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13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDescri… 1/25 INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta unidade, abordaremos as Normas Regulamentadoras (NRs), do Ministério do Trabalho e Previdência, as quais são responsáveis por regulamentar e orientar instituições e pro�ssionais a respeito de procedimentos obrigatórios relacionados à saúde e à segurança do trabalho. O Brasil possui 37 NRs publicadas, mas apenas 35 NRs em vigor, já que as NRs 2 e 27 foram revogadas. Nesse momento, focaremos, principalmente, em três NRs: a NR-4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT); a NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA); a NR-6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Aula 1 AS NORMAS REGULAMENTADORAS DE PRESERVAÇÃO DA SAÚDE NO AMBIENTE DE TRABALHO Olá, estudante! Nesta unidade, abordaremos as Normas Regulamentadoras (NRs), do Ministério do Trabalho e Previdência, as quais são responsáveis por regulamentar e orientar instituições e pro�ssionais a respeito de procedimentos obrigatórios relacionados à saúde e à segurança do trabalho. 33 minutos NORMAS REGULAMENTADORAS DE APLICAÇÃO GERAL E PARA ENGENHARIA Aula 1 - As normas regulamentadoras de preservação da saúde no ambiente de trabalho Aula 2 - Os programas de saúde e segurança do trabalho Aula 3 - Normas regulamentadoras aplicadas à engenharia Aula 4 - Atividades e operações perigosas Referências 133 minutos CW2 - UNIDADE 2 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDescri… 2/25 É importante destacar que as NRs são o amparo legal da saúde e segurança do trabalho. Nessa aula, abordaremos algumas questões relacionadas à importância delas, bem como suas aplicações em diferentes cenários. As NRs são divididas em temas, sendo que algumas delas possuem caráter genérico e se aplicam a todas as atividades econômicas, enquanto outras alcançam atividades econômicas especí�cas, são as chamadas normas setoriais. O objetivo é desenvolver esses conhecimentos com o intuito melhorar a vida das pessoas no ambiente de trabalho onde estão inseridas. Dessa forma, focaremos em como estabelecer um SESMT e uma CIPA, ressaltando que estes dois buscam em suas tarefas o prezar pela saúde do trabalhador, a prevenção de acidentes, a promoção da saúde no trabalho etc. O SESMT, por exemplo, busca seus objetivos quando usa seus conhecimentos técnicos na escolha do EPI e na aplicação de treinamentos. Caro estudante, ao �nal desta aula, espero que você consiga relacionar os conhecimentos adquiridos com o seu cotidiano e, principalmente, seja capaz de aplicar as NRs em um ambiente de trabalho, tornando-o mais saudável e seguro. NORMAS REGULAMENTADORAS GENÉRICAS A NR-4 regulamenta a constituição dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), que possuem como objetivo principal a promoção da saúde e a proteção da integridade dos trabalhadores nos locais de trabalho. Esse serviço é denominado especializado, pois os seus membros devem ser especialistas, ou seja, quali�cados para atuarem em atividades relacionadas à segurança e saúde do trabalho. Sendo assim, o SESMT deve ser formado por um grupo de pro�ssionais de nível técnico e de nível superior, com as seguintes especialidades: engenheiros de segurança do trabalho, técnicos de segurança do trabalho, médico do trabalho, enfermeiro do trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho. Entre as atribuições dos membros do SESMT, temos aplicação dos conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho em todo o ambiente laboral, incluindo máquinas, equipamentos e mobiliários, visando eliminar ou mitigar os riscos à saúde do trabalhador ali encontrados. Sendo uma norma de aplicação geral, a NR-4 consegue alcançar praticamente todas as atividades econômicas. Entretanto, é preciso �car atento, pois alguns setores possuem regras especí�cas para constituição do SESMT (BRASIL, 1978a). A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), é regulamentada pela NR-5 e, segundo o próprio nome, é uma comissão que tem por objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. O seu diferencial é que ela é composta por empregados que se dividem em dois grupos: representantes do empregador e representantes dos próprios trabalhadores, em quantidade paritária (BRASIL, 1978b). Os empregados que compõem a CIPA são escolhidos através de eleição, enquanto os representantes do empregador são por ele indicados. No processo de eleição dos representantes dos empregados, o voto é secreto e não obrigatório – só participam os trabalhadores que desejarem. Ambos os representantes, indicados e eleitos, são então divididos em membros titulares (ou efetivos) e suplentes (BRASIL, 1978b). Diferentemente do SESMT, os membros da CIPA não precisam ter qualquer quali�cação na área de Segurança e Medicina do Trabalho. Quando eleitos, os membros da comissão devem receber treinamento com conteúdo programático especí�co. Mas, a CIPA e o SESMT devem trabalhar em conjunto dentro da empresa, já que 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDescri… 3/25 possuem diversos objetivos em comum, podendo colaborar, por exemplo, na escolha do melhor EPI para cada atividade. Equipamento de Proteção Individual, conhecido por EPI, é todo produto ou dispositivo que possui como objetivo, ou propósito, a proteção do trabalhador, de forma individual, contra riscos que ameacem sua segurança, saúde e integridade física durante a atividade de trabalho, de acordo com a de�nição apresentada na NR-6 (BRASIL, 1978c). O uso adequado do EPI é capaz de reduzir riscos de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Veja, por exemplo, que a perda auditiva no ambiente de trabalho pode ser prevenida com o uso de um dos EPIs para proteção auditiva. Ressalta-se que o EPI protege o trabalhador, mas não é capaz de evitar acidentes, portanto, mesmo com a proteção, o acidente pode ocorrer. O EPI deve oferecer proteção contra riscos químicos, físicos e biológicos oriundos de agentes ambientais existentes no local de trabalho. Também, é importante na proteção contra riscos de acidentes ou riscos de origem mecânica, como queda de altura, choque elétrico, queda de objetos, entre outros (BRASIL, 1978c). A NR-6 também estabelece deveres e direitos para o empregador e empregado. O primeiro, por exemplo, deve fornecer o EPI, e o empregado deve usá-lo de forma correta (BRASIL, 1978c). SESMT, CIPA E EPI Um item fundamental da NR-4 é o dimensionamento do SESMT. De forma geral, esse dimensionamento segue as seguintes etapas: • Identi�cação da atividade econômica principal da empresa, que está informada no CNPJ dela. • Identi�cação do grau de risco da atividade econômica principal, no quadro do Anexo I da NR-4. • Levantamento da quantidade de empregados da empresa. • Enquadramento das informações anteriores no quadro do Anexo II da NR-4, apresentado a seguir. Quadro 1 | Dimensionamento do SESMT 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDescri… 4/25 Fonte: Brasil (1978a, [s. p.]). 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDescri…5/25 Vamos acompanhar alguns exemplos de dimensionamento de SESMT. Considere uma empresa de construção de edifícios que possui 95 empregados. Sabendo que o grau de risco deste tipo de empresa é 3, do Quadro 1, temos a informação de que essa empresa não precisa constituir SESMT. Considere, agora, que essa empresa de construção de edifícios tenha 505 empregados. Cruzando essas informações (grau de risco 3, 505 empregados) no Quadro 1 da NR-4 apresentado anteriormente, veremos que a empresa está obrigada a constituir o SESMT. Nessa situação, o SESMT deve ser composto por três técnicos de segurança do trabalho, um engenheiro de segurança do trabalho e um médico do trabalho, sendo que esses dois últimos pro�ssionais podem atuar em tempo parcial, ou seja, três horas. Podemos pensar, ainda, no seguinte exemplo: considere uma empresa, cuja atividade principal é a fabricação de explosivos (grau de risco 4). Considere que essa empresa conta com 120 empregados em seu quadro e não possui �liais. Nessa situação, o SESMT deve ser composto por dois técnicos de segurança do trabalho, um engenheiro de segurança do trabalho e um médico do trabalho, sendo que esses dois últimos pro�ssionais também podem atuar em tempo parcial, ou seja, três horas. É interessante destacarmos que o único pro�ssional que está presente em qualquer composição do SESMT, quando este é obrigatório, é o técnico de segurança do trabalho. Os pro�ssionais de nível superior (engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho e enfermeiro do trabalho), como vimos nos casos relatados, podem ter jornada de trabalho a tempo parcial (três horas diárias) ou integral (seis horas diárias), dependendo da situação. Os pro�ssionais de nível médio (técnico de segurança do trabalho e auxiliar ou técnico em enfermagem do trabalho) cumprem jornada integral de oito horas diárias. Analisando mais atentamente o Quadro 1, podemos veri�car que nem todas as empresas estão obrigadas a estabelecer um SESMT. Estabelecimentos com grau de risco 1 e 2 só são obrigados a contratar esses pro�ssionais se possuírem 501 ou mais trabalhadores; estabelecimentos com grau de risco 3, se possuírem 101 ou mais trabalhadores; estabelecimentos de grau de risco 4, a partir de 50 trabalhadores. Entretanto, é importante destacarmos que o fornecimento de EPI ao empregado deve ser a última alternativa adotada pelo empregador. Antes de decidir pelo seu fornecimento, a empresa deve priorizar a adoção de medidas coletivas que mitiguem o risco. Caso a implantação das medidas de proteção coletiva seja tecnicamente inviável ou essas medidas sejam insu�cientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas medidas de ordem geral (medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho), antes de se decidir pelo fornecimento do EPI. Na impossibilidade de adoção dessas medidas, os equipamentos de proteção individual deverão ser fornecidos. Dessa forma, o fornecimento de EPI deve ser a última alternativa do empregador como medida de garantia da proteção contra os riscos à saúde e integridade física do trabalhador (BRASIL, 1978a). DIMENSIONAMENTO SESMT E CIPA 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDescri… 6/25 Imprimir Uma das principais atribuições da CIPA é identi�car os riscos do processo de trabalho. É importante destacar a diferença entre a atividade de identi�cação e quanti�cação dos riscos. A realização de avaliações quantitativas dos diversos agentes nocivos presentes no ambiente ou no processo de trabalho não é atribuição da CIPA, mas tão somente sua identi�cação. A CIPA também deve elaborar o mapa de riscos. Essas atividades devem ser realizadas com a participação do maior número de trabalhadores e contar com a assessoria do SESMT, onde houver (BRASIL, 1978b). No entanto, os membros da CIPA possuem muito mais funções, destacando elaborar um plano de trabalho que possibilite ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; participar ativamente de processos de implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho; realizar, periodicamente, veri�cações nos ambientes e condições de trabalho, objetivando a identi�cação de riscos que possam causar acidentes ou lesões de qualquer tipo ou severidade aos empregados, como piso escorregadio, máquinas desprotegidas, realização de trabalho em altura sem a devida proteção coletiva e/ou individual. A CIPA também pode atuar acompanhando a análise dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho e propor, quando for o caso, medidas para a solução dos problemas identi�cados, como a necessidade de fornecimento de EPI. A CIPA deve ser constituída uma para cada estabelecimento. A obrigatoriedade de constituição dessa comissão também é dependente da quantidade de trabalhadores no estabelecimento, bem como do grau de risco da atividade, conforme Quadro 2. Quadro 2 | Dimensionamento da CIPA Fonte: Brasil (1978b, [s. p.]). Acompanharemos alguns exemplos de dimensionamento da CIPA. Considere uma empresa de construção de edifícios que possui 95 empregados. Sabendo que o grau de risco deste tipo de empresa é 3, temos a informação de que ela precisa estabelecer uma CIPA formada por três empregados, sendo dois efetivos e um suplente. 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDescri… 7/25 Considere agora que essa empresa de construção de edifícios tenha 505 empregados. Cruzando essas informações (grau de risco 3, 505 empregados) no Quadro 2 da NR-5 apresentado anteriormente, veremos que a empresa precisa de uma comissão formada por 10 empregados, sendo seis efetivos e quatro suplentes. Podemos pensar, ainda, no seguinte exemplo: uma empresa cuja atividade principal é a fabricação de explosivos (grau de risco 4). Considere que ela conta com 120 empregados em seu quadro e não possui �liais. Nessa situação, a empresa precisa de uma comissão formada por seis empregados, sendo quatro efetivos e dois suplentes. Um olhar mais atento ao Quadro 2 nos mostra que nem todas as empresas, apesar de possuírem empregados celetistas em seu quadro, estarão obrigadas a constituir a CIPA. Estabelecimentos que possuam 19 ou menos empregados, independentemente do grau de risco, estarão desobrigados de constituir essa comissão. Empresa de grau de risco 1 só estabelece CIPA se possuir 81 empregados ou mais, e empresas de grau de risco 2, se possuírem 51 empregados ou mais. VÍDEO RESUMO Olá, estudante! Neste vídeo, abordaremos, primeiramente, o SESMT, que é um serviço composto por pro�ssionais da área de saúde e segurança do trabalho que devem zelar pelo bem-estar dos trabalhadores dentro do ambiente laboral. A CIPA é uma comissão que também se preocupa com o tema, mas seu diferencial é que ela é formada por trabalhadores e está interessada na visão destes. Por �m, falaremos sobre os EPIs, que são os equipamentos de proteção individual, os quais funcionam como uma barreira para proteção do trabalhador. Saiba mais Acesse os textos completos das NRs a seguir: NR-4, que aborda os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. NR-5, que trata da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. NR-6, que discute os Equipamentos de Proteção Individual. https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-4-nr-4https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-5-nr-5 https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-6-nr-6 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDescri… 8/25 INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta unidade, abordaremos três programas que, quando instituídos nas empresas, contribuem para a Saúde e Segurança do Trabalho. São eles: o Programa de Conservação Auditiva (PCA), o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). O objetivo do PCMSO é realizar a identi�cação de doenças pro�ssionais ou danos irreversíveis que podem acometer os trabalhadores. Já o PGR estabelece medidas para eliminar, reduzir ou controlar os riscos ocupacionais. Com isso, preserva a integridade física e mental deles. Quando, na execução desses programas, forem detectados níveis de pressão sonora elevado como um dos agentes de risco, a empresa deve organizar um PCA. Agora, espero que você, estudante, acompanhe um pouco mais sobre esses programas e que esse conteúdo possa contribuir para o estabelecimento de ambientes de trabalho mais saudáveis e seguros. PGR E OUTROS PROGRAMAS DA SEGURANÇA DO TRABALHO A nova versão da Norma Regulamentadora 1 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais – apresenta os critérios obrigatórios de gestão de riscos ocupacionais que devem ser adotados obrigatoriamente pelas empresas e organizações brasileiras, concordante com outras normas de gestão de riscos ocupacionais adotadas ao redor do globo. O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) é o responsável por gerenciar os riscos ocupacionais presentes no ambiente de trabalho, que são representados pelos agentes físicos, químicos, biológicos, de acidente e fatores ergonômicos. Tem por objetivo identi�car, avaliar a gravidade e controlar o risco e é baseado no método PDCA (Plan-Do-Check-Act) e na melhoria contínua – princípios de grande parte dos sistemas de gestão (BRASIL, 1978). Como uma forma de concretizar esse processo, a NR-1 também estabelece a obrigatoriedade da elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Aula 2 OS PROGRAMAS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO Olá, estudante! Nesta unidade, abordaremos três programas que, quando instituídos nas empresas, contribuem para a Saúde e Segurança do Trabalho. 32 minutos 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDescri… 9/25 O objetivo do PGR é consolidar as informações disponíveis no GRO, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores nos ambientes de trabalho, por meio de um conjunto de ações permanentes que devem ser planejadas e desenvolvidas, no âmbito de cada estabelecimento de uma empresa, baseado em suas particularidades, sob a responsabilidade do empregador e com a participação dos trabalhadores (BRASIL, 1978). O PGR não substitui o PPRA, mas o sucede. Ele é mais amplo que o PPRA e assume todo o seu escopo. Dessa forma, a NR-1 não cria exigências para a saúde e segurança nos ambientes de trabalho, mas obriga os empregadores a gerir todos os seus riscos e a demonstrar os resultados obtidos. O PGR tem que ser aplicado, portanto, ao planejamento, à implantação, à avaliação e ao controle de e�cácia das exigências de todas as outras NRs (BRASIL, 1978). O PGR não é apenas um documento que �ca guardado na gaveta. É um programa que deve ser implementado para uma gestão ativa, integrando todas as ações voltadas para a saúde e segurança do trabalho existentes na empresa. Dessa forma, deve contemplar ou estar integrado com planos, programas e outros documentos previstos na legislação de segurança e saúde no trabalho. Além disso, a elaboração do PGR não desobriga a elaboração de outros documentos exigidos pelas demais NRs, fazendo referência a todos os documentos existentes sobre esse assunto. Ou seja, esses documentos fazem parte do PGR, mas não são o PGR. Por exemplo, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) informa os dados resultantes das investigações de acidentes do trabalho, de manutenção de máquinas e equipamentos, entre outros, ao PGR. Esses dados serão fundamentais para que se faça, no Programa, a determinação da magnitude dos riscos de acordo com a severidade dos efeitos e a probabilidade de ocorrência de eventos. Portanto, o PCMSO integra o PGR, embora não seja o Programa. Da mesma forma, o Programa de Conservação Auditiva (PCA) integra o PCMSO, devendo estar interligado ao PGR. Esse programa trata da utilização de um conjunto de atividades que possuem como objetivo a prevenção, ou a estabilização, das perdas de audição ocupacionais, aplicando processos de melhoria contínua que necessitam de conhecimento multidisciplinar e se desenvolvendo por meio de atividades planejadas e coordenadas entre diversas áreas da empresa. PCMSO E PCA O PCMSO é um programa ligado ao PGR, compondo, dessa forma, um conglomerado de iniciativas das empresas voltadas para a área da saúde dos trabalhadores. De fato, o PGR deverá estar atento para todos os achados do PCMSO, evidenciados pelo seu Relatório Analítico ou por reportes eventuais feitos pelo médico coordenador sobre doenças ou exposições excessivas dos trabalhadores para imediatamente reavaliar as medidas de prevenção existentes e adequá-las, se necessário. Durante o desenvolvimento do PCMSO, são considerados tanto os aspectos individuais quanto os coletivos no ambiente laboral. Também, deve ser que observado que este programa deve estar em sintonia com as demais Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 2021). Esse programa possui caráter preventivo, e sua função é de rastreamento e diagnóstico precoce de possíveis danos, além, é claro, da constatação de doenças pro�ssionais ou condições irreversíveis. Basicamente, os objetivos do PCMSO são a promoção e a preservação da saúde do trabalhador, com foco especial na 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 10/25 prevenção. O PCMSO traz ganhos para todos os envolvidos, por exemplo: • Aumento de satisfação e motivação dos colaboradores, contribuindo para maior produtividade e, portanto, resultados mais interessantes para a empresa. • Preservação da saúde do colaborador no ambiente de trabalho. • Para o médico do trabalho, sua função dentro dos padrões técnicos e éticos adequados é uma proteção em situações de questionamento da responsabilidade civil, criminal, entre outros. Cabe exclusivamente ao empregador a responsabilidade pela realização do PCMSO. Isso inclui zelar pela e�cácia do programa, arcar com suas despesas e indicar um médico do trabalho para conduzir a execução dele. No entanto, a obrigatoriedade de tal indicação possui algumas exceções. As empresas desobrigadas de elaborar o PCMSO são: Microempreendedores Individuais (MEI), Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP), de graus de risco 1 e 2, que declararem nas informações digitais não possuírem trabalhadores expostos a agentes físicos, químicos, biológicos e riscos relacionados a fatores ergonômicos. Entretanto, estas ainda continuam obrigadas a realizar os exames médicosclínico-ocupacionais, com emissão do Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) (BRASIL, 1978a). Por �m, todas as empresas obrigadas a elaborar o PCMSO também estão obrigadas a contratar médico responsável pelo PCMSO. Esse médico do trabalho responsável pelo PCMSO deve, inclusive: O Anexo II da NR-7 também estabelece as diretrizes para avaliação e controle médico ocupacional da audição de empregados expostos a níveis de pressão sonora elevados. Isso porque, enquanto existirem riscos para a audição presentes nos processos produtivos, há a necessidade de se buscar sua redução ou eliminação. O programa de conservação auditiva da empresa deve se adequar às exigências legais tanto da NR-7 quanto da Ordem de Serviço 608, do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que visam à avaliação e ao acompanhamento da saúde auditiva dos trabalhadores, bem como a sua conservação. Esse programa tem validade de um ano a partir do seu início. Neste período, podem ocorrer alterações e modi�cações no cronograma de atividades propostas por ele. ETAPAS PARA SE IMPLEMENTAR UM PCA participar da implantação, aprimoramento e controle de programas que visem à conservação auditiva e prevenção da progressão da perda auditiva do empregado acometido e de outros expostos a riscos ocupacionais à audição, levando-se em consideração, inclusive, a exposição à vibração e a agentes ototóxicos ocupacionais. — (BRASIL, 1978a, [s. p.]) 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 11/25 O PCMSO auxilia o PCA ao identi�car a perda auditiva em colaboradores e acompanhar sua evolução. Mas, como isso é feito? Acompanharemos quais etapas são necessárias para a implantação de um PCA em uma empresa. O primeiro passo envolve avaliação detalhada dos níveis de pressão sonora nos ambientes da empresa por setor. Faça uma análise das condições desta exposição e detecte aqueles espaços que são problemáticos, ou seja, que excedem os limites expressos no Anexo I da NR-15 – Atividades e Operações Insalubres, apresentados no Quadro I. Quadro 1 | Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente Nível de Ruído dB (A) Máxima exposição diária permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 12/25 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 min 115 7 min Fonte: Brasil (1978a, [s. p.]). O próximo passo é avaliar como é realizado o controle do nível de pressão sonora. Esses controles de engenharia são os elementos mais importantes de um PCA, pois funcionam como meio da redução do nível de pressão sonora ou da exposição, conseguindo mitigar os danos ocasionados pelo nível de pressão sonora elevada. Como exemplos de controles, podemos citar a instalação de silenciadores, o enclausuramento de máquinas e equipamentos, o revestimento de paredes com materiais de isolamento acústico, entre outros (COSTA, 2013). Outras medidas interessantes são as administrativas, que objetivam alterações no esquema de trabalho, ocasionando a redução da exposição. Como exemplo, podemos citar a realização de rodízios de empregados nas áreas de nível de pressão sonora elevado e o funcionamento de determinadas máquinas em turnos ou horários com menor número de pessoas presentes. Por último caso, quando o risco não pode ser eliminado ou mitigado, podem ser adotados EPIs. Contudo, faz- se necessária uma série de medidas de ordem administrativa, garantindo sua utilização pelo empregado durante toda a jornada de trabalho, de modo que se obtenha a atenuação dos níveis de ruído previstos nos ensaios de laboratórios realizados para sua aprovação (COSTA, 2013). A próxima etapa é o controle médico. Nela, ocorre a determinação da saúde e aptidão do trabalhador para o uso de um determinado protetor auditivo, de acordo com as atividades que este realiza, seu estado de saúde e as condições de trabalho. Em ambiente em que os ruídos são elevados, é preciso realizar o controle audiométrico, que acaba funcionando como uma das medidas de controle e avaliação da efetividade do PCA (COSTA, 2013). Para isso, é necessário, primeiro, estabelecer a audiometria inicial de todos os trabalhadores, considerada a audiometria de referência e, depois, fazer o acompanhamento periódico. Os audiogramas iniciais devem ser utilizados como referência e comparados, em caráter coletivo ou individual, com os exames realizados posteriormente, de modo a veri�car se as medidas de controle do nível de pressão sonora elevado estão sendo e�cazes. Com isso, é possível identi�car os indivíduos que necessitam de encaminhamento ao médico otorrinolaringologista, com o objetivo de veri�car possíveis alterações na orelha média. Todos os dados 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 13/25 referentes aos resultados de audiometrias devem ser arquivados, bem como avaliações ambientais e medidas adotadas de proteção coletiva. Esses dados devem estar disponíveis para os trabalhadores e órgãos de �scalização (COSTA, 2013). Também, é fundamental que a empresa dissemine conhecimento sobre o agente de risco ruído. Envolver os trabalhadores na implantação das medidas de proteção auditiva é essencial para o sucesso da prevenção, da exposição e de seus efeitos. Isso pode ser feito através de programas de treinamento, cursos, debates, organização de comissões, participação em eventos, entre outros. Por �m, para que o PCA alcance seus objetivos, é necessário que sua e�cácia seja avaliada sistemática e periodicamente. Um check-list pode ser utilizado nessa etapa. VÍDEO RESUMO Olá, estudante! Neste vídeo, abordaremos alguns dos programas relacionados à saúde e segurança do trabalho que devem ser adotados pelas empresas. O primeiro programa é o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR); o segundo, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO); o terceiro, é o Programa de Conservação Auditiva. Enquanto o primeiro programa é mais voltado para a identi�cação e o controle dos riscos no ambiente de trabalho, os dois últimos são voltados para a conservação da saúde do trabalhador. Saiba mais Acesse os textos completos das normas a seguir: NR-7, que aborda o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). NR-1, que aborda as Disposições Gerais e o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. Aula 3 NORMAS REGULAMENTADORAS APLICADAS À ENGENHARIA Olá, estudante! Nesta unidade, abordaremos algumas normas regulamentadoras que possuem grande aplicação na engenharia: a NR-1, a NR-23 e a NR-10. 34 minutos https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-07-atualizada-2022-1.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2020.pdf 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 14/25 INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta unidade,abordaremos algumas normas regulamentadoras que possuem grande aplicação na engenharia: a NR-1, a NR-23 e a NR-10. A NR-1 deixa claro que as empresas devem avaliar todos os riscos e perigos presentes no ambiente de trabalho. Entretanto, essas avaliações poderão indicar o uso também de outras normativas. Para a avaliação de riscos ambientais, por exemplo, as Normas de Higiene Ocupacional (NHOs) são as orientações técnicas utilizadas ao se realizar a avaliação quantitativa de algum agente de risco. Outros riscos que merecem atenção são os de incêndio – abordados pela NR-23 e pelas legislações estaduais especí�cas vigentes, principalmente as normas dos corpos de bombeiros. Por �m, a utilização de eletricidade também está atrelada a riscos – o que �ca evidenciado pela NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. HIGIENE OCUPACIONAL A higiene ocupacional pode ser conceituada como a ciência que se dedica à antecipação, ao reconhecimento, à avaliação e ao controle dos riscos ambientais (químicos, físicos, biológicos) presentes nos locais de trabalho. Isso é importante, pois esses riscos podem provocar doenças, prejuízos à saúde ou ao bem-estar, desconforto signi�cativo e até mesmo prejudicar a e�ciência dos trabalhadores. Agora, avaliaremos cada um dos objetivos da Higiene Ocupacional, segundo Peixoto e Ferreira (2012): • Antecipação: ações prévias, realizadas antes da instalação de um novo local de trabalho, que abrange a análise de todo o projeto de instalação, desde máquinas e equipamentos que serão utilizados até as matérias- primas e os processos de trabalho necessários. O objetivo é identi�car riscos potenciais, procurando alternativas que possibilitem a eliminação do risco ou sua mitigação, ainda na fase de planejamento e projeto. No caso de uma máquina cujo ruído seja problemático, pode-se optar por uma tecnologia mais segura ou, até mesmo, pelo enclausuramento dela, se possível. Para tanto, será necessário o maior número possível de conhecimentos e informações sobre o processo, bem como de normativas e instruções técnicas relacionadas ao empreendimento. Para contribuir com essa etapa qualitativa, pode ser interessante fazer uso de técnicas de análise de riscos, por exemplo, a Análise Preliminar de Riscos (APR). • Reconhecimento: tem por objetivo realizar a identi�cação da presença de diferentes fatores ambientais (agentes químicos, físicos e biológicos) relacionados ao processo e à atividade de trabalho, suas características intrínsecas (etapas, subprodutos, rejeitos, produtos �nais, insumos) e compreender a natureza e extensão de seus efeitos, principalmente no que diz respeito à saúde do trabalhador, estimando o grau de risco. O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR – NR-1) é uma ferramenta muito importante nessa etapa. • Avaliação: é a etapa de estudo e dimensionamento da exposição dos trabalhadores, determinando a magnitude dos fatores ambientais. Nessa etapa, serão realizadas medidas quantitativas, bem como interpretação de dados, para se determinar quais as prioridades de monitoramento e controle ambiental (ou 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 15/25 seja, quais os maiores riscos presentes no ambiente), de forma a subsidiar as medidas de controle necessárias. Para a realização dessas medidas, podem ser utilizadas diferentes estratégias de monitoramento/amostragem, utilizando equipamentos, como decibelímetro (análise de ruído), termômetro de globo (análise de temperatura), amostragem ativa e passiva de agentes químicos, entre outras. Mas, além da concentração do agente, outros fatores também são importantes e devem ser levantados nessa etapa de avaliação, como as características/natureza dos agentes, o tempo de exposição, a suscetibilidade individual e o sinergismo que pode ocorrer entre agentes. Depois dessas medidas, os resultados de avaliação da exposição são, frequentemente, comparados com os limites de exposição ocupacional (limites de tolerância) estabelecidos em normas. Esses fornecem orientações para estabelecer níveis aceitáveis de exposição e seu controle. Exposição acima dos limites requer medidas corretivas imediatas. • Controle: nesta última etapa, são selecionadas as medidas e/ou ações que serão utilizadas para a eliminação, neutralização, controle ou redução dos riscos ambientais a níveis aceitáveis, objetivando atenuar os seus efeitos a valores compatíveis com a preservação da saúde, do bem-estar e do conforto do trabalhador. É interessante que, antes do estabelecimento dessas medidas de controle, seja observada a seguinte hierarquia, apresentada na Figura 1. Figura 1 | Hierarquia de medidas de controle Fonte: elaborada pela autora. A eliminação, redução ou substituição são formas de controle que atuam na fonte do risco e devem ser prioritárias por serem as melhores formas de controle. Envolve a substituição de materiais e/ou produtos, manutenção, substituição ou modi�cação de processos e/ou equipamentos. 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 16/25 Os controles de engenharia atuam na trajetória do risco (entre a fonte e o receptor), ou seja, quando não for possível o controle na fonte, podemos utilizar barreiras na transmissão do agente, tais como: barreiras isolantes, re�etoras, sistemas de exaustão, entre outros. Por �m, quando as medidas de controle na fonte e na trajetória forem inviáveis, ou em situações emergenciais, o controle no receptor (trabalhador) deve ser implantada. Isso pode ser feito por controles administrativos, como higiene, limitação da exposição, rodízio de tarefas ou pela utilização de EPIs. PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO Como vimos, a Higiene Ocupacional objetiva a antecipação e o reconhecimento de perigos e busca implantar medidas que controlem os riscos no ambiente trabalho. É nesse contexto que a NR-23 obriga que toda empresa adote medidas de prevenção contra incêndios em conformidade com a legislação estadual e normas técnicas aplicáveis, quando for o caso. Entretanto, antes de aprofundarmos nosso conhecimento sobre prevenção e combate a incêndio, precisamos entender o que é um incêndio e como ele ocorre (BRASIL, 1978). Os incêndios são sinistros que podem ocorrer a qualquer momento, até mesmo quando menos se espera, e se propagam rapidamente, destruindo o patrimônio e causando danos às pessoas e até mesmo a morte. Mas, para entendermos o surgimento os incêndios, temos de entender o processo de combustão. A combustão (ou fogo) é uma reação química em cadeia, na qual um material combustível reage com um oxidante, chamado de comburente (normalmente, o oxigênio presente no ar), produzindo energia na forma de calor e, muitas vezes, luz. Essa reação também é dependente de uma energia de ativação para que se inicie – mas, depois, ela é capaz de prosseguir de forma autossustentável (CBMES, 2022). Esse processo pode ser representado pelo tetraedro do fogo, mostrado na Figura 2. Figura 2 | Tetraedro do fogo Fonte: adaptado de Wikimedia Commons. 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 17/25 Assim, tendo em vista os requisitos necessários para a ocorrência da combustão, para prevenir que ela ocorra, basta impedir que esses elementos se combinem de maneira adequada. Por exemplo, o armazenamento adequado dos materiais em um depósito, observando-se distâncias de afastamento entre as pilhas, não visam mera organização, mas prevenção. Aceiros entre duas propriedadesrurais também visam prevenir a propagação de um incêndio pela interrupção do material combustível. O correto dimensionamento de instalações elétricas visa impedir a produção de calor demasiada pelo efeito joule (CBMES, 2022). Uma vez instalada a combustão, conhecendo seus elementos, pode-se extingui-la agindo em um deles. Os métodos de extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou mais dos elementos essenciais que provocam o fogo (elementos do tetraedro do fogo). São eles: • Controle do material combustível: forma mais simples de se extinguir um incêndio, consiste na retirada do material combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo a alimentação da combustão. Também, é conhecido como isolamento ou remoção do combustível. Encaixam-se nesse método de combate, pois também atuam no combustível: o fechamento de válvula ou a interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso, a retirada de materiais combustíveis do ambiente em chamas, a realização de aceiro, entre outros (CBMES, 2022). • Resfriamento: é o método de extinção de incêndio mais utilizado. É baseado na diminuição da temperatura do material combustível que está queimando, reduzindo também a liberação de gases ou vapores in�amáveis. A água é o agente extintor mais utilizado no processo resfriamento, principalmente devido à sua abundância e à sua grande capacidade de absorção de calor (CBMES, 2022). • Abafamento: baseia-se na diminuição ou no impedimento do contato do oxigênio com o material combustível. A redução da concentração de oxigênio em contato com o combustível vai tornando a combustão mais lenta, até que sejam atingidos níveis abaixo de 7%, quando não ocorre mais combustão. O processo de abafamento pode ser realizado com diferentes materiais/substâncias, como areia, terra, cobertores, vapor d’água, espumas, pós, gases especiais, entre outros (CBMES, 2022). • Quebra da reação em cadeia: também conhecida como extinção química, consiste no uso de agentes que interferem quimicamente na reação, diminuindo a capacidade de reação entre comburente e combustível. Esses agentes interferem nos radicais livres formados na reação de combustão, capturando-os antes de se coligarem na próxima etapa da reação, extinguindo o incêndio (CBMES, 2022). Dependendo do tipo de incêndio, um agente extintor adequado deve ser selecionado de forma a atuar de maneira especí�ca sobre a combustão, de acordo com um ou mais métodos de extinção citados. Os agentes extintores devem ser utilizados de forma criteriosa, observando a sua correta utilização e o tipo de classe de incêndio, tentando, sempre que possível, minimizar os efeitos danosos do próprio agente extintor sobre materiais e equipamentos não atingidos pelo incêndio. SEGURANÇA E ELETRICIDADE 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 18/25 A energia elétrica é fundamental para o funcionamento das indústrias, do comércio e dos nossos lares. Entretanto, o trabalho no setor elétrico, que é o conjunto de todas as instalações e equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica até a medição, envolve muitos riscos. Por esse motivo, todos os anos ocorrem diversos acidentes envolvendo a eletricidade – e muitos deles evoluem para incêndios. O choque elétrico, por exemplo, ao contrário das demais causas de acidentes, é imperceptível, na maioria das condições, aos olhos dos trabalhadores, visto que a existência de eletricidade, ou não, não pode ser con�rmada somente através da observação de um condutor, por exemplo. Por esse motivo, é muito importante conhecermos a principal estratégia de prevenção de acidentes no setor elétrico brasileiro – o cumprimento ou a adesão às determinações que constam na NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Um dos principais tópicos abordados nessa norma é relacionado às medidas de controle. De acordo com o item 10.2, em todas as intervenções realizadas em instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas, visando tanto ao controle de riscos relacionados à eletricidade quanto a outros riscos presentes no ambiente. Para tanto, pode-se fazer uso de técnicas de análise de risco, visando sempre garantir a segurança e a saúde no trabalho (BRASIL, 2008). As medidas de controle adotadas devem ser integradas às outras iniciativas de segurança e saúde do trabalho já adotadas pela empresa. Outra medida de controle obrigatória é o condicionamento de esquemas uni�lares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especi�cações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção (BRASIL, 2008). Entre as medidas de controle que podem ser adotadas nos ambientes de trabalho, temos as medidas de proteção coletiva, que abrangem, principalmente, a desenergização elétrica e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança. Na impossibilidade de implementação do estabelecido anteriormente, devem ser estudadas a utilização de outras medidas de proteção coletiva como, por exemplo, a realização do isolamento das partes vivas, a utilização de obstáculos, barreiras, placas de sinalização, sistema de seccionamento automático de alimentação e bloqueio do religamento automático (BRASIL, 2019). Dessa forma, �ca claro que a primeira medida de proteção contra riscos elétricos é o processo de desenergização, de�nido como o conjunto de ações coordenadas, sequenciadas e controladas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho, durante todo o tempo de intervenção e sob controle dos trabalhadores envolvidos. Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados e obedecida a seguinte sequência: seccionamento (promoção da descontinuidade elétrica), impedimento de reenergização (geralmente, feito com a utilização travamentos mecânicos, como fechaduras e cadeados), constatação da ausência de tensão (por meio de detectores), instalação de aterramento temporário, proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada e, por �m, deve ser feita a instalação da sinalização temporária de impedimento de reenergização (BRASIL, 1978). 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 19/25 Outro ponto importante da NR-10 é o treinamento, que é organizado em categorias que abarcam desde os riscos elétricos presentes no ambiente de trabalho até medidas básicas de primeiros socorros (BRASIL, 2019). Dessa forma, �ca claro que a importância da NR-10 em estabelecer as condições mínimas para a adoção de sistemas preventivos, garantindo a segurança e a saúde dos trabalhadores que lidam diretamente ou indiretamente com riscos elétricos. VÍDEO RESUMO Olá, estudante! Neste vídeo, abordaremos algumas normas regulamentadoras de observação essencial dentro das empresas e organizações. Com o estabelecimento do PGR na NR-1, a identi�cação e, principalmente, a quanti�cação dos agentes de riscos presentes no ambiente de trabalho torna-se ainda mais importante, e a Higiene Ocupacional contribui nessa etapa. Outros riscos que devem ser observados nas empresas são aqueles relacionados a incêndios, que são sinistros que ocorrem inesperadamente e a empresa deve possuir subsídios para contê-lo; e a eletricidade, fundamental para as mais diversas operações domésticas e industriais, mas que também oferece um grande risco no ambiente de trabalho, como choque elétrico. Por esse motivo, a NR-23 e a NR-10 abordam esses riscos especí�cos. Saiba mais Acesse os textos completos das normas a seguir: NR-23,que aborda a Proteção Contra Incêndios. NR-10, que aborda a Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. INTRODUÇÃO Aula 4 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS Olá, estudante! Nesta unidade, abordaremos termos muito comuns associados à segurança do trabalho e à realização de atividades dentro de empresas: insalubridade, periculosidade e penosidade. 30 minutos https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-23-atualizada-2022.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-10.pdf 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 20/25 Olá, estudante! Nesta unidade, abordaremos termos muito comuns associados à segurança do trabalho e à realização de atividades dentro de empresas: insalubridade, periculosidade e penosidade. Embora eles pareçam similares, principalmente por serem utilizados em situações em que o trabalhador poderá sofrer alguma consequência em sua saúde no tocante ao ambiente de trabalho, cada um desses termos possui particularidades que os diferenciam. Por esse motivo, é necessário destacar as principais diferenças entre os ambientes de trabalho insalubres, perigosos e penosos – que é o principal objetivo desta unidade. Para tanto, abordaremos a NR-15 – Atividades e Operações Insalubres – e a NR-16 – Atividades e Operações Perigosas. Em relação às atividades penosas, embora esteja previsto na Constituição Federal o direito de um adicional de salário ao trabalhador pelo trabalho penoso realizado, ainda não existe nenhuma regulamentação que trate especi�camente sobre esse tema, o que di�culta o recebimento desse adicional na prática. ATIVIDADES INSALUBRES Insalubridade é de�nida, de acordo com o art. 189 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), da seguinte forma: Dessa forma, insalubridade é qualquer dano ou risco que envolve a saúde do trabalhador, quando ele está no desenvolvimento de suas atividades em um ambiente onde está exposto a agentes de riscos ambientais. Analisando a de�nição apresentada, pode-se concluir que as atividades e operações insalubres se enquadram dentro dos princípios da Higiene Ocupacional. A Higiene Ocupacional é uma ciência que aborda o reconhecimento, a avaliação e o controle dos agentes ambientais agressivos passíveis de levar o empregado a adquirir doença pro�ssional. Esses agentes podem ser físicos (como ruído, calor, radiações, frio, vibrações e umidade), químicos (como poeira, gases e vapores, névoas e fumos) e/ou biológicos (como micro-organismos, vírus e bactérias). Isso signi�ca que, de acordo com a Higiene Ocupacional, quando um empregado �ca exposto ao agente físico ruído, por exemplo, ele pode desenvolver uma perda auditiva permanente. Porém, essa perda é dependente da natureza, da intensidade e do tempo de exposição ao agente agressivo – que, nesse caso, é o ruído. Mas, como determinar a partir de que ponto um agente ambiente oferece risco à saúde do trabalhador? Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância �xados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. — (BRASIL, 1943, [s. p.]) 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 21/25 Para tanto, para cada tipo de agente foram estabelecidos limites de tolerância (LT) que representam um valor numérico abaixo do qual se acredita que a maioria dos trabalhadores expostos a esses agentes agressivos, durante a sua vida laboral, não desenvolverão doença pro�ssional. No entanto, apenas ruído continuo e intermitente, ruídos de impacto, exposição ao calor, radiações ionizantes, alguns agentes químicos e poeiras minerais possuem insalubridade caracterizada por limite de tolerância. Atividades desenvolvidas em condições hiperbáricas, na presença de agentes químicos que não se enquadram em limites de tolerância (como arsênio, carvão, chumbo e mercúrio) também são consideradas insalubres. E atividades desenvolvidas na presença de radiações não ionizantes, vibração, frio e umidade a condição de insalubridade comprovada através de laudo de inspeção do local de trabalho (BRASIL, 1978a). O trabalhador que realizar suas atividades em locais considerados insalubres tem direito a um adicional ocupacional, que é uma vantagem pecuniária, de caráter transitório, devido ao fato de este trabalhador estar colocando sua saúde em risco e/ou perigo, conforme a legislação pertinente. O exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador o direito a um adicional equivalente a: a. 40%, para a insalubridade de grau máximo. b. 20%, para a insalubridade de grau médio. c. 10%, para a insalubridade de grau mínimo. Este adicional é incidente sobre o salário-mínimo da região onde o trabalhador realiza suas atividades. Para efeito de pagamento do adicional de insalubridade, a empresa, em primeiro lugar, precisa ter o grau de insalubridade no que se enquadra, para que os cálculos sejam realizados. É importante observar também que, caso a empresa seja capaz de implementar mudanças que levem à diminuição ou extinção do agente de risco que levou ao pagamento da insalubridade, este pode ser suspenso. ATIVIDADES PERIGOSAS Podemos diferenciar insalubridade e periculosidade de forma muito simples. Enquanto na insalubridade o caráter habitual e permanente da exposição ao agente de risco pode levar ao adoecimento, na periculosidade a possibilidade de ocorrer uma fatalidade é o que motiva a concessão de um adicional. De acordo com a legislação e as normas que vigoram atualmente no ordenamento jurídico brasileiro, as atividades e operações perigosas são de�nidas como atividades que, por sua natureza e método de trabalho, resultam em riscos acentuados, imediatos e permanentes à integridade física e à segurança do trabalhador. Logo, a exposição a estes fatores de risco resultam no direito ao Adicional de Periculosidade, pago pelo empregador em favor do empregado (BRASIL, 2012). A NR-16 de�ne, em seus anexos, quais atividades são consideradas perigosas. São elas: atividades com explosivos, in�amáveis, radiação ionizante ou substâncias radioativas, exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades pro�ssionais de pessoal ou patrimonial, energia elétrica e atividades em motocicleta. 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 22/25 O adicional de periculosidade é um valor pecuniário que é devido aos empregados que �cam expostos à Periculosidade durante a jornada de trabalho. De acordo com as atividades consideradas perigosas pela NR- 16, citadas anteriormente, pode-se citar vários e exemplos de trabalhadores que se encontram nestas condições: os frentistas de postos de combustível, operadores de distribuidoras de gás, trabalhadores no setor de energia elétrica, trabalhadores de usinas nucleares, fabricantes de explosivos, entre outros. Para que se caracterize a atividade de periculosidade, é necessário que a atividade seja atestada através de laudo técnico, emitido por engenheiro de segurança do trabalho ou por médico do trabalho. Outro requisito necessário para a caracterização da periculosidade se refere aosriscos imediatos aos quais um trabalhador se expõe, colocando-se em risco iminente para a sua segurança e integridade física. Ou seja, implica contato imediato com agentes que podem causar acidentes graves capazes de levar à morte, lesão corporal com mutilação parcial ou de�nitiva (BRASIL, 1978b). O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário. Entretanto, a NR-16, em seu texto, regulamenta no caso de o trabalhador esteja exposto, tanto aos riscos de periculosidade quanto de insalubridade, este pode optar pelo adicional que lhe for mais vantajoso, pois eles não são cumulativos. No entanto, há uma semelhança entre estas legislações: os adicionais somente serão devidos ao trabalhador enquanto este realizar atividades nas áreas perigosas ou exposto a agentes insalubres. Quando tais atividades não apresentarem mais riscos, o trabalhador não mais terá o direito a receber o adicional (BRASIL, 1978b). É importante ressaltar que é responsabilidade e obrigação do empregador providenciar os laudos que atestem a periculosidade, ou não, de um ambiente, bem como delimitar as áreas a que seus efeitos estão presentes (BRASIL, 1978b). ATIVIDADES PENOSAS Atividade penosa pode ser de�nida como toda aquela que submete o trabalhador a um desgaste físico e psicológico superior a um trabalho normal. Desta forma, o adicional de penosidade seria um acréscimo salarial conferido ao empregado que exerça atividade que lhe submeta a desgastes físicos e psicológicos além do normal. Entretanto, as atividades penosas não possuem legislação especí�ca, diferindo das atividades e operações insalubres e perigosas, regidas pelas NRs 15 e 16, respectivamente. Isso torna seu reconhecimento e o pagamento do adicional de penosidade mais difíceis. Mas, a penosidade não está prevista na Constituição Federal? A resposta é sim. A promulgação da Constituição Federal de 1988 teve grande importância na valorização dos direitos trabalhistas, destacando o inciso XXIII do art. 7º, que assim dispõe: 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 23/25 Os adicionais de insalubridade e periculosidade já se encontravam inseridos na Consolidação das Leis do Trabalho, mas o adicional de penosidade foi uma inovação constitucional. Desta forma, porque o reconhecimento destas atividades, bem como o pagamento deste adicional, não são tão comuns? Isso ocorre porque, de acordo com a Constituição Federal, a regulamentação dos adicionais lá previstos dar-se-á na forma da lei. Trata-se, portanto, de norma de e�cácia limitada – é necessária uma nova legislação para esses pagamentos, o que ainda não foi estabelecido para as atividades penosas. Desta forma, o adicional de remuneração em virtude da realização de atividades penosas depende, ainda hoje, de regulamentação infraconstitucional para produzir efeitos. Diversos projetos de lei já foram apresentados desde a promulgação da Constituição de 1988 a respeito deste assunto, mas foram logo arquivados ou se encontram esquecidos sobre alguma mesa dentro do Congresso Nacional. Logo, a justiça do trabalho não tem reconhecido o direito ao adicional de penosidade aos trabalhadores por falta de regulamentação legal. Entretanto, mediante negociação coletiva, é possível que os sindicatos realizem convenções coletivas de trabalho e acordos coletivos de trabalho para regulamentarem de forma diferente, direitos trabalhistas já existentes, para determinados trabalhadores. Assim, pode existir um acordo coletivo de trabalho do adicional de penosidade e, neste caso, ele passa a ser obrigatório, podendo o empregado exigi-lo mediante reclamação trabalhista. É importante destacar também que o trabalho penoso tem encontrado algum tratamento legal junto ao direito previdenciário, através do direito à aposentadoria especial em períodos menores, tendo em vista o degaste sofrido pelo empregado. Pode-se concluir que, embora exista a previsão constitucional de um direito dos trabalhadores em geral ao adicional de remuneração pelo exercício de atividades penosas, apenas uma pequena parcela da população consegue gozar deste direito na prática. O que parece é que, desde quando foi criado, embora tenha sido considerado uma inovação na época, o adicional de penosidade não despertou grande interesse dos órgãos públicos, e ainda falta uma conscientização da população a respeito deste direito. VÍDEO RESUMO Olá, estudante! Neste vídeo, abordaremos as atividades e operações insalubres, perigosas e penosas. As atividades insalubres estão previstas na NR-15 e estão relacionadas ao adoecimento do trabalhador. As atividades perigosas estão previstas na NR-16 e estão relacionadas a danos físicos ao trabalhador. Por �m, as Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...] XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei. — (BRASIL, 1988, [s. p.]) 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 24/25 atividades penosas estão previstas na CLT, mas não possuem legislação especí�ca, e são aquelas realizadas em condições físicas ou psicológicas excessivamente desgastantes. Saiba mais Acesse os textos completos das normas a seguir: NR-15, que aborda as atividades e operações insalubres. NR-16, que aborda as atividades e operações perigosas. Aula 1 BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Norma Regulamentadora 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Brasília, DF: MTb, 1978a. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especi�cos/secretaria-de- trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-04-atualizada-2022-1.pdf. Acesso em: 20 set. 2022. BRASIL. Norma Regulamentadora 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Brasília, DF: MTb, 1978b. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especi�cos/secretaria-de- trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-05-atualizada-2021-1-1.pdf. Acesso em: 20 set. 2022. BRASIL. Norma Regulamentadora 6 – Equipamento de Proteção Individual. Brasília, DF: MTb, 1978c. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especi�cos/secretaria-de- trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-06-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 20 set. 2022. Aula 2 BRASIL. Norma Regulamentadora 1 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. Brasília, DF: MTb, 1978a. REFERÊNCIAS 4 minutos https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-23-atualizada-2022.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-16-atualizada-2019.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-04-atualizada-2022-1.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-04-atualizada-2022-1.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-05-atualizada-2021-1-1.pdfhttps://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-05-atualizada-2021-1-1.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-06-atualizada-2022.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-06-atualizada-2022.pdf 13/04/2024, 09:15 wlldd_231_u2_leg_seg_tra_mei_amb https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=marcelloan.nunes%40gmail.com&usuarioNome=MARCELLO+ALVIM+NUNES&disciplinaDescricao=&atividadeId=3930449&atividadeDesc… 25/25 Imagem de capa: Storyset e ShutterStock. BRASIL. Norma Regulamentadora 15 – Atividades Insalubres. Brasília, DF: MTb, 1978b. BRASIL. Norma Regulamentadora 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Brasília, DF: MTb, 1978c. COSTA, P. R. Segurança do trabalho II. Santa Maria, RS: Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, Rede e-Tec Brasil, 2013. Aula 3 BRASIL. Norma Regulamentadora 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Brasília, DF: MTb, 1978a. BRASIL. Norma Regulamentadora 23 – Proteção Contra Incêndios. Brasília, DF: MTb, 1978b. CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESPÍRITO SANTO. Curso de formação de brigadistas pro�ssionais prevenção e combate a incêndio. Brasília, DF: CBMES, 2022. Disponível em: https://cb.es.gov.br/Media/CBMES/PDF's/CEIB/Cursos%20e%20treinamentos/Apostilas/CFBP%20- %20PREVEN%C3%87%C3%83O%20E%20COMBATE%20A%20INC%C3%8ANDIOS%20-%202022.pdf. Acesso em: 2 out. 2022. PEIXOTO, N. H.; FERREIRA, L. S. Higiene Ocupacional I. Santa Maria, RS: Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, Rede e-Tec Brasil, 2012. Disponível em: https://site.educacao.go.gov.br/�les/SESMT/HigieneOcupacionalI.pdf. Acesso em: 9 out. 2022. Aula 4 BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Congresso Nacional, [2022]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 3 nov. 2022. BRASIL. Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- lei/del5452.htm. Acesso em: 3 nov. 2022. BRASIL. Lei nº 12.740, de 8 de dezembro de 2012. Altera o art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a �m de rede�nir os critérios para caracterização das atividades ou operações perigosas, e revoga a Lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985. Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2012/lei/l12740.htm. Acesso em: 3 nov. 2022. BRASIL. Norma Regulamentadora 15 – Atividades e operações insalubres. Brasília, DF: MTb, 1978a. BRASIL. Norma Regulamentadora 16 – Atividades e operações perigosas. Brasília, DF: MTb, 1978b. https://storyset.com/ https://www.shutterstock.com/pt/ https://cb.es.gov.br/Media/CBMES/PDF's/CEIB/Cursos%20e%20treinamentos/Apostilas/CFBP%20-%20PREVEN%C3%87%C3%83O%20E%20COMBATE%20A%20INC%C3%8ANDIOS%20-%202022.pdf https://cb.es.gov.br/Media/CBMES/PDF's/CEIB/Cursos%20e%20treinamentos/Apostilas/CFBP%20-%20PREVEN%C3%87%C3%83O%20E%20COMBATE%20A%20INC%C3%8ANDIOS%20-%202022.pdf https://site.educacao.go.gov.br/files/SESMT/HigieneOcupacionalI.pdf https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12740.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12740.htm