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INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
A Constituição de 1988 inovou ao criar instrumentos de participação social nas políticas públicas. A nossa
democracia é representativa, mas nosso ordenamento jurídico permite alguns instrumentos de democracia
participativa, como o orçamento participativo, os conselhos de direito e as audiências públicas. Além disso,
temos o direito de nos manifestar por meio de movimentos sociais e pressionar a agenda política para que os
interesses da sociedade sejam levados em conta. O Brasil ainda demanda mais cultura política e pessoas
envolvidas com as questões sociais. A cultura política é central para que uma sociedade mais participativa se
consolide.
Bons estudos!
Aula 1
CONTROLE SOCIAL, PARTICIPAÇÃO E SEUS DESAFIOS
A nossa democracia é representativa, mas nosso ordenamento jurídico permite alguns instrumentos de
democracia participativa, como o orçamento participativo, os conselhos de direito e as audiências
públicas.
PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL NAS POLÍTICAS
SOCIAIS
 Aula 1 - Controle social, participação e seus desa�os
 Aula 2 - Participação popular: marcos históricos
 Aula 3 - Instrumentos de controle social, �scalização e participação
 Aula 4 -  Intersetorialidade 
 Aula 5 - Revisão da unidade
 Referências
CONTROLE SOCIAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS
O controle social de políticas sociais é um mecanismo fundamental para garantir a participação da
sociedade na formulação, implementação e avaliação das políticas públicas voltadas para a promoção do
bem-estar social. Trata-se de um processo no qual os cidadãos, por meio de diferentes formas de organização
e participação, exercem vigilância, monitoramento e in�uência sobre as políticas e ações do Estado.
O controle social tem como objetivo principal assegurar a transparência, a efetividade e a adequação das
políticas sociais, bem como combater a corrupção e o mau uso dos recursos públicos. Para isso, é essencial
que a sociedade tenha acesso a informações relevantes sobre as políticas, programas e serviços sociais, além
de participar ativamente na tomada de decisões e no acompanhamento de sua implementação.
Esse processo de controle social pode ocorrer de diversas maneiras, incluindo a participação em conselhos,
fóruns, audiências públicas, comissões, ou por meio da atuação de organizações da sociedade civil, como
movimentos sociais, sindicatos, associações de moradores, conselhos de direitos, orçamentos participativos,
entre outros. Essas instâncias proporcionam espaços de diálogo entre o Estado e a sociedade civil, permitindo
que as demandas e necessidades dos cidadãos sejam levadas em consideração na elaboração das políticas
públicas (GOMES; ORFÃO, 2021).
O controle social também contribui para a democratização das relações de poder, promovendo a participação
ativa dos cidadãos no processo decisório e na �scalização das ações governamentais. Por meio desse
processo, os cidadãos têm a oportunidade de se informar, debater, questionar e propor alternativas para
melhorar as políticas sociais, garantindo que elas atendam efetivamente às demandas da população e
promovam a justiça social (GOMES; ORFÃO, 2021).
Além disso, o controle social fortalece a accountability, ou seja, a responsabilização dos agentes públicos
perante a sociedade. Ao exercerem o controle sobre as políticas sociais, os cidadãos podem exigir
transparência na gestão dos recursos, cobrar a prestação de contas dos gestores públicos e denunciar
práticas indevidas ou irregularidades (GOMES; ORFÃO, 2021)
Em resumo, o controle social de políticas sociais é um mecanismo de participação cidadã que visa a promover
a transparência, a efetividade e a responsabilidade nas políticas públicas. Por meio desse processo, a
sociedade civil desempenha um papel ativo na construção de uma sociedade mais justa e igualitária,
contribuindo para a melhoria das condições de vida e para o fortalecimento da democracia.
Uma das mais importantes formas de controle social no Brasil são os Conselhos de Direito, os quais são
instâncias de participação e controle social com objetivo principal de formulação, acompanhamento e
�scalização das políticas públicas relacionadas a determinada área especí�ca, com foco na defesa e promoção
dos direitos. Esses conselhos são compostos por representantes da sociedade civil e do poder público, e
atuam de forma consultiva, deliberativa e �scalizadora.
Os Conselhos de Direito podem abranger diferentes áreas, como direitos da criança e do adolescente, direitos
humanos, igualdade racial, pessoa idosa, pessoa com de�ciência, mulheres, LGBT+, entre outros. Cada
conselho é responsável por discutir e propor diretrizes, normas e ações que garantam a efetivação dos
direitos estabelecidos na legislação.
MOVIMENTOS SOCIAIS
Movimentos sociais são organizações coletivas formadas por grupos de indivíduos que se unem em torno de
causas e objetivos comuns, visando a promover mudanças sociais, políticas, econômicas ou culturais. Esses
movimentos surgem como resposta às demandas e insatisfações da sociedade em relação a questões
especí�cas, como direitos humanos, igualdade social, justiça, meio ambiente, gênero, raça, entre outras
(GOHN, 2011). Os movimentos sociais são fundamentais para a democracia por diversas razões:
• Participação cidadã: os movimentos sociais proporcionam uma plataforma para a participação ativa dos
cidadãos na esfera pública. Eles permitem que os indivíduos expressem suas opiniões, demandas e
reivindicações, ampliando o espaço democrático e dando voz àqueles que muitas vezes são marginalizados ou
excluídos.
• Representação de interesses: os movimentos sociais atuam como canais de representação de grupos e
comunidades que enfrentam desa�os e injustiças. Eles buscam defender os interesses e direitos desses
grupos, construindo agendas políticas que priorizam a inclusão, a igualdade e a justiça social.
• Fiscalização do poder: os movimentos sociais desempenham um papel de controle e �scalização do poder,
seja ele exercido por instituições governamentais, empresas ou outros atores in�uentes na sociedade. Eles
monitoram as ações desses atores, denunciam práticas injustas ou abusivas e exigem transparência e
prestação de contas.
• Pressão por mudanças: os movimentos sociais têm o poder de mobilizar e pressionar as autoridades e os
tomadores de decisão a adotarem políticas e medidas que atendam às necessidades e demandas da
população. Eles têm a capacidade de in�uenciar a agenda política e promover transformações sociais,
contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.
• Conscientização e educação política: os movimentos sociais desempenham um papel importante na
conscientização e educação política da sociedade. Eles levantam questões sociais, promovem debates,
fornecem informações e educam os cidadãos sobre direitos, problemas sociais e formas de ação política. Isso
fortalece a participação cívica e o engajamento democrático.
• Inovação e mudança social: os movimentos sociais são muitas vezes agentes de inovação social,
desa�ando normas estabelecidas, propondo novas ideias e práticas, e impulsionando mudanças na
sociedade. Eles contribuem para a evolução da democracia ao trazer à tona questões emergentes e buscar
soluções criativas para os desa�os enfrentados pela sociedade.
Os movimentos sociais são importantes para a democracia porque ampliam a participação cidadã,
representam interesses diversos, �scalizam o poder, pressionam por mudanças, promovem a conscientização
política e impulsionam a inovação e a mudança social. Eles fortalecem a democracia ao empoderar os
cidadãos, garantir a diversidade de vozes e lutar por uma sociedade mais solidária (GOHN, 2011).
Os movimentos sociais também desempenharam um papel crucial em momentos históricos de transição
política e redemocratização, como ocorreu em muitos países ao longo da história. Eles foram responsáveis
por questionar regimes autoritários, reivindicar liberdades civis, direitospolíticos e a construção de um
sistema democrático mais inclusivo. Em suma, os movimentos sociais são essenciais para a democracia, pois
garantem a participação cidadã, representam interesses diversos, �scalizam o poder, promovem mudanças
sociais, promovem a conscientização política e contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária (GOHN, 2011).
INSTITUIÇÕES PARTICIPATIVAS
Neste bloco, vamos estudar algumas instituições participativas. A primeira delas é o orçamento participativo.
Ele é uma forma de gestão democrática em que os cidadãos têm o poder de decidir sobre a destinação dos
recursos públicos. Esse modelo de participação popular busca promover a transparência, a inclusão e a
participação direta da população na de�nição das prioridades de investimento e nas políticas públicas.
O orçamento participativo geralmente é implementado em nível municipal, embora também possa ser
aplicado em outras esferas de governo. O processo envolve a realização de assembleias públicas, fóruns e
plenárias, nos quais os cidadãos podem debater e apresentar propostas sobre como utilizar os recursos
disponíveis (SOUZA; SILVA, 2017)
Os participantes discutem as demandas e necessidades da comunidade, priorizam as áreas de investimento
como infraestrutura, educação, saúde, cultura, entre outros, e decidem como alocar o orçamento municipal
em cada uma dessas áreas. Essas decisões são então levadas em consideração na elaboração do orçamento
o�cial do município (SOUZA; SILVA, 2017)
Outra instituição importante no Brasil são as audiências públicas. As audiências públicas, no contexto da Lei
de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000), são mecanismos de participação popular que
visam a promover a transparência e o controle social das �nanças públicas. Essas audiências são um
instrumento legal que exige a realização de consultas e debates públicos sobre a elaboração e a execução do
orçamento, bem como sobre a gestão �nanceira dos órgãos e entidades públicas.
De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, as audiências públicas devem ser realizadas pelos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como pelo Ministério Público e pelos Tribunais de Contas, em
diferentes momentos do processo orçamentário e �scal. Geralmente, ocorrem durante a elaboração da
proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA), para que a população possa participar da de�nição das
prioridades de investimento e do destino dos recursos públicos.
Contudo, para avançarmos na questão da participação social, precisamos ter mais cultura política. Segundo
Chauí (1995), cultura política refere-se ao conjunto de valores, crenças, atitudes e comportamentos
compartilhados por uma determinada sociedade em relação à política. É a maneira como as pessoas
percebem, interpretam e se envolvem com os assuntos políticos. A cultura política é moldada por fatores
históricos, sociais, econômicos e culturais, e pode variar de uma sociedade para outra.
Ela in�uencia a forma como os indivíduos se relacionam com as instituições políticas, como percebem o
poder, a participação cívica, a con�ança nas autoridades, a tolerância política e a maneira como resolvem
con�itos políticos. A cultura política desempenha um papel fundamental na consolidação e no funcionamento
de um sistema democrático, uma vez que afeta a maneira como as pessoas exercem sua cidadania e se
envolvem na vida política de uma nação. Sem que a população se perceba como ator político fundamental,
haverá poucos avanços.  
VIDEO RESUMO
Nosso ordenamento jurídico admite instituições participativas, mas há desa�os para realmente garantir a
participação social, porque temos baixo nível de cultura política, ou seja, pouco interesse pelas questões
políticas. Nesta videoaula, trataremos disso e apontaremos os impactos desse desinteresse da população
sobre as políticas sociais.
 Saiba mais
Você já ouviu falar do orçamento participativo de Porto Alegre? Ele é considerado um exemplo de
excelência em participação social. Vamos aprender mais sobre ele? Então leia o artigo a seguir:
SIQUEIRA, L. F.; MARZULO, E. P. Da democracia participativa à desdemocratização na cidade: a
experiência do Orçamento Participativo em Porto Alegre. Cadernos Metrópole, v. 23, n. 50, p. 399–422,
jan. 2021. Disponível em: Scielo. Acesso em: 4 jun. 2023.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Aula 2
PARTICIPAÇÃO POPULAR: MARCOS HISTÓRICOS
Convidamos você a conhecer mais sobre os movimentos sociais que levaram ao surgimento do Sistema
Único de Saúde, que será entendido aqui como uma política social da qual o assistente social é parte
integrante.
https://www.scielo.br/j/cm/a/kwSGSgGLdWLVBh6yHLKqSYq/
A seguridade social é formada pelas políticas sociais de saúde, previdência e assistência social. Você sabia que
a Resolução CFESS 383/99 considera o assistente social como pro�ssional de saúde? Isso porque a 8ª
Conferência Nacional da Saúde cria um novo conceito de saúde, levando em consideração os determinantes
sociais da saúde. Por isso, a garantia de direitos faz parte da busca de qualidade de vida. Assim, nesta aula,
convidamos você a conhecer mais sobre os movimentos sociais que levaram ao surgimento do Sistema Único
de Saúde, que será entendido aqui como uma política social da qual o assistente social é parte integrante.
Bons estudos!
O MOVIMENTO SANITARISTA E A CONSTITUINTE
Você sabe como surgiu o SUS e como o direito à saúde foi incluído na Constituição de 1988? Para responder a
essa pergunta, vamos conhecer o Movimento da Reforma Sanitarista, que in�uenciou a Constituinte de 1986-
7. 
Souto e Oliveira (2016) descrevem que o movimento da reforma sanitária se refere a um conjunto de ações e
ideias que surgiram no Brasil a partir da década de 1970, com o objetivo de promover mudanças signi�cativas
no sistema de saúde do país. Esse movimento foi impulsionado por pro�ssionais da área da saúde,
intelectuais, estudantes e ativistas que buscavam transformar o sistema de saúde brasileiro em um modelo
mais justo, igualitário e acessível para todos.
A reforma sanitária foi motivada pelas críticas ao modelo de assistência médica vigente, que era centrado no
setor privado e deixava grande parte da população sem acesso aos serviços básicos de saúde. Além disso,
havia uma grande desigualdade no acesso aos serviços de saúde entre as diferentes regiões do país e uma
forte medicalização da saúde, com ênfase excessiva nos hospitais e nos procedimentos curativos em
detrimento da promoção da saúde e da prevenção de doenças. Sobre isso, a�rmam Souto e Oliveira (2016, p.
205):
Por isso mesmo, entre as principais propostas da reforma sanitária estavam a criação de um sistema público
de saúde universal, a garantia do acesso integral e igualitário aos serviços de saúde, a descentralização do
sistema, com maior participação da comunidade na gestão e no controle social, e a adoção de uma
abordagem integral da saúde, com ênfase na promoção da saúde, na prevenção de doenças e na atenção
primária.
O Movimento da Reforma Sanitária Brasileira (MRSB) constituiu-se no processo de amplas
mobilizações da sociedade brasileira pela redemocratização. Expressou a indignação da
sociedade frente às aviltantes desigualdades, a mercantilização da saúde e, con�gurou-se
como ação política concertada em torno de um projeto civilizatório de sociedade inclusiva,
solidária, tendo a saúde como direito universal de cidadania.
A luta pela reforma sanitária ganhou força na década de 1980 e foi um dos principais pilares da construção do
Sistema Único de Saúde (SUS), promulgado em 1988 pela Constituição Federal brasileira. O SUS é um sistema
de saúde público, universal e gratuito, que tem como princípios a equidade, a integralidade e a participação
social. A implementação do SUS representou um avanço signi�cativo na busca por um sistema de saúde mais
inclusivo e democrático no Brasil.
Embora muitos avanços tenham sido alcançados com a reforma sanitária e a criação do SUS, ainda existemdesa�os a serem enfrentados para garantir a efetivação dos princípios e diretrizes do sistema de saúde
brasileiro. Conforme já aprendemos, o neoliberalismo impacta toda a seguridade social. Por isso, a luta pela
saúde como direito universal e pela melhoria das condições de saúde da população continua sendo uma
pauta importante no país.
SAÚDE COMO POLÍTICA SOCIAL 
Para entender a atuação do assistente social no SUS, precisamos retomar a 8ª Conferência Nacional de Saúde,
realizada em 1986, que foi um evento de extrema importância para a história da saúde pública no Brasil. Ela
foi um marco no processo de construção do Sistema Único de Saúde (SUS) e representa um momento
emblemático de participação e mobilização popular na de�nição das políticas de saúde do país. Veja o que diz
a Resolução CFESS 383/99:
Nesse sentido, a conferência foi convocada com o objetivo de debater e propor diretrizes para a construção
de um novo modelo de sistema de saúde que atendesse às necessidades da população e garantisse o acesso
universal, integral e igualitário aos serviços de saúde. Ela ocorreu em um contexto de redemocratização do
Brasil, após um período de ditadura militar, quando se buscava fortalecer a participação social e democratizar
as políticas públicas.
A 8ª Conferência Nacional de Saúde teve uma abrangência ampla e contou com a participação de diversos
segmentos da sociedade, como pro�ssionais de saúde, usuários do sistema de saúde, gestores públicos,
entidades e movimentos sociais. Essa diversidade de atores contribuiu para a construção de um debate plural
e democrático sobre as diretrizes da saúde no país.
Considerando que, a partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde, um novo conceito de
saúde foi construído, ampliando a compreensão da relação saúde-doença, como
decorrência das condições de vida e de trabalho;
Considerando que as ações de saúde devem se dar na perspectiva interdisciplinar a �m de
garantir a atenção a todas as necessidades da população usuária na mediação entre seus
interesses e a prestação de serviços. 
— (CFESS, 1999)
Durante a conferência, foram discutidos temas fundamentais como a universalização do acesso aos serviços
de saúde, a integralidade da atenção, a participação da comunidade na gestão e no controle social, a
promoção da saúde e a prevenção de doenças. O evento foi marcado por intensos debates e pela formulação
de propostas que serviram de base para a construção do SUS.
Um dos resultados mais signi�cativos da 8ª Conferência Nacional de Saúde foi a aprovação da “Declaração de
Alma-Ata”, que rea�rmava o compromisso do Brasil em construir um sistema de saúde baseado nos princípios
da equidade, universalidade e integralidade. Essa declaração se tornou um marco internacional para a
promoção da saúde e in�uenciou as políticas de saúde não apenas no Brasil, mas em diversos países ao redor
do mundo.
A partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde, as propostas e diretrizes debatidas passaram a in�uenciar a
elaboração da Constituição Federal de 1988, que reconheceu a saúde como direito de todos e dever do
Estado. Essa conquista culminou na criação do SUS, consolidando uma visão mais ampla e abrangente da
saúde, baseada na garantia de acesso universal e na participação da sociedade na formulação e no controle
das políticas de saúde.
CONTROLE SOCIAL E O SUS
Para compreender este bloco, leia o seguinte artigo da CF/88:
Como você pode ver, a comunidade pode exercer o controle social sobre o SUS. O controle social no Sistema
Único de Saúde (SUS) é um dos pilares fundamentais para a promoção da participação popular e a
democratização das políticas de saúde no Brasil. Por meio de mecanismos como os Conselhos de Saúde, as
Conferências de Saúde, as ouvidorias e a participação popular, busca-se assegurar que as decisões e ações
relacionadas à saúde sejam pautadas pelos interesses e necessidades da população.
Os Conselhos de Saúde são órgãos colegiados e deliberativos compostos por representantes do governo, de
prestadores de serviços de saúde, de pro�ssionais da área e de usuários do SUS. Esses conselhos têm a
responsabilidade de formular políticas, acompanhar e �scalizar as ações de saúde, discutindo e aprovando
propostas e �scalizando a aplicação dos recursos. A presença de representantes dos usuários nestes
conselhos é essencial para garantir que suas vozes sejam ouvidas e consideradas nas tomadas de decisão
(GOMES; ÓRFÃO, 2021).
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes:
III - participação da comunidade. 
— (BRASIL, 1988)
As Conferências de Saúde são espaços de debate e participação popular que ocorrem em níveis municipal,
estadual e nacional. Nelas, são discutidas e formuladas propostas para a melhoria do SUS, abrangendo
diversos temas relacionados à saúde. Representantes dos usuários, trabalhadores da saúde, gestores e outros
atores envolvidos se reúnem nessas conferências para contribuir com suas perspectivas e experiências. As
Conferências de Saúde têm um papel importante na construção coletiva de diretrizes e políticas mais
inclusivas e representativas (GOMES; ÓRFÃO, 2021).
As ouvidorias também desempenham um papel crucial no controle social do SUS. Elas funcionam como canais
de comunicação entre os cidadãos e os serviços de saúde, permitindo que as pessoas registrem reclamações,
sugestões, denúncias e elogios relacionados aos serviços oferecidos. As ouvidorias analisam e encaminham
essas demandas para as instâncias responsáveis, promovendo a transparência e a participação popular na
identi�cação de problemas e na busca por soluções (GOMES; ÓRFÃO, 2021).
Além dos mecanismos formais, a participação popular nos Conselhos de Saúde e nas Conferências é essencial
para fortalecer o controle social no SUS. A presença dos usuários e da comunidade nessas instâncias de
discussão e deliberação contribui para a diversidade de perspectivas e a representatividade da população.
Através de eleições, assembleias, fóruns e outras formas de consulta popular, a participação ativa da
sociedade é promovida, permitindo que as decisões e ações relacionadas à saúde estejam alinhadas com as
necessidades reais das pessoas (GOMES; ÓRFÃO, 2021).
Contudo, ainda temos muito a caminhar, conforme mostram os autores:
Precisamos considerar os avanços para criar novas institucionalidades, que tornem possível ampliar a
participação social. 
VÍDEO RESUMO
Nessa aula, re�etimos sobre a criação do SUS como fruto de movimentos sociais que se impuseram à agenda
política constituinte. Além disso, estudamos que esses movimentos, especialmente a Reforma Sanitária,
defenderam a gestão participativa do SUS, criando os Conselhos de Saúde. Nesta videoaula, vamos revisar
esse conteúdo.
Apesar da permanente tradição autoritária e da baixa cultura participativa no Brasil,
durante os 30 anos de existência do SUS é possível veri�car avanços na descentralização e
na democratização das políticas públicas com a participação popular na área da saúde, por
meio dos Conselhos e Conferências de Saúde que constituem-se em canais de participação
e controle social que oportunizam a incorporação das demandas sociais verbalizadas por
diferentes sujeitos, resultando, assim, na defesa dos interesses coletivos. 
— (GOMES; ÓRFÃO, 2021, p. 1210)
 Saiba mais
Nesta aula, mencionamos que o pro�ssional do Serviço Social é um pro�ssional da saúde. Para entender
melhor, leia a resolução a seguir:
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Resolução CFESS n.º 383/99 de 29/03/1999. Disponível em:
CFESS.org. Acesso em: 12 jun. 2023.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Nesta aula, convidamos você a conhecer diversas instituições que possibilitam à sociedade lutar pelos seus
direitos e também �scalizar as ações do Poder Executivo e Legislativo na efetivação de direitos. Elas foram
criadas justamente para permitir que, dentro do ordenamento jurídicobrasileiro, a sociedade tivesse seus
interesses atendidos.
Assim, vamos conhecer essas instituições: audiência pública, ação popular, plebiscito, defensorias públicas,
orçamento participativo, ouvidorias, Tribunais de Contas, Ministério Público, Poder Legislativo; conselhos de
políticas e suas funções. Enquanto o Poder Legislativo deve representar os direitos da população, temos
instituições que possibilitam que a sociedade controle suas ações.
Bons estudos!
PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL
Estudante, neste bloco, vamos estudar com mais detalhes algumas formas de participação social nas políticas
públicas no Brasil.
A audiência pública é um instrumento democrático que permite a participação ativa da sociedade na tomada
de decisões governamentais. Trata-se de um evento aberto ao público, no qual são discutidos temas de
interesse coletivo, buscando obter opiniões, sugestões e críticas da população (BARROS; MONTEIRO; SANTOS,
Aula 3
INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL, FISCALIZAÇÃO E
PARTICIPAÇÃO
Nesta aula, convidamos você a conhecer diversas instituições que possibilitam à sociedade lutar pelos
seus direitos e também �scalizar as ações do Poder Executivo e Legislativo na efetivação de direitos.
http://www.cfess.org.br/arquivos/resolucao_383_99.pdf
2018). Esse mecanismo de participação popular é uma forma de garantir a transparência e a legitimidade das
políticas públicas, permitindo que os cidadãos expressem suas opiniões e tenham voz ativa na de�nição de
questões relevantes para a sociedade. As audiências públicas podem ocorrer em diferentes âmbitos, como no
poder legislativo, executivo ou judiciário, e abrangem áreas como saúde, meio ambiente, infraestrutura,
segurança, entre outras (BARROS; MONTEIRO; SANTOS, 2018)
A ação popular é um instrumento jurídico que possibilita aos cidadãos atuarem na defesa do patrimônio
público, do meio ambiente, da moralidade administrativa e do interesse coletivo. Trata-se de um mecanismo
que permite a qualquer pessoa, de forma individual ou coletiva, questionar atos ilegais ou lesivos ao interesse
público praticados por agentes públicos ou privados (ALZATE ORTIZ; NANCLARES MARQUEZ; 2016). A ação
popular é uma ferramenta importante para garantir a participação do cidadão na proteção dos direitos e no
controle da administração pública, permitindo que a sociedade exerça um papel ativo na �scalização e no
combate à corrupção e aos abusos de poder (ALZATE ORTIZ; NANCLARES MARQUEZ; 2016).
O plebiscito é uma forma de consulta popular na qual a população é convocada a se manifestar sobre uma
questão especí�ca. É uma ferramenta de democracia direta que permite que os cidadãos expressem sua
vontade, mediante o voto, sobre questões de grande relevância para o país, como a elaboração ou alteração
de leis, a realização de obras de grande impacto, a adesão a tratados internacionais, entre outros temas de
interesse coletivo (SANTOS, 2013). Essa forma de participação popular é fundamental para garantir a
soberania popular e o exercício da cidadania, permitindo que a voz dos cidadãos seja ouvida e respeitada nas
decisões que afetam suas vidas. O plebiscito estimula a conscientização política e a mobilização social,
fortalecendo a democracia e promovendo a inclusão de diferentes perspectivas na tomada de decisões
(SANTOS, 2013).
E no caso de cidadãos que têm seus direitos violados e não possuem condições de pagar um advogado?
Nesse caso, há defensorias públicas, que são instituições com objetivo de promover o acesso à justiça e a
defesa dos direitos dos cidadãos que não têm condições de arcar com os custos de um advogado particular.
São responsáveis por prestar assistência jurídica gratuita aos mais necessitados, garantindo o acesso à justiça
a todos, independentemente de sua condição econômica. As defensorias públicas desempenham um papel
fundamental na garantia dos direitos humanos, na promoção da igualdade social e na proteção dos grupos
mais vulneráveis da sociedade, como pessoas em situação de rua, crianças, idosos, mulheres vítimas de
violência, entre outros. Além disso, atuam na mediação de con�itos, na resolução extrajudicial de demandas e
na orientação jurídica à população (MOREIRA, 2017).
Essas instituições desempenham um papel crucial na promoção da justiça social e na garantia dos direitos
fundamentais dos cidadãos, contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva, igualitária e
democrática. A atuação das defensorias públicas é essencial para assegurar que todos tenham acesso efetivo
à justiça, independentemente de sua condição socioeconômica (MOREIRA, 2017).
RELAÇÕES ENTRE ESTADO E SOCIEDADE
Pesquise se na prefeitura da sua cidade há uma ouvidoria. As ouvidorias públicas desempenham um papel
fundamental na garantia da transparência, na prestação de contas e no fortalecimento da relação entre os
cidadãos e o Estado. São instâncias de comunicação direta entre a população e as instituições públicas, nas
quais os cidadãos podem registrar reclamações, sugestões, elogios e denúncias relacionadas aos serviços
públicos (FERNANDEZ et al., 2021).
Essas estruturas têm como objetivo primordial ouvir as demandas da sociedade, zelando pela qualidade do
atendimento, pela e�ciência dos serviços e pela correção das práticas administrativas. Ao atuar como
intermediárias entre o cidadão e a administração pública, as ouvidorias contribuem para a melhoria dos
serviços prestados, para a prevenção de irregularidades e para o combate à corrupção (FERNANDEZ et al.,
2021).
Por sua vez, os Tribunais de Contas são órgãos responsáveis por �scalizar a aplicação dos recursos públicos,
tanto no âmbito federal e estadual quanto municipal. Seu objetivo principal é garantir a correta utilização dos
recursos públicos, a legalidade dos atos administrativos e a efetividade das políticas públicas. Os Tribunais de
Contas realizam auditorias, análises de contas, julgamentos de contas de gestores públicos e emitem
pareceres técnicos, contribuindo para a e�ciência e a transparência da administração pública (PUCCIONI,
2021).
Essas instituições desempenham um papel essencial no controle externo das contas públicas, auxiliando a
prevenção e o combate à corrupção, além de promoverem a e�ciência na gestão dos recursos públicos. A
atuação dos Tribunais de Contas é um mecanismo crucial para garantir a correta aplicação dos recursos
arrecadados dos cidadãos, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e para a melhoria da qualidade
de vida da população (PUCCIONI, 2021).
O Ministério Público é uma instituição independente que atua na defesa da ordem jurídica, dos direitos
fundamentais e dos interesses da sociedade como um todo. É responsável por promover ações penais,
�scalizar a aplicação das leis, zelar pela proteção dos direitos coletivos e individuais indisponíveis, além de
atuar na defesa do patrimônio público e no combate à corrupção (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2022).
O Ministério Público exerce um papel essencial na busca pela justiça e na proteção dos direitos dos cidadãos.
Atua de forma independente e imparcial, �scalizando a atuação dos poderes públicos, investigando casos de
violação de direitos e promovendo a responsabilização daqueles que cometem ilícitos. Além disso, o
Ministério Público também possui atribuições na área de defesa dos direitos humanos, da infância e
juventude, do meio ambiente, entre outros temas de relevância social (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2022).
Essas três instituições – Ouvidorias Públicas, Tribunais de Contas e Ministério Público – desempenham um
papel fundamental na promoção da transparência, na defesa dos direitos dos cidadãos e no fortalecimento da
democracia. Trabalhando de forma independente e colaborativa, contribuem para a garantia de uma gestão
pública mais e�ciente, ética e voltada para o bem-estar da sociedade como um todo.
REPRESENTAÇÃO VERSUS PARTICIPAÇÃO
O Poder Legislativo é uma das instituições fundamentais em um sistema democrático, desempenhando um
papel crucial na representaçãodos interesses da população e na elaboração das leis. É responsável por
formular, discutir, aprovar e �scalizar as leis que regem a sociedade, garantindo a participação popular na
tomada de decisões políticas.
Essa instituição é composta por representantes eleitos pelo povo, como deputados e senadores, que têm o
dever de atuar em nome dos cidadãos, defendendo seus interesses e direitos. O Poder Legislativo
desempenha um papel de equilíbrio e controle em relação aos demais poderes, como o Executivo e o
Judiciário, garantindo a separação de poderes e a harmonia entre eles.
Através do Poder Legislativo, a população tem a oportunidade de participar ativamente na construção das leis
que regem a sociedade, seja por meio de seus representantes eleitos, seja através de mecanismos de
participação direta, como audiências públicas, consultas populares e plebiscitos.
Além do Poder Legislativo, os Conselhos de Políticas desempenham um papel importante na promoção da
participação social e na tomada de decisões democráticas. Os Conselhos são espaços nos quais
representantes da sociedade civil, do governo e de outros setores discutem e deliberam sobre políticas
públicas especí�cas.
Esses conselhos abrangem diversas áreas, como saúde, educação, assistência social, meio ambiente, direitos
humanos, entre outras. São compostos por representantes de diferentes segmentos da sociedade, como
organizações não governamentais, sindicatos, movimentos sociais e cidadãos interessados, que trazem suas
experiências, conhecimentos e demandas para a discussão e formulação de políticas.
Os Conselhos de Políticas têm como função principal promover a participação da sociedade na de�nição das
políticas públicas, contribuindo para a sua legitimidade, e�cácia e adequação às necessidades da população.
Esses espaços permitem que os cidadãos exerçam sua cidadania de forma ativa, in�uenciando diretamente as
decisões e o monitoramento das ações governamentais (GOMES, 2015).
Ao promover a participação social, os Conselhos de Políticas fortalecem a democracia, incentivam a
transparência, a accountability (prestação de contas) e a efetividade das políticas públicas. Permitem que
diferentes perspectivas e interesses sejam considerados no processo decisório, contribuindo para a
construção de políticas mais inclusivas, justas e e�cientes (GOMES, 2015).
Portanto, tanto o Poder Legislativo quanto os Conselhos de Políticas desempenham papéis fundamentais na
promoção da participação social, na representação dos interesses da população e na consolidação de uma
democracia plena. Ambas as instituições contribuem para que os cidadãos exerçam sua cidadania de forma
ativa, in�uenciando diretamente nas decisões políticas e na construção de uma sociedade mais justa e
democrática.
Finalizamos mostrando que a participação social se refere ao envolvimento ativo e direto dos cidadãos na
tomada de decisões políticas e na formulação de políticas públicas. É um processo que permite aos indivíduos
e grupos da sociedade ter voz, in�uência e poder de contribuir com suas opiniões, demandas e
conhecimentos nas questões que afetam suas vidas e comunidades. A participação social fortalece a
democracia, promove a transparência, a accountability e a construção de políticas mais inclusivas e
sustentáveis, garantindo que as decisões sejam tomadas de forma mais legítima e representativa.
VIDEO RESUMO
Estudamos diversas instituições; contudo, não basta que elas existam. É preciso que a população tenha
interesse em se envolver com a política. Nesta videoaula, convidamos você a pensar sobre o papel da
população na �scalização dos atos dos governos, exercendo in�uência legítima na agenda política.
 Saiba mais
Estudante, você já usou uma ouvidoria pública para exigir algum direito? Para conhecer mais sobre esse
tema, convidamos você a navegar pelo endereço eletrônico da ouvidoria pública do governo federal.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Você já foi tomar vacina em um posto de saúde? Ou já fez uma matrícula em uma escola pública? Já andou de
transporte público? Já fez parte de algum programa social? Se fez qualquer uma dessas ações, então usufruiu
de uma política pública setorial. No Brasil, as políticas se organizam por setor, ou seja, são classi�cadas pelo
tipo de serviços que prestam ao cidadão.
Essa é uma forma de a administração pública organizar a prestação de serviços públicos, mas essa divisão
também pode gerar alguns problemas. Há demandas por direitos que exigem a atuação do Estado em rede,
ou seja, que diversos equipamentos públicos provenham direitos. Nesta aula, convidamos você a re�etir sobre
as políticas setoriais e avaliar situações em que cabe ao Estado atuar em rede.
Bons estudos!
Aula 4
INTERSETORIALIDADE 
Convidamos você a re�etir sobre as políticas setoriais e avaliar situações em que cabe ao Estado atuar
em rede.
https://www.gov.br/ouvidorias/pt-br
POLÍTICAS SETORIAIS
Políticas setoriais são estratégias governamentais desenvolvidas para direcionar e regular o
desenvolvimento de setores especí�cos da economia de um país. Elas são implementadas com o objetivo de
promover o crescimento, a e�ciência e a competitividade desses setores, bem como garantir o cumprimento
de objetivos sociais, ambientais e econômicos mais amplos.
Segundo Silva (2018), essas políticas podem ser implementadas em diversos setores, como agricultura,
indústria, educação, saúde, energia, transporte, tecnologia, entre outros. Elas envolvem a de�nição de metas,
a alocação de recursos, a criação de incentivos e a implementação de regulamentações especí�cas para cada
setor. Elas se organizam por programas sociais ou equipamentos públicos, desde escolas, até hospitais e
serviços de ônibus.
Uma das principais razões para a implementação de políticas setoriais é o reconhecimento de que certos
setores têm importância estratégica para o desenvolvimento econômico de um país. Por exemplo, um
governo pode implementar políticas setoriais voltadas para a indústria manufatureira visando a aumentar a
produtividade, a inovação e a competitividade internacional desse setor, o que poderia impulsionar o
crescimento econômico como um todo (SILVA, 2018).
Além disso, as políticas setoriais também são utilizadas para atender a demandas especí�cas da sociedade e
garantir a equidade e a sustentabilidade. Por exemplo, na área da saúde, o governo pode implementar
políticas setoriais com o objetivo de melhorar o acesso aos serviços de saúde, reduzir desigualdades e
promover a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias médicas (SILVA, 2018).
É importante ressaltar que as políticas setoriais devem ser desenvolvidas de forma integrada e coerente com
outras políticas públicas, como as políticas �scal, monetária, educacional e ambiental. A coordenação entre
essas políticas é fundamental para evitar con�itos de interesse, promover sinergias e garantir a e�cácia das
ações governamentais.
Além disso, as políticas setoriais devem ser baseadas em evidências e análise criteriosa dos desa�os e
oportunidades enfrentados por cada setor. É fundamental considerar fatores como a competitividade
internacional, as tendências tecnológicas, as necessidades da sociedade e os impactos ambientais (SILVA,
2018).
No entanto, as políticas setoriais também podem apresentar desa�os. Por exemplo, a de�nição de metas
ambiciosas pode exigir recursos signi�cativos do governo, o que pode impactar as �nanças públicas. Além
disso, políticas setoriais mal planejadas ou implementadas de forma inadequada podem levar a distorções de
mercado, falta de e�ciência e consequências indesejadas.
Portanto, a formulação e implementação de políticas setoriais requerem um equilíbrio cuidadoso entre os
interesses do setor em questão, as demandas da sociedade como um todo e a sustentabilidade econômica e
ambiental. Um planejamento estratégico sólido, a participação de diferentes atores, a transparência e a
avaliação contínua são elementos-chave para o sucesso das políticassetoriais.
GESTÃO EM REDE DE POLÍTICAS SOCIAIS 
Imagine uma pessoa em situação de rua. Essa pessoa está sofrendo ampla violação de direitos, precisando da
atenção do Estado em relação à saúde, trabalho, renda, assistência social, moradia, segurança alimentar,
dentre outras. Assim, é preciso que o Estado atue em rede, com base na intersetorialidade. A
intersetorialidade refere-se à abordagem que busca promover a cooperação e a integração entre diferentes
setores e atores governamentais e não governamentais na elaboração, implementação e avaliação de políticas
públicas. É uma estratégia que visa a superar a fragmentação e a compartimentalização das ações
governamentais, buscando a articulação de esforços e recursos para lidar com problemas complexos e
interdependentes.
A intersetorialidade reconhece que muitos problemas sociais e desa�os enfrentados pelas sociedades não
podem ser abordados de maneira isolada por um único setor ou política. Por exemplo, a pobreza, a violência
doméstica, o analfabetismo, o desemprego e a exclusão social são questões multifacetadas que exigem uma
abordagem integrada e colaborativa (MAFRA; NAVES, 2009).
Nesse contexto, a gestão em rede é uma estratégia que busca estabelecer parcerias e relações de colaboração
entre os diferentes atores envolvidos na implementação das políticas sociais. Esses atores podem incluir
governos, organizações da sociedade civil, empresas, instituições acadêmicas, comunidades locais e
indivíduos (MAFRA; NAVES, 2009)
A gestão de políticas sociais em rede envolve a construção de espaços de diálogo, compartilhamento de
informações, troca de experiências, de�nição de objetivos comuns e coordenação de ações. Essa abordagem
reconhece que nenhum ator isolado possui todas as competências, recursos e conhecimentos necessários
para enfrentar um problema social de forma e�caz.
Através da gestão de políticas sociais em rede, é possível aproveitar as habilidades e expertise de diferentes
atores, promovendo a complementaridade e a sinergia entre eles. Além disso, essa abordagem também
favorece a participação da sociedade civil e dos grupos afetados pela política, promovendo a inclusão, a
transparência e a accountability (MAFRA; NAVES, 2009).
Uma gestão de políticas sociais em rede efetiva requer mecanismos de coordenação e governança que
facilitem a colaboração entre os atores envolvidos. Esses mecanismos podem incluir comitês, fóruns, grupos
de trabalho, parcerias público-privadas, redes temáticas, entre outros. É importante estabelecer canais de
comunicação e�cientes, compartilhar informações relevantes, estabelecer acordos e direcionar recursos de
forma equitativa (MAFRA; NAVES, 2009)
No entanto, a gestão de políticas sociais em rede também apresenta desa�os, como a necessidade de
conciliar interesses divergentes, a complexidade da coordenação entre múltiplos atores e a garantia da
responsabilidade e prestação de contas. É necessário estabelecer mecanismos de monitoramento e avaliação
que permitam veri�car os resultados alcançados e ajustar as estratégias de acordo com as necessidades
identi�cadas. A intersetorialidade e a gestão de políticas sociais em rede são abordagens fundamentais para
promover a e�cácia, a e�ciência e a sustentabilidade das políticas públicas. Ao estabelecer parcerias e
promover a colaboração entre diferentes atores, é possível enfrentar de forma mais efetiva os desa�os
complexos.
PROTEÇÃO SOCIAL INTEGRAL
Vamos re�etir novamente sobre o exemplo anterior. Esse indivíduo que está em situação de rua deseja sair
dessa condição e procura o Centro Especializado de Assistência Social (CREAS) da sua cidade em busca de
ajuda. Contudo, são necessárias diversas políticas sociais para mudar a sua condição. Então, precisamos
pensar em sistemas de proteção social integral.
Os sistemas integrados de proteção social são uma abordagem abrangente para enfrentar a pobreza, a
desigualdade e as vulnerabilidades sociais. Esses sistemas têm como objetivo principal garantir a segurança e
o bem-estar dos cidadãos, fornecendo uma rede de proteção que abrange diversos pilares, como assistência
social, saúde, educação, emprego e previdência.
O conceito de sistemas integrados de proteção social reconhece que as necessidades sociais são interligadas e
que uma abordagem fragmentada não é su�ciente para lidar com os múltiplos desa�os enfrentados pelas
pessoas. Em vez disso, busca-se uma abordagem holística que considere as diferentes dimensões da proteção
social e as interações entre elas (COSTA; CUNHA, 2019).
Esses sistemas são baseados em princípios-chave, como a universalidade, a equidade, a solidariedade e a
participação. A universalidade implica que todos os cidadãos têm direito à proteção social,
independentemente de sua renda, emprego ou condição social. A equidade busca garantir que os benefícios
sejam distribuídos de forma justa, levando em conta as necessidades individuais e as desigualdades
existentes. A solidariedade enfatiza a responsabilidade coletiva em garantir a proteção social, enquanto a
participação envolve o envolvimento ativo dos bene�ciários no desenvolvimento e implementação das
políticas (COSTA; CUNHA, 2019).
Os sistemas integrados de proteção social envolvem a coordenação e a integração de diferentes programas,
políticas e serviços em uma estrutura coesa. Isso implica a necessidade de uma governança efetiva, com
mecanismos de coordenação e comunicação entre as diferentes instituições e atores envolvidos. A integração
dos sistemas permite maximizar a e�ciência e a e�cácia das intervenções, evitando duplicações e lacunas de
cobertura (COSTA; CUNHA, 2019).
Esses sistemas também visam a promover a capacidade de autossustentação e resiliência dos indivíduos e
das comunidades. Além de fornecer benefícios de curto prazo, eles também se concentram em capacitar as
pessoas, oferecendo acesso a oportunidades educacionais, treinamento pro�ssional e apoio ao emprego.
Dessa forma, os sistemas integrados de proteção social buscam romper o ciclo intergeracional da pobreza e
promover a inclusão social de longo prazo (COSTA; CUNHA, 2019).
Um aspecto importante dos sistemas integrados de proteção social é a ênfase na prevenção e na promoção
do desenvolvimento humano sustentável. Em vez de apenas responder às crises e necessidades imediatas,
esses sistemas buscam investir em políticas e programas que ajudem a prevenir riscos sociais, como doenças,
desemprego prolongado e exclusão social. Isso implica estratégias de promoção da saúde, educação de
qualidade, formação de habilidades, entre outros.
No entanto, a implementação de sistemas integrados de proteção social pode enfrentar desa�os
signi�cativos. Isso inclui a necessidade de recursos adequados, a coordenação entre diferentes instituições e
atores, a capacitação dos pro�ssionais envolvidos e a superação de resistências políticas e culturais. Superar
esses desa�os requer um compromisso político �rme, uma abordagem participativa e o desenvolvimento de
capacidades institucionais.
VIDEO RESUMO
O Estado organiza suas políticas de forma a gerenciá-las por setor. Contudo, há casos, especialmente aqueles
que envolvem amplas violações de direito, que demandam políticas em rede. Assim, nesta videoaula,
convidamos você a conhecer o conceito de política setorial e a aprender sobre como gerenciar políticas sociais
em rede, para garantir a proteção social integral.
 Saiba mais
Nesta aula, re�etimos sobre o conceito de sistemas de proteção social integral, algo complexo de
implementar em um país pobre como o Brasil. Que tal conhecer o que o sistema de proteção social no
Brasil?
POLÍTICAS SOCIAIS E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Olá, estudante!
As políticas sociais desempenham um papel fundamental na promoção do bem-estar e na redução das
desigualdades em uma sociedade. Elas visam a garantir direitos básicos, como saúde, educação, moradia,
segurança alimentar, assistência social e acesso à cultura, entre outros. No entanto, para queessas políticas
sejam efetivas e alcancem seus objetivos, é essencial o estabelecimento de mecanismos de controle social,
participação cidadã e �scalização das contas públicas.
Aula 5
REVISÃO DA UNIDADE
https://www.gov.br/pt-br/servicos/participar-de-servicos-da-protecao-social-basica-programas-e-beneficios-assistenciais
https://www.gov.br/pt-br/servicos/participar-de-servicos-da-protecao-social-basica-programas-e-beneficios-assistenciais
O controle social refere-se ao poder exercido pela sociedade sobre as ações do Estado, permitindo que os
cidadãos monitorem e in�uenciem as políticas públicas. Ele ocorre por meio de diversos instrumentos, como
audiências públicas, conselhos participativos, ouvidorias, canais de comunicação direta com a administração
pública e mecanismos de transparência. O controle social é essencial para assegurar que as políticas sociais
sejam implementadas de forma adequada, atendendo às necessidades da população e evitando a corrupção
e o mau uso dos recursos públicos (IAMAMOTO, 2011).
A participação social é outro aspecto fundamental para fortalecer a democracia e a efetividade das políticas
sociais. Ela envolve a participação ativa dos cidadãos no processo de tomada de decisões, desde a elaboração
até a implementação e avaliação das políticas públicas. A participação pode ocorrer por meio de consultas
públicas, fóruns, conferências, assembleias e outras formas de engajamento da sociedade civil. Ao envolver os
cidadãos diretamente, as políticas sociais se tornam mais legitimadas e mais bem adaptadas às demandas e
necessidades reais da população (IAMAMOTO, 2011).
A �scalização das contas públicas é um elemento indispensável para garantir a transparência, a e�ciência e a
legalidade na gestão dos recursos destinados às políticas sociais. Envolve a análise e acompanhamento
criterioso das receitas, despesas, contratos, licitações e demais processos relacionados às políticas públicas.
Órgãos de controle, como tribunais de contas, controladorias e auditorias, têm a responsabilidade de �scalizar
e avaliar a correta utilização dos recursos públicos. Além disso, a sociedade civil, por meio de organizações
não governamentais e movimentos sociais, também desempenha um papel importante na �scalização das
contas públicas, cobrando transparência e prestando contas à sociedade.
Nesse contexto, os conselhos de políticas públicas são instâncias de participação social que desempenham
um papel fundamental na formulação, implementação e monitoramento das políticas públicas. Compostos
por representantes da sociedade civil e do governo, esses conselhos promovem o diálogo entre diferentes
atores e possibilitam a inclusão de diferentes perspectivas na tomada de decisões. Por meio dos conselhos, os
cidadãos têm a oportunidade de contribuir ativamente na de�nição de prioridades, na elaboração de
propostas e na �scalização das ações do Estado. Os conselhos de políticas públicas fortalecem a democracia
participativa, promovem a transparência e ampliam a legitimidade das políticas sociais, garantindo que os
interesses e necessidades da sociedade sejam considerados no processo de tomada de decisões
governamentais (IAMAMOTO, 2011)
As políticas sociais, o controle social, a participação cidadã e a �scalização das contas públicas são elementos
interligados que contribuem para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e democrática. Quando
implementadas de forma adequada, essas práticas fortalecem a governança, promovem a igualdade de
oportunidades e permitem que os recursos públicos sejam utilizados de maneira e�ciente e em benefício de
toda a população. O engajamento ativo dos cidadãos na formulação e acompanhamento das políticas sociais
é essencial para a construção de uma sociedade mais participativa e comprometida com o bem comum.
REVISÃO DA UNIDADE
Nesta aula, vamos abordar os princípios e as práticas da participação social, discutindo como os cidadãos
podem se envolver ativamente na tomada de decisões e in�uenciar as políticas públicas em prol de uma
sociedade mais justa e democrática. Será uma oportunidade para explorar conceitos, exemplos práticos e
debater sobre os desa�os e as possibilidades da participação social em diferentes contextos.
ESTUDO DE CASO
Imagine que você seja um cidadão engajado que, insatisfeito com a falta de políticas públicas voltadas para
pessoas em situação de rua em seu município, decide criar um movimento social. O objetivo do movimento é
buscar soluções e promover a inclusão social desses indivíduos, visando a garantir seus direitos e melhorar
suas condições de vida.
Você mora em uma cidade de médio porte, onde a presença de pessoas em situação de rua tem se tornado
cada vez mais evidente. Você observa a ausência de abrigos adequados, de programas de reinserção social e
de assistência básica, o que resulta em condições de vida precárias e violações dos direitos humanos dessas
pessoas. Sentindo-se tocado pela realidade enfrentada por essa população marginalizada, você decide agir.
Você começa sua jornada pesquisando sobre movimentos sociais relacionados à questão das pessoas em
situação de rua em outras cidades. Você busca informações sobre experiências bem-sucedidas, aprende
sobre os desa�os enfrentados e as estratégias adotadas para promover mudanças. Com base nesse
conhecimento, você decide criar o Movimento “Acolher e Transformar”.
O Movimento “Acolher e Transformar” tem como objetivo central pressionar as autoridades locais a
implementarem políticas públicas voltadas para a população em situação de rua. Você estabelece uma série
de atividades para alcançar esse objetivo. Primeiro, mobiliza amigos, vizinhos e pessoas sensibilizadas pela
causa para formar uma equipe engajada. Em seguida, o movimento promove reuniões abertas para a
comunidade com o intuito de conscientizar sobre a problemática, compartilhar informações e ouvir
experiências de pessoas em situação de rua.
Além disso, você organiza manifestações pací�cas em pontos estratégicos da cidade, como praças e prédios
públicos, para chamar a atenção da mídia e do poder público. O movimento também realiza campanhas de
arrecadação de alimentos, roupas e produtos de higiene pessoal, visando a suprir necessidades básicas da
população em situação de rua. Você busca parcerias com organizações não governamentais, pro�ssionais da
área de assistência social e acadêmicos a �m de fortalecer a luta por políticas públicas mais efetivas.
O Movimento “Acolher e Transformar” ganha visibilidade e apoio da sociedade civil. Através das ações
empreendidas, você e sua equipe conseguem sensibilizar a opinião pública e pressionar as autoridades
municipais a agirem. Como resultado direto do movimento, o município cria um programa de acolhimento
emergencial, amplia o número de abrigos e implementa políticas de reinserção social, oferecendo
oportunidades de trabalho e capacitação para pessoas em situação de rua.
 Re�ita
Contudo, você sabe que a população em situação de rua não é apenas um problema isolado, mas uma
realidade que abrange todo o território nacional. De norte a sul do país, é possível observar indivíduos
vivendo nas ruas, enfrentando condições precárias, vulnerabilidade social e violações de direitos básicos.
Essa é uma questão complexa e multifacetada, que demanda ações coordenadas e políticas públicas
efetivas em âmbito nacional para enfrentar os desa�os enfrentados por essa parcela da sociedade. A
problemática da população em situação de rua é uma preocupação social que exige uma resposta
abrangente e integrada de todos os níveis governamentais, sociedade civil e demais atores envolvidos na
construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Nesse contexto, você entende que seu movimento social não pode �car apenas no seu município, mas
precisa alcançar outros estados e toda a federação. Como ampliar o alcance das ações e in�uenciar a
agenda política nacional
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Após o sucesso do Movimento “Acolhere Transformar” em nível local, você e sua equipe decidem expandir
seus esforços e transformá-lo em um movimento nacional de amparo às pessoas em situação de rua. Com o
objetivo de alcançar um impacto mais abrangente e promover mudanças em todo o país, eles desenvolvem
uma estratégia para disseminar sua causa e mobilizar pessoas em diferentes regiões.
Primeiramente, o movimento cria uma plataforma online e redes sociais, como site, página no Facebook e
per�l no Instagram, para divulgar informações sobre a realidade da população em situação de rua e
compartilhar experiências, histórias inspiradoras e recursos para engajamento. Essas ferramentas digitais
permitem que o movimento alcance um público mais amplo e estabeleça conexões com pessoas de diferentes
partes do país.
Em seguida, você e sua equipe organizam encontros regionais e conferências, buscando reunir líderes
comunitários, ativistas, pro�ssionais da área social, representantes de organizações não governamentais e
acadêmicos interessados em combater a situação de rua. Esses eventos servem como espaços de troca de
ideias, compartilhamento de boas práticas e estabelecimento de parcerias estratégicas para fortalecer o
movimento em âmbito nacional.
Outra estratégia adotada é a elaboração de um manifesto contendo os princípios, objetivos e demandas do
movimento, que é divulgado amplamente e disponibilizado para adesão de outras organizações e indivíduos
em todo o país. O manifesto é utilizado como uma ferramenta de sensibilização e mobilização, buscando
ampliar o apoio e a adesão ao movimento.
Além disso, o movimento promove ações de advocacy, por meio do engajamento junto a parlamentares,
autoridades governamentais e órgãos responsáveis pela formulação de políticas públicas. Você e sua equipe
buscam in�uenciar a agenda política, pressionando por leis e políticas mais abrangentes e e�cazes para lidar
com a situação de rua em todo o país.
À medida que o movimento ganha força e adesões, é estabelecida uma estrutura organizacional mais ampla,
com a formação de comitês regionais e coordenações locais em diferentes estados e municípios. Essas
estruturas descentralizadas permitem uma atuação mais e�ciente e adaptada às realidades especí�cas de
cada região.
Com todas essas ações em prática, o Movimento Nacional de Amparo às Pessoas em Situação de Rua ganha
visibilidade, in�uência e capacidade de transformar a realidade dessa população em todo o país. A
mobilização de indivíduos e organizações em torno dessa causa resulta em uma maior conscientização da
sociedade e na pressão contínua sobre o poder público para a implementação de políticas públicas mais
abrangentes e efetivas, garantindo, assim, o amparo e a inclusão de pessoas em situação de rua em todo o
Brasil.
RESUMO VISUAL
Fonte: elaborada pela autora.
Aula 1
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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.
Aula 5
IAMAMOTO, Marilda Villela. Serviço Social em Tempo de Capital Fetiche: Capital Financeiro, Trabalho e
Questão Social. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2011
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