social são questões multifacetadas que exigem uma abordagem integrada e colaborativa (MAFRA; NAVES, 2009). Nesse contexto, a gestão em rede é uma estratégia que busca estabelecer parcerias e relações de colaboração entre os diferentes atores envolvidos na implementação das políticas sociais. Esses atores podem incluir governos, organizações da sociedade civil, empresas, instituições acadêmicas, comunidades locais e indivíduos (MAFRA; NAVES, 2009) A gestão de políticas sociais em rede envolve a construção de espaços de diálogo, compartilhamento de informações, troca de experiências, de�nição de objetivos comuns e coordenação de ações. Essa abordagem reconhece que nenhum ator isolado possui todas as competências, recursos e conhecimentos necessários para enfrentar um problema social de forma e�caz. Através da gestão de políticas sociais em rede, é possível aproveitar as habilidades e expertise de diferentes atores, promovendo a complementaridade e a sinergia entre eles. Além disso, essa abordagem também favorece a participação da sociedade civil e dos grupos afetados pela política, promovendo a inclusão, a transparência e a accountability (MAFRA; NAVES, 2009). Uma gestão de políticas sociais em rede efetiva requer mecanismos de coordenação e governança que facilitem a colaboração entre os atores envolvidos. Esses mecanismos podem incluir comitês, fóruns, grupos de trabalho, parcerias público-privadas, redes temáticas, entre outros. É importante estabelecer canais de comunicação e�cientes, compartilhar informações relevantes, estabelecer acordos e direcionar recursos de forma equitativa (MAFRA; NAVES, 2009) No entanto, a gestão de políticas sociais em rede também apresenta desa�os, como a necessidade de conciliar interesses divergentes, a complexidade da coordenação entre múltiplos atores e a garantia da responsabilidade e prestação de contas. É necessário estabelecer mecanismos de monitoramento e avaliação que permitam veri�car os resultados alcançados e ajustar as estratégias de acordo com as necessidades identi�cadas. A intersetorialidade e a gestão de políticas sociais em rede são abordagens fundamentais para promover a e�cácia, a e�ciência e a sustentabilidade das políticas públicas. Ao estabelecer parcerias e promover a colaboração entre diferentes atores, é possível enfrentar de forma mais efetiva os desa�os complexos. PROTEÇÃO SOCIAL INTEGRAL Vamos re�etir novamente sobre o exemplo anterior. Esse indivíduo que está em situação de rua deseja sair dessa condição e procura o Centro Especializado de Assistência Social (CREAS) da sua cidade em busca de ajuda. Contudo, são necessárias diversas políticas sociais para mudar a sua condição. Então, precisamos pensar em sistemas de proteção social integral. Os sistemas integrados de proteção social são uma abordagem abrangente para enfrentar a pobreza, a desigualdade e as vulnerabilidades sociais. Esses sistemas têm como objetivo principal garantir a segurança e o bem-estar dos cidadãos, fornecendo uma rede de proteção que abrange diversos pilares, como assistência social, saúde, educação, emprego e previdência. O conceito de sistemas integrados de proteção social reconhece que as necessidades sociais são interligadas e que uma abordagem fragmentada não é su�ciente para lidar com os múltiplos desa�os enfrentados pelas pessoas. Em vez disso, busca-se uma abordagem holística que considere as diferentes dimensões da proteção social e as interações entre elas (COSTA; CUNHA, 2019). Esses sistemas são baseados em princípios-chave, como a universalidade, a equidade, a solidariedade e a participação. A universalidade implica que todos os cidadãos têm direito à proteção social, independentemente de sua renda, emprego ou condição social. A equidade busca garantir que os benefícios sejam distribuídos de forma justa, levando em conta as necessidades individuais e as desigualdades existentes. A solidariedade enfatiza a responsabilidade coletiva em garantir a proteção social, enquanto a participação envolve o envolvimento ativo dos bene�ciários no desenvolvimento e implementação das políticas (COSTA; CUNHA, 2019). Os sistemas integrados de proteção social envolvem a coordenação e a integração de diferentes programas, políticas e serviços em uma estrutura coesa. Isso implica a necessidade de uma governança efetiva, com mecanismos de coordenação e comunicação entre as diferentes instituições e atores envolvidos. A integração dos sistemas permite maximizar a e�ciência e a e�cácia das intervenções, evitando duplicações e lacunas de cobertura (COSTA; CUNHA, 2019). Esses sistemas também visam a promover a capacidade de autossustentação e resiliência dos indivíduos e das comunidades. Além de fornecer benefícios de curto prazo, eles também se concentram em capacitar as pessoas, oferecendo acesso a oportunidades educacionais, treinamento pro�ssional e apoio ao emprego. Dessa forma, os sistemas integrados de proteção social buscam romper o ciclo intergeracional da pobreza e promover a inclusão social de longo prazo (COSTA; CUNHA, 2019). Um aspecto importante dos sistemas integrados de proteção social é a ênfase na prevenção e na promoção do desenvolvimento humano sustentável. Em vez de apenas responder às crises e necessidades imediatas, esses sistemas buscam investir em políticas e programas que ajudem a prevenir riscos sociais, como doenças, desemprego prolongado e exclusão social. Isso implica estratégias de promoção da saúde, educação de qualidade, formação de habilidades, entre outros. No entanto, a implementação de sistemas integrados de proteção social pode enfrentar desa�os signi�cativos. Isso inclui a necessidade de recursos adequados, a coordenação entre diferentes instituições e atores, a capacitação dos pro�ssionais envolvidos e a superação de resistências políticas e culturais. Superar esses desa�os requer um compromisso político �rme, uma abordagem participativa e o desenvolvimento de capacidades institucionais. VIDEO RESUMO O Estado organiza suas políticas de forma a gerenciá-las por setor. Contudo, há casos, especialmente aqueles que envolvem amplas violações de direito, que demandam políticas em rede. Assim, nesta videoaula, convidamos você a conhecer o conceito de política setorial e a aprender sobre como gerenciar políticas sociais em rede, para garantir a proteção social integral. Saiba mais Nesta aula, re�etimos sobre o conceito de sistemas de proteção social integral, algo complexo de implementar em um país pobre como o Brasil. Que tal conhecer o que o sistema de proteção social no Brasil? POLÍTICAS SOCIAIS E PARTICIPAÇÃO SOCIAL Olá, estudante! As políticas sociais desempenham um papel fundamental na promoção do bem-estar e na redução das desigualdades em uma sociedade. Elas visam a garantir direitos básicos, como saúde, educação, moradia, segurança alimentar, assistência social e acesso à cultura, entre outros. No entanto, para queessas políticas sejam efetivas e alcancem seus objetivos, é essencial o estabelecimento de mecanismos de controle social, participação cidadã e �scalização das contas públicas. Aula 5 REVISÃO DA UNIDADE https://www.gov.br/pt-br/servicos/participar-de-servicos-da-protecao-social-basica-programas-e-beneficios-assistenciais https://www.gov.br/pt-br/servicos/participar-de-servicos-da-protecao-social-basica-programas-e-beneficios-assistenciais O controle social refere-se ao poder exercido pela sociedade sobre as ações do Estado, permitindo que os cidadãos monitorem e in�uenciem as políticas públicas. Ele ocorre por meio de diversos instrumentos, como audiências públicas, conselhos participativos, ouvidorias, canais de comunicação direta com a administração pública e mecanismos de transparência. O controle social é essencial para assegurar que as políticas sociais sejam implementadas de forma adequada, atendendo às necessidades da população e evitando a corrupção e o mau uso dos recursos públicos (IAMAMOTO, 2011). A participação social é outro aspecto fundamental para fortalecer a democracia e a efetividade das políticas sociais. Ela envolve a participação ativa dos cidadãos no processo de tomada de decisões, desde a elaboração até a implementação e avaliação das políticas públicas. A participação pode ocorrer por meio de consultas públicas, fóruns, conferências, assembleias e outras formas de engajamento da sociedade civil. Ao envolver os cidadãos diretamente, as políticas sociais se tornam mais legitimadas e mais bem adaptadas às demandas e necessidades reais da população (IAMAMOTO, 2011). A �scalização das contas públicas é um elemento indispensável para garantir a transparência, a e�ciência e a legalidade na gestão dos recursos destinados às políticas sociais. Envolve a análise e acompanhamento criterioso das receitas, despesas, contratos, licitações e demais processos relacionados às políticas públicas. Órgãos de controle, como tribunais de contas, controladorias e auditorias, têm a responsabilidade de �scalizar e avaliar a correta utilização dos recursos públicos. Além disso, a sociedade civil, por meio de organizações não governamentais e movimentos sociais, também desempenha um papel importante na �scalização das contas públicas, cobrando transparência e prestando contas à sociedade. Nesse contexto, os conselhos de políticas públicas são instâncias de participação social que desempenham um papel fundamental na formulação, implementação e monitoramento das políticas públicas. Compostos por representantes da sociedade civil e do governo, esses conselhos promovem o diálogo entre diferentes atores e possibilitam a inclusão de diferentes perspectivas na tomada de decisões. Por meio dos conselhos, os cidadãos têm a oportunidade de contribuir ativamente na de�nição de prioridades, na elaboração de propostas e na �scalização das ações do Estado. Os conselhos de políticas públicas fortalecem a democracia participativa, promovem a transparência e ampliam a legitimidade das políticas sociais, garantindo que os interesses e necessidades da sociedade sejam considerados no processo de tomada de decisões governamentais (IAMAMOTO, 2011) As políticas sociais, o controle social, a participação cidadã e a �scalização das contas públicas são elementos interligados que contribuem para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e democrática. Quando implementadas de forma adequada, essas práticas fortalecem a governança, promovem a igualdade de oportunidades e permitem que os recursos públicos sejam utilizados de maneira e�ciente e em benefício de toda a população. O engajamento ativo dos cidadãos na formulação e acompanhamento das políticas sociais é essencial para a construção de uma sociedade mais participativa e comprometida com o bem comum. REVISÃO DA UNIDADE Nesta aula, vamos abordar os princípios e as práticas da participação social, discutindo como os cidadãos podem se envolver ativamente na tomada de decisões e in�uenciar as políticas públicas em prol de uma sociedade mais justa e democrática. Será uma oportunidade para explorar conceitos, exemplos práticos e debater sobre os desa�os e as possibilidades da participação social em diferentes contextos. ESTUDO DE CASO Imagine que você seja um cidadão engajado que, insatisfeito com a falta de políticas públicas voltadas para pessoas em situação de rua em seu município, decide criar um movimento social. O objetivo do movimento é buscar soluções e promover a inclusão social desses indivíduos, visando a garantir seus direitos e melhorar suas condições de vida. Você mora em uma cidade de médio porte, onde a presença de pessoas em situação de rua tem se tornado cada vez mais evidente. Você observa a ausência de abrigos adequados, de programas de reinserção social e de assistência básica, o que resulta em condições de vida precárias e violações dos direitos humanos dessas pessoas. Sentindo-se tocado pela realidade enfrentada por essa população marginalizada, você decide agir. Você começa sua jornada pesquisando sobre movimentos sociais relacionados à questão das pessoas em situação de rua em outras cidades. Você busca informações sobre experiências bem-sucedidas, aprende sobre os desa�os enfrentados e as estratégias adotadas para promover mudanças. Com base nesse conhecimento, você decide criar o Movimento “Acolher e Transformar”. O Movimento “Acolher e Transformar” tem como objetivo central pressionar as autoridades locais a implementarem políticas públicas voltadas para a população em situação de rua. Você estabelece uma série de atividades para alcançar esse objetivo. Primeiro, mobiliza amigos, vizinhos e pessoas sensibilizadas pela causa para formar uma equipe engajada. Em seguida, o movimento promove reuniões abertas para a comunidade com o intuito de conscientizar sobre a problemática, compartilhar informações e ouvir experiências de pessoas em situação de rua. Além disso, você organiza manifestações pací�cas em pontos estratégicos da cidade, como praças e prédios públicos, para chamar a atenção da mídia e do poder público. O movimento também realiza campanhas de arrecadação de alimentos, roupas e produtos de higiene pessoal, visando a suprir necessidades básicas da população em situação de rua. Você busca parcerias com organizações não governamentais, pro�ssionais da área de assistência social e acadêmicos a �m de fortalecer a luta por políticas públicas mais efetivas. O Movimento “Acolher e Transformar” ganha visibilidade e apoio da sociedade civil. Através das ações empreendidas, você e sua equipe conseguem sensibilizar a opinião pública e pressionar as autoridades municipais a agirem. Como resultado direto do movimento, o município cria um programa de acolhimento emergencial, amplia o número de abrigos e implementa políticas de reinserção social, oferecendo oportunidades de trabalho e capacitação para pessoas em situação de rua. Re�ita Contudo, você sabe que a população em situação de rua não é apenas um problema isolado, mas uma realidade que abrange todo o território nacional. De norte a sul do país, é possível observar indivíduos vivendo nas ruas, enfrentando condições precárias, vulnerabilidade social e violações de direitos básicos. Essa é uma questão complexa e multifacetada, que demanda ações coordenadas e políticas públicas efetivas em âmbito nacional para enfrentar os desa�os enfrentados por essa parcela da sociedade. A problemática da população em situação de rua é uma preocupação social que exige uma resposta abrangente e integrada de todos os níveis governamentais, sociedade civil e demais atores envolvidos na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Nesse contexto, você entende que seu movimento social não pode �car apenas no seu município, mas precisa alcançar outros estados e toda a federação. Como ampliar o alcance das ações e in�uenciar a agenda política nacional RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO Após o sucesso do Movimento “Acolhere Transformar” em nível local, você e sua equipe decidem expandir seus esforços e transformá-lo em um movimento nacional de amparo às pessoas em situação de rua. Com o objetivo de alcançar um impacto mais abrangente e promover mudanças em todo o país, eles desenvolvem uma estratégia para disseminar sua causa e mobilizar pessoas em diferentes regiões. Primeiramente, o movimento cria uma plataforma online e redes sociais, como site, página no Facebook e per�l no Instagram, para divulgar informações sobre a realidade da população em situação de rua e compartilhar experiências, histórias inspiradoras e recursos para engajamento. Essas ferramentas digitais permitem que o movimento alcance um público mais amplo e estabeleça conexões com pessoas de diferentes partes do país. Em seguida, você e sua equipe organizam encontros regionais e conferências, buscando reunir líderes comunitários, ativistas, pro�ssionais da área social, representantes de organizações não governamentais e acadêmicos interessados em combater a situação de rua. Esses eventos servem como espaços de troca de ideias, compartilhamento de boas práticas e estabelecimento de parcerias estratégicas para fortalecer o movimento em âmbito nacional. Outra estratégia adotada é a elaboração de um manifesto contendo os princípios, objetivos e demandas do movimento, que é divulgado amplamente e disponibilizado para adesão de outras organizações e indivíduos em todo o país. O manifesto é utilizado como uma ferramenta de sensibilização e mobilização, buscando ampliar o apoio e a adesão ao movimento. Além disso, o movimento promove ações de advocacy, por meio do engajamento junto a parlamentares, autoridades governamentais e órgãos responsáveis pela formulação de políticas públicas. Você e sua equipe buscam in�uenciar a agenda política, pressionando por leis e políticas mais abrangentes e e�cazes para lidar com a situação de rua em todo o país. À medida que o movimento ganha força e adesões, é estabelecida uma estrutura organizacional mais ampla, com a formação de comitês regionais e coordenações locais em diferentes estados e municípios. Essas estruturas descentralizadas permitem uma atuação mais e�ciente e adaptada às realidades especí�cas de cada região. Com todas essas ações em prática, o Movimento Nacional de Amparo às Pessoas em Situação de Rua ganha visibilidade, in�uência e capacidade de transformar a realidade dessa população em todo o país. A mobilização de indivíduos e organizações em torno dessa causa resulta em uma maior conscientização da sociedade e na pressão contínua sobre o poder público para a implementação de políticas públicas mais abrangentes e efetivas, garantindo, assim, o amparo e a inclusão de pessoas em situação de rua em todo o Brasil. RESUMO VISUAL Fonte: elaborada pela autora. Aula 1 BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Diário O�cial da União, Brasília, 5 maio 2000. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm. Acesso em: 4 jun. 2023. CHAUÍ, M. Cultura política e política cultural. Estudos Avançados, v. 9, n. 23, p. 71-84, 1995. 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