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Partes e Representação Processual

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1. Partes, Procuradores, Representação, Substituição Processual e Litisconsórcio 
Parte = aqueles que postulam em uma relação jurídica processual em litígio com 
parcialidade.1 
• Parte material – titular do direito em litígio. 
• Parte formal – parte que consta dos autos processuais. Pode se confundir com 
a parte material, ou não. 
1.1. Diferença entre capacidade de ser parte, capacidade postulatória e capacidade 
processual. 
a) Capacidade de ser parte2 – aptidão para ser sujeito de uma relação processual – 
capacidade de adquirir direitos e contrair obrigações. 
b) Capacidade processual – aptidão para praticar atos processuais 
independentemente de representante (pai e mãe/tutor/curador). Para pessoa física 
inicia aos 18 anos. 3 
c) Capacidade postulatória4 – capacidade do advogado/membro do MP de postular 
em juízo. Na JT, há o jus postulandi, que dispensa a necessidade de advogado e 
atribui à parte a capacidade postulatória de atos no primeiro grau. 5 
a. Procuração67 ad judicia – poderes de representação simplesmente judicial 
b. Procuração et extra – poderes de atuação judicial, extrajudicial, de transigir, 
etc. 
c. Mandato tácito8 – procuração “apud acta” – procuração na ata de audiência 
de primeiro grau. Não cabe em grau recursal. 
d. VÁLIDO é o instrumento de mandato com prazo determinado que 
contenha cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até 
o final da demanda. 
 
1 Excluem-se julgador e MP 
2 Confunde-se com capacidade civil – adquire-se com o nascimento (PF) ou registro (PJ). 
3 No caso de assistência, o assistido está presente nos autos, mas cabe confirmação de vontade pelo 
responsável. No caso do representado, o representante pratica o ato, sem necessidade de ratificação a 
posteriori. A incapacidade processual dos menores é suprida pela representação. 
4 Representação Regular. Estagiário. Habilitação Posterior. Válidos são os atos praticados por estagiário 
se, entre o substabelecimento e a interposição do recurso, sobreveio a habilitação do então estagiário 
para atuar como advogado. 
5 Súmula 456 – se não constar na procuração nome do outorgante, a irregularidade deverá ser sanada 
em 5 dias, sob pena de extinção sem resolução do mérito, não conhecimento do recurso, ou 
desentranhamento de contrarrazões. 
Súmula 436 – Representação processual de procurador da Administração Púb. Direta – desnecessária a 
juntada de procuração, mas tem que ao menos indicar que é procurador (não basta só dizer a OAB). SÓ 
PJ DE DIREITO PÚBLICO da Adm Ind. – SE SEM e EP, Fundação, necessita procuração. 
OJ 349 SDI1 – Juntada de nova procuração sem ressalva = revogação tácita da anterior. 
OJ 371 SDI1 – não caracteriza a irregularidade a ausência de data de outorga de poderes no mandato 
judicial. 
Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao 
substabelecente 
OJ 151 SDI2 – procuração outorgada com poderes específicos para ajuizamento de reclamação trabalhista 
não autoriza a propositura de ação rescisória e MS. NESSE caso, 5 dias para regularizar. 
6 No caso de procuração expressa, pode haver substabelecimento, ainda que não conste, no mandato, 
poderes expressos para substabelecer. 
7 Ainda, é desnecessária a juntada de estatuto social como condição de validade do mandato – salvo se 
expressamente impugnado pela parte contrária. 
8 No caso de mandato tácito, não pode substabelecer. 
1.2. SUBSTITUIÇÃO - Legitimação Ordinária e Legitimação Extraordinária 
1.2.1. Legitimação Ordinária – titular do direito (parte material) é o mesmo que 
postula em juízo (parte formal)9 
1.2.2. Legitimação Extraordinária – terceiro, não titular do direito material, 
autorizado pelo ordenamento, possui legitimidade para ajuizar ação em nome 
próprio em defesa de direito alheio. Nesse caso, o substituto e o substituído 
possuem uma relação jurídica subjacente, sendo interesse do substituto o 
êxito da demanda (ex. Sindicato atuando como substituto processual). 
1.2.3. Legitimação Autônoma – terceiro com legitimidade em defender direitos 
metaindividuais – Não há relação jurídica subjacente entre o substituto e o 
substituído (Caso do Ministério Público do Trabalho). 
 
1.3. LITISCONSÓRCIO – pluralidade de sujeito nos polos (litisconsórcio ativo e litisconsórcio 
passivo).1011 
1.3.1. Litisconsórcio Facultativo – Partes se associam voluntariamente para ajuizar 
ação. 
1.3.2. Litisconsórcio Necessário – alguns casos previstos (art. 73 §1º do CPC – 
cônjuges – Súmula 406 do TST – litisconsórcio necessário no polo passivo de 
ação rescisória)12. 
1.3.2.1. No caso de litisconsórcio ativo necessário, entende-se que se 
deve citar o litisconsorte, mas, caso ele não queira participar, deve-se seguir 
com a ação, não se podendo limitar o direito de ação. 
1.3.3. Efeito da decisão 
a) unitário – decisão deve ser igual para os litisconsortes – tomadora e 
terceirizada; partes signatárias de acordo ou convenção coletiva, em 
caso de ação anulatória proposta pelo MPT, etc. 
b) simples – conteúdo da decisão não deverá ser necessariamente 
idêntica para todos os litigantes (ex.: dois ou mais empregados 
ajuízam ação pleiteando adicional de periculosidade; mas na perícia 
se constata que só um tem direito). 
2. JUS POSTULANDI13 
Atuação das partes, sem advogado, acompanhando suas reclamações “até o final”. 
O ALCANCE DO JUS POSTULANDI 
SUMULA 425 TST –O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às 
Varas do Trabalho e Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a Ação Rescisória, a 
 
9 Art. 18 CPC – Ninguém pode pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo 
ordenamento (legitimação extraordinária) 
10 Se o litisconsórcio for multitudinário (número excessivo de litisconsortes), poderá o juiz desmembrar o 
processo, para não comprometer a solução do litígio, o direito de defesa, etc. 
11 No processo do trabalho, é inaplicável o prazo em dobro para litisconsortes com procuradores 
distintos. 
12 O litisconsórcio passivo na ação rescisória é necessário, via de regra. No caso de o Sindicato substituir 
diversas pessoas, ele possui legitimidade para figurar no polo passivo, não necessitando todos os 
substituídos comporem o polo passivo. 
13 O menor, na Justiça do Trabalho, será representado pelos seus representantes legais, os quais poderão 
se valer do jus postulandi, sem a necessidade de advogado, no primeiro e segundo graus. 
Ação Cautelar, o Mandado de Segurança e os recursos de competência do TST. Entende-se 
INAPLICÁVEL, ainda, em ACP. 
 
3. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. JUSTIÇA GRATUITA. 
A assistência judiciária é aquela prestada pelo Sindicato ao trabalhador, revertendo ou 
não em benefício ao Sindicato.14 
A justiça gratuita é aquela deferida ao trabalhador hipossuficiente, considerado como 
tal o que recebe menos de 40% do limite máximo de benefícios do RGPS.15 A justiça gratuita 
pode ser concedida a qualquer tempo, inclusive em sede recursal16. 
A justiça gratuita pode, atualmente, ser concedida à Pessoa Jurídica que comprove 
cabalmente a impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo. 17 
4. ATOS, TERMOS e PRAZOS PROCESSUAIS. DESPESAS PROCESSUAIS. 
RESPONSABILIDADE. CUSTAS E EMOLUMENTOS. COMUNICAÇÃO DOS ATOS 
PROCESSUAIS. NOTIFICAÇÃO 
4.1. Atos e Termos. 
Processo anda por meio de atos18 – das partes, do juiz ou por impulso oficial (da 
secretaria, ou do juiz). 
Atos, via de regra, não possuem forma determinada19, salvo quando a lei 
expressamente o exigir, e, AINDA ASSIM, consideram-se válidos os atos praticados sob outra 
forma que preencham a finalidade20. 
Qual a diferença entre fato jurídico e ato jurídico? 
Fato jurídico – acontecimento natural no meio do processo, que independe da vontade 
humana (morte de uma das partes, procuradores, etc). 
Ato jurídico – acontecimento no meio do processo que depende da vontade humana 
(petição inicial, contestação, recurso, etc).Termo, por sua vez, é a redução escrita do ato. 
 
14 Não se pode condicionar assistência à filiação sindical. 
15 Com a reforma, a hipossuficiência deve ser provada. Pode-se sustentar inconstitucionalidade disso, por 
negativa de acesso à justiça. 
16 Nesse caso, o requerimento deve ser formulado no prazo do recurso. 
17 Súmula 463 - II No caso da pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a demonstração 
cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo. 
18 Atos processuais do juiz = despachos, decisões interlocutórias e Sentença. O despacho é irrecorrível, a 
decisão interlocutória é irrecorrível de imediato e a Sentença é recorrível. 
Atos processuais das partes = petições, recursos, atos bilaterais (negócio jurídico processual ou a própria 
autocomposição). 
19 Art. 188 CPC – Os atos e termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei 
expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a 
finalidade essencial. 
20 Instrumentalidade das formas. 
Em que período podem os atos processuais ser praticados?21 EM DIAS ÚTEIS, das 6h 
às 20h. 2223 
Isso é o que diz a CLT, mas é fato que, com o Processo Eletrônico, os atos podem ser 
praticados 24h por dia, inclusive no último dia de prazo. 
Sobre a forma dos atos em geral – autorização para a prática por meio eletrônico. 24 
4.2. Prazos Processuais 
a) Quanto à Origem de Fixação 
a. Legais – prazos fixados por lei – 8 dias para recurso de revista, por exemplo. 
b. Judiciais – prazos fixados pelo juiz se a lei for omissa. 
c. Convencionais – prazo acordado entre as partes – somente os prazos 
dilatórios podem ser fixados pelas partes (suspensão para tentativa de 
acordo, por exemplo). 
b) Quanto à Natureza 
a. Dilatórios – prazos não preclusivos – admitem prorrogação. 
b. Peremptórios – prazos fatais, improrrogáveis – natureza preclusiva.25 
c) Quanto aos destinatários 
a. Próprios – destinados às partes (sujeitos à preclusão) 
b. Impróprios – destinados aos juízes e auxiliares de justiça. 
Sobre a preclusão. 
1) Preclusão Temporal – perda da faculdade de praticar o ato por perda de prazo. 
2) Preclusão Lógica – parte pratica ato logicamente incompatível com ato processual 
anterior por ela praticado. 
3) Preclusão Consumativa – parte pratica o ato perfeitamente, dentro do prazo, mas, 
ainda restando alguns dias de prazo, quer retificar o ato já praticado (complementar 
o recurso, por exemplo) – isso é vedado! 
Sobre a contagem de prazos. 
DIAS ÚTEIS. Exclui-se o dia do início e se inclui o dia de término. 26 O prazo inicia em 
dia tal, mas a contagem inicia em dia tal + 1. 
 
21 Não confundir com a audiência = esta é praticada das 8h às 18h (10 horas de lapso), não podendo 
ultrapassar 5h seguidas. 
22 14 horas de lapso diário para praticar o ato. 
23 Podem ser feitos em domingos e feriados, com autorização judicial. 
24 Contestação será oferecida até a audiência inicial por meio eletrônico. 
25 § 1 Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: 
I - quando o juízo entender necessário; 
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. 
§ 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, 
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito. 
26 Se o prazo vencer em dia não útil, é prorrogado para o dia útil subsequente. 
Súmula 1 - PRAZO JUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Quando a intimação tiver 
lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será 
contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia 
útil que se seguir. 
Súmula nº 262 do TST PRAZO JUDICIAL. NOTIFICAÇÃO OU INTIMAÇÃO EM SÁBADO. RECESSO FORENSE. I 
- Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a 
No processo eletrônico, o prazo se inicia com a consulta dos autos no sistema 
informatizado ou, não havendo consulta, 10 dias depois da notificação. 27 
Prazos podem ser Suspensos28 ou Interrompidos. 29 
4.3. Despesas Processuais. Custas e Emolumentos. Responsabilidade 
Despesas processuais = gênero. Custas, emolumentos, diárias de testemunhas, 
honorários periciais, etc = espécies. 
As custas, no conhecimento, são variáveis, devidas e recolhidas após o trânsito em 
julgado da Sentença, exceto em caso de recurso.3031 Nas ações plúrimas, as custas incidem 
sobre o respectivo valor global. 
Na EXECUÇÃO, as custas são fixas e devidas AO FINAL. 
 
 
contagem, no subsequente. II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior 
do Trabalho suspendem os prazos recursais. 
27 A contagem, como visto, é do próximo dia útil. 
28 Ex.: recesso forense – prazo para e continua após o lapso da suspensão. 
29 Ex.: embargos de declaração – prazo para RO para e reinicia após a análise dos EDs. 
30 Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência 
da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição 
trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (DOIS POR CENTO), observado o 
mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de QUATRO VEZES o limite máximo dos 
benefícios do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas: 
I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor; 
II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente improcedente o pedido, 
sobre o valor da causa; 
III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor da 
causa; 
IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar. 
§ 1o As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso de recurso, as custas serão 
pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal. 
§ 2o Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar-lhe-á o valor e fixará o montante das custas processuais. 
§ 3o Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado, o pagamento das custas caberá em partes 
iguais aos litigantes. 
§ 4o Nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente pelo pagamento das custas, calculadas 
sobre o valor arbitrado na decisão, ou pelo Presidente do Tribunal. 
31 CUSTAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
O prazo para pagamento das custas, NO CASO DE RECURSO, é contado da intimação do CÁLCULO. 
Isenção32 no pagamento de custas 33– 
• MPT 
• Administração Direta da União, Estados e Municípios 
• Autarquias e Fundações que não explorem atividade econômica 
• Correios (Decreto-lei 509/69) 
• Massa Falida 
Responsabilidade dos honorários periciais – Parte Sucumbente no objeto da perícia, 
AINDA QUE BENEFICIÁRIA da justiça gratuita.34 
Emolumentos – gerados a requerimento e pagos por quem requerer. 
4.4. Comunicação dos Atos Processuais. Notificação. 
Comunicação de Atos Processuais = notificação35. 
Notificação inicial36 – 48 horas após ajuizada a reclamação ao reclamado – pelo menos 
5 dias antes da audiência inicial. Não precisa ser pessoal, pode ser entregue na sede da 
empresa.37 
Se a parte tiver advogado, a comunicação será feita por meio deste (CPC – 270 e 272).38 
Comunicações entre juízos: 1) carta de ordem; 2) carta precatória; 3) carta rogatória; 4) 
carta arbitral. 39 
 
32 I - A parte vencedora na primeira instância, se vencida na segunda, está obrigada, 
INDEPENDENTEMENTE DE INTIMAÇÃO, a pagar as custas fixadas na sentença originária, das quais ficara 
isenta a parte então vencida; Caso em que o reclamanteera beneficiário da justiça gratuita, isento das 
custas, e o recurso ordinário deste foi procedente – reclamada terá que pagar custas independente de 
notificação. 
II - No caso de inversão do ônus da sucumbência em segundo grau, sem acréscimo ou atualização do 
valor das custas e se estas já foram devidamente recolhidas, descabe um novo pagamento pela parte 
vencida, ao recorrer. Deverá ao final, se sucumbente, reembolsar a quantia; (ex-OJ nº 186 da SBDI-I) 
III - Não caracteriza deserção a hipótese em que, acrescido o valor da condenação, não houve fixação ou 
cálculo do valor devido a título de custas e tampouco intimação da parte para o preparo do recurso, 
devendo ser as custas pagas ao final; (ex-OJ nº 104 da SBDI-I) 
IV - O reembolso das custas à parte vencedora faz-se necessário mesmo na hipótese em que a parte 
vencida for pessoa isenta do seu pagamento, nos termos do art. 790-A, parágrafo único, da CLT. 
33 Não são isentas as entidades fiscalizadoras de exercício profissional, e tampouco empresas públicas e 
sociedades de economia mista. 
34 Se o beneficiário não tiver obtido créditos capazes de suportar, a União responderá. 
35 Neste termo estão abrangidas a citação e a intimação. 
36 Feita pelo Diretor de Secretaria, sem necessidade de assinatura do magistrado. 
37 Súmula 16 do TST. NOTIFICAÇÃO. Presume-se recebida a notificação 48 horas após sua postagem. O seu 
não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constituem ônus de prova do destinatário. 
38 Sobre a notificação expressa: Súmula 427 do TST – INTIMAÇÃO. PLURALIDADE DE ADVOGADOS. 
PUBLICAÇÃO EM NOME DE ADVOGADO DIVERSO DAQUELE EXPRESSAMENTE INDICADO. NULIDADE. 
Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam realizadas exclusivamente em nome 
de determinado advogado, a comunicação em nome de outro profissional constituído nos autos é nula, 
salvo se constatada a inexistência de prejuízo. 
39 Carta precatória e de ordem devem ser expedidas preferencialmente de forma eletrônica – devem 
conter a assinatura do juiz. 
5. VÍCIOS DO ATO PROCESSUAL. ESPÉCIES. NULIDADES NO PROCESSO DO TRABALHO: 
EXTENSÃO, PRINCÍPIOS, ARGUIÇÃO, DECLARAÇÃO E EFEITOS. 
Atos processuais podem ser nulos, anuláveis ou inexistentes. 4 grupos. 
1) Meras irregularidades sem consequências – uso de abreviaturas, 
por exemplo. 
2) Irregularidades com sanções extraprocessuais – juiz retardando o 
processo, por exemplo. 
3) Irregularidades que acarretam nulidades processuais – pode ser 
relativa ou absoluta. 
4) Irregularidades que acarretam a inexistência do ato processual – 
sentença sem assinatura, por exemplo. Podem ser relativas e 
absolutas. 
Nulidade absoluta – juiz declara de ofício. Ex.: falta de intimação do MPT em processo 
em que deve intervir. 
Nulidade relativa – atos infringem normas de interesse privado, não podem ser 
decretadas de ofício pelo Magistrado, cabendo a parte alegar na primeira oportunidade. Podem 
ser convalidadas. 
Princípios aplicáveis: 
1) Instrumentalidade das Formas – se o ato, sem cominar nulidade, atingir a 
finalidade, juiz o considerará válido. 
2) Princípio do Prejuízo ou da Transcendência – não há nulidade sem prejuízo. 
3) Princípio da convalidação ou da Preclusão – parte deve alegar a nulidade relativa 
na primeira oportunidade possível, sob pena de convalidação. 
4) Princípios da economia e celeridade processuais – nulidade não será pronunciada 
quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato. 
5) Princípio do interesse – parte tem o ônus de demonstrar o prejuízo manifesto ao 
seu direito, desde que não tenha concorrido para a nulidade. 
6) Princípio da utilidade – nulidade só comina atos posteriores, cuja dependência seja 
manifesta. 
 
 
6. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS. 
6.1. ESPÉCIES. 
Espécie de litisconsorte que não era constante na relação jurídica inicial e se faz 
presente. Para a intervenção, o interesse deve ser JURÍDICO, não meramente econômico. 
Alguns entendem não se aplicar ao Processo do Trabalho (Lacuna na CLT). No entanto, 
maior parte entende aplicáveis as hipóteses de intervenção de terceiros do CPC. 4041 
 
40 Entende-se que não é aplicável ao RITO SUMARÍSSIMO. 
41 Súmula 82 do TST – A intervenção assistencial, simples ou adesiva, só é admissível se demonstrado o 
interesse jurídico, não meramente o econômico. 
a) Assistência42: causa pendendo entre 2 ou mais pessoas – terceiro interessado em 
que a Sentença seja favorável a uma delas pode intervir no processo para assisti-la. 
a. O assistente assume “status” de parte, mas não pode alterar o objeto do 
processo. 43 
b. Pode ser SIMPLES ou LITISCONSORCIAL. Substituído que ingressa na lide 
coletiva, o faz na condição de assistente litisconsorcial. 
b) Oposição: espécie de demanda por meio da qual terceiro deduz pretensão 
incompatível com os interesses de autor e réu em processo pendente. O terceiro, 
na sua pretensão, vindica o mesmo bem. 44 
c) Nomeação à autoria: procedimento para correção do polo passivo da ação.45 
d) Denunciação da lide: faculdade das partes que possuem direito de regresso. Parte 
pode denunciar terceiro a integrar a lide, se tiver direito de regresso previsto.46 
e) Chamamento ao processo: apenas no processo de conhecimento – terceiro é 
chamado à lide para sofrer os efeitos da Sentença. Ex.: ação ajuizada somente em 
face do tomador. Pode ser chamado ao processo o prestador. 
6.2. AMICUS CURIAE 
Terceiro que intervém em processo alheio, espontaneamente ou chamado para 
colaborar, trazendo subsídios técnicos ou jurídicos para o julgador.47 
Via de regra, o amicus curiae pode recorrer de decisão de IRDR. 
6.3. INTERVEÇÃO IUSSI JUDICIS 
Conceito: intervenção obrigatória (litisconsórcio passivo necessário) – juiz manda48 que 
o autor requeira a citação de todos os que devam ser litisconsortes. 
 
 
42 O assistente não pode discutir a justiça da decisão posteriormente, SALVO para provar que foi impedido 
de produzir provas, ou que desconhecia a alegações de provas das quais o assistido não se valeu. 
43 Pega o processo “no estado em que se encontra”. 
44 Essa ação de oposição deve ser julgada antes – prejudicialidade. Ex: sindicato alega representatividade 
de uma categoria que está sendo representada por outro sindicato – ajuíza OPOSIÇÃO. 
45 Empregado não sabe qual seu real empregador – ajuíza contra A e há nomeação à autoria de B. 
46 Fato do príncipe – art. 486 – empresa afetada por ato do poder público – pode denunciar o poder 
público à lide. 
47 Possui interesse na matéria discutida. A DECISÃO DE ADMISSÃO DO AMICUS CURIAE É IRRECORRÍVEL. 
48 É obrigação do magistrado.

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