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AULA 1: REVISÃO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS Profa Luciana Peixoto Amaral CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL DISCIPLINA: HIDRÁULICA II 1. SISTEMAS DE UNIDADES 2. PROPRIEDADES FÍSICAS DOS FLUIDOS 3. CLASSIFICAÇÃO DOS ESCOAMENTOS 4. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS DOS ESCOAMENTOS 1. SISTEMAS DE UNIDADES É utilizado para a padronização das unidades de medida, adotando-se uma unidade para cada grandeza física. Após a 11a conferência Geral de Pesos e Medidas – 1962- o Brasil adota, oficialmente, o Sistema Internacional (SI). O SI baseia-se em 7 unidades básicas. SISTEMA INTERNACIONAL (SI) GRANDEZAS FUNDAMENTAIS – SÍMBOLOS E UNIDADE GRANDEZA UNIDADE SÍMBOLO SÍMBOLO DIMENSIONAL Comprimento metro m L Massa quilograma kg M Tempo segundo s T Corrente Elétrica Ampère A I Temperatura Kelvin K Quantidade de matéria mole mol N Intensidade Luminosa candela cd I0 SISTEMA INTERNACIONAL (SI) E SISTEMA TÉCNICO GRANDEZAS FUNDAMENTAIS – SÍMBOLOS E UNIDADE Sistema Técnico: utiliza-se a força [F] como grandeza fundamental, no lugar da massa [M]. A massa passa a ser uma grandeza derivada, cuja unidade é denminada unidade técnica de massa (utm) – 1 utm = 9,81 kg 1 kgf = 9,81N 2. PROPRIEDADES FÍSICAS DOS FLUIDOS 2.1 Massa específica ou densidade absoluta () É a quantidade de massa de fluido por unidade de volume. = m / [kg/m3] [utm/m3] (depende da pressão e da temperatura). Entretanto, em condições normais, a variação desta grandeza é pequena e, comumentemente, considerada constante. (água) = 1000 kg/m3 (SI) = 102 kgf.s2/m4 (Sistema Técnico) Fluido incompressível: cte (água) 2.2 Peso específico () É a razão entre o "peso" e o volume do fluido, ou mais corretamente: a força, por unidade de volume, exercida sobre uma massa específica submetida a uma aceleração gravitacional. = W / [N/m3] [kgf/m3] (depende da pressão e da temperatura). Entretanto, em condições normais, a variação desta grandeza é pequena e, comumentemente, considerada constante. (água) = 9810 N/m3 (SI) = 1000 kgf/m3 (Sistema Técnico) Relação entre e : = .g 2.3 Densidade relativa (d) ou (DR) É a razão entre a massa específica de um fluido e a massa específica de um fluido de referência (água, no caso líquido). DR = / água [adimensional] 2.4 Viscosidade É a propriedade física que caracteriza a resistência de um fluido ao escoamento. a) Absoluta ou Dinâmica (µ) [kg/m.s]: é a medida da resistência ao escoamento do fluido, ou seja, a razão entre a tensão de cisalhamento (ou força de coesão entre as camadas adjacentes de fluidos) e a razão de mudança da velocidade perpendicular à direção do escoamento. FLUIDO TEMPERATURA VISCOSIDADE Líquido Aumenta Diminui Gás Aumenta Aumenta 2.4 Viscosidade b) Cinemática (n): é a razão da viscosidade absoluta pela massa específica do fluido. n = / [m2/s] Geralmente, adota-se nos problemas de hidráulica: n = 10-6 m2/s (T = 20º C) Obs.: A viscosidade dos fluidos depende fortemente de temperatura. 3. CLASSIFICAÇÃO DOS ESCOAMENTOS Quanto à PRESSÃO REINANTE no conduto, o escoamento pode ser: a) Forçado: a pressão é sempre diferente da pressão atmosférica. b) Livre: a pressão na superfície do líquido é igual à pressão atmosférica. EXEMPLOS DE ESCOAMENTO LIVRE CANAIS ABERTOS Rios Canal de irrigação EXEMPLOS DE ESCOAMENTO LIVRE CANAIS ABERTOS Canal de drenagem Sarjeta EXEMPLOS DE ESCOAMENTO LIVRE CANAIS FECHADOS Rede de esgoto Galeria de águas pluviais ESCOAMENTO LIVRE Escoamento em condutos forçados (Hidráulica I) - tubulação fechada - seção plena - atuação sobre o líquido de uma pressão diferente da atmosférica - escoamento se estabelece por gravidade ou por bombeamento ESCOAMENTO LIVRE O estudo de condutos livres é de natureza muito diferente e, em geral, mais complexa que a dos condutos forçados, devido, entre outras, as seguintes causas: - Variabilidade da rugosidade das paredes: não é uniforme na extensão, e mesmo na seção, do canal; - Parâmetros geométricos: deformabilidade da superfície livre; e seção transversal não uniforme; e - Transporte de matéria sólida. ESCOAMENTO LIVRE Do ponto de vista de responsabilidade técnica os projetos em canais são mais preocupantes, já que, se um erro de 0,30m no plano piezométrico em um projeto de rede de distribuição de água não traz maiores consequências, uma diferença de 0,30m no nível de água em um projeto de sistemas de esgotos ou galerias de águas pluviais pode ser desastroso. 3. CLASSIFICAÇÃO DOS ESCOAMENTOS Em relação ao TEMPO, o escoamento pode ser: a) Permanente: quando as grandezas não variam com o tempo na seção de estudo. b) Não-permanente ou Transiente: quando as grandezas variam com o tempo na seção de estudo. 3. CLASSIFICAÇÃO DOS ESCOAMENTOS Em relação ao ESPAÇO, o escoamento pode ser: a) Uniforme: quando a velocidade é constante em qualquer seção normal ao escoamento. 3. CLASSIFICAÇÃO DOS ESCOAMENTOS Em relação ao ESPAÇO, o escoamento pode ser: b) Variado: quando as velocidades variam em cada seção transversal ao longo do escoamento. Tipos de Escoamentos em Canais ESCOAMENTO LIVRE Tipos de Escoamentos em Canais 3. CLASSIFICAÇÃO DOS ESCOAMENTOS Quanto à TRAJETÓRIA DAS PARTÍCULAS, o escoamento pode ser: a) Laminar: quando as partículas movem-se em trajetórias bem definidas, em lâminas ou camadas, não havendo mistura macroscópica de camadas de fluido adjacentes. 3. CLASSIFICAÇÃO DOS ESCOAMENTOS Quanto à TRAJETÓRIA DAS PARTÍCULAS, o escoamento pode ser: b) Turbulento: quando as partículas movem-se em trajetórias irregulares, com movimentos aleatórios. 3. CLASSIFICAÇÃO DOS ESCOAMENTOS Número de Reynolds (Re): é um parâmetro adimensional, definido pela relação entre as forcas de inércia (rugosas) do escoamento e as forças viscosas. Re 500 laminar 500 Re 2000 de transição Re 2000 turbulento ESCOAMENTO LIVRE Apesar das diferenças entre os dois tipos de escoamento (livre e forçado), os princípios básicos que regem os escoamentos livres são essencialmente os mesmo daqueles referentes aos escoamentos forçados. - Equação da continuidade (Conservação de massa) Q [m3/s] = A1.V1 = A2. V2 4. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS DOS ESCOAMENTOS Caso particular da 1ª Lei da Termodinâmica. 4. 2. EQUAÇÃO DE BERNOULLI (fluido ideal) Equação de Bernoulli – fluido real (canais) Energia (ou carga) potencial Profundidade da água Energia (ou carga) cinética Coeficiente de Coriolis Perfil da velocidade na seção de um escoamento livre COEFICIENTE DE CORIOLIS Representação gráfica da Equação de Bernoulli E1 E2