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Cidades Inteligentes e Sustentáveis

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Seção Temática: Compreendendo Cidades Inteligentes e 
Sustentáveis DOI: 10.1590/2175-3369.011.e20190009 
 
LM é doutor em Ciência Política, professor, pós-doutorando em Ciência Política, e-mail: leomercher@gmail.com 
urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana, 2019, 11, e20190009 1/19 
Gestão socioambiental nas grandes 
cidades: por que olhar do Brasil para as 
iniciativas das megalópoles indianas? 
Socio-environmental management in large cities: why look from Brazil to the 
initiatives of indian megalopolises? 
Leonardo Mercher[a]  
[a] Universidade Federal do Paraná (UFPR), Departamento de Ciência Política, Curitiba, PR, Brasil. 
Como citar: Mercher, L. (2019). Gestão socioambiental nas grandes cidades: por que olhar do Brasil para as iniciativas das 
megalópoles indianas. urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana, 11, e20180009. https://doi.org/10.1590/2175-
3369.011.e20190009. 
Resumo 
Diante dos diversos modelos de gestão pública no mundo, é valido observar outras experiências em 
realidades socioambientais mais semelhantes às cidades brasileiras em desenvolvimento. No cenário do 
BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, o presente texto identifica as três maiores cidades 
indianas, Mumbai, Déli e Bangalore, como uma possibilidade de difusão de políticas públicas às cidades 
brasileiras, dada a proximidade de fatores, como clima tropical, favelização, corrupção pública e 
desigualdade social. A hipótese levantada é de que a realidade indiana seria mais próxima à realidade 
brasileira do que as realidades europeias (incluindo a Rússia) ou a realidade chinesa, mas os meios de 
difusão da informação no Brasil pouco tratam das experiências indianas. Para testar a hipótese, faz-se a 
análise de dados econômicos, demográficos, sociais e ambientais de fontes governamentais e de 
organismos internacionais, como do BRICS, PNUD, UN-Habitat e Banco Mundial nos anos 2000 e 2010, 
bem como dos maiores think tanks no Brasil em Relações Internacionais: CEBRI e BRICS Policy Center. 
Como resultado, observa-se que os desafios das grandes cidades indianas e brasileiras são semelhantes, 
porém há pouco material em língua portuguesa nos think tanks de Relações Internacionais que orientam 
as práticas de gestores públicos brasileiros. 
Palavras-chave: Cidades. Índia. Brasil. Política pública. 
Abstract 
In view of different models of public management in the world, it is worth to observe other experiences in 
socio-environmental realities more similar to the Brazilian cities in development. In BRICS scenario - 
Brazil, Russia, India, China and South Africa - this paper identifies the three largest Indian cities, Mumbai, 
Delhi and Bangalore, as a possibility of diffusion of public policies to Brazilian cities besides proximity to 
factors such as slum, public corruption and social inequality. The hypothesis raised is that Indian reality 
would be closer to Brazilian reality than European realities (including Russia) or Chinese reality, but the 
means of diffusion of information in Brazil – International Relations think tanks - does not deal with Indian 
experiences. To test the hypothesis, the analysis of economic, demographic, social and environmental data 
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
https://orcid.org/0000-0003-1812-7803
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from governmental sources and from international organizations such as the BRICS, UNDP, UN-HABITAT 
and World Bank in the years 2000 and 2010, as well as the major think tanks in Brazil in International 
Relations: CEBRI and BRICS Policy Center. As a result, it is observed that the challenges of the great Indian 
and Brazilian cities are similar, but there is little material in Portuguese in the International Relations 
think tanks that could guide the practices of Brazilian public managers. 
Keywords: Cities. India. Brazil. Public policy. 
Introdução: por que olhar para as cidades indianas? 
Em estudos sobre cidades nas Relações Internacionais, quando se busca compreender modelos de 
desenvolvimento local e identificar boas práticas de gestão e de políticas públicas, é preciso se questionar 
de onde o pesquisador irá partir e para onde irá olhar. Partindo da realidade das cidades brasileiras, fica 
aberta a segunda pergunta: para onde olhar? É comum que gestores públicos brasileiros (prefeitos e 
secretários) olhem para modelos de gestão urbana europeus e de outras nações desenvolvidas. 
Entretanto, as distâncias sociais, econômicas e estruturais de cidades em desenvolvimento às cidades 
desenvolvidas podem se tornar um grande desafio na implementação de modelos e práticas de gestão e 
políticas públicas. Diante desse cenário, é importante buscar experiências de gestão em cidades que 
possuem realidades socioambientais próximas. No caso das grandes cidades brasileiras, existem alguns 
desafios, como os índices de favelização, a corrupção governamental e a relação entre desenvolvimento 
e sustentabilidade. 
Diante dessa problemática inicial, o presente artigo busca trazer alguns parâmetros que possam 
ampliar fontes de pesquisas futuras para além das cidades em nações desenvolvidas. Mas, diante do 
mundo, por que olhar para as grandes cidades indianas? Em primeiro lugar pelo conjunto de acordos de 
cooperação entre os Estados-membros do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que 
contemplam setores de suas economias nacionais e também financiamento de práticas de 
desenvolvimento socioambientais. Em segundo lugar por serem as cidades indianas, assim como as 
brasileiras, os maiores centros mundiais em áreas tropicais e em desenvolvimento, com índices políticos 
e socioeconômicos mais próximos do que a realidade africana, europeia ou norte-americana (com 
exceção da Cidade do México). Ou seja, a Índia reúne o maior número de cidades em alta densidade 
mundial (Figura 1) e em natureza socioambiental semelhantes às grandes cidades brasileiras. Portanto, 
a densidade demográfica se torna um critério de seleção – e até mesmo uma variável diante da aplicação 
de práticas de outras cidades. 
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Figura 1 - Cidades ao redor do mundo com mais de 10 milhões de habitantes em 2015. Fonte: Annenberg 
Learner (2015). 
Os índices demográficos (tamanho das cidades e sua densidade), dos setores econômicos e de 
produtividade (riqueza das cidades), do desenvolvimento humano (desafios sociais) e das proximidades 
culturais (valores sociais e dinâmica política) colocam-se como variáveis fundamentais à avaliação de 
exemplos de gestão pública entre as cidades. Por exemplo, as grandes cidades brasileiras, observando a 
primeira dimensão, superam em tamanho a maioria das cidades latino-americanas, norte-americanas e 
europeias (Figura 1). São Paulo, com 12.176.866 habitantes (IBGE, 2018), e Rio de Janeiro, com 
6.688.927 de habitantes (IBGE, 2018), possuem dificuldades em encontrar referenciais de boas práticas 
de gestão local que se aproximem à realidade da alta taxa de densidade populacional e em um cenário de 
desigualdade social ao olhar para a Europa, por exemplo. As grandes cidades europeias, como Paris, com 
2.152.000 de habitantes (City Mayors Statistics, 2018), Berlim, com 3.387.000 habitantes (Ibidem), e 
Barcelona, com 1.455.000 de habitantes (Ibidem), ficam muito abaixo da realidade populacional do Rio 
de Janeiro ou de São Paulo. Além do mais, cidades que se aproximam em população, como Londres, com 
7.074.000 habitantes (Ibidem), e Nova Iorque, com 8.336.697 habitantes (Ibidem), não estão em níveis 
próximos de desenvolvimento humano (Figura 2), favelização (Figura 3), desenvolvimento econômico e 
faixa climática e seus respectivos desafios.Figura 2 - Índice de desenvolvimento humano em 2014 (1 = perfeito / 0 = ruim). Fonte: Actualitix (2016). 
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Mumbai, com 12.478.447 de habitantes (Governo da Índia, 2011), Déli, com 11.007.835 de habitantes 
(Ibidem), e Bangalore, com 8.425.970 de habitantes (Ibidem), são as três maiores cidades indianas. 
Segundo o Censo de 2010, a Região Metropolitana de São Paulo possui aproximadamente 11% da 
população vivendo em favelas, além de existirem bairros precários em infraestrutura e serviços básicos 
que não são contabilizados dentro da própria cidade, classificados de bairros de classe média baixa. Já a 
cidade do Rio de Janeiro supera proporcionalmente a Região Metropolitana de São Paulo, alcançando 
aproximadamente 22% de sua população em “aglomerados subnormais” (IBGE, 2010). Esses dados são 
bem diferentes das cidades europeias, mas não tão diferentes das cidades indianas (UN-Habitat, 2005): 
Mumbai alcança 55% de sua população em habitações precárias, concentrada apenas em 6% de seu 
território total, onde a taxa de crescimento das favelas é maior do que a de todo o crescimento urbano da 
cidade. Como apresentado nas Figuras 2 e 3, de acordo com os dados e os informativos das Nações Unidas, 
a realidade europeia e das demais nações desenvolvidas não encara a alta complexidade dos atuais 
desafios da favelização urbana presentes na América Latina, na África e na Ásia. 
 
Figura 3 - Porcentagem da população urbana vivendo em favelas, 2005. Fonte: Programa das Nações Unidas 
para Habitação – UN-Habitat (2005). 
Os dados das cidades brasileiras e indianas (Figura 3) esclarecem, ao menos, um eixo de desafios em 
comum: a alta densidade urbana e o desafio de planejamento local que possibilite à cidade melhores 
índices de desenvolvimento humano. A característica do crescimento urbano associado à baixa oferta 
habitacional é a origem primária da favelização. De acordo com Maricato (2000), as favelas abrigam 
populações mais vulneráveis socialmente ao desemprego, à violência e ao baixo acesso ao saneamento e 
aos serviços públicos fundamentais, como esgoto, transportes e sustentabilidade. Consequentemente, a 
favelização, ao mesmo tempo que se torna origem de muitos desafios da gestão local, também aponta 
para desafios primários, como a desigualdade social e a baixa capacidade da esfera pública de atender às 
necessidades de sua população. Contudo, não seria apenas os governos a fonte das origens desse 
processo. Como aponta Sassen (2011): “como escrevi recentemente nessa série Megacities, quanto maior 
a Cidade Global, maior será a Favela Global”1, ou seja, os processos econômicos e financeiros 
internacionais aceleram e intensificam a desigualdade social e, consequentemente, a favelização e os 
atuais desafios das cidades em desenvolvimento, como as favelas no Brasil e na Índia (Figura 4). 
 
1 “As I wrote earlier in this Megacities series, the bigger the Global City, the bigger its Global Slum.” 
(Sassen, 2011). 
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Figura 4 - Vista aérea de favelas em São Paulo (Brasil) e Mumbai (Índia). Fontes: (Esq.) São Paulo (2013) apud 
Maziviero & Silva (2018) e (Dir.) Malik (2018). 
É sabido que o tratamento de esgoto e água potável diminui os riscos de mortalidade infantil, doenças 
e degradação ambiental. No caso do saneamento básico e dos resíduos das cidades indianas, o relatório 
“Urban water supply and sanitation in Indian Cities” (PEARL, 2015) traz dados muito próximos aos das 
cidades brasileiras. A preocupação com o tratamento de esgoto e água potável, bem como resíduos e 
poluição de lençóis freáticos, rios e lagos indianos, trouxe experiências governamentais e da sociedade 
civil que fomentaram a concepção de desenvolvimento sustentável. Apesar de Nova Déli estar em uma 
situação aceitável em saneamento básico, assim como as cidades de Chandigarh, Mysore e Surat, 
aproximadamente 190 cidades estariam em situação de emergência (Idem, p. 7). Diante desse caso, será 
tratado mais adiante o caso da poluição do Lago Kaikondrahalli. 
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No Brasil, a poluição da água por despejos urbanos (esgoto e lixo) é um problema que pauta a agenda 
pública há algumas décadas. A despoluição da Baía de Guanabara, da Lagoa Rodrigo de Freitas e das 
Lagoas da Barra da Tijuca (no Rio de Janeiro) ou ainda os problemas de abastecimento de água e 
despoluição dos Rios Tietê e Pinheiros (em São Paulo) demonstram desafios socioambientais muito 
próximos. Nesse cenário, as grandes cidades em desenvolvimento precisam lidar com menos recursos e 
maiores desafios, justamente por estarem crescendo em densidade populacional. 
A preocupação ambiental fez com que Estados e também governos locais buscassem cooperar com a 
implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em que as questões da água, da 
poluição e dos recursos à vida são tratados como prioritários. É possível encontrar nos sites das 
prefeituras das cidades brasileiras e indianas conteúdos de preocupação ambiental e busca pelo 
desenvolvimento sustentável. Mas o desafio ambiental não pode ser visto de forma separada do social, e 
é por isso que, ao longo desta pesquisa, é utilizado o termo socioambiental. Como tratar do saneamento 
básico de forma separada dos processos de favelização e moradia irregulares tão comuns nas grandes 
cidades em desenvolvimento? Além do mais, é preciso compreender que as questões socioambientais 
vinculadas à gestão pública esbarram nos desafios da corrupção. 
Os índices de corrupção também interferem na proximidade e na sensibilidade dos gestores diante 
das necessidades da população. A corrupção, tanto na Índia como no Brasil, acabam por dificultar a 
realização e a finalização de muitas práticas públicas. De acordo com a Transparência Internacional 
(Figura 5), Brasil e Índia estão muito próximos em suas posições de percepções sobre a corrupção 
existente em seus governos e suas sociedades. 
 
Figura 5 - Índice de percepção de corrupção, 2014. Fonte: Transparency International Georgia (2014). 
A percepção de corrupção pode ser uma possível explicação para a demanda social por diminuir a 
presença do Estado na gestão dos diversos setores sociais, como a economia, e, em certa medida, poderia 
até ser compreendida como uma explicação para a existência de modelos neoliberais de desenvolvimento 
– em que os governos passam para a sociedade e a iniciativa privada a responsabilidade de suas políticas 
públicas. Na perspectiva de Sassen (2011), esse repasse de responsabilidades da gestão urbana do setor 
público para o privado seria o próprio enfraquecimento de muitas cidades ao redor do mundo com as 
crises migracionais urbanas e a globalização financeira, que trariam desafios tão grandes para gestores 
locais que as cidades não teriam condições de solucioná-los sozinhas. Diante desse cenário de 
desconfiança, os governos podem seguir caminhos de fiscalização, deixando as práticas nas mãos da 
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iniciativa privada (locais e internacionais), de organismos internacionais (PNUD, UN-Habitat, Banco 
Mundial etc.) ou da própria população em iniciativas da sociedade civil (tanto ONGs locais como 
internacionais, por exemplo). 
Já acerca dos modelos de desenvolvimento adotados pela gestão pública de cidades brasileiras, é 
possível identificar, ao menos, dois grupos de padrões de práticas e orientações: o grupo de padrão 
neoliberal e o grupo de padrão cooperativo (Mercher et al., 2018). De modo geral, na realidade brasileira, 
as cidades tendem a receber ou a iniciar projetos de características neoliberais – desenvolvimentosocial 
como consequência do desenvolvimento comercial – ou de características mais cooperativas – 
desenvolvimento social tão importante quanto os demais (Quadro 1). 
Deve-se observar que os modelos neoliberais não impedem a cooperação, mas possuem ênfase maior 
na autonomia das cidades e na atração de recursos, especialmente de outras cidades e agentes externos 
desenvolvidos (que possuem capital de investimento), como das organizações internacionais do Sistema 
ONU. As cidades brasileiras tenderiam a buscar no cenário internacional recursos financeiros, aumentar 
a sua visibilidade em busca de recursos comerciais e do turismo, bem como aprender com cidades 
desenvolvidas algumas práticas de gestão urbana pontuais, ou seja, segmentadas em setores, como 
transportes, despoluição, moradia popular, acessibilidade e combate à criminalidade. 
Quadro 1 - Quadro conceitual de modelos de desenvolvimento local 
 MODELO NEOLIBERAL MODELO COOPERATIVO 
Fonte 
epistêmica 
Neoliberalismo econômico. 
Práticas de cidades estadunidenses e 
europeias (anos 1980-1990). 
Grupo Barcelona, Eurocities etc. 
Cooperação Sul-Sul. 
Produção acadêmica de experiências regionais. 
Quadrado do desenvolvimento sustentável local 
de John Hawkes. 
Objetivos 
Criação de consenso político para um 
grande modelo de desenvolvimento. 
Superação de crises econômicas. 
Desenvolvimento econômico como 
mantenedor do desenvolvimento social. 
Redução de custos e responsabilidades 
sobre políticas sociais. 
Parcerias com a iniciativa privada na 
execução de políticas sociais. 
Políticas fundamentadas na diversidade 
sociocultural e econômica local. 
Incentivo a trocas e difusão de políticas públicas 
entre cidades com realidades próximas. 
Fortalecimento da cooperação. 
Defesa da autonomia do local em questões 
distantes aos interesses dos governos nacionais 
(princípio da subsidiariedade). 
Desenvolvimento diversificado advindo do bem-
estar social em sua pluralidade. 
Práticas 
Privatização e terceirização. 
Adequação das cidades aos cinco 
mercados (imobiliário, entretenimento, 
turismo, comércio internacional e 
financeiro). 
Substituição de planos diretores por planos 
estratégicos. 
Participação em concursos e eventos 
competitivos para atração de capital 
estrangeiro. 
Visibilidade em grandes eventos 
internacionais em detrimento da 
cooperação nos espaços cooperativos 
locais/regionais. 
Discurso da crise econômica para legitimar 
modelos de baixa proteção social. 
Incentivo às iniciativas sociais, políticas e 
econômicas fundamentadas na experiência 
local. 
Pluralidade de políticas públicas para 
desenvolvimento local. 
Proteção social. 
Adequação da cidade ao desenvolvimento de 
economias locais sustentáveis. 
Complementariedade de produção. 
Fomento à cooperação descentralizada. 
Proteção sociocultural em sua pluralidade. 
Compreensão de que crises econômicas não 
necessariamente advêm ou serão solucionadas 
só a partir da gestão local. 
Cidades 
praticantes Barcelona, Milwaukee, Rio de Janeiro. Foz do Iguaçu, Nova Déli, Porto Alegre. 
Fonte: Mercher et al. (2018). 
A partir da compreensão de que nas grandes cidades brasileiras predominam as práticas neoliberais 
de gestão urbana – o desenvolvimento social (e ambiental) advém do sucesso da administração financeira 
e do sucesso econômico –, é possível compreender o desafio em observar modelos de nações em 
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desenvolvimento. Com raros casos, como os teleféricos de Bogotá, replicados na cidade do Rio de Janeiro, 
as cidades brasileiras poderiam observar e avaliar boas práticas indianas. 
Dessa forma, o presente artigo analisará experiências locais indianas e suas possibilidades de difusão 
entre cidades de países em desenvolvimento – e não necessariamente uma análise de caso de difusão já 
realizado, mas sim seu potencial. A relevância desse tipo de pesquisa e de tratamento dos dados encontra-se 
na busca por soluções em realidades semelhantes às brasileiras que são pouco observadas, como os 
dados mais adiante dos think tanks2 brasileiros irão apontar. 
Enquanto difusão, é utilizado o conceito de Acharya (2004), que seria a capacidade de ideias se 
espalharem e mudarem o comportamento e o futuro dos agentes internacionais. Reconhece-se que 
existem mais pesquisadores sobre o tema difusão em outras áreas, como (Stone, 2012), com “Transfer 
and Translation of Policy”, e Pereira et al. (2018), com “A governança facilitada no Mercosul: 
transferência de políticas e integração nas áreas de educação, migração e saúde”, mas foram aplicados os 
preceitos de Acharya por se enquadrarem melhor em um recorte de problemática internacional mais 
construtivista e pós-colonialista de localização na Ásia. 
A partir do processo de localização (localization) de Acharya (2004), a difusão de ideias passa a ser 
compreendida como dependente da sensibilidade e da disponibilidade dos agentes (no caso, as cidades 
brasileiras) em descobri-las. Mas, para isso, seria preciso ter o acesso às ideias, o que poderia, em uma 
percepção mais normativa, materializar-se em normas, regimes, organismos internacionais e think tanks. 
Os estudos de Acharya, bem como o de Sánchez (2001), demonstram a importância de se estudar práticas 
locais fora da própria realidade para que se possa entender o cenário internacional e diversificar a busca 
por boas práticas. Ao se limitar apenas aos estudos sobre processos de difusão já ocorridos, pode-se cair 
em textos descritivos que reforçariam a relação colonizador e colonizado, especialmente, como aponta 
Sánchez (2001), se, em sua maior parte, as boas práticas advêm de cidades desenvolvidas para atender 
aos mercados globais de cidades. 
Por isso, a presente pesquisa busca valorizar experiências de gestão pública sob a ótica pós-colonialista: 
buscar soluções aos desafios brasileiros e boas práticas em ex-colônias em desenvolvimento, muito mais 
do que analisar agentes difusores e seus processos. Por isso, é preciso promover a divulgação de boas 
práticas que fogem do eixo de mercado de cidades, como critica Sánchez (2001), tornando este artigo 
como veículo de difusão. Com essa orientação teórica, serão vistas, a seguir, algumas boas práticas de 
gestão local indianas para que, ao final, seja levantada a crítica à lacuna dos think tanks brasileiros 
enquanto possíveis meios de difusão dessas ideias (e práticas) no Brasil. 
Algumas experiências indianas na gestão urbana no âmbito socioambiental 
Em cidades grandes, como as indianas e brasileiras, problemas comuns podem resultar em análises 
comparadas e trocas de experiências de boas práticas. Práticas, como as políticas públicas e as iniciativas 
da sociedade civil organizada, surgem para responder a questões locais em realidades de alta densidade 
demográfica e baixa distribuição de renda e recursos, por exemplo, as questões advindas de favelização, 
transportes, segurança pública e alimentar, poluição e gênero. Na presente seção, faz-se uma exposição 
de algumas práticas indianas que dialogam com desafios muito semelhantes ao Rio de Janeiro e a São 
Paulo. Em busca de fontes de boas práticas indianas (a partir de desafios comuns entre as realidades 
indiana e brasileira), é possível encontrar alguns resultados já realizados, como o projeto SETUP (2009) 
(Social Exclusion, Territories and Urban Policies: a comparision between India and Brazil). 
 
2 Think tank, também conhecido como grupo de conhecimento ou fábrica de ideias, seria uma instituição, como 
universidades e ONGs, que produz conhecimento sobre a realidade e difunde suas ideias e seus valores para os demais 
agentes praticarem. Por exemplo, o CEBRI, enquanto instituição de pesquisa em Relações Internacionais que se 
autodenomina um think tank, produziria publicações e seminários que se difundiriam em outras instituições de 
conhecimento e de gestão pública, orientando as práticasdos gestores públicos, desde prefeitos até diplomatas e 
chefes de Estados. 
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Desenvolvido por diversos pesquisadores de instituições ao redor do mundo, sendo liderado pela 
professora antropóloga Marie Caroline Saglio Yatzimirsky (Instituto National des Langues et Civilisation 
Orientales, Paris, França), o projeto Setup trouxe análises comparadas entre Brasil e Índia no que se 
refere ao crescimento e aos desafios das cidades. Em observações sobre o desenvolvimento das cidades 
indianas, especialmente no que tange à favelização, a pesquisadora, com a demógrafa Véronique Dupont 
(Universidade Paris 1), estabeleceu a seguinte observação: 
A população das terras ocupadas pelos posseiros em Delhi foi contida numa proporção muito menor 
do que em Mumbai. A capital do país demonstra, de certo modo, uma tolerância menor em relação 
às favelas. Em Mumbai, até os anos 1980, o Estado atuou principalmente como fornecedor de 
habitações por meio da urbanização básica, no que se refere às favelas notificadas. Em Delhi, o 
reassentamento sem habitação prevaleceu. Desde os anos 1990, as autoridades de Mumbai 
mudaram seu papel e tornaram-se facilitadores, habilitando outros parceiros privados 
(construtores e promotores) e ONG a desempenhar um papel maior na execução de programas 
relacionados com favelas. Os atores privados em Mumbai desempenham uma parte que eles não 
possuem em Delhi, onde o setor público é muito mais significativo (como proprietário de terra e 
tomador de decisão). Além disso, Delhi é a sede do governo da União e da Suprema Corte, enquanto 
em Mumbai, a intervenção de órgãos internacionais (especialmente o Banco Mundial) também é 
importante para explicar a elaboração de políticas. De um modo geral, parece que o processo de 
tomada de decisão em Mumbai é compartilhado – ou pelo menos influenciado – por atores em 
número mais variado do que em Delhi; essa configuração, contudo, facilita a interferência de 
interesses privados, bem como a da corrupção (Dupont & Saglio-Yatzimirsky, 2009, p. 298). 
Fica claro que o modelo implementado em Mumbai a partir dos anos 1990 é o neoliberal de 
desenvolvimento (Quadro 1), em que, por meio da cooperação, diversos agentes privados assumem para 
si uma responsabilidade dos governos e das instituições públicas. Como as autoras mencionam, a menor 
presença do governo em Mumbai pode ser uma das variáveis explicativas para a elevação da favelização 
e da corrupção. A corrupção, tanto na Índia como no Brasil, acaba por dificultar a realização e a finalização 
de muitas práticas públicas. De acordo com a Transparência Internacional (Figura 5), Brasil e Índia estão 
muito próximos em suas posições de percepções sobre a corrupção existente em seus governos e suas 
sociedades. Mas, ainda nesse cenário, é possível identificar práticas de fácil replicabilidade e de bons 
resultados para outras realidades em desenvolvimento no mundo – o que reforça a ação cooperativa, e 
não apenas autônoma e competitiva, das cidades. 
Experiências indianas com traços do padrão mais cooperativo e de responsabilidade social podem ser 
vistas no relatório “Good Pratices: resouce book 2015” (PNUD & Government of India, 2015). Nesse 
documento, existe o registro das principais boas práticas realizadas na Índia, em natureza mista de 
práticas neoliberais e cooperativas, que receberam reconhecimento internacional (Sistema ONU), como: 
o projeto SAFAR (System of Air Quality Forecasting and Research in metropolitan cities) em Déli e 
Mumbai; o projeto Dilli Annashree Yojna: Food Security for the vulnerable in Delhi; a restauração do Lago 
Kaikondrahalli em Karnataka (Bangalore); o projeto KIDROP (Karnataka Internet Assisted Diagnosis of 
Retinopathy of Prematurity) em Bangalore, entre outros. 
Sobre o projeto SAFAR, que buscava melhorar a qualidade do ar nas regiões metropolitanas, como em 
Déli, é uma iniciativa do governo nacional da Índia que criou um órgão para acompanhar indicadores de 
qualidade do ar nas regiões metropolitanas e das mudanças climáticas, como possíveis desastres naturais 
(em análises de 48 até 72 horas). Com acesso por universidades, hospitais e outras instituições locais, 
possibilitava aos atletas e aos médicos e outros profissionais da saúde e segurança pública, por exemplo, 
criar planos e práticas para combater e amenizar doenças respiratórias e planos de contenção (PNUD & 
Government of India, 2015, p. 95). 
Inicialmente aplicado nas Regiões Metropolitanas de Pune e Déli, o SAFAR também foi estendido à 
Região Metropolitana de Mumbai. O projeto foi reconhecido pela Organização Meteorológica Mundial 
(WMO) como uma boa prática e replicado em diversas outras regiões, não apenas por trazer indicadores, 
mas também por conseguir prever e divulgar suas informações de forma simples e acessível à população 
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(PNUD & Government of India, 2015, p. 95). As informações técnicas do sistema alimentam diversos 
canais de avisos de acordo com o público, variando de hospitais até espaços públicos (Figura 6). 
A medição de poluição, radioatividade, raios UV e clima passa a orientar as práticas dos cidadãos, o que 
pode contribuir muito para regiões para além da Índia. 
 
Figura 6 - Disposição do SAFAR ao público. Fonte: WMO (2019). 
A replicabilidade do projeto SAFAR, segundo o próprio projeto, exige a participação da população 
local, dos governos e das instituições para contribuir com a compreensão das informações 
(conscientização populacional sobre os riscos de altos índices de UV e poluição e o que fazer nesses 
momentos). Como os custos são baixos em relação ao alto alcance da população, consegue, por utilizar 
diversos meios, superar informativos em jornais ou canais de televisão. Disponíveis em painéis 
eletrônicos em vias públicas, sites diversos, aplicativos para celulares e centrais telefônicas, dialoga com 
a alta densidade urbana e com os variados públicos da região, além de elementos visuais de fácil 
compreensão (cores e símbolos para os cidadãos não leitores do inglês). Cidades que já possuem redes 
de sinais de trânsito e painéis eletrônicos informativos (como sobre fluxos de trânsito), por exemplo, 
facilmente aplicariam o projeto em suas áreas urbanas. 
Já o projeto Dilli Annashree Yojna (DAY), que visa segurança alimentar de famílias em risco social 
(vulneráveis, segundo o DAY), tem como principal foco a distribuição de ajuda às mulheres mais velhas 
das comunidades (Figura 7). Realizado em Déli, o projeto DAY busca preencher lacunas de moradores 
que não são beneficiados pelos programas de seguro social indiano. Como a migração para Déli é alta, a 
favelização aumenta, então diversas famílias acabam sem a documentação adequada para se inscrever 
nos programas do governo ou possuem um nível baixo de alfabetização, dificultando os trâmites 
burocráticos. Para atender a esses cidadãos, o projeto DAY distribui valores em contas cidadãs para gasto 
com grãos e açúcar diretamente aos indivíduos identificados (DBT – Direct Benefits Transfer) por meio 
de uma rede de agentes governamentais (como o Departamento Alimentar e a Autoridade de 
Identificação Única da Índia), empresariais (como bancos parceiros) e sociais (representações de gênero 
locais e as próprias mulheres beneficiadas, como idosas, mulheres transexuais e viúvas). O processo 
funciona pela identificação preferencial de mulheres idosas em famílias de alta vulnerabilidade social, 
seu cadastro direto nos centros de pesquisa de gênero locais e a distribuição dos recursos para alimentos. 
Inicialmente as listas (identificação dos vulneráveis) foram feitas de porta em porta por órgãos de Déli 
(The Mission Convergence of the Government of the National Capital Territory of Delhi - GNCTD) e 
organizações não governamentais em 2008 e 2010, com base em três critérios:vulnerabilidade de 
localização (como famílias sem abrigo ou em residências precárias), vulnerabilidade social (idade, sexo, 
grupos estigmatizados, dificuldades físicas, órfãos etc.) e vulnerabilidade ocupacional (empregos 
arriscados ao físico e à mente, domésticos, estigmatizados e precários). O projeto já ultrapassou mais de 
mil beneficiados (PNUD & Government of India, 2015, p. 125) 
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Figura 7 - Entrega comemorativa do auxílio DAY em 2013. Fonte: India Today (2013). 
O grande desafio de identificar, cadastrar e transferir o auxílio estava em não identificar endereços, 
visto que muitas dessas mulheres moravam nas ruas ou em favelas com suas famílias, sem numerações 
oficiais. Além disso, a grande maioria não possuía contas bancárias, e, para superar ambos os desafios, o 
trabalho em rede entre o governo local, as instituições nacionais de identificação, os bancos parceiros e 
os Centros Regionais de Gênero (GRC) acompanhavam os atendidos constantemente, inclusive ao abrir 
as contas bancárias. A presença de mulheres mais velhas como parte desses centros da própria localidade 
facilitou a descentralização das práticas e aumentou a eficiência do projeto, penetrando em malhas 
sociais nas quais o Estado tinha dificuldades de se fazer presente. 
Dessa forma, a prática assegura o direito a minorias e indivíduos vulneráveis, como nas questões de 
gênero (expectativa de vida, violência sexual, preconceitos etc.), tão comuns em muitas outras partes do 
mundo (PNUD & Government of India, 2015). Nesse projeto, a ideia central de trabalho em conjunto com 
a própria população local em áreas de risco social facilita a penetração de políticas públicas, 
especialmente quando as ferramentas institucionais não conseguem se fazer funcionar, por exemplo, ao 
não identificar os habitantes em favelas para registro ou repasse do auxílio. 
A ação em redes de múltiplos agentes também pode ser vista em outros exemplos, como na 
restauração do Lago Kaikondrahalli, em Karnataka (cidade de Bangalore). Também reconhecido pelo 
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) como boa prática, a despoluição do lago 
foi resultante da ação coletiva entre governo e moradores locais. Tendo começado a secar em 2003 por 
bloqueios de construções urbanas e lixo ao seu redor (Figura 8) e ter se tornado um polo de malária em 
2007 (Nagendra, 2016), o lago sensibilizou a população local e as autoridades governamentais. 
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Figura 8 - Assoreamento e poluição do Lago Kaikondrahalli. Fonte: Nagendra (2016). 
Contudo, projetos anteriores em outros lagos da cidade de Bangalore foram frustrados por denúncias 
de corrupção, o que dificultava novas iniciativas semelhantes para recuperar o Lago Kaikondrahalli. Mas 
a situação crítica de saúde e ambiental fez com que o governo cercasse a área para impedir a sua 
degradação e, posteriormente, investisse em infraestrutura e apoiasse as iniciativas dos moradores. 
Segundo o PNUD, a contribuição desse caso é a coordenação entre governo local e a fiscalização e o uso 
consciente da população (PNUD & Government of India, 2015). Depois das iniciativas populares, como a 
produção de documentários e limpeza do entorno, o governo decidiu contribuir com apoio ao 
“rejuvenescimento” do lago (Figura 9). Ao final dos anos 2000, agências governamentais passaram a 
fiscalizar a área, limpar o lago e conscientizar a população local para o uso recreativo do local. 
A recuperação da fauna e da flora bem como a conscientização da população contribuíram para a sua 
recuperação gradual. A constante realização de eventos populares na região também serve para a 
apropriação e a monitoria da cidade e dos moradores locais de um patrimônio de todos. 
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Figura 9 - Recuperação do Lago Kaikondrahalli. Fonte: Nagendra (2016). 
No caso do lago, entretanto, os esgotos clandestinos dos condomínios de prédios residenciais podem 
retroceder a conquista (PNUD & Government of India, 2015). Por isso, o presente caso demonstra que 
muitas das 651 iniciativas, por maior sucesso que possam obter, precisam de ações constantes, mas nem 
sempre apenas do poder público, mas da própria população local. Nesse caso, a conscientização da 
população contribui para a fiscalização e a boa utilização da região, diminuindo custos de constantes 
intervenções públicas, como nos surtos de malária. 
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Por fim, a última boa prática indiana reconhecida internacionalmente é o projeto KIDROP (Karnataka 
Internet Assisted Diagnosis of Retinopathy of Prematurity), também em Bangalore, em que investimentos 
em tecnologia e treinamento de profissionais possibilitaram a diminuição da perda de visão em nascidos 
prematuramente. Iniciou em 2009 como um programa universitário que atendeu, até 2015, mais de 
17.800 crianças na região de Karnataka. O projeto é uma parceria mista entre o governo de Karnataka 
(Bangalore), o Ministério da Saúde, a Missão Nacional Rural (governo indiano), o Instituto de 
Oftalmologia Narayana de Pós-Graduação (universidade) e a i2i TeleSolutions (empresa). Utilizando 
celulares e redes de internet móvel, é possível, com os aplicativos desenvolvidos, concluir exames 
oftálmicos em crianças recém-nascidas na região. 
Por ser simples e de fácil replicabilidade, o governo indiano e o PNUD incentivam sua popularização, 
especialmente em regiões onde famílias não possuem acesso ao acompanhamento pré-natal e aos 
primeiros meses de nascimento da criança em redes públicas de saúde (PNUD & Government of India, 
2015). Como uma ação da saúde, da mesma maneira que as demais mencionadas em questões ambientais, 
sociais e climáticas, as iniciativas locais indianas reconhecidas por organismos internacionais também 
podem ser fonte de difusão de ideias para as práticas locais de outras cidades ao redor do mundo. 
Dessa forma, as iniciativas indianas aqui apontadas reproduzem alguns dos anseios de cidades 
brasileiras em superar desafios semelhantes na esfera socioambiental. Questões, como a poluição do ar 
em São Paulo, a poluição lagunar no Rio de Janeiro, a dificuldade das políticas públicas de penetrar nos 
bairros mais periféricos, associam-se aos exemplos indianos aqui escolhidos a partir do relatório do 
PNUD 2015 sobre as boas práticas indianas. Todavia, o fato de se assemelharem em desafios não significa 
que as cidades brasileiras estão em contato com essas experiências indianas, muito menos que esses 
exemplos possuem ampla divulgação no Brasil. 
Desafios da difusão indiana às grandes cidades brasileiras 
A Índia possui práticas locais que são reconhecidas como soluções positivas pelo Sistema ONU. Sua 
realidade de problemas, assim como nas cidades em desenvolvimento ao redor do mundo, também 
facilitaria a proximidade de desafios e soluções encontradas possíveis de maiores êxitos. Rio de Janeiro e 
São Paulo possuem índices semelhantes de favelização, desafios ambientais e de corrupção e 
enfraquecimento diante dos grandes desafios que surgem com a globalização na esfera local. Somam-se 
ao aumento da densidade demográfica a desigualdade social e a possível corrupção de seus dirigentes. 
A corrupção como interferência se agrava e impede o desenvolvimento de uma nação, bem como 
interfere diretamente no bem-estar e na economia local (Campos & Pereira, 2016). Por isso, pela via dos 
problemas, cidades brasileiras e indianas se aproximam em anseios. As tentativas de despoluição da 
Lagoa da Barra no Rio de Janeiro (Figura 10) e do Lago Kaikondrahalli (Bangalore), a popularização de 
avisos de poluição à população, a distribuição de renda e as tentativas deacompanhamento médico em 
periferias de famílias ausentes na rede pública comum reforçam essa hipótese. 
Os problemas aproximam as realidades, muito mais do que distâncias geográficas ou de formação 
cultural. Ao se observar teóricos pós-colonialistas das Relações Internacionais, como Krishna (2009), as 
nações em desenvolvimento se assemelham e se colocam mais próximas em desafios locais e 
internacionais do que com as nações colonizadoras. Brasil e Índia passam a ter maior proximidade em 
desafios que superariam as distâncias culturais e geográficas, exigindo maior olhar entre as experiências 
positivas de gestão. Porém, a difusão dos modelos indianos no Brasil possui caminhos limitados ao 
contato entre cidades e suas respectivas trocas. Mais tradicionalmente, seria possível contar com a 
relação direta entre cidades brasileiras e indianas, o que não se vê nos registros municipais brasileiros 
das grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo. Já um outro caminho institucional mais fácil para 
essas difusões e trocas seriam as redes internacionais de cidades, como a Cidades e Governos Locais 
Unidos (CGLU). 
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Figura 10 - Poluição na Lagoa da Tijuca no Rio de Janeiro e poluição do ar em São Paulo. Fontes: (Esq.) 
O Globo (2017) e (Dir.) Escobar (2014). 
Na CGLU, contudo, ao observar os grupos de trabalhos, em um primeiro momento, não é possível 
identificar trocas e relações diretas entre cidades brasileiras e indianas, ainda que muitas façam parte 
dos grupos de trabalho da Agenda 21. A difusão, no entanto, pode ocorrer pelo simples fato das 
apresentações desses exemplos, como ocorre no material de divulgação do PNUD aos Estados-membros 
do Sistema ONU. Mas entre os governos nacionais receberem (como pela ONU ou pelo BRICS) e 
repassarem aos governos locais existe uma distância considerável que pode criar um hiato à difusão de 
boas práticas, especialmente no caso brasileiro, que tende a olhar para exemplos europeus conforme os 
acordos bilaterais e multilaterais presentes nos órgãos internacionais das cidades do Rio de Janeiro e de 
São Paulo. 
Todavia, a relação entre Brasil e Índia, por meio das aproximações do BRICS, pode se tornar um canal 
viável à cooperação de governos locais para o desenvolvimento. Mas, assim como realidades próximas, 
Índia e Brasil também compartilham variáveis negativas já mencionadas, por exemplo, corrupção, pouco 
recurso financeiro para determinados setores de políticas públicas e ausência do governo em muitas 
regiões, como nas favelas. Segundo Dupont & Saglio Yatzimirsky (2009), as dificuldades dos modelos 
neoliberais e da globalização aumentam os desafios sociais, ambientais e econômicos nas cidades 
indianas e brasileiras. Sassen (2011) também aponta para essa situação, pois, à medida que as grandes 
cidades globais surgem, as grandes favelas globais também. Os modelos de práticas neoliberais 
acentuaram as desigualdades, e hoje os governos locais em regiões em desenvolvimento demandam 
auxílio de cooperação com as sociedades locais e o capital privado. Conforme já mencionado, cidades em 
desenvolvimento tendem a olhar para cidades já desenvolvidas e se inserem em uma tentativa exaustiva 
em acompanhar ritmos e a perseguir índices sem ter os mesmos recursos, ferramentas e realidades 
socioculturais. 
Produções locais, como as dos think tanks (grupos de conhecimento) em Relações Internacionais, 
também não dão muita evasão às práticas de gestão local em outras realidades. O CEBRI (Centro 
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Brasileiro de Relações Internacionais), por exemplo, não possui em suas publicações eixos voltados à 
cooperação entre cidades e políticas locais brasileiras e indianas. Já o think tank BRICS Policy Center 
(parceria entre a Prefeitura do Rio de Janeiro e a PUC-Rio) possui maior espaço de publicações e análises 
nas relações entre Brasil e Índia. É possível identificar algumas publicações relevantes que podem 
auxiliar nessa aproximação entre cidades de ambos os países, especialmente no BRICS-Urbe. 
Na publicação de 2011 denominada “Transformações políticas e urbanização na Índia: possibilidades 
e desafios” (BRICS Policy Center), pode-se ver um estudo sobre o crescimento urbano indiano e a relação 
social com castas, bem como outros temas locais que facilitam a compreensão brasileira das dinâmicas 
indianas e diminuem a distância psíquica3 entre gestores brasileiros quanto à realidade da Índia. Porém, 
apesar de ser um caminho possível para a difusão fora do eixo Brasil-Europa, apenas as publicações 
encontradas sobre a Índia não seriam suficientes para difundir modelos. 
Em sua biblioteca virtual, o BRICS Policy Center possui algumas publicações sobre o tema Índia, como 
cooperação para a criação do Banco do Desenvolvimento do BRICS, cooperação no regime de propriedade 
intelectual, Índia e governança global para o clima, desenvolvimento sustentável na Rio+20 e processos 
de corrupção nos respectivos países mais África do Sul. Por isso, é possível dizer que, em uma observação 
breve, existe uma baixa produção dos think tanks (CEBRI e BRICS Policy Center) sobre práticas locais 
indianas e suas políticas públicas. 
Ainda no caso dos think tanks, existe o relato das atividades do Practical Cooperation and Mutual 
Benefit, entre prefeitos das cidades de São Petersburgo, Mumbai, Rio de Janeiro e Qingdao em 2008. Mas, 
apesar da iniciativa de se abrir um canal entre as quatro cidades do BRICS, de concreto ocorreu a 
inauguração de uma praça da amizade (Praça das Cidades Parceiras BRIC em Huangdao) e trocas de 
experiências em apoio à indústria e ao setor privado, especialmente entre Rio de Janeiro e Qingdao no 
setor petrolífero e de oceano (Souza & Werneck, 2011). 
Trocas efetivas em políticas públicas de desenvolvimento humano, em um caminho mais cooperativo 
de práticas, não foram percebidas. Apenas trocas para fortalecer indústrias e comércios, como o turismo 
entre as cidades. Seria possível até olhar para outros think tanks, como os de gestão urbana, mas, ao 
limitar a área das Relações Internacionais aos estudos e às possibilidades de divulgação no Brasil de 
modelos internacionais de desenvolvimento local advindos do eixo sul-sul, como da Índia, são quase 
inexistentes aos internacionalistas que pesquisam e praticam a gestão urbana nas secretarias e 
coordenadorias municipais das grandes cidades (como a CRI no Rio de Janeiro). 
Com isso, as cidades brasileiras – e seus gestores – perdem oportunidades de ter maior contato com 
experiências e boas práticas que se colocam como alternativas aos modelos europeus e de outras regiões 
desenvolvidas. Desafios socioeconômicos e demográficos distintos da realidade das nações 
desenvolvidas (que é o caso no Brasil) demandam possibilidades em contextos semelhantes. Entretanto, 
nem sempre os canais de estudos urbanos em Relações Internacionais, como os think tanks brasileiros 
CEBRI e BRICS Policy Center, estão em pleno funcionamento para motivar a difusão de boas práticas das 
grandes cidades no eixo sul-sul. 
Considerações finais 
O objetivo do presente artigo foi justificar o recorte de análise que defende o olhar para as boas 
práticas indianas em relação à gestão urbana e às medidas socioambientais das cidades brasileiras. 
A natureza semelhante nas esferas social, ambiental e política favorece e estimula mais análises 
comparadas entre as duas realidades. Com o advento do BRICS e de outras ferramentas de cooperação, 
 
3 Muito comum nos estudos sobre internacionalização de empresas, o termo distância psíquica seria o grau de 
conhecimento que um indivíduo teria de outras comunidades culturalmente distantes. Quanto maior o grau de 
conhecimento, menor é a distância psíquica e maior a probabilidade de se aproximarem e cooperarem.Segundo 
Figueiredo (2008, p. 3): “Para Fletcher e Bohn (1998, p. 49), ‘a distância psíquica é questão de percepção – é uma 
distância na mente dos indivíduos e a distância percebida depende da maneira como os indivíduos veem o mundo’”. 
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Brasil e Índia podem exercitar trocas positivas na solução e na superação de desafios comuns e 
semelhantes. Entretanto, como a própria pesquisa levanta, os mecanismos de diálogo, ao menos no 
campo das Relações Internacionais, ainda estão limitados às práticas nacionais – não tendo tanto espaço 
para as experiências subnacionais. Para que tal difusão possa ocorrer, é preciso rever os canais de 
comunicação que se mostram pouco abertos à relação das grandes cidades brasileiras e indianas, como 
os governamentais (BRICS, CGLU etc.) e os think tanks (grupos de conhecimento e suas publicações, por 
exemplo, o CEBRI e o BRICS Policy Center). 
As práticas indianas aqui apresentadas demonstram uma característica dos modelos neoliberais, que 
é a responsabilização compartilhada do desenvolvimento entre governo, empresas e sociedade civil. 
Contudo, essa realidade, conhecida como parceria público-privada (PPP), ocorre muito mais por uma 
insuficiência de recursos dos governos em desenvolvimento e pelos processos da globalização financeira, 
conforme apontados por Sassen (2011). Um exemplo de desafios externos que se colocam às cidades 
seriam os processos intensos de favelização de muitas cidades no mundo (Sassen, 2011). Por isso, 
iniciativas indianas defendidas pelo PNUD, em sua maioria, acabam por difundir valores neoliberais em 
razão da ausência de recursos dos governos responsáveis. Todavia, ainda é valido reconhecer que muitas 
práticas não são competitivas, ou seja, não buscam fortalecer unicamente a própria cidade que as elabora, 
podendo as boas práticas serem replicadas em diversas realidades. 
Nesse sentido, é possível dizer que, apesar de traços neoliberais, as boas práticas indianas também 
podem ter os valores cooperativos de desenvolvimento regional, de acordo com Mercher et al. (2018). 
Em uma possível relação sul-sul, as trocas de experiência podem superar desafios comuns, como as 
políticas de saúde, de gênero, ambientais e da informação. Deve-se ter em conta que a corrupção, 
apontada nas pesquisas do projeto SETUP (2009), também pode ser algo em comum em cidades em 
desenvolvimento que prejudica a cooperação e a aplicação de políticas públicas eficientes – e tanto a Índia 
como o Brasil possuem índices de corrupção relevantes que atrapalham a aplicação das boas práticas em 
suas regiões. Aproximações, como as PPP, podem ampliar processos de corrupção por trazer empresas 
(interesses privados) aos processos decisórios do interesse público, algo que os defensores dos modelos 
neoliberais ignorariam (Bresser-Pereira, 2009). Conclui-se defendendo que os estudos de gestão urbana 
podem fomentar o debate atual sobre possibilidades na gestão das grandes cidades brasileiras e seus 
desafios para além do eixo norte-sul. 
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Editor: Janaína Pasqual Lofhagen. 
Recebido: Jan. 10, 2019 
Aprovado: Fev. 20, 2019 
https://doi.org/10.1080/01442872.2012.695933
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