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Sociometrias territoriais de participação cidadã mapas de Kernel como ferramenta de apoio ao planejamento estratégico municipal

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Artigo Científico DOI: 10.1590/2175-3369.012.e20190249 
 
PCS é doutor em Antropologia, agregado em Sociologia, e-mail: pseixas@iscsp.ulisboa.pt 
LB é licenciado em Geografia, doutorando em Geografia e Planeamento Territorial, mestre em Gestão do Território, 
e- mail: luisbap@gmail.com 
RCD é licenciado em Sociologia, doutorando em Administração Pública, mestre em Sociologia, e-mail: rdias@iscsp.ulisboa.pt 
urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana, 2020, 12, e20190249 1/24 
Sociometrias territoriais de participação 
cidadã: mapas de Kernel como 
ferramenta de apoio ao planejamento 
estratégico municipal1 
Territorial sociometries of citizen participation: Kernel maps as a support tool for 
municipal strategic planning 
Paulo Castro Seixas[a] , Luís Baptista[a] , Ricardo Cunha Dias[a]  
[a] Universidade de Lisboa (UL), Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), Lisboa, Portugal 
Como citar: Seixas, P. C., Baptista, L., & Dias, R. C. (2020). Sociometrias territoriais de participação cidadã: mapas de Kernel 
como ferramenta de apoio ao planejamento estratégico municipal. urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana, 12, 
e20190249. https://doi.org/10.1590/2175-3369.012.e20190249 
Resumo 
Partindo do pressuposto da necessidade de participação cidadã para um planejamento estratégico 
municipal mais efetivo, este artigo analisa a perceção e participação dos jovens na construção de 
sociometrias territoriais como novos mapas sociais. A pesquisa centra-se no concelho de Cascais como 
estudo de caso, recorrendo a um formulário espacial de Participação Pública com Sistema de Informação 
Geográfica (PPSIG) para explorar mobilidades, topofilias, topofobias, toponegligências e propostas de 
mudança. Para além de propor e evidenciar a aplicação de mapas de Kernel como instrumento de PPSIG, 
esta pesquisa corporizou os desafios que ainda se colocam à utilização destas ferramentas na passagem 
para Planos Diretores Municipais de 3ª geração em Portugal. 
Palavras-chave: Planejamento participativo. Sociometrias territoriais. Mapas de Kernel. PPSIG. 
Abstract 
Based on the assumption of the need for citizen participation for a more effective municipal strategic 
planning, this paper analyzes the perception and participation of young people in the construction of 
territorial sociometries as new social maps. The research focuses on the municipality of Cascais as a case 
study, through a spatial form of Public Participation with Geographic Information System (PPGIS) to 
explore mobility, topophilia, topophobia, toponegligences and proposals for change. In addition to 
proposing and highlighting the application of Kernel maps as a PPGIS instrument, this research embodied 
the challenges that still face the use of these tools in the transition to 3rd Generation Municipal Master 
Plans in Portugal. 
Keywords: Participatory planning. Territorial sociometries. Kernel maps. PPGIS. 
 
1Esta pesquisa é parte do projeto CRICity – AS CRIANÇAS E O SEU DIREITO À CIDADE – PTDC/SOC-SOC/30415/2017- financiado pela 
Fundação para a Ciência e a Tecnologia. 
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
https://orcid.org/0000-0001-9209-8188
https://orcid.org/0000-0002-3795-9130
http://orcid.org/0000-0002-3801-1851
Sociometrias territoriais de participação cidadã 
urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana, 2020, 12, e20190249 2/24 
Introdução 
Em Portugal, o planejamento do território foi recentemente alvo de uma reforma estrutural que 
decorreu da publicação da Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos, de Ordenamento do Território 
e de Urbanismo (Lei nº 31/2014, de 30 de maio), da entrada em vigor do novo Regime Jurídico dos 
Instrumentos de Gestão Territorial (Decreto-Lei nº 80/2015, de 14 de maio) e legislação complementar. 
Um dos instrumentos que deve ser revisto e ajustado a estas novas disposições é o Plano Diretor 
Municipal (PDM), tendo os municípios até julho de 2020 para o fazer (Lei nº 74/2017, de 16 de agosto) 
(Portugal, 2014, 2015, 2017). 
Neste quadro, há a oportunidade para entrar naquela que tem sido referida como ‘3ª geração de PDM’ 
(Lúcio & Rosa, 2004). Para isso, para além da densidade construtiva e do zonamento funcional 
(1ª geração); e de zonas de ativação/atratividade socioeconómica muito centrada no turismo e no talento 
(2ª geração), é necessária uma atenção centrada no ambiente e um verdadeiro plano sociocultural que 
requer ativar a cidadania pela participação de grupos territoriais específicos nas políticas públicas 
(3ª geração). 
Na literatura, uma nova geração de políticas territoriais tem sido discutida à luz de conceitos como 
‘governo aberto’, ‘governação integrada’ e ‘governança’, evidenciando a necessidade de uma governação 
mais participada, transparente e integrada que pode ser potenciada pelo uso das novas Tecnologias de 
Informação e Comunicação (TIC) em grande escala (Ferrão, 2010, 2014). De facto, é hoje cada vez mais 
comum os governos recorrerem a ferramentas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) de 
Participação Pública baseada na Internet (PPSIG), como formas de mapeamento interativo que 
aumentam a participação pública e tornam o planejamento mais informado (Brown & Kyttä, 2014; 
Babelon et al., 2017). 
Existem já alguns trabalhos que procuraram evidenciar o potencial e utilidade do mapeamento 
participativo em função de ferramentas SIG (Bunch et al., 2012; Atzmanstorfer et al., 2014; Silva et al., 
2017; Rzeszewski & Kotus, 2019). No entanto, a literatura está ainda atrasada perante a rápida aplicação 
prática de instrumentos de PPSIG (Babelon et al., 2017). Elaborada em parceria com a Vereação do 
Urbanismo e o Departamento de Planejamento Estratégico (DPE) da Câmara Municipal de Cascais (CMC), 
esta pesquisa pretende justamente contribuir para evidenciar tal aplicação. 
Dado que o planejamento implica pensar o futuro, foram considerados como sujeitos centrais nesta 
pesquisa os jovens deste município (alunos do Ensino Secundário). O objetivo foi explorar mobilidades, 
topofilias, topofobias, toponegligências e propostas, procurando-se atingir sociometrias territoriais em 
função de mapas de densidade de Kernel. Paralelamente procurou-se também discutir o potencial e os 
desafios à aplicação deste tipo de ferramentas no suporte à tomada de decisão e a um planejamento 
estratégico mais efetivo. 
O texto encontra-se organizado da seguinte forma. Uma primeira secção introduz a problemática da 
PPSIG no quadro da passagem de um planejamento formal para um planejamento participado, referindo 
alguns dos desafios já identificados pela literatura a essa transição. Numa segunda secção são 
apresentadas e justificadas as opções metodológicas, que funcionam também como um tutorial (passível 
de ser replicado por outras autarquias) da aplicação dos mapas de Kernel como instrumento de PPSIG. 
Segue-se uma secção de apresentação das sociometrias territoriais alcançadas e uma outra de discussão 
dos desafios sentidos na aplicação desta pesquisa. O texto termina fazendo uma síntese dos principais 
resultados e contributo da pesquisa. 
Enquadramento teórico 
Este texto tem como objeto de discussão teórica a utilização de instrumentos de PPSIG no apoio a um 
planejamento urbano e territorial mais efetivo. A problemática do planejamento participativo insere-se 
nos estudos da legibilidade urbana e das representações dos lugares que têm na Geografia Humanista o 
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seu suporte. Por oposição ao ‘espaço’ mensurável e objetivo, o ‘lugar’ traduz as ligações afetivas evocadas 
pela relação entre cultura e ambiente natural, criando novas paisagens que ganham forma na imaginação 
dos indivíduos (Tuan, 1979). Tais ligações podem ser adjetivadas em função dosconceitos de topofilia 
(apego/segurança ao lugar), topofobia (recusa/medo do lugar) e toponegligência (ausência de 
significado do lugar) (Tuan, 1990, 2013). 
Ao possuírem/adquirirem sentimentos sobre os lugares (sense of place), espera-se que os indivíduos 
adotem atitudes e ações, procurando mudanças nos seus espaços de vivências, participando nos 
processos decisórios e nos debates sobre as necessidades nesses lugares. Ao nível da elaboração dos 
PDM, tal participação implica, porém, conciliar capacidade técnica e conhecimento local. Isto significa que 
à tradicional ‘leitura técnica’ é necessário combinar uma ‘leitura comunitária’ condizente com a bagagem 
da população (Souza, 2004). Nesse sentido, tem sido alertada a necessidade de um ‘planejamento de 
gabinete’ (Souza, 2004) ser complementado por um ‘planejamento de terreno’ ou um ‘planejamento 
cultural’ que possibilite uma nova cultura de planejamento (Seixas, 2017), reformulando as metodologias 
existentes e aumentando a participação pública (Vaz & Pereira, 2010). 
Com o avanço das TIC, os instrumentos de PPSIG apresentam-se como facilitadores deste tipo de 
metodologias, disponibilizando ferramentas que permitem a criação de técnicas mais interativas, 
emancipatórias e colaborativas (Bugs & Reis, 2016). Ao desenvolvimento destas ferramentas, tem 
também sido associado o conceito de Smart Cities, assentando as suas estratégias de governança na 
inclusão tecnológica e dos cidadãos nos processos de tomada de decisão (Goodspeed, 2015). No entanto, 
a literatura evidencia que os projetos de Smart Cities estão ainda longe de uma ‘co-criação cidadã’ (Cohen, 
2015) idealizada para um planejamento integrado ao nível da cidade (Abadia et al., 2019). 
Assim, apesar do potencial atribuído aos instrumentos de PPSIG, os desafios a um planejamento 
participativo são ainda vários. O primeiro e talvez maior desafio é o de criar uma cultura de participação 
em que o planejamento deixe de ser uma relação entre técnicos (Souza, 2004; Seixas, 2017). No contexto 
português, foi já demonstrado que existe uma grande dificuldade em se passar de um planejamento 
codificado e pericial para um place-based (Ferreira & Seixas, 2017). Nesse quadro, a participação acaba 
muitas vezes por não passar de um mero apaziguamento/tokenismo (Arnstein, 1969). Um segundo 
desafio, mas ainda relacionado, é o da ‘participação autêntica’ (Ghilardi, 2001), implicando a 
corresponsabilização e a partilha de poderes. A esse nível, existem múltiplos constrangimentos, como o 
engajamento dos cidadãos; o desenvolvimento de interfaces persuasivas; a relevância atribuída por 
técnicos e políticos à participação pública; a capacidade dos cidadãos em participar; e as barreiras 
institucionais a essa participação (Bugs & Reis, 2016). 
Um outro desafio é a conciliação entre big e small data (Degbelo et al., 2016; Seixas et al., 2017). 
O planejamento urbano tende ainda muito a utilizar dados nos quais a perceção das pessoas é 
considerada de forma agregada, sendo reduzidos os casos em que há uma escuta ativa e personalizada. 
Um último desafio, transversal, é o da adequação dos dispositivos digitais a uma participação efetiva e a 
sua relação com outras metodologias. Combinar capacidade técnica e conhecimento local implica que os 
dados recolhidos possam ser objetivamente vertidos nos instrumentos de planejamento. Isso torna difícil 
a utilização de metodologias mais construtivistas (ex.: mapas mentais/cognitivos) e perpetua uma 
narrativa de participação baseada no potencial tecnológico sem que esse potencial, muitas vezes, se 
venha a realizar. 
Recorrendo a um instrumento de PPSIG, esta pesquisa utilizou mapas de Kernel para procurar verter 
uma pluralidade de experiências de lugar num quadro de perceção objetiva a uma escala de planejamento 
municipal. Para além de evidenciar a aplicação de uma metodologia de participação cidadã, este exercício 
foi útil para discutir alguns dos desafios acima enunciados no quadro da conciliação entre leituras 
participadas e ação técnica e política ao nível dos PDM. 
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Metodologia 
Tendo como objetivo a aplicação e discussão de uma metodologia de PPSIG na construção de mapas 
juvenis, a pesquisa implicou o envolvimento de 8 das 17 escolas, públicas e privadas, do concelho de 
Cascais (Figura 1). Trata-se de um conjunto diversificado de escolas selecionado em função de integrarem 
já um projeto de planejamento participado dinamizado pelo DPE-CMC. 
 
Figura 1 - Escolas participantes do projeto. Fonte: Elaboração própria. 
A pesquisa teve um caráter exploratório, sustentando-se numa abordagem mista, recorrendo-se à 
identificação de lugares vertidos num mapa de densidades mensuráveis. Com o número de jovens 
interrogados (106) e o número total de lugares identificados (562) não pretendia ter uma 
representatividade quantitativa, mas a saturação de respostas que permitisse uma forte probabilidade 
em relação às escolhas indicadas (Quadro 1). A amostra dos jovens foi selecionada do universo de alunos 
do Ensino Secundário, correspondendo a áreas de estudo diversas e a uma faixa etária entre os 16 e 
os 20 anos. 
Quadro 1 - Universo de pesquisa 
Universo Total Homens Mulheres 
Escolas 8 ∑ % ∑ % 
Inquiridos 106 40 38% 66 62% 
Respostas ativas 562 215 38% 347 62% 
Respostas eliminadas 20 12 60% 8 40% 
Fonte: Elaboração própria. 
Em relação ao modelo de análise, partimos de cinco conceitos-chave com base em Tuan (1990): 
mobilidades; topofilias, topofobias, toponegligências e propostas (Quadro 2). 
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Quadro 2 - Modelo de Análise 
Conceitos Dimensões Indicadores 
Mobilidades 
Mobilidade principal: fluxo 
casa-escola 
Meio de locomoção atual casa-escola e 
Meio de locomoção desejado casa-escola 
Mobilidades complementares: 
frequências 
Lugares que frequenta sozinho e com amigos 
(masculino/feminino) 
Lugares que frequenta com familiares 
(masculino/feminino) 
Topofilias Preferências de lugares Lugares de que gosta (masculino/feminino) 
Lugares de segurança Lugares em que se sente seguro (masculino e feminino) 
Topofobias 
Rejeições de lugares Lugares de que não gosta (masculino/feminino) 
Lugares inseguros Lugares em que se sente inseguro 
(masculino e feminino) 
Toponegligências Zonas não referidas como 
preferências ou como rejeições Zonas não referidas 
Propostas 
Propostas de mudanças em 
lugares rejeitados Mudanças nos lugares de que não gosta 
Propostas de mudanças em 
lugares inseguros Mudanças nos lugares de insegurança 
Fonte: Elaboração própria. 
Ao nível da mobilidade, as dimensões consideradas foram uma ‘mobilidade principal’ (fluxo casa-escola), 
uma vez que se trata de jovens em idade escolar; e uma ‘mobilidade complementar’ (lugares de frequência). 
Quanto às topofilias, foram considerados os ‘lugares de preferência’ (lugares de que gosta) e os ‘lugares de 
segurança’; enquanto na topofobia considerámos a ‘rejeição de lugares’ (lugares de que não gosta) e os 
‘lugares de insegurança’. A toponegligência é caracterizada pelas ‘zonas não referidas, nem como escolhas nem 
como rejeições’. Finalmente, em relação às propostas, consideraram-se as ‘mudanças em relação aos lugares 
rejeitados’, assim como as ‘mudanças em relação aos lugares inseguros’. 
A utilização do instrumento SIG incluiu um questionário com perguntas fechadas, dando origem aos 
mapas de Kernel, e abertas, dando origem à análise de conteúdo na base dos quadros apresentados. 
A recolha de dados foi feita junto das escolas, tendo sido criadas aplicações com recurso ao ArcGis Online 
e ao Web App Builder for ArcGIS para a administração do questionário. No sentido de conseguir isolar 
variáveis de análise sem a utilização de login de utilizador, foi criada uma aplicação por sexo (rapazes e 
raparigas) em cada escola, perfazendoum total de 16 aplicações para as 8 escolas em estudo. O acesso 
foi feito através de uma página web em que o utilizador acedeu à aplicação que correspondia à sua escola 
e ao seu sexo. 
Ao entrar na aplicação, foi apresentada a localização da escola em questão, centrada no mapa, 
pedindo-se ao utilizador para marcar pontos/locais que correspondiam a cada uma das 7 questões: 
morada (1); mobilidade (2); topofilias (2); e topofobias (2). Para auxiliar na localização, foram 
apresentados como background os ortofotomapas do concelho, com nomes de referência e uma caixa de 
pesquisa onde o utilizador podia procurar outros nomes (ruas, localidades ou referências). Ao marcar 
um novo ponto, o utilizador deveria responder às questões, incluindo as qualitativas associadas aos 
motivos das escolhas e/ou propostas. 
Para a análise dos dados, foram agregados todos os mapas referentes a cada questão, salvaguardando 
os campos pré-preenchidos com indicação da escola e do sexo. Sobre cada um deles foi executado um 
mapa de densidades de Kernel para uma grelha de saída de resolução de 100 metros, à qual foi dada uma 
transparência de 20%. Foram geradas nove (9) classes de visualização por intervalos naturais. Destas, 
foi excluída a primeira classe para permitir que cada mancha se individualizasse por si, não apresentando 
assim a classe de ligação, com menor valor de densidade e permitindo a visualização do mapa de base 
para uma mais fácil localização dos fenómenos. Após a eliminação da classe de valor mais baixo, estas 
foram reorganizadas para manter as 9 classes. O resultado apresenta manchas de cor que variam do azul 
para menor densidade de ocorrências, até aos vermelhos para maior densidade. Devido ao número de 
respostas e de forma a manter visível as áreas destacadas, o raio para determinação da proximidade entre 
ocorrências foi definido para 1000 metros. Na análise das localizações geradas em plataformas de 
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mapping, é necessário um controlo de qualidade eficaz, pois a precisão não é fácil de obter junto de um 
público não rotinado neste tipo de aplicações (Rzeszewski & Kotus, 2019). Não tendo sido possível 
garantir esse controlo de qualidade, a análise dos pontos inseridos foi feita de forma mais alargada, 
muitas das vezes agregando zonas (Zona Industrial, envolvente de…) em detrimento de uma localização 
mais fina e específica. 
A partir dos dados recolhidos foi possível apresentar uma sociometria territorial em que, antes de 
mais, são evidentes lugares-estrela ou lugares-centrais (de orientação positiva ou negativa); territórios 
de segundo nível ou lugares-secundários, porventura lugares de frequência grupal; e lugares/territórios 
negligenciados (zonas não escolhidas nem preteridas). Os lugares-estrela ou zonas-estrela foram 
identificados como aqueles em que a percentagem de resposta foi igual ou superior a 10%. Foi possível 
ainda caraterizar outras sociometrias territoriais específicas por relação a cada dimensão da 
operacionalização de conceitos, e tal será objeto de discussão da próxima secção. 
Apresentação dos dados 
Os resultados globais evidenciam, desde logo, que a taxa de resposta de orientação positiva (lugares 
de que gostas) é muito mais elevada do que a de orientação negativa (lugares de que não gostas). Ainda 
que com uma diferença menor, os lugares seguros também têm uma taxa de resposta superior à dos 
lugares inseguros (Quadro 3). Um outro aspeto a realçar é uma certa confluência na taxa de respostas 
entre os locais de que se gosta (topofilias) e as mobilidades complementares (lugares de frequência 
sozinho ou com amigos). 
Quadro 3 - Resultado global do inquérito 
Questões ∑ % Homens Mulheres Totais 
∑ % ∑ % 
Como vais para a escola 106 13,7% 40 38% 66 62% 100% 
Como gostavas de ir 106 13,7% 40 38% 66 62% 100% 
Locais de que gostas 122 15,8% 46 38% 76 62% 100% 
Locais de que não gostas 70 9% 36 51% 34 49% 100% 
Locais que frequentas sozinho ou com amigos 130 16,8% 44 34% 86 66% 100% 
Locais que frequentas com familiares 102 13,2% 35 34% 67 66% 100% 
Locais onde te sentes seguro 77 10% 29 38% 48 62% 100% 
Locais onde te sentes inseguro 61 7,9% 25 41% 36 59% 100% 
Totais 774 100% 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Em relação à variável sexo (Figura 2), é curioso que, apesar de haver mais raparigas a responder, 
parece ser muito mais difícil para estas referirem os ‘lugares de que não gostam’ do que para os rapazes. 
Enquanto para lugares de que gostam temos 76 respostas de raparigas, para lugares de que não gostam 
temos apenas 34 (30,9%). Nos rapazes, a diferença entre os lugares de que gostam e de que não gostam 
é menor (46 vs. 36), sendo que os lugares de que não gostam representam 43,9%. Tal discrepância 
implica levantar hipóteses de investigação sobre questões de género e território: a 
consciência/conhecimento territorial é função do género? A topofilia/topofobia é função do género e do 
conhecimento territorial? etc. 
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Figura 2 - Resultado global do inquérito (n.º de resposta/localizações. Fonte: Dados da pesquisa. 
Em relação à insegurança, poderíamos esperar que as raparigas tivessem um número de respostas 
superior à dos rapazes em relação a lugares de insegurança. Ora, não só as respostas em relação aos 
lugares em que as raparigas se sentem seguras é superior às dos lugares de insegurança, como a diferença 
entre raparigas e rapazes em relação aos lugares de insegurança é relativamente baixa. É possível que os 
rapazes arrisquem mais e que, por isso, tenham mais consciência dos lugares de insegurança. Mas poderá 
haver outras explicações. 
 
Figura 3 - Total de respostas (exceto local de residência). Fonte: Dados da pesquisa. 
O total de respostas da pesquisa (Figura 3) dá-nos, desde logo, uma sociometria territorial: as perguntas com 
maior taxa de resposta são “Locais que frequentas sozinho ou com amigos” e “Locais de que gostas”, 
evidenciando que tais perguntas são as que mais interessam aos inquiridos. Por outro lado, se atentarmos no 
mapa geral de densidades de Kernel atingido, temos claramente uma sociometria juvenil, ou seja, quais os 
lugares mais referidos (topofilias e topofobias) e as zonas não referidas (toponegligências). Todo o território de 
Cascais pode ser analisado em função dessas duas perceções-limite: uma forte intensidade de escolha 
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(cuja orientação pode ser tanto positiva como negativa, ou ambas); e zonas sem qualquer referência em termos 
de perceção do grupo. Para além disso, é também claro que a vivência deste grupo não se confina ao concelho, 
sendo referidos outros lugares/territórios-de-extensão (Parque dos Poetas, em Oeiras, ou a zona da Baixa-
Chiado, em Lisboa). 
Apesar de no mapa de Kernel se poderem identificar várias zonas com alta densidade de respostas 
(a vermelho), a verdade é que a única zona com mais de 10% de respostas é a Baía de Cascais. 
No Quadro 4 apresentam-se também os lugares ou zonas de segundo nível. 
Quadro 4 - Sociometria territorial básica 
QUESTÃO Total Local 
TODAS AS QUESTÕES 470 
Baía de Cascais – Zona-estrela ★ 
Cascais Shopping 
Praia de Carcavelos 
Envolvente ao Colégio Marista de Carcavelos 
Jardins do Casino Estoril 
Zona Industrial de Tires (McDonalds/Burguer King) 
Parque dos Poetas (Oeiras) 
Alto de Polima 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Mobilidades 
Nas mobilidades utilizaram-se duas dimensões de análise, considerando-se uma mobilidade central (fluxo 
casa-escola) e mobilidades complementares (lugares mais frequentados). Em relação ao fluxo casa-escola 
(Quadro 5), um dos resultados é que não só cerca de metade dos jovens inquiridos vai para a escola de carro 
(46,2%), como uma maioria gostaria de ir decarro (56%). Em relação aos transportes públicos (autocarro e 
comboio), 29,2% dos jovens inquiridos usam esses meios para fazer o percurso casa-escola, mas, quando 
interrogados sobre a mobilidade desejada, só 10,4% utilizariam os transportes públicos. 
Quadro 5 - Mobilidades (fluxo casa-escola real e desejado) 
Como vais para a escola Como gostavas de ir 
Não responde (1%) Não responde (1%) 
Carro (46,2%) 
Carro (67,3%) 
Bicicleta (14,3%) 
A pé (8,2%) 
Autocarro (6,1%) 
Outro (4%) 
Autocarro (23,6%) 
Carro (56%) 
Bicicleta (16%) 
Autocarro (12%) 
Comboio (8%) 
Microcar (4%) 
A pé (22%) 
A pé (39,1%) 
Carro (35%) 
Bicicleta (13%) 
Autocarro (9%) 
Mota (4,3%) 
Comboio (6%) 
Carro (66,7%) 
Comboio (17%) 
Bicicleta (17%) 
Bicicleta (2%) Carro (50%) 
Bicicleta (50%) 
Fonte: Dados da pesquisa. 
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Nas mobilidades suaves, só 12,3% dos jovens afirmam que gostariam de ir a pé para a escola, e 15% 
de bicicleta. Evidencia-se, assim, uma grande centralidade no carro e na dependência que os jovens têm 
em relação aos familiares na mobilidade casa-escola-casa. Tal resultado pode estar associado a vários 
fatores: a disponibilidade dos pais (quando são os pais os motoristas); a autonomia (quando são os 
próprios jovens quem conduz, uma vez que vários jovens têm mais de 18 anos); a rapidez; e o valor do 
estatuto social associado ao carro. Por outro lado, o valor da autonomia é evidenciado pelo facto de um 
jovem (certamente sem idade para carta) ter respondido que gostava de ir de microcar. É também preciso 
frisar que, apesar de só dois jovens irem de bicicleta para a escola, há 15% de jovens que gostariam de 
usar esse meio de transporte para o efeito. 
Em relação aos lugares mais frequentados (Figura 4 e Figura 5), estabeleceu-se uma diferença entre 
os frequentados apenas pelo sujeito ou em companhia de pares/amigos e os frequentados na companhia 
de familiares. 
 
Figura 4 - Mobilidades 1 – Locais que frequentas sozinho ou com amigos. Fonte: Dados da pesquisa. 
Na sociabilidade entre pares, há um lugar-estrela e uma zona-estrela: o Cascais Shopping e a Baía de 
Cascais. Há depois um número relativamente diminuto de lugares/zonas de segundo nível, 
eventualmente de frequência grupal. 
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Figura 5 - Mobilidades 2 – Locais que frequentas com familiares. Fonte: Dados da pesquisa. 
Quanto à sociabilidade com familiares, curiosamente o lugar-estrela e a zona-estrela repetem-se em 
relação à sociabilidade entre pares, ou seja, o Cascais Shopping e a Baía de Cascais (Quadro 6). 
Quadro 6 - Sociometria territorial de pares 
QUESTÃO Local 
LOCAIS DE FREQUÊNCIA 
SOZINHO/AMIGOS 
Cascais Shopping – Lugar-estrela ★ 
Baía de Cascais – Zona-estrela ★ 
Praia de Carcavelos 
Alto de Polima 
Zona Industrial Tires (McDonalds/Burguer King) 
Jardins Casino Estoril 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Pode-se, no entanto, construir duas sociometrias territoriais diferenciadas, ainda que haja lugares de 
sobreposição que interligam as duas sociometrias. Sozinhos ou com amigos, a circulação é feita em pontos 
de encontro localizados (Cascais Shopping, cadeias de fast-food, Baía de Cascais, jardins e praias) por 
serem espaços onde dá para estar com amigos e comer. A circulação com familiares segue o mesmo 
princípio (Quadro 7), mas por locais mais dispersos e com boa paisagem (sol, mar, natureza). 
Quadro 7 - Sociometrias territoriais de familiares 
QUESTÃO Local 
LOCAIS DE FREQUÊNCIA 
COM FAMILIARES 
Cascais Shopping – Lugar-estrela ★ 
Baía de Cascais – Zona-estrela ★ 
Zona Industrial Tires (McDonalds/Burguer King) 
Fonte: Dados da pesquisa. 
O convívio e o consumo são as razões que mais surgem para a frequência de determinados locais 
(Quadro 8), sendo o convívio mais relevante nos que se frequenta sozinho ou com amigos; e o consumo 
nos frequentados com familiares. Esta tendência é normal, pois os jovens, não tendo rendimentos 
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próprios, são muitas vezes acompanhados dos pais para a aquisição de produtos como vestuário. 
Em ambos os casos (amigos e familiares), a referência a razões genéricas surge em terceiro lugar. 
Quadro 8 - Razões para a frequência de lugares com amigos e familiares 
Lugares que frequenta só ou com amigos Lugares que frequenta com familiares 
Razões de frequência ∑ Razões de frequência ∑ 
Convívio/estar com amigos/ponto de 
encontro com amigos 24 Comer, compras e cinema 21 
Genérico: Gosto/é giro/é porreiro/gosto do 
ambiente/é agradável/bom ambiente/bonito 20 Passear com a família 15 
Compras/cinema/comer 17 
Genéricos: porque 
sim/gosto/giro/agradável/nice/ótimo local de 
convívio 
14 
Desporto/jogar à bola/Ténis/ver futebol 9 
Casa própria ou de familiares (avós, tios, irmãos) 
ou porque os familiares vivem lá ou por ser perto 
de casa. A casa como referência ou ponto de 
encontro 
11 
Praia/Piscina 8 Paisagem/espaços verdes/ vistas/bonito 8 
Espaços verdes/Boas vistas/paisagem/ar puro 
e sol 5 Ambiente familiar 7 
Casa/perto de casa/acessível 5 Porque os familiares gostam 4 
Escola 4 Desporto/ver futebol 3 
Lazer/diversão 4 Praia/mar/piscina 3 
A minha localidade/onde nasci/vou desde 
pequeno 3 Calmo/tranquilo/seguro 3 
Sossegado/tranquilo/seguro 3 Local de trabalho de familiares 2 
Outros 16 Outros 11 
Não responde 12 Não responde 0 
Total 130 Total 102 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Porém, surgem depois diferenças. Enquanto sozinho ou com amigos, as razões são o desporto, seguida 
de praia ou piscina e espaços verdes; já com familiares, os lugares são explicáveis em função de a casa 
própria ou de familiares se constituir como ponto de referência, seguindo-se razões associadas aos 
espaços verdes, ao facto dos familiares gostarem e o jovem os seguir e, só depois, o desporto e a praia. 
Os espaços calmos e tranquilos, assim como o local de trabalho de familiares, constituem também razões 
dos locais que se frequentam com familiares. 
Topofilias e topofobias 
Em relação às topofilias e topofobias, identificaram-se duas dimensões centrais: a 
preferência/rejeição e a (in)segurança. Em relação às preferências e rejeições, os mapas de Kernel 
(Figura 6 e Figura 7) evidenciam que os locais de preferência são mais preenchidos do que os das 
rejeições. Tal pode significar um maior consenso em relação às rejeições e uma maior individualização 
nas preferências. 
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Figura 6 - Topofilias 1 – Locais de que gostas. Fonte: Dados da pesquisa. 
 
Figura 7 - Topofobias 1 – Locais de que não gostas. Fonte: Dados da pesquisa. 
Os locais preferidos são aqueles por onde circulam com os amigos, onde conversam, praticam desporto, 
estão em esplanadas. Já os locais menos preferidos centram-se em grande parte nas escolas (geracional) e em 
zonas com pouca iluminação (interior de Cascais e Estoril). Na Zona Industrial de Trajouce queixam-se das 
pessoas que lá circulam, bem como a velocidade dos carros. Como veremos de seguida, na sociometria 
territorial de (in)segurança, as escolas são zonas de paradoxo: os jovens referem-nas como lugares de que 
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‘não gostam’, mas, ao mesmo tempo, como locais seguros. Consoante as dimensões em análise, as escolas são, 
assim, locais topofóbicos e topofílicos em simultâneo. 
Quadro 9 - Sociometrias territoriais de preferência (locais) 
Baía de Cascais – Zona-estrela ★ 
Praia de Carcavelos- Zona-estrela ★ 
Envolvente Colégio Marista Carcavelos 
Zona Industrial Tires (McDonalds/Burguer King) 
Jardins Casino Estoril 
Cascais Shopping 
Fonte:Dados da pesquisa. 
Quadro 10 - Sociometrias territoriais de rejeição (locais) 
Envolvente Colégio Marista Carcavelos – Zona-estrela ★ 
Jumbo/Cascais Villa/ Estação 
Zona Industrial de Trajouce 
Escola Frei Gonçalves de Azevedo 
Bairro da Torre 
Envolvente aos Salesianos do Estoril 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Em termos específicos de sociometrias territoriais, há que referir a diferença na quantidade de 
respostas: só cerca de 2/3 dos inquiridos responderam à questão relativa aos ‘locais de que não gostam’, 
podendo significar uma maior dificuldade em identificar lugares de rejeição. Quanto às preferências 
(Quadro 9), podem-se identificar duas zonas-estrela: a Baía de Cascais e a Praia de Carcavelos. Já em 
relação à sociometria territorial de rejeição (Quadro 10), a envolvente ao colégio Marista de Carcavelos 
é a única zona-estrela a surgir como zona de rejeição. No entanto, esta é também uma zona de preferência, 
sendo provável, por isso, que haja lugares de preferência e de rejeição na envolvente a esta escola que só 
uma análise mais aprofundada poderá caracterizar. 
As razões para não se gostar de um determinado lugar são várias (Quadro 11). ‘Confusão’ é um dos termos 
usados, mas é usado de forma generalista, tanto associado a barulho, como a ‘mau ambiente’ e a ‘drogas’. 
Quadro 11 - Razões para a preferência e rejeição de lugares (topofilia e topofobia de gosto) 
Lugares de que gostas Lugares de que não gostas 
Razões de preferência ∑ Razões de rejeição ∑ 
Convívio/socializar com amigos 19 
Frequência do espaço: em geral (mau ambiente/ mal 
frequentado); e particular (maconheiros; moradores 
ilegais; carteiristas; ciganos) 
26 
Genérico: porque sim/ fixe/ agradável/ 
bom ambiente/ 18 
Problemas urbanísticos vários: escuro; sujidade; má 
utilização de espaços; edifício antigo; Zona morta/ 
vazia/ sem nada; bomba de gasolina ao pé de uma 
escola; trânsito/ velocidade dos carros 
13 
Praia/sol/piscina 14 Inseguro/ perigoso/ 8 
Paisagem/ vistas/ Local bonito/ espaços 
verdes/ pôr do sol 12 Confuso/ barulhento 3 
Comer, cafés/ bares, cinema e compras 11 Outros 11 
Desporto 7 Não responde 8 
Calmo/ seguro/ tranquilo 5 Total 70 
Razões sexuais 4 
Encontro com familiares 2 
Consumos de drogas 2 
Passear 2 
Outros 16 
Não responde 10 
Total 122 
Fonte: Dados da pesquisa. 
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A segunda dimensão de topofobia e topofilia é a (in)segurança (Figura 8 e Figura 9). Em relação a esta 
dimensão, o número de respostas foi entre 2/3 (segurança) e 1/2 (insegurança) dos inquiridos. Tal facto requer 
interpretações: evidência do cansaço dos respondentes; dificuldade em identificar espaços seguros e inseguros; 
etc. Para além disso, houve uma fragmentação das respostas especificamente quanto à insegurança, não sendo 
possível identificar um lugar ou uma zona-estrelas de insegurança (Quadros 12 e 13). 
 
Figura 8 - Topofilias 2 – Locais onde te sentes seguro. Fonte: Dados da pesquisa. 
 
Figura 9 - Topofobias 2 – Locais onde te sentes inseguro. Fonte: Dados da pesquisa. 
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A zona-estrela de segurança é a zona industrial de Tires, sendo referidos como lugares centrais os 
estabelecimentos de fast-food. Há uma certa sobreposição entre zonas de rejeição e zonas de insegurança, 
enfatizando assim lugares/zonas topofóbicas para os jovens: particularmente a zona industrial de 
Trajouce (o ambiente é inseguro, mas a existência de uma esquadra da PSP transmite segurança); a zona 
do Cascais Villa/Jumbo (que está numa zona aprazível, mas em que o abandono dos espaços comerciais 
transmite insegurança) e uma zona de Carcavelos (que estando ao pé da praia, encontra-se isolada, 
nomeadamente a zona de estacionamento e terminal rodoviário). 
Quadro 12 - Sociometria territorial de segurança (local) 
Zona Industrial Tires (McDonalds/Burguer King) – Zona-estrela ★ 
Centro e Baía de Cascais 
Jardins do Casino Estoril 
Salesianos do Estoril 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Quadro 13 - Sociometria territorial de insegurança (local) 
Zona Industrial Trajouce 
Carcavelos 
Jumbo/ Cascais Villa 
S. João do Estoril 
Abuxarda 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Em síntese (Quadro 14), a segurança é transmitida pelas escolas, pela casa de família e pelas zonas 
perto de casa (zonas de conforto), seguidas pelas zonas de fast-food e zonas com muita gente e passeios 
largos. Já os principais fatores de insegurança são a falta de iluminação, passeios estreitos e o tipo de 
pessoas que frequenta os espaços. 
Quadro 14 - Razões para a preferência e a rejeição de lugares (topofilia e topofobia de segurança) 
Lugares de Segurança Lugares de Insegurança 
Razões de preferência ∑ Razões de rejeição ∑ 
A própria casa (porque é a minha casa; porque a 
família está por perto) 21 
Tipo de frequência em geral (mal 
frequentado); e em particular (negros; ciganos; 
drogados; pessoas más; pedófilos; carteiristas) 
23 
Tem uma esquadra; tem policiamento; tem 
segurança; sinto-me protegido 10 Perigoso à noite/ pouca iluminação/ escura 11 
Um zona familiar, a zona onde cresci, onde estão 
familiares e amigos 7 
Insegurança em geral/falta de 
policiamento/sentimento de insegurança/falta 
de proteção/não se sabe o que se pode 
encontrar 
10 
Ambiente acolhedor/sem confusões/lugar 
tranquilo/calmo 7 
Problemas urbanísticos: bairro social: estrada 
estreita/perigo de atropelamento/ 
Madorna/desorganização as ruas 
7 
Muita gente, muitas coisas; bem frequentado 6 Outros 10 
A escola (proteção dos funcionários; segurança 
em relação a pessoas de fora; etc.) 5 Total 61 
Porque é um espaço indoor 2 
Outros 9 
Não responde 10 
Total 77 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Em relação à segurança e insegurança, considerou-se ainda que a variável género poderia ser uma 
variável mediadora (Figura 10 e Figura 11). 
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Figura 10 - Topofilias 3 - Locais onde te sentes seguro (masculino). Fonte: dados da pesquisa. 
 
Figura 11 - Topofilias 4 - Locais onde te sentes seguro (feminino). Fonte: Dados da pesquisa. 
Da análise do mapa de densidades, é claro que os rapazes têm uma perspectiva de segurança mais 
concentrada do que as raparigas, cujos dados são mais dispersos. Embora os Jardins do Casino Estoril e 
a zona da Baía e Vila de Cascais sejam patentes em ambos os géneros, há uma maior repetição destes por 
parte das raparigas, o que, no género feminino, permite identificá-los como zonas-estrela. A zona do 
Jumbo/Cascais Villa é a que é mais percecionada como zona de insegurança (Quadro 15 e Quadro 16). 
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Quadro 15 - Sociometrias territoriais de segurança masculina (locais) 
Jardins do Casino Estoril 
Vila de Cascais 
Colégio Marista de Carcavelos 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Quadro 16 - Sociometrias territoriais de segurança feminina (locais) 
Zona Industrial Tires (McDonalds/Burguer King) – Zona-estrela ★ 
Vila e Baía de Cascais – Zona-estrela ★ 
Jardins do Casino Estoril 
Escola Salesianos do Estoril 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Por outro lado, a interpretação para tal dispersão não parece fácil. No entanto, da análise das razões 
para a segurança, muitas das raparigas referem que escolheram aquele local porque é a sua casa. Assim, 
o facto de as raparigas escolherem mais a casa como local de segurança do que os rapazes pode ser uma 
das explicação possível para tal dispersão. 
 
Figura 12 - Topofobias 5 - Locais onde te sentes inseguro (masculino). Fonte: Dados da pesquisa. 
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Figura 13 - Topofobias 6 -Locaisonde te sentes inseguro (feminino). Fonte: Dados da pesquisa. 
Em relação às Figuras 12 e 13, apesar de haver uma grande sobreposição entre géneros, é, mais uma 
vez, no mapa das raparigas que se verifica uma maior dispersão. Seria fácil dizer que tal significaria que 
as raparigas sentem mais lugares inseguros do que os rapazes. Isso pode ser verdade em termos 
absolutos, mas o mapa dos lugares de segurança também é mais plural para raparigas, o que torna essa 
conclusão menos óbvia. Talvez as raparigas tenham uma maior frequência dos espaços e, portanto, uma 
maior vivência e consciência territorial, e tal razão explique essa dispersão quer nos lugares de 
segurança, quer nos de insegurança. Por outro lado, quais são os fatores que transmitem insegurança a 
cada um dos géneros? A ameaça física para os rapazes e assédio para as raparigas é um dos motivos que 
permite estabelecer essa diferenciação e que poderia justificar a insegurança feminina em locais que não 
o são para os rapazes. O certo é que estes resultados requerem mais pesquisa. 
Quadro 17 - Sociometrias territoriais de insegurança masculina (locais) 
Carcavelos – Zona-estrela ★ 
Zona Industrial Trajouce – Zona-estrela ★ 
Abuxarda 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Quadro 18 - Sociometrias territoriais de segurança feminina (locais) 
Jumbo/Cascais Villa 
Bairro da Torre 
Fonte: Dados da pesquisa. 
Como já se referiu, os rapazes têm uma perceção mais concentrada em relação aos lugares de 
insegurança, identificando-se duas zonas-estrela: Carcavelos e a Zona Industrial de Trajouce. O destaque 
a zonas como o Jumbo e o Cascais Villa dá-se por serem espaços escuros, com lojas fechadas e sem 
vigilância. Os rapazes também destacam os bairros sociais como centros de insegurança, pela frequência 
e tráfico de droga, sugerindo mais policiamento (Quadro 17 e Quadro 18). 
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Em relação às toponegligências (locais não referidos como topofobias ou topofilias), é notória uma 
grande mancha na zona oeste e noroeste do concelho, que inclui toda a área do Parque Natural de Sintra 
e Cascais, com algumas excepções na zona da praia do Guincho referidas como topofilias. Outra área 
negligenciada corresponde à zona a norte da A5, abrangendo as povoações de Adroana, Manique, Bicesse 
e Pau Gordo (Figura 14). 
Ao se sobrepor os locais de residência dos inquiridos à mancha gerada por todas as respostas, é 
notória a prevalência de respostas em locais próximos da escola e dos locais de residência. Por essa razão, 
poder-se-á supor que a circulação dos jovens não é feita por todo o concelho, mas sim apenas nas 
proximidades das suas deslocações casa-escola, afastando-se um pouco mais quando se deslocam com os 
familiares. 
 
Figura 14 - Toponegligências. Fonte: dados da pesquisa. 
Propostas de mudança 
Finalmente, tendo a nossa pesquisa partido da premissa da ativação e participação cidadã como 
aspeto central, considerou-se os jovens inquiridos como especialistas ou peritos urbanos capazes de 
propor mudanças. Em relação aos lugares de que não gostam (Quadro 19), as propostas são as mais 
variadas, havendo quase que um programa completo de mudanças urbanísticas. Foi essa agregação que 
se fez numa primeira grande categoria. A mudança pretendida é clara: acessibilidades; mais espaços 
verdes e diminuição dos edifícios; demolição/refuncionalidade do Cascais Villa; aumentar o 
estacionamento; sinalização e lombas; mais iluminação; passeios; renovação e revitalização dos espaços; 
mais lojas; mais mesas; cor e aspeto dos prédios; restaurar casas; ciclovias; limpeza de praias e extensão 
do areal. A seguir só duas categorias são significativas: a segurança/policiamento e a mudança das 
pessoas, a qual inclui várias temáticas, desde a mudança de gerência de lojas à frequência por 
determinadas pessoas de determinados espaços. 
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Quadro 19 - Propostas de Mudanças em lugares topofóbicos de gosto 
O que mudavas nos lugares de que não gostas ∑ 
Mudanças urbanísticas diversas: acessibilidade; mais espaços verdes e diminuição dos edifícios; tirava o 
Cascais Villa; aumentar o estacionamento; sinalização e lombas; mais iluminação; passeios; renovação e 
revitalização dos espaços; mais lojas; mais mesas; cor e aspeto dos prédios; restaurar casas; ciclovias; 
limpeza de praias e extensão do areal 
25 
Mais segurança/vigilância/ mais policiamento/ menos gangues nas ruas 9 
Mudava as pessoas (a gerência; ambiente mais amigável; mudava muita gente; as pessoas que 
frequentam; etc.) 9 
Tudo 6 
Outros 6 
Não responde 8 
∑ - somatório. Fonte: Dados da pesquisa. 
Já nas propostas em relação aos espaços inseguros (Quadro 20), destaca-se a iluminação e a 
necessidade de maior segurança pela via do policiamento, pela construção de esquadras ou pela 
diminuição de armas nas ruas. Há depois propostas de mudanças diversas, desde alargamento de 
estradas, melhor organização do espaço, mais limpeza, mais passeios e passadeiras, abrigo para peões ou 
mais habitação ou habitação a preços mais elevados para manter a distinção. Há ainda a referência à 
mudança das pessoas. 
Quadro 20 - Propostas de mudanças em lugares topofóbicos de segurança 
O que mudavas nos lugares inseguros ∑ 
Iluminação 12 
Mais Segurança/ construção de uma esquadra/mais policiamento/menos guns nas ruas 12 
Mudanças urbanísticas várias: abrigo; mais habitação; habitação de valores elevados; passeios; 
passadeiras; limpeza; alargar a estrada; melhor organização do espaço. 11 
Mudar as pessoas (retirar pessoas; fazer um espaço mais inclusivo; etc.) 9 
Mudar o ambiente 2 
Tudo 1 
Não dá para mudar 1 
Não responde 8 
∑ - somatório. Fonte: Dados da pesquisa. 
Discussão dos resultados 
Este relatório constitui o output de uma mediação por parte de in(ve)stigadores entre uma população 
específica e técnicos de um departamento de planejamento de uma autarquia. Tratou-se, antes de mais, 
de uma relação de cumplicidade e alinhamento entre pessoas com um mesmo objetivo: a promoção da 
participação cidadã. No entanto, ainda que a abertura e possibilidade de se realizar esta pesquisa revele 
já uma vontade em potenciar os processos participativos, o que transparece é que se está ainda numa 
fase de exploração de soluções. Ao mesmo tempo, não ficou claro como é que a participação alcançada 
por esta pesquisa pode ser utilizada na atualização do PDM da CMC. 
Os resultados não constituíram uma grande surpresa para a autarquia, havendo, em alguns casos, uma 
confirmação de indícios que eram já conscientes. No entanto, a vantagem da utilização deste tipo de 
mapas sociais parece ser mais uma sistematização científica que legitima a ação do que uma tradução 
direta do mapeamento realizado para efeitos do PDM. Nesse sentido, as propostas de mudança aferidas 
por este instrumento, agregadas a propostas concretas efetuadas por alunos de escolas, parecem servir, 
antes de mais, a uma dinâmica de planejamento e mudanças em contínuo que é ainda utilizada de forma 
complementar aos atuais PDM. 
A partir do momento em que a cultura de planejamento deixa de ser uma ‘cultura de gabinete’ (Souza, 
2004), o planejamento torna-se mais aberto e continuado. Assim, as instituições que assumem esta nova 
cultura de planejamento estão mais aptas a receber estímulos relativos a participações e mudanças à la 
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carte (a pedido) ou ad hoc (caso a caso), que vão ao encontro dos ensejos dos cidadãos. Cascais, enquanto 
autarquia com um dinamismo específico no panorama português, caraterizada por um historial de Boas 
Práticas de participação publica, corporiza um destes casos. 
Desse modo, mais do que os resultados do mapeamento, é o processo relacional da realização da 
pesquisao aspeto mais relevante para a discussão do potencial de utilização deste tipo de metodologias. 
Este processo relacional tem duas consequências: potenciar uma nova cultura de planejamento 
institucional; e preparar as populações para a participação e devolução da mesma. Neste quadro, os 
desafios da conciliação entre leituras participadas e ação técnica e política ainda só fazem sentido se 
discutidos no contexto das barreiras institucionais que se lhe colocam. 
Assim, se é verdade que existe já o potencial dos dispositivos digitais em aumentar a participação 
cidadã, o que a aplicação desta pesquisa evidencia é que tal potencial tem de ser acompanhado por uma 
mudança da cultura de planejamento (Seixas, 2017). Embora haja sinais de que as mudanças em causa 
estejam já em curso, tal dinâmica parece estar ainda muito dependente da personificação dos projetos 
que decorre de peculiaridades de alinhamento entre determinadas autarquias e dinamizadores externos. 
Considerações finais 
Recorrendo a um instrumento de PPSIG, esta pesquisa verteu uma pluralidade de lugares de 
experiências num quadro de perceção objetiva, através de mapas de densidades de Kernel, a uma escala 
de planejamento municipal. O objetivo foi questionar os jovens sobre mobilidades, topofobias, topofilias, 
toponegligências e propostas de mudanças. Para além de evidenciar a aplicação de uma metodologia de 
participação cidadã, este exercício foi útil para discutir alguns dos desafios da conciliação entre leituras 
participadas e ação técnica e política na atualização dos PDM. Por outro lado, esta pesquisa contribuiu 
ainda como experiência de planejamento participado que poderá ser replicada em outras autarquias. 
Ao nível das sociometrias alcançadas (Figura 15), um primeiro resultado é o mapa social de referência 
da juventude do concelho. Um lugar-estrela transversal a toda a vivência dos jovens é a zona central de 
Cascais e da Baía de Cascais. São ainda evidentes outras zonas-estrela, como o Estoril e a Praia de 
Carcavelos, assim como a zona de Trajouce e a zona de Tires. 
Em relação às mobilidades, percebeu-se que cerca de metade dos jovens vai de carro para a escola, 
cerca de um terço de transporte público e menos de um quarto utiliza a mobilidade suave. Acresce que 
na mobilidade desejada casa-escola, a maioria dos jovens gostaria de ir de carro. Quanto às mobilidades 
complementares, o Cascais Shopping e a Baía de Cascais são os lugares/zonas-estrela de frequência 
autónoma, com pares/amigos ou com familiares. O convívio e o consumo são as razões que mais surgem 
para a frequência destes lugares. 
Em relação às topofilias, a Baía de Cascais e a Praia de Carcavelos surgem como zonas-estrela na 
dimensão de ‘gosto’, enquanto na dimensão de segurança, a Zona Industrial de Tires 
(McDonalds/Burguer King) foi a mais referida. As topofobias centram-se na envolvente do Colégio 
Marista de Carcavelos (zona-estrela) na dimensão rejeição; já na insegurança houve uma certa dispersão, 
não havendo zonas-estrela, mas sendo a Zona Industrial Trajouce a mais referida. Há também zonas que 
foram rejeitadas duplamente, quer pelo gosto, quer pela segurança: a zona de Trajouce; a zona do Cascais 
Villa e Jumbo e determinadas zonas em Carcavelos. 
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Figura 15 - Resumo comparativo de mobilidades, topofilias e topofobias. Fonte: Dados da pesquisa. 
As escolas surgem na análise como centros importantes, havendo uma relação direta entre os mapas 
de densidades e as suas localizações: Alvide e Estoril, por um lado, e toda uma linha que vai da Escola de 
Manique, Frei Gonçalo de Azevedo, Escolas de Carcavelos e Maristas de Carcavelos, por outro. Um outro 
aspeto são as grandes zonas em branco que caracterizam toponegligências na perceção e vivências dos 
jovens inquiridos. 
Por fim, e em relação aos desafios que resultaram da aplicação deste tipo de ferramentas como suporte 
a um planejamento estratégico mais efetivo, tais projetos parecem estar ainda muito dependentes da 
personificação dos mesmos em determinadas autarquias. É também nítido que se está ainda numa fase 
de exploração de soluções em que a utilização destas ferramentas é feita ainda de forma complementar 
e indireta na atualização dos PDM. Perceber como se pode aumentar a participação/adesão de grupos 
específicos a este tipo de instrumentos, e de que forma se pode verter mais diretamente estes dados nos 
PDM, são alguns dos desafios que ficam desta pesquisa e que devem ser alvo de investigações futuras. 
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Editor: Fábio Duarte 
Recebido: Set. 03, 2019 
Aprovado: Mar. 07, 2020 
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