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FERRAMENTAS NA PRÁTICA DA APS: ABORDAGENS NA PESSOA, NA FAMÍLIA E VISITA DOMICILIAR Módulo de Acolhimento e Avaliação Projeto Mais Médicos para o Brasil 31° Ciclo do PMMB OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Discutir o Método Clínico Centrado na Pessoa e as vantagens de sua aplicação na abordagem às pessoas. • Discutir os conceitos de família, tipologia familiar e ferramentas de abordagem familiar, reconhecendo a limitação de não racializar a consulta e a abordagem familiar. • Apresentar algumas ferramentas de abordagem familiar. • Conhecer objetivos e ferramentas de planejamento da visita domiciliar. ROTEIRO DA AULA 1. Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) 2. Tipologias familiares e ferramentas de abordagem familiar: Ciclo de vida familiar, Genograma, Ecomapa e PRACTICE 3. Visita domiciliar MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA Método que engloba e sistematiza em QUATRO PASSOS os diversos aspectos positivos das diferentes formas de abordagem, e atende às expectativas de médico e pessoas, viabilizando uma consulta adequada de APS. Abordagem centrada na doença Abordagem centrada na pessoa • Aumenta a satisfação de pessoas e médicos; • Melhora a aderência aos tratamentos; • Reduz preocupações; • Reduz sintomas; • Diminui a utilização dos serviços de saúde; • Diminui queixas por má prática; • Melhora a saúde mental; • Reduz custos; • Melhora a situação fisiológica e a recuperação de problemas recorrentes. MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA MCCP X Modelos Tradicionais Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) Fonte: PROMEF Moira Stewart, 2017 PRIMEIRO COMPONENTE MCCP EXPLORANDO A SAÚDE, A DOENÇA E A EXPERIÊNCIA DA DOENÇA Olhar mais amplo, para além da doença, incluindo explorar a saúde e a experiência da doença do indivíduo. SIFE: • S – SENTIMENTOS, • I – IDEIAS, • F – FUNCIONAMENTO DA VIDA. • E – EXPECTATIVAS DOENÇA (disea se) X ADOECIMENTO (illnes s) PERGUNTAS IMPORTANTES: • 1- O que mais está preocupando você ? • 2- O quanto isso que você está sentindo afeta sua vida? • 3- O que você pensa sobre isso ? • 4- Quanto/como você acha que posso ajudar ? • Importante: sinais verbais e não verbais. PRIMEIRO COMPONENTE MCCP: EXPLORANDO A SAÚDE, A DOENÇA E A EXPERIÊNCIA DA DOENÇA. SEGUNDO COMPONENTE ENTENDENDO A PESSOA COMO UM TODO • Inclui trabalho, crenças, vivências, momento no ciclo de vida individual e familia inserção na comunidade. • Pode ser necessário contatar outras pessoas da família a auxiliar no cuidado (doenças mentais, crônicas e sintomas medicamente inexplicáveis). • Importância do genograma familiar. • O contexto pode ser o fator desencadeante, agravante ou atenuante do problema de saúde em questão. TERCEIRO COMPONENTE: ELABORANDO UM PLANO CONJUNTO DE MANEJO DOS PROBLEMAS • As escolhas devem ser fruto de um processo de mútua influência e entendimento entre médico e pessoa; • Projeto comum para tratar dos problemas – co-responsabilização. • Estabelecer metas e prioridades de tratamento – evitar usar termos científicos nas explicações; • Papéis a serem assumidos pela pessoa e pelo medico; • Ser flexível com relação ao que a pessoa busca ou necessita, observar perfil e tipo de problema. QUARTO COMPONENTE: INTENSIFICANDO A RELAÇÃO ENTRE A PESSOA E O MÉDICO • Ao longo do tempo, constrói-se um conhecimento sobre a pessoa e sua história, que pode ser útil em manejos futuros; • Diferentes pessoas requerem diferentes abordagens e variam de acordo com idade, gênero, problema, estado emocional. • Escuta qualificada Postura empática Busca do contexto • Cuidado compartilhado ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA Tarefas chave de uma entrevista centrada na pessoa • - Construção de uma relação de ajuda • - Intercâmbio de informações • - Cuidado com as respostas às emoções • - Gestão da incerteza • - Tomada de decisões compartilhada • - Potencialização do autocuidado da pessoa APLICAÇÃO DO MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA Vídeo: IPES e PSOs: Método Clínico Centrado na Pessoa Programa de Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade, SMS-RJ -2016 Duração: 6 minutos Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=17-SNbKtKZc https://www.youtube.com/watch?v=17-SNbKtKZc MÉTODO TRADICIONAL X MCCP MÉTODO TRADICIONAL Video: (311) Caso IVAS 1 - YouTube MCCP Video: (311) Caso IVAS 2 - YouTube https://www.youtube.com/watch?v=nnSQ8F-fbOM&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=5Whbb_Ma0xc Aplicação do MCCP Reflita: há diferença entre as duas abordagens clínicas? Há diferença no tempo de duração dessas consultas? Qual abordagem gera melhor resultado na saúde da pessoa? MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA (MCCP) ABORDAGEM FAMILIAR ENTENDENDO A PESSOA COMO UM TODO ABORDAGEM FAMILIAR Família é uma pequena sociedade humana cujos membros têm contato direto, laços emocionais e de cuidado. Têm também uma estrutura e forma de funcionamento, além de uma história compartilhada que organiza a sua estabilidade e a capacidade para mudanças. (Fernandes et al, 2022) ● Sistema aberto e dinâmico ● Conectado com outros sistemas ● Toda família é única ● Identificação de padrões familiares: famílias LGBTI+, famílias monoparentais, famílias reconstituídas, famílias estendidas, etc TIPOS DE ARRANJOS FAMILIARES 1. Família nuclear bigeracional (pais e filhos); 2. Família extensiva (três ou quatro gerações); 3. Família unitária (uma só pessoa, ex.: viúva sem filhos); 4. Família adotiva temporária; 5. Família adotiva bi-racial / multicultural; 6. Casal residindo separadamente; 7. Família monoparental (filho/s com pai ou mãe); 8. Família homossexual (com ou sem filho/s); 9. Família reconstituída (remarried/step families); 10. Família institucional (instituto com função de criar e desenvolver afetivamente a criança/adolescente); 11. Famílias com constituição funcional (pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte compromisso mútuo). ABORDAGEM FAMILIAR Refletir criticamente sobre teorias eurocentrados/estadunidenses desenvolvidas historicamente para populações brancas e de classe média. FAMÍLIA UNIVERSAL? COMO VOCE SE DECLARA? POR QUE RACIALIZAR? • Diálogos abertos sobre questões de raça e etnia podem promover um ambiente de confiança que acabará beneficiando o processo; • O desconhecimento por parte dos cuidadores sobre preconceito e discriminação os impede de avaliar a importância relativa dos vários fatores descritos pelas pessoas como relevantes; • Pessoas atendidas por cuidadores que não reconheçam a realidade de viver em uma sociedade racializada receberão pior qualidade de atendimento; • Associação entre sofrimento psíquico e experiência de racismo; • Validar e acolher por conviver com sentimentos tão doloridos e buscar estratégias funcionais para lidar com o racismo estrutural; • OUÇA E ACREDITE. (Tavares, J. S. C. e Kuratani, S. M. A. (2019). Manejo Clínico das Repercussões do Racismo) O que avaliar? - Anatomia da família - Desenvolvimento familiar - Funcionamento familiar ABORDAGEM FAMILIAR NÍVEIS DE ENVOLVIMENTO FAMILIAR ● Grau 1: ênfase mínima nos assuntos familiares. ● Grau 2: colaboração com a família para trocar informações ou aconselhar. ● Grau 3: abordagem de apoio atendendo aos sentimentos da família; demanda conhecimentos sobre desenvolvimento familiar; ● Grau 4: abordagem sistêmica da família com avaliação sistemática e planejamento de intervenção; implica conhecimentos sobre sistemas familiares e preparo para convocar e coordenar uma reunião de família, encorajando-a a externar seus sentimentos; ● Grau 5: terapia familiar. 1. Ciclos de vida 2. Genograma 3. Ecomapa 4. PRACTICE 5. Outros (APGAR familiar, FIRO) FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR DESENVOLVIMENTO FAMILIAR CICLOS DE VIDA FASES DO CICLO DE VIDA (Família Classe média) Saindo de casa: jovens solteiros O novo casal Família com filhos pequenos Famílias com filhos adolescentes Lançando osfilhos e seguindo em frente Famílias no estágio tardio: a velhice FASES DO CICLO DE VIDA (Famíia Popular) Família composta por jovem adulto Família com filhos pequenos Família no estágio tardio Funcionamento familiar ● natureza das relações ● divisão de poder ● padrão de comunicação ● expressão e manejo dos sentimentos ● capacidade de lidar com perdas e mudanças ● capacidade de autonomia e intimidade FERRAMENTAS DA ESF: ABORDAGEM FAMILIAR Anatomia familiar: GENOGRAMA Possibilita demonstrar esquemática e dinamicamente problemas biomédicos, genéticos, comportamentais e sociais que envolvem a família estudada. FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR GENOGRAMA Permite visualizar o processo de adoecer, facilita o plano terapêutico e permite à família uma melhor compreensão sobre o desenvolvimento de suas patologias. Avalia cinco domínios: 1. O modo de comunicação; 2. As relações; 3. As doenças; 4. Os problemas familiares e 5. As experiências traumáticas. (Fernandes et al, 2022) FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR (Fernandes et al, 2022) GENOGRAMA FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR EXERCÍCIO Sobre as relações familiares representadas nesse genograma, é correto afirmar que: A) Ricardo tem uma relação conflituosa com Júlio. B) João tem uma relação de proximidade com Ricardo. C) Maria tem uma relação de distanciamento com Vera. D) João tem uma relação de muita proximidade com Ana. FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR ECOMAPA ou Mapa de Rede Demonstra as relações entre os membros de uma família e a comunidade e ajuda a avaliar os apoios e suportes disponíveis e sua utilização pela família. FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR Informações que podem estar contidas no ecomapa 1. Vizinhança (área física); 2. Serviços da comunidade (médicos, saúde mental, toxicodependência, violência doméstica, conselhos); 3.Grupos sociais (igrejas; grupos cívicos: comissão de pais, de bairro; grupos de convívio, ONG); 4. Educação; 5. Relações pessoais significativas (amigos, vizinhos, família mais afastada); 6. Trabalho; 7. Outras (específicas da família e da área em que habita). FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR linhas contínuas: ligações fortes, relações sólidas ------------ linhas tracejadas: ligações frágeis, relações tênues // linhas com barras ou talhadas: aspectos estressantes, relações conflituosas → ← ↔ setas: fluxo de energia e/ou recursos Ausência de linhas: ausência de conexão FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR ● Na abordagem às famílias, pode ser necessário realizar uma intervenção formal por meio da entrevista familiar. ● A ferramenta PRACTICE pode ser utilizada nessas situações mais complexas e deve ser aplicada em reuniões familiares. FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR Vídeo: Agente Comunitário de Saúde. Duração: 4 minutos Fonte: Diário de um Posto de Saúde: https://www.youtube.com/watch?v=lc_qUXTIj7Q&t=1s VISITA DOMICILIAR – ATENÇÃO DOMICILIAR https://www.youtube.com/watch?v=lc_qUXTIj7Q&t=1s A Atenção Domiciliar proporciona ao paciente um cuidado ligado diretamente aos aspectos referentes à estrutura familiar, à infraestrutura do domicílio e à estrutura oferecida pelos serviços para esse tipo de assistência. Assim, evita-se hospitalizações desnecessárias, diminui o risco de infecções e a superlotação de serviços de urgência e emergência, melhora a gestão dos leitos hospitalares e o uso dos recursos. VISITA DOMICILIAR – ATENÇÃO DOMICILIAR VISITA DOMICILIAR – ATENÇÃO DOMICILIAR PARA QUE SERVE? ● CADASTRO ● PREVENÇÃO ● REABILITAÇÃO ● TRATAMENTO DE DOENÇAS ● PALIAÇÃO ● PROMOÇÃO À SAÚDE VISITA DOMICILIAR – ATENÇÃO DOMICILIAR PARA QUEM SERVE? ● Vulnerabilizados (Determinantes sociais) ● Acamados ● Domiciliados ● Puerpério ● Saúde mental ● Criança com asma recorrente ● Hiperfrequentadores ● Insuficiência familiar VISITA DOMICILIAR – ATENÇÃO DOMICILIAR ATRIBUTOS ESSENCIAIS ● ATENÇÃO AO 1º CONTATO ● LONGITUDINALIDADE ● INTEGRALIDADE ● COORDENAÇÃO VISITA DOMICILIAR – ATENÇÃO DOMICILIAR Critérios de Elegibilidade (Savassi e Cunha, 2017) Passo 1: Avaliação da resolutividade da VD: A VD será resolutiva? Passo 2: Avaliação da razoabilidade da VD: A VD é a melhor alternativa para a situação? Passo 3: Aderência do usuário e sua família ao acompanhamento: há engajamento e corresponsabilização? Passo 4: Autorização do usuário e da família. Passo 5: Análise da infraestrutura domiciliar. VISITA DOMICILIAR – ATENÇÃO DOMICILIAR VISITA DOMICILIAR – ATENÇÃO DOMICILIAR VISITA DOMICILIAR – ATENÇÃO DOMICILIAR VISITA DOMICILIAR – ATENÇÃO DOMICILIAR REFERÊNCIAS • McWHINNEY, Ian R; FREEMAN, Thomas R. Manual de Medicina de Família e Comunidade de McWHINNEY. 4 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2017, 536 p.2. • STEWART, Moira et al. Medicina Centrada na Pessoa: transformando o método clínico. 3 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2017, 416 p.3. • GUSSO, Gustavo; LOPES, José MC, DIAS, Lêda C, organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade: Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2019,2388p. • DUNCAN BB; SCHMIDT MI; GIUGLIANI ERJ; DUNCAN MS; GIUGLIANI C, organizadores. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.5. • STARFIELD, Barbara. Atenção Primária, equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços-tecnologia. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde, 2002. 726p. [disponível na Internet: http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001308/130805por.p df] Gratidão OBRIGADO(A)! COORDENAÇÃO GERAL FRANCISCO DE ASSIS ROCHA NEVES NILSON MASSAKAZU ANDO POLO SÃO PAULO COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA GUSTAVO EMANUEL FARIAS GONÇALVES MARIANA TOMASI SCARDUA SUBCOORDENAÇÃO PEDAGÓGICA MARIZÉLIA GOIS MONTEIRO DANIEL DE MEDEIROS GONZAGA APOIO INSTITUCIONAL DO MEC MÁRCIA CRISTINA NÉSPOLI ANDO JONAS NERIS FILHO POLO SALVADOR COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA MARINA ABREU CORRADI CRUZ SUBCOORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CLARISSA SANTOS LAGES APOIO INTITUCIONAL DO MEC JOÃO PEREIRA DE LIMA NETO POLO BELO HORIZONTE COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CAMILA ZAMBAN DE MIRANDA FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS SUBCOORDENAÇÃO PEDAGÓGICA JULIANA MACHADO DE CARVALHO AUGUSTO CEZAR DAL CHIAVÓN APOIO INTITUCIONAL DO MEC LILIAN PATRÍCIA SILVA DE SOUZA MINISTRO DA EDUCAÇÃO CAMILO SOBREIRA DE SANTANA SECRETÁRIA DE ENSINO SUPERIOR DENISE PIRES DE CARVALHO DIRETORA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE GISELE VIANA PIRES COORDENADOR GERAL DE EXPANSÃO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE FRANCISCO DE ASSIS ROCHA NEVES REFERÊNCIAS CENTRAIS DO MEC/PMMB ANA LUÍSA DOS SANTOS AZEVEDO ANA LUIZA FEITOZA NEVES SANTOS COSTA GABRIELA CARVALHO DA ROCHA HUMBERTO BATISTA BORGES DA SILVEIRA LEONARDO SOUSA ARAÚJO LUCAS DE SOUZA PORFIRIO MAÉZIA MARIA MEDEIROS COSTA MIGUEL TATIANA RIBEIRO