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VENTILAÇÃO E CONDICIONAMENTO DE MINAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Apresentar as principais doenças relacionadas à extração mineira. > Analisar o grau de risco de cada atividade. > Elaborar planos de prevenção de acidentes em operações mineiras. Introdução As doenças causadas pelas atividades em mineradoras podem debilitar o indivíduo pelo resto de sua vida, obrigando-o muitas vezes a se aposentar cedo. As doenças ocupacionais são alvo de grande preocupação dentro da indústria da mineração, pois são naturalmente insalubres ao homem e ao meio ambiente, em razão das grandes quantidades de operações existentes dentro do ciclo produtivo de uma mina. Por isso, são feitos estudos para evitar que o trabalhador seja exposto de forma excessiva a fatores como ruídos e vibrações, para que ele não desenvolva doenças crônicas ao longo dos anos de trabalho na mineração. Neste capítulo, você vai ver as principais doenças relacionadas à extração mineira. Além disso, vai conhecer o grau de risco de cada atividade. Por fim, vai estudar a elaboração de planos de prevenção de acidentes em operações mineiras. Segurança do trabalho nas operações mineiras Lília Albuquerque da Silva Doenças e a mineração O ser humano usa o trabalho para adquirir equilíbrio pessoal e satisfazer a sociedade em que vive. Porém, as condições em que esses trabalhos são desenvolvidos impactam diretamente na saúde e no bem-estar dos trabalha- dores. Diversos fatores influenciam diretamente a qualidade dos trabalhos desenvolvidos, como fatores físicos, químicos e biológicos (poeiras, ruídos, temperaturas, vibrações), entre outros (CATTABRIGA; CASTRO, 2014; COHN, MARSIGLIA, 1994). Com a chegada da tecnologia, a relação da interação homem-máquina aumentou, surgindo novos padrões de desgastes do trabalhador. Na década de 1970, o Brasil era o campeão mundial em acidentes de trabalho. Por isso, em 1978, o Ministério do Trabalho e Emprego publicou 28 normas regulamen- tadoras, com o intuito de proteger a saúde dos trabalhadores. O setor mineiro, especialmente aquele que se desenvolve em subsuperfície, é mundialmente reconhecido como um dos ambientes mais susceptíveis a risco para o trabalhador, apesar dos avanços tecnológicos (JOAQUIM, 2017). Segundo a Organização Internacional do Trabalho, a cada 15 segundos um trabalhador morre em decorrência de acidente ou doença adquirida no trabalho (CATTABRIGA; CASTRO, 2014). O Brasil segue em quarto lugar no ranking mundial de acidente no trabalho, ficando atrás apenas de China, Rússia e Estados Unidos. O setor em que mais acontecem acidentes é o da indústria e de serviços. No setor industrial, a mineração representa cerca de 30% dos acidentes registrados nesse seguimento, sendo uma das atividades de maior periculosidade (CATTABRIGA; CASTRO, 2014). A NR-22 especifica as condições de saúde e segurança na mineração (BRA- SIL, [2019a]). Essa norma engloba os trabalhos desenvolvidos em minas a céu aberto e subterrâneas. Os riscos são listados a seguir (CATTABRIGA; CASTRO, 2014, documento on-line). � Tipo de mineral lavrado: Ferro, ouro, bauxita, manganês, mármore, granito, asbestos, talco, etc. � Formação geológica do mineral e da rocha encaixante: dependendo da formação geológica, o mineral lavrado pode conter outros minerais contaminantes, como a contaminação do talco com amianto. � Porcentagem de sílica livre no minério lavrado: existem minérios e rochas encaixantes com maior ou menor porcentagem de sílica livre. Segurança do trabalho nas operações mineiras2 � Presença de gases: a ocorrência de gases, principalmente metano, é mais comum em rochas sedimentares do tipo carvão mineral e potássio, sendo importante atentar para sua presença especialmente em minas subterrâneas. Também vale destacar que gases podem se acumular em áreas abandonadas de minas subterrâneas, o que gera riscos no momento de sua retomada. � Presença de água: há o risco de inundações. � Métodos de lavra: os métodos de lavra implicam em diversos riscos, pois alteram o maciço rochoso, possibilitando desabamentos se eles não forem executados da forma adequada. Os fatores que podem influenciar em acidentes no trabalho estão rela- cionados a pessoas, incluindo trabalhadores, empregados, terceirizados e visitantes, e ao ambiente de trabalho. Os fatores de riscos para a ocorrência de acidentes podem ser os seguintes (CATTABRIGA; CASTRO, 2014): � excesso de confiança em pessoas que já têm prática com a atividade em questão; � falta de habilidade em realizar atividade em decorrência da falta de treinamento adequado para desenvolver a atividade; � negligência; � exibicionismo; � falha na comunicação em ambiente de risco; � falta de uso de equipamentos de proteção individuais (EPIs); � equipamentos de segurança danificados; � emprego incorreto de ferramentas; � ajuste, lubrificação e limpeza de maquinário em movimento; � ficar estacionado abaixo de um corpo de carga em suspensão; � andar rápido ou correndo em escadarias. Desobedecer às normas de segurança no trabalho pode causar a morte ou o surgimento de doenças hostis no trabalhador. Principais doenças Algumas doenças são comumente desenvolvidas em trabalhadores que ficam por um longo período em exposição às condições adversas de uma mina subterrânea. Veja a seguir as doenças mais comuns. Segurança do trabalho nas operações mineiras 3 Exposição à poeira de sílica A sílica livre cristalina é a principal causa do desenvolvimento da doença conhecida como silicose, causada pela inalação da sílica. A sílica se fixa nos pulmões, causando insuficiência respiratória. Além disso, essa exposição pode causar câncer nos pulmões. No Brasil, o maior índice dessa doença ocorre em Nova Lima (MG), nas minerações subterrâneas de ouro (ALGRANTI et al., 2003). Para a prevenção dessa doença, é preciso medir a concentração de sílica e de poeira presentes nos diversos ambientes de uma mineradora e tomar os devidos cuidados. A utilização de máscaras apropriadas e o cuidado com o tempo de exposição são cruciais para evitar e controlar o desenvolvimento da doença. A silicose é a principal causa de invalidez entre as doenças res- piratórias ocupacionais (BARBOSA et al., 2011; CATTABRIGA; CASTRO, 2014). Exposição ao ruído Principal agente físico causador de doenças, o ruído é considerado um dos maiores problemas relacionados à saúde do trabalhador. A doença é de- senvolvida pela exposição contínua ou intermitente ao ruído, o que leva ao desenvolvimento de alterações estruturais no ouvido interno, caracterizando a perda auditiva induzida por ruído (Pair) (CATTABRIGA; CASTRO, 2014; GABAS, 2004). A Pair é caracterizada pelo excesso de exposição ao ruído por um longo período de tempo, resultando em um excesso de estimulação. Ela pode ser definida como a seguir (BRASIL, 2006, documento on-line). � Ser sempre neurossensorial, uma vez que a lesão é no órgão de Corti da orelha interna. � Ser geralmente bilateral, com padrões similares. Em algumas situações, observam-se diferenças entre os graus de perda de audição. � Geralmente, ela não produz perda auditiva maior que 40 dB nas fre- quências baixas e 75 dB nas altas. � Sua progressão cessa com o fim da exposição ao ruído intenso. � A presença de Pair não torna a audição mais sensível ao ruído. À medida que aumenta o limiar, a progressão da perda se dá de forma mais lenta. � A perda tem seu início e predomínio nas frequências de 3, 4 ou 6 kHz, progredindo, posteriormente, para 8, 2, 1, 0,5 e 0,25 kHz. Segurança do trabalho nas operações mineiras4 � Em condições estáveis de exposição, as perdas em 3, 4 ou 6 kHz geral- mente atingirão um nível máximo em cerca de 10 a 15 anos. � O trabalhador portador de Pair pode desenvolver intolerância a sons intensos, queixar-se de zumbido e ter diminuição de inteligibilidade da fala, com prejuízo à comunicação oral. Além da audição, os ruídos podem trazer prejuízos a outros órgãos e desenvolver outrostipos de doenças. As consequências de curta duração são aquelas que envolvem o aumento das batidas do coração e da respiração, causando aumento da circulação cerebral, elevação da pressão arterial, dimi- nuição dos tônus musculares, dilatação das pupilas e aumento da produção de adrenalina e noroadrenalina. Esses sintomas são desencadeados pela ação de estresse do corpo humano em resposta aos ruídos. Outros sintomas causados pelos ruídos são zumbido de ouvido, alterações digestivas, alterações cardíacas, fadiga, dores de cabeça e redução de concentração (BRASIL, 2006; CATTABRIGA; CASTRO, 2014). Para a prevenção das doenças causadas por ruído, é importante instalar um plano de prevenção e definir os locais de maior exposição a esse tipo de agente externo. Os técnicos devem permanecer um período de tempo espe- cífico nesses locais, diminuindo o tempo de exposição. Outra estratégia de prevenção é a utilização de equipamentos de proteção, como os protetores oraculares, que devem ser obrigatórios nesses locais. Além de mapear os locais de maior exposição a ruídos, é importante considerar os tipos de ruído que esses locais produzem e as características do local, observando sempre a idade e o tempo de exposição da equipe técnica (CATTABRIGA; CASTRO, 2014). Exposição à vibração em mãos e braços As vibrações são causadas pela utilização de ferramentas e máquinas mo- vidas a motor. Analisando o ciclo produtivo de uma mineração, é possível observar que quase todas as operações usam algum tipo de equipamento. As vibrações atingem geralmente mãos, nádegas, costas e pés. Normalmente, nas minerações, o tipo de vibração se dá ou no corpo inteiro ou em regiões localizadas (mãos e braços) durante o desenvolvimento das atividades diárias (CATTABRIGA; CASTRO, 2014; DALLORA NETO, 2004; VENDRAME, [2011]). Segurança do trabalho nas operações mineiras 5 � Vibrações de mãos e braços: gerada pelo contato direto do operador com o equipamento fonte de vibração. Pode causar a síndrome de Reynaud (dedo branco), oriunda de alterações vasculares do membro que tem contato direto com o objeto vibrante. Os limites dessas vibra- ções são regulamentados pela ISO 5349 (ISO, 2001). � Vibrações de corpo inteiro: são causadas pela utilização de equipamen- tos, como veículos pesados, tratores e retroescavadeiras. Seus efeitos são influenciados diretamente pela postura do operador e pela pre- disposição dele em desenvolver doenças. As principais consequências são traumatismo na coluna vertebral, dores abdominais e digestivas, deficiência no equilíbrio, dores de cabeça, transtornos visuais e falta de sono. Os seus limites de exposição estão regulamentados na ISO 2631 (ISO, 1997). Não há cura para as doenças desenvolvidas em razão da exposição exces- siva à vibração. Por isso, é importante prevenir ao máximo o técnico operador de cada equipamento, para que ele não adquira sequelas. Deve-se adotar um plano com base nas intensidades das vibrações e no tempo que o operador pode ficar exposto a elas diariamente. Também são importantes a utilização de equipamentos de proteção e a realização de procedimentos diários sempre que os trabalhadores forem usar os equipamentos. Veja a seguir algumas medidas de prevenção (CATTABRIGA; CASTRO, 2014, documento on-line): � luvas antivibração; � períodos de repouso do trabalhador; � procedimentos de trabalho alternativos; � EPIs adequados e suplementares, quando for o caso; � programas de manutenção para sistemas e equipamentos; � atenção ao design do local de trabalho; � informação sobre o correto uso das máquinas de vibração; � limitação do tempo de exposição; � treinamento aos trabalhadores de como utilizar as medidas de proteção escolhidas para uso naquele local. Na próxima seção, vamos estudar o gerenciamento de riscos. Segurança do trabalho nas operações mineiras6 Gerenciamento de riscos A crescente preocupação com os acidentes que ocorrem no setor de extração mineral vem da alta probabilidade de acontecer acidentes comuns, envolvendo, principalmente, equipamentos e máquinas. Segundo o Ministério do Trabalho, a atividade de mineração está classificada em risco 4, ou seja, é uma atividade de alta probabilidade de acidentes, pois expõe seus trabalhadores a riscos ambientais (BUDKE, 2012). Para realizar uma análise e, consequentemente, o gerenciamento de risco dentro do ambiente de uma mina, é necessário seguir as especificações con- tidas na NR-22, que determina a elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) (BRASIL, [2019a]). Esse programa obriga as empresas do setor mineiro a agirem de modo a prevenir acidentes e doenças ocupacionais em seus trabalhadores (BARREIROS, 2002; BUDKE, 2012). O PGR caracteriza o processo de identificação, avaliação e controle dos riscos ambientais, sejam eles físicos, químicos ou biológicos. O programa tem como objetivo a formulação e implantação de medidas para prevenir riscos, mantendo as instalações e operando dentro dos padrões de segurança toleráveis. Os riscos encontrados no ambiente mineiro variam. Eles podem estar no material lavrado, na formação geológica, no percentual de sílica livre, na presença de gases, na presença de água, nos métodos de lavra aplicados e nos equipamentos (BUDKE, 2012). O programa deve conter algumas informações básicas obrigatórias, como: � tipos de risco presentes no ambiente de trabalho (físicos, químicos e biológicos); � ventilação; � proteção respiratória; � ergonomia; � risco decorrente da utilização de energia elétrica; � risco decorrente da utilização de veículos de transporte; � utilização de equipamentos individuais de proteção de uso obrigatório; � estabilidade do maciço rochoso; � gestão, análise e investigação de acidentes e incidentes do trabalho. Dessa forma, é possível atingir o objetivo do programa: a antecipação e identificação dos fatores de riscos, estabelecendo as prioridades e elaborando um programa de ações. Segurança do trabalho nas operações mineiras 7 Com base nos estudos realizados por Budke (2012), tome como exemplo o caso de avaliação de riscos em uma pedreira para a aplicação de um programa de gerenciamento de risco. Em tal pedreira, o minério passa pelo processo de britagem. A princípio, existe um operador de draga que carrega o minério da frente da lavra até o caminhão basculante. No caminhão, há um segundo operador, que leva o material até o britador. Além do operador do britador, ao final ainda vai haver um operador para a conferência da carga. Todos esses operadores têm como carga de trabalho 40 horas semanais. Considerando que o britador utilizado para esse processo é o de mandíbula, é possível listar os seguintes riscos associados a essa etapa do processo produtivo (considerando que a empresa não apresenta um programa de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais): � desmoronamento e queda de blocos de minério; � falta de proteção nas máquinas; � falta de utilização de EPIs; � falta de sinalização; � fiação elétrica desprotegida; � falta de proteção na abertura de alimentação do britador; � pisos e plataformas irregulares; � queda de altura; � exposição a ruídos; � exposição ao calor; � exposição a vibrações; � exposição à radiação solar; � exposição à sílica livre; � exposição a bactérias, fungos e parasitas. Os ruídos são provocados pelo funcionamento das máquinas e dos equi- pamentos e pelo processo de britagem. Para medir a exposição ao ruído, são utilizados equipamentos que medem o nível de pressão sonora: os dosímetros. Segundo a Portaria nº 3.214/78, NR-15 (BRASIL, [2019b]), um trabalhador exposto a 95,9 dB(A), por exemplo, só pode trabalhar 1 hora e 45 minutos por dia. Quanto ao calor a que o operador é exposto, para essa situação é considerado um risco pequeno, pois as máquinas não superaquecem e estão localizadas em ambiente aberto e ventilado. Para a medição das temperaturas, é utilizado um medidor térmico nos locais onde os operadores ficam localizadosdurante o funcionamento de máquinas e equipamentos. As vibrações são decorrentes, principalmente, do britador, durante a fragmentação das rochas. Assim, se Segurança do trabalho nas operações mineiras8 o operador fizer algum procedimento que exija contato com o britador, ele vai estar exposto a um alto grau de vibração, que vai se propagar por todo o seu corpo. Por fim, a radiação solar se refere ao tempo de exposição do operador à luz solar. Por isso, cabines e tetos de proteção devem existir nos equipamentos e nas máquinas. Além disso, nas pedreiras em geral existe o risco de exposição à poeira de sílica, decorrente da quebra e fragmentação da rocha, principalmente quando esta passa pelo processo de britagem. Para esse caso, devemos avaliar que, de toda a poeira levantada pelo britador, grande parte fica suspensa no ar e é dispersada pela circulação do ar do ambiente aberto. Entretanto, a expo- sição para os operadores é feita de forma contínua, principalmente para os operadores que trabalham próximos ao britador. Outro ponto importante é em relação à higiene e limpeza do local. O ambiente de trabalho deve ser adequadamente limpo e ter sanitários para os trabalhadores envolvidos na mineração. Caso contrário, os trabalhadores ficam expostos a bactérias, fungos e parasitas. Outro ponto é o risco ergo- nômico que, para situações precárias de trabalho, é considerado grande. Operadores de máquinas e equipamentos são submetidos a uma rotina de movimentos repetitivos, e a má postura é um dos principais problemas a serem combatidos nesse tipo de trabalho. Como os operadores de uma mineração de brita são expostos a todos esses fatores descritos, o risco de ocorrer acidentes é considerado grande, principalmente pela possibilidade do lançamento de partículas a partir do britador. Há ainda o risco decorrente do local onde o operador do britador permanece, a cerca de oito metros de altura. É necessário que esse local seja devidamente estruturado, para que o operador não sofra uma queda. Depois de conferir as condições mais críticas para esse tipo de ambiente, veja a seguir como devem ser projetadas e implantadas as melhorias do ambiente de trabalho, segundo a NR 22 (BRASIL, [2019a]): � delimitar a área de carga e descarga de material, evitando a circulação de pessoas durante a execução de trabalhos; � realizar manutenções rotineiras em equipamentos e máquinas; � instalar proteção nas correias do britador; � instalar sinalização de segurança, de acordo com a NR 26; � delimitar e sinalizar o local de descarga de rochas e instalar proteções para maior segurança; � pintar faixas pretas e amarelas intercaladas nos pilares onde os ca- minhões entram para fazer o carregamento do minério para entrega; Segurança do trabalho nas operações mineiras 9 � orientar o trabalhador para nunca efetuar a manutenção com máquinas ou instalações ligadas ou energizadas; � instalar um sistema de prevenção e combate a incêndios; � instalar sanitários com condições de higiene básicas, com presença de papel higiênico, papel toalha e sabonete líquido, além de dispor de copos descartáveis para a ingestão de água; � fazer a manutenção de pisos, pois eles devem ser lisos e sem irregularidades; � realizar inspeções periódicas nas instalações elétricas da empresa, principalmente no quadro de comando das máquinas no britador, para que apenas pessoal autorizado o manuseie; � utilizar obrigatoriamente EPIs durante os trabalhos na empresa; � designar um responsável pela fiscalização e cobrança da utilização dos EPIs por parte dos funcionários; � manter as rochas e os locais de tráfego de veículos úmidos, para que seja minimizado o volume de poeira de sílica levantada durante a realização dos trabalhos; � elaborar um procedimento operacional padrão de todas as atividades realizadas na empresa. Para garantir a proteção a comorbidades em razão da exposição em excesso a fatores de risco, a mineradora deve sempre elaborar o plano de saúde e prevenção de doenças antes do início das atividades mineiras. Conhecer bem os fatores de risco e preveni-los é fundamental para que a empresa possa gerar insumos minerais de qualidade com eficiência, evitando acidentes. Referências ALGRANTI, E. et al. Patologia respiratória relacionada com o trabalho. In: MENDES, R. (org.). Patologia do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2003. v. 2, p. 1329-1397. BARBOSA, M. S. A. et al. Silicose em trabalhadores de quartzito da região de São Thomé das Letras – Minas Gerais: dados iniciais indicam um grave problema de saúde pública. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 36, n. 123, p. 177-184, 2011. BARREIROS, D. Gestão da segurança e saúde no trabalho: estudo de um modelo sistêmico para as organizações do setor mineral. 2002. Tese (Doutorado em Engenharia) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Perda auditiva induzida por ruído (Pair). Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. (Série A. Normas e Ma- nuais Técnicos; Saúde do Trabalhador, n. 5; Protocolos de Complexidade Diferenciada). Segurança do trabalho nas operações mineiras10 BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR 15: Atividades e operações insalubres. Brasília: MTE, [2019b]. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/ pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca- -e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-15.pdf. Acesso em: 10 nov. 2021. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR 22: Segurança e saúde ocupacional na mineração. Brasília: MTE, [2019a]. 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