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Indicadores Sociais: Conceitos e Usos

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Indicadores sociais
Edgilson Tavares de Araújo
Introdução
O interesse em compreender os indicadores, antes criados e utilizados pelos e 
para os especialistas em estatística e matemáticos, vem gradativamente fazendo parte 
da agenda política, influenciando nas formas de controle social exercidas pelo Estado, 
sociedade civil e mercado. Não há mais espaços para que políticos e administradores 
públicos contem vantagens ou alardeiem desgraças sem a leitura racional de parâme-
tros e medidas que avaliem a realidade.
Os indicadores sociais passaram a fazer parte do cotidiano dos atores responsá-
veis pela promoção de melhorias nas condições de vida da população, servindo prin-
cipalmente para apontar a eficácia ou ineficácia das políticas públicas, programas e 
projetos sociais, bem como a defesa de posições quanto à definição de prioridades a 
serem atendidas (JANNUZZI, 2001).
Ao passo que são instrumentos para auxiliar no controle social e nos processos 
avaliativos, a construção de sistemas de indicadores condizentes com as diferentes re-
alidades sociais, suas políticas, programas e projetos, também representam um grande 
desafio para as organizações sociais, governos, empresas, especialistas em avaliação e 
universidades.
Transformar objetivos de uma política, programa ou projeto social em itens capa-
zes de mensurar as mudanças devidas as intervenções sociais é um passo fundamental 
e imprescindível para a avaliação. Para isso são construídos os indicadores, que servem 
ao mesmo tempo para medir processos e produtos, compreender e interpretar como 
os atores se envolvem nos programas/ projetos sociais buscando melhorar a realidade 
(ASSIS et al., 2005).
Neste capítulo, buscaremos discutir conceitos, classificações ou tipologias, usos 
dos indicadores sociais no Brasil, nos níveis macro (políticas) e micro (projetos), além 
de apresentar alguns dos principais indicadores sociais no Brasil e suas relações com as 
políticas sociais de desenvolvimento.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A., 
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Definições sobre indicadores sociais
Os conceitos de indicadores estão intimamente vinculados aos conceitos de obje-
tivos para os quais são estabelecidas metas, que se tratam da quantificação e delimita-
ção de prazos para atingir tais objetivos. As metas traduzem em termos de quantidade 
e qualidade, o quanto se espera de produtos, mudanças de percentuais, minimização 
de problemas etc. Cabe aqui relembrar que os objetivos de uma política, programa 
ou projeto social expressam o resultado desejado, traduzido por indicadores da situa-
ção que se pretende alcançar com as intervenções propostas (SANTOS et al., 2001). A 
meta seria o estágio desejado que o objetivo teria que alcançar num período de tempo 
para um grupo de beneficiários e área geográfica. Nesse sentido, a meta é um standard 
ou parâmetro de desempenho contra o qual o avanço da intervenção é comparado e 
medido (BUVINICH, 1999).
Santos et al. (2001, p. 11) salientam que “o objetivo último de um projeto social 
não é a entrega de bens ou serviços mas, sim, o resultado ou impacto que produz, eli-
minando ou reduzindo o problema, ou ainda, maximizando uma oportunidade”.
Carvalho (2000) esclarece que para definir e escolher indicadores de avaliação de 
programas e projetos sociais é preciso especificar de forma clara e direta o objetivo 
e os resultados a serem alcançados, correlacionando-o ao público-beneficiário com 
quem se trabalhará.
Mas, afinal, o que são indicadores sociais? Vejamos alguns conceitos.
“Indicador é uma medida em geral quantitativa dotada de significado social subs-
tantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito social abstra-
to, de interesse teórico (para pesquisa acadêmica) ou programático (para formulação 
de políticas)” (JANUZZI, 2001, p. 15).
O conceito de Jannuzzi (2001) enfatiza o indicador como um recurso metodoló-
gico a ser aplicado na prática de modo empírico, por informar sobre algum aspecto da 
realidade social e suas mudanças, servindo como referência explicativa para a dinâmica 
social, mostrando como essa se define na vida prática e cotidiana. Tal definição refere-
se aos indicadores mais tangíveis da dinâmica da realidade social, tais como Índice de 
Gini, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Taxa de Mortalidade Infantil, Taxa de 
Analfabetismo, entre outros, que trataremos posteriormente.
No campo da avaliação dos projetos sociais, os indicadores são a conversão neces-
sária para mensuração dos objetivos. Para Raposo (2000, p. 84), “indicador é um fator ou 
um conjunto de fatores que sinaliza ou demonstra a evolução, o avanço, o desenvolvi-
mento rumo aos objetivos e às metas do projeto”. Corroborando nesse mesmo sentido 
e ampliando a discussão, Buvinich (1999, p. 30) “Os indicadores, por outro lado, são as 
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Indicadores sociais
medidas (quantitativas e/ou qualitativas) que permitem aferir o estado ou progresso 
dos objetivos, metas e critérios (padrões) de um programa, projeto ou atividade”.
Segundo Assis et al. (2005), os indicadores, no contexto da avaliação são parâ-
metros quantificados e/ou qualitativamente elaborados que servem para detalhar se 
objetivos de uma intervenção estão sendo adequadamente conduzidos (avaliação de 
processo) ou foram alcançados (de resultados). Enfim, pode-se sintetizar afirmando 
que são:
[...] uma espécie de sinalizadores que buscam expressar sinteticamente um aspecto da realidade 
(variável). Contudo, nunca dão conta da totalidade do real. Por isso, mesmo quando não muito 
potentes, eles assinalam determinadas tendências, mas não trazem certeza absoluta quanto aos 
resultados de uma ação ou de um processo. No entanto, seu grande valor é possibilitar a construção 
de meios de verificação dos rumos das mudanças que se quer produzir (ASSIS et al., 2005, p. 106).
Vejamos alguns exemplos da relação entre objetivos e indicadores de projetos/ 
programas sociais:
Exemplo 1 – Projeto na área educacional
Objetivo: elevar a qualidade da educação municipal do Ensino Fundamental 
até atingir a média nacional, no período de três anos.
Indicadores:
– Resultado anual da prova nacional de rendimento escolar;
– Taxa de repetência;
– Taxa de evasão escolar.
Exemplo 2 – Projeto para geração de trabalho e renda
Objetivo: diminuir a taxa de desemprego para, no máximo, 15% da População 
Economicamente Ativa (PEA).
Indicadores:
– Taxa de desemprego (relação entre população desempregada/população 
economicamente ativa).
Exemplo 3 – Projeto de para melhorar o acesso a justiça (ASSIS et al., 2005)
Objetivo: propiciar o acesso igualitário a justiça.
Indicadores:
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– Porcentagem de cidadãos que dizem ter acesso ao sistema judiciário para 
resolver problemas (segmentados analisados por gênero, etnia, região e ní-
vel de urbanização);
– Porcentagem de pessoas acusadas de crime legalmente representadas no 
sistema de justiça (segmentados e analisados da mesma forma);
– Porcentagem de cidadãos que afirmam que a polícia não aceita suborno 
quando solicitada para resolver problemas (segmentados e analisados da 
mesma forma).
Classificação e tipologia de indicadores 
de projetos sociais
Existem várias formas de classificar indicadores sociais apontados na literatura 
sobre avaliação. A divisão mais comum é segundo a área temática da realidade social 
a que se referem. Assim, existem indicadores de saúde (ex.: recorrência de viroses em 
uma dada população etc.), indicadores educacionais (ex.: taxa de evasão escolar, es-
colaridade média etc.), indicadores de mercado de trabalho (ex.: renda média mensal, 
percentual de empregabilidadeformal etc.), indicadores demográficos (ex.: taxa de 
natalidade, taxa de mortalidade etc.), indicadores de desenvolvimento (ex.: Índice 
de Desenvolvimento Humano etc.), entre outros (JANNUZZI, 2001).
Uma classificação básica corresponde à divisão em indicadores quantitativos ou 
objetivos e indicadores qualitativos ou subjetivos. Os indicadores objetivos “se referem 
a ocorrências concretas ou entes empíricos da realidade social, construídos a partir de 
estatísticas públicas disponíveis” (JANNUZZI, 2001, p. 20-21), por exemplo, a porcenta-
gem de domicílios com acesso à rede de água, taxa de desemprego etc. Os indicadores 
subjetivos correspondem “a medidas construídas a partir da avaliação dos indivíduos 
ou especialistas com relação a diferentes aspectos da realidade, levantadas em pesqui-
sas de opinião pública ou grupos de discussão” (Idem).
Nesta mesma linha da classificação, os indicadores podem ser classificados 
quanto ao nível de tangibilidade dos aspectos que mensuram. Os indicadores tangíveis 
são aqueles que mensuram os elementos facilmente observados como renda, escola-
ridade, forma de organização e gestão, legislação etc. Os intangíveis são aqueles que 
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Indicadores sociais
mensuram os elementos que só podem ser captados indiretamente por meio de suas 
formas de manifestação, por exemplo, a consciência social, autoestima, valores, atitu-
des, estilo de liderança, protagonismo, cidadania (ASSIS et al. 2005, p. 106).
Distingue-se ainda indicadores descritivos, que apenas descrevem aspectos da 
realidade empírica, não sendo dotados de significado valorativo, dos indicadores nor-
mativos que, ao contrário, refletem juízos de valor e critérios normativos (JANNUZZI, 
2001, p. 21).
No âmbito da avaliação dos projetos e programas sociais os indicadores são deno-
minados indicadores de desempenho, no sentido que por meio desses pode-se mensu-
rar impactos, efeitos, resultados ou produtos, processos e recursos de um projeto, para 
avaliar se os objetivos e metas estão sendo alcançados ou não. A partir da definição de 
indicadores é possível identificar as fontes de dados e fluxos de informação requeridos 
para efetuar as verificações/mensurações necessárias (BUVINICH, 1999).
Pode-se classificar os indicadores de avaliação como (BUVINICH, 1999; RAPOSO, 2000):
 Indicadores de insumos ou de recursos (input indicators)
 Mensuram a quantidade e qualidade dos recursos fornecidos para um pro-
grama ou projeto. Correspondem às medidas associadas à disponibilidade de 
recursos.
 Ex.: quantidade de médicos por mil habitantes ou gasto monetário per capita em 
saúde.
 Indicadores de processo, fluxo ou de atividades (throughput indicators)
 Mensuram as atividades implementadas no dia a dia do projeto/programa 
para a implementação dos recursos e outros processos na tomada de decisão. 
São intermediários, traduzem em medidas quantitativas o esforço operacional 
de alocação de recursos para obtenção de melhorias efetivas.
 Ex.: n.º de consultas ao mês por criança de até 1 ano.
 Indicadores de produtos ou resultados (outcome ou output indicators)
 Mensuram a quantidade e qualidade dos bens e serviços criados ou forneci-
dos através do uso dos insumos. São aqueles vinculados às dimensões empíri-
cas da realidade, referidos as variáveis resultantes de processo complexos.
 Ex.: Taxa de morbidade ou mortalidade infantil, crianças vacinadas, grupos cons-
tituídos e funcionando, clínicas e escolas construídas etc.
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 Indicadores de efeito e impacto (impact indicators)
 Mensuram a qualidade e quantidade dos resultados alcançados através do 
fornecimento e uso dos bens e serviços.
 Ex.: mudanças na qualidade de vida, redução da incidência de doenças, incre-
mento de renda, redução da mortalidade infantil etc.
A utilização de indicadores sociais de modo isolado, principalmente, usando 
apenas dados quantitativos podem servir para atender a interesses políticos de alguns 
dos atores envolvidos nos projetos sociais, por representarem fonte de poder para im-
pressionar uma comunidade dos feitos ou não feitos no plano político.
Caracterização e utilização de indicadores
De modo geral, os indicadores são utilizados para justificar necessidades de inter-
venção em uma dada realidade social, bem como para avaliar resultados de programas 
e projetos sociais em andamento ou concluídos.
Segundo Assis et al. (2005, p. 106), “os indicadores podem ser construídos para 
medir ou revelar aspectos relacionados aos diversos planos em observação: nos níveis 
individuais, coletivos, associativos, políticos, econômicos e culturais”. Podem, por 
exemplo, mensurar a disponibilização e/ou o acesso aos bens públicos a serviços so-
ciais básicos, bem como, servir de parâmetro para avaliar se os objetivos de um projeto 
foram alcançados ou não.
Campos, Abegão e Delamaro (2002, p. 18) apontam que a principal utilidade dos 
indicadores é a de “serem usados para evitar – ou pelo menos diminuir – ambigui-
dades na comunicação”. Por outro lado, a utilização equivocada de indicadores pode 
representar um grande problema para a formulação de políticas, programas e projetos 
sociais.
De modo geral, os gestores de políticas e projetos sociais buscam indicadores 
em fontes secundárias e terciárias confiáveis buscando contextualizar os problemas 
sociais aos quais enfrentam. No caso dos projetos sociais, no nível micro, local, pontual, 
“a definição de indicadores é uma tarefa quase artesanal, no sentido de que deve ser 
feita ‘sob medida’ para cada projeto” (RAPOSO, 2000, p. 84). Daí surge a maior dificulda-
de para definição dos indicadores dos projetos sociais: a baixa clareza e precisão dos 
objetivos, que comumente são amplos demais indo além do escopo e competência 
institucional que se dispõe.
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Indicadores sociais
No nível dos projetos os indicadores servem para:
 indicar exatamente os resultados de cada um dos níveis de objetivos;
 fornecer as provas tangíveis de realização de cada nível;
 fornecer uma descrição operacional (quantidade, qualidade, público-alvo, 
tempo e localização dos objetivos e resultados);
 permitir julgar a pertinência e a viabilidade do objetivo do projeto e de seus 
produtos.
 estabelecer critérios para a avaliação do projeto;
 permitir acompanhar a realização do projeto.
Pensando na operacionalização para construção de indicadores, Raposo (2000) 
enfatiza as ações desenvolvidas pela Interamerican Foundation (IAF), uma agência de 
financiamento vinculada ao governo americano, que criou um modelo que permite 
melhor visualizar o escopo das ações e favorece a definição dos indicadores. A figura a 
seguir, do cone invertido, permite a compreensão de como a ação de um projeto pode 
ter foco localizado, pontual, mas que dependendo das variáveis e do contexto, pode 
ampliar seu impacto e, em alguns casos, atingir o nível das políticas públicas.
Espaço cívico-social 
Leis 
Políticas 
Práticas
Capacidade de gestão 
Planejamento 
Gerência 
Recursos 
Alcance / Articulações 
Nível de vida 
Necessidades básicas 
Conhecimento / habilidades 
Emprego / renda 
Patrimônio
SOCIEDADE 
Local / Regional / 
Nacional
ORGANIZAÇÕES 
E REDES
INDIVÍDUOS 
E FAMÍLIAS
Normas sociais 
Valores 
Atitudes 
Relações 
Cultura organizacional 
Visão 
Estilo democrático 
Autonomia 
Solidariedade
Capacidades pessoais 
Autoestima 
Identidade cultural 
Criatividade 
Reflexão crítica
TANGÍVEIS INTANGÍVEIS
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Diante da figura do cone invertido, a equipe gestora de um projeto social deve 
responder às seguintes indagações: O que queremos avaliar? O que os meus parceiros 
querem avaliar? Como podemos avaliar? Quem pode avaliar? Esse modelo contribui 
para dimensionar a potencialidade de impactos do projeto, fazendo com que finan-
ciadores e executores, em consenso possam equilibrar suas expectativas, reduzindo 
desentendimentos no que se refere à avaliação (RAPOSO, 2000).
Independente do nível de tangibilidade dos indicadores, esses devem ser:
 Confiáveis, já que distintos avaliadores devem obter os mesmos resultados ao 
analisar o mesmo programa/projeto com os indicadores propostos;
 Válidos e adequados (relevantes) para medir precisamente aquilo que se deseja 
medir;
 Claros e precisos;
 Úteis para mensurar mudanças que possam ser atribuídas ao resultado da exe-
cução das ações do programa/projeto (SANTOS et al. 2001).
 Buvinich (1999) acrescenta outras características a essas:
 Sensitivo – às mudanças da situação que é observada;
 Aceitável – pela população em estudo e pelos que coletam a informação;
 Específico – adaptado aos objetivos do programa/projeto;
 Oportuno – que possa ser constituído e reportado em tempo hábil;
 Tecnicamente viável – que os dados requeridos possam ser coletados e men-
suráveis (por exemplo, fácil de coletar através de amostragem, disponibilidade 
de pessoal especializado, disponibilidade de transporte do equipamento ne-
cessário etc.); e
 Custo-efetivo – que os dados requeridos possam ser coletados a um custo 
razoável (i.e., custos de capital, pessoal, operacionais).
Jannuzzi (2001) destaca como propriedades desejáveis aos indicadores sociais: 
relevância social, validade, confiabilidade, cobertura, sensibilidade, especificidade, in-
teligibilidade e sua construção, comunicabilidade, factibilidade para obtenção, perio-
dicidade na atualização, desagregabilidade, historicidade.
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Indicadores sociais
Formulação de indicadores
Na investigação avaliativa deve-se saber combinar adequadamente indicadores 
quantitativos e qualitativos, tangíveis e intangíveis, diretos e indiretos. Para isso, Va-
larelli apud Assis et al. (2005) aponta que é preciso criar sistemas de indicadores1 que 
levem em conta:
 concepções, interesses e enfoques das organizações e atores envolvidos, sur-
gidos por meio de processos de diálogo e negociação;
 o contexto para criação de um sistema de indicadores específicos do projeto;
 o modo de gestão da avaliação;
 os recursos – o tempo, a duração do projeto de avaliação e os recursos 
disponíveis.
Segundo Assis et al. (2005, p. 122), a importância de trabalhar com vários indi-
cadores complementares, para avaliar um mesmo objetivo/meta complexo, propicia 
uma visão crítica dos resultados. O sucesso da avaliação está no equilíbrio do número 
e significância dos indicadores: “nem excessivos que inviabilizem a análise dos dados e 
nem insuficientes que impeçam o avaliador de tirar conclusões”.
Quando o objetivo de um programa tem mais de um indicador, deve ser estabele-
cida uma metodologia de ponderação levando-se em conta não apenas a relevância de 
cada variável sobre o problema central, mas também as peculiaridades regionais, a impor-
tância dos atores relevantes, os macro-objetivos, as estratégias governamentais e outras.
Exemplo de ponderação de indicadores
Objetivo de impacto: elevar a qualidade da educação municipal em 30% até 
atingir a média nacional.
Indicadores de impacto Peso
– Resultados da Prova Nacional de Rendimento Escolar 50%
– Taxa de repetência 30%
– Taxa de evasão escolar 20%
1 No plano macro denomina-se como Sistema de Indicadores Sociais o “conjunto de indicadores sociais referidos a um determinado aspecto da realidade social 
ou área de intervenção programática” (JANNUZZI, 2001, p. 17). Assim, são definidos alguns Sistemas de Indicadores por áreas temáticas pela OCDE (saúde, edu-
cação, emprego, acesso ao consumo, segurança pessoal, condições de habitação e do ambiente físico, lazer, participação social); pela ONU (população, saúde, 
educação, atividade econômica, renda, patrimônio, uso do tempo, segurança pública, mobilidade social, cultura, comunicação, lazer), entre outros.
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Muitas vezes, os indicadores que permitem medir diretamente os objetivos não são 
encontrados. Nesse caso, devem ser estabelecidas “dimensões operacionais” (SANTOS 
et al., 2001) para se construir os chamados indicadores indiretos, por exemplo:
Objetivo: aumentar a participação dos pais nos projetos de merenda escolar.
Dimensão operacional: aumento da participação dos pais representada pelo au-
mento das doações recebidas pelo programa.
Indicador indireto: taxa de crescimento do número de doações.
As fontes de dados e a metodologia aplicada devem ser especificadas para cada in-
dicador. Tais fontes podem ser primárias, internas ao programa (levantamento de campo 
para o caso da avaliação ex-post), ou secundárias, a exemplo das estatísticas oficiais.
Os indicadores são, geralmente, apresentados como uma relação ou taxa entre 
variáveis associadas ao fenômeno sobre o qual se pretende atuar e devem conter as 
informações a seguir indicadas, conforme citado por Santos et al. (2001, p. 25):
Descriçãoa) – é a denominação do indicador selecionado;
Unidade de medidab) – é o padrão escolhido para mensurar a relação adotada do indicador;
Índice c) – é o valor da aferição de um indicador em um dado momento. Os índices combinam 
múltiplos indicadores em medidas singulares;
Data de apuraçãod) – é a data mais recente da apuração do índice;
Índice (meta) desejado ao final do plano e) – é o valor que se deseja atingir com a execução do 
programa, expresso pelo indicador, ao final do período de vigência do plano;
Fonte de apuraçãof) – é a instituição responsável pela apuração e acompanhamento do indica-
dor escolhido. A fonte pode ser uma instituição oficial ou privada. Exemplos: IBGE, FGV, Banco 
Central, SEBRAE, órgãos integrantes da estrutura do Governo, que criem ou mantenham siste-
mas de coleta e tratamento de informações para essa finalidade;
Base geográfica de apuração do índiceg) – é o menor nível de agregação geográfica da apura-
ção do índice. Pode ser municipal, distrital ou estadual;
Periodicidade da apuraçãoh) – é a frequência com que o índice é apurado e divulgado, podendo 
ser mensal, trimestral, semestral, anual ou outra;
Fórmula de cálculoi) – é a fórmula matemática e/ou outros esclarecimentos necessários para 
a correta compreensão do significado do indicador e determinação da unida-
de de medida.
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Indicadores sociais
A seguir são apresentadas algumas perguntas definidas pelo Vera Institute of 
Justice (2003), citadas por Assis et al. (2005, p. 113) que podem nortear a formulação de 
indicadores. Estes deveriam responder às indagações sobre:
 Validade/confiabilidade: têm a capacidade de captar mudanças em relação ao alcance dos 
objetivos? Estão medindo resultados do programas e não apenas atividades das instituições? 
Avaliadores distintos chegariam aos mesmos resultados se utilizassem os mesmos critérios?
 Equilíbrio: existe uma “cesta balanceada de indicadores” para medir o progresso de cada 
objetivo? A ambiguidade inerente a um critério específico se reduz mediante à presença de 
outros?
 Sensibilidade: cada um deles e todos no seu conjuntosão suficientemente sensíveis para 
captar os tipos de mudanças que provavelmente ocorrerão ao longo da avaliação?
 Igualdade: captam experiências de pessoas ou de grupos minoritários? A experiência do conjunto 
do grupo avaliado poderia ser desagregada para isolar a experiência de grupos particulares?
 Motivação: permitem identificar antecipadamente situações que mudam comportamento 
de gestores e cidadãos?
 Questões práticas: existem mecanismos viáveis de coleta de dados que sejam regulares, 
continuados, simples e não muito caros? Os indicadores coletados são confiáveis?
 Propriedade: pessoas e instituições cujas mudanças serão avaliadas participam na sua defi-
nição e nos critérios de seu desenvolvimento? Existe confiança dos que estão sendo avalia-
dos na qualidade e na adequação dos critérios?
 Clareza: são compreendidos e fazem sentido para todos os atores envolvidos na investiga-
ção, incluindo as pessoas com maiores dificuldades de compreensão teórica. As medidas 
expressam unidades compreensíveis para a maioria dos cidadãos?
Principais fontes de informação 
e indicadores no Brasil
Para a formulação de políticas públicas ou mesmo de projetos e programas so-
ciais, as fontes oficiais de indicadores sociais tais como as informações fornecidas pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica (IBGE), ONU, Unicef, Organização Interna-
cional do Trabalho (OIT), Organização Mundial de Saúde (OMS), Banco Mundial, entre 
outras, são essenciais. Essas organizações produzem periodicamente relatórios de in-
dicadores sociais, tais como:
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Principais publicações regulares de indicadores sociais
Instituição Publicação
Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE)
www.ibge.gov.br Anuário Estatístico do Brasil
Relatório de Indicadores Sociais
Brasil em Números
Comissão Econômica para Amé-
rica Latina e Caribe (CEPAL)
www.cepal.org/brasil/ Panorama Social da América La-
tina
Anuário Estatístico da América 
Latina
Centro Latinoamericano y Cari-
beño de Demografía (CELADE)
www.cepal.org/celade/cela-
de50/
Boletim Demográfico
Banco Mundial (World Bank) www.bancomundial.org.br Relatório sobre o Desenvolvi-
mento Mundial
Organização das Nações Unidas 
para a Agricultura e Alimentação 
(FAO)
www.fao.org.br/ The State of Food Insecurity in 
The World
Fundo de População das Nações 
Unidas (FNUAP)
www.unfpa.org.br Situação da População no Mun-
do
Organização Internacional do 
Trabalho (OIT)
www.oit.org.br Yearbook of Labor Statistics
Organização Mundial de Saúde 
(OMS)
www.oms.org World Health Report
Organização das Nações Unidas 
(ONU)
www.onu-brasil.org.br Demographic Yearbook
Programa das Nações Unidas 
para o Desenvolvimento (PNUD)
www.pnud.org.br Relatório de Desenvolvimento 
Humano
Organização das Nações Unidas 
para a Educação, a Ciência e a 
Cultura (UNESCO)
www.brasilia.unesco.org World Education Report
Statically Yearbook
Fundo das Nações Unidas para a 
Infância (UNICEF)
www.unicef.org.br Situação da Infância no Mundo
Na atualidade, graças à internet, a maior parte dos relatórios, bases de dados e 
outras publicações sobre indicadores sociais estão disponíveis para a população. A ra-
pidez de acesso às estatísticas públicas permite agilidade para análise e cruzamento de 
dados, para poder fazer comparações e conseguir acompanhar a possível eficácia das 
políticas sociais. Em vários sites oficiais do governo federal, governos estaduais, insti-
tutos de pesquisa e análise e organismos internacionais podem-se acessar estatísticas, 
indicadores, relatórios sociais e base de dados que permitem visualizar indicadores 
sociais fundamentais para a avaliação e planejamento de políticas e projetos sociais.
A seguir listamos alguns dos principais sites com estatísticas, indicadores e relató-
rios sociais no nível nacional, a partir das indicações feitas por Jannuzzi (2001, p. 62-63) 
e outras mais recentes:
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Indicadores sociais
Instituição Site
Dados Estatísticos na Esfera Federal
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica (IBGE) www.ibge.gov.br
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio 
Teixeira (INEP)
www.inep.gov.br
DATASUS http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate 
a Fome
www.mds.gov.br
Sistema Único de Assistência Social (SUAS) www.mds.gov.br/ascom/hot_suas/suas.htm
Ministério do Trabalho e Emprego www.mte.gov.br
Ministério da Justiça www.justiça.gov.br
Ministério da Saúde www.saude.gov.br
Ministério do Planejamento www.planejamento.gov.br
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico 
e Tecnológico (CNPq)
www.cnpq.br
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (CAPES)
www.capes.gov.br
Agências Estaduais de Estatísticas
Fundação CIDE (Centro de Informações e Dados do 
Rio de Janeiro)
www.cide.rj.gov.br
Companhia de Planejamento do Distrito Federal 
(CODEPLAN)
www.codeplan.df.gov.br
Fundação João Pinheiro (MG) www.fjp.gov.br
Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de 
Pernambuco (CONDEPE) 
www2.condepefidem.pe.gov.br/web/condepeFi-
dem
Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande 
do Sul (FEE) 
www.fee.rs.gov.br
www.fee.tche.br
Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econô-
mico e Social (IPARDES) 
www.ipardes.gov.br
Superintendência de Estudos Econômicos e So-
ciais da Bahia (SEI) 
www.sei.ba.gov.br
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados 
de São Paulo (SEADE) 
www.seade.gov.br
Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do 
Ceará (IPECE) 
www.ipece.gov.br
Institutos de Pesquisa e Análise
Centro Brasileiro de Análise e Planejamento 
(CEBRAP) 
www.cebrap.org.br
Departamento Intersindical de Estatísticas e Estu-
dos Socioeconômicos (DIEESE) 
www.dieese.org.br
 Centro de Desenvolvimento e Planejamento Re-
gional de Minas Gerais (CEDEPLAR)
www.cedeplar.ufmg.br/
Fundação Prefeito Faria Lima – Centro de Estudos e 
Pesquisa em Administração Municipal (CEPAM) 
www.cepam.sp.gov.br
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Fundação Joaquim Nabuco www.fundaj.br
Fundação de Desenvolvimento Administrativo 
(FUNDAP) 
www.fundap.sp.gov.br
Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ) www.fundaj.br
Fundação Carlos Chagas (FCC) www.fcc.org.br
Fundação Getúlio Vargas (FGV) www.fgv.br
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) www.ipea.gov.br
Instituto Pólis www.polis.org.br
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e 
Tecnologia (IBICT) 
www.ibict.br
Núcleo de Estudos de População (NEPO) www.nepo.unicamp.br
Dentre os muitos indicadores sociais usados por instituições governamentais na-
cionais e internacionais, Jannuzzi (2001) destaca alguns principais:
Indicadores demográficos e de saúde1. 
Taxa de natalidade;a) 
Taxa de crescimento demográfico;b) 
Carga de dependência de crianças e idosos;c) 
Taxa de urbanização;d) 
Taxa de mortalidade infantil;e) 
Esperança de vida ao nascer;f ) 
Indicadores de morbidade e atendimento à saúde;g) 
Indicadores de desnutrição;h) 
Coeficientes técnicos de recursos;i) 
Indicadores-insumo e de processos nas políticas de saúde: gasto públi-j) 
co per capita com atendimento a saúde, gasto público com saúde como 
porcentagem do PIB, enfermeiros por mil habitantes, médicos por mil ha-
bitantes, leitos hospitalares por mil habitantes, dias/horas de espera por 
internação.
Indicadores educacionais e culturais2. 
Taxa de analfabetismo;a) 
Escolaridade média;b) 
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Indicadores sociais
Taxa de atendimento escolar;c) 
Taxas de desempenho no sistema escolar;d) 
Coeficientes técnicos de recursos;e) 
Indicadores-insumo e processo na política educacional: gasto público f ) per 
capita na educação, gasto público com educação como porcentagem do 
PIB, razão alunos por professor, professores por mil habitantes, percentual 
de professores com formação universitária, número médio de horas-aula;
Indicadores de acesso à informação e cultura: tiragem de jornal por mil g) 
habitantes; títulos de livros lançados por mil habitantes, percentual de do-
micílios com TV, rádio ou telefone; percentual de domicílios com acesso à 
internet, estações de rádio por 100 mil habitantes.
Indicadores de ciência e tecnologia3. 
Produtividade em pesquisa, ciência e tecnologia;a) 
Número de patentes registradas;b) 
Números de bolsas para pesquisadores.c) 
Indicadores de mercado de trabalho4. 
Taxa de participação;a) 
Taxa de desemprego aberto e oculto;b) 
Rendimento médio no trabalho.c) 
Indicadores de renda e pobreza5. 
Renda ou PIB a) per capita;
Renda familiar média;b) 
Índice de Gini para a distribuição de renda (coeficiente geralmente utiliza-c) 
do para calcular a desigualdade de distribuição de renda);
Parcela da massa apropriada de famílias (é um indicador do grau de renda d) 
em uma sociedade, menos citado do que o índice de Gini. Trata-se do cál-
culo do montante de renda das famílias mais pobres pelo montante total 
de renda);
Posse de bens duráveis e classe socioeconômica;e) 
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Indicadores de pobreza como insuficiência de renda (proporção de indi-f ) 
gentes ou pobres, linha de indigência, linha de pobreza);
Indicadores de pobreza como carências múltiplas (proporção da popula-g) 
ção com necessidades básicas insatisfeitas – acesso à educação, à saúde, 
ao trabalho regular etc.);
Índices de custo de vida.h) 
Indicadores habitacionais e de infraestrutura urbana6. 
Proporção de domicílios adequados;a) 
Taxa de cobertura dos serviços urbanos;b) 
Indicador de infraestrutura de transporte.c) 
Indicadores de qualidade de vida e meio ambiente7. 
Indicadores subjetivos de qualidade de vida: satisfação com a moradia; satisfa-a) 
ção com o bairro, vizinhança, cidade; intenção de mudar-se de domicílio ou cida-
de; atendimento às necessidades básicas, atendimento às aspirações culturais;
Indicadores de criminalidade e homicídios;b) 
Indicadores de alocação de tempo;c) 
indicadores ambientais.d) 
Indicadores político-sociais e de opinião pública8. 
Indicadores de acesso a direitos;a) 
Taxa de sindicalização e associativismo;b) 
Indicadores de opinião pública: principais problemas da sociedade, nível de c) 
corrupção da Administração Pública etc.
Índices de Desenvolvimento e Pobreza Humana9. 
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano;a) 
IPH – Índice de Pobreza Humana.b) 
Esses são, entre outros, os vários indicadores sociais que servem como balizado-
res na tomada de decisão quando se pretende planejar e avaliar um projeto ou política 
social. Tais indicadores secundários atrelados a informações primárias, num nível micro 
do desenvolvimento de um projeto, servem como base para aferir níveis de eficiência, 
eficácia e efetividade das ações sociais implementadas em uma dada realidade.Av
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Indicadores sociais
Texto complementar
Educação e participação: coordenadora geral do Cenpec 
fala sobre indicadores
Para entender o que são os indicadores de ação socioeducativa, o Educação & Participação 
procurou a coordenadora geral do Cenpec, Maria do Carmo Brant de Carvalho, para uma entrevista
(EDUCAÇÃO E PARTICIPAÇÃO, 2009)
 E&P – O que são os indicadores?
 Carminha – Indicadores são sinais. Os sinalizadores de uma realidade. Por 
exemplo: quando eu falo no indicador “evasão escolar” ele é um sinal de que 
a educação não vai bem. Se as crianças saem da escola e a evasão é alta, 
o indicador está me sinalizando que alguma coisa não vai bem na educa-
ção. É por isso que um indicador é um sinalizador que pode orientar tanto 
a comunidade a monitorar melhor e a perseguir junto uma melhoria, como 
também para políticas públicas, para os governos dizerem aprimorarem a 
política em uma linha mais precisa.
 E&P – Quando eles são usados?
 Carminha – Eles são usados exatamente para sinalizar. Especialmente na 
política pública você precisa de indicadores. O indicador de mortalidade 
infantil é mais um exemplo. Quando eu digo que estão morrendo trinta a 
cada mil crianças antes de completar um ano, eu estou dizendo um dado de 
realidade de um país ou de um município. Isso vai orientar política pública 
em termos de política de redução da mortalidade infantil.
 Junto com um indicador, eu tenho também o que a gente chama de parâ-
metros ou ideais a alcançar. Na mortalidade infantil, se eu tenho hoje 30 a 
cada mil crianças que estão morrendo antes de um ano, eu também tenho 
que ter um parâmetro para um número ideal. Nesse parâmetro bom, no má-
ximo oito ou cinco crianças morrerão antes de um ano.
 Eu tenho um sinalizador que é o indicador e eu tenho um parâmetro, ou 
um ideal, um padrão a alcançar, que me permite dizer “eu ainda tenho que 
avançar tanto”. Isso serve também para a comunidade, ou para a ONG. 
“Estou aqui e preciso chegar lá”.
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 E&P – Quem faz os parâmetros?
 Carminha – Vamos pegar um exemplo: o MEC criou o IDEB que é o Índice 
de Desenvolvimento da Educação Básica, por município e por escola. Então, 
misturando vários dados de evasão escolar, de reprovação escolar, de ren-
dimento escolar, as provas Brasil, como é que a criança está em termos de 
rendimento escolar, é possível concluir que muitos municípios no Nordeste 
estão com um índice de desenvolvimento da educação, de 3.2 ou 2.9, em 
uma escala que vai de 0 a 10. O idealíssimo seria o 10, mas posso pensar que 
o ideal para eu atingir entre 5 e 10 anos é que esse município que está em 
2.9 chegue a 6. Por que 6? Porque 6 é o que já atingiram os países desen-
volvidos. Os que estão melhores em educação estão por volta do 6, como 
índice ideal.
 Quem define são os próprios estudos de realidade. No Brasil, já se tem esse 
índice de 6 em alguns municípios, mas poucos. Nós temos isso como parâ-
metros para atingir com os outros.
 E&P – O que são os indicadores de ação socioeducativa?
 Carminha – Acho que para falar em indicadores de ação socioeducativa, 
nós precisamos começar a entender que as ações educativas não ocorrem 
só na escola. Elas atravessam ou estão presentes em várias políticas sociais. 
Na política de cultura, eu tenho a produção das ações socioeducativas, na 
política de assistência social eu também tenho produção de ações socio-
educativas, no esporte, na saúde. Agora, recentemente nós temos falado 
muito na importância das ações socioeducativas, na existência e na realiza-
ção plena delas porque elas produzem aprendizagens, que são importantes 
para a criança viver no mundo, em sociedade, e para inclusive melhorar em 
seu rendimento escolar.
 Mas é, sobretudo, para produzir aquilo que são objetivos da educação como 
um todo. Produzir a coesão social, a melhor convivência, a participação na 
vida pública, apropriar-se do universo cultural, das riquezas culturais que 
têm na sociedade. Tudo isso caminha muitas vezes menos pela escola e 
mais por essas atividades socioeducativas.
 E&P – Explicado isso, por que indicadores socioeducativos?
 Carminha – Porque também chegou um ponto de que eu não posso ver 
essa malha tão grandede projetos socioeducativos existente no país e fei-
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Indicadores sociais
tos por ONGs, por organizações comunitárias e serviços públicos como a 
biblioteca, o centro cultural, o telecentro, a quadra de esporte, o centro des-
portivo, sem me perguntar: “o que é uma boa ação socioeducativa?”, “o que 
é uma boa oferta de atividade socioeducativa?”, “o que são boas oportunida-
des de aprendizagem socioeducativa?”.
 Aqui no Cenpec nós passamos a pensar essas questões. E não só o Cenpec, o 
Unicef está interessado nisso, outras organizações brasileiras estão interes-
sadas nisso, outras fundações empresariais e o próprio estado, mais interes-
sado do que nunca, que a gente pensasse um pouco: o que seriam indica-
dores, ou melhor, sinalizadores, de uma prática socioeducativa competente 
ou pertinente para aquela comunidade? Foi aí que nós no Cenpec fizemos 
todo um esforço de sentar melhor e estudar esses 10 anos de Prêmio Itaú- 
-Unicef com tantas ONGs e com tantos trabalhos que também a gente faz 
via Prêmio Cultura Viva e outras áreas de ação.
 Nós criamos aqui uma série de indicadores de boas oportunidades. Primeiro 
esses indicadores vão levantar o leque de possibilidade de aprendizagens 
socioeducativas. Não só a convivência, mas se ampliou ou não o universo 
cultural, se a criança e o adolescente circulam mais pelos espaços socioe-
ducativos e outros da cidade. Não é caso de apontar cada um dos indica-
dores formulados, mas dizer que eles são sinalizadores para as ONGs e para 
o próprio governo municipal e o próprio projeto de cultura e de esportes 
pensarem quais oportunidades de aprendizagem deve-se desenvolver com 
crianças e adolescentes fora do espaço escolar, mas que conjuguem no sen-
tido de desenvolver crianças, adolescentes e jovens.
 É esse o sentido. Também como esta atividade socioeducativa é desenvol-
vida no geral pelo Terceiro Setor, portanto, por organizações não governa-
mentais, nós incluímos também o que estamos chamando de indicadores 
de gestão, mas que não servem só para ONGs. Na realidade eles também 
podem ser apropriados por organizações públicas, porque são os indica-
dores de gestão que me permitem dizer qual é o desenvolvimento da com-
petência gestora que essas organizações tem que conquistar para ofertar 
melhores oportunidades de aprendizagem para crianças e adolescentes.
 E&P – O que motivou a formulação dos indicadores da ação socioedu-
cativa no escopo do processo seletivo do Prêmio Itaú-Unicef?
 Carminha – Porque era o momento politicamente correto. O Prêmio Itaú- 
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-Unicef mobiliza mais de 2 mil organizações. Nesse processo, a gente traba-
lha com muitos avaliadores locais, regionais, ou seja, secretários municipais 
de educação, assistência, professores de universidade, conselheiros muni-
cipais e estaduais de políticas públicas. Quando se junta todos esses ava-
liadores se tem uma grande oportunidade para trabalhar com indicadores. 
Lançar no escopo do Prêmio permite maior visibilidade e maior indução ao 
seu uso. E permite, inclusive, testar se eles são bons indicadores porque será 
um grande público trabalhando com eles.
 E&P – Para além da premiação, como é que as outras organizações liga-
das a educação vão poder usar esses indicadores?
 Carminha – Nós temos ambições maiores na hora que a gente produz esses 
indicadores e os quer aplicar, que é exatamente que na prática socioedu-
cativa desenvolvida por essas organizações; por outras organizações; por 
secretarias municipais, estaduais e nacional de assistência social; pelas se-
cretarias de educação e pelas secretarias de cultura, elas tenham subsídios e 
parâmetros inclusive para começar a olhar avaliativamente seus projetos, a 
sua oferta socioeducativa. Assim, elas começarão a construir algo mais rico 
e mais potente para as próprias crianças e adolescentes brasileiras.
 E&P – Você começa explicando os indicadores e dando exemplo de in-
dicadores de política educacional, por exemplo, taxa de evasão escolar. 
Esses indicadores formulados já podem ser considerados como indica-
dores de uma política? Isso quer dizer, validados e reconhecidos pelos 
segmentos da sociedade?
 Carminha – Eu acho que sim. Esse é o propósito: que ele seja apropriado 
pela política pública. Mas se nós vamos conquistar isso e se conquistaremos 
será muito bom. Ainda ontem eu estava pensando que se você tem hoje 
uma base de dados que permite avaliar resultados e impactos no campo da 
educação formal, mas nós não temos no campo dessa chamada educação 
informal que é tão importante quanto a formal. Ou melhor, elas caminham 
juntas, entrelaçadas. Então, propiciar isso é muito bom.
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