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DIREITO ADMINISTRATIVO I FUNÇÕES PRÓPRIAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MODERNA a) Regulação intermediária de atividades e serviços públicos Embora não produza a lei, mas a regulamenta por meio de decretos, portaria, resolução e instruções normativas. Ex. normas da ANVISA que devem ser observadas por empresas e matéria de vigilância sanitária b) Prestação direta ou indireta de serviços públicos Alguns serviços são prestados diretamente, outros por meio de pessoas privadas (telefonia, energia elétrica). c) Fiscalização de concessões e permissões Mantem o direito de regulação, mas deve fiscalizar a prestação do serviço. Ex. ANATEL d) Poder de polícia Poder sobre pessoas indeterminadas para prevenir e reprimir eventual descumprimento de limitações administrativas previstas em lei. Ex. normas de trânsito, alvará de construção e) Gestão de bens e agentes públicos Atividade exclusiva da Administração que não pode ser exercida por particulares f) Previdência pública obrigatória Só pode ser gerida pelo Estado, não se confunde com previdência privada que é facultativa g) Fomento de certas atividades Apoio a certas atividades como cultura (Lei Rouanet) SISTEMAS DE CONTROLE JURISDICIONAL DA ADMINISTRAÇÃO • Sistema do contencioso administrativo (sistema francês) • Sistema judiciário (sistema inglês) INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO • Interpretar é extrair o sentido ou o alcance da lei com vista a sua aplicação o técnicas interpretativas: hermenêutica (ciência da interpretação) o técnica gramatical: significado das palavras (interpretação literal) o técnica lógica: análise dos períodos da lei, combinando os o técnica sistemática: relacionamento dos diversos dispositivos legais o técnica histórica: antecedentes da norma para verificar as razões de sua existência o técnica teleológica: sentido e alcance da lei partindo dos fins sociais a que ela se dirige e adaptando-as às exigências do bem comum • Os resultados da interpretação podem ser declarativos, restritivos e extensivos Ex. em matéria de punição no exercício do poder de polícia ou por improbidade administrativa não se pode chegar a um resultado extensivo em relação ao texto legal Pressupostos da interpretação em D. Adm. • Supremacia do interesse público • Indisponibilidade do interesse público • Intangibilidade do mérito administrativo (contornos legais estabelecem um campo de opções para o agente público) • Argumentos jurídicos: dogmática estuda esse ponto: o “Ab absurdo” ou “reductio ad absurdum” (resultado absurdo deve ser afastado) o “ab auctoritate”: prestígio da pessoas (juristas renomados) o “a contrario sensu”: mencionada uma hipótese, ficam afastadas as demais o “a maiori ad minus”: permitido o mais, permitido o menos (ex. Quem pode vender, pode administrar) o “a minori as maius”: vedado o mais, vedado o menos (ex. Quem não pode vender, não pode administrar) o “ a fortiori”: construção de hierarquias, verificando o que é mais e o que é menos, de modo a ordenar, pela força, os objetos. Expressões: “com tanto mais razão” e “por mais forte razão”. Uso da ideia da força. o “a pari” ou “a simili”: onde existe a mesma razão fundamental, prevalece a mesma regra de direito CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS ADMINISTRATIVAS • Quanto ao alcance: o Gerais: regulam uma dada relação jurídica, a par de outra lei que regula um aspecto daquela relação. Ex. Lei de licitações é lei geral; a lei de pregão é especial (regula aquisição de bens e serviços comuns) o Especiais: regulam sozinhas uma relação jurídica por inteiro ou um determinado aspecto de uma relação jurídica regulada de modo genérico por outra lei. Ex. lei do pregão • Uma lei pode ser especial em relação a uma e especial em relação a outra. Ex. a licitação prevista na lei de licitações é geral, enquanto as normas previstas na lei de pregão são especiais. Mas em relação as empresas de pequeno porte (contratação com preferência), as normas da lei de pregão são gerais. • Uma lei pode ser especial e também principiológica. Caso da lei de processo administrativo que contem princípios, além de normas objetivas.